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O Retorno do Rei da Noite GOT

Aviso: Spoilers adiante para Game of Thrones. O Rei da Noite foi um dos personagens mais icônicos e misteriosos em Game of Thrones. Embora os detalhes sejam escassos, muitos fãs estão ansiosos para ver como a trama se desenvolverá. E, se o Rei da Noite será uma ameaça novamente. Neste artigo, vamos explorar o possível retorno do Rei da Noite em “Game of Thrones”. Para aqueles que não estão…

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Revendo Game of Thrones: 1ª Temporada

Recentemente adquiri as 6 temporadas de Game of Thrones em Blu-Ray com capa Steelbook (bonitona, diga-se de passagem) e foi anunciada a estréia da 7ª para o dia 16/07/2017, razão pela qual decidi rever toda a série antes da season premiere. 

Há muito tempo eu não conseguia fazer isso, ou seja, rever todas as temporadas de uma série antes da estréia da nova. Acho que a última vez foi com Lost, que terminou em 2010. É sempre interessante quando faço isso, pois é possível ter novas perspectivas sobre os personagens e enredos, ainda mais em uma série como Game of Thrones, carregada de tramas.

Enfim, revi a primeira temporada e gostei bastante. Claro, já tinha gostado da primeira vez, então não é algo inesperado eu ter curtido rever. O que me surpreendeu foi a quantidade de elementos e personagens que eu não me lembrava. Obviamente, a discussão a partir de agora é recheada de spoilers.

Por exemplo, não lembrava que Benjen Stark, o irmão caçula do Ned, que surgiu na 6ª temporada resgatando Bran, já tinha aparecido nos dois primeiros episódios da série, inclusive dando alguns conselhos para o Jon Snow. Também não me recordava que o primo da Cersei, que virou um fanático religioso na 5ª temporada, também aparecia desde o começo. Ainda não me lembrava que o Montanha tinha aparecido logo no começo da série e nem de que era explicado o seu conflito com o Cão.

Além de todas essas lembranças, foi muito legal ver os personagens no início dessa jornada. As crianças Stark eram tão novas! 

Arya é sensacional desde o início, com seu espírito livre e sua certeza de que não foi feita para ser uma lady, mas de quer se aventurar pelo mundo. Acho bacana ela querer aprender a lutar e não aceitar ser tratada como um garoto pelo Syrio Forel. Isso é interessante justamente por saber que, futuramente, ela tem que se passar por um garoto para sobreviver e tem toda uma crise de identidade em Braavos até finalmente se recordar que é Arya Stark de Winterfell.

Jon Snow e a Muralha eram as tramas mais chatas quando eu vi a série da primeira vez. Dava vontade até de acelerar de tanto que aquilo não parecia fazer sentido. Porém, com o conhecimento do que vai acontecer mais pra frente, achei essa parte da narrativa bem relevante e até legal de ver desenvolvendo. Para mim, a melhor cena do pessoal da Muralha nessa temporada foi quando o Jon Snow fugiu e seus irmãos da Patrulha da Noite o encontram e eles dizem o juramento de novo. 

Sansa é um porre na primeira temporada. Ela parece aquelas menininhas  fúteis, com cabeça de vento que só pensam em casar e que o marido será a solução de todos os seus problemas. Ela é ingênua que dói e que dá raiva. Sua submissão a Joffrey e sua admiração a Cersei também não dá pra engolir. Achei ridículo ela ficar ao lado do príncipe ao invés de sua irmã, mas não gostei da loba dela, Lady, ter morrido tão no início. No fim da temporada ela começa a mudar (finalmente!) e começa até a querer ficar mais atrevida para cima do jovem, apanhando por conta disso. Com a evolução da série, a personagem cresce bastante, mas nesse princípio ela é uma das mais insuportáveis.

Porém, por mais que ache Sansa chata na primeira temporada, ela nem se compara com o nível de ódio que Joffrey inspira. O menino é mimado, tem pavio curto, toma PÉSSIMAS decisões, não admite quando está errado, se sente o máximo mas é super covarde. Sério, as melhores cenas com ele são quando Tyrion o estapeia ou quando Arya corta um pouco sua mão com uma espada, porque são as úncias cenas em que ele sofre. Sim, ele é capaz de inspirar sentimentos sádicos qualquer um de tão pé-no-saco que é. A primeira temporada ainda tenta atribuir um pouco de humanidade para ele, principalmente quando ele tem uma cena quase doce com a Sansa, dizendo que ela é a lady dele e que sempre irá respeitá-la. Tudo isso vai por água abaixo quando ele vira rei e passa a maltratar todo mundo, manda matar Ned, manda bater em Sansa, manda cortar a língua de um trovador e todas as "ótimas" coisas que faz. A morte dele não pode vir cedo o suficiente, mas nas temporadas seguintes ele só fica mais insuportável.

Robb Stark nem fede nem cheira. Não gosto dele, mas também não desgosto dele. Sabendo o que acontece no fim da terceira temporada, fica mais difícil prestar atenção no que ele está fazendo. Ele passa a impressão, nesse princípio de série, de que toma as decisões necessárias e que tem um sangue mais frio do que o dos pais. Seu grande momento é quando é aclamado Rei do Norte, uma cena marcante com certeza.

Tenho sentimentos meio conflitantes em relação a Catelyn Stark. Por um lado, acho bacana ela ter esse desejo de proteger os filhos e de cuidar deles. Também amo a energia que a Michelle Fairley traz à personagem, o que me impede de não gostar dela. Porém, Cat toma péssimas decisões, principalmente sequestrar o Tyrion. Também não gosto muito de como ela destrata o Jon Snow logo no comecinho, mas é compreensível, uma vez que ele é o "filho" bastardo do Ned. 

Bran também não tem tanto destaque. Ele pega Jaime e Cersei no flagra e fica aleijado depois disso. Hodor aparece como seu guardião e Osha logo depois se junta ao seu núcleo. Seu lobo, Verão, é bem legal e o salva algumas vezes. Suas visões indicam o poder que terá, mas ainda é muito no começo para ter importância. O mesmo com Rikkon, que parece ter o mesmo poder, mas isso não é desenvolvido de forma alguma.

Quanto ao Ned, ele é o homem que faz de tudo para salvar sua família. Ele é extremamente honrado, o que acaba por causar sua morte, uma vez que quer sempre fazer o certo, contudo Westeros também não é para amadores. Ned é muito bem interpretado por Sean Bean, que traz toda aquela gravidade necessária ao personagem. Quando eu comecei a ver a série, já sabia que ele morria no penúltimo episódio da temporada, então tentei não me apegar muito. Sua morte, por conta disso, não foi um choque tão grande, mas em determinado momento, parecia que ele conseguiria escapar.

Robert Baratheon parece existir só para dar uma pequena sensação de paz para a terra no início da série. Sua morte leva a vários questionamentos sobre a legitimidade de Joffrey como sucessor e prepara o terreno para todo o conflito de temporada seguinte. Seu jeito impetuoso não é dos melhores traços. Ele tem uma cena bacana com Cersei, em que os dois tem uma conversa sincera, depois de uma temporada (e provavelmente uma vida) em que os dois se odiavam.

Cersei é uma cobra que está sempre tramando para ficar no poder. Sua relação com os Tyrion é conflituosa e com Jamie é um saco. Jaime também é sempre um péssimo personagem quando está perto dela. Ela é a aquela que amamos odiar e Lena Headey a interpreta como ninguém. A cena em que ela rasga o testamento de Robert resume bem toda a arrogância e prepotência da personagem.

Tyrion Lannister é sensacional e Peter Dinklage o interpreta com perfeição. O anão fala o que pensa, é esperto, estratégico e não deixa ser colocado pra baixo (heh). O julgamento por combate foi uma boa sacada dele e o início da amizade com Bronn. Sua história é triste e traumática e ele sempre se sente um estorvo para o pai, que faz questão de mostrar que ele realmente o é. 

Daenarys Targaryen tem um ótimo crescimento na temporada. Praticamente vendida pelo irmão para casar com o líder dos selvagens Dothraki, em que seria uma prostituta de luxo, ela acaba fazendo Khal Drogo se apaixonar de verdade e desenvolve um interesse e respeito pela cultura do marido. Ao longo da temporada, demonstra ter uma grande resistência ao calor e ao fogo e quer saber mais sobre os dragões. Seu irmão, Viserys, parece louco e sedento de poder, mas acaba morrendo ao receber o que deseja, uma coroa de ouro, outra cena muito bem executada. Quando Khal se machuca e ela fala que não suporta ver ele sangrar, achei super piegas e essa atitude acabou sendo a morte do chefe dos Dothraki, uma vez que a curandeira que ela arranjou acabou por enfeitiçá-lo para virar um vegetal. Dany toma a difícil decisão de matá-lo e, no fim, queima seu corpo junto com os ovos de dragão, fazendo com que choquem, fechando a temporada com chave de ouro.

Como falei, essa foi a segunda vez que vi a primeira temporada da série. Quando assisti da primeira vez, não estava muito engajado e achava a série bem parada nos primeiros episódios, com violência e nudez gratuita para distrair um pouco a falta de história. Comecei a gostar mesmo a partir do sexto episódio, em que fiquei chocado com a morte de Viserys e super curioso para ver como a trama se desenvolvia. 

A chamada "sexposição", em que um personagem fica falando sem parar enquanto aparece alguma cena de sexo ou algo do tipo, parece uma muleta no início da série, mas acaba sendo deixada mais de lado ao longo das temporadas.

Revendo a primeira temporada, já achei boa a história desde o começo, uma vez que há várias sementes plantadas bem nos primeiros episódio. Isso me impressionou muito, ou seja, a forma como a trama foi bem construída e bem desenvolvida, retomando à frente algo que não tinha sido muito bem explorado anteriormente. Assim, mal posso esperar para rever as próximas temporadas e relembrar como tudo se encaixa, enquanto espero ansiosamente a continuação da série com a sétima temporada.