#festa petista em Brasília
Explore tagged Tumblr posts
Text
jornalsensacionalista
Jair Bolsonaro vem dizendo que todas as incitações de violência que fez contra adversários, desde que pediu o fuzilamento de 30 mil, incluindo FHC, até quando pediu para "fuzilar a petralhada" num carro de som são apenas brincadeira. São "no sentido figurado". E que quem fala em violência é a esquerda brasileira. Segundo ele, quem entra na festa de aniversário de um petista com uma arma na mão e grita "aqui é Bolsonaro" na verdade é um comunista, progressista, que tem O Capital decorado. Bolsonaro quer que a viúva do petista assassinado vá a Brasília para uma coletiva com ele. Espera-se que ele peça também uma coletiva com a família dos 675 mil mortos da Covid. A situação está tão fora de controle que planos de saúde e seguros de vida não estão aceitando mais filiados ao PT devido ao risco que essas pessoas correm por existirem.
0 notes
Text
Partidários, Antipartidários e Não-partidários: Comportamento Eleitoral no Brasil
A sabedoria convencional sugere o partidarismo ter pouco impacto sobre comportamento do eleitor no Brasil. Importaria mais para os partidos superar a cláusula de barreira com o desempenho eleitoral e o carisma de seus candidatos personalistas.
Este livro mostra logo após a redemocratização na década de 1980, mais da metade dos brasileiros eleitores terem expressado forte afinidade ou antipatia a favor ou contra um partido político em particular. Os contornos de partidarismo negativo e negativo no Brasil foram moldados principalmente pela forma como as pessoas se sentem em relação a um único partido: o Partido dos Trabalhadores (PT).
O comportamento do eleitor no Brasil tem sido amplamente estruturado em torno de sentimentos a favor ou contra essa sigla, e nenhuma das muitas outras do Brasil. Os coautores mostram como o PT conseguiu cultivar com sucesso o partidarismo generalizado, em uma situação ambiental política difícil e também explicam o surgimento de atitudes anti-PT. Revelam também como as formas positivas e negativas de partidarismo moldam as atitudes dos eleitores sobre política eleitoral, e como suas interações configuram suas escolhas na cabine de votação.
David J. Samuels recebeu seu PhD em Ciência Política pela Universidade Califórnia, San Diego, em 1998. Desde 1998, ele ensina na Universidade de Minnesota. Seu livro Desigualdade e Democratização: Uma abordagem da Competição de Elite (com Ben Ansell, Cambridge University Press, 2014) venceu a Associação Americana de Ciência Política Prêmio Woodrow Wilson Foundation, bem como o William H. Riker Best Book Award da American Political Science Association’s – Seção de Economia Política. Ele também é o co-autor de Presidentes, Partidos e Primeiros Ministros (com Matthew Shugart, Universidade de Cambridge Press, 2010) e Ambição, Federalismo e Política Legislativa no Brasil (Cambridge University Press, 2003). Ele recebeu financiamento da National Science Foundation (em 1996 e 1999) e da McKnight Foundation (em 2001) e foi premiada com bolsas da Fulbright em 2004 e 2013.
Cesar Zucco é PhD em Ciências Políticas pela Universidade de Califórnia, Los Angeles em 2007 e desde 2013 ensina Política Pública na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Ele publicou artigos sobre política legislativa, eleições, política social e economia política, com foco no Brasil e na América Latina em geral. Seu trabalho apareceu em importantes revistas científicas políticas e estudos latino-americanos.
A ideia deste livro, Partisans, Antipartisans, and Nonpartisans: Voting Behavior in Brazil (Cambridge University Press, 2018), de coautoria de David J. Samuels (University of Minnesota) e Cesar Zucco (Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro), tem raízes profundas para os dois.
A primeira incursão de Samuels para o Brasil foi em 1992, quando ele morava em Brasília, e foi convidado para trabalhar como estagiário para deputado federal Jaques Wagner do Partido dos Trabalhadores (PT). Este político mais tarde serviu como Ministro do Trabalho e Chefe de Gabinete de Lula, dois mandatos como governador da Bahia e Chefe de Gabinete do Estado-Maior e Ministro da Defesa sob Dilma. O ano de 1992 foi tumultuado na política brasileira, pois o PT liderou a acusação de impeachment de Fernando Collor, o primeiro presidente democraticamente eleito do Brasil desde 1960.
O envolvimento de Samuels com o PT, durante esse período, se tornou um interesse profundo para sua pesquisa. No entanto, alguns anos depois, depois de ler um rascunho de seu primeiro artigo publicado (Samuels 1999), seu conselheiro da escola de pós-graduação, Gary Cox, sugeriu: em nome de sua carreira, ele não deveria escrever sua dissertação a respeito do PT, porque seria “um livro sobre um pequeno partido da oposição com um futuro incerto” (Keck 1992). Samuels seguiu esse conselho, mas continuou a escrever sobre o PT (por exemplo, Samuels 2004), em meados da década de 2000, voltada para a questão do surgimento do petismo na mente dos eleitores (Samuels 2006).
Zucco experimentou a conexão entre o PT e a sociedade civil alguns anos antes de estudar a questão – e décadas antes de escrever sobre o Partido. Foi enquanto participava do movimento estudantil na faculdade nos anos 90. Embora seus artigos sempre tenham sido bem menores, ele foi apresentado às tradições, linguagem, simbolismo e facções da vida partidária nas suas festas, bem como por conta de membros de diferentes organizações da sociedade civil terem se filiado no partido. Ele vividamente recorda, por exemplo, a visita a sindicatos para obter contribuições (extremamente modestas) para as eleições do movimento estudantil. Também enquanto estava na faculdade, ele se tornou – pelo menos de acordo com registros oficiais – um membro de um partido diferente, mesmo ele tendo apenas uma vaga ideia de como isso pode ter vindo a acontecer. A surpresa ao descobrir, para fins legais, ele era (e ainda é) oficialmente um membro do partido era razão mais que suficiente para fazer uma pausa para reflexão sobre a relevância e importância do partidarismo na vida dos eleitores brasileiros. Os resultados apresentados neste livro o ajudaram superar um pouco do seu ceticismo inicial.
Se a democracia é impensável sem partidos políticos fortes, todos temos boas razões para nos preocupar. Durante décadas, partidos em torno de todo o mundo parecem estar em declínio, com links de representação e responsabilidade entre eleitores e administradores governamentais eleitos, cada vez mais tênues.
Após a redemocratização do Brasil, na década de 1980, os estudiosos classificaram rapidamente como um importante estudo de caso da fraqueza partidária e do sistema partidário: suas instituições políticas, dizia-se, promoviam o individualismo e minavam os partidos como agentes de representação coletiva, resultando em um sistema partidário “incipiente”. A maioria dos observadores concluiu a fraqueza dos partidos do Brasil prejudicar a saúde de sua democracia nascente.
Alguns estudiosos viram um copo meio cheio ao invés de meio vazio, observando os partidos legislativos do Brasil serem na verdade bastante coesos. Apesar da extrema fragmentação do sistema partidário e da relativa incoerência ideológica, a democracia parecia funcionar tanto quanto em qualquer outro país da região.
No entanto, as recentes crises políticas e econômicas do Brasil, culminando em impeachment golpista em 2016 da presidente Dilma Rousseff, trouxe uma atenção renovada à disfunção do partido e do sistema partidário. Depois de 2014, vinte e sete partidos eleitos ocupavam pelo menos um assento cada na Câmara do Legislativo do Brasil (Câmara dos Deputados) e o maior o partido detinha apenas 11% dos assentos (Câmara dos Deputados 2016). Isto é um nível extraordinário de fragmentação, especialmente devido à falta de clivagens étnicas, linguísticas ou religiosas, como por exemplo na Índia.
A crise política eclodida após a eleição daquele ano foi tão profunda a ponto de, em meados de 2015, os eleitores brasileiros expressaram a menor nível de confiança nos partidos políticos de qualquer país da região (Latinobarómetro 2016b). Além disso, até 2016, 72% dos brasileiros afirmaram não se sentir próximo de nenhum partido existente no Brasil, o nível mais baixo desde quando a empresa de pesquisa começou a fazer uma pergunta sobre o partidarismo em 1989 (Datafolha 2016).
Desilusão com os partidos também prejudicou a fé popular na democracia, por exemplo, em 2016, apenas 32% dos brasileiros concordaram com a afirmação “a democracia é preferível a todas as outras formas de governo “, um declínio de vinte e dois pontos em relação ao ano anterior e à frente apenas da Guatemala na América Latina (Latinobarómetro 2016a).
Até o momento quando este livro foi escrito, a crise política do Brasil continuava com investigações judiciais revelando não ter um fim aparente a corrupção para financiamento eleitoral. Para milhões de brasileiros, a maior decepção dos últimos anos deve ser a trajetória sombria do partido de Dilma, isto é, do Partido dos Trabalhadores.
O PT cresceu a partir das bases de movimentos sociais e da oposição sindical à ditadura militar brasileira no final da década de 1970. Durante anos, cultivou uma imagem como ter a maior coerência programática. A pronúncia do PT em português deu origem a o apelido aplicado aos seus partidários: petistas. Eles cresceram de 0% dos eleitores em 1980 a quase 30% apenas uma geração depois.
A reputação do PT como um partido outsider (marginal ao sistema partidário brasileiro) mudou, depois de muito tempo, quando seu líder, Luís Inácio Lula da Silva, conquistou a presidência pela primeira vez em eleição realizada em 2002. Para ter como governar, com base governista em maioria no Congresso Nacional, pressionou o PT a entrar em coalizões amplas e comprometer ou mesmo abandonar muitos de seus compromissos políticos de longa data.
No entanto, a moderação política não prejudicou o desempenho do partido, em vez disso, essa tática pagou enormes dividendos à medida que o PT adquiria hordas de novos apoiadores na década de 2000. Eles creditaram ao partido a expansão da economia brasileira e por elevar milhões de brasileiros para a classe média.
No entanto, uma profunda recessão começou em 2014, juntamente com evidências de o envolvimento do PT em grandes escândalos de corrupção sob o governo Dilma corroeu profundamente o apoio popular ao partido. A corrupção sinalizou uma traição de princípios fundamentais do PT, o chamado modo petista de governar ou “PT: maneira de governar”, em particular, o suposto compromisso do partido com transparência e honestidade no governo.
Partidários, Antipartidários e Não-partidários: Comportamento Eleitoral no Brasil publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
0 notes
Text
No Dia da Mulher, Dilma ataca Bolsonaro: ‘governo neofascista’
No Dia internacional da Mulher, 08, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) publicou um tuíte convidando as mulheres brasileiras a irem à luta “por dias melhores para nossas filhas e netas”. Na sequência ela publicou uma thread em que incentiva a luta das mulheres contra machismo, violência, misoginia, e feminicídio.
Dia de Luta. Dia de Resistência. Dia de Amor. Dia da Mulher.
Tod@s às ruas! Na luta por dias melhores para nossos filh@s e net@s.#8m2020#MulheresDoMST pic.twitter.com/JPPHBZ5V7o
— Dilma Rousseff (@dilmabr) March 8, 2020
https://platform.twitter.com/widgets.js
Ao longo dos 10 tuítes a petista fala dos programas de assistência do seu governo, feminicídio, do coronavírus e das empregadas domésticas. Todos os argumentos são usados para reforçar que: “O neoliberalismo e o neofascismo bolsonarista pioraram muito a vida das mulheres”, publicou a política.
No primeiro tuíte Dilma diz que ao destruir os programas sociais implementados pelo PT “o governo neofascista mostra seu desprezo pelas mulheres e pelos pobres”.
1 Ao destruir programas sociais como o Bolsa Família, o MCMV e a Casa da Mulher Brasileira, que nós do PT implantamos e que tinham as mulheres como titulares dos benefícios, o governo neofascista mostra seu desprezo pelas mulheres e pelos pobres. #DiaInternacionaldaMulher
— Dilma Rousseff (@dilmabr) March 8, 2020
https://platform.twitter.com/widgets.js
Nos demais tuítes ela fala de Paulo Guedes que “mostrou sua visão reacionária e seu desprezo pelas mulheres que trabalham como empregadas domésticas”. Referindo-se a declaração do ministro que em fevereiro deste ano, disse que o dólar baixo permitia que até empregadas domésticas fossem à Disney “uma festa danada”.
Na sequência de tuítes, foi lembrado também do episódio de 2003, em que Bolsonaro, ainda deputado, disse à Maria do Rosário, também deputada do PT-RS: “não te estupro porque você não merece”. A mesma declaração foi dita novamente em 2014. Porém no ano seguinte ele foi condenado a pedir desculpas e pagar R$ 10 mil de indenização para a deputada.
“O machismo e a misoginia do presidente, como praticados contra a deputada Maria do Rosário, autoriza a violência, os estupros e os assassinatos. O feminicídio aumentou 7%, em 2019. Entre 3 a 4 mulheres são assassinadas por dia no Brasil de Bolsonaro. Machismo causa sofrimento, fere e pode matar. Quem verbaliza a misoginia e o machismo incentiva a violência“, tuitou a ex-presidenta.
No sábado à noite, 7, a ex-presidenta participou do 1º Encontro Nacional das Mulheres sem Terra, em Brasília, onde novamente chamou as mulheres à luta: “Temos que buscar as forças de todos os movimentos sociais, e aí a mulher tem um papel fundamental, principalmente com a luta feminista”.
Veja também: Mulheres sofrem ataques ao defender a democracia no Brasil
No Dia da Mulher, Dilma ataca Bolsonaro: ‘governo neofascista’publicado primeiro em como se vestir bem
0 notes
Text
Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José Dirceu
Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José Dirceu
O ex-deputado federal e principal estrategista do PT afirmou que o partido perdeu o contato com o povo e, hoje em dia, os evangélicos estão ocupando esse espaço de diálogo. As declarações de José Dirceu aconteceram durante a festa de 39 anos da legenda, em Brasília. A festa, organizada no Sindicato dos Bancários, abriu espaço […] Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José…
View On WordPress
0 notes
Text
Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José Dirceu
O ex-deputado federal e principal estrategista do PT afirmou que o partido perdeu o contato com o povo e, hoje em dia, os evangélicos estão ocupando esse espaço de diálogo. As declarações de José Dirceu aconteceram durante a festa de 39 anos da legenda, em Brasília. A festa, organizada no Sindicato dos Bancários, abriu espaço […] Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José Dirceu publicado primeiro em https://noticias.gospelmais.com.br/
0 notes
Text
Amigo pessoal de José Dirceu irá atuar como advogado de João de Deus
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, ferrenho defensor de 18 investigados na Lava Jato resolveu assumir a defesa de João de Deus.
Kakay é tido como o advogado dos poderosos, seus honorários nunca estão abaixo dos seis dígitos e mais do que isso, seu pacote de clientes envolve a nata do legislativo tendo defendido 40 governadores. Em Brasília também atuou como defensor ministros, três de Lula e dois de Dilma.
O advogado é bastante badalado por seus amigos políticos, e frequentemente está presente em suas festas. Foi o caso de José Dirceu, os dois se tornaram amigos pessoais, e o petista recebeu o advogado em sua festa de 67 anos.
Kakay também não perdeu a oportunidade de se posicionar contra o presidente eleito Jair Bolsonaro, quando este ainda estava em campanha. Disse ele em 15 de outubro “o que penso deste embate final entre o que eu julgo ser uma decisão entre a barbárie e a esperança em um mundo civilizado e humano” e continua “o Coisa vai incrementar o mundo jurídico criminal com seu reacionarismo doentio”.
Informação adaptada do Glamurama, Valor e UOL
de República de Curitiba http://bit.ly/2V7ShSd
0 notes
Text
Em pré-campanha, parlamentares de PE diminuem frequência nas casas legislativas
A maioria dos deputados e senadores pernambucanos que se colocam como pré-candidatos tem dedicado mais tempo na tentativa de se viabilizarem para as eleições deste ano do que exercendo as atividades para as quais foram eleitos. Dos cinco parlamentares que lançaram pré-candidaturas ao governo de Pernambuco e a uma das vagas ao Senado, três intensificaram suas agendas de pré-campanha ao mesmo tempo em que diminuíram suas frequências nas casas legislativas nos últimos 30 dias. O deputado federal Silvio Costa, que deve concorrer a uma vaga no Senado pelo Avante, foi o mais faltoso entre os pré-candidatos, segundo as informações levantadas pelo jornal O Estado de S. Paulono site da Câmara. O parlamentar se ausentou da Casa sem apresentar justificativa por seis dias, faltando a 13 das 20 sessões ordinárias e extraordinárias que ocorreram no período. O afastamento de Costa do parlamento coincide com o aumento de visitas que o político fez a cidades do interior pernambucano. Em junho, apresentando-se como o "senador de Lula" ainda em uma pré-candidatura avulsa, Costa esteve com prefeitos e ex-prefeitos em quase 60 cidades, segundo os cálculos do próprio deputado. "Os deveres do deputado não são apenas legislar e fiscalizar o poder Executivo. Tem também que dialogar com as cidades. É o que a maioria faz nos finais de semana, mas, por ser nordestino, e junho é um mês festivo para a região, aproveitei esse grande movimento cultural para percorrer quase 60 municípios onde tenho eleitores", afirmou à reportagem. Costa argumentou ainda que, nos dias em que se ausentou, só houve votação de "requerimentos e medidas provisórias de pouca relevância" na Câmara. "Ano eleitoral é um ano atípico mesmo para a Câmara. A partir de agosto, por exemplo, as votações devem ocorrer durante 15 dias para que nos outros 15 estejamos liberados para a campanha. Pragmaticamente é difícil conciliar as duas agendas." Desde o dia 19, Costa compõe a chapa encabeçada pela vereadora do Recife Marília Arraes (PT), que tenta convencer seu partido a lançar candidatura própria ao governo de Pernambuco. De acordo com dados do portal da Câmara Municipal do Recife, nos últimos 30 dias Marília compareceu a três das nove sessões plenárias. Do total de faltas, apenas duas foram justificadas. Nos dias em que esteve fora da Câmara, a petista cumpriu uma agenda extensa de viagens ao interior do Estado, onde participou de reuniões de movimentos sociais, câmaras de vereadores, festas juninas e entrevistas a programas de rádio. Só entre os dias 20 e 24 deste mês, Marília esteve em pelo menos dez cidades do sertão pernambucano, como Santa Filomena, Ouricuri e Petrolina. Foi durante esses 30 dias também que a petista divulgou o nome do advogado Cláudio Ferreira como coordenador do programa de seu eventual governo, e convocou a imprensa para anunciar Silvio Costa como pré-candidato ao Senado em sua chapa. Todos os eventos foram compartilhados em imagens e vídeos nas redes sociais da parlamentar. Marília disse, por meio de sua assessoria, que é natural a intensificação da pré-campanha neste momento, o que impõe a ampliação de agendas, mas que isso não significa priorizar a pré-candidatura em detrimento da sua atividade como parlamentar. Ela argumentou ainda que, considerando todo o ano legislativo até aqui, esteve presente em 70% das sessões ordinárias e reuniões solenes. "Sempre que possível, todos os esforços são feitos para que a maior parte das atividades de pré-campanha sejam concentradas em dias em que não haja atividades legislativas", informou a nota. A vereadora disse também que seus atos de pré-campanha são justamente em respeito aos seus eleitores que "são os maiores incentivadores" da ampliação do seu espaço na política estadual Em outro bloco da Câmara, o deputado federal e pré-candidato ao Senado pelo DEM, Mendonça Filho, trocou três sessões extraordinárias por uma visita à Câmara de Vereadores do Recife e pelo ato de adesão do PSC à sua chapa, encabeçada pelo senador e pré-candidato ao governo de Pernambuco, Armando Monteiro Neto (PTB). Os eventos ocorreram nos últimos dias 25 e 26, respectivamente. Por meio de nota, Mendonça Filho informou que na semana "entre o São João e o São Pedro o deputado não foi para Brasília porque os parlamentares das bancadas do Nordeste foram liberados da presença, como é tradição na Casa." As ausências, de acordo com o texto, não comprometem o seu histórico de desempenho.
Em pré-campanha, parlamentares de PE diminuem frequência nas casas legislativas
0 notes
Text
TRF-4 nega recursos de Marisa Letícia e José Dirceu. Ele pode ser preso novamente, ela não será inocentada sumariamente
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou, no dia de hoje, dois recursos da defesa de célebres petistas: o condenado e ex-presidiário José Dirceu e a falecida esposa de Luis Inácio Lula da Silva, Marisa Letícia.
A defesa de Dirceu havia apresentado embargos de declaração, numa tentativa de reverter a decisão de 2ª instância que, pelo atual entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), basta para início da execução da pena. Nesse processo, José Dirceu foi condenado a 30 anos e 10 meses de prisão em acórdão publicado no dia 29 de setembro de 2017. A única revisão do Tribunal foi quanto à quantidade de dias-multa, que baixou de 540 para 448. Como o valor do dia multa pode variar entre 1/30 a até 5 vezes o salário mínimo, a multa a Dirceu pode chegar a R$ 2,09 milhões. Nos últimos meses José Dirceu foi flagrado dançando em bares e festas de alto luxo em Brasília.
Quanto a Marisa Letícia, seus advogados pediam que fosse declarada sumariamente inocente após sua morte. Os juízes entenderam ser inaplicável qualquer juízo quanto à culpabilidade dela uma vez que seus processos se extinguiram automaticamente.
TRF-4 nega recursos de Marisa Letícia e José Dirceu. Ele pode ser preso novamente, ela não será inocentada sumariamente was originally published on Reaçonaria
0 notes
Text
#JornalDaJoice – TEMER DISPENSA FORÇAS ARMADAS, UM GRANDE ERRO
#JornalDaJoice – TEMER DISPENSA FORÇAS ARMADAS, UM GRANDE ERRO
#JornalDaJoice – TEMER DISPENSA FORÇAS ARMADAS, UM GRANDE ERRO
Depois de muita pressão da oposição e de setores da imprensa, Michel Temer cedeu e revogou decreto que convocava Forças Armadas para manter ordem em Brasília. Presidente erra ao voltar atrás. Petistas e sindicatos fazem festa. Entenda comigo, Joice Hasselmann. ►►► INSCREVA-SE NO CANAL: https://goo.gl/2pzbjm TWITTER: https://goo.gl/C9K…
View On WordPress
0 notes
Text
8 a 11 de fevereiro
8 de fevereiro
Um juiz sustou a nomeação de Moreira Franco ao cargo de Ministro. Ficou na garganta a desnomeação de Lula em 2016 e o auê que se fez ao redor do fato. Gilmar Mendes então afirmou que seria o mesmo que nomear um prisioneiro da Papuda. Disse em sessão que era uma barbárie admitir uma nomeação assim, e todo mundo tomou as gravações ilegais (que nada provavam) como evidência de obstrução de justiça. As forças do golpe mobilizaram suas bases, e o governador estadual fechou toda a Paulista para os coxinhas, que vieram acorrer encorajados pela Globo. Se não me engano, foi nessa noite que surgiu o acampamento da FIESP que durou meses. Hoje, nem um ai, nem uma panela, nem um grito indignado. Como disse Juca Kfouri, “aveludaram-se as panelas”.
Moro marcou audiência com Lula no dia da missa de sétimo dia de Marisa. Ontem vi Arnaldo Azevedo xingando muito quem postava mensagem de ódio contra Marisa. Poucas semanas atrás ele lamentava que a demonização de Lula tenha levado à elevação de seus índices de popularidade. Então não dá para saber se é um respeito genuíno (e muito hipócrita) ou apenas um aviso tático.
Cunha envolveu Temer na corrupção em seus depoimentos. Gilmar já pediu que as prisões preventivas sejam desescaladas. O mesmo Reinaldo Azevedo desacreditou a necessidade de manter Cunha preso. O Congresso tenta tirar poder do TSE de cassar partidos. A nomeação de Moraes para ao STF repercute mal na imprensa de oposição, mas os jornalões que já pediram sua renúncia hoje se calam e avalizam a indicação. Há um abaixo-assinado que chega a mais de 100 mil assinaturas, lançado pelo centro Acadêmico XI de Agosto, contra a condução de Moraes ao STF. Para os blogs petistas, há um claro movimento de abafar a Lava Jato tal como ela está.
Vi hoje uns vídeos no youtube afirmando que Marisa está viva e teria fugido do Brasil. Há análises de fotos do caixão “provando” que trata-se de uma sósia ou de um manequim. Villa frisou em áudio que o exército foi ovacionado no Espírito Santo, como um aviso a ministro Jungmann. Tem muito vídeo de policiais e direitistas falando contra a imprensa vendida e chamando um levante nacional.
Vi agora que a polícia civil invadiu a Câmara dos Deputados em Brasília contra a PEC da Previdência: uns 170 manifestantes, contados do vídeo, cantando “Se a PEC passar, a polícia vai parar!”. Piro com cenários que articulam um levante prisional geral e as greves das polícias.
Intuí agora que a continuação ou fechamento da Lava Jato necessita da prisão de Lula. Cunha ser solto e tucanos e Temer se safar seria inaceitável sem Lula pelo menos inabilitado, e no auê se safam todos. Se o Judiciário ganha e consegue indiciar Aécio, Temer, Cunha, Serra e Alckmin, nenhuma prisão destes será possível sem a contrapartida na prisão de Lula. Mas o processo contra o ex-presidente, o do triplex, vai mal. Nenhuma das 27 testemunhas de acusação implicou Lula, inclusive aquelas cujas delações vazadas afirmavam o contrário. FHC, testemunha da defesa, inocentou Lula de recebimento de favores na gerência de seu acervo presidencial e do recebimento de propina na forma de reformas no triplex do Guarujá.
9 de fevereiro
Um editorial do Estadão quer por fim aos abusos da Lava Jato, estranhando que aqueles que deveriam ter levantado a voz contra os excessos não o fizeram. Continua dizendo que a operação é boa e necessária, mas que as tiranias nascem assim. Criticou as 10 medidas contra a corrupção e o Dallagnol pessoalmente. Diz que nem todas as doações empresariais devem ser consideradas propina.
Essa guinada é incrível e só pode ser a operação Abafa Jato. Acho que parte do golpe decidiu manter Temer, que está passando as reformas, e terminar ou pelo menos controlar a Lava Jato. O editorial critica o Judiciário como um todo e defende o Congresso. Esse reposicionamento de elites contra os procuradores e juízes pode radicalizar o judiciário. Imagino agora que se acenda o embate final entre Direita x Extrema Direita. Cunha ataca Moro em artigo publicado pela Folha e parece jogar o tudo ou nada para sair da cadeia: ou me soltam ou ponho o governo abaixo. Outros comentaristas que operaram o golpe estão a desacreditar o governo (incluindo o Noblat, que sublinhou a beleza e elegância do Temer no passado recente. A validação de Temer na época do impeachment incluiu a infame coletiva do presidente Golpisto a repórteres selecionados do PIG). Janot, por sua vez, inicia investigação da obstrução de Justiça contra Jucá, Machado e Sarney, meses depois da divulgação dos áudios, onde o golpe e o fim da Lava Jato (e até o assassinato de Teori) estão desenhados.
Tanto o artigo de Cunha quanto o editorial do Estadão contém defesas da legalidade e do devido processo legal que poderiam ter saído da defesa de Lula.
Mônica Bérgamo dá que o Vem Pra Rua está indignado com a corrupção do governo Temer e discute chamar protestos. Vai ver muito interessante ver como as pautas serão formuladas e as divisões e rachas desse campo. Quero ver ele e o MBL e ROL resolverem suas contradições em público.
PHA traz a notícia que a sede da Rede Gazeta, afiliada da TV Globo, na Ilha de Monte Belo, em Vitória, foi atingida por quatro tiros durante a madrugada. Também o mesmo site noticia:
“Vendo kit contra a corrupção: Camisa da CBF, pato inflável, máscara do japonês da PF, uma colher de madeira e uma panela pra bater a massa de coxinhas idiotas que foram pra Paulista dizer que eram milhões de Cunhas, que agora apoiam Temer, e que agora estão decepcionados!
Obs: As vendas estão fracas! Preço: 1,99"
Uma juíza sustou a nomeação de Moreira Franco. Efeito sanfona.
Em Vitória, o presidente de sindicato dos Rodoviários, que trabalhava de cobrador, foi morto a tiros. O Rio de Janeiro também está tenso com protestos e com a batalha jurídica envolvendo o governador Pezão. O TRE ordenou novas eleições no estado, mas o governador recorreu. Parece que no Rio o movimento social está mais próximo das lutas de resistência. No ES eu não sei e temo a formação da frente fim-do-mundo: policiais e procuradores e evangélicos
Saí na estação São Bento do metrô e encontrei JdeA, que é professor. Bebemos uma e outra no Centro Velho e conversamos sobre o Brasil atual. Falamos um monte de tudo, mas retive alguns pontos, que escrevi horas depois: o Brasil está de novo na periferia, e as lutas principais estarão em outros palcos (e torcer para que a bola não caia no nosso campo). Trump é o herói, o indivíduo ideal de Ayn Rand. A Alemanha está a repatriar sua reserva de ouro, que estava nos EUA. Isso só pode significar que se prepara para a guerra. O investidor Soros faz o mesmo, e também a China. As tradições cooperativas da Itália do pós-guerra organizadas pelo Partido Comunista redundaram em ganhos de nível de vida ainda atuantes no país hoje. A esquerda precisa de projeto econômico para o país. Defender o público é a resistência possível no contexto atual. O capitalismo parece evoluir para um estado automatizado pós-trabalho onde o pobre nem é trabalhador nem consumidor, isto é, o pobre é totalmente dispensável e deve ser exterminado. Amigos coxinhas de JdeA afirmam que a nomeação de Moraes para o STF foi a gota d’água e que estão a se rebelar. Lembramos que nós avisamos sobre o caráter real da Lava Jato, avisamos muito. E coxinha não acreditou, e também parte da esquerda que surfou suposto “caráter republicano” da operação. Avisamos, avisamos, avisamos, avisamos... Teve quem ficou em casa trolando petista e teve quem saiu na rua e resistiu.
Andei até a Sé, tomei o metrô e fui para casa.
10 de fevereiro
Repercutem as reações contra a nomeação de Moraes. A imprensa de esquerda fica bombando o episódio da “sabatina informal” no Love Boat como o fim da picada. A notícia no Estadão impresso do mesmo fato foi anódina. O plágio de Moraes teria sido reportado pelos Jornalistas Livres antes da Folha, que não informou a origem.
O clima está super tenso e é difícil analisar. Acho ainda que tem um embate geral do Judiciário+Polícias+Evangélicos contra Executivo+Legislativo. Janot/Moro/Dallagnol lutando contra o abafamento da Lava Jato urdido por Temer/Moraes/Maia/PIG. Tem gente dizendo que o caos é só um pretexto para intervenção militar.
Recordo-me quando da não-nomeação de Lula, quando os coxinha tomaram a Paulista. A PF tinha ameaçado renúncias em massa contra uma substituição de sua chefia pelo ministro da justiça que não fosse orgânica. Temi nesse dia que contingentes da PF se demitissem, pegassem armas e viaturas e fossem à Paulista, onde seriam recebidos em festa.
Imagino agora um chamado geral de levante contra os executivos estaduais e a corrupção dos legislativos, onde coxinhas vão às portas dos batalhões formar milícias pró-Moro. O exército será o fiel da balança: poderá reprimir os grevistas ou poderá se juntar a eles.
O MBL invadiu um gabinete de uma vereadora do PT de São Paulo com celulares e agressões, pois lá estava em reunião particular o Lindbergh Farias. Depois, o MBL chamou a GCM para averiguar uma “ocorrência” no dito gabinete.
11 de fevereiro
Mistura do previsível e do imprevisível. O script dos fatos de hoje foi anunciado pelo Jucá nos famosos áudios vazados.
Festa da M: muito legal, super recepção e muitos amigos. Vário são da área jurídica e falamos muito do Moraes, do Dória e das coisas.
0 notes
Text
Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José Dirceu
O ex-deputado federal e principal estrategista do PT afirmou que o partido perdeu o contato com o povo e, hoje em dia, os evangélicos estão ocupando esse espaço de diálogo. As declarações de José Dirceu aconteceram durante a festa de 39 anos da legenda, em Brasília. A festa, organizada no Sindicato dos Bancários, abriu espaço […] Evangélicos estão mais próximos do povo que nós, diz petista José Dirceu publicado primeiro em https://noticias.gospelmais.com.br
Este conteúdo foi publicado em: http://bit.ly/2FaZ87S
0 notes
Text
VÍDEO: Condenado na Lava Jato, José Dirceu é visto em festa da mulher
O aniversário da mulher do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil – Governo Lula), em Brasília, teve animação e muito samba no pé. Durante a festa, o petista, condenado na operação Lava Jato, dançou ao lado da mulher, rodeado de amigos e encontrou o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT), condenado no Mensalão e anistiado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde maio, quando foi colocado em liberdade pela Corte máxima, Dirceu cumpre medidas cautelares impostas pelo juiz federal Sérgio Moro. Uma delas, o uso de tornozeleira eletrônica.
José Dirceu foi sentenciado pelo magistrado em duas ações penais da Lava Jato. Em uma delas a 20 anos e 10 meses de prisão por corrupção, lavagem e de pertinência a organização criminosa. Esta condenação já foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) – corte de apelação dos casos da Lava Jato, no Paraná -, que elevou a pena para 30 anos e nove meses de prisão.
Em outro processo, o petista pegou 11 anos e 3 meses de prisão. Neste, Dirceu foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro por R$ 2,1 milhões em propinas para favorecer a contratação da empresa Apolo Tubulars pela Petrobrás por meio da diretoria de Serviços, cota do PT no esquema de corrupção da estatal, entre 2009 e 2012.
Defesa
O advogado Roberto Podval informou que o ex-ministro José Dirceu estava no aniversário da mulher. “Ele está em liberdade e tem o direito de comemorar.”
Medidas Cautelares
Em maio deste ano, quando foi colocado em liberdade após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), José Dirceu teve algumas medidas cautelares aplicadas pelo juiz Sérgio Moro. Veja quais foram:
- monitoramento por tornozeleira eletrônica
- proibição de deixar a cidade de seu domicílio, atualmente em Brasília
- proibição de se comunicar, por qualquer meio ou por interpostas pessoas, com os coacusados ou testemunhas dos processos em que Dirceu foi condenado
- comparecimento a todos os atos do processo e atendimento às intimações, por telefone, salvo se dispensado pelo Juízo
- proibição de deixar o país e entregar o passaporte.
VÍDEO: Condenado na Lava Jato, José Dirceu é visto em festa da mulher
0 notes
Text
A trajetória de um ‘bon vivant’
A festa de inauguração de uma concessionária de motos uberabense, em 1984, foi um sucesso. Entre artistas locais e personalidades da região, estavam presentes, ali, os recém-namorados Ricardo Saud, dono da revendedora, e Suzana Maria Rodrigues da Cunha. Ele, de família humilde, pai lanterninha e mãe dona de casa, e ela, filha do respeitado médico e principal liderança política de Uberaba na época, o doutor João Gilberto Rodrigues da Cunha. Não demorou que se casassem, pouco tempo depois da festa, mas o que renderia uma história digna de um romance clichê acabou servindo como roteiro para o envolvimento de Saud no esquema de pagamento de propinas a políticos através da empresa J&F.
Bem apessoado, de boa fala e bajulador, Ricardo Saud, hoje com 55 anos, tinha facilidade na hora de se enturmar com os poderosos do Triângulo Mineiro. Com a ajuda do sogro, dono de hospitais e clínicas privadas na cidade, o empresário conseguiu o título de cônsul do Paraguai em Uberaba. A história é inusitada: o sogro de Saud, João Gilberto Rodrigues da Cunha, era, além de médico, empresário no ramo agropecuário. O sucesso no setor lhe rendeu amizade valorosa com o então ditador do Paraguai, Alfredo Stroessner, entusiasta de zebus e proprietário de terras na região. Daí para o título de cônsul para o genro foi um pulo.
“Ele sempre teve essa facilidade de dizer o que a outra pessoa quer ouvir. Rendia um papo bom, você se tornava amigo rápido. Para agradar, era impecável”, conta um político uberabense que, hoje, se declara ex-aliado de Saud. “Quando era cônsul, fazia promessas absurdas a todos. Que ia trazer produtos baratos, ia arranjar emprego no Paraguai para familiares da pessoa. Ele sempre foi assim”, completa.
Não demorou para, dali, iniciar ele próprio uma carreira na política. Começou com um convite do ex-prefeito de Uberaba Wagner do Nascimento. Atuando no gabinete como assessor de Nascimento, Ricardo Saud auxiliava no relacionamento do Executivo com a Câmara Municipal e empresários da região.
Entre um contato e outro, se tornou íntimo de Marcelo Palmério, dono de empresas de mineração e reflorestamento, além de reitor da Universidade de Uberaba (Uniube). “Aos poucos ele se tornou o homem de confiança do Palmério, que na época já era uma liderança forte por ser rico e sempre financiar políticos. Então, o ‘Ricardinho’, como o chamávamos, cresceu como nunca, com a influência do Palmério”, conta um parlamentar oriundo do Triângulo. “Uberaba é terra de donos”, conclui o político.
Nomeado diretor da Uniube, Saud passou a ser mais poderoso do que nunca. Por indicação de Palmério, foi levado por Raul Belém para atuar no governo estadual de Itamar Franco. Seus inimigos o acusam de ter falsificado um diploma de graduação para assumir o cargo. Saud se formou no ensino superior apenas em 2007, quando concluiu um curso de administração agrária na Uniube.
Segundo Henrique Hargreaves, ex-braço direito de Itamar, quando Saud foi chefe de gabinete de Belém, não era exigido nenhum tipo de graduação para o cargo. “O chefe de gabinete era indicado pelo secretário e o salário era por cargo. Todos que exerciam esse papel recebiam o mesmo salário”, explica Hargreaves.
Depois do governo Itamar, Saud retornou, em 2001, à Uberaba para chefiar e coordenar a campanha de Anderson Adauto à prefeitura. Vitorioso nas urnas, Saud se tornou secretário de Desenvolvimento Econômico. O cargo lhe propiciava o que fazia de melhor: se relacionar com empresários e políticos poderosos.
Aos poucos, Saud se construía politicamente. Controlando vereadores e indicando doações eleitorais, acabou colocado como presidente do PP municipal de Uberaba. O poder político lhe subiu tão alto que, em 2008, às vésperas da eleição municipal, rompeu com o antigo aliado Anderson Adauto. “Ele queria ter mais participação na prefeitura, inclusive tentou ensaiar uma candidatura própria, mas logo foi descartado. Ele sempre se mostrou ambicioso”, conta um político da região.
Após o rompimento, Saud se aliou e coordenou a campanha do tucano Fahim Sawan. Perdeu para o ex-chefe Adauto no primeiro turno. Mas, das relações feitas na secretaria municipal, surgiu nova oportunidade no mundo privado: uma sociedade no agronegócio com a empresa Ourofino, especializada em fertilizantes.
Com ligações importantes no ramo, não demorou para Saud voltar a se destacar. Mantinha boa relação com a bancada ruralista do Congresso e, em especial, com o então presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi.
Casório
Visto. Saud se casou novamente, em maio deste ano, com a paulista Eloá Jacinto. O casamento foi “acelerado” pelo empresário com o intuito de facilitar a obtenção de um visto de entrada nos Estados Unidos.
Operação Patmos foi o começo do fim
Ricardo Saud foi preso pela primeira vez no dia 18 de maio deste ano, durante deflagração da operação Patmos, da Polícia Federal. Ele foi flagrado pela corporação se encontrando com assessores políticos para entregar repasses de propina do grupo J&F.
Depois de um mês preso, foi enviado à prisão domiciliar até a semana retrasada, quando novas gravações envolvendo ele e Joesley Batista, proprietário da J&F, foram entregues à Procuradoria Geral da República (PGR).
Atualmente, está preso por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele é suspeito, junto a Joesley Batista, de ter mentido e omitido informações no acordo de delação premiada firmado por ambos com a PGR, que já pediu a rescisão do compromisso.
Inicialmente, a prisão era temporária, mas, na última quinta-feira, a pedido da PGR, Fachin autorizou a conversão da prisão para preventiva por tempo indeterminado.
Pagamento irregular custou cargo na diretoria da Casemg
Em 1999, quando ocupava cargo de Diretor Operacional da Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais (Casemg) – por influência do reitor da Universidade de Uberaba (Uniube) Marcelo Palmério –, Ricardo Saud acabou se envolvendo em sua primeira polêmica no mundo público.
Ele, junto a toda a diretoria da estatal mineira, foi demitido por conta de pagamentos irregulares antecipados a funcionários do órgão. Uma espécie de 14º salário estava sendo pago a quase 300 funcionários da empresa.
A denúncia custou não apenas o emprego de Saud na companhia, como também complicou as relações entre o então governador Itamar Franco e o secretário de Estado de Agricultura, Raul Belém, outro nome vinculado a Palmério.
Ramificações
Família. A irmã de Ricardo Saud, Vanessa, ocupava cargo na Prefeitura de Uberaba até outubro de 2016, quando foi exonerada. Hoje, ela é presidente do PRB de Uberaba e atua, desde janeiro, como assessora do vereador Alan Carlos (PEN). A reportagem tentou contato com Vanessa no PRB mas, no telefone que consta no site do partido, a pessoa que atendeu disse que não se tratava da agremiação política.
Vitória petista foi salto na carreira
A vitória de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República em 2010 foi a turbinada final na carreira do “bon vivant” uberabense. Com Wagner Rossi nomeado ministro da Agricultura, Saud foi alçado aos posto de um dos mais próximos assessores do chefe da pasta. Influente e recheado de contatos, se tornou o alvo número um de lobistas do setor agropecuário.
Nestas investidas, ainda durante a campanha de Dilma, conheceu o empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F e um dos “campeões nacionais” do governo petista. Saud, logo após a vitória do PT nas urnas, foi convidado a integrar a J&F para, mais uma vez, fazer o que sabe: se relacionar e convencer.
Em 2012, após costurar aliança junto ao atual vice-governador Antônio Andrade (PMDB), Saud retornou a Uberaba para participar da coordenação de campanha de Paulo Piau (PMDB), vitorioso nas urnas e atual prefeito.
Piau e Saud, no entanto, romperam no ano passado. O motivo da separação política foi um suposto atraso em repasses da administração municipal a aliados de Saud. Apesar disso, Piau manteve indicados por Saud em seu secretariado. Piau foi procurado pela reportagem na sexta-feira. Ele não atendeu as ligações para seu celular nem foi encontrado na prefeitura.
A trajetória de um ‘bon vivant’
0 notes
Text
Lula é condenado, escapa da prisão provisória e tem futuro indefinido
“Nunca na história deste país...”. Com essa frase o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva recheava seus discursos durante os tempos em que esteve no poder (de 2003 a 2010), avaliado em constantes pesquisas como o melhor governante que o país já teve. Quarta (12), o petista entrou para a história em um contexto bem diverso do que apregoava em seus melhores dias. Ao ser sentenciado a nove anos e seis meses de prisão pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula tornou-se o primeiro presidente eleito por voto popular, desde o fim da ditadura, a ser condenado criminalmente. Não é o fim da linha para o petista, mas também não encerra suas contas a acertar com o Poder Judiciário no Brasil. Se por um lado a sentença de primeira instância não possui nenhum efeito jurídico prático imediato – sobretudo pelo fato de que Moro optou por não determinar a prisão imediata do petista –, Lula sabe que o pior ainda está por vir, em quatro ações penais já abertas, uma denúncia ainda não recebida e quatro inquéritos (investigações preliminares) conduzidos em diversas partes do país. A condenação desta quarta-feira diz respeito ao recebimento de vantagens em um triplex no Guarujá em troca de benefícios à empreiteira OAS, no gigantesco escândalo de corrupção na Petrobras. Moro considerou que Lula recebeu mais de R$ 2,2 milhões em propina. No cômputo estão tanto a diferença entre o valor pago pelo apartamento à Bancoop – antiga proprietária do empreendimento – e o preço do triplex quanto o custo das reformas no imóvel. Lula foi absolvido da acusação de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial numa transportadora paga pela OAS. A defesa, que sustenta não haver provas contra o ex-presidente, reagiu dizendo que a sentença “envergonha o Brasil”. Naturalmente, anunciou que recorrerá da decisão, e foi ao ataque contra Sergio Moro. O juiz, por sua vez, foi duro com o presidente ao condená-lo. Apontou o que considerou uma “culpabilidade extrema” de Lula e reclamou da postura adotada pela defesa e pelo próprio presidente no curso do processo. Para Moro, Lula tentou obstruir a Justiça, ao fazer ameaças em discursos e processar procuradores e delegados que o investigavam. Apesar disso, o juiz avaliou que, para evitar os traumas do encarceramento de um ex-presidente, eventual prisão deve aguardar o pronunciamento da segunda instância. Caberá a três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decidir o futuro do ex-presidente e de outros dois condenados. Os magistrados vão julgar a apelação do petista, podendo absolver Lula, confirmar a sentença de Moro – que inclui também o afastamento das funções públicas por 19 anos, o sequestro do triplex e o pagamento de uma multa de R$ 669,7 mil – ou até ampliar a punição aplicada. O TRF-4 também poderá determinar a prisão do ex-presidente, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) passou a autorizar a detenção para o cumprimento de pena após a decisão de segunda instância. Ainda que não prenda Lula, em julgamento sem data para ocorrer, o tribunal com sede em Porto Alegre pode sepultar a carreira política do ex-presidente. Uma condenação em segunda instância, se ocorrer antes da disputa presidencial de 2018, tiraria Lula do páreo. Diz a Lei da Ficha Limpa que não podem concorrer os candidatos já condenados criminalmente por decisão colegiada. Mesmo que o futuro do ex-presidente precise ser escrito em novos capítulos de sessões do Judiciário, seu revés, evidentemente, tornou-se o assunto mais comentado no meio político desde que a sentença foi tornada pública. Aliados e adversários fizeram prognósticos, festejaram ou praguejaram contra o juiz Sergio Moro e populares foram para as ruas em manifestações contra e a favor do petista em repercussões que tomaram o mundo. No Palácio do Planalto, reservadamente, houve comemorações pelo alívio momentâneo ao presidente Michel Temer, massacrado por más notícias desde que foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR). No entanto, a festa foi contida pela conclusão de que a porteira foi aberta para um acirramento do cerco à classe política em geral. Brasília voltou a tremer.
A Sentença
Condenados: Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente - nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS - dez anos e oito meses de prisão por corrupção e lavagem
Agenor F. M. Medeiros, ex-executivo da OAS seis anos de prisão por corrupção.
Absolvidos: Paulo Gordilho, arquiteto da OAS
Paulo Okamotto, pres. do Instituto Lula Fábio Hori Yonamine, ex-presidente da OAS.
Roberto Moreira Ferreira, ligado à OAS.
Lula é condenado, escapa da prisão provisória e tem futuro indefinido
0 notes
Text
Moro marca novo depoimento
BRASÍLIA. O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato na primeira instância, marcou, na manhã dessa terça-feira (6), novos depoimentos do empresário Emílio Odebrecht e do ex-executivo da empreiteira Alexandrino Alencar. A audiência, na qual as defesas poderão fazer questionamentos adicionais, ficou marcada para a próxima segunda-feira.
As novas audiências foram uma recomendação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O desembargador Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF4 acolheu pedido em habeas corpus dos advogados de Lula, que alegaram cerceamento de defesa porque a Procuradoria da República juntou documentos aos autos do processo pouco antes da audiência, na última segunda-feira.
Entre os documentos foram anexados vídeos com as delações do patriarca da Odebrecht e de Alexandrino. A defesa de Lula alegou que não teve tempo para examinar as mídias.
O habeas corpus, subscrito pelo criminalista Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, chegou ao TRF4 às 13h22. A audiência com os delatores começou as 14hs. O desembargador Gebran decidiu depois que os depoimentos deles já tinham sido tomados por Moro.
Nesta ação penal, o Ministério Público Federal (MPF) acusa o ex-presidente de receber como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo, em São Paulo.
Gebran Neto não viu nulidade no ato de Moro, mas destacou a necessidade de “se oportunizar o exercício pleno da ampla defesa e do contraditório, mormente no caso presente, no qual a complexidade da investigação justifica a cautela a ser tomada na colheita da prova”.
“Com efeito, eventual prejuízo à defesa que venha a ser constatado em momento posterior acabará por causar maiores transtornos e maior demora no trâmite do processo”, advertiu Gebran Neto.
“Nessa linha, tratando-se de prova juntada pela acusação às vésperas da audiência de inquirição das testemunhas, e considerando que as partes foram intimadas na audiência realizada hoje, 5 de junho de 2017, no período da manhã, penso que a melhor solução é a repetição do ato após as defesas tomarem ciência do conteúdo integral das mídias anexadas”, decidiu o desembargador.
Sergio Moro, por sua vez, informou nessa terça-feira (6) ao desembargador Gebran Neto que a defesa de Lula acessou os dados antes da audiência em que Emílio Odebrecht e Alexandrino Alencar foram ouvidos como testemunhas arroladas pela acusação ao petista em ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro.
Em petição encaminhada ao desembargador, Moro assinala que nos dias 31 de maio e 1º de junho, “por diversas vezes, o advogado Cristiano Zanin Martins acessou o processo e ainda especificamente os depoimentos extrajudiciais de Alexandrino Alencar e de Emílio Odebrecht”.
Conta na Rússia
Sigilo. A quebra de sigilo fiscal e bancário do advogado José Cláudio Marques Barboza Júnior, que defende o operador de propinas do PMDB João Augusto Henriques na Lava Jato, encontrou US$ 4,26 milhões em conta mantida no Banco Sberbank Moscow, na Rússia. O valor foi repassado ao advogado pela conta da offshore Acona International, de João Henriques.
Propina. O raio X na conta do advogado do lobista identificou três depósitos originados na conta Acona, em 2014: US$ 2,7 milhões em 22 de agosto, e outros dois, um de US$ 800 mil e outro de US$ 760 mil, em 29 do mesmo mês.
Núcleo duro de Cabral
Mais um ex-secretário é citado
SÃO PAULO. Apontado como o “carregador de malas” da quadrilha de Sérgio Cabral, Luiz Carlos Bezerra citou em depoimento mais um ex-secretário estadual do Rio, membro do núcleo mais próximo do ex-governador. Ele disse ter levado dinheiro vivo para o advogado Régis Fichtner, chefe da Casa Civil em toda a gestão do peemedebista. De acordo com o relato, ele fez quatro entregas de R$ 100 mil ao ex-secretário no Palácio Guanabara e em seu escritório de advocacia.
Fichtner é um dos secretários presentes à festa que ficou conhecida como “farra dos guardanapos”. É a primeira vez que o nome dele é citado nas investigações.
O advogado é identificado, segundo o depoimento, com os apelidos “Alemão” e “Gaúcho” nos bilhetes e cadernos apreendidos na casa de Bezerra. As anotações funcionavam como uma contabilidade do operador de Cabral para controlar o recolhimento e a entrega de dinheiro feitos a mando do ex-governador.
Sem ter ainda firmado uma delação premiada, Bezerra vem auxiliando os investigadores a desvendar a quem se referem os inúmeros apelidos de sua “contabilidade paralela”.
A identificação de Fichtner envolve mais uma vez o “núcleo duro” da gestão Cabral, formado também por Wilson Carlos, ex-secretário de Governo, e o ex-secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, outro participante da “farra dos guardanapos”. Ambos estão presos.
Resposta
Leviana. Em nota, a defesa de Régis Fichtner afirmou que a acusação é “leviana e inverídica” e que ele “nunca recebeu qualquer vantagem financeira indevida de quem quer que seja”.
Moro marca novo depoimento
0 notes
Text
As ligações de ‘Ivan, o terrível’
Sem saber o motivo, Ana Maria Rocha saiu de sua casa, no bairro Belvedere, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, rumo à sede da Polícia Federal para prestar um depoimento. Era outubro do ano passado. Diante dos investigadores, ela descobriu que o imóvel de que é proprietária e mora atualmente, na rua José Maria Alkimin, 23, abrigou desde 2010, por um período de cerca de um ano, quando estava alugado, um estratégico QG político-eleitoral, agora alvo de investigação da Polícia Federal.
O inquilino da mansão no período investigado pela PF era Ivan Guimarães, ex-presidente do Banco Popular, e contratado na ocasião para ser o responsável por arrecadar recursos e abastecer o caixa da chapa formada por Hélio Costa (PMDB) e Patrus Ananias (PT) ao governo de Minas. Em razão de sua atuação na campanha mineira, Guimarães hoje é citado em um dos inquéritos da operação Lava Jato.
Uma possível doação ilegal para a campanha do PMDB está sendo investigada pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. A petição foi enviada, há cerca de um ano, aos cuidados do juiz Sergio Moro pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. A reportagem procurou a Justiça de Curitiba, o Ministério Público e a Polícia Federal, mas não obteve esclarecimentos sobre a ação.
Delatado
O nome de Ivan Guimarães foi citado na delação do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessôa, preso em 14 de novembro de 2014, na sétima fase da operação. Em depoimento aos procuradores do Ministério Público Federal, Pessoa afirmou ter acertado com Guimarães a doação de R$ 500 mil para a campanha de Hélio Costa e Patrus. De acordo com a colaboração, Guimarães solicitou receber parte do pagamento em espécie, na sede da UTC, em São Paulo. “Esse valor é proveniente de caixa 2”, completou o empreiteiro. Não é detalhado na delação de Pessôa como o restante da verba foi repassado ao tesoureiro.
Uma coincidência relacionada ao caso intriga os investigadores. Em 2010, outro delator da Lava Jato, o ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, condenado a 11 anos de prisão por Sergio Moro, afirmou à Justiça ter entregado R$ 1 milhão para caixa 2 de campanha política a mando do doleiro Alberto Youssef, em 2010. Careca descreveu um imóvel no Belvedere, com características similares à casa de Ana Maria, que, à época, estava alugada a Ivan Guimarães.No entanto, no interrogatório, o ex-policial disse ter repassado a verba a um homem que não sabia quem era. Após ser confrontado pelos investigadores com uma foto do hoje senador Antonio Anastasia (PSDB), à época candidato à reeleição ao governo na chapa com Alberto Pinto Coelho (PP), afirmou que o tucano era parecido com o receptor do dinheiro. O STF já arquivou a acusação por falta de provas.
Confirmação. Em seu depoimento, Ana Maria confirmou à polícia que alugou a casa a Ivan Guimarães e a sua esposa à época. Porém, ela disse desconhecer que o local funcionasse como um comitê da campanha eleitoral de Hélio Costa e Patrus Ananias. A chapa foi derrotada por Anastasia e Alberto Pinto Coelho.
“Nunca procurei saber para quem a casa era alugada ou para qual finalidade. A imobiliária tinha a procuração para fazer os contratos. Lembro de vir um dia entregar um papel aos inquilinos e ver pessoas muito bem-vestidas entrando, carros luxuosos na rua, mas nunca desconfiei de nada”, diz a dona da mansão.
Segundo vizinhos, era comum o entra e sai de políticos, como o ex-governador Newton Cardoso (PMDB) e o ex-ministro José Dirceu (PT). “Meu genro ficava de olho no movimento de políticos, reuniões e nas festas”, lembrou uma vizinha.
Multa. Ivan Guimarães e a esposa assinaram contrato de aluguel para 30 meses. No entanto, logo após a derrota de Hélio Costa em 2010, eles deixaram o imóvel e pagaram a multa devida.
Sem provas, STF arquivou denúncia contra Anastasia
Jayme Alves de Oliveira Filho, o “Careca”, além de prestar informações desencontradas aos investigadores, não soube precisar se a pessoa para quem entregou a mala de dinheiro era mesmo o senador Antonio Anastasia (PSDB). No depoimento à Justiça, apenas apontou, em uma fotografia do senador, que ele seria parecido com o destinatário.
Com a declaração de Careca, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, incluiu o tucano na primeira lista de investigados. O inquérito foi instaurado em março de 2015. Na época, Anastasia classificou a denúncia como “uma infâmia de grandes proporções, de forma cruel e covarde”. O doleiro Alberto Youssef negou ter mandado entregar dinheiro a Anastasia.
Diante disso, a Polícia Federal realizou diligências para verificar se a residência apontada por Careca como o local da entrega do dinheiro teria relação com Anastasia, mas nada foi comprovado. Após as investigações, Janot disse haver dúvidas de que essa residência seja, de fato, a descrita por Careca como o local de entrega dos recursos de propina.
Em função disso, em 3 de fevereiro de 2016, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) – morto em acidente aéreo em janeiro deste ano –, arquivou a investigação. Hoje Anastasia é alvo de outro inquérito, que apura o recebimento de vantagens ilícitas na campanha de 2010. O caso foi citado em delações de ex-executivos da Odebrecht.
‘Genérico de Delúbio’ era duro
Por trás de campanhas políticas e atuando ao lado de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, e Marcos Valério, operador do mensalão, o economista Ivan Guimarães, ao contrário dos companheiros presos por corrupção, circula livremente pelos corredores de Brasília.
“Ivan, o Terrível”, como é conhecido entre banqueiros e empresários, é comparado ao temido czar russo pelo modo truculento como agia ao pedir doações para campanhas petistas, entre elas a do ex-presidente Lula, em 2002. “(As cobranças) eram feitas com achaques e ameaças”, contou a uma fonte próxima de Ivan.
Como subtesoureiro do PT, Guimarães era uma espécie de “genérico de Delúbio” e cumpriu com maestria a missão de encher os caixas do partido, segundo a fonte. Em 2003, ganhou o cargo de assessor especial do então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb. No mesmo ano, criou o Banco Popular, um braço do BB para empréstimos à população de baixa renda. Enquanto presidente da instituição, fez negócios com a agência DNA, de Marcos Valério. Ivan Guimarães ficou conhecido nacionalmente ao depor na CPI dos Correios por gastar mais dinheiro em publicidade do que em operações de microcrédito.
Anos antes, foi secretário de Trabalho do Distrito Federal na gestão de Cristovam Buarque, entre 1995 e 1998. Foi envolvido em processos por improbidade administrativa, mas se livrou deles. Seu advogado nesses casos foi Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz. Ambos são investigados na Lava Jato. A reportagem tentou, sem sucesso, contato com Guimarães e com seu advogado, Roberto Amaral.
Destino da Mala
Trajeto: Ao descrever o caminho que fez até a casa no Belvedere, “Careca” disse em depoimento que seguiu “pela rodovia que liga o Rio de Janeiro a BH. Após passar pelo shopping que fica na entrada da cidade, existem redutores de velocidade. Você sai à direita e sobe o morro. Fica em uma colina voltada para o shopping”.
Fachada: As características da casa, no entanto, possuem um ponto divergente. “É uma casa térrea, não parece ser um sobrado para quem olha de frente. Não me lembro a cor, e na frente existe uma grade”, afirmou. A casa de Ana Maria possui dois andares. O imóvel ao lado é que aparenta ser térreo.
As ligações de ‘Ivan, o terrível’
0 notes