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Coringa (Crítica)
É de explodir a cabeça!
Coringa possivelmente é um dos filmes mais aguardados do ano, tudo porque ele apresenta o mais popular e singular dos vilões dos quadrinhos e apesar de ele já ter aparecido diversas vezes no cinema é a primeira vez que vemos um foco em sua mente, um verdadeiro estudo do personagem com todos os detalhes possíveis.
No filme conhecemos Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um homem que luta para se enquadrar na sociedade caótica de Gothan. Trabalhando como palhaço durante o dia e tentando a sorte como stand-up à noite.
O roteiro e a direção ficam a cargo de Todd Phillips (Um Parto de Viagem) que faz um recorte de diversas referencias dos quadrinhos, filmes e séries que apresentam o personagem para desenvolver a trama, criando assim um ambiente de terror e humor macabro, repleto de drama, lembrando muito a obra-prima de Scorsese, Taxi Driver, coincidência ou não Robert De Niro (Touro Indomável) tem um papel importante na história, o que nos leva a fazer essas conexões involuntariamente.
O filme se passa entre os anos 70 e 80 e no primeiro ato parece ser um filme de origem de personagens de super-heróis tradicional, mas do meio do segundo ato até o final o longa se transforma para um frenético e violento drama pessoal que vai levar muitos espectadores a perder o folego.
Toda essa transformação visceral só é possível por uma atuação brilhante de Joaquin Phoenix (Ela), que domina o personagem a ponto de dar uma casca de humanidade nunca antes vista no Coringa, algo que faz do filme algo completamente diferente e original, que certamente vai surpreender muitas pessoas.
Além da atuação fora do comum de Phoenix e do roteiro incrível, o filme ainda apresenta diversas qualidades técnicas de encher os olhos; da fotografia que flerta com a cenografia setentista, a trilha sonora que cria momentos que nos faz lembrar de Laranja Mecânica, tudo isso foi possível pela liberdade que a Warner deu ao Todd Phillips.
Coringa é um filme de história e cenas fortes que irão ficar habitando sua mente por um longo tempo.
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Pré estréia do filme "Fala Sério, Mãe!" 28 de Dezembro nos cinemas! Entrevista em breve disponível no site do @ccine10 (em Cinemark Shopping Eldorado)
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O pessoal do Ccine10 já AMOU #MyLittlePonyOFilme! Com certeza você vai amar também. Assista nessa QUINTA nos cinema… http://bit.ly/2fMMeCM
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O Juízo (Crítica)
Por Kadu Silva
A DOR NA ALMA
Hoje as produções de terror e suspense (felizmente) em sua maioria, tem usado da estrutura lúdica do gênero para criticar a sociedade e/ou governo.
No filme O Juízo, conhecemos Augusto Menezes (Felipe Camargo) um homem em crise no casamento devido ao alcoolismo, e por ter perdido o emprego.
Ele decide se mudar com esposa (Carol Castro) e filho (Joaquim Torres Waddington) para uma fazenda herdada de seu avô. O que ele não imaginava era que a propriedade fosse assombrada por Couraça (Criolo) e Ana (Kênia Bárbara), escravos decididos a se vingar dos antepassados de Augusto.
No roteiro de Fernanda Torres (Redentor) vemos uma história espirita com ingredientes de suspense, repleta de simbologias e principalmente ácida na medida certa ao abordar a escravidão que até hoje é uma ferida aberta na sociedade brasileira.
Dirigida por Andrucha Waddington (Sob Pressão) o longa apresenta um tom misterioso e com andamento incomum, bem lento e sem nuances, fato que pode não agradar muitos. Somente no terceiro ato é que o filme cria uma dinâmica mais envolvente, onde é revelado algumas informações sobre a trama como um todo, mas quando isso ocorre, tudo se torna previsível e de pouco impacto.
Não é um filme muito fácil de digerir porque não é popular e nem cult, fica entre os dois polos.
O elenco entrega um ótimo resultado mesmo no roteiro um pouco engessado, destaque para os veteranos Fernanda Montenegro (Central do Brasil) e Lima Duarte (A Busca) que dão peso para a produção.
O Juízo é um filme importante pelo tema, mas de pouco impacto devido a algumas escolhas impopulares.
Data de lançamento 12 de dezembro de 2019
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A Vida Invisível (Crítica)
Por Kadu Silva
FEMINISMO, PRESENTE!
No Rio de Janeiro dos anos 40 viviam duas irmãs, Eurídice (Carol Duarte) uma jovem talentosa, mas bastante introvertida e Guida (Julia Stockler) a irmã mais velha, e o oposto do temperamento em relação ao convívio social. Ambas vivem em um rígido regime patriarcal, o que faz com que trilhem caminhos distintos: Guida decide fugir de casa com o namorado, enquanto Eurídice se esforça para se tornar uma musicista, ao mesmo tempo em que precisa lidar com as responsabilidades da vida adulta e um casamento sem amor com Antenor (Gregório Duvivier).
O roteiro adaptado do livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, usa o melodrama como forma de contar essa história que aparentemente parece um simples folhetim, mas que acaba por nós levar a pensar em diversas questões relevantes acerca das questões de gênero, machismo, misoginia e o patriarcado entre outras questões. Apesar desse tom mais popular, o diretor Karim Aïnouz (Praia do Futuro), não subestima o espectador e não faz uso do diálogo como forma de criar uma trama didática, pelo contrário, a crítica social vem do silêncio e das cenas que acontecem para dar ao espectador o desconforto de algumas situações que merecem serem pensadas.
Por ser um filme feminista e completamente humano, existe uma mistura de delicadeza e força em cada sequência, o que torna o longa muito intenso, ao mesmo tempo o filme não faz uso de sentimentalismo “barato” ou de reviravoltas mirabolantes, o que pode levar alguns espectadores a entende-lo como um filme “morno” ou sem grande impacto, mas Karim nunca buscou isso, sua intenção é explicitar como o machismo estrutural é capaz de produz feridas eternas numa família por gerações, tema importantíssimo, principalmente no país que só aumenta os índices de violência contra a mulher.
Por falar em mulher, as escolhidas para contar essa história estão excepcionais no filme, cada uma entrega um pouco do que a mulher de forma geral ainda enfrenta no dia-a-dia, simplesmente por ser mulher. Apesar de redundante, a cereja no bolo é a pequena mais marcante participação de Fernanda Montenegro (Central do Brasil), que entra é arrebata todos com os momentos mais lindos e ao mesmo tempo triste da trama. Ela faz a Eurídice mais velha e é o símbolo real das consequências do machismo (de cortar o coração).
Vale destacar ainda outros ótimos aspectos técnicos do filme, como a fotografia, trilha sonora, a direção de arte que cria uma Rio de Janeiro dos anos 40 e 50 de forma primorosa, figurinos magistrais e a direção delicada e sempre competente de Karim Aïnouz que usa de toda sua técnica para contar uma história com grande requinte, mesmo aparentemente parecendo ser um folhetim melodramático.
A Vida Invisível é um remédio amargo, mas de grande importância para que as futuras gerações tenham homens mais humano e que goste de mulher e não só do seu corpo.
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O FAROL (Crítica)
Por Elisabete Alexandre
O Farol - A hora de Robert Pattinson e a vez da A24
Final do século XIX, dois faroleiros são deixados numa ilha sozinhos para cuidar de um farol. Um deles é veterano, de certa idade, enquanto o outro é novato, primeira vez na função. O isolamento do lugar, a insalubridade do trabalho e, claro, as personalidades e segredos dos dois homens transformará esses 30 dias em que eles ficarão na função e totalmente afastados do resto do mundo em pura angústia. Do diretor Robert Eggers, O Farol é um filme produzido para te causar aflição, ansiedade e medo, e ele cumpre muito bem o seu objetivo.
Uma amiga riu quando eu disse que o Robert Pattinson é o novo Leonardo DiCaprio, seu argumento é de que Leonardo está vivo e ativo na indústria cinematográfica, dessa forma, não pode haver um novo Leonardo, uma vez que o original não deixou de existir. Há fundamento, admito, mas, em minha defesa, justificarei a premissa. Leonardo surgiu para o mundo como galã adolescente, lembro de ir à banca de jornais e haver inúmeras revistas teen com ele na capa, além de incontáveis pôsteres. O ramo editorial fervia na época, internet era para poucos. Passados mais de vinte anos, Leonardo não é mais galã (ainda bem!), no entanto, é um dos melhores atores em ação, incontestavelmente. Esse é o futuro que prevejo para Robert Pattinson. O Farol se trata de uma narrativa de quase duas horas de duração onde apenas dois personagens interagem, mesmo porque não há outros personagens. Claro, eles interagem com o ambiente ao redor e até o próprio pode ser considerado um personagem, se você levar em consideração as mudanças ocorridas no decorrer do filme, mas falo de personagens humanos. Thomas Wake, interpretado por Willem Dafoe, é um velho recluso, cheio de manias, superstições e paranóias, Ephraim Winslow, personagem de Robert Pattinson, faroleiro novato, tem o maior arco de evolução da história e Pattinson nos faz acreditar nesse papel, sentir o que acontece com ele e duvidar das coisas que ele vê. Uma agonia. Se você ainda hesitava em falar de Robert Pattinson como um bom ator, porque lembra do vampiro que brilhava no sol, esse pode ser o filme que mudará a sua opinião.
Preciso corrigir o termo usado no título desse texto, não é “a vez da A24”, afinal a produtora americana de filmes independentes só cresce a cada ano que passa (Moonlight, A Despedida e, mais recentemente, Uncut Gems - título ainda sem tradução para o português -, drama com Adam Sandler que é sucesso de crítica e tem notas altíssimas tanto no IMDB quanto no Rotten Tomates), então a verdade é que já foram e são muitas as vezes da A24. Com O Farol a produtora se consolida como uma das principais fontes de ótimos filmes do gênero horror/terror da atualidade, reputação trilhada e adquirida com outros longas já lançados, como Midsommar, Hereditário e A Bruxa, também do diretor Robert Eggers, e essa fonte não parece dar sinais de que vai secar tão cedo. No dia 17 de dezembro de 2019 eles lançaram o trailer de Saint Maud, filme do mesmo gênero e que promete manter a qualidade. Se eu já quero ver? Com certeza!
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Carcereiros – O Filme (Crítica)
Por Kadu Silva
PRESO NO BLOCKBUSTER
Um dos grandes acertos da série Carcereiros exibida pelo Rede Globo é o fato de humanizar os agentes penitenciários e consequentemente os presos, afinal é o principal legado do livro homônimo de Drauzio Varella, no entanto, quando o filme vem para o cinema os roteiristas e a direção optaram por levar a trama para um universo mais fantástico.
No filme Adriano (Rodrigo Lombardi) e seus colegas carcereiros terão que cuidar por uma noite de um terrorista internacional. A tensão no presídio aumenta e ele precisa controlar duas facções em conflito, sem sair da cola de Abdel (o terrorista), mas um grupo enorme de mascarados invadem a prisão e a noite que seria só mais uma se torna uma verdadeira tentativa de sobrevivência dele e do maior número de presos.
O roteiro cria uma verdadeira história hollywoodiana, com grandes e impactantes cenas de ação e violência, típicas de filmes como: Missão Impossível, Velozes e Furiosos e assim por diante. Ao optar por esse caminho do blockbuster o filme acaba tirando um pouco o foco da humanização e o diálogo que criava uma força crítica social e política, ainda que em alguns momentos o longa faz conexão com a série, o que torna algumas passagens mais próxima do produto televiso, como por exemplo, quando o Adriano é atendido por uma psicóloga.
Rodrigo Lombardi (Amor em Sampa) mesmo aqui se tornando quase um super-herói de HQ, ainda assim, consegue nas poucas cenas dramáticas criar algo além para a história e principalmente para o personagem tão rico que é o Adriano.
A direção de José Eduardo Belmonte (Alemão) é competente nas cenas de ação, principalmente por que é notável o quanto ele consegue criar um clima de tensão quase claustrofóbico e de angustia cada vez mais crescente dentro daquele ambiente hostil – uma verdadeira bomba relógio prestes a explodir. No entanto, a fotografia cria dificuldade nas cenas escuras no início da invasão a prisão, é uma sequência quase incompreensível, o que acaba por diminuir o brilhantismo como um todo do trabalho (infelizmente).
Carcereiros – O Filme é um produto popular para quem gosta de muito tiro, explosão e bomba.
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Projeto Gemini (Crítica)
Por Elis Alexandre
AÇÃO CLÁSSICA REMASTERIZADA
Sou da época dos filmes de ação do John Woo (A Outra Face; A Última Ameaça), Nicolas Cage com um sobretudo preto saindo do carro em câmera lenta. Eu adorava! Sinceramente, não vou entrar no mérito se os filmes de ação da década de 90 eram bons ou não, isso não importa, estou dizendo que eles eram divertidos de assistir e, particularmente, estava sentindo falta disso nos recentes filmes do gênero e Projeto Gemini me despertou um pouco dessa sensação novamente. No longa, Will Smith é Henry Brogan, um atirador de elite que trabalha para o governo dos EUA, com 51 anos de idade e muitos de trabalho, ele decide se aposentar. Algo que poderia ser simples, se não fosse o seu ramo de trabalho e seu empregador nada confiável. São muitas cenas de ação, perseguição em motos, combates corpo a corpo, segredos revelados, locações em vários países, todos os elementos que esperamos de um bom filme de ação tradicional, mas filmado de forma nada tradicional. Projeto Gemini foi gravado com a tecnologia 3D+, que dá a sensação ainda mais realista de profundidade, mais próxima possível do que o olho humano consegue fazer. Claro, não é perfeito, e a engenharia que faz o Will Smith mais novo deixa a desejar em muitos momentos do filme, mas ainda é muito legal de ver. Projeto Gemini é a prova de que para o cinema de um gênero permanecer vivo ele precisa se prender ao clássico que fez dele relevante, a partir daí, tudo bem adicionar alguns elementos modernos. Por quê? Porque é divertido. Projeto Gemini já está em cartaz nos cinemas.
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A jornalista Elisabete Alexandre entrevistou o diretor Ives Rosenfeld, e os atores Ariclenes Barroso e Sérgio Malheiros, sobre o filme Aspirantes
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DOUTOR SONO (Crítica)
Por Kadu Silva
DNA PRÓPRIO
Um dos filmes mais icônicos e repleto de teorias de Stanley Kubrick, O Iluminado, acaba de ganhar sua continuação no longa Doutor Sono, baseado no livro homônimo de Stephen King.
A história acontece 40 anos após Danny Torrance (Ewan McGregor) ter tido uma traumática e assustadora estadia no Hotel Overlook, em "O Iluminado". Mesmo após todo esse tempo, ele ainda está marcado pelo ocorrido e busca numa cidade interiorana paz, no entanto, ele encontra com Abra (Kyliegh Curran) uma adolescente que tem um dom extrassensorial, conhecido como Brilho. Ele vai à procura de Danny para que ele a ajude com Rose Cartola (Rebecca Ferguson) líder do grupo Verdadeiro Nó, que se alimentam do Brilho de inocentes visando a imortalidade.
O roteiro do também diretor Mike Flanagan (O Sono da Morte), faz uma ótima conexão com O Iluminado, sem com isso tentar repetir a formula. É apenas uma grande homenagem a esse clássico. O filme é mais fantasioso e lúdico, o terror é mais sangrento e físico.
A escolha de Flanagan é desenvolver uma produção popular e com estrutura comum dos suspenses sobrenaturais corriqueiros, tanto que o texto e as escolhas da direção mastigam todo e qualquer ponto que poderia ficar como uma tentativa de desafiar o público a pensar.
Um dos poucos detalhes em que o filme é a todo momento parecido com o primeiro é na trilha, sonora, já que os acordes que ritmam a narrativa continuam presentes e se fazem fundamentais para criar o ambiente de suspense crescente dentro da trama.
Tecnicamente o filme é brilhante, principalmente ao recriar todos os cenários marcantes de O Iluminado, o que deixa um pouco a desejar é alguns personagens que precisam voltar para essa história, e os atores não são tão competentes como os “originais”, mesmo que eles tenham pequeno tempo em tela, acaba tirando o envolvimento com a narrativa.
Doutor Sono é um bom filme de suspense, e mesmo tendo uma obra clássica como ponto de partida, consegue encontrar seu DNA próprio.
Data de lançamento 7 de novembro de 2019
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PARASITA (Crítica)
Por Kadu Silva
DESIGUALDADE SOCIAL
Para quem ainda insiste em demonizar o filme Coringa, que nada mais é que uma representação das consequências da desigualdade social, tem a chance de compreender tal crítica de forma mais fácil no filme Parasita.
No longa toda a família de Ki-taek está desempregada, vivendo num porão sujo e apertado, até que um amigo do filho adolescente, o leva para dar aulas de inglês para uma garota rica. Ela é parte da rica família Park, que vive numa mansão enorme toda tecnológica projetada por um famoso arquiteto. A chegada do adolescente nesse mundo é o estopim para que toda a família de Ki-taek aos poucos comece a trabalhar para os Parks, sem que os mesmos saibam que são todos parentes. Curiosamente a composição das duas famílias é idêntica, pai, mãe, filho e filha. Tudo andava tranquilo até que um acontecimento inesperado leva a história para uma conclusão sangrenta.
O roteiro faz dessa luta de classe uma grande alegoria tragicômica que ganha ares de bomba relógio de forma muito orgânica e envolvente. Ao mesmo tempo que os Parks são os ricos ingênuos e até certo ponto acomodados, a família de Ki-taek sugere que devido as condições de pobreza precisam ser malandros e oportunistas para ter algum tipo de acessão social. Esse embate é muito bem desenvolvido pelo diretor Joon-ho Bong que usa de simbologias como o porão, as escadas, a pedra e assim por diante para narrar sua história.
Para que o filme tenha uma compreensão e até eu diria uma aceitação mais fácil, o roteiro faz uso do humor no texto e assim cria uma caricatura estereotipada das duas classes. É fácil notar a intenção de pesar a mão nesses dois polos para que tudo se mostre exagerado, mas ao mesmo tempo, nesse cenário quase utópico é possível entender alguns problemas sociais comuns de diversas partes do mundo.
Parasita é a típica obra que consegue envolver e nos divertir pelo seu formato catártico, mas ao mesmo tempo no final, não sai da mente por nos fazer pensar sobre a terrível desigualdade social que ainda assombra muitas partes do mundo.
Data de lançamento 7 de novembro de 2019
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Dois Papas (Crítica)
Por Kadu Silva
HUMANIZANDO AS FIGURAS PAPAIS
Mesmo o mundo não sendo totalmente católico, tudo que acontece no Vaticano e propriamente na história dos papas se torna algo globalmente conhecido. Recentemente surgiu um fato raro, que foi a renúncia de um papa, o que gerou na imprensa e entre os fiéis diversas teorias. Para quem não lembra, após a morte de João Paulo II, assumiu o conservador papa Bento XVI que permaneceu no posto por quase oito anos, e após esse tempo, enfim tomou pose o atual Papa argentino Francisco.
O filme caminha pelo momento histórico da pose de Bento XVI até os dias atuais e durante a narrativa apresenta flashbacks da juventude do Papa Francisco, a momentos marcante da história da Argentina, fundamentais para traçar a figura do atual pontífice.
O roteiro de Anthony McCarten (Bohemian Rhapsody) é brilhante, pois sabe usar o bom humor, as nuances do drama para construir a história de forma intima e profunda, é como se os dois papas nos convidassem para uma visita em sua casa e de forma descontraída, contasse uma longa e envolvente história sobre eles. Dessa forma o principal legado é que a produção descontrói as figuras papais, mostrando humanidade, ou seja, qualidade, defeitos, manias e tudo que geralmente nunca conseguimos saber desses homens e além disso, de forma sutil McCarten encontra espaço para criticar algumas posições da igreja católica sobre diversos temas como a homossexualidade, por exemplo.
Fernando Meirelles (Cidade de Deus), cria uma atmosfera hibrida diante desse roteiro, pois a produção é um misto de cenas ficcionais com documentais, dando ainda mais relevância para a humanização desses papas. Sem deixar de lado todo seu refinamento técnico que chamou atenção do mundo em Cidade de Deus, o grande mérito de Meirelles nesse longa é a forma como os protagonistas são conduzidos ou como o diretor deu a liberdade para que eles se conduzissem, a dupla Anthony Hopkins (Thor) e Jonathan Price (A Esposa), simplesmente brincam em cena e nos coloca como íntimos dessas duas figuras emblemáticas da história recente do mundo, com muito carisma e domínio cênico, um verdadeiro show de atuação!
Como já citei tecnicamente o filme é primoroso, chama muita atenção a reconstituição de época da argentina em ditadura, os figurinos, direção de arte, fotografia, trilha sonora, e nos dias atuais os acessos a lugares do Vaticano que pouco ainda foi mostrado em produções cinematográficas.
Dois Papas é um filme cheio de camadas e em cada uma delas é possível encontrar algum tipo de relevância, seja simplesmente por conhecer melhor os últimos dois papas, revistar a história triste da ditadura argentina ou refletir sobre a posição antiquada da igreja católica, ainda nos dias atuais.
Data de lançamento 20 de dezembro de 2019 na Netflix
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Abe (Crítica)
Por Kadu Silva
RELIGIÃO, A COMIDA!
Sempre que pensamos em religião, acredito que a grande maioria pensa em: paz, tranquilidade, união, e positividade, mas será que isso é de fato algo que acontece? Afinal existem algumas crenças que querem impor seus ideais ao outro a todo custo, isso se torna ainda mais preocupante e doloroso quando acontece na própria casa.
Em Abe, o diretor Fernando Grostein Andrade (Na Quebrada), entra na mente pré-adolescente do seu protagonista para mostrar como esse complexo ambiente em que, de um lado de sua família seus avós tem a religião judia/israelense e do outro a palestina/muçulmana, e ele fica sem saber para onde seguir sem desagradar um ao outro. É então que ele pensa em usar da comida como elemento que pode unir todos, para isso busca ensinamentos com o Chico (Seu Jorge) um brasileiro reconhecido por fazer fusão de sabores.
O roteiro é delicado e muito ingênuo, mas no melhor sentido da palavra, já que Fernando usa a perspectiva do adolescente como forma de narrar sua trama.
Nessa história positiva temos algumas assuntos relevante como: a intolerância religiosa, o preconceito, separação dos pais e o bullying, tudo tratado de forma superficial, em certos momentos até romantizados, mas a intenção do diretor é tornar a comida como protagonista e fazer o espectador refletir como uma mesa bem servida pode ser uma “arma” de amor contra todos esses problemas citados.
As cores vivas da fotografia, a trilha sonora agradável e o ritmo leve da narrativa fazem com que entramos no imaginário do protagonista e assim como ele, buscamos um desfecho bom para aquela família.
Por falar em protagonista Noah Schnapp, conhecido por sua presença fixa na série de sucesso Stranger Things, faz de Abe um tempero especial para esse cardápio, sua simpatia e carisma rapidamente arrebata a plateia e consagra a história mesmo que para alguns possa soar pouco irreal ou superficial.
Abe é um delicioso prato repleto de fé, otimismo, amor e principalmente esperança no respeito as diferenças.
Data de lançamento 6 de fevereiro de 2020
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Alice Júnior (Crítica)
Por Kadu Silva
Trans é pop!
Apesar do atual governo querer levar o país a um arcaico regime medieval, existem pessoas e áreas que estão resistindo para não serem caladas diante desse caos. A arte hoje talvez seja o principal instrumento para romper com essas censuras veladas.
O filme Alice Junior é uma produção adolescente que tem como protagonista uma personagem transsexual. Ela é uma youtuber que relata para seus seguidores como é ser trans nos dias atuais. Tudo corria bem em sua vida, até que seu pai precisará mudar de estado por conta do trabalho e Alice terá que novamente se adaptar numa cidade afastada e principalmente num colégio católico cheio de regras ultrapassadas.
O roteiro usa da linguagem lúdica e soluções fantásticas como forma de criar um ambiente confortável e até certo ponto de fácil identificação com o adolescente atual, para ali criar conflitos importantes sobre transfobia, machismo, autoritarismo, liberdade sexual entre outras questões. Há quem possa discordar da escolha do diretor por romantizar a história, mas criar uma obra pop e conectada com o jovem pode ser um grande instrumento para combater a transfobia tão violento no nosso país.
O filme é quase um videoclipe, super colorido, com canções famosas, com uso de efeitos gráficos, gifs e memes exclusivos feitos pela cantora Gretchen, ou seja, uma produção completamente atual, no entanto, é importante destacar que o acabamento técnico deixa um pouco a deseja, principalmente no que tange a fotografia.
O único problema é que grande parte das questões apresentadas não são aprofundadas, tudo é superficial. O humor é um elemento escolhido pelo diretor para não criar melodrama, mas ainda assim o filme faz pensar e ajuda o espectador a criar empatia com elas.
Alice Júnior é uma obra importante, pois ela pode te TRANSformar em um ser humano melhor com mais respeito a diversidade humana.
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Papicha (Crítica)
Por Kadu Silva
COSTURANDO O FUTURO
Se nos países latinos e até desenvolvidos do ocidente ainda se discute o machismo estrutural que a todo custo tenta colocar a mulher como inferior, imagina nos países árabes onde as religiões vigentes são as responsáveis por ditar tudo.
No filme Papicha que se passa em 1997, a Argélia que está controlada por grupos terroristas com intenções de transformar o país em um arcaico Estado Islâmico. Nedjma (Lyna Khoudri), uma estudante universitária apaixonada pelo mundo da moda, deseja lutar contra a opressão que o governo exerce sobre mulheres, dessa forma ela se une a outras companheiras de seu campus, com o objetivo de organiza um desfile em protesto, que desafia as regras impostas pela sociedade argelina.
Essa trama acontece num roteiro muito bem estruturado, onde a intenção é mostrar aos poucos a protagonista e suas companheiras passando pelas barreiras estruturais impostas a elas, dessa forma o espectador compactua com todas e rapidamente estão ao lado delas em busca de apenas serem livres para viver.
Apesar de em determinados momentos a trama parecer irreal, a história é baseada em fatos reais, o que torna ainda mais sentida cada situação que vemos aquelas mulheres passarem.
O interesse dessa delicada e potente trama é que podemos entender como uma atitude pode ser um estopim para resistir diante de atitudes autoritárias, como a resiliência e a sororidade são fundamentais para que se tenha uma sociedade mais justa e livre para todos.
Papicha é feminista no melhor sentido da palavra.
O longa é o escolhido pela Argélia para tentar uma vaga nos finalistas da categoria de melhor filme internacional no Oscar 2020.
Data de lançamento: 31 de outubro de 2019
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Confira os melhores momentos da pré estreia do filme indicado pelo Brasil para uma vaga ao Oscar 2020, A Vida Invisível
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