#e vamos de hera dark
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evreuxdharcourt · 5 years ago
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𝐋𝐎𝐎𝐊 𝐖𝐇𝐀𝐓 𝐘𝐎𝐔 𝐌𝐀𝐃𝐄 𝐌𝐄 𝐃𝐎 (𝙥𝙖𝙧𝙩 𝙄𝙄)
I'm like a skeleton, can't shut my eyes Right now I feel like I'm an alien I'm so fucking dangerous Cover up the evidence with medicine I can't find the life
        QUINTA-FEIRA, 29 DE OUTUBRO DE 2020, PARIS.
                               Geneviève aterrissou no Charles de Gaulle aquela noite com uma sensação provisória de calma. Tinha pisado ali tantas vezes que o ato tornava mesmo os pensamentos mais obscuros em familiaridade e conforto. Por alguns minutos, pensou que tudo ficaria bem. Por alguns minutos, quase foi capaz de rir da própria preocupação. Mesmo com a sensação que se instalara nos últimos dias de puro vazio e choque, Viv foi adiante. Precisava sempre seguir adiante. Isso tudo seria em vão no fim. O ser humano é capaz de se adaptar em qualquer ambiente, seja lá o que for que acontecesse. E de qualquer forma, estava apenas arranjando alguma coisa para se preocupar como sempre. Seria uma ótima comemoração de aniversário antecipada e só.
                                Os pais mandaram Jean Louis lhe buscar. A visão do irmão a ajudou deixar tudo de lado, mesmo que momentaneamente. Era bom ver aquele rosto familiar; o sorriso foi instantâneo. Ouviu durante os quarenta e cinco minutos de trajeto sobre a diplomacia e os relatos da vida no Cairo, o país no qual agora representava a França. Era sempre bom conversar com o mais velho dos irmãos; trocaram indicações de livro e piadas internas e mesmo com óculos de aro grosso e importante e terno de última linha, para ela Jean Louis sempre seria o garoto que pulou no sistema de esgoto ao perder uma aposta e que fazia tudo sem pensar antes, só para mostrar que podia. Sentiu o coração diminuir um pouco do peso enquanto conversavam, porém a sensação dissipou ao estacionarem na frente da Mansão dos Harcourt. O coração dela batia forte e de repente as mãos suavam. “Não deixe as mentiras dela te desestabilizarem”, falou para si mesma enquanto pensava nas palavras de Chloé pela enésima vez desde a véspera.
                               Os Harcourt viviam ali há mais de trinta anos. O local era casa, não só no sentido material, mas afetivo também. Fez o caminho conhecido até os portões e atravessou o grande pátio. Apesar de escuro, tudo continuava igual e impecável, é claro. Suspirou ao passar por ali e relembrar todos os momentos da infância. Passou a vida inteira ali; subiu nas arvores, aprendeu a nadar na piscina dos fundos, teve festas de aniversário nos jardins, pensou que se casaria com Maxine no pátio. Agora aquilo tudo parecia embaçado e distante, como se fossem memórias pertencentes à outra vida, à outra pessoa. Entrou pela enorme porta frontal. O chão de mármore fazia o barulho do seu salto sobre ele. Fizeram caminho pelos corredores luxuosos e brancos até a sala de estar. Foi bom rever a família reunida sob o mesmo teto depois de tanto tempo. O sorriso foi automático.
                               Quase que propositalmente, a Harcourt esqueceu o que precisava fazer. Beberam vinho, brindaram, jogaram conversa fora. Quando a mãe anunciou o jantar, a loira levantou-se da sua poltrona habitual para seguir a família até o cômodo seguinte. Como se o destino quisesse lhe apresentar a oportunidade perfeita, Étienne ficou para trás enquanto terminava de atender uma chamada no telefone. A noite toda ele ficara reservado; Viv não deixou de observar a sua postura mais calada, porém atribuiu aquilo à própria personalidade dele, que sempre fora daquela forma. Ou ao menos isso era o que queria pensar. ❝ — Et tu? Como vai a vida de professor?❞ — perguntou como quem não quer nada. Viu um pouco de surpresa no olhar dele. A garota analisou suas feições suaves, diferente das dos demais irmãos. Ele exalava calma. Deu-lhe um sorriso amarelo. “Vai bem. Como vai a vida na Truffaut?”. A pergunta a fez estremecer um pouco por dentro. Pensar na escola e no que acontecia lá era desesperador. ❝ — Acabando, felizmente.❞ — ouviu-se responder e notou como era genuíno o desejo de deixar logo o local para trás. Sempre achou que seria difícil, mas nos últimos meses vinha fantasiando o momento em que tudo acabaria e seguiriam em frente. Étienne riu. “Isso sim é novidade. Já decidiu o que vai fazer?”. A pergunta engatilhava pensamentos nada agradáveis. Não, não sabia. Não estava nem perto disso. Se fosse honesta, ultimamente só pensava em terminar a semana sem ter que presenciar mais uma morte. ❝ — Non, mas eu vou descobrir.❞ — respondeu com um sorriso e o viu espelhado na expressão do irmao. “Eu sei que vai, Genny. Vamos?” chamou, fazendo sinal para que fossem para a sala de jantar. ❝ — Attendrez, Tiennou.❞ — pediu-lhe para esperar, utilizando o apelido carinhoso da infância de ambos. Viu que chamou-lhe a atenção. Aproximou-se um pouco dele e abaixou o tom de voz. ❝ — Nunca chegamos a conversar sobre isso, mas... Por que mesmo você não quis continuar na Université?❞ — perguntou, tentando parecer mais despreocupada do que realmente estava. Mesmo assim, notou que o seu tom era ansioso. A expressão do mais velho endureceu um pouco. O coração de Geneviève voltou a bater mais forte. Não pode ser, não é isso. “Só queria fazer meu nome fora da asa dos Harcourt. Independência. Tenho certeza que você entende”, respondeu ele. Ali estava, a resposta que a garota estivera esperando. Era exatamente o que queria ouvir, contudo, não a convenceu. Conhecia o irmão e sabia que estava mentindo. ❝ — Por que você está mentindo, Tiennou?❞ — inquiriu, a voz não endureceu, acusava-o de maneira quase que infantil. Precisava da verdade. Viu-o começar a olhar para o chão. “Genny, é seu aniversário. Por que não vamos jantar e deixamos esses assuntos chatos de família para outro dia? Eu vou até Cannes e aí podemos conversar melhor sobre isso...”, respondeu ele. Bom, não seria má ideia. Abrir a caixa de Pandora no próprio aniversário não era uma boa pedida. Entretanto, a voz de Chloé continuava soando em seus ouvidos. Não, aquilo era urgente. ❝ — Étienne, s’il te plaît. Eu imploro. É meu aniversário e eu mereço a verdade. Não sou uma garotinha mais para ter que ser protegida da maldade do mundo. Por favor.❞ — implorou. Viu que a expressão dele era de pânico; tinha-o colocado em uma saia justa, sabia disso. Talvez sentisse que não era seu papel contar aquilo e sim dos pais. “Genny, é complicado. Eu não quis ficar na Université por diversas razões. A principal foi que eu não concordo muito com o jeito que está sendo administrada. É isso. O resto você deveria realmente conversar com o pai e a mãe”, ele respondeu. Não concordava com o jeito que a universidade era administrada. Isso podia ter tanto significados. ❝ — Eu não sou idiota. Você sabe que não vão falar a verdade. Eu sei o que está acontecendo, sobre o atleta famoso e os demais! Eu fiz minha pesquisa, mas preciso saber se isso é mais do que rumor digital. Então, Étienne Stannilas, eu vou te dar uma última chance antes de fazer uma cena que nunca fiz antes: o que realmente aconteceu?❞ — indagou com dureza.
                              Aquele era o momento. Geneviève esperava saber tudo o que tinha acontecido conforme leu pelo usuário do Reddit na noite anterior. Precisava saber se a família compactuava com bullying e se tentou abafar o suicidio de um aluno. Precisava saber se esteve errada o tempo todo sobre sua familia e no fim seus membros eram apenas o que fuckthewhiterich os acusou de serem: mercenários. Étienne parecia um pouco boquiaberto com a postura da irmã. Para ele, era incrível pensar naquela menina uns seis anos mais nova e que até ontem era um bebê como uma mulher decidida, forte e tão teimosa quanto o restante do lado feminino da família. Acima de tudo, odiava ter que romper a bolha da perfeição familiar para ela. “Até isso eles tiraram de mim”, pensou consigo com bastante raiva. Mesmo assim, sabia que a mais nova estava certa; os pais jamais admitiriam, iriam enganá-la e o pior, ela podia acabar acreditando para fugir da realidade. A realidade podia ser dura, mas era necessária. Suspirou pesadamente antes de respondê-la. “Ok. Você tem o direito de saber. Mas lembre de não odiar o mensageiro. Genny, os rumores são verdade. Eles estão realmente vendendo diplomas. Os famosos ou então as pessoas com dinheiro suficiente fazem uma espécie de acordo e não precisam nem comparecer nas aulas, só dar as caras de vez em quando para fingir que estão indo e não deixar tão na cara, mas é tudo um esquema. É tudo esquema. Um esquema secular, que todos os envolvidos no ramo da educação da nossa família parecem saber e não se importarem porque... Olha só o que o grandpère teve a coragem de dizer: é tradição! E que eu tinha que aceitar isso para tomar o que é meu e ensinar meus filhos e netos. Putain”, ele falou, visivelmente irritado.
                          Geneviève não respondeu imediatamente. Parecia que estava em um sonho, daquele tipo que você está caindo sem parar e não consegue se segurar, nem acordar. Sentia que estava mal piscando também. O coração agora parou de acelerar, apenas batia de uma forma dolorosa, como se o simples fato de mantê-lo funcionando fosse tarefa difícil demais para o seu corpo. A informação trazida pelo irmão agora infiltrava-se em seu consciente como se fosse um veneno poderoso, de maneira sorrateira, porém perigosa e devastadora. Iria matá-la em silêncio. “Genny?”, ouviu o irmão chamá-la. ❝ — O que... Eu não entendo...❞ — conseguiu pronunciar. Viu que ele a olhava de forma confusa. Achava que ia ouvir a história de como um atleta fez bullying com um aluno e ter sido encoberto pela reitoria. Aquilo ia muito além, era muito pior do que jamais considerou. Era surreal. Não podia ser verdade. “Eu achei... Genny, merde, você disse que já sabia, achei que estava falando disso”, Étienne falou com um tom nervoso; seus olhos estavam tristes, como se odiassem presenciar aquela cena, mas a conhecesse bem até demais. ❝ — Eu achei... Eu achei que você fosse falar sobre o suicídio.❞ — falou com a voz falhando. Sentia agora que todos os órgãos internos estavam sendo dilacerados. A garganta ficou seca e sentia que lágrimas queriam vir a tona. “Big girls don’t cry”, falou para si mesma. Imaginou que receber um soco do irmão doeria menos do que aquilo. “Merde... Gen, isso vai muito além de só esse caso. Eu realmente achei que era disso que você estava falando. A verdadeira motivação do meu afastamento foi ter descoberto que a honra e dever que nossa família prega tão veementemente é pura hipocrisia. Imagina descobrir isso depois de anos de inseguranças e cobranças internas para ser tão bom quanto o seu sobrenome enquanto ele é na realidade uma porra de piada”, complementou. Viv notou que ele desabafava sobre o assunto pelo que parecia ser a primeira vez. E também pela primeira vez, a loira não se importava mais com acalentar os sentimentos alheios. Só pensava em si e em como sentia que algo dentro de si estava morrendo. ❝ —Je pense que je connais le sentiment.❞ — respondeu sarcasticamente, porém seu tom saiu ferido e fraco, nada perto do que mediu quando pensou nas palavras. Étienne acabava de derrubar todo seu mundo.
                              A mais nova dos Harcourt andou até a lareira com os braços cruzados sob o próprio peito, não conseguindo digerir tudo. O choque a consumia e ela mal sabia como agir. As fotos familiares na lareira não ajudaram em nada. Mentiras, tudo mentira, todos esses anos. Todos esses anos. ❝ — Os outros sabem? Mamãe? Papai? Os meninos?❞ — fez a pergunta mais temida. Que seus avós possuíam intenções deturpadas, Geneviève não duvidava nada; agora aqueles ali presentes... Ela não podia aceitar. “Os meninos eu não sei, mas mamãe... Ela é a reitora. E papai... Ele é o filho mais velho e acionista principal da Université”, respondeu Étienne com um suspiro. Entendeu que ele agora tentava poupar seus sentimentos. Tarde demais para isso, Tiennou. Enquanto pensava em como responder, como reagir, a mãe apareceu no recinto. “Mes chérs, a comida vai esquentar. Geneviève, mon amour, o que aconteceu?”, inquiriu ela. A sua voz e presença foram outro golpe que quase a nocauteou. Aquela mulher era tudo na sua vida; seu porto, sua inspiração, sua deusa, sua guerreira, sua conselheira e melhor amiga. Como ela pôde? Como pôde todos esses anos esconder aquilo e ao mesmo tempo lhe ensinar morais, valores, lhe colocar padrões e expectativas tão pesadas que moldaram toda a sua personalidade por tantos anos?
                                   ❝ — Comment osez-vous putain?❞ — perguntou em tom mais alto, sentindo a raiva consumir toda a sua existência. A mulher demonstrou confusão, procurando os olhares de Étienne e de repente entendendo o que estava acontecendo. Viu que Anne Blanche tentou iniciar algum tipo de defesa ou argumento, porém o grito de Viv atraiu os demais até a sala. Ver a cara do pai também foi fonte de uma raiva inesgotável para Geneviève. Depois de tantos “você precisa ser a melhor em tudo o que faz”, “a imagem é importante e perfeita”, “a educação é a chave preciosa que abre todas as portas do mundo”, de “ser a mudança que quer ver no mundo”; como conseguia dormir a noite sabendo o que sabia? Como conseguia se olhar no espelho? Queria gritar, queria agredi-los. ❝ — Foda-se. Eu preciso sair daqui.❞ — falou, saindo em ímpeto da sala para os corredores suntuosos. Orgulhava-se da boa condição de vida dos Harcourt e de como eles cuidavam da educação parisiense, a nobre causa da educação. Era tudo mentira, era trouxa por acreditar. Aquela mansão fora construída com dinheiro sujo. A casa podia estar limpa como brinco, mas todas aquelas superfícies eram sujas.
                                Apesar dos irmãos a seguirem até a saída perguntando o que tinha acontecido, os passos decididos de Geneviève guiaram sua mente perdida e desconsolada. ❝ — Eu preciso ir. Não posso ficar nessa casa de hipócritas de dinheiro sujo. E se não sabem nada sobre o que estou falando, melhor perguntar para Étienne antes que seja tarde demais. E se sabem... Bom, então me deixem sozinha, porra, porque não quero mais saber de vocês também.❞ — pronunciou aquelas palavras enquanto olhava para o rosto dos seus três outros irmãos. Jean Louis, Henri Phillipe, Pierre Fleury. Não sabia se eles estavam envolvidos ou sendo cúmplices da sujeira parental, mas a imagem perfeita da família tinha ruído pela segunda vez na sua vida, contudo agora de maneira definitiva e irreversível. Entrou no carro do chauffer do pai e pediu para que o levasse sem demora ao Charles de Gaulle novamente.
                                 Durante o percurso do carro, tudo o que Geneviève conseguia pensar era que a sua vida fora uma mentira. Anos de dedicação, de ser a garota perfeita que fazia jus à herança educacional e intelectual, de cuidar dos irmãos como fossem filhos, de defender com honra a coroa metafórica que vinha com ambos sobrenomes. Depois de ter centrado toda sua vida ao redor dos lemas de liberdade, igualdade e fraternidade, de ser e seguir todos os passos que sempre estiveram bem bolados mesmo antes de ela sair do útero. Tudo o que fazia Geneviève Sylvie ser Geneviève Sylvie — o clube de políticas e ciências sociais, o cargo de presidente do Grêmio Estudantil, o clube de debates, o próprio status de rainha e garota popular na Truffaut; era tudo mentira, era tudo descartável. Geneviève Sylvie Evreux d’Harcourt não era nada, não era ninguém senão uma combinação de preconcebidos conceitos, uma pessoa moldada pelo que os pais achavam ou não ser certo. E o que eles sabiam sobre o que era certo? Aparentemente nada.
                                    No aeroporto, a garota andava meio perdida, sem rumo. Precisava adiantar a sua passagem de ida, mas não se achava capaz de encarar outro ser humano e dar sorrisos, fingindo que estava tudo bem. O celular não parava de vibrar com mensagens dos irmãos e dos pais. A cabeça doía muito e, ao contrário do que pensou no momento que ouviu a notícia, parecia incapaz de chorar. Talvez a ficha não tivesse caído ainda. Era difícil aceitar que os últimos quase dezenove anos foram mentira, que se acreditava em algo completamente frágil e calunioso. O cérebro pulsava de dor, o coração também. Sentia como se os seus arredores estivessem mais lentos do que o normal, como se a cena toda fosse em câmera lenta. Um grito de desespero estava preso na garganta. Por mais que o modo resolução de problemas de Viv antes tivesse sido a resposta para as crises vividas até então, naquele momento não existia plano algum. Não existia vontade de agir, nada. Não queria resolver porra alguma. Irritada pela vibração constante do telefone, a loira desligou o aparelho. Só sabia que precisava sair dali.
                                 Mudou a passagem para aquela mesma noite e foi até o bar do aeroporto. Pediu drinks, os mais caros que o dinheiro podia comprar. A torpez da bebida ajudava a tornar aquilo tudo suportável. Beber até esquecer quem era, principalmente porque não sabia quem era. Pegou o avião para Cannes na primeira classe e chegou na cidade em pouco mais de uma hora. Tinha conseguido licença para faltar o dia seguinte de aula para ir à Paris comemorar o seu aniversário e mesmo que não tivesse, voltar à rotina de se preparar para o dia de aula, acordar cedo de maneira impecável e prestar atenção em todas as aulas como se nada tivesse acontecido simplesmente estava fora de questão. Pf, licença. Como é boazinha essa Geneviève. Com licença, posso comemorar meu aniversário? Que idiota. Aquilo tudo era idiota. Chegou no apartamento e por mais que tivesse ficado apenas três horas fora, tudo parecida diferente aos seus olhos. ❝ —Fuck this shit.❞ —falou em voz alta. Ninguém lhe respondeu. Entrou no quarto e de cara viu as fotografias familiares. O sentimento de raiva lhe preenchia de maneira assustadora. Arrancou todas as fotos dos porta-retratos e as juntou na lixeira. Abriu uma das suas gavetas e tirou de lá um isqueiro artesanal, com brasão da família. Seu pai sempre dizia que existiam certos objetos que não custava nada se ter em casos de emergência. A ironia da situação a fez soltar uma risada meio nervosa e desesperada. Pegou o objeto pesado e acendeu, levando a chama próxima dos papéis dentro do lixo até que eles incediassem. Viu os sete rostos parecidos e sorridentes desfigurarem e virarem cinzas. 
                                 Só conseguia pensar em como tudo tinha ido por ladeira abaixo tão rapidamente. Primeiro a vinda dos Titãs, seguida da morte de Eloise, o término do namoro, as ameaças do anônimo, a culpa de estar escondendo cada vez mais coisas de todo mundo, a pressão constante na escola. E para quê? Qual exatamente era o motivo? Fuck me if I know. Não mais. Chega. 
[ message from Genevieve ]: vem me buscar aqui.
[ message from Genevieve ]: no questions asked.
                               O ser humano é capaz de se adaptar em qualquer ambiente, seja lá o que for que acontecesse. Era hora de se readaptar.
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letsitspopcorntime · 4 years ago
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Em parceria com a IDW, a Dark Horse Comics anunciou uma nova HQ que terá um crossover entre a série Stranger Things e o universo de Dungeons & Dragons. Line Art: @Galindoart Colors: @msassyk Letters: @blambot From @DarkHorseComics & @IDWPublishing! Essa mensagem abaixo estava no perfil do Twitter da Dark Horse. “Então, aquele projeto secreto que estamos trabalhando? Estamos escrevendo uma minissérie em quadrinhos de Stranger Things e Dungeons & Dragons!” O roteiro será assinado por Jody Houser (Harley Quinn e Hera Venenosa) e Jim Zub (Wayward), enquanto a arte será de Diego Galindo (Army of Darkness). O lançamento da HQ está prevista para novembro deste ano nos Estados Unidos. 🚀Ative as notificações para continuar recebendo nosso conteúdo.⁣⁣⁣ 🚦Imagens: @darkhorsecomics 📝Texto: @pedrofaust e @its_popcorn_time 🎯📌📍Quer receber novidades, dicas e insights sobre CULTURA POP?! Participe da minha LISTA de EMAILS. É simples eu te ajudo..⁣ .⁣ É só mandar ➡️➡️ #euquero por direct que enviarei um newsletter semanal com as principais novidades da semana..⁣ .⁣ 📝📚Neste email vou colocar gratuitamente insights, dicas e novidades sobre CULTURA POP. 💻⌨️🖥📝📱📲🎯📌🍿🎙🎥📺🎞..⁣ .⁣ Vamos falar de cinema, seriados, livros, games, tecnologia e tudo que seja relacionado com cultura, inclusive eventos e mostras. (em Goiânia, Goiás, Brasil) https://www.instagram.com/p/CDe_RQ8Fn8-/?igshid=dupqp1em217u
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aquarianoleitor-blog · 7 years ago
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TAG: Começos Inesquecíveis
E aí galera, tudo certo?
Resolvi fazer essa tag aqui porque estava sem paciência pra filmar kkk E estou experimentando a plataforma do Tumblr como um blog, espero que fique bem legal!. Bom, a tag consiste em falar os começos inesquecíveis dos livros (é bem autoexplicativo kkk), escolhi 11 livros e vamos começar já com um que eu amo!
A Series of Unfortunate Events: The Bad Beginning Desventuras em Série: O Mau Começo (Lemony Snicket)
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Chapter One  “If you are interested in stories with happy endings, you would be better off reading some other book. In this book, not only is there no happy ending, there is no happy beginning and very few happy things in the middle. This is because not very many happy things happened in the lives of the three Baudelaire youngsters. Violet, Klaus, and Sunny Baudelaire were intelligent children, and they were charming, and resourceful, and had pleasant facial features, but they were extremely unlucky, and most everything that happened to them was rife with misfortune, misery, and despair. I’m sorry to tell you this, but that is how the story goes.”
Capítulo Um “Se vocês se interessam por histórias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Vou avisando, porque este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da história são pouquíssimos. E isso porque momentos felizes não são o que mais encontramos na vida dos três jovens Baudelaire* cuja história está aqui contada. Violet, Klaus e Sunny Baudelaire eram crianças inteligentes, encantadoras e desembaraçadas, com feições bonitas, mas com uma falta de sorte fora do comum, que atraía toda espécie de infortúnio, sofrimento e desespero: Lamento ter que dizer isso a vocês, mas o enredo é assim, fazer o quê?”
Eu amo esse começo, porque como o título mesmo diz, é um mau começo, com quase sorte nenhuma, e eu amo demais esse livro e essa série.
O segundo livro que escolhi foi da minha série favorita!
Harry Potter e o Cálice de Fogo (J.K. Rowling)
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Capítulo Um: A Casa dos Riddle
“Os habitantes de Little Hangleton continuavam a chamá-la “Casa dos Riddle”, ainda que já fizesse muitos anos desde que a família Riddle morara ali. A casa ficava em um morro com vista para o povoado, algumas janelas pregadas, telhas faltando e a hera se espalhando livremente pela fachada. Outrora uma bela casa senhorial, e, sem favor algum, a construção maior e mais imponente de toda a redondeza, a casa dos Riddle agora estava úmida, em ruínas, e desocupada. As pessoas do local concordavam que a velha casa dava arrepios. Meio século antes uma coisa estranha e terrível acontecera ali, uma coisa que os antigos habitantes do povoado ainda gostavam de discutir quando faltava assunto para fofocas. A história fora requentada tantas vezes e enfeitada em tantos pontos, que ninguém mais sabia onde estava a verdade. Todas as versões, porém, começavam no mesmo ponto: cinquenta anos antes, ao amanhecer de uma bela manhã de verão, quando a casa dos Riddle ainda era bem cuidada e imponente, uma empregada entrou na sala de estar e encontrou os três Riddle mortos”.
Amo o começo desse livro porque já de cara começa com um suspense e é o primeiro livro que não começa com o Harry e  os Dursleys. Adoro o clima sombrio desse livro!
O terceiro livro que eu escolhi é um livro novo na minha vida, mas que já tem um lugar especial no meu coração.
Quinze Dias (Vitor Martins)
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Antes
“Eu sou gordo. Eu não sou “gordinho” ou “cheinho” ou “fofinho”. Eu sou pesado, Ocupo espaço e as pessoas me olham torto na rua. Sei que existem pessoas no mundo com problemas muito maiores que os meus, mas eu não costumo pensar no sofrimento dos outros quando estou vivendo meu próprio sofrimento na escola. O ensino médio tem sido meu inferno particular pelos últimos dois anos e meio.”
Confesso que não é um puta de um começo, que você fica: Meu Deus que começo foda! Mas eu adoro esse começo e eu AMO esse livro, super indico pra todo mundo.
O quarto livro é um livro que reli pela segunda vez esse ano e percebi que amo muito mais do que eu achava kkk
The Invention of Hugo Cabret A Invenção de Hugo Cabret (Brian Selznick)
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A Brief Introduction
“The story I am about to share with you takes place in 1931, under the roofs of Paris. Here you will meet a boy named Hugo Cabret, who once, longe ago, discovered a mysterious drawing that changed his life forever. But before you turn the page, I want you to picture yourself sitting in the darkness, like the beginning of a movie. On screen, the sun will soon rise, and you will find yourself zooming toward a train station in the middle of the city. You will eventually spot a boy amid the crowd, and he will start to move through the train station. Follow him, because this is Hugo Cabret. His head is full of secrets, and he’s waiting for his story to begin.”
Uma Breve Introdução
“A História que estou prestes a contar  se passa em 1931, sob os telhados de Paris. Aqui, você conhecerá um menino chamado Hugo Cabret, que, certa vez, muito tempo atrás, descobriu um misterioso desenho que mudou sua vida para sempre. Mas antes de virar a página, quero que você se imagine sentado no escuro, como no início de um filme. Na tela, o sol logo vai nascer, e você será levado em zoom até uma estação de trem no meio da cidade. Atravessará correndo as portas de um saguão lotado. Vai avistar um menino no meio da multidão e ele começará a se mover pela estação. Siga-o, porque este é Hugo Cabret. Está cheio de segredos na cabeça, esperando que sua história comece.”
Cara, quando li a introdução desse livro pela primeira vez, eu fiquei louco pra ler o livro, tanto que li ele todo numa sentada! Super vale a pena, escrita incrível, história sensível e maravilhosa!
O quinto livro que trago aqui hoje é um livro que eu gostei e não gostei, um livro com um tema pesado e bem complicado de julgar tal pessoa pela decisão que ela / ele, toma.
Diário de Uma Escrava (Rô Mierling)
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Prólogo
“Ela olhava para a janela e admirava  a beleza daquela linda borboleta. Sempre foi apaixonada por borboletas. A multiplicidade de cores, a graça e a suavidade das asas. O efeito larva, casulo e borboleta era muito encantador para ela. A liberdade do voo tinha um toque de mistério e perfeição. A borboleta pousou na sua janela. Era azul, preta e lilás. A menina nunca tinha visto uma assim. Era perfeita. Vagarosamente, se aproximou do armário e pegou um pote previamente reservado. Abriu a gaveta com agilidade e silêncio, apanhou o frasco de acetona, embebeu um chumaço de algodão e colocou dentro do vidro para ser usado como asfixiante. Ao lado da cama, tinha uma pequena rede; ela a alcançou e dirigiu-se até a janela, sempre com passos rápidos mas serenos. Em um movimento ágil, capturou a borboleta e a colocou no pote, fechando-o em seguida. A menina levantou o frasco e ficou observando o inseto se debater até que, cansado e sem ar, cedeu e caiu no fundo do pote.  Ela esperou por mais dez minutos, abriu o pote, pegou um alfinete e espetou entre as suas asas, matando-a enfim. Em um papel, escreveu seus dados identificadores: cor, tamanho, dia e hora da captura. Tudo pronto. Ela foi até a parede, abriu um quadro de vidro e delicadamente espetou o alfinete, já com a borboleta, em um isopor. Depois, se afastou e admirou a obra. Voltou a se aproximar, fechou o vidro e sorriu. A borboleta agora era sua, eternamente sua.”
Cara, por esse prólogo já dá pra perceber que a história vai ser bem mais pesada do que a gente imagina. É um prólogo bem curto mas com uma acidez imensa.
O sexto livro é um livro que fez parte da infância de muitas pessoas, inclusive da minha, e é um livro muito bem escrito e com uma história linda. E o começo também é bem bacana!
Peter Pan (J.M. Barrie)
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Capítulo Um: Peter Entra Em Cena
“Todas as crianças crescem, menos uma. Elas logo sabem que vão crescer, e Wendy descobriu assim: um dia, quando tinha dois anos de idade e estava brincando num jardim, colheu mais uma flor e correu com ela até a mãe. Imagino que devia estar muito bonitinha, pois a sra. Darling pôs a mão no coração e exclamou: – Ah! Por que você não pode ficar assim para sempre? Isso foi tudo o que elas falaram sobre o assunto, mas desde então Wendy soube que teria que crescer. A gente sempre sabe depois dos dois anos. Dois anos é o começo do fim.”
Eu acho esse começo muito emocionante já, e eu só tenho amores por esse livro!
O s��timo livro é um dos meus favoritos, um livro que me sugou, que tirou meu sono e que de quebra, me deixou com uma ressaca literária daquelas!
Jantar Secreto (Raphael Montes)
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Prólogo (Pelo menos eu acho que é um kk)
“Na madrugada do dia 18 de junho de 2016, um homem entra na  15.ª DP do Rio de Janeiro, no bairro do Jardim Botânico, e pede para falar com o delegado de plantão. Suas mãos tremem, mas ele mantém o olhar firme. Veste um smoking ensopado de sangue. “Você está bem?”, perguntam os policiais. “Está ferido?” O homem insiste em conversar com o delegado de plantão. “Senhor, o que acontece? Vou chamar uma ambulância!” O homem sorri. Depois, chora e diz: “Vim confessar o que fizemos.”
Cara, se por esse prólogo você não sentir vontade de ler o livro, eu realmente não sei o que passa na sua cabeça!
O oitavo livro também é da série Harry Potter, um livro maravilhoso!
Harry Potter e as Relíquias da Morte (J.K. Rowling)
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Capítulo Um: A Ascensão do Lorde das Trevas
Os dois homens se materializaram inesperadamente, a poucos metros de distância, na estreita ruazinha iluminada pelo luar. Por um momento eles ficaram imóveis, as varinhas apontadas para o peito um do outro; então, reconhecendo-se, guardaram a varinha sob a capa e começaram a andar apressados na mesma direção. – Novidades? – perguntou o mais alto dos dois. – As melhores – respondeu Severo Snape.
É bem curtinha essa parte que decidi pegar, mas eu amo esse livro por completo, é um dos meus filmes preferidos também, e sempre quando leio essa parte me dá aquele nó na garganta em lembrar de quando fui a estréia dos filmes e de como essa série mudou minha vida.
O nono livro que escolhi, é um livro com temas pesados também, e que já cansei de falar sobre ele lá no canal kkk
A Cor Púrpura (Alice Walker)
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É melhor você nunca contar pra ninguém, só pra Deus. Isso mataria sua mamãe.
Coloquei só isso porque o restante é bem pesado, já na primeira página descobrimos que a protagonista, que tem 14 anos, foi estuprada pela pai e teve 2 filhos.. É uma história pesada mas com um final lindo, vale super a pena!
o décimo livro é outro livro favorito da vida!
A Resposta (Kathryn Stockett)
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Capítulo Um
Aibileen 
Agosto de 1962 Mae Mobley nasceu num domingo de manhãzinha, em agosto de 1960. Um bebê de igreja, como gostamos de dizer. Cuidar de nenês brancos é isso que eu faço, e tudo mais que tem a ver com cozinha e limpeza. Em toda a minha vida, criei dezessete crianças. Sei fazer os bebês dormir, parar de chorar e usar a privada muito antes das mães deles saírem da cama de manhã. Mas nunca tinha visto um bebê gritar como Mae Mobley Leefolt. No primeiro dia, passo pela porta, e lá está ela, vermelha como uma pimenta e gemendo de eólica, brigando com a mamadeira como se fosse um nabo podre. Dona Leefolt, essa olhando apavorada pra filha. "O que eu estou fazendo de errado? Por que não consigo fazer isso parar?"  Isso? Essa foi a minha primeira dica: tem alguma coisa errada aqui. Então, peguei aquele bebê cor-de-rosa e barulhento nos braços. Embalei-o no meu quadril pra soltar os gases, e não levou dois minutos pra Nenezinha parar de gritar, começar a sorrir pra mim do seu jeitinho. Mas dona Leefolt, bem, ela não pegou mais a filhinha no colo aquele dia. Já vi um monte de mulher ficar triste depois de dar à luz. Acho que pensei que era isso.
Eu sou completamente apaixonado por esse livro e por esse filme, história forte sobre preconceito e outros temas bem absurdos, recomendo super!
E por último, mas não menos importante, o décimo primeiro livro, que é de uma trilogia que eu amo demais!
O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares: Livro II, Cidade dos Etéreos (Ransom Riggs)
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 Capítulo Um
Remamos pela baía, passando por barcos balançantes com a ferrugem vazando das emendas dos cascos, por bandos de aves marinhas silenciosas amontoadas nas ruínas de docas afundadas e cobertas de cracas, por pescadores que baixavam as redes para nos encarar, estupefatos, sem saber se éramos reais ou imaginários — uma procissão de fantasmas flutuando na água ou de pessoas que em breve virariam fantasmas.
Esse é meu livro favorito da trilogia, e eu acho esse começo bem massa, não sei exatamente porque, mas acho kkk
Bom pessoal, espero que tenham gostado, eu adorei fazer essa tag e estou pensando em fazê-la em vídeo mais pra frente! Um abração pra vocês e até a próxima!
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