#dante desenha
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danteboy · 3 months ago
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"Mudança de Atitude"
animation drawn on paper and photographed, for a college class!!
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robsongundim · 2 years ago
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Sacanas do Asfalto: Uma ode ao cinema de Quentin Tarantino
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Em meados de agosto de 2003, em mais um fim de semana, eu chegava de uma videolocadora com alguns DVDs alugados e me deparava com o trailer de Kill Bill, o thriller de ação e vingança escrito e dirigido por um cineasta do qual (honestamente) eu nunca tinha ouvido falar. Mas apenas o trailer do filme (cerca de um minuto e meio) foi o suficiente para me deixar completamente fascinado pela estética daquele que se tornaria uma das minhas maiores referências literárias.
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Quentin Tarantino, muito mais do que um diretor de cinema, é um escritor inteligente, amante das palavras e da arte de contar boas histórias. Desde o primeiro contato com o trabalho dele, cresci acompanhando sua filmografia e alimentando o sonho de poder escrever algo que prestasse homenagem a sua carreira. Em 2015, ao ingressar na universidade de cinema, comecei a escrever Sacanas do Asfalto. O livro foi concluído em janeiro de 2016 e lançado na Bienal de São Paulo do mesmo ano.
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SINOPSE
Com a chegada das férias, três jovens estudantes decidem viajar para se divertir no melhor festival de rock da ilha de Vera Cruz. Movidos por uma harmonia indestrutível, eles tomam a estrada e chamam a atenção de todos por onde passam. Porém, nem tudo parece ser tão agradável como supunham, sobretudo quando o líder de um grupo de motoqueiros resolve desafiá-los, mexendo com seus medos e feridas, em uma implacável perseguição.
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TRECHOS E ILUSTRAÇÕES
Arthur, Rob e Stefani se conheceram no primeiro período da universidade, e de imediato partilharam da mesma paixão pelo cinema. Devido à correria dos estudos, há anos que tentavam agarrar a oportunidade para curtirem as férias juntos.
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Daisy tinha vinte e oito anos, mas aparentava ser bem mais nova. Extrovertida e sossegada, chamava a atenção de todos por onde andasse, e não simplesmente por ter uma beleza estonteante; o jeito de encarar a vida e o altruísmo inato lhe concediam o título de garota mais legal do mundo.
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— Que sacanagem é essa, Sam?! — Acontece, branquelo, que enquanto você tá indo com o peixe, eu tô voltando com a moqueca!
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Vana chamou a atenção de todos com um novo short e uma camisa justa que exibia a estampa do filme “Death Proof”. Ao dar de cara com a camisa, Rob sentiu uma pitada de orgulho, ciente de que a prima a vestira por saber que ele era fã número um de Quentin Tarantino.
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— Itana era a ruiva, a primeira no comando. Passou a ser chamada de Red Sonja após pintar o cabelo e agarrar a fama de justiceira. Dona de habilidades incríveis, ela carregava uma coleção de facas por onde quer que fosse. Nem preciso dizer o que ela fazia com os caras que mexiam com ela, né?
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FOTOS DO LANÇAMENTO - São Paulo, 2016
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DEPOIMENTOS
"Observar as ações dos personagens é como assistir a um filme. Ou melhor, a um bom filme, que só melhora quanto mais se aproxima do fim!" Diego Perandré, autor de "9 Almas - A Chave do Mundo"
��Chocada! Estirada na BR! Se você gosta dos filmes do Quentin Tarantino, sem dúvida irá amar este livro!” Alessandra Morales, blog "Tô pensando em Ler"
"Robson Gundim parece que escreve desenhando e desenha escrevendo. São palavras em formato de arte." Tammy Luciano, autora de "Claro que Te Amo"
"Robson Gundim é um artista das palavras. É impressionante como é possível ver as cenas e participar dos diálogos junto com os personagens." Maud Epascolato, autora de "A Bruxa do Olho de Vidro"
CURIOSIDADES
— Afinal, quem é essa atriz? — É a Christy Hartburg, Dante! — falou Lucas, o de cabelos pretos e compridos. — Ela foi a musa do Russ Meyer e do cinema exploitation na década de 1970!
O livro é uma homenagem ao cinema do Tarantino e ao exploitation, um gênero de baixa qualidade que estourou nas décadas passadas e tornou-se marcante pelos temas apelativos como: artes marciais, violência, sexo e esquisitices. Um exemplo famoso e considerado cult, é O Massacre da Serra Elétrica (1974):
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Outros subgêneros também se fazem presentes na lista de referências, como o blaxploitation, que eram filmes protagonizados por artistas negros e dedicados ao público afro americano; seus enredos fugiam dos estereótipos urbanos de Hollywood e se tornaram um símbolo de resistência. Pam Grier é uma atriz cultuada até hoje pelos papéis marcantes que entregou na sua época, como Coffy (1973) e Foxy Brown (1974):
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Além dos gêneros citados anteriormente, a trama de Sacanas do Asfalto também gira em torno da essência dos road movies dos anos 2000, os conhecidos filmes de racha, a exemplo de Velozes e Furiosos e Fúria em Duas Rodas:
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As marcas Red Apple, Acuña Boys e Big Kahuna Burger são marcas fictícias presentes nos filmes do Tarantino. Há menção a tais marcas em alguns trechos do livro:
Dante não gostava de silêncio. Gostava de algazarra, gritaria, balbúrdia. Arrancou um cigarro do maço Red Apple e fumou até tarde da noite.
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O livro também referencia alguns animes e mangás japoneses, sendo o maior foco em Samurai Champloo (2003). A história ocorre durante a era Edo do Japão e possui três personagens principais, Mugen, Jin e Fuu:
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Além da menção a escritora britânica Agatha Christie, uma das personagens imita os trejeitos de Tuppence, detetive criada pela referida autora:
— Meu pai é um sujeito insuportável. Vive pegando no meu pé e reclamando por ainda ter de me sustentar. Cansada de ouvir tantas críticas, resolvi trabalhar. Essa parte é um pouco desagradável, mas digna de ser contada. Agora vem o momento “Prudence Cowley”: abandonei a vida caseira, iniciando a carreira no mercado de trabalho num hospital para idosos.
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Conexão com o livro Enquanto Eles Não Vêm:
À procura de uma distração, Samuel ligou a tevê, o único aparelho que restou da sua estante. Um rep��rter balbuciava palavras sobre um incidente natural, ocorrido em uma cidade do interior da Bahia. Mudou de canal. A mesma notícia: “Paraíso Florestal acabou em chamas. O governo descobriu a existência de agropecuários que realizavam queimadas indevidas naquela região.
No trecho acima, é possível destacar uma conexão direta com o livro EENV, lançado após Sacanas do Asfalto; isso leva a crer que ambos os livros se passam em um mesmo período de tempo.
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Os últimos exemplares foram esgotados. Em breve, teremos uma nova edição de Sacanas do Asfalto disponível para compra! =)
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btrrdys · 1 year ago
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cinco segundos de liberdade // 17/01/2024
a liberdade é a fita de um filme nunca dantes visto.
está muito quente.
o calor deste deserto arde como se estivesse queimando no inferno. há dunas e dunas de um mistério tão cálido como o sol. dunas de uma areia tão pesada quanto meus devaneios. não há cactos. oásis. palmeiras. pirâmides. uma mísera gota de água. não há nada. apenas o céu, areia e esta via. e eu.
o asfalto borbulha como se fosse uma fatia de queijo. tudo está derretendo. o céu desaba lentamente, e o surrealismo mais contundente se põe na frente dos meus olhos.
vamos em alta velocidade. em direção constante, aos mais dourados raios de luz. como uma mariposa em volta de uma lâmpada. estou louco. perco a sanidade, pouco a pouco, neste volante. o vento me corta a quase 180 km/h e este calhambeque vermelho fora de época parece o estampido de um revólver de tão rápido. me abre um sorriso grande. vozes estranhas querem que eu aperte o freio e volte para casa. para a mesma cidade de sempre. para o mesmo bairro, o mesmo mercadinho. a mesma gente. só que eu nunca fui de viver de mesmices. eu, que sempre quis mais. do tipo, que sempre tenta escolher um restaurante diferente do habitual. do que cansa demais dos amigos. do que quer viver em todos os lugares do mundo. que quer beijar todos os homens do mundo. que quer provar todos as caipirinhas do mundo.
eu não podia voltar. eu não posso me trair desta forma.
as gargalhadas involuntárias tomam conta de mim. uma lágrima me percorre a bochecha. é o fim da tormenta. o fim de tudo que é ruim. e eu mereço um fim grandioso. de repente, violinistas surgem da terra e tocam a mais bela de suas partituras. a mais estridente. a mais poderosa. suas notas anunciam o maior dos espetáculos. os violinistas não se bastam e da areia emerge uma orquestra inteira. é retumbante. é clássico. é o drama mais perfeito de shakespeare. a reviravolta mais novelesca desde avenida brasil. os instrumentos tocam sozinhos e formam uma melodia épica. nem os gregos poderiam escrever esta odisseia. não tiro o pé deste acelerador por nada, a não ser que uma parede de concreto bloqueie esta estrada. vejo flashbacks de uma vida inteira. me vejo no colo da minha mãe. me vejo sofrendo na escola, por ser o mais afeminado dos meninos. me vejo sendo o mais tonto das festas. limpo minhas lágrimas e acelero mais que nunca. só tenho um destino. apenas um. que se abre na minha frente.
um penhasco se desenha ali mesmo. só há ele e eu. o encaro como se meus olhos fossem de vidro. a música fica mais intensa. o coral é ensurdecedor. um crente acreditaria que se tratava das trombetas do apocalipse. mas era eu. apenas eu.
e antes que eu consiga pensar algo, o solo acaba sob meus pés.
o calhambeque agora voa, como uma águia, nem que seja por cinco segundos. cinco segundos de liberdade. é maravilhoso. a brisa do vento exala a laranjas frescas. e eu nunca estivera tão bonito.
e por um momento, pensei que este carro planaria. e que viajaria toda a cordilheira dos andes com ele.
mas a gravidade é o golpe de realidade mais seco que eu poderia receber.
despenco. em queda livre, como uma bigorna.
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pluravictor · 4 years ago
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Ecologia política, desigualdades e decrescimento
DECRESCIMENTO É PRECISO Mudar o mundo para melhor, não há dúvida, é a finalidade de Serge Latouche. O argumento do decrescimento exposto no livro demonstra um conjunto de ideias e aspirações entre uma “utopia concreta” e um programa político, contudo, afirma Latouche, “não é um dogma rígido, mas um questionamento de lógica do crescimento pelo crescimento” (p.112). Questionar, neste caso, é colocar em causa todo um sistema vigente responsável por transformações nunca antes vistas na história da humanidade, e com profundos impactos negativos sobre a população e o planeta. Estamos, sem dúvida, num momento crítico da nossa existência como um todo, como já não se via desde a Crise dos Mísseis de 1962. Ao fim de 13 tensos dias que quase nos obliterou numa guerra nuclear, imperou o bom senso nas acções e nas mudanças. Porém, a realidade das alterações climáticas, cada vez mais entendida como emergência climática, não ficará resolvida no mesmo tempo, o lento reconhecer do grave problema global é uma procrastinação, má companheira daqueles que pretendem acabar com o estado a que chegámos, parafraseando Salgueiro Maia na madrugada de 25 de Abril. “Trata-se, na verdade, duma revolução” (p.91) portanto, não pelas armas, mas sempre pelas ideias e pela políticas de mobilização e alteração de um paradigma que se impõe como urgente. Entre o pessimismo da razão e o optimismo da vontade, como dizia Antonio Gramsci, o Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno é um manifesto lúcido e audaz, incisivo e provocador.
Mas afinal o que significa “decrescimento”? A grafia das palavras é um desenho conceptual que revela a importância do seu significado e também do que afirma não ser. Latouche não é contra o crescimento em si, mas contra o modo como é (e tem sido no último par de séculos), para expôr como devemos actuar. Decrescimento não é “descrescimento”, palavra inexistente mas tão sem sentido quanto ‘crescimento negativo’ (isso é o quê, O Estranho Caso de Benjamin Button” em teoria económica? Estranho, certo?). Decrescimento não é uma palavra oposta a crescimento, é tão somente uma alternativa sustentável, de humanismo e equilíbrio com a Terra. A prática e comunicação económica e política estão inundadas de “crescimento”, que infiltra os nossos objectivos muitas vezes de forma perniciosa, que “o próprio homem tende a tornar-se o resíduo dum sistema que visa torná-lo inútil e a passar sem ele” (p.18). Latouche abre de rompante com uma breve definição de decrescimento: “um slogan político com implicações teóricas (…) que procura acabar com a linguagem estereotipada dos drogados do produtivismo.” (p.18). Acusação forte esta última, é um call to action face a uma estranha hierarquia de “agarrados” ao sistema e uma intrincada teia que prende a sociedade a este mecanismo, de forma consciente e inconsciente. A velocidade e o peso do mundo alastram-se a cada vez mais a sectores de actividade, camadas da população, e áreas da natureza. Latouche esbofeteia-nos com a ideia que o crescimento se tornou “o cancro da humanidade” (p.34). O ritmo de crescimento e desenvolvimento trouxeram-nos mudanças significativas em 200 anos desde a Revolução Industrial, o planeta avançou dezenas de vezes mais rápido na história em tantos domínios, contudo “o nosso supercrescimento económico choca com os limites da finitude da biosfera. A capacidade regeneradora da Terra não acompanha a procura: o homem transforma os seus recursos em lixo mais rapidamente do que a natureza pode transformar este lixo em novos recursos.” (p.38). Este é um dos grandes problemas, pois as transformações sociais e tecnológicas, o esforço da desmesura que o decrescimento combate, tem exaurido as capacidades e a sustentabilidade da nossa casa planetária. É um esbofetear semelhante que Greta Thunberg nos dá há dois anos, enquanto o mundo adulto continua a comportar-se alheio ou aquém dos perigos ecológicos. No conceito de decrescimento inclui-se claramente uma política ecológica fundamental para a reconstrução do mundo.
A proposta do decrescimento é, portanto, uma reacção à histórica hegemonia do hemisfério Norte, promotora de desigualdades globais, atropelando essencialmente o Sul, em que a política de “desenvolvimento, conceito etnocêntrico e etnocidiário, impôs-se pela sedução, associada à violência da colonização e do imperialismo” (p.22). A densidade populacional empurrada para enclaves urbanos ausentes de dignidade humana é um problema gravíssimo, cuja pressão social e económica afecta comunidades inteiras durante gerações. Onde se incluem fluxos migratórios por razões económicas e conflitos bélicos.
Chegados ao início do século XXI, as promessas de um admirável mundo novo assente nos produtos financeiros, alimentaram continuamente lógicas ainda mais alargadas de ready made e fast food, em que o “desperdício inconsciente de recursos raros disponíveis e a subutilização do fluxo abundante da energia solar.” (p.27) são obsessivos prazeres instantâneos manipulados por objectivos empresariais e  publicidade que nos faz “desejar o que não possuímos e desprezar aquilo de que dispomos já.” (p.29). Os smartphones são exemplo claro disso, com o auge entre 2009-2016, estando nós agora em 2021 como testemunhas de outras abundâncias desnecessárias (somando-se muitos desvios, diversas crises graves e calamidades sem igual) desde 2007, ano de lançamento do livro de Latouche. 
A BUSCA DA FELICIDADE Como contrariar este percurso egoísta, esta pesada pegada ecológica? “O decrescimento só é concebível numa ‘sociedade do decrescimento’, ou seja, no quadro dum sistema que se baseie noutra lógica” (p.19). Ora, uma ‘sociedade do decrescimento’ implica a alteração da própria sociedade, no seu funcionamento, nos ideais e valores (altruísmo, cooperação), ultrapassando a (o)pressão actual. Tarefa árdua e longa, mas um projecto que vale a pena discutir, pois a proposta do decrescimento desenha uma “sociedade em que se viverá melhor, trabalhando e consumindo menos.” (p.20). Trabalhar menos foi sempre um ideal, a industrialização, a informatização e a automação procuravam optimizar o nosso tempo a nosso favor. O que raramente aconteceu. Há países, entre os quais Portugal, que trabalham mais horas por dia e por semana que qualquer outro país mais rico, e mesmo assim permanece em patamares de desenvolvimento e qualidade de vida inferiores. É por aqui que Latouche nos tenta demonstrar a sua lógica se compreendermos bem a nossa realidade enquanto sociedade. A qualidade do trabalho pode, e deve, equivaler à qualidade de vida, e com esta última se produzirá uma sociedade mais próxima da felicidade. Em 1776, os Estados Unidos declaravam no seu documento de independência “Consideramos estas verdades como auto-evidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade.” A busca da felicidade, não é magnífico? Apenas agora esta modernidade do século XVIII parece ter sido assumido como objectivo a cumprir, em especial quando se criou em 2011 o índice de medição de felicidade dos países (o primeiro relatório sai no ano seguinte), para além do famigerado PIB. O decrescimento abre caminho a essa busca da felicidade numa “proposta necessária para reabrir o espaço da inventividade e da criatividade do imaginário, bloqueado pelo totalitarismo economista, desenvolvimentista e progressista.” (p.20). É como a canção dos Xutos "Dantes (o tempo corria lento, meu)” que, embora nostálgica, é essa busca de felicidade ao “saborear a lentidão, apreciar o nosso território” (p.58), dar espaço para podermos “abrandar e, portanto, resistir ao império da velocidade e às tendências actuais." (p.78). O World Happiness Report de 2020 tenta perceber o excepcionalismo nórdico “What Explains Why the Nordic Countries are Constantly Among the Happiest in the World” (p.129). Temos de inverter a mensagem do título da maravilhosa canção de Vinicius de Moraes “Tristeza não tem fim, felicidade sim”. A mudança da sociedade significa novos objectivos e atitudes, alterar a cultura de trabalho e lazer, ser inclusivo e assumir a protecção do planeta. A mudança para sermos felizes não está apenas nos livros de auto-ajuda. Há um programa político para isso.
ECOLOGIA É POLÍTICA Reutilizar e Reciclar são chavões velhos, mas sempre actuais, fazem parte do léxico europeu há bastante tempo. O desafio, e imperativo, para uma eficaz transformação e construção da sociedade do mundo inteiro, contempla segundo Latouche, outros seis “R”: reavaliar, reconceptualizar, restruturar, redistribuir, relocalizar, e reduzir. Ao todo estes “oito objectivos interdependentes são susceptíveis de desencadear um processo de decrescimento sereno, convivial e sustentável.” (p.50). 
Algumas coisas começam a ser feitas com impacto mais global. Nunca como agora tivemos tantos automóveis com motores eléctricos, e metas para restruturar e reconverter o aparelho produtivo e o mercado face à mudança de paradigma energético e ecológico que é cada vez mais apreendido na realidade de hoje. Mas, permanecem as questões de equidade e redistribuição que os países ricos do Norte têm de resolver, ao cooperar com o Global South. Para além de um pesado passado colonial, onde restituição é palavra de ordem, a contração da enorme ‘dívida ecológica’ para com o Sul urge ser reembolsada, não há duvida que reduzir “a nossa predação, seria um acto de justiça.” (p.55).
Novas maneiras de apreender a realidade para transformar as relações humanas e reduzir as desigualdades implica actuar já — no sítio mais próximo de cada um. “Se a utopia de decrescimento implica um pensamento global, a sua realização começa no terreno.” (p.64). Uma produção local que forneça as populações locais, diminuindo drasticamente o desperdício de recursos, tempo e pessoas. É claro como água (se não estiver poluída…), enveredar por práticas que reduzam o impacto na biosfera (p.56). É quase como um grass roots movement, não ficando à espera da acção de programas governamentais que são demasiado lentos e pouco ambiciosos. O exemplo aqui, vem de baixo, “a ideia do ‘decrescimento’ inspira comportamentos individuais e colectivos” (p.17), as transformações para a "existência dum projecto colectivo enraizado num território como lugar de vida em comum” (p.65) não é utopia vã (o programa político existe, p.97-100), é um justo e transversal objectivo. Assegurar a sustentabilidade do planeta e promover a felicidade abraça uma “política ecológica [que] não tem qualquer dificuldade em integrar a política social. Ela é mesmo a condição duma mudança que não se limita a uma mera reparação superficial do sistema.” (p.108).
Uma indústria e agricultura limpas (menos industrializadas no sentido negativo do termo), significa menos destruição da floresta e da fauna, a manutenção dos pulmões do mundo, sem esquecer a recalibração da pesca. A ecologia não é mais uma ciência, é um projecto político urgente. Embora Dolors Comas d'Argemir afirme que a ecologia política “no tiene un corpus homogéneo, por lo que podemos encontrar reflejados en ella distintos enfoques teóricos.” (d’Argemir, 1998:144), a participação antropológica revela-se tão importante quanto a militância e defesa da natureza, para a construção de ideias baseadas na observação e reconhecimento das problemáticas da humanidade e do planeta. É necessariamente um projecto social contra o neoliberalismo e uma globalização voraz, que muitos designam como eco-socialismo que “pone el acento en las causas sociales y políticas que conducen a la degradación ambiental en el contexto del sistema económico mundial.“ (d’Argemir, 1998:144).
O regresso à terra, ao mundo "universal" de Miguel Torga (p.67) é uma resposta dentro das propostas do decrescimento sereno, pois é de forma serena que queremos, e devemos, todos viver. Coexistir e proteger a nossa humanidade no único planeta em que habitamos.
BIBLIOGRAFIA
LATOUCHE, Serge. 2007. Pequeno Tratado do Decrescimento Sereno. Edições 70, Lisboa, 2011
D’ARGEMIR, Dolores Comas. 1998. Antropología Económica. Ariel: Barcelona (cap. 5, 6 e 8) 
ENUNCIADO Parta da leitura do livro de Serge Latouche e faça um comentário ao livro. Esclareça o que entende Latouche por decrescimento e que argumentos aduz para defender a pertinência de políticas de decrescimento como forma de reduzir desigualdades, assegurar a sustentabilidade do planeta e promover a felicidade. O livro de D’Argemir Comas (em especial os capítulos indicados, abordados nas aulas) pode ser usado para clarificar a noção de Ecologia Política.
— Ensaio Final para PODERES: ECONÓMICO E POLÍTICO 2º ano, 1º semestre  •  2020/2021 7 Janeiro 2020 — Avaliação: 18 Nota Final de Semestre: 18
Licenciatura de Antropologia  |  Iscte-IUL, Lisboa
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danilodealbuquerque · 7 years ago
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Resenha do romance “Até que as Ondas Percam o Sal”
Tema de infinitas variações, a viagem habita a literatura e a alimenta com suas nuances: a sátira, com Swift; a aventura, com Defoe; a obsessão, com Melville. Moisés em busca da Terra Prometida estabelece os alicerces do modo hebreu de ver o mundo, Odisseu ajuda a compor o grego, a “Divina Comédia”, de Dante, e “O Peregrino”, de Bunyan, exemplificam a vida cristã como uma travessia. Conrad e Joyce, no século XX, transpõem, ou talvez enfatizem, o plano interior em que se processa a viagem — o coração das trevas, o coração atormentado de um homem durante suas perambulações em Dublin.
“Até que as ondas percam o sal”, estreia no romance do paulista radicado no Sul Danilo de Albuquerque, é também um livro cujo tema é a viagem, em um sentido bastante especial. Trata-se de uma obra em que a viagem interior, de autoconhecimento, ascese ou construção de um novo significado para a vida estabelece ponto a ponto uma correspondência com a novidade do espaço exterior — a exuberância natural da Praia do Bonete, em Ilhabela, São Paulo. “Gaúcho”, o protagonista, homem de obscura história pessoal, vivendo no limite entre a cordialidade e o distanciamento com os caiçaras, propõe não apenas às personagens que o rodeiam, mas ao próprio leitor, mais de uma interrogação: sua origem, os motivos de sua chegada e a motivação obsessiva em eludir o passado são os mistérios a ser desvendados no correr das páginas. Por sua vez, o narrador em terceira pessoa lança aos que se embrenham na trama de Albuquerque a experiência do estranhamento e a concretude da experiência do encontro com uma nova realidade; para o leitor urbano, uma experiência quase física de contato com a Mata Atlântica. Isso não pode ser conseguido de outra maneira que não por meio de um sério trabalho com a língua. Danilo de Albuquerque, não sendo poeta, recorre à poesia e todo seu arsenal de fusões, contrações, comparações, aproximações insólitas para tirar árvores, bichos e águas do reino sem sabor da abstração. O começo do livro não é simplesmente o começo da história: é a abrupta imersão do leitor em um cenário vivo.
As descrições, aliás, têm um grande papel em “Até que as ondas Percam o Sal”. Longe de servir como artifício retórico para a composição do espaço, elas são, por assim dizer, orgânicas, ligando-se à trama e, principalmente ao tempo da narrativa.
Pois o tempo é também, como o leitor constatará, uma das personagens do romance. O passado, o presente, a permanência ou a impermanência no futuro se entrelaçam aos dramas de Gaúcho e de Morgana — esta figura feminina magnificamente esculpida no texto, cujo papel na trama não pode ser aqui aprofundado sem subtrair o prazer das surpresas durante a leitura.
É o tempo da narrativa, agora elemento estrutural, ligado às descrições, sejam estáticas, sejam dinâmicas, que exerce sobre o leitor a magia literária. O narrador desenha uma linha temporal espiralada, um funil em que uma lentidão contemplativa percorre o círculo mais amplo do início do livro e, obedecendo a um roteiro matemático, perfaz círculos mais curtos à medida que revelações vêm à tona até o ponto final.
A contemplação tem seu papel, portanto, e ela se insere em outra dimensão do romance, mais sofisticada, na qual encontramos a crítica da sociedade pós-moderna. A grande habilidade do autor está em realizar essa crítica sem incorrer no discurso ideológico, sem ferir o tecido literário habilidosamente urdido com panfletarismo. Ele o faz com a “simplicidade” de três símbolos: o mar, o amor e a cerveja.
Gaúcho produz cerveja. Cuidadosas são as descrições dos ingredientes e do processo de produção artesanal. A cerveja em nenhum momento se associa a um episódio sombrio da trama; no ouro da bebida estão os reflexos do prazer, do encontro, da comunhão. Artesanato e comunhão: contra a lógica da produção “anônima”, industrial, e das relações fugazes, o autor erige seu primeiro símbolo.
O amor tem seu papel relevante contra a objetificação do ser humano. Há neste livro a mensagem subterrânea de que a dignidade humana é o valor supremo, cuja presença em nossas mentes deve ser imprescindível. E o amor, sem contaminações semânticas de pieguice, ao romper os limites que separam os seres humanos uns dos outros e iluminar a presença única de cada ser, estabelece a verdade do nosso estar no mundo.
O mar, por fim, esse repositório universal de símbolos, mostra, em contraposição à sociedade na qual vivemos, a profundeza contra a superficialidade, o mistério em oposição a tudo que é fácil e dado, e a noção de infinitude e inesgotabilidade — que inspira, inclusive, o nome do romance.
Mesmo sendo obra de estreia, “Até que as ondas percam o sal” é suma das preocupações filosóficas, teológicas e estéticas do autor. A arte aqui se entranha na arquitetura bem estruturada do livro, no artesanato da palavra e também nas referências literárias e musicais ao longo do texto. Tais referências jamais se apresentam como exibicionismo, mas como suportes que ajudam a compreensão de uma cena ou intensificam passagens de inegável importância. Trata-se de um deleite, este romance, para os sentidos e para o intelecto — além de um testemunho de confiança na beleza e na humanidade.
                                    Rodrigo C. Pereira
Poeta, professor, Mestre em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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danteboy · 2 months ago
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another animation exercise for class! it picks up right after the last one i posted, and this time the focus is secondary motion that can express something: in this case, his hand expressing thought, and then pointing at something
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danteboy · 3 months ago
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character created by a friend and i for a script writing class, and soon to be made into a stop motion doll for a different class.
he is an alien on vacation on earth, and is very excited to learn about our culture (primarily Minas Gerais, Brasil). someone taught him you greet others by shaking their hand. they did not teach him it usually doesn't apply to dogs.
his name is Cornmeal (Canjiquinha)
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