#diário de um tcc possível
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estou de tpm mas sempre fui sentimental
hoje na aula de metodologia a professora falou sobre anotar nossas questões em relação ao tcc
dúvidas, coisas que ouvimos, relatos de lugares onde andamos e por aí vai
um grande diário da graduação e para além
coisas que vão criar uma ideia e te darão uma ajuda para pensar onde você vai chegar
eu era caloura ontem e por agora estou vendo tcc e me formo em meses!
e certamente isso me fez pensar na vida e além
estou emotiva e antes de voltar para niterói estava com meu pai
e falei sobre nossa relação e o tempo que passamos juntos
senti um nó imenso na garganta e queria chorar na frente dele
acho meio cruel crescer longe de quem a gente ama
ver meus pais envelhecerem
meus irmãos que não passavam do meu ombro, hoje, estão mais altos que eu
minha família que me vê muito menos que meus pais e irmãos
meus cachorros que estão longe de mim
sem contar minha vó, que sete anos atrás deixou a gente, e infelizmente nem sabe de tudo que vivi de lá pra cá
aceitar o destino é meio dolorido em algumas partes
estou longe de quem amo porque estou perto da realização de um desejo meu
e até mesmo dentro desse desejo têm muitas coisas
ver amigos e bons colegas sendo separados pela ordem natural da graduação, mudança de emprego, desistências
são inúmeras coisas que afastam pessoas queridas de você
dois anos atrás estava feliz da vida por ser uma caloura numa cidade nova
e também estava cheia de medo de tudo que poderia acontecer
aconteceram coisas boas e ruins
conheci e desbravei um mundo que jamais seria possível sem a minha coragem e vontade
então penso no quão emotivo e revirado é esse sentimento
estar sozinha num lugar novo é desesperador as vezes mas estaria/estou e estarei sozinha em qualquer situação porque minha vida é só minha, sabe?
queria conseguir explicar isso mas é tão pessoal que me dá vergonha
enfim
é reconfortante olhar as memórias
perceber o quanto você amadureceu longe de quem você ama
mas ao mesmo tempo dolorido pensar que o tempo tem corrido
junto a ideia que faço 25 anos esse ano
e há 10 anos atrás minha vida era completamente diferente
e não continuar vivendo aquela vida foi a melhor coisa do mundo
mas penso as vezes nos caminhos que poderia ter feito
e nas inúmeras possibilidades que estavam abertas
e estarão até o final
uma vez li uma frase do fernando sabino que dizia que o diabo dessa vida é que entre cem caminhos temos que escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove
esse caminho que vivo foi o que escolhi e penso sempre nos outros as vezes
e é horrível
poderia ter feito algo diferente?
poderia estar mais feliz agora?
poderia estar satisfeita?
são tantas possibilidades que doem
apesar da tpm
eu sou muito feliz com o caminho que sigo
tem sido tão bom
mesmo que as vezes o tempo me engolindo
tudo tem se arrumado e feito sentido
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Nunca Me Deixe Parar
Você me viu aqui e me reconheceu Pelo que eu ainda nem sou Mas por ser alguém que quer crescer
Esse é o meu pedido Nunca me deixe parar A firmes passos sempre constante Nunca me deixe parar de crescer
Você sabe quem sou Bem melhor que eu Me livrou do que eu quase me tornei Começou a me fazer melhor
Amen Jr
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Boa noite, pessoal! 🌻 E aí, o quanto tem feito para se fazer feliz? É algo duro, mas importante a se pensar. Nossa felicidade não deve depender da ação dos outros, mas sim das nossas. Esperar que o outro faça algo por nós, responda conforme nossas expectativas pode acabar se mostrando bastante frustrante. Por isso é tão importante que façamos mais por nós mesmos. Um pouquinho a cada dia, conforme for possível e desejado. Isso não faz o outro deixar de ser importante, não quer dizer que suas ações deixam de importar. Mas sim que se consegue ser feliz sem depender de que outra pessoa faça isso por você. Não é algo fácil a se alcançar, mas vale a pena. O autoconhecimento, o amor próprio, não são coisas que crescem de um dia para o outro. São como aquelas plantinhas difíceis de cuidar, porque requerem cuidados diários. Mesmo diante o trabalho, se regar direitinho, em algum momento a planta vai florescer. Faça o mesmo por você. Se permita dedicar um tempo diário para você, percebendo o quão incrível é e tudo que ainda pode vir a ser. Se permita ser feliz por você mesmo, curtindo sua companhia e a pessoa que é. . . . . . . . . . . #psicologia #psico #boanoite #autoconhecimento #amorpróprio #amorproprio #seame #autocuidado #felicidade #expectativa #tcc #terapiacognitivocomportamental #séries #themiddle #brickheck #saojosedoscampos #sjc #sp #saopaulo (em São José dos Campos) https://www.instagram.com/p/CC4PZFkj3u3/?igshid=gpn9exvt2ghm
#psicologia#psico#boanoite#autoconhecimento#amorpróprio#amorproprio#seame#autocuidado#felicidade#expectativa#tcc#terapiacognitivocomportamental#séries#themiddle#brickheck#saojosedoscampos#sjc#sp#saopaulo
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Conhecendo setores – A Biblioteca
Uma das missões do IFnow é ser o veículo de informações entre o Instituto Federal de São Paulo, câmpus Sertãozinho, e a comunidade externa. E pensando em uma maneira de apresentar a vocês o Instituto, criamos uma série de reportagens chamada Conhecendo Setores, na qual exibiremos não somente os departamentos existentes no IFSP Câmpus Sertãozinho, mas o papel que cada um desempenha para o funcionamento da instituição, os servidores que neles trabalham, e curiosidades acerca de cada setor.
O primeiro setor que apresentaremos é o lugar onde se concentram inúmeros saberes, em várias línguas e diferentes áreas do conhecimento, o lugar em que, apesar de se preservar o silêncio, ecoam muitas vozes: a biblioteca.
A biblioteca do Instituto Federal de São Paulo, Câmpus Sertãozinho, possui um acervo de 12.445 exemplares com 3.527 títulos, totalizando o valor de R$ 374.237,60 em livros, revistas e dicionários. Desse valor, R$87.964,65 foram investidos só no ano passado, com a compra da bibliografia que compõe o curso de Licenciatura em Letras (a primeira turma se forma este ano!), bem como a atualização da bibliografia dos demais cursos.
Alunos do IFSP podem fazer empréstimos de obras por até 7 dias e professores por até 15 dias, sendo possível renovar até três vezes. Também é disponibilizado a docentes e discentes do IFSP acesso à biblioteca Virtual da Pearson Editora. Já a leitura e consulta de livros no local pode ser feita por toda a comunidade externa.
O ambiente é climatizado e conta com cabines de estudo individual, computadores com acesso à internet e mesas para trabalhos em grupo, funcionando das 8h às 22h de segunda a sexta.
É importante lembrar que o IFSP possui assinatura de bases pagas de consulta como a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e o Portal de Periódicos da CAPES/MEC (acesso a revistas e artigos científicos).
Além de todos esses serviços, as bibliotecárias estão à disposição para treinamentos e orientações a respeito de bibliografias, normas ABNT de TCCs e monografias
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Curiosidades:
O Top 3 livros mais reservados
1° LUGAR: SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4. ed. Campinas: Autores Associados, 2013. 474 p. (Memória da educação).
2° LUGAR: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10.ed. São Paulo: Ática, 2014. 199 p.
3° LUGAR: LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 10. ed., rev. ampl. São Paulo: Cortez, 2012. 543 p. (Docência em formação. Saberes Pedagógicos).
Atrasadinhos:
Quando o aluno ou servidor faz o empréstimo do livro e não solicita a renovação ou não devolve no prazo, sofre uma suspensão de dois dias sem poder retirar novos empréstimos para cada dia de atraso.
Há 63 exemplares pendentes para devolução, sendo o mais atrasado desde maio de 2016. O atraso prejudica outros leitores, não se esqueça de devolver!
As servidoras:
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25 de abril de 2019.
Meu nome é... Bom, por algumas razões, diremos que é Lisbeth. Eu tenho 24 anos. Estou na pós-graduação e tenho sofrido bloqueio de escrita. Sou diagnosticada com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Tenho diversas questões não muito bem resolvidas com meus pais. Sempre fui muito boa em analisar e lidar com meus próprios sentimentos, mas ao fim da graduação e ingresso no mestrado, ficou evidente que esse autocuidado descompromissado não é suficiente. Ao fim do primeiro ano do mestrado, poucos meses atrás, crises de ansiedade se tornaram tão frequentes e fortes a ponto de eu não conseguir dormir - e inclusive ter medo de ir pra cama. Foi quando fui diagnosticada. Infelizmente, já é quase impossível financeiramente, enquanto bolsista, manter meu medicamento. Pra se ter ideia, eu ainda não retornei ao psiquiatra desde o diagnóstico, pois a consulta tem um valor bastante alto. O ponto em que eu quero chegar é que... Eu gostaria muito de fazer terapia. Acredito que é algo importante para todas as pessoas e eu, certamente, estou precisando enfrentar algumas questões com apoio profissional. Mas, como você deve ter percebido, não é possível no momento. Empurrar com a barriga também não é.
Então... Eu resolvi criar esse blog/diário.
É uma maneira de desabafar sobre algumas questões, analisar meus sentimentos, pensamentos e atitudes, de uma maneira um pouco mais formal do que simplesmente refletir sobre isso tudo quando der na telha. Espero fazer disso um exercício diário. Basicamente, separar pelo menos alguns minutos para escrever sobre qualquer coisa, sobre nada, sobre tudo. Sobre o que fizer sentido pra mim falar sobre, no dia. Quem sabe, esse registro pode se tornar útil a longo prazo. E penso, bem, que pelo menos estarei escrevendo. Não a minha dissertação - talvez sobre ela -, mas estarei escrevendo. E, segundo tudo o que li, ouvi e assisti sobre bloqueio de escrita (inclusive em manuais de pesquisa), escrever sobre o processo em si é algo que ajuda a vencer o bloqueio, além de enriquecer e melhorar a qualidade da pesquisa em si. Aposto que haja resultado.
Naturalmente, é claro, muito haverá de desabafos pessoais, e pouco sobre a minha pesquisa em si. Talvez sobre a experiência da vida acadêmica e o que isso me faz sentir. Afinal, a pressão psicológica e os danos à saúde mental que a pós-graduação traz, sobretudo a stricto sensu, não são novidade. Lembro inclusive de, antes de ingressar no mestrado, me deparar com algumas reportagens sobre suicídio de pós-graduandos, algo que eu cheguei a comentar com meu orientador.
Essa relação com meu orientador, inclusive, é melhor do que eu esperava, sobretudo pelo peso que o nome tem na área e a fama, como orientador, que ele carrega. Mas, como ele é colaborador e leciona em outra Universidade, em outro Estado, temos encontros pessoalmente em uma frequência ínfima. Isso cria uma distância que me abalou de forma muito ruim, mais do que eu esperava. Embora eu sempre tenha sido uma pessoa que produz bem sozinha, eu também sempre tive o péssimo hábito de deixar as coisas pra em cima da hora, de procrastinar... E ficar totalmente sozinha nessa produção não é algo que auxilia na luta contra isso. É claro, isso é uma luta minha. Escrever é um trabalho essencialmente solitário. Mas não precisa ser completamente. Ver meu orientador a cada dois meses, se não com menos frequência ainda, torna mais fácil ainda que esse tempo seja pouco produtivo. Eu preciso mudar o meu processo de escrita. E o pior de tudo é que eu já não tenho mais dois anos pra fazer isso. Eu tenho 10 meses. Menos de um mês para qualificar. Então essa mudança já não pode mais ser tão gradual e saudável quanto eu gostaria. Será que eu vou dar conta?
Acho que, pela primeira vez, eu já não tenho mais tanta certeza de que darei um jeito. Eu sempre tive certeza de que não dormiria, caso preciso fosse, mas daria conta em poucos dias ou em uma semana. Mas agora é uma dissertação. Não é um relatório de estágio, um artigo, ou um TCC. É uma dissertação. E isso dá medo. Sempre tive muito medo de não produzir trabalhos de boa qualidade (muito boa qualidade), inclusive o que acho que é boa parte da causa dessa dificuldade que tenho, mas nunca antes tive medo de não conseguir produzir at all.
A jornada é, então, encarar esse desafio. Dar conta de qualificar meu projeto de dissertação nos próximos dois meses e, no meio disso, criar hábitos mais saudáveis de escrita e de vida (porque, afinal, não dá pra separar essas coisas... embora por muito tempo eu tenha tentado). Estamos apresentados. Você sabe do que isso se trata. Vai me acompanhar?!
Acredito que isso seja suficiente para um primeiro encontro. Até mais!
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Como Acabar com a Impotencia
Disfunção erétil (impotência)
Problemas de ereção (impotência) são muito comuns, particularmente em homens com mais de 40 anos. Geralmente não é nada para se preocupar, mas você deve ver um clínico geral se continuar acontecendo.
Causas de problemas de ereção
A maioria dos homens ocasionalmente não consegue obter ou manter uma ereção.
Isso geralmente é devido ao estresse, cansaço, ansiedade ou beber muito álcool, e não é nada para se preocupar.
Se isso acontecer com mais frequência, pode ser causado por problemas físicos ou emocionais.
Veja um clínico geral ou vá a uma clínica de saúde sexual se:
problemas de ereção continuam acontecendo
Pode ser um sinal de uma condição de saúde subjacente.
Em formação:
Como clínicas de saúde sexual podem ajudar com problemas de ereção
Clínicas de saúde sexual tratam problemas genitais. Eles podem fornecer o mesmo tratamento que você teria em sua cirurgia de GP.
Muitas clínicas de saúde sexual oferecem um serviço walk-in, onde você não precisa de um compromisso. Eles costumam obter resultados de testes mais rápidos do que as práticas de GP.
Encontre uma clínica de saúde sexual perto de você
O que acontece na sua consulta?
O médico ou enfermeiro perguntará sobre seu estilo de vida e relacionamentos e sobre quaisquer problemas que você possa ter.
Eles vão realizar exames básicos de saúde, como tomar sua pressão arterial. Eles também examinarão seus genitais para descartar qualquer causa física óbvia.
Se você tiver sintomas como necessidade de fazer xixi com mais frequência, seu médico também pode precisar examinar sua próstata. Eles podem ter que examinar o seu fundo (exame retal) .
O tratamento para problemas de ereção depende da causa
Os tratamentos para a disfunção erétil são muito melhores do que costumavam ser e o problema geralmente desaparece.
Causas físicas
Possível causa Tratamento
Estreitamento dos vasos sanguíneos do pênis, pressão alta, colesterol alto medicamento para baixar a pressão arterial, estatinas para baixar o colesterol
Problemas hormonais reposição hormonal - por exemplo, testosterona
Efeitos colaterais da medicação prescrita mudança para a medicina após discussão com GP
Você também pode ser solicitado a fazer mudanças no estilo de vida e usar o Gel Volumão Funciona mesmo.
Faz perder peso se você estiver com excesso de peso pare de fumar
coma uma dieta saudavel exercício diário tente reduzir o estresse e a ansiedade
não pedalar por um tempo (se você pedalar por mais de 3 horas por semana)
não beba mais de 14 unidades de álcool por semana
Medicamentos como o sildenafil (vendido como Viagra) são freqüentemente usados pelos médicos para tratar a disfunção erétil. Também está disponível em farmácias.
Devido a mudanças nos regulamentos, você não precisa mais de receita médica para receber o sildenafil. Mas você terá que ter uma consulta com o farmacêutico para se certificar de que é seguro para você levá-lo.
Existem outros medicamentos similares chamados tadalafil (Cialis), vardenafil (Levitra) e avanafil (Spedra) que funcionam de maneira semelhante. Você ainda precisará de receita médica para receber esses medicamentos.
Comprando Viagra on-line
A Sexual Advice Association tem folhetos informativos sobre medicamentos e outros tratamentos, incluindo injeções, implantes e cremes como o Macho Macho Adulto .
As bombas de vácuo funcionam?
Bombas de vácuo incentivam o sangue a fluir para o pênis, causando uma ereção. Eles trabalham para a maioria dos homens e podem ser usados se a medicina não for adequada.
Eles nem sempre estão disponíveis no NHS. Fale com seu médico sobre onde conseguir um.
Problemas emocionais (psicológicos)
É mais provável que seja um problema emocional se você só tiver problemas de ereção durante algum tempo - por exemplo, você ainda tem ereções no período da manhã, mas não durante a atividade sexual usando macho macho adulto funciona viu.
Ansiedade e depressão podem ser tratadas com aconselhamento e terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Seu médico pode recomendar terapia sexual, seja sozinha ou em combinação com outra psicoterapia.
Geralmente, há uma longa espera por esses serviços no NHS.
Você também pode pagar para ver alguém em particular.
Em formação:
Encontrar conselheiros privados ou terapeutas sexuais
Conselheiros e psicoterapeutas devem ser membros de:
Associação Britânica de Aconselhamento e Psicoterapia
Os terapeutas sexuais devem ser membros de:
Faculdade de terapeutas sexuais e de relacionamento (COSRT)
Instituto de Medicina Psicossexual
Relate também oferece terapia sexual por uma taxa.
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2021
Eu preciso me organizar e preciso ser pragmático (e encontrar formas de ser humano no meio dessas necessidades de me sentir em terreno firme). Ainda estamos numa pandemia, as coisas tendem a piorar, não podemos fazer muitos planos - pelo menos não a longo prazo - mas eu posso tentar listar e programar tarefas que me deixem centrado na minha própria vida, na minha própria produção.
Foi tirado de mim o direito de uma juventude plena e saudável, ainda esse ano me formo se tudo der certo e meu contrato com o estágio chega ao fim. Eu preciso ter um foco em cima de algumas metas que me impeçam de perder o controle ou me sentir fora dos eixos quando essas coisas acontecerem.
Em 2021, me sentirei mais disposto, produtivo (num sentido espontâneo e natural) e em harmonia com o resto de vida saudável e positiva que sobrou dessa bagunça se:
Eu der início ao meu tcc. Não preciso fazer tudo de uma vez, as coisas acontecem conforme etapas são seguidas. Entrevistas, leituras, rascunhos, as coisas começarão a fazer um sentido se eu der forma a elas feito uma colcha de retalhos. Essa é a principal meta pra esse ano - depois de ficar mentalmente e fisicamente saudável, é claro. Escrever uma história, construir uma realidade paralela e me ocupar com vidas e culturas alheias pode ser uma atividade que me distraia e, acima de tudo, que dê sentido pra minha própria vida.
Ficar menos nas redes sociais. Pelo menos de um modo vicioso, onde eu pulo de aplicativo pra aplicativo, consumindo sempre um excesso de informações, apenas pra me ocupar, pra me encher, pra ignorar as outras coisas que sim, demandam um esforço maior, mas que também me geram um retorno mais salubre, diferente das relações virtuais. Eu devo sim manter contato com meus amigos, compartilhar coisas que gosto, conversar via voz com pessoas com as quais me importo, absorver vídeos, fotos e mídias legais, mas com moderação.
Não insistir em ter um relacionamento. Não descontar minha falta de líbido ou sexo somente com trocas superficiais de nudes, ou me masturbando pra preencher o tempo. Isso é quase um ato de vício, de efeito passageiro, que no final eu vou me arrepender e me sentir mal comigo mesmo - e vou acabar dependendo cada vez mais dessa atividade.
Ler no meu ritmo, mas ler. Absorver o que estou lendo. Pintar no meu ritmo, mas pintar. Aprender o que esse exercício me propõe. Caminhar no meu ritmo, mas caminhar. Me exercitar e olhar o mundo, pessoas, paisagens, lembrar que eu existo e que as coisas são mutáveis, só estão temporariamente desajustadas e estagnadas. Fazer listas: de músicas, podcasts, livros, contos, filmes, me situar no tempo. Em 2020 isso me ajudou a perceber que o tempo estava passando e eu consegui notar as fases dos meus vinte e dois anos graças a tudo o que consumi e como essas coisas me afetaram. Fazer coisas por prazer é muito importante. Elas são espontâneas, me guiam para me tornar uma pessoa nova enquanto o mundo de fora não pode fazer isso. A arte substitui esse papel. A cultura cumpre a função de agente de mudança.
Aprender a lidar com a minha raiva, medo e frustração. A raiva imatura que vem de pessoas e de quando não tenho o controle sobre elas ou sobre certas situações. O medo de perder ou de morrer, de falhar ou de ter que fazer algo novo. A frustração paralisante por perceber que as coisas não mudaram - porque no fim, elas estão mudando, só que lentamente.
Comer bem e comer coisas diferentes. Responder as pessoas no meu próprio tempo, de repente desativar meu instagram pessoal. Organizar coisas simples que não necessariamente pedem por uma organização emergencial, mas que farão com que minha mente se alinhe. Estudar, cumprir com o básico das coisas da faculdade. Conversar por ligação com alguns dos meus amigos de lá.
Preencher meu portfólio. Depois do meu TCC, esse é meu projeto do ano. Me empenhar em produções que possam entrar lá. Meu portfólio é uma garantia de que posso me livrar da curva do desemprego.
Ter fé e esperança que o mundo irá melhorar. Deixar isso aceso. Me lembrar da minha infância, da minha adolescência, de que eu existi e de que existo, e de que qualquer sensação de distância da realidade é um mero sintoma de ser impedido de viver com comunidade e contato direto com o mundo. A vida não acabou, ela só está mais lenta - como um filme que atinge seu ritmo mais monótono. Eu estou nesse trecho, ele é essencial de alguma forma.
Respeitar: a mim mesmo, outras pessoas, animais e lugares. O respeito é a base do amor, respeitar é validar o direito das coisas existirem. Se eu puder me relacionar dessa forma com o caos e a harmonia, com como os dois moldam as coisas, então estarei vivendo em paz.
Vai ser um período muito difícil. Eu preciso anotar tudo pra que não fuja de mim e caia nesse terreno que alagou e que não deixou nenhum objeto sólido pra impedir de que certas situações boiem, afundem, se desmanchem. Tudo é líquido, mas se eu viver os próximos dias desse ano com atenção, eles não irão tão longe da minha consciência. Eu pretendo colocar tudo que for possível em um diário, no Pábitel, ele será uma ferramenta importante pra datar coisas que por si só parecem não ter forma.
E, acima de tudo, preciso cumprir com leveza e de forma habitual tudo o que aqui foi dito. Não me obrigando, mas me introduzindo a esse plano de vida, o único plano sob meu alcance. Uma vez feito isso, me sentirei normal - enquanto o mundo não está normal. Esse texto não é só um método de exorcizar a aflição e a desordem que sinto, mas sim, um manifesto do qual sempre devo me lembrar, a escrita mais fiel à vida que quero ter e manter ao longo de 2021. Vai dar tudo certo.
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#TBR DE MARÇO! Como estão as suas leituras do mês? . Como sempre, eu espero o dia 15 do mês pra anunciar a minha TBR, pois só por volta deste dia eu tenho condições de pensar em viver algo nos livros. Vamos ao que foi separado para leitura. . TRABALHOS DE #LETRAS 1. Dissertação *A metamorfose nos contos de fadas da Madame D'Aulnoy*, de Franceilton A. Passos, do qual fui revisora; ✅ (finalizado) 2. TCC *A maldição da eternidade: a tendência ao infinito nos contos de Murilo Rubião* (Tainá de M. Santos), do qual sou uma das avaliadoras; . 📚LIVROS: 1. Como não ser um babaca (Meghan Doherty) ✅, finalizado com muito riso e gosto, apesar do pouco tempo disponível; 2. A cor púrpura (Alice Walker), livro vencedor do Pulitzer de 1983, para a reunião do clube @sociedadeliterariajp 3. Em busca de Watership Down (Richard Adams), para a reunião do @rotaliteraria 4. A Garota do Lago (Charlie Donlea), que entrou de penetra na minha lista do mês, pois comprei por um preço sensacional, de 19,90 e achei bacana a premissa. Já li 3 capítulos e estou curtindo! . O diário de leituras da Tag está aí na foto porque ele é muito fofo e gosto de anotar minhas leituras do ano nele. 💜📚 Estou lendo na medida do humanamente possível, em meio às demandas da Universidade e do trabalho. E vocês? 🤯💃 (em João Pessoa, Brazil) https://www.instagram.com/p/B9wnsR8hAQ4/?igshid=n94kaougleq
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TCC sem drama Compensa Ou É só Conversa?
Viva, colega seja bastante muito descendente diário virtual que esclarecer muita coisa você o e-book, várias possui dúvidas se o tal curso TCC sem drama funciona verdadeiramente ou é unicamente papo perfurado, logo responder essa e também outras questões, permaneça comigo nesse artigo rápido a fim de que não cometa nenhum erro ao comprar o E-book.
Bom, primeiro quero falar que já estive, isso, há mais ou menos 3 anos detrás eu terminando minha faculdade Instrução física, enquanto chegou era fazer o bendito dissertação, e também eu um bom NERD fui logo procurando soluções mágicas nas redes sociais.
Comprei 4 cursos que prometia me ajudar na preparação do monografia e também adivinhem? NENHUM DELES VALEU APENA, porém calma que o melhor ainda está dirigir-se, goro portanto achei que tinha se bem grafar e também formatar todo o monografia sozinho, e também até tentei fazer isso porém abundantes dúvidas surgiam na minha mente, e também quase nunca tinha alguém desimpedido me ajudar.
Portanto resolvi procurar nas redes sociais de novo, e também dessa vez cheguei ao trabalho do mentor Amilton, do e-book Guia da monografia, e também vi que este também tinha um curso que ensinava fazer o bendito estudo final de curso, porém eu não adquiri, porque já havia comprado 4 cursos e também nenhum me ajudou de modo nenhuma.
Tentei repetidamente continuar minha estirão escrita do dissertação sozinho, porém não deu correto. Acessando página do Monografis que é um aplicativo também com técnica obtive falar chat e também fui bastante muito atendido, todas e cada uma das minhas dúvidas foram sanadas em menos 30 minutos que fiquei lá. Aí eu me rendi ao trabalho do mentor e também adquiri o Guia da monografia, porém na hora me veio aquela incerteza na carola repetidamente, será que o curso funciona?
E também amigos, em menos 3 semanas eu com minha monografia completamente pronta, isso, COMPLETAMENTE PRONTA, imagine foi FANTÁSTICO isso mim? Ainda obtive orientação do próprio mentor Amilton todo instante. ESSE CURSO FOI O SALVADOR DA PÁTRIA PARA ESSE NERD QUE VOS FALA.
E também portanto resolvi fabricar diário virtual e também AJUDAR AS PESSOAS que estão mostrando pela mesma situação que eu, no período não descobrir se funciona o tal do estudo final de curso TCC sem drama, e também eu posso declarar que sim, e também o mentor gravou um vídeo explicando o e-book, e também você é possível que conferir clicando cá.
Posso comprar o TCC sem drama sem medo mesmo?
O material do estudo final de curso TCC sem drama apenas ajudará resolver mais grandes complicações sua vida acadêmica. Este oferece mas 18 modelos prontos com todos e cada um dos elementos que você precisará apresentar em monografia com explicações simples entendimento.
Isto é, apenas explicará você deverá fazer dissertação e também, assim, o trabalho mais do que confirmado!
Eu recomendo não perder o preço promocional, porque você possui 30 dias testar e também se gostou ou não do curso. Caso se arrepender é só rogar que suas moedas são devolvidas.
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13º Movimento: ANIMA/ANIMALIDADE
(Todos, com exceção de Iara, tomam seu lugar na árvore, enquanto o texto abaixo é produzido como sonoplastia. Zê é a única que se movimenta. Iara está na escada da diretora, à parte, dirigindo a montagem da árvore).
Será que de fato conseguimos dimensionar até onde vai nossa humanidade? Nós, humanos, acreditamos sermos donos de uma racionalidade tão avançada, capaz de nomear e classificar sozinha tudo o que existe no mundo. Daí vem essa insistência em acreditar que toda a natureza pode ser dividida entre nós e eles. Nós, humanos. Eles, bicho, planta, máquina. Nós convivemos com eles, os destruímos, os protegemos, os criamos. E tudo tem seu lugar inabalável, cada coisa no lugar que nosso olhar dispõe. De repente, algo parece tão vivo, tão pulsante, que temos a sensação de que nossa perspectiva de mundo é incapaz de sequer ver tudo o que existe, quanto mais ter certeza sobre a natureza de tudo o que se move e está em relação. Parem para notar esse algo que passa entre nós vez em quando, diante de outros seres e coisas não-humanas. De coadjuvantes na cena, de um “eles” a quem olhamos, não é difícil sentir que eles é que parecem no olhar. De repente, temos uma pequena amostra da imensidão que é a vida. Tudo aqui está vivo e segue o curso de sua própria maneira de ver o mundo e também a nós. Sua peculiar existência, não a que lhe julgamos possível de impor. O que sabemos, ou achamos que sabemos, sobre nossa onipotente importância e presença no mundo, na cena, cai por terra diante da vida e da sabedoria que sentimos emanar de todas as existências com as quais estamos em relação. O olhar delas nos oferece outra natureza. Vivemos em um mundo de relações com tudo o que existe; nossa perspectiva de vida não é a única. Nesta cena, olhamos e vemos as máquinas, movendo-se. No palco, elas nos olham. E em uma espécie de experiência xamânica, somos capazes de experimentar outro ponto de vista: elas são árvores animadas, elas são toda a vida da cena. A vida nos cala e preenche tudo. Nós encontramos nosso lugar nessa relação. Nos quietamos como quem abandona seu trono de humanos universais. Somos apenas parte de algo belo que não estamos acostumados a ver. A vida se desenrola com seus ciclos. Somos maquinações, somos simplesmente coisa viva, espectadores que testemunham o nascer, estar e voar de pássaros, presentes entre movimentos e sons a emanar dessa outra existência a nós sempre revelada. Cada tateante sabe agora que não pode controlar sequer sua própria natureza. Como a nossa personagem, que talvez finalmente compreenda a imensidão de mundos, perspectivas e formas de vida em conexão com as quais sempre conviveu, junto ao marido e aos filhos. Ao final da cena, da experiência, retomamos nossa maneira de ver o mundo. Fomos testemunhas de um acontecimento.
(Silêncio breve. Árvore se mantém)
Iara: Ok, equipe, chegamos ao final. Não desmontem! Preciso que os espectadores descubram no final que há uma terceira diretora: eu. Eles não viram, porque nós não vemos os mundos paralelos ao nosso; como no teatro não se vê a contrarregragem.
(Iara dirige a cena de agradecimento ao público, com todos à frente, de mãos dadas)
Iara: agradecemos a participação de todos e nos vemos na estreia do nosso espetáculo. Bom retorno para todos.
FIM
A última árvore (Foto: Danielle Cascaes)
Escrever este último capítulo literalmente está me fazendo chorar. Há quase dois anos eu perguntava, timidamente, a uma das mulheres que eu mais admiro na vida se poderia trabalhar com ela e desde lá construímos dois trabalhos – a pesquisa do PIBIC e o Ovo – juntas e aliadas a um grupo tão incrível e generoso de pessoas e aqui estou eu encerrando mais uma etapa de minha trajetória junto dela: este TCC. Todos os processos até aqui foram árduos, me fizeram viajar de uma ponta a outra da cidade debaixo de sol e chuva, recusar propostas de emprego, passar madrugadas acordada escrevendo ou simplesmente ansiosa demais para dormir e buscar abrigo nas casas alheias para que eu conseguisse honrar os compromissos com o grupo. Se me perguntassem se eu faria tudo de novo, eu diria que deixaria os vacilos de lado e todo o resto eu teria o maior prazer em repetir.
Nas salas do Cuíra, do Dom Coletivo, nos ônibus, barcos ou nos bancos de carona de algum integrante do grupo, eu posso dizer que amadureci enquanto pessoa, atriz e encenadora. Trabalhar Inês me curou de feridas muito encravadas, me tirou de uma crise de depressão e restaurou uma autoestima que havia sido perdida em um ou dois desses processos que quebram nosso coração. Melhorei a fala, a projeção, a coragem da criação, adquiri infinitos conhecimentos sobre teatro e penso que posso e quero fazer muito mais, de diferentes maneiras, por diferentes pontos de vista. Refletir sobre o registro da prática teatral me fez querer registrar tudo o que ainda não foi registrado, ajudar a contar a história do teatro que permanece em gavetas dentro da universidade ou na memória dos seus criadores.
Meu trabalho de conclusão de curso está sendo defendido tardiamente. Eu deveria ter me formado em 2017 pois entrei na universidade em 2014, mas uma crise de depressão me impediu de continuar os estudos e me fez trancar o curso. Em minha grade curricular, o TCC apareceu para mim em 2018, mas a falta de internet, dois grandes defeitos em meus teclados do meu notebook, o sistema operacional forjado por um assistente técnico que roubou a memória RAM do meu computador também me atrasaram. A última grande bronca que eu recebi foi de Wlad, putíssima, me dizendo que não aceitaria a primeira versão que eu consegui entregar para ela (uma versão com aparência de diário de bordo escrito a mão da minha pesquisa do PIBIC), dizendo que não aceitaria um material feito preguiçosamente “pela mulher que fez o trabalho que fez” com ela tanto no PIBIC quanto no Ovo.
Depois de terminar esse escrito, eu percebo que esse tempo que atrasei não foi em vão. Entre um atraso e outro eu tive tempo de experimentar o registro em vídeo, assistir milhares de filmes com outros olhares (antes eu os assistia pintando as unhas ou lavando louça), observando os recursos que o cinema usa para contar uma história que eu poderia utilizar para contar o que eu quero. A ideia de fazer o documentário surgiu em junho durante uma conversa com amigos regada a marijuana e conversas conceituais sobre a vida e o universo. Também amadureci a escrita e ativei a poética do desespero, mas nesse caso o desespero fora o prazo estourando!
Finalizo esta monografia com o coração aquecido por ter participado de um processo tão lindo, enriquecedor e gratificante! Tenho um álbum de memórias cheios de conversas com Wlad, Andrea, Olinda, Zê, Iara, Dani, Leoci, Larissa, todos partes de um dos grupos que eu mais admiro na vida, registrados em caixinhas de memórias guardadas com todo o carinho do mundo. Agradeço toda a parceria, troca, aprendizado e rede de apoio que vivenciei com essas pessoas. Espero, do fundo do coração, poder voltar a trabalhar com elas e fortalecer esses laços criados com tanto amor!
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Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio.
Provébios 6:6
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22/04/19 #Day1 #100DaysOfStudy Criei esse perfil no Tumblr despretenciosamente. Ao criar a conta, vi essa hashtag e percebi que acabaria usando-a como diário de estudos. E da vida também, porque ultimamente minha vida tem sido estudos - ou deveria ser. Tudo que acontece comigo gira em torno disso. A maior parte dos meus amigos sao da faculdade. Muitos dos boys que eu me relaciono/tenho interesse são da faculdade. E dessa forma a gente vai seguindo... Neste ano de 2019 eu tenho vários goals. Estou me preparando para tentar seguir uma carreira acadêmica; estou finalizando meu período de estágio; estou trabalhando e aprendendo com o marido de uma amiga da faculdade; estou estudando para OAB, que presto no final de junho e agosto; até semestre que vem preciso terminar meu TCC. Para atingir todos esses objetivos, preciso cumprir uma série de requisitos na minha vida cotidiana. Os objetivos do dia de hoje são:
Fazer 4 petições para a DAJ.
É um pouco difícil que eu consiga entregar as quatro hoje em uma boa qualidade, no entanto, preciso começá-las para acabar até amanhã, no máximo, se possível.
1) Agravo interno - caso 2696; --> divórcio litigioso consensual 2) Petição Frans. 3) Petição inicial - caso 2645; --> rescisão indireta 4) Petição Inicial (revisão) - caso 2715. --> reintegração de posse São 07:02 da manhã, vou tomar um banho e tomar café da manhã. Amanhã cedo volto com notícias sobre o que consegui completar da minha lista de tarefas.
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Diário de quarentena
Diário de quarentena I
Saí às 16h de casa para uma caminhada solo, som no talo, pochete pra segurar o celular que tocava a música e mais nada. Será que eram mesmo 16h? Não sei. Aliás, nestes dias sem trabalho as horas andam e eu nem corro. Estava caminhando distraída; já são poucos carros nas ruas próximas de casa, agora então, menos carros ainda. Mesmo assim, o relógio dos encontros insisti em tocar pontualmente. Estava na frente de uma grande garagem, distraída, som no talo e mais nada. Quando, então, um carro dá seta, vem em minha direção e eu sem entender nada. Porque estava mesmo, sem lorota, distraída. Fiquei paralisada e depois com uma pressa de sair da frente tão ridiculamente tola. O dono do carro percebeu e desistiu de entrar na garagem, deixando o carro na rua mesmo. Eu sem jeito, tocava Caetano, bem naquela hora "And nine out of ten movie stars make me cry..." Ufa, pedi desculpas de longe, porque em tempos de distanciamento não precisei cumprimentá-lo com mais tato, essa foi a melhor parte. Aí sim "I'm alive".. e vivo muito vivo. Como é bom andar sozinha. Às vezes, tudo que a gente precisa é "walk down Portobello road to the sound of reggae".
Diário de quarentena II
Esta manhã foi um cado diferente. Magnólia, minha gatinha todos os dias acorda querendo sair, dar um rolê do lado de fora, ver o dia nascendo. Minha mãe abriu a porta da minha casa às 6h, me perguntou se poderia deixar livre Mag, eu, sonolenta, disse sim. Magnólia tem cisma de cachorro, ela adora a brincadeira de pegar a bolinha e trazer de volta presa nos dentinhos. Às 7h, pontualmente, Mag trouxe a sacolinha que eu amarro pra virar brincadeira de bolinha, eu sonolenta na cama ouço o barulho dela e da sacolinha, jogo a sacolinha no corredor e volto pro outro lado, logo Mag trás a bolinha de novo na cama, a vantagem dos gatos é que eles pulam em lugares altos com a maior delicadeza e leveza. Eu, sonolenta, jogo novamente e logo levanto da cama, a porta da frente aberta, o mundo todo pra ela, e ela comigo, pedindo pra brincar. Pela primeira vez ela não se desespera pra sair, sem música tocando me lembro que a felicidade é uma arma quente, como lembra John e Belchior, e Mag diz claramente "deixem que eu decida a minha vida, não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração". A música toca na memória, eu saio e está muito mais frio que ontem, volto, coloco o jaco, vou tomar café. Lembrei, é feriado, mas quase ninguém lembra.
Diário de quarentena III
A primeira questão sobre diários é que eles, eventualmente, devem ser escritos diariamente. Mas, tudo bem, eu entendi importância da pontualidade em Match Point, tanto nos diários, quanto nos encontros. Mas não levo a sério, afinal, em mim há referências, fantasias e uma boa dose de lirismo. Nada é tão importante agora. Escrever e ficar nu é exatamente a mesma coisa, não sei se li isso em algum lugar, se fantasiei e escrevi ou se é o que tenho comigo. Eu ando vendo muitos capítulos de uma série fabulosa. Me dá saudades de Londres. E eu penso no meio da rua se tudo que vivi foi real, ou se eu também fantasiei aquilo. De repente, aquela tarde em Candem Town tem o mesmo filtro do filme e me vejo em outro tom. Ouço uma música, ah, como as músicas nos transportam para 1930, facilmente. Fico em êxtase nessa experiência doida de compartilhar com palavras coisas corriqueiras da minha alma lendo outras almas e talvez, se o que eu escrevi for verdade, ando vendo muita gente pelada. E desculpe leitores, a minha, não intenta, grosseria.
Diário de quarentena IV
Há exatos 42 dias, fechei a porta da minha casa e deixei as chaves penduradas. Eu sabia que o que estava porvir não seria fácil, muda tudo, só o modus operandi da sobrevivência que não. Hoje, fui buscar um queijo para o café da tarde e a tragédia cômica assombra, mas faz rir. Minha mãe quebrou o braço em um tombo no último sábado. Diz ela, ser um feitiço, mal olhado. Tudo bem, ela é a cética ao mal mais crente que já vi. Hoje, o queijo deveria ser banhado em álcool gel, também seria um dilema abrir a embalagem sem que a própria encostasse no queijo. Conseguimos a três mãos que nos restavam. Peguei a faca e ouço o grito: Não, não, não coloque a mão no queijo. Pensei: como pode ser possível cortar o queijo sem por as mãos? Logo esse alimento lindo e vivo e lácteo! Desisto, não temos mais a faca e o queijo nas mãos. Amigos, fiquei catatônica.
Diário de quarentena V
A segunda questão sobre diários é que eles, eventualmente, correspondem ao dia em que narramos os acontecimentos. Mas, tudo bem, não é nada sério. Ontem, minha mãe me ligou me chamando atenção porque escrevi sobre ela, e eu estou aqui, para desculpar-me. Minha mãe, usualmente, não leria as minhas notícias, mas ela quebrou o braço e definitivamente isso a influenciou. Ela criou um usuário na Netflix, voltou pro Facebook (eu não sabia) e está querendo aprender a usar o Instagram! Deus, o mundo está de pernas pro ar. Pensei em mil coisas para dizer, mas, sabe... Não está nada fácil. O dia das mães é amanhã, e como sou contra todas as autoridades, exceto minha mamãe, não vou falar de ciganices, ceticismo, da lua cheia ou quaisquer outras revoluções que para mim são somente outras perspectivas daquilo que vejo nela (em você mamãe). Diários que falam de passado e futuro são os melhores. Aí está a beleza da escrita. Eu desejo um mundo de boas histórias para minha mãe, que é força e inspiração nos meus dias. Eu desejo mais cafés, mais contradições, mais conversas com a minha melhor amiga. Eu amo você! Sim, eu sinto muitas saudades da vovó, e talvez por isso, seja tão difícil dizer mais palavras bonitas e talvez minhas cartinhas com 5 anos de idade tenham sido mais afetivas. Essa saudade de primeira viagem engasga a gente. Mas, estou aqui, e vamos nos divertir, inundar-nos de bons pensamentos. Nunca é demais repetir, eu te amo.
Diário de quarentena VI
A terceira questão sobre diários é que eles, eventualmente, relatam o cotidiano. Nesse aspecto, amigos, está tudo bem. Hoje fui ao supermercado e é dia das mães. Descobri que para sobreviver a este cotidiano atípico, cheio de máscaras e medo, o som no talo me ajuda. Antes, eram só caminhadas e corridas pelas ruas vazias, agora, uso fones de ouvido nos locais cheios de pessoas. As máscaras nos tornam impessoais corpos transitantes, e se, por acaso, eu não corresponder ao cumprimento de alguém, pode ser que nem seja eu mesma. Os caixas para pequenas compras são duplos. De um lado eu, do outro lado um rapaz de vinte e poucos anos com um buquê de crisântemo apenas. Para finalizar a compra tive que tirar os fones e, mesmo sem querer, ouvi a discussão. A moça perguntou ao rapaz se ele daria aquele buquê à sua mãe. Ele, contente, disse que sim. Sem querer ser categórica ela perguntou se não havia outra flor disponível para que ele pudesse escolher. Ele disse que havia apenas aquelas e, mesmo de máscara, pude perceber que ele estava alegre por comprar flores. A moça do caixa, convicta, e sem querer receber essa compra, disse: "mas essas flores são pra defunto!" O pobre rapaz se assustou, ficou paralisado por um instante, assim, ela continuou: "esse buquê é para velório". O rapaz voltou correndo para devolver as flores e, quem sabe, escolher outro presente e outro caixa para pagamento. Não sei se senti mais pena do crisântemo ou das boas intenções, pois diz o senso comum, que todas elas vão para o inferno.
Diário de quarentena VII
A quarta questão sobre diários é que eles, eventualmente, relatam histórias íntimas e pessoais. Mas tudo bem, não é nada sério. Já tratei sobre o despir da escrita e hoje estou mais para uma carta aberta. Uma amiga e companheira disse-me que estava adorando meus relatos, talvez, por isso, eu continue escrevendo. Logo depois, me enviou um tal "diário do fim do mundo" de seu cunhado, que de uma maneira perspicaz faz relatos em áudio muito autênticos. Resolvi, então, escrever para este diário. Eu, verdadeiramente, adorei o título, afinal, o diário continuará, pois o fim do mundo nunca acaba até que chegue o fim do mundo. Meu diário de quarentena está fadado a um fim mais próximo. Contudo, segundo o ministro da educação de Bolsonaro (meu não), o Enem só será adiado se houver um meteoro atingindo a Terra, ou seja, haverá Enem e redações depois do fim do mundo, trágico e cômico, como tudo neste espaço-tempo. Seria ruim se acabasse o diário do fim do mundo e não pudéssemos escrever sobre essa pós loucura. Aliás, todo esse desgoverno é louco, desnecessário, desmedido, destruidor, desmanche, descontrole, descabido e muito, mas muito, descuidado. Queria dizer, portanto, que os diários devem preencher essa lacuna solitária com palavras, conversas, cartas ou questões. Continuemos para não voltarmos a normalidade antiga, depois de um dos fins do mundo, se houver (normalidade ou fim do mundo).
Diário de quarentena VIII
Já questionei de tudo nessa vida. Jesuítas, departamentos, burocratas, legislativo, o próprio MEC com um TCC um tanto quanto polêmico. Já questionei Estado, ordem, patriarcado, e tantas outras coisas que eu já nem me lembro mais. Mas, hoje pela manhã, em minhas caminhadas e corridas pela cidade encontrei uma gatinha branca, ela veio para perto! E, poxa, gatos não vem pra perto assim facilmente. Eu parei para vê-la, ela deitou e depois vomitou perto de mim, só água e uma graminha. Eu fiquei encantada pela gatinha, um quarteirão de distância da minha casa, fui buscar um pouquinho de ração para tentar, de alguma forma, ajudar. Voltei, Branca já não estava mais lá. Então pensei, por que Pequeno Príncipe!? Por que você é responsável por tudo aquilo que cativas? Não! Chega. Pequeno príncipe, talvez você estivesse vivendo um relacionamento abusivo e também não era um chapéu, nem uma jiboia, era só um desenho mesmo. Ela me cativou ou eu a cativei no momento que ela vomitou em sinal de confiança ao meu lado? O que fazer? Deixei o pote de plástico com ração na rua e voltei questionando você, Pequeno Príncipe. Pode ter sido meu questionamento mais dolorido, mas, queria ao menos te avisar que não há redomas em meu pensamento. Além disso, como os gatos são seres livres, não é mesmo?
Diário de quarentena IX
Sempre gostei de saborear novas palavras. Enquanto o mundo deita-se, eu escrevo poemas, trovas e se os sinos dobram, conto histórias, versos e prosas. Há exatos 48 dias fechei a porta da minha casa e deixei as chaves penduradas. Desde então, posso dizer que a escrita tem sido minha maior aliada contra os assombros do dia-a-dia atípico. Depois dela, tem meu irmão, que por mais diferente de mim que seja, tem as palavras diferentes na ponta da língua para falar sobre moda. Ah, sim, eu nunca me interessei por moda em si, mas, para despir-se é, inevitável, estar em algum momento vestido. O nosso trabalho na loja de minha mãe fica muito mais leve nas conversas sobre os tecidos (em cima deles também). De toda a lista de aprendizados o tassel foi a melhor descoberta, afinal, aquelas cortinas bem fininhas de casas antigas e cabarés são de tassel! Eu quero ter uma destas na próxima casa em que deixarei, sem medo, as chaves penduradas. Depois, aprendi que neste momento atual o que está em alta, ou seja, tendência, é a manga princesa, achei um tanto quanto desnecessário, precisávamos de algo mais pra manga girl power and equal rights now, mas, compreendo. Com atenção, discutimos sobre sua jaqueta feita com organza, um tecido ótimo para combinar com um "mom jeans" ou "granpa pants". Usar um vestido com uma jaqueta velha é um look tipo high-low, nesse sentido, meus looks pessoais estão mais pra low-low. Aquelas jaquetas que parecem dobrinha de braço de neném se chamam puffer jacket. Ele me mostrou uma calça de tendência "utilitário", me pareceu um pouco militar, perguntei se ele poderia guardar tudo que eu carregava nos infinitos bolsos da calça e ele disse que não, achei inutilitário então, porque, afinal, para vestir bem a calça, os bolsos devem estar vazios. Rimos muito. E eu, tão dura com as coisas que ele ama, me encho de ternura aprendendo.
Diário de quarentena X
Hoje, pela manhã, estava caminhando pelo bairro, não tenho um trajeto obrigatório. De repente, entrei em uma rua e no meio dela um cachorro vigiava uma casa. Ele parecia de rua, mas percebi que estava fixo nas distâncias daquele terreno. Eu, com o som no talo, não pude bem ouvir os latidos vindo na minha direção. Corriqueiro mesmo é meu medo de cachorros. Andei mais devagar e consegui, aliviada, sair daquele raio de incômodo para ele. Poucos metros a frente li a placa, completamente frustrada: "rua sem saída". E agora? Que música escolher para o meu triste fim atacada por um cachorro? Fotografei a placa, parei, pensei. Lembrei do último episódio da série que estava adorando ver, tinha acabado de ficar órfã de uma história, não era possível que isso poderia acontecer comigo. Escolhi lembrar de fantasias, antes de enfrentar o medo, mais que o cachorro. Coloquei "Me and Mr. Jones", lembrei daquela série que ainda não tem um final. Imaginei Thomas Shelby e como poderíamos nos livrar dos medos e angústias de viver neste mundo. Estava pronta para voltar, sem perspectivas. Então, apareceu ao meu lado, uma brasília amarela, pasmem, o cachorro preferiu correr atrás daquele carro. Atenta a tudo, andei um pouco mais depressa. Escapei. Como isso aconteceu? Não sei. Minha mãe sempre diz que Deus está em todas as coisas, desta vez, era uma brasília amarela que veio, sei lá de onde, por uma rua sem saída.
Diário de quarentena XI
Domingos são sempre os melhores dias para fazer nada. Embora o nada seja muita coisa, na maioria dos casos. Um dia, escrevi, o tempo: a duração que permito às almas e formas. Assim, nada a aprender, nada sobre oportunidades, apenas sentir a dor dos corpos enfermos, temer o que há porvir e, na medida do possível, refletir. Obviamente não é um Potlatch, mas sim, esse plot twist que a vida nos mostrou, depois, talvez, de inúmeros sinais de nossa falta de parcimônia com tudo que há por aí. Assim, hoje, deito-me e vejo Magnólia no encosto do sofá, seu rabo balança como relógio de pêndulo, eu imagino o relógio e não o rabo. Viro-me para a paisagem verde do sul de Minas e a luz está fabulosa. Penso, é muito difícil escrever ou falar sobre nada. Minha mãe me pediu para que eu escrevesse sem beber, para que não escrevesse asneiras.
Diário de quarentena XII
Minha mãe quebrou o braço, desde então, ela tenta fazer coisas com uma única mão e, muito a contragosto, assiste alguns filmes, dorme ou apenas faz nada enquanto estamos a observando. Hoje, pela manhã, ela veio ao meu encontro e disse: "Anna, tocou na rádio aquela música O dia em que a Terra parou, você já ouviu?". Eu, que acho ela mais engraçada a cada dia de repouso que passa, disse que sim, é Raul, mãe. Ela prosseguiu: Pois é, a música é ótima, ouvi tudinho, você sabe a letra? Ela duvida de tudo mesmo, igualzinho São Tomé, eu respondi, mais ou menos, mãe. Num instante ela declama: “assim ó: o policial não saiu porque sabia que não tinha ladrão, o ladrão não saiu porque não ia ter onde gastar o dinheiro e o professor não saiu porque não tinham alunos, ... Interrompi com uma risada enorme, e completei: só você que não parou porque estava tentando plantar suculentas com uma mão só. Ela, revolucionária que é disse: visionário Raul, me deixa. Assim começou meu dia.
Diário de quarentena XIII
Tenho memórias em muitos cadernos. Passei alguns anos sem escrever nadinha. Talvez para tomar fôlego neste mar que é viver com pressa. Ou talvez, para inundar-me de outras histórias. Ontem, tomei um whiskey com Hilda. Veja bem, li algumas "cartas de um sedutor" e pensei, é verdade Hilda, não precisamos de textos dificeis sempre, às vezes, tudo que a gente quer é encontrar histórias com a tríade perfeita entre sangue, política e pornografia. Desculpem, eu fiquei bem estarrecida com um cara que escreveu um doutorado inteiro só pra te criticar, depois, amoleci, afinal, tudo de que o poeta precisa são as reações, seja quais forem. O silêncio é um verdadeiro desajuste para nossas emoções. Revivendo textos, encontrei alguns cheio de aflições, outros patéticos, uns bem críticos e outros divertidos. Deixarei aqui, aquele que acho divertido, afinal, como disse Hilda, se quiser coisa séria abra os (bons) jornais, hoje, basta abrir a porta de casa. . . Carlos (Rio de Janeiro/2016)
Tava de bobeira, dando mole pra maré Passei perto de Carlos Elogiou minha bunda, Qual é? Carlos, coitado Sentado de costas pra tantas bundas Pra não ficar de pé. Faz pose pra turista, Que nada! Carlos, sedutor, Também tenho saudades de Minas, Mas, todo mundo tem um tempo limite para rever o mar.
Diário de quarentena XIV
Paciência tem limites. A primeira vez que ouvi Vladimir Safatler foi num cinema em uma palestra que ele discutia os espaços de aprisionamento, como os condomínios com grandes muros e as barreiras sociais, naquela altura, nem me lembro se entendi exatamente, ou se entendi como bem queria, a revelia a melhor parte da fala. Contudo, esses dias, li um texto dele sobre a briga entre a extrema direita e a direita brasileira, tentei não ficar demasiadamente desesperada, mas, definitivamente tem sido algo muito intenso (onde estamos?). Nas minhas corridas com máscara pela cidade, que é o mesmo que nadar de calça jeans, fiquei não só espantada pelo fato de um montão de gente estar nem aí, mas, também absolutamente descrente sobre a fala de que ficar em casa é um ato revolucionário. Não, não é. Ficar em casa é necessário e imprescindível nesse momento, mas, mesmo nadando de calça jeans vamos convir que a situação tá uma merda. Uma caralhada de gente com discurso de ódio e ignorância nas ruas (ah, saudades delas). Às vezes, parece-me que está tudo normal e só me esqueceram de avisar e eu preciso lembrar também os bons amigos que estão em suas casas. De alguma maneira, é mais que necessário, é urgente um projeto para derrubar o desgoverno Bolsonaro, façamos algo, que não nas ruas, mas nas lutas em cada segundo possível. Revolucionário é lutar contra a necropolítica fascista. Se não pelos 1179 mortos das últimas 24h, mas, pelo João Pedro, que são muitos Joãos e Pedros que vivem sob essa ótica desastrosa de uma política que atiça a morte, principalmente, daqueles que já são os mais atingidos por ela.
Diário de quarentena XV
Selváticas. A quinta questão sobre diários é que eles, eventualmente, não têm títulos. Mas tudo bem, não é nada sério. Diário é, por fim, uma ferramenta ótima de conversar consigo mesmo, e dizendo isto não falarei mais nada sobre eles. O que, neste ponto de vista, é fabuloso, já que eu posso me endereçar pensamentos e questões, pois, passem os trens, corram os ventos você está aí, não estático, porque estar e ser, no fundo, é uma bela bagunça. Aliás, quanta baderna neste curral chamado Brasil. Todos os dias tento espremer de mim o que posso e ser o que, invalidavelmente, transforma. Todo mundo tem a liberdade de pensar e pensar e repensar. Já o amor, está tão vazio, sinto-me cada vez mais só. Quanta coisa! Um dia quis ser arquiteta e o pai de um amigo meu me escreveu uma carta, disse-me que arquitetura era maravilhoso, porque os arquitetos, assim como os artistas, incomodam. Eu amei suas palavras e fiz arquitetura não porque era maravilhoso, mas porque desde sempre queria incomodar. Esses dias, também, uma amiga, muito querida, lembrou-me sobre o fardo de não poder enterrar nossos mortos e como antropologicamente isso corta um elo importante entre a tristeza e a lembrança, o que traduzimos aqui por saudade. Aliás, a lacuna, o vazio é amigo da onça, assim, a gente deu asas a cobra, e agora estamos pagando o pato, não aquele de plástico de 2015, mas um grande e gordo e peçonhento. Comemos mosca, sim, e as desilusões de uma grande iludida começaram a aflorar mais que nunca, como num estalo, a vaca já tá no brejo, e faz tempo. Mas, a abelhuda aqui quer mais é abrir a boca, porque coragem, meus caros, é o pulo do gato. Pode parecer conversa pra boi dormir, e é mesmo, que durmam, pra que eu possa acordar sem angústias ao lado de mais humanos e menos porcos humanistas.
Diário de quarentena XVI
Confesso que estou pensando nisso há alguns dias. Quando caminho, não tenho trajeto obrigatório, mas, de maneira geral, não evito os morros ou ladeiras. Eu aprecio as subidas e descidas. Não os evito por um simples motivo: saudades de minha Ouro Preto, cidade querida, de clima inóspito e topografia irregular. Pois bem, eu também costumo contemplar as casas no caminho, e é tão fácil perceber em qual década foi construída cada uma delas. Meço os materiais, cores e texturas no tempo. Agora, consigo perceber quantas casas novas temos aqui neste vale, Santa Rita do Sapucaí, cidade inverso de topografia e gostos. Apesar das lindas paisagens, dos montes com cafezais, aqui, fico triste com a falta dos telhados. Quem inventou as platibandas e telhados embutidos? Tudo que vejo do alto são as caixas d'água escondidas numa parede, ora pintada em outra cor, ora cheia de pedrinhas. Parecem casas de máquinas, mas, não me enganam, eu sei que são caixas d'água e hoje, a arquitetura virou o melhor jeito de esconder as coisas que não queremos mostrar, daí, temos casas sem eira nem beira. O repertório é muito importante, e não fazem tantos anos que me formei na faculdade de arquitetura, pelo que eu me lembre, ainda existiam casas com telhados. Os telhados com suas tesouras, eixos e caibros. Agora entendo Elizabeth Bishop quando deixou Ouro Preto e seu telhado favorito, que parecia uma lagosta, ela já sabia que não haveria lugar no mundo que caberia telhado e lagosta na mesma frase. E que pena! Daqui do alto também vejo a neblina em volta da cidade e ela não vos visita, sabe por quê? Porque nem a neblina pode se divertir tocando as cumeeiras dos telhados. Existem muitas formas de fazer uma boa arquitetura, mas não nos esqueçamos de adicionar um quê de interessância nas coisas.
Diário de quarentena XVII
Prefiro pular este dia. Talvez tudo mude.
Diário de quarentena XVIII
Há exatos 58 dias fechei a porta da minha casa e deixei as chaves penduradas. Naquele momento senti uma intensa vertigem, depois de alguns dias pensei que fosse enlouquecer, mais uns dias e comecei a escrever e, assim, assimilar essa nova forma. No entorno de tudo isto, me despi completamente, ao mesmo tempo, as pessoas passaram a usar máscaras, minha mãe quebrou o braço, uma grande recessão histórica, fiz caminhadas, pensei sobre o espaço, vivi medos, angústias, senti saudades, dei risadas, fui incondicionalmente irônica, encontrei minhas mulheres favoritas, desenhei Mag e meu irmão, doce Rafael, me ensinou moda, questionei. O desgoverno supera as expectativas de canalhice. Contudo, corre em minhas veias um sangue cigano, daqueles povos que o ministro se referiu naquele vídeo. Hoje é sábado, e desde ontem, decidi abrir as caixas, muitas caixas guardadas num quarto trancado na mudança. Os itens essenciais já estavam desembalados, mas, uma completa desorganização assolava esta casa. Depois de abrir tudo, organizar e enfim, me mudar de vez para Santa Rita do Sapucaí, estou certa de que o tempo é um eterno transgressor de pessoas. Somos eu e Magnólia descobrindo cada canto, cada fresta de janela e redescobrindo meios de fugir do caos. Hoje, minha estante está completa, acendi um incenso, iluminei a casa, bebi, mas nos copos corretos, disponíveis e enfileirados no armário. Foram muitos dias para que eu desabrochasse, mas a colheita me inspirou, falei pouco sobre os cafezais e as plantas que só minha mãe lembrou de regar durante a minha melancolia. Repetindo Bataille, mais uma vez, “sinto-me livre para fracassar”. No fundo, não há nada mais pessoal que diários.
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Dicas De Como Elaborar Um Bom estudo final de curso
Todo universitário conta os semestres, os meses, e também até os dias para a tão sonhada conclusão da graduação. Faça a reciprocidade entre objetivos e resultados; (d) Relacionar eventuais recursos utilizados (exemplo: questionário, entrevista, equipamento etc); (e também) Se é possível, no porvir, continuar no estudo do tema, ressaltando que isso não foi feito pela falta de tempo ou mesmo em virtude da delimitação do tema; (f) Desfecho final: No último parágrafo, é constantemente bom indicar que a contribuição do seu dissertação para solução do problema tratado nele. Quando você visualiza seu trabalho em tópicos fazer a introdução do monografia resta bem mais rapida, pois você já sabe tudo que vai ter que ser dito de forma resumida acolá. "Se aluno perceber que profissionalmente também das informações que levanta para um TCC, encara trabalho com mas seriedade", diz Polito. Nada disso de muitos que vieram detrás dessa informação. objetivo se relaciona diretamente com entrave que você está resolvendo. Deve ser optado uso da terceira população, muito semelhante a um jornalista escrevendo uma matéria. Nossa equipe não incita, apoia, ajuda ou orienta para este termo nenhum gênero de pessoa, pupilo ou freguês. É que você vai desenredar agora. Achei estranhíssima essa estratégia, mas acabei partindo-a até perceber que ignorar a introdução de estudo final de curso é erro mais grave que alguém pode cometer na preparação de uma pesquisa científica. Se bem possa despertar os piores pesadelos e se converter em um peso nos últimos meses anterior da aquisição do tão esperado diploma, existem poucas formas para esse dedicação não seja tão gigantesco e sequer sofrido. filtro da verdade é melhor — e também principal deles —, porque não é provável encantar leitor se seu teor não é verídico. Varias vezes nos esforçamos bastante para pesquisar e também preencher trabalho com maior zelo. Essa abalo só compreende quem realmente passou por poucas e boas para finalizar seu dissertação. Ao final plumitivo indicará se ela é apta a resolver impecilho proposto. Dessarte, é essencial que seja muito elaborada e tenha a devida atenção e também desvelo. Isso é possível que finalizar com estudo final de curso e tamb��m com as amizades", oi Polito. A metodologia dos métodos para que a busca seja concretizada obrigação estar clara no texto. Neste caso, é possível que-se reportar Deus, Mentor Orientador, os colegas de classe, a família mas uma vez. Fico feliz que tenha gostado das nossas dicas, continue por cá estudando, aprendendo e constantemente que verosímil interagindo. Vejamos a seguir algumas dicas importantes sobre como fazer uma desfecho de TCC. Ou por outra, lembre-se que, da mesma maneira que em todo trabalho, não se deve redigir em primeira população - concluí, acredito, etc. Isto acontece porque é muito difícil prevermos todos e cada um dos autores que serão referidos no decorrer das linhas de investigação e também preparação do trabalho. Conforme dissemos no início, não existe um protótipo único sobre como fazer um estudo final de curso que sirva para nenhum gênero de caso. design do Diário virtual logo mudará pra melhor também e também revisarei texto de todas e cada uma das postagens. Você está tendo dificuldades em ortografar a introdução do seu dissertação?
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Milagrosamente hoje me sobrou tempo pra conseguir fazer a minha atualização diária do diário. Acho que o mais essencial de hoje não vai ser bem dizer o que aconteceu hoje, que não foram muitas coisas, mas atualizar as minhas memórias mesmo.
Minha perspectiva pro dia de hoje era algo corrido. Era pra ser algo pra render tudo o que não foi possível na quinta, todavia, como sempre, não se tornou possível. Acordei tarde porque dormi tarde. Acordei pra almoçar com o Tio Clóvis. Era pra eu ter acordado cedo pra fazer a prova da Arpex e correr. Não fiz. Fui almoçar com o tio no 11:30, fui no zaffari e dormi um pouco. As provas estavam me esperando no e-mail. Fiz a prova da Arpex. Comprei bolo pra mãe e só. A lara desmarcou o passeio que daríamos no bambus. Só iria por ela. Sendo franco comigo mesmo. Ainda comer ela. Sim, comer. Sem meias palavras. Sabia que ela tava frágil e que não é o momento, então, iria contingenciar meu desejo. Sairia com ela de boas, se ela quisesse ficar com um dos meus amigos, azar. Ela ainda parece ser uma boa menina. Acho que tenho essa tensão pra comer a Marina também. São aqueles casos mal resolvidos que me fazem imaginar quão bom seria. Não dá pra imaginar nada dando errado. Enfim. Fomos jantar, no Garcias. Conversamos sobre algumas coisas, nada importante. O ponto alto da minha atenção aconteceu quando decidi dizer que queria ir pra Argentina e chutar o pau da barraca. Preciso deslanchar na carreira.
Notei ultimamente que esse período da minha vida é essencial pra decidir o que vai ser da minha vida daqui pra frente, sobretudo na questão de quanto vou ganhar num futuro não tão distante. Por isso também tenho querido dar tudo de mim. Sinto que essa cobrança das empresas e talvez elas apenas sejam a cobrança da vida. Finalmente o mercado fez algo pra mim. Me deu consciência que preciso me nivelar em cima pra não passar dificuldade. O mesmo discurso da minha mãe só que na prática. Ninguém te contrata se tu não der o melhor de ti. A concorrência é cruel.
Chegando em casa, fico morgado. Comi como se nunca tivesse visto comida (e olha que nem corri). Como ela cancelou todos os compromissos, meus colegas iam numa festa que não tava minimamente interessado e não tinha tomado banho decidi ficar em casa. Fiz a prova a Arpex. Talvez tenha rodado. Organizei meu sábado pra terminar a bendita prova da Falconi e aproveitar o dia com os amigos. Não consigo estudar idiomas, pareço um idiota que fica negando e arranjando muitas desculpas. A controvérsia é que tive uma conversa com meu irmão sobre ele não querer fazer nada nunca e só arranjar problema pra coisas que necessariamente não é um problema, só ele que é recalcado. Meu pai alertava pra mim a possibilidade que eu tinha de fazer determinadas coisas e outras crianças não tinham nem um terço da possibilidade de fazer as coisas que eu poderia fazer. Isso se resume meu irmão. Porém, ainda em tempo, me resume também. Se eu não fosse essa pilha de nervos e fosse focado, acho que seria uma pessoa com melhor capacidade de executar as tarefas obrigatórias (que até mesmo quero fazer mas não arranjo articulação mental pra fazer - como no caso atual das línguas).
Nesse momento, me deito na cama e começo a conversar com a ju santos. Começamos a falar como anda difícil conseguir arranjar pessoas que são feitas on demand. A complexidade de pessoas carentes, pessoas que beijam mal, pessoas que jogam e não são honestas. O drama atual dela era que não conseguia ser monogâmica e estava cansada do rapaz que tava saindo. Não necessariamente queria acabar com ele, entretanto, ficar com outras pessoas não seria uma má ideia. O fato é: é muito difícil ser sinceramente egoísta com as pessoas que saímos. Tanto pelo medo de afastar algo que tá suficientemente bom tanto pela via que as coisas mudam (caso Laila) e delimitar o que se quer pode ser danoso. Lidar com os sentimentos, angústias e receios das pessoas é muito delicado e torna praticamente inviável se ter o que se quer. Notei que todas as últimas pessoas com as quais saí nos últimos tempos tinha algum problema dessa ordem ou simplesmente não consegui ser cativado por elas. Espero conseguir me ajustar a froner porque perdi a prática de sair com pessoas razoavelmente legais e de bom senso. Também perdi o tato de descobrir como lidar com pessoas a ponto de criar intimidade sem ser de uma maneira forçada. Sinceramente, espero que dê pra fazer algo legal. Já a marie tem me deixado cansado, tem algo de errado e dá pra notar apesar de ela não querer contar. Não tenho tido muito mais saco pra tentar conversar com ela ou chamar ela pra sair. Talvez eu só deserte do rolê apesar de achar que ela pode ficar muito bonita na minha cama. Um problema fundamental que me ajuda a seguir por esse rumo é que nosso beijo não encaixou, então, sei lá, né.
Na sessão nostalgia, pretendo abordar três coisas: Ocupação, Laila e jantar da Gláucia.
Notei que havia esquecido completamente de falar sobre a ocupação. Deve ser porque não sei como discorrer sobre os acontecimentos. Na esquematização cronológica levaria muito tempo, na de fatos importantes, ia esquecer de algo. No entanto, isso não pode passar batido.
Tudo começou nas animosidades dos cortes de gastos pra educação e saúde. O governo temer queria que o orçamento dos bens sociais crescessem na mesma medida da inflação do ano anterior, assim, quebrando com a constituição. Diversas instituições de ensino começaram a ser ocupadas, entre elas, algumas faculdades da UFRGS. No momento de decisão sobre ocupar ou não, nunca assembleia conjunta de Ceri e DAECA, as pessoas de RI decidem ocupar e correm pra dentro da FCE. Tinha ido buscar uma ficha, voltado pra ACM pra nadar e reaparecido pra votar na assembleia. Fui buscar uma água e fecham o prédio. Tava com fome, tinha uma assembleia imensa e inacabável. A juliana rouba a cena pro PT, o osvaldo continua sendo um cara enfadonho, as lideranças do CERI começam a tremer na base (obviamente tudo isso com o passar do tempo). Viro a noite, a adrenalina não permitiu com que eu pregasse o olho por meia hora sequer. No outro dia, acontece um tumulto generalizado, hostilizações, vídeos de youtubers de direita. Um inferno na terra, eu fico muito emputecido. É um porção de babacas juntos que são muito confiantes dos seus tacos e, bem na boa, se morressem ninguém ia sentir falta por mais de meia hora. Odeio profundamente esses liberais, eles não são só idiotas em função da ideologia que seguem mas por causa do método que eles aplicam pra vida e a capacidade epistemológica de entender o mundo que cerca eles. Apareço num vídeo do mamãe falei. Discuto com uns abobados, sei que o que é mais importante é manter a segurança e resistir. Já meus colegas da parte institucional querem mediar conflitos abrindo a perna pra eles, sobretudo as pessoas coniventes com a desocupação na mesma semana. Ficam colocando o CERI na frente de determinadas questões emergenciais como essa reforma. Os professores não conseguem se articular pra fazer uma greve geral. Sinceramente, espero que sejam exonerados compulsoriamente por bundamolice. Após a manhã de tensões, vou pra casa exausto. Tava num período de reta final da produção do tcc. Achei que o resto do curso compraria a ideia de ocupar, sobretudo as turmas mais novas. Me enganei. Vou nos momentos que esperamos ser mais tensos, o Kevin tira uma foto minha, acho que estou marcado na rede dos liberais por ficar encarando um gordinho que achou que eu estava torcendo pra Hillary. Não sei como alguém pode ser tão limitadamente estúpido. É essa gente que tinha que estar morrendo na Síria, sério, eles não têm nenhum discernimento ou bom senso. Infelizmente pra compensar são insistentemente barulhentos e birrentos. Na nossa parte, por contraposição, temos revolucionários que não aceitam resistir e perdem o fio da realidade. A senhoriagem tinha ultrapassado o prédio da FCE mas só se preocupam com as relações institucionais de longo prazo, por fatores que não são relevantes, independentemente do que digam. A palavra de ordem era desocupar até sexta-feira. Eu tava puto da cara porque meti minha cara a tapa para alguns burocratas de alto nível hierárquico, de um projeto que deveria ser horizontal, decidiam. E não contentes, quando contrariados, simplesmente começaram a abandonar o barco. Felizmente, na sexta, teve o trancaço. Foi uma noite que não dormi, de novo. Recepcionei pessoas de pelotas, os nossos colegas não tinha o mínimo de ideia de empatia com eles. Sério, que gente escroncha do caralho. Ajudo ativamente no trancaço. Fechamos todo campi. Discutimos com pessoas que querem ter aula, lamento muito por elas, vão pra casa, infelizes. Chega um momento em que as pessoas entram em confronto direto com a polícia, vou correndo com a Bárbara, Secchi e Fuhr pra prestar solidariedade enquanto nossos colegas tão fazendo uma assembleia. Perco as estribeiras, as pessoas perderam o fio da realidade, analistas que não tem tato nenhum. Se preparam como se fosse pro ufrgsmun, uma realidade que simplesmente não ocorre. Não pude mais continuar indo, tive que terminar o tcc. Já tinha cansado daquelas pessoas que se fecharam junto com as portas da FCE e se desligaram da realidade. Eles achando que quem queria ficar era anarquista mas simplesmente eles eram suficientemente abostados pra não notar que se dane a diretoria da unidade, lamento muito, mas a nossa lealdade é com o resto das ocupações. Enfim, depois disso não pude mais frequentar, o tcc tinha me comido pela perna. A única conclusão possível é que eles não são tudo o que falam e apertam bem mais do que devem na hora da verdade.
Ultimamente tenho sentido saudades da Laila, de tudo dela. Me tornei uma negação em conseguir transar com pessoas, atraentes, interessantes e mentalmente equilibradas (tudo ao mesmo tempo). Acho que ela foi realmente a terceira pessoa que amei depois da leka e da isa. Sinto uma saudade boa apesar da escrotice que foi o término. Sinto saudade do cabelo dela, da voz, do cheiro, do bom humor, da pele, da capacidade de transar. O corpo, as pernas, a barriga. Tudo. Talvez a falta dela tenha se tornado mais latente por ela ser justamente o meu número e por ultimamente essa rara felicidade de encontrar alguém assim se tornou realmente rara. De vez em quando me pego pensando em alguém pra comparar com as possibilidades futuras reflito a partir dela. As outras duas pessoas eram emocionalmente instáveis ou menos atraentes que ela. Só sei que tenho sentido saudade, que é nula porque esse jogo nunca mais vai virar depois do que aconteceu.
A janta na casa da Gláucia foi algo maravilhoso, ela fez uma jantinha pros formandos. Foi um marco interessante porque não costumo estar no mesmo ambiente que pessoas que costumo ter como exemplos, apesar da gláucia ser muito aberta. Numa roda de conversa, conversamos sobre inúmeras coisas, inflação, filmes, problemas psicológicos, política externa norte americana. Creio que isso foi um marco importante, trocar ideias sentados com pessoas mais velhas e debatendo sobre inúmeros casos e coisas me deu vontade de me tornar uma pessoa mais interessante do que sou hoje. Achei interessante as referências culturais, a rotina da gláucia e afins. Queria ter mais pessoas que sinto que me fazem crescer no meu cotidiano. Em função disso, escolhi o Zé pra me orientar, que infelizmente não fez o trabalho dele. Só sei que quero ter mais referências.
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