#eu nem sei como como vou sobreviver ao dia de hoje
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Eu queria te ver chegar todos os dias. Eu queria não te ver ir. Eu queria saber como é você no seu normal, sem sono e sem cansaço o tempo todo. Eu queria te cansar de outras formas. Eu queria te olhar mais nos olhos. E te sentir sorrindo por eles. Eu queria segurar sua mão sempre. Pq isso me faz calma, me equilibra com o resto. Eu queria te beijar incansavelmente. Te dar beijinhos pelo rosto, pelo pescoço, pela nuca. Te beijar inteira e sem pressa. Eu queria sentir sua pele mais vezes. Eu queria o seu cabelo na minha cara. Eu queria você em cima de mim, focada em tirar meus cravos. Eu queria você em cima de mim, focada em me dar seu amor. Eu queria sentir sua perna em cima de mim. Eu queria você me puxando pro meio da cama. Eu queria seu ronco no quarto. Eu queria sua risada me invadindo. Eu queria sua braveza e eu queria testar o limite dela. Eu queria suas declarações mais espontâneas. Eu queria o seu desconcerto ao (não) dizer que me ama. Eu queria a adrenalina. Eu queria a certeza de que ela não significa nada pra você. Eu queria voltar duas casas e não ter tido aquela conversa com você. Eu queria não acordar hoje com prints de uma conversa sua com uma outra ex. Eu queria ter ficado só com o seu bom dia, que geralmente, realmente, faz o meu dia bom. Eu queria que você me quisesse nessa proporção. Eu queria que você demonstrasse mil por cento do que você sente, pq eu sei que sente. Eu queria que você não se fechasse tanto. Ou que não fosse tão seca comigo do nada. Eu queria saber se vamos sobreviver à essa conversa, que cedo ou tarde vai acontecer. Eu queria saber conversar sem chorar e perder a voz. Eu queria saber o que fazer quando você se chateia e se isola. Eu queria não ser tão ciumenta e carente. Eu realmente queria. Mas não sei ser de outro jeito. E me assusta que você não saiba ser de outro também. Estamos fadadas à sermos incompatíveis? Vamos achar o meio termo? Eu queria ver o futuro. Eu queria estar bem com você daqui 80 anos. Eu nem vou viver tudo isso, mas se eu vivesse, eu queria que fosse com você. Eu queria que fosse feliz comigo. Eu queria que você não se sentisse na obrigação de nada. Eu queria me segurar mais. Eu queria demonstrar menos. Eu queria sumir dentro do magma da Terra e não ter que lidar com tantas emoções ao mesmo tempo. Eu queria ser melhor. Eu queria ser menos dependente de você. Eu queria ser menos disponível. Eu queria fazer jogos, como quase todas fazem e funciona. Mas eu não sei fingir. Ainda mais quando eu te amo. Eu amo cada milímetro seu. Eu amo seu cheiro. Sua respiração em mim. Seu calor. Sua maneira de brincar com o Mike. Seu jeito de me convencer no argumento. Sua voz e seu toque. Até a lambida que me deu na cara. Eu amo que esteja na minha vida e eu amo o fato de você querer ficar.
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Acordei e pensei: vou arrumar meu cabelo e então vai ser um dia especial.
Mal eu sabia, ao acordar e planejar meu dia especial, que nesse mesmo dia especial eu pegaria o último ônibus especial do dia no meio de uma chuva forte e todo o meu preparo especial iria pro esgoto junto com a chuva.
Se o dia foi especial? Nem sei o que especial significa.
Coisas aconteceram e outras coisas n��o; se isso é especial, não tenho como calcular.
O ponto é que enquanto eu espiralava por questionamentos e hipóteses sobre o meu dia, eu esqueci de me acontecer. E eu resolvi escrever isso, por outra razão que não há de ser calculada.
Por um momento me pareceu que sim, não somente o dia foi especial como todos os outros foram, e eu esqueci de acontecer; de uma forma reativa e instável, as coisas aconteceram e eu não.
Lembrei de um momento especial, hei de contá-lo:
Estava novamente (porém anteriormente) no último ônibus do dia, um 343, em uma quarta-feira, pois nas quartas eu saio da faculdade e vou para o Bom Fim, para fazer terapia. Nessa quarta-feira então, um colega resolveu sentar do meu lado, e embora a gente não houvesse trocado nenhum papo muito íntimo até o momento, eu simpatizava com o menino. Fomos por todo percurso conversando, e ele me contou sobre a sua grande vontade de estudar música; não o fazia para não desapontar a família. Ah, disso eu entendo. Senti grande vontade de falar alguma coisa motivacional mas não falei, acho que só cheguei a comentar como a família, no final das contas, não precisava ocupar um espaço dessa grandeza na vida de alguém.
Embora eu também tenha sido uma acontecida do "viver de". Viver de algo? Mas viver não é verbo intransitivo? Viver precisa de complemento? Não basta o viver?
Vejamos: nos primórdios, quando iniciei o plano mirabolante de sair de casa, a grande pergunta advinda do meu ninho familiar foi "Mas vai viver de quê?". Ainda não sei responder tal pergunta. Acho que duas outras perguntas poderiam ser produzidas a partir dessa primeira pergunta: "Como vai viver?" e "Como vai sobreviver?".
Hoje, ainda sem muito de quê viver, eu vivo. E também sobrevivo. De quando em quando também morro. E se deixar acontecer, num ciclo impermeável e incansável de vida, sobrevida e morte basta. Basta para viver. Vivo de quê? Vivo de vida. E as vezes também não aconteço.
Nota: A dama da noite só floresce uma vez ao ano.
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Era conflitante
Era conflitante, a parte boa de meu coração domado pela malícia de quem tanto me fez mal, um amor no qual me fez cair em prantos e desespero. Mudei aos poucos, de forma passiva minha consciência não era mais a mesma com o carisma, filosofia e ser. Mudou, mudou com uma pessoa que amava e com alguém que confiava, aos poucos sugando mais do mesmo enquanto ele ainda não sentia a consequência até alguém ser punido pelo delírio. Era doce, de fato era muito doce, complicada também na mesma intensidade, mas a nova filosofia e mantra roubaram o que um humano não pode perder que é sua essência. Quem sou eu afinal? Uma cópia de algo que tanto me torturou e agora busco por outros pelo mesmo desejo? Onde grita o garoto normal, o rapaz tão legal? Ele morreu nesse desespero enquanto se afoga nas sombras de seu coração que o envolvem? O tempo se passou, a rotina mudou e poucas coisas ele acrescentou, mesmo perdendo grande parte do seu foco base, sempre tentou fazer o que precisava pra suprir o próprio coração sangrento e sedento. Uma pessoa que ainda no fundo acredita genuinamente ser boa o mesmo não pode mais dar um bom dia, sem arrependimentos perante isso por ter parte de motivos plausíveis, mas extrapolou ainda e isso é o mais difícil, reconhecer. Hoje vejo diferente, parece que acabou esse caos passivo, sinto diferente até o ar, será que é só um momento para respirar e meu iluminado se ascendeu em meu peito depois de tanto tempo manchado pela negritude de uma má vontade que o consumiu? Ou apenas consegui me limpar pro meu brilho natural e essência? Precisa então perder amores ou valores importantes pra voltar de modo pro inical? Ou só é consequência de não perceber o caos que carrega afinal? Não peço perdão pelos meus pecados, também não digo de forma orgulhosa enquanto reflito, apenas sei que em meu julgamento eu não posso chorar pelas lástimas e como escutei de uma nova filosofia por um ex seguidor das chamas, sei que não é eterno, mas é necessário pra quando eu voltar tente ser melhor. Agora então em novo rumo, sinto fluir melhor, sinto parte de mim que eu tanto adorava se pairar do meu jeito novo, a gente amadurece, amargurece, nem sempre cresce, mas com certeza em muitos pontos acaba mudando pra melhor ou pior. Como uma música que escuto ao escrever, só ela me representa por tantos momentos no qual eu era um boçal.
“Minha sanidade mental Será que irá sobreviver? Preso num jogo mortal Onde é matar ou morrer A tensão aumenta conforme eu passo No julgamento mentira é um rastro Nasce a insegurança Que faz a esperança morrer.” “Oh, Oh, Oh, Oh Sair desse inferno eu vou Oh, Oh, Oh, Oh No desespero adentrou Reze pra que não enlouqueça Ou não perca a cabeça Literalmente... Bem-vindo ao Puro Desespero!”
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Confissões
Uma das minhas maiores inseguranças é ser trocado. Eu sei que ninguém é insubstituível e também acredito que ninguém mereça tamanha veneração.
O ponto em questão é que desde a minha primeira infância, eu vivi com o medo de terminar sozinho, largado ao relento. Muitos dizem que é drama. Hoje aos 30 anos de idade, sob o céu do meu retorno de Saturno, que de fato forma aspectos tensos com a minha Vênus Natal, trazendo grandes conflitos de auto-estima since ever, consigo enxergar coisas com mais claridade.
Por décadas evitei olhar dentro das minhas feridas, achando que o tempo iria cura-las. Mas se você não colocar remédio, limpar, fazer a assepsia de forma correta, você nunca vai se livrar do problema.
É engraçado, como questões sócio-raciais aparecem nesse enredo. Cresci cercado de mulheres negras, lindíssimas, mas que enfrentavam a mesma dor. O medo de ser rejeitada. Logo, percebi que isso era uma questão muito mais humana, do que de gênero. O preto retinto sempre ficou com a sombra de ser trocado pelo branco tendência ano que vem, seja do cabelo escuro ou loiro, olhos castanhos ou escuros.
Eu sempre tive que me esforçar o dobro para sobreviver e ainda há quem diga que eu não me esforcei o suficiente. Sempre tive um ritmo mais lento de aprendizado, o que é engraçado porque eu tenho o pensamento acelerado (o nome disso é ansiedade).
O menino branco podia ter o fenótipo que quisesse, que ele seria aceito. O negro, tinha que ter o porte gladiador, penis grande, e um ar sexual profundo. Falhei. Por mais que eu faça exercícios, faça dieta e o caralho de asa, eu não vou deixar de beber o meu vinho. Ah mas tem aquele que não deixou e conseguiu fazendo o mesmo que você!! Hora de me respeitar, eu não sou o outro, meu corpo não é o do outro. Eu ainda tenho gordura em minhas ancas.
Quanto ao magnetismo sexual? Falhei! Eu não sinto aquele desejo desenfreado e nem exalo sexo. O pinto grande eu também falhei haha.
Dos meus relacionamentos anteriores, fui traído, por meninos brancos com o mesmo fenótipo que o meu (esguios e magros), que eram tratados como príncipes, e não podiam lavar um copo. Perdão, eu tenho gordura em minhas ancas. Para de beber vinho?! Não! Toma anabolizantes? Pra que ?
É tudo muito estético, e isso não é só de relacionamentos afetivos. Em amizades também presenciei fotos em que todos os brancos estavam sendo postados, e a que eu estava curiosamente ninguém gostou. Ninguém postou. Isso quando realmente não me convidavam.
Em ambientes profissionais eu já me destacava pela minha vestimenta, always classy, era um esforço tremendo pra conquistar admiração, não bastava apenas saber fazer o trabalho. Nunca ninguém sentiu tesao ou flertou comigo no trabalho. Das duas vezes que eu pensei que isso tivesse acontecido, eu escorreguei no tomate bonito, porque eles queriam dormir comigo e sair fora e eu era muito “virgenzinho” e sonhava com o príncipe encantado.
Mas fiz amizades incríveis que carrego na vida.
Não é culpa do meu parceiro se todos os ex dele pareciam parentes e eu sou literalmente diferente de todos, mas todas as vezes que eu vejo uma xerox do passado dele, me causa um medo e uma insegurança de de repente chamar atenção dele e ele for embora.
Medo da rejeição.
Medo do abandono.
É sempre me questionando, o que eu será que eu fiz de errado? O outro era mais engraçado, o outro era mais disponível, o outro era mais simpático, tinha um penis maior, era branco.
Não dá pra fingir que está tudo bem as pessoas mudarem de ideia repentinamente, quando aquilo vai direto nas suas inseguranças e você quem vai ter o trabalho de lidar com aquilo sozinho depois.
Isso tudo é resultado da terapia tá gente? Eu fui fundo em algumas feridas e trouxe isso daí a tona. Acredito que eu não seja o único que se sente dessa forma! Vamos conversar um dia!
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Voltei depois de uma semana horrível de corrida, tenho muitas novidades pra te contar. Bom, primeiramente vou começar te contando que to na minha semana de revisão pras provas e trabalhos que começam semana que vem, e tá muitíssimo acumulado os conteúdos, quase fiquei louca com tudo isso. Enfim, por isso a demora.
Voltando aos assuntos kkk, não, ele não foi procurar nada no bloco de notas, eu tinha deixado ele aberto e sabe quando dá pra ver os últimos apps que foram abertos? Então, tava aparecendo lá, mas eu tomei rápido da mão dele e inventei uma história de que tava fazendo um texto pra postar em uma foto com meu avô, o que não colou muito, claro. Ah sim, todo relacionamento tem seus altos e baixos né, esse é melhor que o antigo. Aliás sábado passado ele se batizou na igreja acredita, eu quase não acreditei quando vi. Pois é, meu ex assumiu uma menina um mês e quinze dias aproximadamente, depois que terminamos, e ela era ex namorada do primo dele, tinham terminado um mês antes que nós (coincidência né?), mas eu sai por ruim ainda.
Sobre meu horário, não sei se consegui te contar por aqui antes, porque aconteceram tantas coisas que estou levemente perdidas nas informações kkk, mas agora estou trabalhando de manhã, tenho passado todos os dias por frente do lugar onde trabalha as 7:20 e as 2:00 da tarde. Outra coisa, hoje fui fazer a prova pro Tribunal de Justiça, e meu Deus pensa em uma prova horrível de difícil, cinco questões discursivas de conteúdos que eu nunca vi na vida, mas consegui encher linguiça em duas páginas e meia de respostas kkkk. Não estou confiante que passei, e nem muito preocupada com isso, e claro que seria uma benção se acontecesse, mas se não der fica a experiência né.
Mais uma novidade é que larguei a academia kkkkkkkkkk, novidade né? Confessa que já aguardava essa informação. Mas, em minha defesa, larguei por causa do horário, e porque realmente preciso me dedicar mais aos estudos agora, porém, pretendo voltar.
Nossa, tem que ter pique pra cozinhar depois da faculdade em, eu falei que tava fazendo marmitas mas essa semana deixei a desejar e comi pão no almoço por uns três dias kkkk. Minha alimentação da horrível. Bife acebolado? Nossa que delicia, ainda mais feito por você. Nos últimos anos desenvolvi uma vontade muito grande por carne, tipo muita carne, adoro ir em rodízio com meu pai e fazer a festa, diz ele que eu sou companheira pra churrasco, já a minha mãe não compensa nem levar kkkk.
Ah que pena, sei bem como é, as vezes aparece uma vaga que tem tudo pra ser ótima pra gente né, além de ser uma coisa daora vai contribuir nos estudos, mas normalmente os salários são bem baixos, isso chega até a desanimar. Eu procurei estágios em muitos lugares, e nos escritórios a média é em torno de 730 reais, o que se faz com 730 reais?? Não tem como. Estou torcendo pra que tenha muitas vendas esse mês meu bem, afinal, é o seu mês não é? Faz uns bons dias que to contando nos dedos quantos faltam pro seu aniversário, ainda lembro como se fosse ontem do teu aniversário de 15 anos, tão bebezinho.
Olha, avaliando tudo que me disse, e negando as possibilidades que citei aqui kkkkk, que aos meus olhos pareciam viáveis, cheguei a conclusão de que pode ser algo como: vai processar alguém? (não sei o que isso mudaria em sua vida, mas vai saber kkk), está buscando algum direito seu ou da tua família que pode ter consequências boas? Ou, algo relacionado ao seu genitor? Desculpe, não soube pensar em mais nada :(, e se não se sentir confortável eu aguardo o momento certo pra me contar, tudo bem?
Ah sobre a cadelinha, ela morreu, e de uma forma bem trágica inclusive. Por ela ter nascido muito pequena minha mãe levou ela no veterinário no dia que ela nasceu, pra ver o que ela tinha de errado, e ele disse que ela tinha uma doença tipo microcefalia sabe, e que provavelmente não iria sobreviver. Depois disso, minha mãe levou ela pra casa e deixou com a Sascha (cadela mãe), e no outro dia quando foi ver como os bebezinhos estavam, ela viu que a Sascha tinha dormido em cima da cadelinha, e matou ela. Chorei de dó. Mas ainda assim vou ganhar a outra cadelinha, então to esperando suas opiniões sobre os nomes.
Vou adorar te mostrar os resultados, por enquanto não to tendo muito tempo, mas assim que conseguir eu dou um jeitinho de te mostrar. Como falei no início, minha semana tá muito corrida, eu passei quatro dias sem lavar louça acredita, por pura falta de tempo mesmo. Me inscrevi em um grupo de estudos com uma professora que pra poder entrar era necessário fazer um resumo expandido sobre um acórdão de 30 páginas, e eu perdi o prazo e tive que fazer essa merda em duas horas na quarta feira, sai correndo da faculdade às 9:00 pra poder começar o trabalho e terminar até as 11:00 e pouquinho, quase me matei de tanto ler mas no final deu tudo certo! Passei e agora essa semana, além de 7 provas eu tenho que elaborar mais 2 resumos expandidos de cinco páginas cada um, além da apresentação deles, acho que peguei mais B.O pra minha vida kkkkk. Me deseje sorte por favor.
Meu bem, prometo voltar com muito mais detalhes, e espero saber como está. Estou em minha casa, não vou pra casa dos meus pais, e o sono tá bem forte por aqui. Fica bem e se cuida.
-você é e sempre será o meu lugar seguro.
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Somos sete os filhos de Renato, mas esse pai também são vários. A experiência de cada um dos filhos faz com que, de um pai pro outro hajam radicais diferenças. Entre as presenças e ausências, entre os mimos e as violências, entre cada uma das três mães que gestaram filhos desse homem, e os conflitos entre si, existe um pai específico para cada filho. O meu especificamente eu ainda não consigo descrever com total precisão. Já achei que o sabia todo, depois aceitei que não sabia nada, e depois fui entender que eu não tenho que me ocupar disso também. Que meus pontos ligados estavam quase todos bem atados. Mas o ponto que não liga é eu viver nessa tentativa de recuperar algo que não me diz respeito mais e eu já nem quero também. E eu preciso agora é ME respeitar mais, porque eu não sou obrigado a viver em desconforto e frustração, nem performar bem estar pra conseguir manter um vínculo.
Eu não sei me relacionar só dizendo o que a pessoa do outro lado quer ouvir. Isso, na minha humilde opinião, é desumanizar o afeto. E afeto é o que afeta a gente seja bom ou seja ruim. Portanto, uma briga entre um par de pessoas e/ou parentes que se amam, haverá de ter em algum lado desse embate alguém que está ali brigando pra pra que o afeto permaneça. É assim que me sinto nessa muvuca genealógica há tempos.
Entre as derrotas e glórias, da empatia à selvageria, das anedotas lúdicas aos cruéis xingamentos aos berros, existe o meu pai, tão personalizado quanto pra cada um dos outros peixinhos seus. Como eu já disse em outro texto: meu pai é um anti-herói. É o meu malvado favorito. Mas, como disseram-me recentemente: “seu erro é ir sempre pelo certo”. E é bem verdade mesmo, eu fico querendo sempre botar as cartas na mesa, mas ninguém tem estômago pra isso além de mim, e pronto! Quando acabar o maluco sou eu, Raul diria. Viro eu o doido de praça dizendo que o mundo vai acabar enquanto é absolutamente óbvio o fato de que ele já está acabando. Pois eu cansei desse papel de bode expiatório, de quem é lançado ao deserto carregando culpas que jamais seriam suas, e isso é tão evidente olhando com a distância da idade que tenho hoje, e me entristeço lembrando que eu já tive que pedir desculpas para meus algozes. Mas não farei mais. Já não romantizo esses afetos familiares seja de que lado for.
Na verdade, eu reconheço hoje a família que construí com coração e o braço. Uma rede de apoio tão transparente e acolhedora, entre mulheres gigantes e amigos irmãos, com quem cruzei nessa estrada da vida. Interrompi um tanto de reproduções que vêm desse berço, seja na minha relação com o feminino ou o masculino, seja a questão pai, ou a questão mãe. Me sinto hoje sendo amado por quem eu amo tremendamente, e valido sem nenhum pudor os meus méritos pra ser amado pelo que sou, e não pelo que tenho. Mas meu coroa pisou na bola horrendamente comigo e eu não vou ficar batendo palma pra maluco só pra manter um contato mecânico e cínico na rotina da semana. E ele sempre usa o atestado médico do seu câncer pra me chantagear emocionalmente e fazer eu me sentir culpado. Pois só nos últimos meses eu vi tanta gente morrendo. Prima, amigo, mais jovens que meu pai. Então enquanto ele está vivo o tratarei ou me distanciarei conforme eu julgar necessário pra minha saúde mental, que não é brincadeira não. A doença dele tem chance de cura, a minha não tem e nem terá daqui pra o dia da minha morte, e eu não vou permitir que me adoeçam ainda mais, seja quem for.
Errar é humano, demasiado humano, mas isso não torna o que é errado em certo. Recentemente, em duas ocasiões, meu pai me disse que eu era o mais lúcido dos seus 7 filhos, e eu não discordaria dessa afirmação dele num embate com irmã ou irmã nenhuma, ainda que sejam todos deveras brilhantes, eloquentes e cultos. Mas eu menti, eu daria meu “Oscar” de filho mais “sóbrio”, por mais irônico que seja isso, eu um adicto, o único de toda essa turma que já precisou de intervenção clínica psiquiátrica pra sobreviver. Mas é isso, eu paguei um preço muito alto por ser o único com coragem de dizer aquilo que realmente pensa sobre as pessoas e as coisas. Meu pior sintoma é mesmo a lucidez diante dos meus sintomas e das minha relações interpessoais vida afora. Erro muitas vezes também, mas tentando sempre acertar. Me responsabilizo pelos equívocos e faço movimentos de reparação que nunca ninguém já fez comigo, enquanto eu já fiz com quase todos, eu acredito.
Mas eu não preferiria o sono dos ignorantes ou dos covardes não. Não trocaria minha clarividência por um filtro nos olhos que mostrasse da pessoa só aquilo que você quer e espera.
Pois esse foi meu dia dos pais, sem ver meu pai porque a gente tretou feio, mas dessa vez eu não vou admitir culpa, vou fazer o mesmo jogo de orgulho e proteção do ego de tudo que tenha o poder de fazê-lo lidar com a culpa. Eu vou me cuidar, e espero que ele também. Enquanto estamos vivos, vivos estamos, silenciosos e presentes, barulhentos e ausentes. Uma hora a gente acerta o fuso horário do território reconciliação.
Ah, eu acabei fugindo do tema, mas se eu pudesse dar o Oscar da lucidez pra alguma outra pessoa que não a mim mesmo, pra minha irmã mais velha Rita, que pra fazer esses sete filhotes sorrirem junto pra um a mesma câmera, disse assim: “vamo lá manos, todo mundo sorrindo e fingindo que se gosta”.
E todos abrimos os dentes, pois no fundo é bem isso mesmo. Família, eu vou passar a vida sem entender direito essa equação. Mas de todo modo, um adeus e…
Feliz dia dos pais, seu velho bobalhão.
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Certo, nem sempre é sobre coisas ruins. E fiquei mais de 15 minutos encarando o teclado depois de escrever isso, mas a questão é que vou tentar escrever sobre coisas boas. Uau.
Enfim... sim, acho que (acho nada, porque fui responder um áudio no whatsapp e já nem lembro mais o que ia digitar aqui). AH, importante... respondi um áudio do cara de uma das bandas que eu idolatrava na adolescência. Motivo: farei um site pra banda. Cara... como eu cheguei aqui? Eu sei, eu sei... há poucos dias eu estava no pior dia da minha vida, hoje estou agradecendo. Estranho.
Estranho é escrever sobre coisas boas. Não faço ideia de como fazer isso, não parece natural. Mas ok. Sim, estive no meu pior momento, tive muito medo e, esse medo, era justamente por não querer perder isso. Uma vitória nessa vidinha de merda e em todo esse caos que aconteceu, foi justamente ter medo de acabar com tudo. Eu nunca tive medo do fim, eu sempre esperei o fim, sei lá... é estranho.
Ah, mano... sim, eu estava desesperado. E por quê? Porque eu estou na melhor fase da minha vida, tá, ok, talvez não fisicamente, nem psicologicamente (óbvio, Rafael. Releia os textos[Nah, melhor não]). Mas mano... estou feliz. Que delícia de oscilação, não é mesmo?
E percebi que é muito mais fácil manter o raciocínio quando estou triste, deve ser pela necessidade de desabafar. Agora, feliz (uau, eu? Feliz?), parece bem mais difícil, até porque tô cantando com a Alexa e dançando na cadeira, facin de me perder.
É... me perdi de novo, mas quem liga? Sobrevivi. Tinha me visto num fundo histórico e consegui sobreviver a isso. E, felizmente, parece que estou em tendência de alta, vamos aproveitar. Tá, tenho que trabalhar agora, a animação caiu só de lembrar do som do Teams, mas tudo bem. A vida é boa, basta conseguir sobreviver aos momentos de caos.
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05:25 domingo, 5 de maio de 2024.
oi mãe, eu não sei como começar a falar, na verdade eu nem sei exatamente sobre oque eu quero te falar.
os últimos meses tem sido muito difíceis, e eu tenho me sentido sozinha de uma forma que eu nunca me senti.
não quero dizer que você não está comigo, eu sei que faria qualquer coisa pra me ver bem.
quero dizer que depois de tanto tempo escondendo coisas, e me rodeando de tantas mentiras, eu me acostumei a sentir dor em silêncio.
eu passei usar ironia como defesa, e ao mínimo sinal de perigo, eu me fecho e estou pronta pra atacar.
eu não me orgulho disso.
com a chegada dos meus 18 anos, também aconteceram algumas coisas, eu também senti uma diferença em mim.
parece que ter feito 18 anos, me tornou de alguma forma completamente sozinha agora.
pq antes eu era sua responsabilidade, e agora eu sinto como se eu fosse minha responsabilidade e que agora eu estou sozinha no meio de tudo que eu acumulei tanto tempo, e agora não tenho mais ninguém que vá me salvar.
até hoje eu não entendo direito como uma criança teve a noção de que deveria guardar tudo aquilo pra si, que deveria esconder e fingir até quando fosse necessário. aliás, até hoje parece necessário.
eu tinha medo de machucar você, eu tinha medo de tirar suas esperanças, de estragar sua vida.
então, eu decidi que o melhor seria pegar tudo aquilo e engolir.
no meio de tanta coisa ruim, eu acabei engolindo partes boas de mim, me desculpe por isso.
eu tenho pensando em suicídio com frequência.
não sei como isso seria interpretado por você, ou pelas pessoas. a verdade é que eu estou tão cansada de formas que eu nem consigo colocar em palavras.
meu peito tá pesado, minha mandíbula travada e com tanta dor, meu corpo só pede por cama o dia inteiro, eu não consigo ficar animada com nada, mas eu aprendi a fingir bem.
até que ponto não devemos perturbar a paz dos outros?
quando eu chegar no meu limite?
acho que se eu pedisse ajuda agora, eu pensaria: “eu não deveria incomodar, eu aguentaria mais”.
mas e se eu não aguentasse?
eu aguentei mais de 10 anos, oque são mais 5? ou 10? 30?
essa é a questão, eu não sei qual é o meu limite.
mas eu tenho uma forte sensação de que não vai demorar chegar.
eu não sei se vou ter coragem de tirar toda essa camada que eu criei, e te deixar ler isto, mas de toda forma eu quero saiba que eu vou lutar o máximo que eu puder.
eu vou usar cada pequeno átomo do meu corpo pra tentar sobreviver a isso, mesmo que eu sinta todos os dias que eu não vou sobreviver ao dia seguinte, eu vou lutar, eu te prometo.
eu vou continuar rindo de coisas bobas, vou tentar te agradar mesmo não conseguindo.
vou tentar fazer oque eu puder pra não te machucar, mãe.
eu vou lutar até que eu não consiga mais me mexer.
eu vou lutar contra mim mesma pra não te destruir.
eu não aguento mais sentir essa dor, mas eu nunca faria algo sabendo que te destruiria.
eu sei que se eu cair, você afunda comigo.
eu imagino que seja blasfêmia oque vou falar, mas já existe a intenção no meu coração.
eu acho injusto Ele ter te dado a mim como filha, você merecia alguém melhor.
você merece tanto ser feliz.
existe um trecho na minha série favorita, onde um personagem dedica uma reflexão de odisseia para pessoa que ele ama.
“Se for por você amor, eu nunca vou parar de lutar.
Enfrentaria bravos oceanos e o canto das sereias só pra voltar pra você.”
quando eu assisti esse trecho pela primeira vez, pensei o quão profundo era o amor dele, a ponto de lutar contra o controle da mente, e suas dores apenas para voltar para ela.
eu sempre ouvi muito sobre amor, eu sempre li muito sobre amor, mas nunca o dediquei.
existem tantos tipos de amores, e oque eu aprendi com você é o meu favorito.
você nunca desistiu de mim, você enfrentou bravos oceanos por mim, você lutou contra suas dores, e mesmo estando no fundo do poço, você fez de tudo para que eu fosse feliz.
eu nunca vou conseguir te recompensar, mas eu espero conseguir te fazer sentir o amor que eu também sinto por você.
você sempre me disse que o filho nunca vai amar a mãe tanto quanto ela o ama, eu até concordo.
mas o amor que sinto por você, é maior que já senti em quase 19 anos de pura loucura.
mesmo não tendo vivido tanto, foi o suficiente pra saber que nunca vou provar um amor tão puro quanto o seu.
eu faço das palavras do enzo, as minhas.
espero que não ache que é da boca pra fora.
é tão sincero quanto o meu quadro de casa que ficou todo deformado, aquele que te dei de dia das mães.
a vida é vasta, e cheia de coisas, sentimentos, dores e amores.
mas mesmo vivendo mais 60 anos, eu vou morrer com a certeza de que nunca vou amar alguém como eu amo você.
se um dia eu tiver um filho, espero que ele me ame tanto quanto eu amo você.
você é admirável e merece toda minha gratidão.
eu espero conseguir te orgulhar.
mesmo tendo passado por momentos difíceis, você tornou a minha vida tão colorida com sua luz, você tornou meu coração mais leve com seus abraços, e me tornou mais forte com sua força.
e no final do filme da minha vida, os créditos serão todos seus.
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•| ⊱Capítulo 5 - De volta a Pub - Parte 1⊰ |•
Pov de (s/n)
Dois meses se passaram desde que nós três estamos juntos, e eles afirmam que nós somos namorados, mas eu prefiro segredo, pois não sei como as pessoas podem reagir. Liam e Zayn pediram pra mim ir morar com eles como um casal e eu prometi pensar no assunto, e dar a resposta depois que eles chegassem de viagem.
Eles vão ficar uma semana fora e esse é o tempo que tenho pra pensar. Já faz seis dias que eu estou em casa de bobeira, então resolvo sair e me distrair um pouco. Desde o dia da confusão na Pub, eu nunca mais voltei, pois Liam e Zayn são muito ciumentos e me proibiram de voltar lá por causa do Harry.
Me sinto estranha, pois até então nunca homens lindos ficaram no meu pé e de repente 3 aparecem de uma vez. Fui tomar um banho, me arrumar, coloco uma calça jeans colada, uma blusinha tomara que caia preta, um casaco, salto, amarra o cabelo em um rabo de cavalo alto, uma make leve, me perfumo e saio, com esses pensamentos fervilhando minha cabeça.
Como seria se eu tivesse ficado com Harry? Pelo o que Zayn e Liam disseram, Harry é um homem insaciável, e pelo o que eu escutei por aí ele está a procura da mulher que o complete por inteiro. Não demorou muito e logo chego na Pub e vou a procura de uma vaga para estacionar o carro.
Já dentro da Pub, vou até o bar e peço uma bebida. Eu estava me lembrando daquela noite que conheci Harry e acabei sorrindo. De repente sinto aquele mesmo perfume que me enlouqueceu naquela noite e nem preciso me virar pra saber de quem se tratava.
_ Pelo sorriso, tenho certeza que se lembrou da ultima vez que esteve aqui comigo. – Disse aquela voz grossa e rouca ao seu lado.
_ Além de dono de uma Pub você também é vidente?
_ Em se tratando de você... Não sei o que acontece comigo... É como se você fizesse parte de mim, entende?
_ Se você está com esse papinho só pra me levar pra cama, esquece. Perdeu seu tempo.
_ Eu nunca perco meu tempo (s/n)... Ainda mais quando é algo que eu quero e muito. – Ele diz todo sedutor. – Aposto que você não veio mais aqui porque os seus amigos te proibiram.
_ Eles são ciumentos demais e só estão me protegendo de você.
_ E hoje você veio...?
_ Eles foram viajar... Eu não tinha nada pra fazer... E gosto desse lugar, então resolvi aparecer... Não tenho culpa se você é o dono.
_ Algo me diz que você veio aqui por minha causa.
_ Você é bem convencido. –Eu disse pegando o dinheiro do meu casaco e colocando no balcão.
_ Por favor (s/n) guarde seu dinheiro... Mulher minha não paga nada... Jamais. – Ele diz pegando meu dinheiro e coloco em meu bolso novamente.
_ Então agora eu sou sua mulher? – Digo sarcasticamente.
_ Sempre foi. - Ele diz todo convencido.
_ Saiba que tenho dois namorados muito ciumentos.
_ Não me importo... – Ele diz se aproximando mais de mim. – Desde que você seja minha.
Nisso Harry quebra todas as distancias entre nós e me beija de um modo obsessivo, como se precisasse disso para sobreviver. Tivemos que sessar o beijo por falta de ar, e sem dizer nada, Harry me pega pela mão e me leva pro escritório, dando instruções aos seguranças de que não queria ser incomodado.
『Próximo』
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Já faz tanto tempo que aqueço meus ossos junto às palavras que agora já me perco quando tenho tanto a dizer, mas não consigo aniquilar o que insiste tanto em me envenenar.
Quando ainda idealizava o amor, eu encontrava na poesia um refúgio, um sopro de esperança. Eu tinha certeza que encontraria o amor da minha vida e pereceria ao seu lado. Era o que me restava por ter passado por todo o sofrimento desde tão pequena. Aos 15, eu ensanguentei a pele jovem que revestia o tambor que estrondava meu peito e, aos 25, eu manchei minhas mãos novamente. Mesmo que por pouco tempo, o mundo existiu em uma tonalidade diferente. Mas logo tudo se tornou desbotado de novo. Eu tive que estancar o vazio do meu peito pra conseguir sobreviver.
E, depois de todo esse tempo, eu já não tenho mais a mesma certeza que eu tinha quando nova. Já amei e fui amada de tantas formas que nem sabia que eram possíveis, mas eu ainda me inebrio ao fantasiar ser amada da forma mais completa e intensa e estranha e melancólica que existe, como se uma vida inteira se transportasse apenas numa troca de olhares ao cruzar o ambiente. São tantos os tipos de amor que eu quero viver e sentir que preciso me convencer de que isso não é utopia. Mas será que um dia serei amada assim? Há tanto amor dentro de mim que preciso dosar as medidas que permito extravasar, com medo de que, se eu der tudo de mim novamente, vou me encontrar com um órgão abatido em pedaços mais uma vez.
Por ora, me afogo em memórias de um tempo em que, mesmo em meio ao caos, a vida parecia mais leve. Mas eu sei que, naquele tempo, eu também me afogava em memórias do que eu já havia vivido. São por causa desses momentos que me fazem pensar que daqui certo anos, eu vou estar sentada em qualquer outro sofá no meio da madrugada lembrando de como minha vida de hoje outrora era doce e encantadora e, no fim, eu acabo não vivendo nada de nenhuma dessas vidas, apenas das memórias delas.
Em breve, ficarei mais velha e tudo ainda parece tão incerto quanto eu era apenas uma adolescente que não entendia o porquê de se estar viva. Ainda não tenho essa resposta, mas me impressiona pensar que cheguei até aqui. A morte me parecia tão certa que agora, com a vida em constante reivindicação de minha pessoa, eu me encontro mais perdida do que nunca. Só me resta aguardar pelos breves momentos que tenho com as pessoas que eu amo para poder restituir a sobriedade e me afastar do parapeito desse chão de concreto.
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21 de janeiro de 2024, domingo
Acho que nunca fiquei tanto tempo sem energia quanto agora. Se fizermos uma contagem geral, estamos há mais de 25 horas sem energia elétrica nem sinal de telefone. Meu powerbank já zerou e está todo mundo incomunicável.
Abaixo segue o “diário de confinamento”, que são simplesmente as mensagens que mandei para meu melhor amigo desde ontem:
17:47 - Eu ia te avisar para fechar a janela, mas acabou a energia e o sinal de telefone;
20:02 - Ainda sem luz nem sinal de telefone;
20:39 - Tomei um banho frio que estava quente e não aguento mais. Como as pessoas conseguiam sobreviver sem, no mínimo, um ventilador numa época sem energia elétrica?;
21:22 - Tentando dormir nesse calor e falhando miseravelmente. Permanecemos sem sinal de telefone. Bateria do celular: 26%;
22:13 - (21% de bateria) Estou tentando dormir e falhando miseravelmente. Continuo sem energia, sem sinal e sabe-se lá por quê todos os cachorros da região estão uivando. É lua cheia?;
23:22 - (14% de bateria) Voltou a chover, mas continua calor. Está trovejando e não tem nem luz nem sinal;
23:29 - (10% de bateria carregando) Lembrei do powerbank e coloquei o celular para carregar. Ainda bem que tem um pouco de carga. Cada relâmpago é a esperança de ser o poste da rua ligando. Permanecemos sem energia e nem sinal nesse calor e o Logan ainda inventa de deitar comigo;
00:55 - (70% carregado) O powerbank zerou e agora estou à mercê da Cemig. Nada de luz, nada de sinal. Acordei para molhar os braços, pernas e pescoço com a esperança de que vai aliviar um pouco meu calor;
8:28 - (54% bateria) Nada de energia, nada de sinal e nem água da rua. O calor começou a aflorar ainda mais. É incrível como somos dependentes da energia elétrica;
9:40 - (52% de bateria) Quase 17 horas sem energia, sinal de telefone e água. Me sinto no filme de colapso da sociedade moderna. O que estou fazendo? Lendo;
10:47 - (50% de bateria) Permanecemos isolados do mundo. Meu pai foi para a casa de um amigo ver se tem energia lá. A vizinha apareceu e disse que ao que parece na entrada do bairro a ventania de ontem derrubou um outdoor que arrebentou todos os fios do poste;
11:27 - (49% de bateria) Nada como ler sobre um médico (obviamente homem) que achou uma boa ideia fazer enema de vinho do Porto para substituir transfusão de sangue em casos de hemorragia no parto. As coisas que estar isolada do mundo me fazem… se eu terminar medicina macabra ainda hoje, não vou achar uma surpresa;
13:14 - (47% de bateria) Estou na página 192/429 de medicina macabra e continuamos com zero contato com a vida fora do Santa Rita. O calor é terrível e estou me liquefazendo em suor;
13:39 - (46% de bateria) Segundo o termômetro de mercúrio são 33 graus Celsius e permanecemos sem luz, sinal e água;
16:04 - (40% de bateria) Ficamos quase 24 horas sem luz, sinal e água. Não comemoro para não dar azar;
16:59 - (63% de bateria) A energia caiu de novo;
18:35 - (62% de bateria) Voltamos à estaca zero. Sem energia, sem sinal, sem água. Anoiteceu e agora nem ler eu consigo mais. Torcendo para não durar 23 horas novamente;
19:07 - (73% de bateria, sei lá, iPhone) Indo deitar porque meu único entretenimento é brincar com a cera da vela aromática de capim-limão que estou usando como iluminação;
20:44 - (62% de bateria) O sinal de telefone voltou, mas permanecemos sem energia, sem água e o lazarento do vizinho arrumou uma caixa de som com bateria;
22:17 - (60% de bateria e carregando) Eu não vou comemorar porque a última vez que a energia voltou ela não durou nem 30 minutos. Mas fico feliz que não vou precisar dormir no chão da sala (quando digo chão é chão mesmo. Azulejo puro e travesseiro pra cabeça);
22:28 - (66% de bateria e carregando) A cada “clek” do estabilizador que protege o modem e a Alexa, eu dou uma pequena arritmia de desespero.
Essa é minha última atualização do dia. Pois eu realmente vou tentar dormir e vou torcer para a luz voltar permanentemente.
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Entre os 3 a 6 anos eu fui assediada.
Eu sei disso, passei os próximos anos com vergonha, culpa e achando que eu era a pior das pecadoras até os 15 quando contei pra minha mãe que n sabia se era virgem porque um fdp havia “tocado” em mim mais de uma vez na minha infância.
Passei mais alguns anos ignorando isso.
Aos 20 e poucos começaram a aparecer os sintomas, crise de pânico, ansiedade descontrolada, depressão, a autoestima, que antes era nula, comecei a trabalhar na esperança que meu problema fosse apenas esse. Eventualmente, toquei no fato de ter sido abusada durante sessões de terapia que fiz em meu puerpério delicado.
Aos 28 Depressão grave, nos últimos 4 anos diagnosticada com transtorno misto e traços de personalidade borderline.
Hoje aos 31, sendo Medicada a quase dois com um coquetel de antidepressivos e anti ansiolíticos com algumas tentativas de suicidio no meu currículo, começo a pensar em tudo o que eu me tornei, e tudo o que eu sou.
Entre os 3 e 6 anos eu engordei, e segundo minha mãe deixei de brincar na rua e ser uma criança ativa pra ficar mais em casa assistindo tv e ouvindo música. Desde então sempre fui acima do peso. Botavam na conta dos antialérgicos, dos doces, do meu biotipo.
Aos 20 e poucos durante minha primeira crise depressiva engordei ainda mais e comecei também, a desenvolver compulsão alimentar e bulimia.
Aos 28 ouvi de meu mastologista que o meu excesso de peso não era um problema até meus 32 anos. Fixei esse prazo na minha cabeça.
Aos 6 anos minha mãe teve câncer de mama, ocasionou dela pegar uma bactéria hospitalar e passar 30 dias entre a vida e a morte em um hospital numa outra cidade. Minha mãe sempre foi minha melhor amiga. Além dela, minha bisavó e minha avó também tiveram câncer, e no caso de minha avó, o câncer foi o motivo de sua morte.
Hoje tenho 31, continuo muito acima do peso, com uma lista de transtornos com medo da vida e fugindo da morte. Ja tentei fazer todas as dietas, já emagreci um pouco, nunca o suficiente, e voltei a engordar. Já tentei levar numa boa, já tomei remedio pra emagrecer, já inclusive fiz todo check up de uma bariátrica em busca de finalmente “ser saudável”. Eu tô cansada, tenho cada vez mais pavor de médicos, filas, avisos, exames, dessa gente orgulhosa e cheia de egos inflados em seus jalecos sem saber nada sobre mim dizendo que eu preciso emagrecer, que eu preciso me cuidar.
Passei toda minha vida indo em consultórios e emergências, fazendo check ups anuais, regulando o que eu como ou deixo de comer, sendo sensata, sã, tentando de toda forma ser NORMAL. ( tive até um blog com esse nome)
Ano que vem faço 32, eu não sou magra, nem normal! Pelo visto nunca fui saudável, e provavelmente vou ter câncer.
E entre 3 a 6 anos eu fui assediada sexualmente por pedófilo. Pelo menos li em um blog que os sintomas do borderline começam a sumir aos 40. Espero sobreviver até lá.
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Segunda, 4 de dezembro de 2023
Manhã:
Eu vou parar de insistir pra gente adulto tomar café…
Tarde:
Acho que vou virar escritor independente…
Que dificuldade de ficar quieto nessa cadeira ~~
Aumentando o curso para 1.25. Um pouco sem paciência para o professor falando muito devagar.
Nada está atrasado.
Quero ajudar as pessoas, mas ainda não posso. Ainda não estou pronto.
Minha capacidade para o vício é complicada. Como um doce quero comer doce o dia todo Oo
O ano tá indo embora… Sei lá mano, quantas reflexões vem na minha cabeça. Ainda mais agora que falta uma semana para o meu aniversário.
Porque eu fico pensando que não sou o suficiente? 🤔
E o que isso tem haver com o pensamento passado? 🤔
Mas pelo menos eu pareço estar menos negativo hoje.
Me tira daqui……
Noite:
Porra eu só vivo doente mano.
Me falta alguma coisa. A sensação de estar morrendo sem estar vivendo é absurda.
Eu cansei de falar da minha dor. Eu sinto que não tenho mais nada para falar. E mesmo se eu tiver… Vão me calar.
Eu tô tentando viver nesse corpo sem alterar. Fácil não tá. Mas eu tenho sobrevivido. E sobreviver é melhor do que nada. São tantos fantasmas que me assolam me tirando a coragem. Coragem de ser de verdade, com medo da sociedade. Com mais 20 quem sabe, eu consiga encontrar um viver, sem invisibilidade. E invisibilidade pra quem? Pra mim. Pros meus. Eu só. Eu queria dizer pra vocês, ei. Esse sou eu. Mas não me cabe dizer o que você não enxerga em mim. E se eu disser, para quê? Tem coisa que é melhor nem dizer. E esse incômodo diário de estar do outro lado do viver? De não saber até quando dou conta de não saber como encarar minha vida sem ser eu de verdade, com esse eu de verdade sem aparecer, e, ao passar do tempo morrer, sem ter entendido os meus motivos para viver.
Já pensou o é que viver uma vida sendo desrespeitado? Sendo chamado do gênero errado? O tempo todo. O dia todo. O ano todo, sem espaço? E se ver invisível nesse lugar chamado planeta terra?
Eu tô preso em mim mesmo.
Tentando lidar com a disforia.
Conteúdos sobre transgêneros me deixa mal pra crlh.
Cansado.
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Monday, November 20th, 8:46PM
Um compilado de coisas completamente aleatórias:
Hoje foi um dia muito exaustivo, e eu não faço a menor ideia de como vou sobreviver a essa semana já que não tem nenhum feriado e eu não vou faltar nenhuma aula. Foram umas três semanas seguidas com feriados, fora as minhas faltas pra poder surtar em paz, e agora estou completamente mal acostumada.
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Hoje depois da aula eu fiquei para o PIPS, eles iam falar sobre os projetos que fazem com as mães na UTI neonatal, o que é interessante — mas minha maior motivação pra ficar foi que Ludmila foi quem coordenou as palestras, e eu estou nessa terra pra apoiar tudo o que essa menina fizer.
Eu quase sinto dor física quando ela está do meu lado sofrendo de ansiedade por algo que tem que fazer, e tudo o que eu mais desejo nessas horas é arrancar a ansiedade dela porque pra mim ela é um bebê que não tem que sofrer absolutamente nada nessa vida pois ela é uma excelente pessoa. E eu estou muito orgulhosa das coisas que ela faz, mesmo que ela esteja sempre surtando de ansiedade demais pra enxergar as próprias realizações. Eu inclusive deveria dizer isso pra ela um dia.
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Enfim, foi legal, mas em algum momento eu me peguei tendo que lutar muito pra não começar a chorar durante a fala de uma das queridas lá, e foi muito difícil não deixar as lágrimas pingarem (pingaram). Talvez eu esteja meio desregulada emocionalmente. Talvez seja a TPM. Talvez eu seja sensível com o tópico UTI neonatal.
De qualquer maneira, fiquei pensando na psicóloga MEDÍOCRE que eu vou ser, porque TUDO me faz chorar.
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Also, hoje eu concordei em fazer um relatório com um cara da minha turma de estágio (aquele cara super esquisito que sempre me deixa desconfortável) porque não consegui dizer não e agora não sei o que fazer.
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Ah, amanhã é aniversário do meu irmãozinho, o que eu estava esquecendo totalmente. Vou comprar chocolate pra ele, já que ele provavelmente desprezaria qualquer outro presente meu. Eu o amo.
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Outra coisa é que está cada dia mais difícil ficar sóbria porque minha cabeça é engraçada (estou no limite de um colapso emocional) e às vezes é bom parar de pensar nas coisas (estou terrivelmente ansiosa e tentando me anestesiar) e também o capitalismo não me ajuda porque passei no mercado no caminho pra casa e o vinho estava em promoção (só 4 reais mais barato) daí eu tive que comprar né.
Foi uma péssima ideia (por mais além dos motivos óbvios) porque eu cheguei em casa, tirei a rolha da garrafa e já tomei longas goladas direto do gargalo sem nem parar pra pensar que a minha última refeição tinha sido O ALMOÇO, e que amanhã eu tenho ESTÁGIO, e que se eu estiver que fazer avaliação psicológica em crianças enquanto estou de ressaca, é capaz de alguém não sair vivo daquela creche.
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Meu Deus do céu, como eu quero que esse estágio acabe, eu não aguento mais, não aguento mais. Na verdade eu não aguento mais nada, eu tô no limite de tudo e eu só quero desaparecer. Mas ainda estou aqui, então infelizmente tenho estágio amanhã.
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E eu realmente espero não ficar de ressaca por causa da ideia ESTÚPIDA de beber de barriga vazia, porque não foi nem metade da garrafa ainda e eu já tô sentindo minha visão meio turva, o que é ruim, bem ruim.
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Enfim, eu sei que não deveria estar enchendo a cara. Eu não deveria estar sem orar e me afundando em pecados, não deveria estar gastando dinheiro com isso, eu não deveria estar fazendo uma porção de coisas. Eu sei. Eu sei muito bem, tá?
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Enfim. Eu me odeio.
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Não sei o que vou fazer sobre isso.
Não sei o que vou fazer sobre nada disso.
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Also, meu pai ainda está na cidade, o que é outra coisa que está testando a minha paciência. Eu não estava nada legal no dia que ele chegou, e ele surpreendentemente deve ter percebido, porque se ofereceu pra comprar comida pra mim ao invés de me tratar feito nada como geralmente faz, o que foi meio ruim porque por mais que eu deteste como meu pai me trata como nada, de alguma forma é pior ainda quando ele aparenta se importar. Enfim, eu fingi que estava com dor de cabeça (eu realmente estava, mas não era só isso) e fui dormir, e vou tentar ajeitar tudo pra já estar trancadinha no meu quarto quando ele chegar.
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Hoje no caminho pra casa eu fingi que era a Ellie em um apocalipse zumbi (por causa da minha mochila cheia e com coisas penduradas) e também fingi que era a Lily decorando o rosto das pessoas e as placas do carro, o que foi meio legal.
Eu também conversei um pouco com Ludmila sobre AoS hoje na faculdade, o que foi legal também porque eu pude falar sobre a minha noia de sentir ciúmes da Robin por Daisy sem ser julgada, porque ela também sentiu o mesmo hahahahaha
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Mas agora eu vou só voltar a me embebedar e tentar terminar uma fanfic, enquanto tento não pensar no estágio de amanhã e nas um milhão de coisas que eu tenho que fazer e no desastre que eu sou.
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“Eu nunca me dei bem com certos tipos de mudanças na minha vida, principalmente aquelas bem impactantes que acabam mexendo com as nossas bases. Mas também, sinto que não posso continuar refém de uma vida atual que não me possibilita ter a minha própria liberdade para ser eu mesmo, para poder lutar pelos meus propósitos e ideais. Fazem alguns anos, certos familiares me disseram que eu apenas estava pensando em mim mesmo, mas eu nunca tive a oportunidade de me colocar em primeiro lugar uma única vez sequer na vida. Sempre fui a ovelha negra na família, na escola, sofri tanto apenas por ser diferente e tentar dar um pouco do melhor de mim para as pessoas, mas não importa...”
War For Myself
Sou uma vítima da ignorância adulta,
A ferida é tão profunda, que até hoje me assusta.
Sempre lutei para ser compreendido,
Pela família, todos ao meu redor, pelos amigos.
Talvez a falta de compreensão de apoio familiar,
Resultou em mim, um grande problema estrutural,
Assim como a rejeição de muitos que não puderam enxergar,
Todos os meus esforços para cada um deles me aceitar.
Apenas peço para que as pessoas me entendam,
Pois com suas frias arrogâncias, o meu vazio, eles preencheram.
Eu apenas quero uma evolução de pensamentos,
Uma quebra de paradigmas do passado que não representam mais esse momento.
Eu me sinto preso como uma ave enjaulada,
Gritando desesperadamente para ser salva.
Tudo isso tem me despertado depressão, ansiedade,
Eu não posso sair na rua ou chegar tarde.
Sei do meu potencial, da minha capacidade,
Tudo o que eu quero é apenas viver a minha verdade.
Eu preciso confiar em mim mesmo, tirar essas amarras,
Despertar em mim novamente, a força, a garra.
Que eu tinha antes de todo o furacão,
Daqueles dias em 2016 e em 2018, ferir meu coração.
É uma guerra por mim mesmo, pela minha vitória,
Sinto que vencerei e alcançarei a glória.
Eu deixei de acreditar em mim mesmo por decisões que nem foram minhas,
Isso acabou atrasando tudo, influenciando negativamente meus propósitos de vida.
Assim como na minha fé, tanto rezei, fui decepcionado,
Esse desgosto fez eu me sentir completamente abandonado.
Eu aprendi a sobreviver a monotonia,
Vivendo na mesmice a cada dia.
Mas eu estou cansado, preciso sair disso,
Romper as barreiras que me prendem a esse ciclo.
Tudo o que eu quero é sentir a liberdade correr em mim,
Gritar para o mundo, como eu realmente estou feliz.
Sem impedimentos, sem viver em amargura, ressentimentos,
Quero aproveitar cada um dos meus bons sentimentos.
Eu apenas quero ser livre para amar,
Para encontrar um homem digno com quem eu possa me casar,
Ter uma vida feliz, próspera, iluminada como sempre sonhei,
Meu Deus, me perdoe, pois, comigo e contigo falhei.
Porém estou reaprendendo a lutar pelos meus propósitos,
A me reerguer do túmulo dos mortos.
A refazer a minha vida, a batalhar,
Contigo ao meu lado, tenho certeza de que vou ganhar.
Quero arranjar um emprego digno,
Que possa me proporcionar um alívio.
Conquistar a minha independência financeira,
Assim como a libertação por inteira.
Levarei tudo isso como uma grande lição,
Cicatrizes profundas serão troféus em meu coração.
Nas quais olharei e direi a mim mesmo ter orgulho,
Por ter superado, vencido tudo,
E conquistado todos os tesouros que sempre almejei ao meu mundo.
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acho que tenho conseguido colocar alguns pensamentos no lugar recentemente, relacionar as coisas que eu sinto de uma forma mais consistente pra entender o que me incomoda tanto em momentos em que eu me encontro mais sensível e tal.
às vezes sinto que você não me ama mais da mesma forma, e isso não quer dizer que eu ache que você me ame menos do que antes, mas acho que seu amor hoje é um amor mais rotineiro, mais companheiro, bem menos romântico do que antes, o que é natural, mas me parece tão cedo pra isso, sabe?
não temos exatamente uma rotina, não vivemos juntas, não nos vemos sempre, não conversamos mais o dia inteiro, a maior quantidade de tempo que passamos juntas em meses foi na semana passada, nunca saímos pro mesmo lugar e quase nunca saímos só nós duas, e sei lá, parece tudo tão automático, tão sem emoção, tão por conforto.
parece que aceitei que eu sempre vou ser uma parte da sua vida, ao invés de ser e fazer parte dela. não sou sua melhor amiga, nem sua confidente; pra isso você tem as suas amigas e a sua mãe. a sua rotina, mesmo depois de quase dois anos, não me inclui. na verdade, eu sou outra parte. e sei que se você lesse isso, você não concordaria, mas eu sei que é assim. e acho que sempre vai ser.
e aí eu quero fazer parte da sua vida e estar presente pra você, mas você não me pede isso, e sei que é porque você não quer me incomodar, mas sei que pra mim essas coisas têm ficado tão intrínsecas no meu pensamento e no meu coração, que eu acabo não me esforçando mais pra estar aí. porque, pra mim, você não precisa de mim. e não no sentido de que eu gostaria que você precisasse só de mim pra sobreviver ou algo assim, mas que eu sou tão outra parte da sua vida, que não faz muita diferença quando eu to ou não. é como eu disse, você já tem a sua mãe, as suas amigas, todo o seu ciclo, e eu sou só alguém que chegou depois.
acho que hoje to escrevendo isso aqui, porque não quero mais te machucar com isso conversando com você; e também cansei um pouco de me machucar tentando te contar tudo isso e pedindo pra mudar e nada acontecer. ao mesmo tempo que tento me acostumar, ainda me machuca. não sei exatamente se consigo ou se quero continuar dessa forma. alguns dias eu não ligo, mas em outros só me destrói.
ainda é incrível estar com você, ainda sinto as mesmas coisas por você, e sinto como se fosse no começo, mas também sinto que em alguns momentos, eu não vou me importar em me esforçar, porque eu tento demonstrar algo e nunca é recíproco, parece sempre automático. e isso já começou a acontecer.
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