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Em "Descolonizando afetos: experimentações sobre outras formas de amar", Geni Núñez aborda o tema da não-monogamia a partir de uma perspectiva contracolonial, evidenciando as relações entre monogamia, colonização e catequização. Contra o modelo das monoculturas, a autora convida a viver nossos amores de forma mais viva, mais diversa, sob o modelo da floresta.
#monogamia#não-monogamia#colonização#catequização#geni nunez#descolonizando afetos#livremo-nos!#carlos eduardo perola#Youtube#contracolonial
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Necrologia do dia 26 de outubro de 2019 em Piracicaba e região
Grupo Bom Jesus
Maria Vanuzia Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba, aos 47 anos de idade e era filha da Sra. Maria do Carmo. Deixa os filhos: Cristian Roberto de Santana, falecido, Ashila Karindina Santana Leite casada com Allisson Milas Leite e Paulo Tomas dos Santos Junior.Deixa ainda neta e demais parentes. O seu sepultamento deu-se ontem às 16h30, saindo a urna mortuária do Velório Municipal da Vila Rezende – Sala 03, para a referida necrópole, onde foi inumada em jazigo da família.
Luciano da Silva Araujo Barros Faleceu ontem na cidade de Piracicaba, aos 44 anos de idade e era casado com a Sra. Claudineia Chaves Barros. Era filho do Sr. Antônio Pádua de Barros, falecido e da Sra. Ivonete da Silva Araújo Barros. Deixa os filhos: Bruna Machado Barros, Lucas Chaves Barros, Luana Chaves Barros e Luciano Junior Chaves Barros. O seu sepultamento dar-se-á hoje às 09h, saindo a urna mortuária do Velório C do Cemitério Parque da Ressurreição, seguindo para o Cemitério Municipal da Vila Rezende, onde será inumado em jazigo da família.
Maria do Carmo Smanhoto Baltieri Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba aos 67 anos de idade e era viúva do Sr. Lucidio Baltieri. Era filha do Sr. Ângelo Smanhoto e da Sra. Adelina Smanhoto. Deixa o filho: Reinaldo e demais parentes. O seu corpo foi transladado em auto fúnebre para a cidade de São Pedro e o seu sepultamento deu-se ontem às 14h saindo a urna mortuária do Velório Memorial Bom Jesus – Sala 01 seguindo para o Cemitério Municipal naquela localidade, onde foi inumada em jazigo da família.
Seiko Takeuti Faleceu ontem na cidade de São Pedro, aos 89 anos de idade e era viúva do Sr. Shiguenori Takeuti. Era filha do Sr. Shiguero Kono e da Sra. Fumi Kono, falecidos. Deixa os filhos: Alberto, Carlos e Celso. Deixa também noras e neto. O seu corpo foi transladado em auto fúnebre para a cidade de Barretos e o seu sepultamento dar-se-á hoje às 17h saindo a urna mortuária do Velório do Cemitério Municipal de Barretos seguindo para a referida necrópole, onde será inumada em jazigo da família.
Grupo Unidas
Rita de Cassia Dante Pereira Faleceu anteontem, na cidade de São Pedro – SP, contava 59 anos, filha do Sr. Luis Benedito Dante, já falecido e da Sra. Aparecida Tuono Dante, era casada com o Sr. Roberto Pereira; deixa os filhos: Marcelo Dante Pereira e Julia Dante Pereira. Deixa demais parentes e amigos. Seu sepultamento foi realizado ontem, tendo saído o féretro às 16h30 do Velório Municipal de São Pedro – SP, para o Cemitério Municipal da Saudade de São Pedro – SP, em jazigo da família.
Maria Benta Ribeiro de Castro Faleceu anteontem, nesta cidade, contava 75 anos, filha dos finados Sr. Francisco Benedito Ribeiro e da Sra. Maria da Conceição, era viúva do Sr. Jose de Castro; deixa os filhos: Andreia Aparecida de Castro Rando, casada com o Sr. Edson Antonio Rando; Andre de Castro, casado com a Sra. Dejanira Maciel Poteque de Castro; Lucineia Aparecida de Castro; Carlos Alberto Ribeiro de Castro e Reginaldo de Castro. Deixa netos, bisnetos, demais parentes e amigos. Seu sepultamento foi realizado ontem, tendo saído o féretro às 15h30 do Velório da Saudade, sala 07, para o Cemitério Municipal da Vila Rezende, em jazigo da família.
Nahyda Perola Cauas Azevedo Faleceu ontem, nesta cidade, contava 75 anos, filha dos finados Sr. Eduardo João Hekel Cauas e da Sra. Alva Lucia Lang Cauas, era casada com o Sr. Emeliano Azevedo Neto; deixa os filhos: Wilson Azevedo Neto; Svetlana Azevedo Augustini, casada com o Sr. Julio Jose Augustini e Eduardo Cauas Azevedo, casado com a Sra. Katia Maria Azevedo. Deixa 04 netos, demais parentes e amigos. Seu sepultamento foi realizado ontem, tendo saído o féretro às 17h da sala A do Velório do Cemitério Parque da Ressurreição para a referida necrópole, em jazigo da família.
Divando Aparecido Cabral Faleceu ontem, nesta cidade, contava 51 anos, filho do Sr. Benedito de Paula Cabral, já falecido, e da Sra. Josefa Regina dos Santos. Deixa demais parentes e amigos. Seu sepultamento será realizado hoje, saindo o féretro às 13h do Velório da Saudade, sala 04, para o Cemitério Municipal da Vila Rezende, em jazigo da família.
Jose do Parto Esteves Viana Faleceu ontem, nesta cidade, contava 64 anos, filho da Sra. Margarida Esteves Viana, já falecida, era casado com a Sra. Maria Rosangela Martins Viana; deixa os filhos: Fernanda; Vanessa; Sidnei; Luiz, já falecido; Caroline e Daniel. Deixa netos, bisnetos, demais parentes e amigos. Seu sepultamento será realizado hoje, saindo o féretro às 10h da sala 02 do Velório do Cemitério da Vila Rezende, para a referida necrópole em jazigo da família.
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Necrologia do dia 16 de outubro de 2019 em Piracicaba e região
Grupo Unidas
Sebastião de Oliveira Faleceu anteontem, nesta cidade, contava 87 anos, filho dos finados Sr. Moacir de Oliveira e da Sra. Georgina de Camargo, era casado com a Sra. Maria de Lourdes Gomes de Oliveira; deixa os filhos: Benedito Aparecido de Oliveira; Luiz Vlademir de Oliveira; Benhur Wagner de Oliveira, viúvo da Sra. Simeia Freitas da Cunha Oliveira; Sara Elisabete de Oliveira Alves, casada com o Sr. Lindomar Lacerda Alves; Marcos Venicius de Oliveira e Antonio de Oliveira, Eunice Rosane de Oliveira, ambos já falecidos. Deixa netos, bisnetos, demais parentes e amigos. Seu sepultamento foi realizado ontem, tendo saído o féretro às 15h da sala 02 do Velório do Cemitério da Vila Rezende, para a referida necrópole em jazigo da família.
Antonio Gil de Toledo Faleceu anteontem, nesta cidade, contava 66 anos, filho dos finados Sr. Jacob Gil de Oliveira e da Sra. Joaquina Gil de Toledo, era viúvo da Sra. Maria Jose Mariano de Toledo. Deixa irmãos, cunhados, sobrinhos, demais parentes e amigos. Seu sepultamento foi realizado ontem, tendo saído o féretro às 15h30 do Velório da Vila Rezende, sala 03, para o Cemitério da Saudade em jazigo da família.
Cassio Basaglia Faleceu anteontem, na cidade de Araras/SP, contava 56 anos, filho do Sr. José Basaglia, já falecido, e da Sra. Judith Blumer Basaglia, era casado com a Sra. Alessandra Maria Monteiro Tozzi Basaglia; deixa os filhos: Tatiane Tozzi Basaglia, casada com o Sr. Andre Lucas Tomazini e Gabriel Tozzi Basaglia. Deixa demais parentes e amigos. Seu sepultamento foi realizado ontem, tendo saído o féretro às 14h da sala C do Velório do Cemitério Parque da Ressurreição, para a referida necrópole em jazigo da família
Maria Neide Luz Camargo Faleceu dia 12 p.p., nesta cidade, contava 79 anos, filha dos finados Sr. Luiz Cabral Luz, e da Sra. Ida Abdala Gonzalez Luz, era viúva do Sr. Jose Geraldo Camargo; deixa o filho: Luiz Eduardo Luz Camargo, nora, neto, demais parentes e amigos. Sua Cerimônia de Crema��ão foi realizado dia 13 p.p. às 09h, tendo saído o féretro às 08h30 da sala A do Velório do Cemitério Parque da Ressurreição, para o Crematório Unidas de Piracicaba – SP.
Grupo Bom Jesus
Antonia Serra da Silva Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba, aos 104 anos de idade e era viúva do Sr. Antônio Cavalli. Era filha do Sr. João Serra da Silva e da Sra. Lazara Maria do Nascimento, ambos falecidos. Deixa o filho: Antônio Carlos Cavalli casado com Irene de Oliveira Cavalli. Deixa também netos e bisnetos. O seu sepultamento deu-se ontem às 17h, saindo a urna mortuária do Velório A do Cemitério Parque da Ressurreição, para a referida necrópole, onde foi inumada em jazigo da família.
Maria Vally Capranico Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba aos 85 anos de idade e era filha do Sr. Dante Luiz Capranico e da Sra. Ermida Françoso Capranico, ambos falecidos. Deixou as irmãs: Valdiza Maria Capranico, Valda Aparecida Capranico, falecida e Valdizete Maria Capranico, falecida. O seu sepultamento deu-se ontem às 14h, saindo a urna mortuária do Velório da Saudade – Sala 05, para o Cemitério da Saudade, onde foi inumada em jazigo da família.
Ivone Oliveira da Silva Calheiros Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba, aos 92 anos de idade e era viúva do Sr. Reinaldo da Silva Calheiros. Era filha do Sr. Aldo de Oliveira Teixeira e da Sra. Maria Thereza Formabaia, ambos falecidos. Deixa os filhos: Rinaldo de Oliveira da Silva Calheiros e Lucila Maria Calheiros Silvestre. Deixa também netos e bisnetos. O seu sepultamento deu-se ontem às 17h, saindo a urna mortuária do Velório da Saudade – Sala 01, para o Cemitério da Saudade, onde foi inumada em jazigo da família.
Mauricio Fusco Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba, aos 56 anos de idade e era casado com a Sra. Soraia Vieira Fusco. Era filho do Sr. Nicola Fusco Filho e da Sra. Rosa Baratiere Fusco, falecida. Deixa os filhos: Diogo Fusco, Mauricio Fusco Junior e Jorge Bonase Fusco. O seu sepultamento deu-se ontem às 15h30, saindo a urna mortuária do Velório da Saudade – Sala 07, seguindo em auto fúnebre para o Cemitério Municipal da Vila Rezende, onde foi inumado em jazigo da família.
Ourivaldo de Liberali Faleceu anteontem na cidade de Ipeuna, aos 71 anos de idade e era casado com a Sra. Maria Aparecida Callegaro de Liberali. Era filho do Sr. Domingos de Liberali e da Sra. Maria Perola de Liberali, falecidos. Deixa a filha: Graziela. Deixa também 01 neta. O seu corpo foi trasladado em auto fúnebre para a cidade de Charqueada e o seu sepultamento deu-se ontem às 16h saindo a urna mortuária do Velório Municipal de Charqueada seguindo para o Cemitério Municipal naquela localidade, onde foi inumado em jazigo da família.
Samuel Henrique Pereira Leme Faleceu anteontem na cidade de Piracicaba, aos 21 anos de idade e era filho do Sr. Luiz Claudino Paulino Leme e da Sra. Aparecida de Jesus Pereira. Deixa demais parentes e amigos. O seu sepultamento dar-se-á hoje às 09h, saindo a urna mortuária do Velório da Saudade – Sala 08, seguindo em auto fúnebre para o Cemitério Municipal da Vila Rezende, onde será inumado em jazigo da família.
Irineu Pezzo Faleceu dia 12 pp na cidade de Rio Claro, aos 68 anos de idade e era casado com a Sra. Denise Stabelini Pezzo. Era filho do Sr. Ernesto Pezzo e da Sra. Santina Stabelini Pezzo, falecidos. Deixa os filhos: Everton e Viviane. O seu sepultamento deu-se dia 13 pp às 10h30 saindo a urna mortuária do Velorio Municipal de Rio Claro seguindo para o Cemitério São João Batista naquela localidade, onde foi inumado em jazigo da família.
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2012 Palavras Sobre 2012
Olhei para o Teatro, o Teatro olhou para mim e assim ficamos por um tempo, olhando um para o outro, com cara de apaixonados, até que dona Helma Maria Perola olhou para nós e disse que não, Teatro não, Pelotas não; e aí eu disse que sim, Teatro sim, Pelotas sim. Ela, apoiada por senhor Valdir Paulo Perola e outros familiares, que diziam coisas do tipo "não vejo futuro nenhum em estudar Teatro", insistiu no não e eu, guiado por minha sempre presente teimosia, insisti no sim e insisti tanto e tão bem e com tanta convicção e inabalabilidade que, por fim, o sim venceu e junto com ele vieram alegrias e tristezas e ganhos e perdas e amores e decepções e conquistas e momentos de caos e de júbilo e de solidão e de diversão e novos amigos e novas preocupações e novas experiências e novas responsabilidades e novos conhecimentos e muitas coisas mais, nem todas necessariamente novas.
Antes de retornar à Princesinha do sul, passei dois meses banhando-me nas águas do Conduto, inventando, junto com minhas irmãs, histórias fantásticas sobre palhaços malvados e lulas-gigantes, recebendo insultos virtuais anônimos de um ser que me odiava sem ao menos me conhecer e sentindo meu miocárdio contorcer-se por um raparigo riozinhense a quem, garciamarqueziando de novo, chamei de America Vicuña.
Vivi os dez meses seguintes num quarto sem janelas e com uma parede de madeira que me permitia escutar, entre outras coisas, as brigas do casal do quarto ao lado; tive que me acostumar com banhos em que a água quente não durava mais de seis minutos; e descobri que é possível sobreviver sem notebook.
Aprendi a cuidar de gatos, a fumar, a jogar damas, a embriagar-me voluntariamente, a fazer café passado, a dançar macarena, a descascar cenouras, a baixar arquivos via torrent, a ir sozinho para festas, a ler em francês, alemão e latim, a não ser sincero demais em algumas redes sociais e a não ser mais assaltado.
Aventurei-me no universo da música erudita, ouvi Mozart, Beethoven, Tchaikovsky, Bach, Schubert, Vivaldi, Liszt, Mahler, Rachmaninoff, Mendelssohn, Chopin e apaixonei-me por um jovem pianista canguçuense, que rechaçou-me em pouco mais de um mês de amores e conversas voluptuosas, entremeados de prantos e desentendimentos virtuais.
Deixei que o tempo passasse para ver o que ele traria e ele me trouxe um adorável sagitariano, estudante de letras e amante de estrelinhas, o qual amei intensamente, mais do que a qualquer outro, e com quem passei alguns dos momentos mais felizes do ano, até ele sumir sem dar ao menos um adeus, deixando-me apenas um pingente e um punhado de boas lembranças.
Encantei-me com a fofura e a simpatia de um riograndino amante de Beatles e, graças a um filósofo que não gosta de Ira!, fiquei sabendo da existência de uma bebida mágica de nome sorvinho que, entretanto, não tive oportunidade de experimentar.
Agitei precipitadamente a bandeira do "poliamor' e, sem querer, espantei um simpático e conservador agroboy que não estava acostumado com esse tipo de doutrina amorosa e levei três bolos de um futuro arquiteto que só depois resolveu informar-me que tinha um namorado.
Conheci um ser de alma nipônica, nascido talvez no lado errado do mundo, que veio a mim com yakissobas, saquês, Oshos e Budas, Um Conto Chinês e uma carta de amor. Respondi sua carta com um “ora bolas, eu preciso de amigos também” e um amigo então eu ganhei e com ele joguei xadrez e War e Just Dance e boliche e arco e flecha e golfe e kendō e frisbee e ri e dancei e cantei e compartilhei minhas dores e alegrias.
Compartilhei também dores e alegrias e algumas coisas a mais com um dentista manauara por quem andei me apaixonando no ano passado e que nesse, devido ao seu excesso de simpatia e inteligência e ternura e outras tantas qualidades e por ser um dos poucos a compreender meu coração com seus mais quartos que uma pensão de putas, converteu-se num de meus melhores confidentes, se não o melhor.
Entrei de olhos vendados numa casa anárquica de paredes rabiscadas ouvindo gritos de "Evoé" e cânticos de adoração a Baco. Fui pela primeira vez ao R.U., ao campus Capão do Leão, ao Quadrado, ao Teatro do COP, ao Theatro Guarany, ao Galpão, à The Way e às festinhas do DCE. Passei divertidas noites nos bares do porto, ora com o pessoal do Teatro, ora com o pessoal do Plurk, com quem joguei Eu Nunca, Huya e Samurai Intergalático.
Entreguei-me inúmeras vezes a Dionísio, com cerveja, vinho, vodca, whisky, quentão, saquê, sangria, tequila, absinto, cachaça, samba, conhaque, sidra, caipirinha, hi-fi, submarino e cannabis. Beijei garrafas, despedacei boás, saltitei pela The Way, dancei no pole dance, falei sem parar e fui chamado de Zé Maria e de dançarino de arrocha.
Conheci uma cidade menor que Riozinho, onde o salão paroquial parece uma Igreja, os jardins de algumas casas ficam a uma altura estranha, a comida do seu único restaurante é pouco apetitosa e basta atravessar uma ponte para se chegar em outra cidade. E fui a uma festa num lugar bem perto de onde o mundo acaba, onde se assava carne de origem duvidosa em pedaços de pau.
Fiz um punhado de novos amigos e semi-amigos e convivi com seres dos mais variados tamanhos, cores, profissões, opiniões, religiões, gostos, formas, cheiros e sabores, pelotenses, riozinhenses, riograndinos, porto-alegrenses, caxienses, paulistanos, um médico bailarino, um cabeleireiro uma massagista, um ser que me beijava mais com os dentes do que com qualquer outra coisa, um ator excêntrico de dreads alaranjados, um divertido e criativo professor, artista, cenógrafo e figurinista que, as vezes, convertia-se em mãe também, uma especialista em bebedeiras, que me contou suas fascinantes histórias sobre cemitérios e galinhas degoladas, e um ex-vegetariano com quem passei o ano todo trocando cutucadas e que me apresentou suas intrigantes teorias sobre controle de natalidade no Laranjal.
Fiz um concurso para Auxiliar de Biblioteca em que não passei, outro para Assistente em Administração que foi anulado e, pela primeira vez desde 2008, não fiz o ENEM.
Aprendi que para uma coisa ser considerada arte é necessário olhar para ela e dizer "que barato", que quem votou na chapa 5 precisa, no segundo turno, votar na 4 e que não é legal correr de costas brincando de siga ao mestre, pois corre-se o risco de machucar as mãos.
Fui ator, pesquisador, revisor de textos, uma tampa de privada, o encosto de um sofá, uma cadeira e a porta de um armário. Passei horas degravando entrevistas e tardes folheando jornais antigos. Tive uma oportunidade de estender minha área de atuação para o cinema mas, após um teste desastroso, percebi que meu lugar é o Teatro mesmo.
Descobri que o Teatro é muito mais do que atores encenando uma historinha em cima de um palco e fui apresentado a seres como Constantin Stanislavski, Vsevolod Emilevitch Meyerhold, Jerzy Grotowski, Antonin Artaud e muitos outros.
Com Alessandra Siqueira fui um poeta russo repreendido por não contribuir para o comunismo; com Victor Albaini, Amanda Coutinho, Melissa Vieira e Lara Lago fui um caipira nonsense que, discursando nas alturas, instigava-nos a fazer orgias com os mestres do teatro; sozinho, anunciei aos berros ao povo do calçadão que Cristo voltaria em dezenove de julho; com Maurício Rodrigues, toquei gaita num quarto cheio de pulgas e tive um pisante bacana pra chuchu; sozinho novamente, aliviei-me brincando de poliglota, não por aqui, mas por ali, com galinhas, cacatuas e cascatas de cagadas.
Fui ao jardim zoológico e depois caminhei até a quinta avenida onde entreguei um bilhete ao moço do carro vermelho, degustei a carne de Eulália e joguei uma pelada com Zé e Feijão. Transformei-me em carta de tarô, ministrei e participei de oficinas e, num prédio em ruínas, fui mestre de cerimônias.
E se não fosse Vivi Famil, provavelmente não teria sido ou feito nada disso, pois foi ela quem fez o imenso favor de matricular-me no curso de Teatro-Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas, enquanto eu ainda encontrava-me em Riozinho travando uma guerra psicológica com quase todos os seres ao meu redor.
Acrescentei um novo indivíduo à minha galeria de ídolos. Dessa vez um indivíduo vivo, palpável, de carne e osso e movimento plasmático, que abraça, que beija e, mais do que isso, que ensina a abraçar e a beijar. Um ser que me fascinou com seu amor pelo Teatro e com sua maneira peculiar de ser, de agir, de pensar e de demonstrar o que pensa. Um ser que desempenha muito bem seu papel de professor, mas que também sabe transformar-se em pai ou mãe quando necessário. Um ser que sabe ser bonzinho quando pode e severo quando precisa. Um ser que sabe o momento e as circunstâncias certas de desconstruir as coisas que ele mesmo criou. Um ser que não apenas trabalha com o Teatro, mas que vive o Teatro. Um ser vivaz e divertido que, com seu humor sagaz, foi responsável por boa parte de meus risos ao longo do ano e, ao mesmo tempo, foi o ser com quem mais aprendi, sobre o Teatro e muitas coisas mais.
Ouvi as histórias de Elias, o profeta, e vi seu nome escrito no caminho para o Anglo. Acariciei seu cavanhaque, ri de suas piadas e de suas canções mal traduzidas e falei-lhe sobre o quão imperdoável é escrever pecepção no lugar de recepção e sobre como Gomes Carneiro conversava com Pascoal Brambilla via MSN. Sóbrios, rodopiamos e praticamos a dança-dos-ventos até a exaustão e bêbados discutimos sobre Beckett e os absurdos da existência humana.
Assisti palestras de cubanos, argentinos e chilenos em Blumenau, deliciei-me com los besos calientes de un bailarín uruguayo, fui presenteado com a versão em castelhano do meu livro favorito, conheci uma Argentina que falava "hum" e embriagava-se de caipirinha e um estudante de letras português-espanhol que me contou histórias de fantasmas de vacas e atrizes mexicanas.
Apaixonei-me pelos parágrafos gigantescos de O Outono do Patriarca e, graças às proezas de seu general centenário, imensamente poderoso e miseravelmente solitário passei a amar ainda mais a obra de Gabriel García Márquez.
Assisti espetáculos teatrais medíocres, com atores inanimados ou com péssima dicção, paródias xexelentas de contos de fadas e uma mistureba horrenda de circo com programa (mau-) humorístico de auditório, que alguns ousaram chamar de Teatro. Encantei-me com o talento de uma atriz botucatuense que, mesmo estando semi-inerte diante de um vazio fundo branco, foi umas das que mais conseguiu me emocionar com sua arte. Vi um homem sofrendo com suas crenças, descrenças, saberes e não saberes, uma nordestina morrendo queimada por ter se apaixonado, sem querer, por outra nordestina e um mineiro bicho-grilo mentir que mentiu que não mentia, para depois se transformar em onça.
Li e ouvi piadas sobre democracia, oposição unificada e reconstruções e estive em greve sem ter escolhido estar. Acreditei que a UFPel poderia mais, mas gritos, laquê e uma estrela vermelha chamaram mais a atenção da comunidade acadêmica. Vi um diretório central de estudantes também sendo reconstruído, esse talvez para melhor. E depois de passar quase o ano todo criticando os militantes, resolvi, por fim, entrar também para a política estudantil, Como um de Nós .
Vi um reitor emocionado, um centauro gay, um papagaio malvado, uma atriz em crise, uma cantora que não cantava, um debate entre teatreiros e um filósofo, gregos falando italiano, um biólogo vestido de noiva e um bageense tomando banho no meio da rua.
Não roubei, não matei, mas morri de amor pelo menos duas vezes, menti um pouquinho, não desejei a mulher do próximo, apenas alguns homens, não fui a nenhum culto ou missa nem nada parecido, usei o nome de Deus em vão, tive momentos de gula, de inveja, de luxúria, de avareza, de soberba e de preguiça, pequei contra a castidade, pensei em coisas maldosas e falei palavrões.
E, por fim, afim de rememorar ao menos uma parte das coisas por mim vividas, enquanto o planeta ocupava-se com mais uma boba volta em torno do sol, escrevi essas 2012 palavras que, se minhas contas estiverem certas, terminam aqui.
E que venha 2013 :D
#alivio#Alivio imediato#carloseperola#carlos eduardo perola#carlos perola#2012#autobiografia#Pelotas#UFPel#Universidade Federal de Pelotas#Fim de ano#retrospectiva#retrospectiva 2012#reflexão#devaneios#texto#Teatro#amores#paixões#professores#colegas#García Márquez#o outono do patriarca#Malva Rosa#Sylvia#Nucleo de Teatro da UFPel#CAT 2013#CAT UFPel#Omoiós#desabafo
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Redações (5)
Dessa vez, a "redação" que compartilho convosco trata-se, na verdade, do discurso que escrevi e proferi no dia 23 de dezembro de 2008, na cerimônia de formatura da turma 301, da Escola Estadual de Ensino Médio João Alfredo (Riozinho-RS), na condição de orador da turma. Mesmo tendo sido escolhido como orador cerca de um mês antes da cerimônia, só consegui escrever o discurso no mesmo dia em que ela aconteceu, algumas horas antes. E eis o resultado:
Em primeiro lugar, eu gostaria de desejar um boa noite a todos os que vieram prestigiar essa cerimônia e, também, agradecer a presença de todos.
Há cerca de 10 ou 11 anos atrás, a grande maioria dos formandos do ensino médio aqui presentes tiveram a oportunidade de viver o tão esperado “1º dia de aula”. No início tudo era uma maravilha. Logo nos primeiros dias conhecemos vários amiguinhos novos, todos de uma vez só. Aprendemos a ler, a escrever e a cada dia descobríamos coisas novas.
Aí, com o passar dos anos, fomos crescendo e, aos poucos, fomos nos acostumando com todas as minuciosidades do ambiente escolar.
Aprendemos muitas coisas. Algumas a maioria já esqueceu, outras iremos levar conosco pelo resto de nossas vidas.
E hoje, depois de muitas provas, trabalhos, recuperações, boletins, notas boas e notas ruins, algumas passagens pela secretaria e, para alguns, algumas reprovações; depois de termos gastado, desde a 1ª série, um bom punhado de lápis, canetas, borrachas e milhares de folhas de cadernos, finalmente chegamos ao que pode ser considerado como o último dia de nossa vida escolar.
Por um lado isso é triste, pois depois dessa noite dificilmente voltaremos a nos ver com a mesma frequência de antes e, além disso, os tempos de escola certamente deixarão muitas saudades.
Mas, por outro lado, não é tão triste assim, pois este é apenas o final de uma fase e, se apenas quisermos, ainda haverão em nossas vidas muitas outras fases tão legais e divertidas como todo esse tempo que passamos na escola.
Dificilmente nos esqueceremos dos momentos que passamos juntos. Como, por exemplo, as nossas “correntes de solidariedade” nos dias de prova.
Ou, então, as eternas discussões entre colorados e gremistas.
Os nossos teatros do ano passado.
As cantorias desafinadas do Natan.
Os raros momentos em que a Alana pensou.
Ou, então, as diversas vezes em que a Jarline apagou a luz da Sala de Artes, enquanto se escorava na parede.
Ou algumas situações mais bizarras, como o dia em que o Luciano ficou brincando de atravessar os vãos dos encostos das cadeiras e quase que ficou trancado em uma delas.
Ou então o dia em que a Alana ficou brincando com a “tetinha” do Médson
Ou aquele dia em que o William espirrou de uma maneira um tanto que afeminada (e agora que ele vai ser papai, é bom aprender a espirrar que nem macho, hein?).
E também não podemos nos esquecer do dia em que a Bruna trouxe um enorme sapo de pelúcia e o pobre sapo teve que ficar uma noite inteira aturando essa turma de loucos e quase foi estuprado pelo Luciano.
De uma maneira ou de outra, cada um de nós deixará a sua marca.
Sejam os mais extrovertidos como a Sara, a Andriele, a Grasi;
As mais “zens” como a Carla;
As chicleteiras, como a Alana;
As chocólatras, como a Ramona;
As mais certinhas como a Gabriela (que, apesar de ser certinha, conseguiu a proeza de ficar com uma nota vermelha em matemática).
E há também o Natan e a sua obsessão pela Estrela-de-Davi;
O Mathias e os seus sonhos grandiosos, como separar o Rio Grande do Sul do resto do Brasil;
O Eduardo que sempre tem a sorte de saber a resposta certa quando os professores fazem alguma pergunta;
O Tiago que finalmente conseguiu se formar;
E também a Simone com a sua paixão pelo tradicionalismo gaúcho.
Todas essas lembranças, além de muitas outras, dificilmente desaparecerão de nossa memória. Pois, embora algumas pessoas discordem, os anos que passamos na escola são, se não os melhores, alguns dos melhores anos de nossas vidas e esquecê-los seria quase que um pecado.
Bom, eu já falei do passado... falei também do presente... e, agora, para completar o trio dos tempos verbais básicos, não há nada melhor do que falar do futuro:
O que será de nós daqui para frente?
Muitos, talvez, já decidiram o que vão fazer
Outras, talvez, ainda devam estra em dúvida...
Alguns vão continuar seus estudos numa universidade...
Outros vão “dar um tempo à cabeça”...
E há também aqueles que vão se dedicar a outros projetos...
Mas, o que importa, na verdade, não é o que faremos e sim que façamos alguma coisa. Que toquemos nossas vidas adiante e que saibamos aproveitar da melhor maneira possível as oportunidades que elas nos oferecer. Que não fiquemos parados no tempo e no espaço.
Certa vez, o famoso pastor norte-americano Martin Luther King disse o seguinte:
“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar.
É melhor tentar, ainda que em vão, do que sentar-se fazendo nada até o final.
Eu prefiro na chuva caminhar que em dias tristes em casa me esconder.
Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver.”
Portanto, sejam felizes! Sejam loucos! Sejam o que vocês quiserem, mas jamais pensei em ser um “nada”.
Deixem a conformidade de lado, e nunca desistam de aprender mais, de ir além das coisas que aprendemos na escola, pois quanto mais conhecimento tivermos, mais aptos estaremos para transformar esse mundo ( que em breve estará em nossas mãos) em um mundo cada vez melhor para vivermos.
Muito obrigado pela atenção de todos!
E, em nome da turma 301, eu gostaria de agradecer em especial, a todos os professores que nos aturaram ao longo desses anos e que, certamente, também deixarão muitas saudades.
Muito obrigado!
E...
...é isso.
#carloseperola#carlos perola#carlos eduardo perola#luther king#martin luther king#discurso#formatura#joalf#riozinho#2008
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2011 Palavras Sobre 2011
Sim, são exatamente 2011 palavras. Podem até contar se quiserem (só não contem os números junto, nem as legendas das imagens). 2011 palavras sobre esse que, junto com 2001 e 2005 foi um dos anos mais marcantes da minha vida (até agora).
Em 2001 e 2005 as mudanças foram muitas, mas foram mais dentro da minha mente do que fora. Em 2011, as mudanças foram dentro e fora, em cima e em baixo, de um lado e de outro...
"Mudaram os horários, hábitos, lugares, inclusive as pessoas ao redor. São outros rostos, outras vozes, interagindo e modificando você."
Mudaram porque eu quis que mudassem. Riozinho já não estava mais me agradando muito. Eu precisava conhecer pessoas diferentes, lugares diferentes; precisava de uma vida diferente. E consegui essa "nova vida" vindo para Pelotas.
Por que Pelotas? Em parte, porque eu já havia conseguido uma vaga na UFPel, através do ENEM de 2009 e não cheguei a aproveitar tal vaga, mas sabia que tinha condições de consegui-la novamente e desde que conclui o Ensino Médio, em 2008, voltar a estudar era uma das coisas que eu mais desejava. Além disso, a vinda para Pelotas possibilitaria que eu conhecesse pessoalmente os vários pelotenses que eu havia conhecido através da internet, pelo Plurk.com, ao longo de 2010 (para entender melhor essa parte da história, recomendo que leiam esse outro texto).
O primeiro grande desafio do ano foi convencer meus pais a aceitarem minha ida à Pelotas. Convencê-los de que de modo algum eu pretendia ser mais um perfeito cidadão riozinhense, que passa a vida trabalhando em uma fábrica de calçados e, em termos de estudos, o máximo que consegue é uma graduação nas Faculdades Integradas de Taquara.
Passei o início do ano procurando um lugar para morar em Pelotas. Inicialmente, minha pretensão era alugar algum apartamento, que eu dividiria com meu "co-aniversariante" (foi a melhor palavra que consegui inventar para designar quem faz aniversário no mesmo dia), Tiago Ribeiro, que conheci através da comunidade da UFPel no orkut, onde havia mais um punhado de estudantes procurando moradia na Atenas Rio-grandense. Mas o excesso de burocracia e os preços muito elevados fizeram-me desistir de tal empreitada.
A primeira vez que pisei em solo pelotense foi no dia 28 de janeiro, quando fui fazer minha matrícula na UFPel. Para conseguir chegar no horário certo para a realização da matrícula e para não ter que gastar nada com hospedagens, tive que sair de Riozinho no dia anterior e passar a noite toda sozinho na rodoviária de Porto Alegre, a fim de pegar o ônibus que partia para Pelotas as 6 horas da manhã.
No mês seguinte, com a ajuda da minha mãe, que já estava aceitando melhor a ideia da minha mudança, finalmente arranjei um lugar para morar: um pensionato (minha ex-professora de português/literatura que indicou tal lugar para a minha mãe, pois o filho dela morara lá durante dois anos). Então, abandonei meu cargo de preparador de calçados no Odacio J Wecker e Cia Ltda e no dia 5 de março de 2011 me mudei para Pelotas.
Vivi durante 9 meses e meio no tal pensionato (que ou muito me engano ou não possui nem um nome), num quarto que eu não cheguei a medir, mas que duvido que tenha mais de 7 metros quadrados e onde mal cabiam uma cama, uma mesinha, uma cadeira e um roupeiro, cujas portas não fechavam.
O autismo, somado às várias variáveis as quais estive sujeito ao longo desses quase dez meses, não me permitiram interagir muito com os outros "habitantes" do pensionato. De alguns eu não descobri nem o nome. Com outros até cheguei a ter algumas conversas, mas só pelo MSN. Creio que de, modo geral, serei lembrado por eles como um ser excessivamente silencioso que, no entanto, fazia muito barulho com as músicas que ouvia quase 24 horas por dia, que demorava demais no banho, que passava as noites em claro e que por algum motivo desconhecido (ou, talvez, sem motivo) ignorava a praticidade da jarra elétrica e insistia em esquentar numa chaleira a água para o seu café.
Ainda não sei se continuarei a morar lá em 2012 e também não sei se ou quando voltarei a ver tais criaturas, mas de qualquer modo, guardarei boas lembranças do John, do Nelsinho, do Fabinho, da Vanesca, da Cheila, da Fátima, do Oscar e da Betina.
Uma das coisas mais agradáveis do ano foi poder voltar a estudar, depois de dois infindáveis anos longe das instituições de ensino. Minha paixão pelo passado me fez escolher o curso de História (Licenciatura, já que o bacharelado era só à tarde e minha pretensão de arranjar um emprego me impossibilitava de estudar em tal turno).
Também não consegui interagir muito com os colegas da faculdade. O autismo me atrapalhou um pouco e nas primeiras semanas de aula até deixei de fazer um trabalho por não conseguir entrar em nenhum grupo (até acabei pegando exame por causa disso).
Mas, mais uma vez, o MSN e as redes sociais me salvaram. Utilizei-me deles para explicar aos meus colegas minha condição como portador da Síndrome de Asperger e, desde então, nunca mais acabei ficando sem grupo (sobretudo graças à Natália e a Raquel que devem até ter enjoado de fazer trabalhos comigo).
Não pretendo continuar o curso no ano que vem, pois dedicar-me-ei àquilo que descobri ser minha verdadeira "vocação". Guardarei boas lembranças dos ótimos colegas e professores que tive ao longo desse ano e, se algum dia eu resolver virar papai, ficarei muito feliz se meu filho ter aulas de História com a professora Raquel ou com a profesora Natália ou com a excessivamente extrovertida professora Cristina ou professora Stefânia, professor Aloísio, professora Cinara (também conhecida como Deusdá), professora Ticiane, professora Talisse, professor Cristiano, etc.
Como mencionei no parágrafo anterior, 2011 foi, também, o ano em que descobri minha verdadeira "vocação": o Teatro. Tudo começou quando vi um evento no Facebook sobre um tal de Núcleo 2, "projeto que tem como objetivo, desenvolver atividades de teatro para estudantes que trabalham ou estudam em tempo integral". Como sempre me interessei pela dramaturgia mas, fora alguns teatrinhos bestas na escola, nunca tive uma oportunidade interessante para me aproximar dela, resolvi me inscrever para o tal Núcleo. Saí do primeiro encontro desejando que a semana passasse correndo, para que ocorresse logo o segundo e, ao término do segundo, desejei que chegasse logo o terceiro e o quarto e o quinto, etc.
Apaixonei-me pelo teatro. Sinto-me estranhamente bem quando estou atuando e tenho a impressão de que certas coisas que me parecem muito difíceis na "vida real" acabam, no teatro, se tornando bem mais fáceis (ou algo parecido com isso).
Espetácuço "Casa"/"Polifônico 2":
Apaixonei-me não só pelo teatro, mas também pelas adoráveis pessoas que pude conhecer ao participar do Núcleo 2: o professor Adriano, a Vivi, a Ana Paula, o Pendrive, o Rosberguer, a Rafa, o Maurício, o Elias, o Laerte, o Mezzomo, a Giovana, o Marcelo, o André, o Arthur, o Higor, o Francesco, a Sirley, o Bernardo, a Andressa, o Marcos, etc.
No ano que vem, pretendo trocar a História pelo Teatro (creio eu que os 688,08 que consegui no ENEM serão suficientes) e dedicar-me mais a essa arte que me fez tão bem ao longo desses últimos meses.
Além das criaturas do Teatro, da História e do pensionato, outro "grupinho" do qual eu não posso deixar de falar é o pessoal do Plurk (tanto os que eu já conhecia pela internet desde o ano passado, como os que eu tive o prazer de conhecer ao longo desse ano e até alguns que nem tem Plurk, mas que conheci através dos plurkers). Gabi, Dani, Dérick, Pekeno, Buh, Walerko, Hérico, Russ, Matheus, Guto, Duda, Laerte, Yuki, Felipinho, a inesquecível Gina, Fonzie, Carapina, Julia, Isa, Alejandro, Asaki, Juliana, Bruno, 2du, Amanda, Luigi, Babyh, Dudu... o ano não teria sido tão bom sem os adoráveis momentos que passei com esses seres "daora", incluindo as divertidas noites no Porto, o Noitão de Cinema no Capitólio, a histórica noite no Laranjal em que tomei meu primeiro porre, etc.
#GinaFacts:
Plurkers no Laranjal:
Além do primeiro porre, 2011 foi para mim o ano do primeiro beijo. Alguns podem achar que 20 anos é uma idade um tanto tardia para ter tais experiências pela primeira vez, mas eu tenho certeza de que ocorreram no tempo certo, no lugar certo, com as pessoas certas, do jeito que deveria ser (Maktub! - ou quase isso). O primeiro beijo, numa boate gay, com um ser com quem até então eu só havia conversado pelo Plurk e pelo MSN e para o qual, certa vez, movido pelos exageros irracionais da paixão, cheguei a escrever 1000 vezes "eu te amo".
Ao longo do ano, houve outras pessoas e outros beijos, mas nenhum tão bom quanto o primeiro (não exatamente pela "qualidade" dos beijos de cada um, mas sim pelas circunstâncias em que ocorreram e pelo processo que me levou até cada um deles).
Entretanto, as pessoas que mais mexeram com os meus sentimentos em 2011 foram justamente as que não cheguei a beijar. Um comedor de limões, apaixonado por um elefante verde, que encontrei por acaso no Facebook e que, depois de algumas cutucadas, acabei adicionando e por quem, depois de algumas conversas, acabei me apaixonando (ou quase isso). E um futuro dentista, vindo do Amazonas e apelidado por mim como "indiozinho", que me encontrou por acaso no Facebook e que encantou-me de um modo como ninguém havia conseguido antes, mesmo depois de prognosticar-me um futuro com osteoporose, por eu tomar café sem leite.
Meus confusos sentimentos pelo "comedor de limão" duraram menos do que eu esperava. Já os pelo "indiozinho" só aumentam cada vez mais, apesar da distância que nos separa no momento em que escrevo esse texto (distância essa que, provavelmente, só deixará de nos atrapalhar em março, com o fim das férias. Mas estou disposto a esperar até lá ou até mais que isso, caso seja necessário).
Outro ótimo acontecimento do ano foi poder ver de perto um dos meus maiores ídolos: Humberto Gessinger. 2011 foi, sem dúvidas, o ano em que ídolos como Gessinger e García Márquez estiveram mais presentes no meu dia-a-dia. Meus amigos/seguidores nas várias redes sociais que utilizo devem ter enjoado de tanto me ver dizendo que "o coração tem mais quartos que uma pensão de putas", que "toda vez que falta luz, o invisível nos salta aos olhos", que "há uma luz no fim do túnel e não é um trem na contramão", etc. E até batizei como Humberto meu leãozinho de pelúcia (que também foi um personagem importante no meu 2011; até meu "indiozinho" virou amiguinho dele).
Eu + Humberto Gessinger:
Eu + Humberto que não é Gesinger:
Infelizmente, nem tudo é divino e maravilhoso na Princesa do Sul. Ao longo do ano, fui assaltado 4 vezes (levaram-me 2 celulares e 68 reais) e tive que aguentar a maldita chuva pelotense que, ao contrário de outras chuvas, raramente traz Alívio Imediato, além de destruir os guarda-chuvas e encher os corações de água.
Houve dias em que a solidão me maltratou demais e momentos em que um derramamento de lágrimas foi inevitável. A rinite passou o ano me incomodando. Tive muita dor de cabeça. A internet caindo, os pés formigando e os vírus que insistiam em infectar meu PC proporcionaram-me diversos momentos de raiva ao longo do ano.
Mas eu sobrevivi. E agora estou aqui, de férias, em Riozinho (lar, agridoce lar), rodeado pelos anjos de dezembro (não me digam que nunca os viram), escrevendo essa retrospectiva e tentando me manter fiel à proposta das 2011 palavras (que, aliás, já estão quase acabando).
Para concluir, o que posso dizer é que meu 2011 foi um ano fantástico e que a minha mudança valeu a pena. Espero que as ótimas amizades que fiz ao longo desse ano sejam mantidas em 2012; que eu ainda saia muito com "os véi", que comamos muitos pastéis no Gardenal e, talvez, até que eu fique bêbado novamente.; que, no teatro, meu ano seja de muita merda; que eu consiga arranjar um emprego em Pelotas; etc.
Enfim, desejo um ótimo ano novo a todos os que tiveram paciência para ler minhas 2011 palavras (e aos que não tiveram também) e que, daqui a 12 meses, 2012 palavras sejam insuficientes para contar todas as coisas boas que nos sucederão.
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