#eu disse que eu queria um bb do felipe

[cherryblogss]

cherryzita, faz um angst com o Simon? 🥺

oi gatinha❤️ hj estou bem melancólica então vem aííí

n revisado

lana how i hate those guys😔

O seu relacionamento não era o mesmo há um bom tempo. Nem sabe quando aconteceu, só que de repente se encontrava entediada e tentava buscar aquela faísca do início do namoro. Iam completar 3 anos juntos e parecia que era 20 anos de casado, mas não em um modo de cumplicidade e intimidade compartilhada, sim de uma maneira que tudo era rotina. Hoje era seu aniversário de namoro e quando você ia lembrá-lo de manhã, ele só dizse que voltaria tarde pois ficaria ocupado com uma prova de figurino.

"Você vai viajar de novo?" Pergunta desinteressada folheando um livro, deitada ao lado do seu namorado.

"Sim, eles querem que eu grave umas cenas na europa." Ele diz bocejando e mexendo no celular. Antes quando Simón dizia que iria viajar, na hora engatavam em um sexo selvagem para não te deixar esquecer a quem você pertencia, agora você só pensava que pelo menos não teria que fingir ou se esforçar para viver ao lado dele, tentando salvar algo que aparentemente ele nem percebia ter caído em desgraça.

"Vou sentir saudades." Diz em um tom que soa falso aos seus ouvidos depois de apagar a luz da cabeceira e guardar o livro, se enfiando em baixo do lençol.

"Hm." Ele responde se virando para o outro lado, pronto para dormir. Ele nunca falava, mas as vezes sua insônia o incomodava.

Você se vira de costas para o argentino, esperando ele dizer algo, qualquer coisa, imaginava ele olhando para o relógio e vendo que passou de meia-noite de um dia que ele nunca havia esquecido. Uma lagrimazinha brota no canto dos seus olhos, pressiona mais seu rosto no travesseiro tentando abafar os sons do choro entalado na sua garganta. Não sabia mesmo o que fazer, parecia que ele não ligava mais e o sentimento de ser só mais uma pessoa invisível na vida dele até achar alguém melhor não saia da sua cabeça. Sabia que não era parecida com as ex-namoradas dele, tanto fisicamente quanto em personalidade e isso te fazia ponderar se ele estava contigo porque era confortável, lembra como no início Simón te elogiava toda hora, reafirmando como você era tão especial e nunca tinha se sentido assim antes com uma mulher.

Ele foi e voltou de viagem, e pelas semanas que se seguiram você assistia a vida continuar a mesma. Simón chegava do trabalho, te dizia como foi, as vezes vocês transavam e depois ele ia dormir como se nada o perturbasse. Todo dia observava como ele nem se esforçava mais para flertar contigo ou continuar te conquistando, era como se tivesse virado uma colega de quarto do argentino, a relutância que ele tinha em se abrir também dificultava a comunicação. Se sentia patética quando ia ao trabalho dele chamá-lo para almoçar, quando vestia uma lingerie e ele te comia rapidinho sem nem ligar para a peça, quando você pedia para ele te encontrar no restaurante favorito e era a mesma conversa de sempre, sempre você buscando ele e o homem nem valorizando seus apelos. Dividiam a casa e o mesmo espaço, mas não os mesmos sentimentos, pareciam estar a galáxias de distância um do outro, não se entendiam mais como antes. Entretanto, você lutava para não acabar, Simón era o seu sonho virando realidade, o primeiro homem que te fez sentir amada e confortável para ser quem era sem medo se perdê-lo. Talvez sonhos deveriam ser só sonhos, deixá-los no mundo da idealização onde não corria o risco de partir seu coração com a dura realidade de viver os maiores desejos.

Até que um dia suas noites tediosas e melancólicas voltaram um pouco ao que era antes, um dia Simón chegou do trabalho com uma alegria fora do comum, dizendo que tinha uma notícia importante, mas primeiro queria te comer lentinho, que estava com saudades e que você amaria a surpresa. Tudo foi tão nostálgico, quase se sentia a garota de anos atrás, porém quando tudo terminou e ele te disse que deveriam mudar de país por causa do novo emprego, na hora você se levantou, indignada com a proposta finalmente explodindo sobre tudo que guardava no seu interior. Simón não era muito de brigas, mas ouvir você falar sobre ele daquela forma doeu, doeu ainda mais ao notar que talvez você estivesse certa, ele nunca foi bom nessas coisas de namoro e preferia deixar rolar naturalmente, mas as vidas distintas de vocês atrapalhavam.

Em um momento de desespero sugeriu que deveriam terminar, porque não era saudável continuar perdendo tempo em algo que só te deixava mal. Surgiu um pontada em seu coração quando viu o alívio passar pelos olhos dele, era uma pena que talvez, mesmo que quisesse, ele nunca teria coragem de terminar contigo. Era óbvio que essa era a única solução plausível e para evitar mais danos. No dia seguinte, arrumou todas as suas coisas e sumiu da vida dele.

Pelos primeiros meses, Simón ficou bem, era duro admitir mas parecia que um peso saiu dos ombros dele. Se comprometer nunca foi o forte do moreno e ter uma pessoa tão centrada como você o enchia de nervosismo, com medo de pisar na bola ainda mais com a carreira decolando, no fim não queria ter que escolher por si mesmo e te deixou decidir por vocês dois que não dava mais. Ele começou a surtar quando chegava as noites e só queria te ver fazer sua rotina, ler um livro ou ficar rindo de videos de gatinhos no celular, mas o vazio o quebrava. Tentou te ligar várias vezes, mas você o bloqueou em tudo e segundo seus amigos havia mudado de país também. Simón nunca realmente te superou, porque ficava assombrado pelas possibilidades do que ele poderia ter feito para te fazer mais feliz. Desde o primeiro momento que se conheceram você sempre o olhava com aqueles olhinhos e sorriso capaz de curar tudo que o amedrontava, pena que não era uma solução a longo prazo.

Anos depois, ele estava promovendo o novo filme dele no Uruguai até que escuta uma risada que ele nunca esqueceria, ao olhar desesperados os arredores, o coração erra batidas quando encontra os seus cabelos em um estilo diferente e mais maduro, o seu rosto mais feliz do que nunca, enquanto segurava um bebê sorridente de olhinhos azuis e cabelo castanho, ele se aproxima automaticamente, querendo comprovar que não estava alucinando. Na hora que ia falar seu nome, um homem alto com os traços semelhantes ao do bebê chega do seu lado, te entregando um suco e pegando o garotinho risonho do seu colo. Sentiu o estômago revirar ao notar que não tinha volta, pensar em você distante era uma coisa, mas ver de perto que você não tinha ficado tão miserável quanto ele era horrorizante. Por mais que nunca quisesse ser pai, só imaginava como seria se fosse ele no lugar daquele cara e o bebê tivesse olhos escuros como os dele.