#favor ignorar qualquer coisa errada que eu provavelmente disse sobre ballet KSJDFKJD
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withelegance · 3 months ago
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closed starter for @princesacisne ! where: em seu estúdio de dança pessoal, próximo à terpsichore.
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Independentemente de quanto tempo se passasse, dançar sempre deixaria Odile em seu estado mais vulnerável. Antes, a pressão esmagadora para permanecer no mesmo nível técnico que ela era estabelecida pelo pai, já que aquela garantia era parte essencial de seu complexo plano maligno. Hoje, era estabelecida por algo mais abstrato, completamente intangível – ou assim a bailarina se convencia quando sua mente clamava por uma explicação. Talvez ainda precisasse que tivessem aquilo em comum, talvez fizesse com que sentisse como se fossem próximas por algumas horas, embora estivessem, emocional e fisicamente, a vários quilômetros de distância uma da outra. Não havia nenhuma apresentação planejada para o futuro próximo, mas praticava incessantemente como se houvesse. Como se um único dia sem prática fosse lhe causar alguma consequência inestimável.
Aquela não era a linha de pensamento adequada para alguém que se considerava tão distante do seu próprio passado. E era exatamente por isso que era um segredo. Um segredo ainda melhor guardado que todos os outros que escondia, já que na maior parte do tempo ele se encontrava oculto até dela mesma.
Entre arabesques, jetés e piruetas variadas, Odile não sentia o tempo passar nem processava os seus arredores com muita clareza. O seu estúdio de dança era privado, e a única alma viva que tinha acesso era a moça da limpeza, uma integrante confiável da sua rede de sussurros que não trairia a sua confiança tão cedo. Quando praticava, fazia questão de trancar a porta atrás de si, já que por mais que fosse improvável, ainda havia a possibilidade de um funcionário – ou apenas um cliente xereta que com toda certeza teria seu acesso ao clube permanentemente proibido como consequência – acessar os fundos da Terpsichore enquanto estivesse lá dentro. Nas últimas semanas, no entanto, sua cabeça não estivera funcionando como deveria. Memórias novas reviviam antigas, esperanças indesejadas envenenavam o seu bom senso... tudo isso enquanto tentava administrar as novas contratações, sua casa de shows e as crescentes informações ocultas sobre todo mundo naquele reino, especialmente os recém-chegados. Confusa e ainda mais emocionalmente abalada do que o normal, cometeu o erro de não trancar a porta atrás de si, e só percebeu o que tinha feito quando reparou na segunda presença na sala, interrompendo bruscamente um grande allegro bem no meio do sissonne, quase levando uma queda no processo.
Inicialmente, quase cogitou que a presença de Odette fosse uma pegadinha cruel de seu próprio subconsciente – o que já pode ter acontecido antes ou não durante seus momentos mais imersos na dança –, mas logo percebeu que se tratava dela, mesmo, em carne e osso. A mistura perigosa de sentimentos já presente em seu peito pela coreografia agitou-se ainda mais, acrescendo-se do que parecia vergonha e autoconsciência, como se ela tivesse acabado de flagrá-la completamente despida. Odile era, no entanto, uma profissional em mascarar os próprios sentimentos e intenções, e contava com a prática de vários anos nas costas. Por isso, não foi visivelmente difícil que recuperasse a compostura, substituindo o semblante assustado por uma expressão impassível enquanto caminhava calmamente até o tocador de discos e interrompia a música. ❝ O que está fazendo aqui? ❞ gesticulou para ela em completo silêncio e sem mover os lábios, como costumara fazer em tempos passados quando estavam sozinhas. ❝ Esta é uma sala de prática privada. ❞
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