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#festa juizdefora blackmusic soul funk
josimarfreire · 10 years
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O projeto BANG! celebra os grooves universais e a cultura das festas realizadas com discos de vinil, apresentando ao público uma seleção que resgata o melhor do Soul, do Funky e da Música Brasileira, além de outros grooves que vão do Afro Beat ao Jazz, do RAP ao Reggae, exaltando tanto artistas icônicos quanto nomes mais obscuros, em uma pesquisa que prioriza as décadas de 60 e 70.
A BANG! baseia-se na ideia de que a difusão dessa cultura é uma ferramenta para despertar a consciência e agregar pessoas, compartilhando conhecimento e proporcionando diversão!
Este texto resume a história e a proposta do projeto BANG!, mostrando as conexões com outras empreitadas de seus idealizadores e o diálogo com demais atividades culturais de Juiz de Fora. Josimar Freire (Gramboy) e Donald estão envolvidos com a cena independente desde a época do hardcore, quando ajudavam nos shows e ações da Podrira Distro, nos idos de 2005. Mas, para caber no seu bolso, o texto começa em 2009, quando a dupla lançou sua primeira festa.
O projeto BANG! tem raízes que remetem a outras festas produzidas pela dupla Gramboy e Donald na pacata Juiz de Fora. Em 2009 e 2010, eles estiveram à frente da RITMO. ARTE.MANIFESTO!, cujo objetivo era fomentar a cena local por meio de um intercâmbio com outros artistas e coletivos, trazendo para a cidade DJs, músicos e pesquisadores que são referência no universo da música e cultura independente do país. Bangarang Sound System, Marcelinho da Lua, BNegão & Os Seletores de Frequências, Matias Maxx, Daniel Juca e Jurassic Sound System foram os nomes de peso a passar pela festa, que também se destacou pela premiere do documentário Dirty Money – Uma geração que transformou o skate no Brasil e pelo lançamento das revistas Tarja Preta e Sem Semente.
Diversos nomes locais sempre somaram ao projeto, entre eles Vinil é Arte, Silva Soul, Snup- -In e Telin, além de artistas visuais que contribuíam com instalações temáticas para cada edição. Durante esse período, os organizadores mantiveram um blog com resenhas, entrevistas, links para download e notícias relacionadas à temática do evento.
Em 2011, Gramboy e Donald se uniram à produção da festa Burnside Skate Sounds e colocaram em prática um antigo plano de levar os discos para a rua. Sediada na pista do Vitorino Braga, a Burnside agregou a temática das trilhas de vídeos de skate e demais manifestações da cultura do skateboard, como as disputas e brincadeiras durante o evento, a construção de obstáculos DIY e a exibição de vídeos - com destaque para a premiere de Singular, do coletivo Azimagi.
A Burnside teve sua última edição em 2013. A fim de iniciar uma festa fixa que permitisse aprofundar e compartilhar a pesquisa sobre a música negra, Gramboy e Donald fizeram a primeira edição da BANG! em 2014, na Praça do São Mateus, e, desde então, têm realizado festas em lugares abertos e fechados, além de continuar colaborando em outros eventos.
O projeto é inspirado pela cultura Sound System, o movimento Black Rio, as Block Parties do início do Hip Hop e toda sua evolução. Gravadoras clássicas como as americanas Stax e Motown, as jamaicanas Studio One e Trojan, as brasileiras Philips, Elenco e Odeon também são referências importantes, ao lado de influências mais obscuras de gravadoras e artistas independentes dos anos 60 e 70, filmes blaxploitation, programas como o Soul Train e a conexão de toda essa estética com a cultura do skateboard.
A partir de 2015, o projeto prosseguiu com Gramboy produzindo e convidando diferentes DJs e pesquisadores para cada edição. Entre as empreitadas nas quais a BANG! soma forças estão Mercado Aberto, Da Ponte Pra Cá, flash days do Covil, Ratos na Praça e Avalanche (RJ), em algumas como residente e em outras como convidado, além de cooperar na organização, banquinhas, limpeza, venda de cervejas e outras demandas típicas de eventos independentes.
Resistindo e evoluindo em uma cidade carente de estrutura, a BANG! avança por meio de suas próprias festas e apresentações em outros eventos, sempre buscando fazer uma seleção que proporcione uma experiência singular, decorrente de muita pesquisa, garimpos, viagens e do convívio com colecionadores, produtores e artistas comprometidos em resgatar e difundir a música negra universal.
Texto por Josimar Freire e Eduardo Bento.
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