#ela a prefeita da coitadolândia
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apavorantes · 6 months ago
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POV ⸻ house of memories.
Bishop acordou coberta de suor. A respiração ofegante e o som de tambor em seus ouvidos no ritmo de seu coração eram sinais de uma ocorrência cada vez mais comum: um pesadelo.
Ela olhou ao redor, na escuridão de seu quarto de conselheira, e, esticando a mão para alcançar onde já sabia estar sua mesa de cabeceira, envolveu os dedos em uma caixinha de fósforos e a trouxe para perto. Tsch, o fósforo riscou na caixa e produziu uma pequena chama, que ela rapidamente usou para acender as velas na mesa.
Não havia um relógio ao seu alcance no momento, mas, pelo silêncio e o breu que tomavam não apenas o chalé como o lado de fora, visto pelas brechas tímidas entre as cortinas arroxeadas das janelas, supunha que ainda era madrugada. Era naquele horário que normalmente despertava de seus pesadelos, como um clichê de filmes de terror que nunca se cansava de atormentá-la. 
Bishop não estava assustada — ela raramente ficava, com qualquer coisa que fosse, e crescer com uma escritora de terror a blindara contra sustos baratos e histórias macabras. Não era uma proteção das mais saudáveis, mas, para uma semideusa, era bem útil. Todavia, os pesadelos frequentes roubavam-lhe o sono completo da noite e, depois de meses naquele estado, estava começando a se cansar de nunca sentir-se completamente desperta por estar sempre tão esgotada.
Ela se sentou na beirada da cama, deixando os pés se acostumarem com o frio do assoalho antes de se levantar. O chalé 33 rangia e estalava ainda mais com o clima noturno, uma casa velha de madeira rachada que só se tornara mais amedrontadora depois que o terremoto causado pela abertura da fenda abriu-lhe buracos. Seus moradores haviam remendado-os desde então, mas o humilde e aterrorizante casebre nunca mais fora o mesmo.
Ele protestou sob os pés de Bishop quando ela andou do quarto até o banheiro, repreendendo-a por sua ousadia em machucá-lo ainda mais com seus passos pesados. Ela só queria ser discreta o suficiente para não acordar os irmãos. Infelizmente, entre sua pouca discrição e a delicadeza do chalé, era impossível que um pedaço ou outro de madeira não soltasse um gemido.
No banheiro, de frente ao espelho, Bishop molhou o rosto na água da torneira e analisou o próprio reflexo. Pareceria cansada mesmo sem olheiras para denunciá-la — os olhos estavam caídos e a expressão era de alguém que estava ali contra a vontade dela. Imaginava se também era assim que aparentava ao longo do dia, e se isso contribuía para sua fama de antipática. Os detalhes do pesadelo começavam a escapar-lhe na mesma medida em que ficava mais lúcida e desperta. No entanto, um ponto em específico tornava-se cada vez mais claro com o passar dos segundos, encarando o reflexo que a olhava de volta. Ela havia sonhado com Clarisse La Rue.
Quando o Drakon roubara a vida de Silena Beauregard na Batalha de Manhattan, Bishop era uma mera adolescente. Os principais guerreiros naquela batalha também eram, porém, e eles colocaram sua vida em risco enquanto a pequena e franzina filha de Fobos — àquele ponto, ainda uma habitante do chalé de Hermes — assistia com olhos arregalados e nós dos dedos esbranquiçados de tanta força que usava para agarrar o cabo de uma espada que mal sabia usar.
Ela nunca havia trocado uma palavra com a filha de Afrodite, tampouco com a filha de Ares — e, sinceramente, acreditava que não havia o feito até hoje —, mas seus rostos estavam entre os muitos que a assombravam quando as memórias de seus primeiros anos no Acampamento Meio-Sangue a sobrecarregavam. Isso acontecia com frequência desde que retornara a ele no fim do ano anterior. E, com a aparição de um Drakon mais cedo naquele dia, a filha do deus da guerra era para o que sua cabeça sempre voltava, a única daquele par a sobreviver à última vez que um daqueles monstros atacara.
Bishop hesitava em admitir que era uma pessoa traumatizada. Gostava de viver em um mundo em que ela era a exceção para problemas daquela natureza, não por ter uma mente mais forte ou mais resiliente do que os outros, mas porque precisava ter resiliência, porque era seu dever. E, ainda assim, seu coração não deixava de doer por pessoas que mal conhecia, que sequer encontravam seu olhar quando andavam lado a lado pela Colina Meio-Sangue, pois via na dor delas a sua própria. Via os lampejos das batalhas que enfrentara, do sangue semi-divino espirrado em suas roupas, da fumaça de mortalhas queimadas subindo aos céus. De formas igualmente egoístas e empáticas, Bishop sentia o pesar de todos os semideuses do Acampamento Meio-Sangue, pois ela também o conhecia.
Então, após o Drakon transformar-se em pó dourado, os feridos serem levados à enfermaria e o restante dos campistas recolher-se para seus chalés, o que ficou nos pensamentos de Bishop foi Clarisse; agora, a prova viva de que mesmo os favoritos dos deuses não podiam escapar de seus passados, e da mágoa que aqueles passados carregavam.
Ela sentiu um aperto familiar em seu peito, que, assim como os pesadelos, se tornava cada vez mais frequente. Era uma mistura de muitos sentimentos, e nenhum deles bonito: tristeza, raiva, rancor, desesperança, impotência. Perguntava-se se seu coração sempre fora tão feio ou se as circunstâncias haviam plantado aquela feiura nele. Não gostava de sentir-se daquela forma, especialmente por saber que, no fim das contas, não podia fazer nada para ajudar a si mesma, então abrir a porta para aqueles sentimentos só os deixaria mais confortáveis em ficar. Mas, mesmo assim, não conseguia se conter.
Se até os favoritos dos deuses não podiam escapar, o que a fez um dia acreditar que conseguiria?
Bishop suspirou. Uma última vez, contemplou o reflexo à sua frente. Seus olhos nunca pareceram muito com os da mãe.
Ela se arrastou de volta para o quarto, sobre protestos do chalé, e enfiou-se debaixo das cobertas grossas. Sabendo exatamente onde estava e o que procurava, esticou a mão para alcançar um livro no topo da pilha que se formava debaixo da mesa de cabeceira. Abriu o livro de mitologia grega na página em que o deixara marcado, no capítulo sobre Aquiles, e leu-o até a exaustão permitir que adormecesse de novo.
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neozhelps · 6 months ago
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desabafo sobre: panelinhas.
um assunto que com certeza faz um arrepio subir na espinha de muitos players. vamos ser sinceros com o tio mira? ou você teve problema com uma panela, ou você faz parte dessa dita panela. e eu quero conversar com vocês sobre isso depois de ler as asks que a harumi recebeu e o pronunciamento de uma das comunidades que eu fiz parte.
vocês sabem qual a diferença entre entrar em uma comunidade com seus amigos e já ter combinado plot e casal com fazer uma panelinha? não sou autoridade no assunto, mas aqui vou falar minha experiência como moderador e player, e também como alguém que sem perceber fez parte de uma panela.
a primeira opção é muito comum de acontecer. pessoas acabam se aproximando naturalmente e aprendendo as preferências e manias do outro quando o assunto é rp. eu sei que minha amiga gosta de jogar drama, não gosta de combinar end game, que ela tem uma rotina corrida por causa do trabalho e costuma responder tudo na hora. ao mesmo tempo, ela sabe que eu também gosto de drama, mas amo romance de todo tipo e mesmo que a minha rotina seja mais tranquila que a dela, que eu demoro mais a responder. nós jogamos juntos desde 2022 e respeitamos o tempo um do outro. e já entramos juntos em cmm, muitas vezes. só que com essa amiga em específico eu posso falar que nunca nos fechamos, sempre puxamos as pessoas que estavam se sentindo deslocadas e criamos muitos plots assim.
mas a situação do tal rp que a mod tá se fazendo de coitadinha (desculpem a acidez, isso já tá me estressando há dias) tá longe de ser só amigas que se conhecem e tem mais afinidade pra criar plot. porque eu tentei, gente, desde o momento que o rp abriu. tentei buscar plots com elas, tentei responder todo mundo, mesmo eu me sentindo desconfortável com fcs do bts (um problema meu, que não é da conta de ninguém que prefere jogar com eles). era uma comunidade, o mínimo era eu não ficar ignorando personagem por causa de uma coisa que não era culpa de ninguém ali.
fiz starter call, respondia sempre que postavam algo, mesmo que a minha atividade fosse mais lenta. fazia o meu melhor pra não deixar ninguém no vácuo. só que quando fiquei um mês sem resposta das queridas enquanto elas apareciam, se respondiam e davam ghosting em todo mundo, eu larguei de mão. não larguei o rp, porque seria sacanagem com quem também estava tentando jogar sozinho e buscar plots, e porque eu fiz conexões que me agradaram e queria desenvolver. mas foi conversando com outras players que eu vi que não estava sozinho no meu achismo.
que realmente existia uma panelinha, que elas ignoravam TODO MUNDO que não babava ovo dos personagens chatos delas, e que a mod tava no meio e por isso as desqueridas ficavam mais de 10 dias sem responder ninguém e nem chegavam perto do activity check.
mano, isso é muito chato, mesmo. e quem estava desconfortável foi sim conversar com a moderação, eu sei disso porque recebi print, e eu mesmo falei com a moderação. mas o tempo todo era a querida negando o óbvio, se fazendo de prefeita da coitadolândia falando que só tava sem tempo e pipipi popopo.
SE VOCÊ TÁ SEM TEMPO, NÃO MODERA SOZINHO, NEM ENTRA COM 5 PERSONAGENS DE UMA VEZ SE NÃO VAI DESENVOLVER NENHUM DELES.
eu gosto de moderar, eu gosto de jogar com 7 personagens de uma vez só, mas eu me organizo pra não atrapalhar ninguém com os meus problemas. porque quando você entra em uma comunidade, quando modera uma, você tá se responsabilizando por manter o jogo vivo pra que todo mundo possa se divertir. é uma promessa silenciosa que você não vai atrapalhar o jogo de ninguém e só vai dar o seu melhor para agregar.
agora vou deixar aqui o segundo textão que eu mandei pra querida moderadora depois dela falar que não tinha panela e que eu tava louco.
ok, vamos começar. eu não quis dizer que todo mundo tem que entrar todos os dias, responder na mesma hora ou nada do tipo, porque isso seria até hipocrisia minha já que só consigo me dedicar aos turnos duas ou três vezes por semana. a questão não é ser a pessoa mais ativa do rp. mas, vamos combinar uma coisa? cada um respondeu pelo menos um dia de disponibilidade na hora de mandar a ficha.
se você não tem tempo nem disposição pra manter 5 personagens, não tenha 5 personagens. tenha um e faça ele um camaleão com todos os pontos que vc quer desenvolver. agora se você disse na ficha que tinha tempo pra jogar pelo menos um dia, e se dispôs a criar 5 personagens de uma vez, o mínimo que a gente espera é você cumprir com o que prometeu indiretamente. porque combinar plot, cnn, interação é exatamente isso, uma promessa silenciosa. a outra pessoa fica esperando um mês, sem noção se vai receber o que queria ou não, enquanto o alecrim dourado continua prometendo mundos e fundos e sumindo sem nem dar um aviso.
dá pra contar em uma mão quantas vezes a querida 1 apareceu na dash. no personagem genérico 1 ela interagiu com personagens femininas, fora da panela e que entraram nessa edição, por volta de 4 vezes. o resto dos posts ou é gif do fc ou é starter com as mesmas pessoas: você, paneleira 2, paneleira 3 e querida 2. postou um starter aberto mas desde então não deu seguimento com ninguém que respondeu. já no personagem genérico 2 ela realmente interagiu com outras pessoas e com mulheres, mas considero isso um milagre mesmo. porque respondeu cada personagem uma única vez antes de mais uma vez desaparecer no ar. já nos outros personagens genéricos, até chegou a combinar plot comigo, mas desapareceu sem aviso e eu não sei nem se os starters que tenho pra abrir pra ela vão ser respondidos um dia, ou o plot vai ter seguimento. porque isso já aconteceu mais de uma vez com ela.
agora sobre os personagens da paneleira 2. no gay de festa 1 ela tem umas 4 interações fora da panela em 2 meses de rpg. o resto é com vocês da panela, o que ela responde quase na hora sem enrolar muito. no gay de festa 2 a mesma coisa. até interagiu com uma mulher ou outra, que não passou de duas respostas da parte dela, focando sempre mais nos mesmos personagens seus, da querida 1 e da paneleira 3, e as vezes da querida 2.
a querida 2 é a que mais interage fora do reality a bolha, é a que mais é ativa desse grupinho. mas por outro lado, na personagem mulher hipersexualizada ela literalmente só respondeu homem e foto da fc. na personagem esquecida só os membros da família dela, tanto que eu nem sabia que essa personagem existia.
e você, moderadora paneleira, até interage com outras pessoas. mas sinceramente? isso é o mínimo que se espera de alguém que modera um rpg. você não merece aplausos pelo mínimo, que é manter uma atividade mesmo que mínima quando se prontificou a fazer 5 personagens e interagir com os outros. eu sei que a vida é caótica, que a gente não controla o que acontece e isso pode sim afetar nossa vontade de entrar e jogar. mas sabe o que é mil vezes melhor do que ficar pedindo mil desculpas por falta de atividade? ter maturidade e responsabilidade de admitir que não está em um momento bom para se dedicar à uma comunidade e simplesmente pedir unfollow. se não tem tempo, não entra, principalmente com tanto personagem assim de uma vez. é o melhor pra vc e pro resto dos players.
eu entendo que não tem como saber quando as pessoas estão se aproveitando da nossa empatia, mas é justamente por isso que é importante impor limites. porque a vida é assim, as pessoas se sentem confortáveis para se aproveitar da boa vontade alheia, e se você não tem coragem de impor um limite de inatividade, de pedido de hiatus e etc, não devia nem moderar. porque moderar é saber quando ser empático e quando ser mais rígido, ou vira bagunça. e mil desculpas, mas o falecido virou bagunça.
não adianta quantas vezes você tente negar que não existe uma panela no falecido, porque isso não sou eu acusando sem motivo. isso é mais de uma pessoa que notou o comportamento de vocês não só nessa edição, mas nas passadas também. e, sinceramente, eu sei que não adianta reclamar porque vocês não vão mudar da noite pro dia, vão continuar fechadas na bolha de vidro até dar merda entre vocês mesmo. já aconteceu comigo, eu sei como é difícil admitir que tem sim uma panela, e mais difícil ainda quando tudo acaba e você fica abandonado porque deu prioridade pra três pessoas que na primeira oportunidade se desfazem de você.
e outra: a questão nunca foi ter plot combinado. quem entra com amigo, acaba fazendo isso mesmo. é normal combinar end game com quem vc já conhece, é normal combinar cnn e tudo o mais com seu amigo que vai entrar no rp, isso é até melhor porque você já entra sabendo que não vai estar sozinho. o problema com a bolha de vocês, quatro mosqueteiras e meia, é justamente ficar SÓ ENTRE VOCÊS. não ter abertura pra ninguém, absolutamente ninguém mesmo. isso que é chato, isso que cansa. podem reciclar personagem, reciclar plot, entrar de casal fechado e o que for. mas estejam abertos para interagir com outras pessoas fora da bolha de vidro.
eu entendo que na edição passada tinha menos gente, eu mesmo tentei jogar aqui. mas sabe por que tinha menos gente? na verdade, por que tinha menos mulher? é que vocês se uniram tanto que raramente alguma mulher se sentia acolhida, porque era visível que davam preferência pra homem. eu senti isso na única semana que fiquei.
por favor entendam, não sou o único a perceber isso, não foram duas pessoas que perceberam isso. todo mundo com quem falei no pv notou a mesma coisa, reclamou da mesma coisa. que vocês três se fecham entre si e raramente dão chance pra outras pessoas, que tem um favoritismo ali, e que respondem mais homens, plotam mais com homens e tudo o que eu já falei acima. não adianta usar de argumento que “meu personagem gay tinha uma melhor amiga! fulano tem irmãs!” quando é só isso, pessoas específicas, subplots. nunca algo que faça a diferença, nunca algo que é realmente desenvolvido.
eu espero, de coração, que você e suas amigas (porque não adianta falar que não conhece elas, todo mundo já sabe que vocês estão sempre juntas, e se jogou 1x1 com elas acabou conhecendo melhor cada uma sim) mudem a visão e a forma de jogar de vocês. porque é muito chato entrar em comunidade e ver que fulana e ciclana só fazem os mesmos casais gays extremamente fetichizados e estereotipados. que não tem desenvolvimento algum, que ficam num troca troca eterno de personagem e nunca cumprem o que prometem. [...]
e a resposta que recebi? dela reclamando que eu não tinha o direito de falar assim com ela quando era a segunda reclamação que eu fazia, provavelmente mais uma de várias que elas receberam. e na primeira vez eu fiz o meu melhor pra simplesmente não mandar tomar no cu.
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