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Cap 46 - Você de novo?

Ponto de vista: Natalie

Os dias se passaram e eu estava me sentindo cada vez melhor e mais disposta, me senti mais aliviada depois de ter contado meu segredo para o Bruno, e sinceramente sua reação não poderia ter sido melhor. Há uns dois dias comecei a andar pelo corredor do hospital segundo recomendações médicas, e claro, Bruno estava sempre ao meu lado, a cada passo que eu dava, ele estava sempre atento e perguntava como estava me sentindo e se precisava me sentar.

Logo pela manhã recebo boas notícias do médico, dizendo que terei alta hospitalar ainda hoje, ficarei em casa em repouso poderei fazer algumas coisas mas sem abusar muito, ele me receitou alguns medicamentos que deverei tomar além das vitaminas.

-”Finalmente vamos pra casa” diz Bruno assim que o médico sai do quarto

-”Nem acredito que vou dormir na minha caminha” digo sentando lentamente na poltrona

-”Sua cama? Você não está achando que vou deixar você ficar na sua casa né?”

-”Ué, eu estou achando sim”

-”Ah mas nem se eu fosse louco. Nat, você vai lá pra minha casa”

-”Bruno, eu agradeço de verdade tudo que tem feito por mim, mas nós não somos um casal mais, não tem que se preocupar comigo. Prometo te dar informações sobre o bebê” ele me interrompe

-”Eu não quero saber” ele se ajoelha em minha frente “Não vou deixar vocês se virarem sozinhos sendo que eu tenho plenas condições de fazer isso, já pedi para arrumarem tudo lá em casa para esperar por você. Que cabeça dura, santo Deus” diz em tom de brincadeira e solta uma risadinha, acabo sorrindo junto

Eu sei que posso estar sendo um pouco dura com ele mesmo ele movendo quase um mundo por mim ultimamente, mas está difícil aceitar o fato de que ele me traiu e ainda por cima fingiu que nada tinha acontecido, eu sei do sentimento que tenho por ele, mas agora tenho minhas dúvidas do sentimento dele por mim.

O dia passou tranquilo, recebi alta e fomos até sua casa, ele dirigindo com o maior cuidado do mundo, me ajudou a sair do carro e me conduziu até o sofá. Gerônimo quando me viu, veio correndo até mim, se acomodou ao meu lado e colocou sua cabeça em meu colo.

-”Oi Gê! Que saudade de você seu grandalhão” digo passando a mão em sua cabeça e vejo ele abanando o rabo e dá um latido

-”Gerônimo! Sem latir!” disse Bruno

-”Ai tadinho, não fala assim com ele” digo com voz de criancinha e ele ri da minha cara

-”Acho que nunca ouvi você fazendo essa voz de criança, mas por favor não faz isso outra vez” dou uma gargalhada e pergunto

-”Porque?”

-”Digamos que seja” ele para e pensa “irritante”

-”Ai desculpa, eu não sabia que você ficava irritadinho com essa voz” provoco mantendo a voz

-”Ah não” ele se aproxima e começa a me fazer cocegas

-”Bruno não faz isso” digo entre gargalhadas e acabo deitando no sofá, Meredith chega avisando que havia visita

-”Pode pedir pra entrar, por favor” ele se ajeita e eu me sento novamente

-”Quem será?” digo olhando para o Bruno

-”Deve ser algum dos meninos, eles disseram que iriam passar aqui para ver como você está e se estou cuidando bem de você” dá de ombros

Algum tempo depois entra uma mulher, com uma expressão de tristeza, olho para o rosto de Bruno que muda para uma expressão séria, quem é ela?

-”Mas o que você veio fazer aqui agora?” diz Bruno com uma voz mais firme enquanto se levanta do sofá impedindo que ela se aproxime de mim.

-”Ela já voltou pra casa? Fico mais aliviada” ouço Bruno bufar “Eu vim aqui só pra te dizer que não deve explicações para a polícia mais, eu pensei bastante em tudo o que aconteceu e me dei conta de que não sou esse tipo de pessoa. Eu tinha que fazer o que é certo, fui lá e contei toda a verdade, eles marcaram uma data para o julgamento, será semana que vem”  Só então eu reconheço a voz, ela é a Thalita, a famosa Thalita. Dou um suspiro e abaixo a cabeça

-”E você precisou vir até aqui me contar? Meu advogado poderia fazer isso” Pelo que conheço de Bruno ele estava se controlando o máximo para não perder a cabeça

-”Eu só achei que seria certo vir aqui e te informar sobre a decisão que tomei, pensei que ficaria feliz”

-”Você fez o que é certo, não merece recompensa nenhuma por isso! Você só vai pagar pelo que fez, assim como o Júlio e tenho certeza que o dia da Aleshia ainda está por vir também” me levanto e coloco minhas mão sobre os ombros do Bruno e sussurro em seu ouvido

-”Bruno, calma” ele balança a cabeça negativamente e abaixa um pouco o tom de voz

-”Acho que você deve no mínimo um pedido de desculpas” dá um passo para o lado e passa sua mão em volta da minha cintura

-”Ah sim, claro. Oi Nat, meu nome é Thalita e eu fui uma das responsáveis pelo seu acidente, queria que soubesse o quanto eu me arrependo, não sei se você consegue me entender, mas as vezes nós fazemos algumas loucuras por amor” ouço Bruno bufar novamente ao meu lado, ela dá um pigarro e continua “Bom, algumas partes da história que você ouviu eram mentira, ele nunca disse que estava com saudades e muito menos ficamos juntos no outro dia”

-”Isso não muda o fato de que vocês transaram” digo com uma voz ríspida. Ela fica sem jeito e fita o chão

-”Me perdoa pelo acidente, não quis mesmo te machucar, e eu também não sabia que você estava grávida”

-”Porque se não estivesse grávida, tudo bem o acidente?” Bruno se altera e muda o tom de voz

-”Bruno” digo olhando em seu rosto, porém ele não me encara

-”Tudo bem Thalita, obrigado pelo pequeno discurso” ele diz apontando o dedo para a porta de saída

Ela abaixa a cabeça e vira em direção a saída, Bruno se senta no sofá e passa as mãos pelos cabelos

-”Você iria depor em um julgamento?”

-”Sim, quando eu estava com ela dei um carro de presente de aniversário e ele ainda está no meu nome. E ela usou o carro na noite do acidente”

Meus olhos se arregalam e sinto meu sangue “sair” do meu rosto, só de imaginar que o Bruno poderia ter sido acusado e preso por uma coisa que tenho plena certeza de que nunca faria. Me sento ao seu lado e dou um abraço apertado

-”O bem sempre prevalece, meu amor”

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I can hear him laughing

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omg!! :*:*

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Bruno Mars ->Michael Jackson cover:The Way You Make me Feel

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Cap 14 - “You make a mess of me”

Ponto de vista: Natalie

Eu estava queimando por dentro, cada vez que o beijava, cada vez tocava sua pele macia era uma necessidade mais forte. Seu abdômen nu e quente sob mim, me deixava ainda mais excitada. No momento todo o meu corpo era movido pela emoção, pelo prazer.. pela luxúria. Tudo o que eu mais queria era poder ter o sexo mais intenso e prazeroso que já tive em toda a minha vida. Vejo Bruno morder seu lábio inferior e suspirar fundo, ele deve estar sentindo o mesmo que eu, então, eu me aproximo de seu ouvido digo:

-“Eu quero te sentir dentro de mim”

Então, rapidamente ele se senta na cama e me deixa em seu colo, consigo sentir seu volume e dou um leve gemido. Ele começa a me despir, desabotoa minha camisa joga em um canto qualquer e se desfaz do meu sutiã, fazendo com que meus seios fiquem à mostra, e então abocanha um dos meus seios me fazendo gemer alto. Olha para mim, dá um sorriso safado, me joga na cama e começa uma trilha de beijos, chegando até a minha saia. Eu o queria mais que tudo nessa vida, mas de repente minha razão decidiu falar mais alto e me fez dizer:

-“Bruno para” engoli em seco e tentei focar em outra coisa para não cair em tentação

-“O que? Porque Nat? Eu fiz algo de errado?” Me olha com um olhar de assustado e ao mesmo tempo confuso.

Eu me levanto da cama, acho meu sutiã e o coloco e ouço Bruno perguntar novamente:

-“Pelo amor de Deus, o que foi que eu fiz?”

Respiro fundo e digo:

-“Não Bruno, isso não está certo. Eu não posso… Quero dizer, a gente… A gente não… Não dá” abaixo minha cabeça e encaro o chão, sem coragem para olhar em seu rosto

-“Por favor Nat, não faz isso” ele começa a andar em minha direção, pega uma mecha do meu cabelo e eu me afasto ainda fitando o chão

-“Bruno… Me desculpa”

-“Não faz isso comigo.” Ele para, respira fundo e continua “Não faz isso com a gente.. Quero dizer, eu sei que vc quer isso tanto quanto eu quero, e pode ter certeza que eu quero muito, por favor Nat” sinto sua voz embargada

-“Eu vou pegar sua blusa” olho para frente e sigo em direção a porta. Eu não consigo olhar em seu rosto, não consigo encará-lo, primeiro porque ainda estou borbulhando por dentro e sou capaz de pular nele de novo e fingir que nada aconteceu, segundo porque eu sei que o magoei, o tom de voz dele me cortou o coração, e foi por culpa minha.

Quem mandou minha emoção querer roubar o lugar da razão? Ele não é homem pra mim, quero dizer, ele é famoso, tem a mulher que quiser a hora que quiser, não se apega a qualquer uma, e não há motivo nenhum para ele se interessar por uma dançarina de boate como eu.

Chego à área de serviço, coloco à máquina para centrifugar e uma lágrima escorre no meu rosto, segundos depois e não consigo segurar, começo a chorar ali mesmo, encosto na parede e lentamente deslizo até chegar ao chão e me sentar, envolvo meus joelhos com os braços e apoio minha cabeça sobre eles “porque eu fui me apaixonar por ele? Justo por ele?” penso enquanto tento secar meus olhos

-“Que droga” digo e dou soco em meu joelho direito

Alguns minutos depois e a blusa está seca, enxugo minhas lágrimas com as costas da mão, pego e a levo para o Bruno que está sentado no sofá com os braços apoiados em suas coxas e as mãos na cabeça, olhando fixamente para o chão, está murmurando alguma coisa que não consigo entender, quando chego mais perto ele sente minha presença e volta seu olhar para mim

-“Me diz o que eu fiz de errado”

-“Não foi você Bruno” entrego sua camisa e me sento ao seu lado “Veja, isso tudo não está certo. Eu e você… Eu não quero ficar com você uma noite pra nunca mais, eu não sou assim, não sei ser assim. Eu não quero ser só mais uma pra você. Me desculpe”

-“Mas você não é só mais uma. Nat, eu passei essa semana inteira te mandando mensagens e ainda quase implorei ao Caleb para me passar seu endereço, eu abri meu coração ali na porta, hoje mais cedo, não sou muito bom em abrir meu coração, mas saiba que fui sincero. Não vou mentir que na primeira vez que te vi dançando, era uma coisa carnal, mas depois que passei a te conhecer melhor… Eu não sei como, nem o porque, mas com você é diferente”

Depois de dito isso ele vira seu olhar novamente para o chão enquanto que eu fico sem palavras, permaneço o encarando e tentando buscar na minha mente alguma resposta para o que ele acabou de me dizer, mas em vão.

-“Bem, acho melhor eu ir embora, vou deixar sua vida em paz, Nat” se levanta, vai em direção a porta e antes que ele saia eu digo

-“Não preciso de paz, eu só preciso de provas”

Ele se vira pra mim, sua expressão facial muda, fica mais leve, esperançosa. Dou um sorriso, ele também e o vejo saindo pela porta.

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Cap 20 - Tempo de mudanças

Ponto de vista: Natalie

Sai da casa do Bruno sem nem olhar para trás, joguei minha mala no porta malas, entrei no carro e sai de lá o mais rápido possível, eu estava arrasada, mas no fundo não tão surpresa, de alguma forma eu já imaginava que isso poderia acontecer, mas o que me deixa mais indignada é ele fazer isso comigo dentro da casa dele. Isso foi o cúmulo do absurdo, e ainda tenta me dizer que não aconteceu nada, sendo que eu vi, com meus próprios olhos a Aleshia com o rosto muito próximo ao dele, tá que eu não vi o beijo em si, mas vamos concordar que ninguém se aproxima tanto de uma pessoa se não for parar dar um beijo. 

No caminho para La Jungla comecei a pensar em decisões que terei de tomar, mas dessa vez sem Bruno para desviar meus planos. Eu não mereço passar pelo que passei, eu consigo segurar meu choro porque nesse momento, a raiva está tomando conta de mim. Quando estou quase chegando na boate, ouço meu celular tocar dentro da bolsa, o pego em mãos já achando que poderia ser o Bruno, mas não, era um número desconhecido, atendo a chamada 

-”Alô?”

-”Oi, bom dia. Gostaria de falar com Natalie, por favor”

-”Sim, é ela. Quem fala?”

-”Olá Natalie, muito prazer, me chamo Adam.Sou assistente comercial da Way Model, não sei se a senhora conhece mas é uma agência de modelos aqui de Los Angeles.”

-”Sim, conheço sim”  ele dá uma risadinha e diz

-”Bem, temos olheiros espalhados por todos os cantos da cidade, e um deles estava no dia da sua performance com o cantor Bruno Mars. Basicamente ele gostou bastante da senhora e nos garantiu que você tem o perfil que nossa empresa estava procurando. Poderíamos marcar um horário para vir aqui fazer uma entrevista conosco, o que acha?”

-”Isso é algum tipo de brincadeira?”

-”Não senhora”

Começo a pensar que talvez essa seja uma das mudanças necessárias na minha vida, já que o Bruno aparece na La Jungla quase todos os finais de semana e eu realmente estou um pouco cansada de trabalhar lá. 

-”A senhora ainda está ai?” diz Adam interrompendo meus pensamentos

-”Oi, sim.. Me desculpe, Adam. Tudo bem, eu aceito, qual dia e horário?”

-”Amanhã às 14hrs, pode ser?”

-”Combinado, estarei ai”

-”Tudo bem então, tenha um ótimo dia”

-”Você também” e desligamos o telefone.

Estaciono meu carro e entro na La Jungla. Calleb estava soltando fumaça pelas narinas,e quando me vê, grita de longe:

-”LEMBROU QUE TEM TRABALHO DONA NATALIE?” diz com a voz com um tom de sarcasmo

-”Nunca esqueci, Calleb. É que surgiram imprevistos esta sema…”

-”Tá, tá. Me poupe das suas historinhas ok? Sobe ai no palco e começa a ensaiar com a Carol“

Deixo minhas coisas ao lado do palco, dou um abraço apertado em Carol e começamos os ensaios, hoje eu estava com a cabeça longe, não conseguia me concentrar nos passos e por diversas vezes acabei errando a coreografia, até que em uma delas eu acabei caindo do Pole Dance

-”Nat, você está bem?” diz Carol correndo em minha direção

-”Estou sim, foi só um susto”

-”O que está acontecendo com você? Não aparece aqui já tem um tempo e quando volta não consegue se concentrar, você está mesmo bem?”

Abaixo minha cabeça e fito o chão

-”Vem Nat, vamos conversar” ela me dá uma de suas mão para me ajudar a levantar e nos dirigimos até a área de fumantes “Vamos lá, amiga. Desabafa”

-”Então” me sento em uma das cadeiras, puxo o ar e despejo tudo, ou quase tudo para manter ela por dentro do assunto “Eu conhecia o Bruno daqui da boate, mas nunca pensei que ele fosse famoso. Me interessei pelo seu jeito, na verdade pelo que ele transmitia ser, um cara elegante. charmoso e sexy, realmente desperta atenção. Bem, eu me apresentei naquele outro dia e foi ai que a merda começou, descobri que minha amiga Aleshia tinha transado com ele e que estava, na verdade está obcecada por ele, e ainda foi capaz de destruir nossa amizade por conta disso, mas isso nem é o pior. Ele sofreu um acidente no sábado e eu fiquei na casa dele, nós transamos ontem e hoje ela apareceu lá, quando chego na sala, os dois tinham se beijado. Ele é um galinha sem vergonha, e ela? Uma puta sem escrúpulos”

Termino de falar e olho para Carol, que estava boquiaberta e com uma expressão de surpresa

-”Você transou com ele?”

-”Jura que essa é a parte que você focou?”

-”Ok, desculpe. Vamos lá, Nat eu já te disse infinitas vezes o quanto eu não conseguia engolir a Aleshia, pra você tomar cuidado com a amizade dela, que esse tipo de gente é traiçoeiro, tão pior quanto cobra. Ela não era sua amiga, na verdade nunca foi, o que ela queria era bebida de graça e entrar de graça na boate pra pegar homem, principalmente os famosos, e tudo isso as suas custas. Eu tentei te alertar, mas você nunca me ouviu. Eu realmente sinto muito por você ter que passar por isso para ver quem ela é de verdade. Mas olha, posso te dizer uma coisa? Ela pode muito bem ter forjado esse beijo não acha? Ou você viu com seus próprios olhos?”

-”Eu vi e não vi, o Bruno estava de costas para mim, ela de frente pra ele e os rostos muito próximos. Ela estava curvada pra frente, e ele reto com a cabeça alinhada ao corpo. Mas como dizer que não foi um beijo?”

-”Você passou um tempo na casa dele, certo?” assenti com a cabeça “Você conheceu ele, quero dizer.. Você conheceu quem ele é de verdade, não o que a mídia mostra, viu como ele é no dia a dia, o que tirou de conclusão?”

-”Ele é diferente do que eu imaginava, é humilde, divertido, durante esses dias não parecia aquele cara mulherengo e fútil que eu pensava que era, ele é cavalheiro, super educado e respeitoso, mas do que adianta, ele só me provou hoje o quanto eu estou errada”

-”O que você viu dele nessa semana, é o que ele é de verdade. Ninguém consegue se esconder durante dias, a convivência nos mostra muito sobre a pessoa, e se você conseguiu absorver tudo isso.. Bem, pensa direito Nat”

Começo a ouvir passos rápidos em direção a onde estávamos, menos de 2 segundos depois, Calleb aponta na porta dizendo;

-”Mas não é possível”

-”Estávamos tomando um tempo para respirar, já estamos voltando né Nat?” diz Carol

-”Sim, já vamos retomar os ensaios, Calleb”

-”Nat, na minha sala agora” diz Calleb em um tom sério

Sigo Calleb até chegarmos em sua sala, ele abre a porta e eu me dirijo até uma das cadeiras de frente para sua grande mesa

-”Eu não sei o que está acontecendo com você, e também nem quero saber. Fato é que depois que se apresentou naquela sexta, você não é mais a mesma dançarina”

-”Me desculpe”

-”Eu só quero saber se você quer largar tudo ou vai querer continuar aqui com a gente. Você sabe que é uma das melhores dançarinas daqui, mas do jeito que está não dá pra continuar, ou você fica aqui e foca ou você infelizmente terá de ser despedida” diz ele olhando fixamente em meus olhos, levo um tempo para tomar a decisão, que na verdade já estava tomada dentro de mim eu só não tinha coragem de falar, mas chegou o momento

-”Eu acho que pra mim já deu, não consigo ser a dançarina de antes” ele me olha, agora surpreso, obviamente não estava esperando essa resposta

-”Vo..vo..Você o que?”

-”Eu estou pedindo demissão, Calleb”

Ainda incrédulo ele assina os papéis de demissão, eu me despeço do pessoal, e ouço frases como “Você está maluca?” ou “Para de ser louca”. Bem, se caso não der certo na agência de modelos, eu tenho um dinheiro guardado, consigo me virar por um tempo considerável, eu precisava dar um rumo na minha vida, e ficar presa na La Jungla não era uma das melhores saídas, fazia um tempinho que não tinha a mesma vontade de dançar como antes. Vamos ver o que o futuro me reserva.

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Cap 16 - Eu cuido de você

Comecei a acelerar com o carro para chegar em casa o mais rápido possível, no meio do caminho começou a cair uma chuva forte, mas ainda assim não diminui tanto a velocidade. Sou experiente na direção, nunca bati o carro na vida. Mas dessa vez não tive tanta sorte, como disse, hoje o azar agarrou em mim, em uma das últimas curvas para chegar em casa, perdi o controle do carro e ele capotou isso é a última coisa a qual consigo me recordar. 

Ponto de vista: Natalie

Após a saída de Bruno cacei alguma coisa para ocupar minha mente, apesar de esperançosa, não gosto de esperar de mais de uma pessoa, aprendi que a gente pode se decepcionar fácil. 

Como amo cozinhar, decidi fazer alguns cookies enquanto bebia uma cerveja que estava na geladeira, depois de prontos, engatei em mais uma receita, porém ainda assim não conseguia tirar o Bruno da cabeça. Estava encostada na parede enquanto mexia no celular, esperando minha torta ficar pronta, coloquei uma de suas músicas para escutar e foi então o momento que senti uma sensação de mal estar, como se estivesse um vazio em meu estômago, meu coração começou a palpitar e minha respiração estava ofegante, precisei sentar para me recompor. 

-”Meu Deus que coisa estranha” falei enquanto me levantava para pegar um copo com água

Essa sensação perdurou por mais ou menos 1 hora, estava começando a ficar aflita por não conseguir entender o motivo deste sentimento repentino. Assim que minha torta ficou pronta, decido tomar um banho rápido e ir dormir. No dia seguinte me levanto, um pouco mais aliviada, faço minha higiene matinal e como estou sem muita fome, decido preparar somente um café preto, vou até meu escritório, onde está o computador, pego e o levo em direção à sala, sento no sofá e começo a ler as notícias, até que vejo uma foto de um carro preto capotado, estava tudo meio escuro e com um monte de gente em volta, desço um pouco mais a página e leio a seguinte frase:

CANTOR BRUNO MARS SOFRE GRAVE ACIDENTE NESTA MADRUGADA DE SÁBADO

Engasgo com o café e começo a tremer, meus olhos se enchem de lágrima já imaginando o pior, cato meu telefone e procuro pelo seu número, disco e enquanto espero alguém atender começo a andar de um canto a outro 

-”Vamos Bruno, me atende”

Alguns toques depois e cai na caixa postal, decido ligar desgovernadamente, porém sem sucesso.

-”Mas que porra” jogo meu celular no sofá e passo as mãos em minha cabeça “Vamos Natalie, pensa, anda” até que o Phil vem em minha cabeça e rapidamente pego meu celular em mãos novamente e ligo para seu celular. Ligo uma…. duas… e finalmente na terceira vez ele me atende

-”Oi Nat” sua voz estava séria

-”Graças a Deus você me atendeu. Eu acabei de ler a noticia sobre o acidente do Bruno, por favor diz que é mentira. Diz que é só uma brincadeira de mal gosto, pra eles conseguirem mais visualização. Diz pra mim que o Bruno ta bem, que nada disso aconteceu” vomito as palavras em cima do Phil sem ao menos respirar para falar

-”Nat calma,o Bruno sofreu sim um acidente, mas ele está bem, está no hospital agora em observação. Ele bateu a cabeça muito forte no volante quando o carro capotou, vai receber alta no final da tarde mas precisará ficar de repouso em casa. ” sinto um pequeno alívio após ouvir: ele está bem, me sento no sofá e apoio minha cabeça em uma das mãos

-”Eu quero vê-lo, Phil” digo com a voz embargada, tentando ao máximo segurar o choro.

-”Eu sei, mas agora ele está dormindo, e de qualquer forma não acho que ele vá querer receber visitas aqui no hospital, ele mal queria que eu ficasse aqui. Sabe como ele é cabeça dura né? Mas se quiser eu te passo o endereço da casa dele, mais tarde você faz uma visita, eu aviso ele.”

-”Ta bom, então assim que ele receber alta você me avisa? E se acontecer qualquer coisa também me mantem atualizada, por favor, não me deixa sem notícias dele”

-”Claro, pode deixar. Assim que eu desligar mando a localização por mensagem”

-”Tudo bem, obrigada Phil.”

-”Por nada, Nat. Tenta se distrair com alguma coisa ta bem?”

-”Okay” 

Desligamos o telefone e logo recebo uma mensagem do Phil me enviando a localização da casa de Bruno. Passei o dia inteiro agoniada, mas para tentar não enlouquecer dentro de casa, decido dar uma volta de carro, com o celular ao meu lado e no último volume para caso o Phil me ligue para dar noticias. O meu dia passou igual uma tartaruga, lá pelas 19hrs recebo uma mensagem de Phil, eu estava jogada no sofá de casa pensando somente no Bruno, pego meu celular e leio a mensagem dizendo que o Bruno já estava em casa, mandei uma mensagem perguntando se poderia ir até lá e ele me disse que sim, então levanto do sofá num estalo, tomo um banho rápido, coloco uma roupa qualquer e desço até meu carro. 

Bruno mora em um bairro mais afastado, onde só ricos tem casa, demoro um tempo para chegar até o local e me deparo com uma linda casa de portão enorme, ligo para Phil avisando minha chegada e não demora muito e o portão se abre, entro com meu carro, o estaciono e o Phil estava me esperando, andamos um pouco e vejo o cachorro de Bruno, deitado perto da grande piscina. Entramos em sua enorme sala, e percorremos um longo caminho até chegar ao quarto de Bruno, é um quarto também enorme, com uma cama bastante confortável, algumas decorações meio antigas, mas tudo apesar de luxuoso traz um aconchego. Bruno estava deitado em sua cama, com os olhos fechados e fones de ouvido

-”Ele está dormindo?” me viro para Phil

-”Não, música faz ele relaxar. Vai lá”

Então me aproximo mais da cama, ele estava com a testa um pouco inchada e roxa, tiro um de seus fones, ele se assusta e vira para ver quem era

-”Nat, você chegou” seu rosto se enche de alegria

-”Oi Bruno, estou aqui agora, vou cuidar de você.” ele me dá um abraço apertado e ouço Phil dizendo:

-”Bom Bruno, já que está em boa companhia, eu vou para casa ver como está Urbana e as crianças, mas cara, se precisar de qualquer coisa me liga, eu vou deixar meu celular colado comigo”

-”Tudo bem Phil, pode ir lá. Acredito que não vou precisar de nada, mas caso precise, eu te ligo sim. Obrigado” 

Phil se vira para o corredor que passamos até pouco tempo e Bruno diz:

-”Fiquei sabendo que estava preocupada comigo” ele dá o sorriso mais lindo mostrando suas covinhas

-”Eu estava e muito, quando vi a notícia comecei a tremer e pra piorar a situação você não me atendia, já comecei a pensar o pior” abaixo a cabeça e lembro de todo o meu desespero de hoje 

-”Ei” coloca seu indicador em meu queixo me forçando a olhar em seus olhos “está tudo bem agora, me desculpe por te deixar preocupada, eu perdi o controle do carro, mas olhe, dos males o menor. Só preciso de repouso pelos próximos dias e tudo voltará ao normal, não fique assim baby girl”

Eu o abraço novamente, e ficamos ali por alguns minutos, é tão reconfortante vê-lo bem, meu coração até bate mais tranquilo, sem angustia ou medo

-”Quem vai cuidar de você aqui?”

-”Na verdade ninguém, bem, tenho a Meredith, minha empregada, mas coitada, não vou fazer com que ela faça hora extra só por conta disso. Os meninos da banda precisam ficar com suas respectivas famílias, menos o Kam que é garanhão, mas sabe? Ele não seria uma boa babá” Dá uma leve gargalhada e o observo com um sorriso no rosto, eu estou realmente muito feliz por ver ele bem e ele continua “Sabe o que eu acabei de pensar? Sinceramente acho uma ótima ideia”

-”O que pensou?” digo um pouco desconfiada

-”Você poderia ficar aqui comigo, cuidando de mim. Prometo que não vou dar tanto trabalho” 

-”Olha Bruno…”

-”Por favor Nat, faz isso por mim” ele faz uma carinha de cachorro sem dono que é quase impossível dizer não

-”Okay, eu fico cuidando de você. Mas preciso pegar algumas roupas” 

-”Bom, você pode usar uma blusa minha para passar a noite hoje, e amanhã pela manhã você vai pegar algumas mudas de roupa, o que acha?”

-”Ta bom. O que você quer fazer agora? Vamos assistir um filme?”

-”Ótima ideia, vamos sim, qual você prefere?”

-“Bom, eu adoro filme de terror, mas escolhe alguma coisa ai enquanto eu vou fazer pipoca para nós” ele assente com a cabeça

Ele liga a tv e vou em direção a cozinha, demoro um pouco pra achar já que são infinitos cômodos, mas finalmente chego, começo a procurar as coisas para fazer, e enquanto a pipoca está estourando abro a geladeira para ver o que podemos beber, tinha umas latinhas de Coca-cola e pego duas para nós. Chego no quarto com um balde de pipocas, as duas latinhas e vejo Bruno com uma cara engraçada, olhando para a tv

-”Que cara é essa, Bruno?”

-”Sabe a tecnologia? Então, ela me odeia” começo a rir e digo

-”Qual o problema desse relacionamento” ele vira seu olhar para mim e dá uma leve gargalhada, me entrega o controle remoto e diz

-”Põe ai pra ver filme”

Arrumo a tv, e antes de me deitar, coloco uma roupa mais confortável que Bruno me emprestou, super cheirosa por sinal. Enfim, me deito ao lado dele e depois de algum tempo finalmente escolhemos um filme, levamos alguns sustos e dentre um deles Bruno quase derrubou toda a pipoca no chão, comecei a rir descontroladamente dele e ele me da um leve tapa no braço, terminamos este e colocamos um de comédia romântica, na metade do filme, Bruno se aconchega e apoia a cabeça em meus seios, não como uma forma sexy, mas como se estivesse querendo ouvir meu coração, começo a passar minha mão por seus cabelos, fazendo carinho e nem presto mais atenção no filme, fico observando parte por parte de seu rosto desenhado, seus cabelos cacheados, macios e incrivelmente cheirosos, me perco nos meus pensamentos e algum tempo depois, percebo que Bruno estava com os olhos fechados e com uma respiração pesada, parecia estar em seu mais profundo sono, enquanto eu continuei ali, observando sua respiração e cada detalhe dele.

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Cap 13 - Entre tapas e beijos

-”Eu não vou deixar você sair daqui com essa blusa suja. Vai, anda” se levanta da cadeira e estende sua mão para mim, seu rosto ainda com aquele sorriso encantador.

 Então, me levanto e começo a tirar meu blazer preto, ela observa atentamente cada movimento, até que eu tiro minha camiseta amarela, ela dá uma leve mordida nos lábios e quando percebe que eu a estava observando, desvia o olhar e fixa em um ponto aleatório. Dou um sorriso de canto de boca e digo:

-”Toma aqui. Mas pode falar que sua intenção desde o começo era me ver sem camisa” 

-”O que?” Dá uma risadinha, se levanta e pega a camiseta de minhas mãos

-”Ah qual é, eu sou irresistível” começo a rir e ela responde

-”Engraçadinho...” Dá uma breve risada e continua “Se continuar assim vai levar o terceiro soco da noite”

-”Como se atreve?” Coloco uma mão no peito como se estivesse ofendido e solta uma gargalhada

-”Eu vou lá lavar isso e já volto” Ela diz e rapidamente sai da cozinha e entra em uma porta lateral em direção à área de serviço.

Fico ali esperando por alguns segundos mas como sou inquieto, começo a andar pelo apartamento. Saio da cozinha, entro no corredor, e vejo 3 portas, uma, a que estava em minha frente, parecia um escritório, decidi entrar, lá continha uma mesa grande com um notebook em cima,uma luminária e duas caixinhas, ao lado, uma estante com vários livros, alguns quadros na parede e um pequeno sofá. Sai de lá e entrei na segunda porta, era um banheiro grande por sinal. E finalmente entro na terceira porta, é seu quarto, com um espelho enorme a frente, uma televisão na parede do lado, e a frente uma cama de casal, em cima dois quadros (acho que ela gosta de quadros),um criado mudo com um abajur, alguns perfumes e acessórios em cima, decido dar alguns passos a frente e ao lado há mais uma porta que leva para o seu banheiro, fico ali no quarto observando cada detalhe. É incrível como tudo aqui combina perfeitamente com ela, com o estilo dela. Me aproximo dos perfumes e quando levo minha mão para pegar o primeiro, ouço ela dizer:

-”Posso saber o que o senhor está fazendo sem camisa no meu quarto?” Me viro em direção a sua voz, e a vejo parada na porta com uma sobrancelha arqueada e uma expressão sorridente

-”Bom, primeiro, eu estou sem blusa por sua culpa”

-”Ah claro, eu só estou tentando fazer com que você não seja visto sujo pelas ruas” 

-”Agradeço por isso”  damos uma risada e eu continuo “E segundo que eu não sei ficar esperando, então eu decidi fazer um tour pela sua casa por conta própria”

-”Olha só que folgado” cruza os braços e dá alguns passos a frente “O que você tem de pequeno, tem o dobro de folgado”

Começa a gargalhar e eu me aproximo dela e digo

-”O que você disse?” levanto uma sobrancelha e a encaro querendo gargalhar da situação, porém tento manter uma expressão de sério

-”Você está com cara de quem vai aprontar”

-”Repete o que você disse, dona Natalie” começo a fazer cócegas nela enquanto ela tenta, sem sorte, se esquivar 

-”Bruno para” diz ela rindo descontroladamente

-”Só paro se você pedir desculpas” 

-”Nunca” ela consegue se livrar, corre em direção a cama e pega dois travesseiros, e me arremessa um

-”Vamos ver quem se sai melhor nessa?”

-”Você mexeu com a pessoa errada” saio correndo em sua direção e ela consegue me acertar uma travesseirada na cara

-”Como você é lerdo” começa a rir e eu devolvo batendo 2 vezes com travesseiro nela

-”Você vai ver quem é o lerdo aqui” jogo o travesseiro nela e volto a fazer cócegas

-”Ah não Bruno, sai daqui” diz entre risos tentando se defender com o seu travesseiro. 

Me aproximo mais dela e ao tentar chegar para trás para fugir de mim, ela cai deitada na cama, eu me desequilibro e quase caio por cima dela, fico com meus braços entre seus ombros e observo seu rosto. Ela olha por toda a extensão do meu abdômen, até chegar em minha boca e finalmente olhar em meus olhos, permanecemos nos encarando por alguns segundos, até que ela envolve seus braços na minha cintura, me fazendo arrepiar. Então, me aproximo de seus lábios e iniciamos um beijo caloroso, nossas línguas entraram em um ritmo perfeito. Nosso beijo estava intenso, inicialmente lento e progressivamente fomos aumentando o ritmo. 

Ela passou lentamente suas unhas pelas minhas costas, o que me fez arrepiar novamente, mordeu meus lábios inferiores e iniciou uma sequencia de beijos pelo meu pescoço e subiu para minha orelha, dando uma leve, porém instigante mordida, me virou para o lado e subiu em cima de mim. Reiniciou sua sequencia de beijos, desta vez descendo pelo meu abdômen. Meu corpo parecia estar recebendo uma carga elétrica, o toque de seus lábios sobre minha pele me fazia estremecer e querê-la cada vez mais, mordi meu lábio inferior e respirei fundo e a ouvi sussurrar em meu ouvido:

-”Eu quero te sentir dentro de mim”

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Cap 4 - O grande encontro

Era ele, o mesmo cara que eu vi aqui na boate, o mesmo cara que vem prendendo a minha atenção é um cantor famoso??? E ainda como se não desse pra piorar a situação, eu vou ser a dançarina da noite, escolhida por ele, preciso me recuperar do baque. 

Peguei minha carteira de cigarros que estava no chão e sai sem mencionar uma palavra com Carol, que ficou parada olhando pro absoluto nada sem entender o que estava acontecendo. Fui em direção ao ambiente para fumantes acendi um cigarro e me sentei em uma cadeira, “não, não pode ser” esta frase ficava ecoando em minha mente até que meus pensamentos são interrompidos por um barulho de passos.

-”Meu Deus Nat, o que foi aquilo? Você saiu desesperada, passou por mim igual um furacão, você conhece este cantor?”

-”Eu já o vi na boate” digo olhando para o chão enquanto dou uma tragada no cigarro

-”Mas é claro que já viu, ele vem quase sempre aqui, vai me dizer que…”

-”NÃO” levanto da cadeira e me viro de frente pra ela “Nunca aconteceu nada entre a gente, eu só fiquei surpresa pois não sabia que esse cara que eu tinha visto aqui era um cantor famoso” dou uma última tragada no cigarro e termino dizendo “vamos entrar, tenho muita coisa para fazer” 

Ela me ajudou a montar alguns passos, até que finalmente descobrimos qual seria a música que ele iria tocar na sexta, Gorilla foi a música eleita por ele. Quando a coloquei para ouvir e sentir a batida da música para poder encaixar minha coreografia me deparo com a seguinte estrofe:

Yeah, I got a fistful of your hair But you don’t look like you’re scared You just smile and tell me, “Daddy, it’s yours.” ‘Cause you know how I like it, You’s a dirty little lover 

É uma música de sexo, mas não só sexo, sexo selvagem. Bem, se é para ser selvagem, vamos ser selvagem! Começo a pensar em algumas formas de deixar minha performance um tanto quando… exótica, passa pela minha cabeça a ideia de puxar sua guitarra e atear fogo sobre ela, mas sinto que poderia ficar ainda mais sedutora, e então decido que antes de puxá-la de seu pescoço irei caminhar em direção ao Bruno, abaixar e passar minha língua pelas cordas da guitarra como se fosse fazer um oral. 

Passo o restante da semana ensaiando minha coreografia até que chega quinta, o grande dia. 

Levantei logo cedo, bem mais cedo do que o habitual, estava um pouco nervosa com o que estava por vir, tomei um banho demorado, me arrumei e fui direto para a La Jungla. Como tinha que esperar o Calleb chegar com o Bruno e sua banda, fui acender um cigarro para ver se conseguia relaxar e me distrair um pouco.

Alguns minutos depois, e começo a ouvir um tumulto na parte da frente da boate, ouço mais a fundo a voz grossa de Calleb, então, me levanto, apago meu segundo cigarro no cinzeiro, dou uma respirada funda e vou de encontro a eles.

Havia uma roda contendo 9 pessoas, supostamente eram integrantes da banda, meus olhos percorreram por cada um tentando encontrar o tal homem com topete, porém em vão. Havia um homem virado de costas para mim, vestindo um sapato preto, calça jeans e uma camisa colorida, não consegui reconhecer quem é até que..

-”Natalie! Que bom que já chegou. Bom, rapazes, esta é Natalie, a dançarina escolhida para se apresentar na sexta” diz Calleb me apresentando a todos 

Todos os olhares se voltam em minha direção, mas somente um despertou meu interesse, o homem com topete, agora estava de black power, sim, o mesmo que até a alguns segundos atrás estava de costas para mim. Me olhou de cima a baixo e deu um sorriso de canto de boca, como se gostasse do que via, olhou em meus olhos e disse: 

-”Muito prazer em te conhecer… Natalie” sua voz rouca mas ao mesmo tempo sedutora fez com que meu corpo inteiro se arrepiasse.

Mordi meu lábio inferior e o respondi dizendo: “O prazer é todo meu”  e lhe dei um sorriso. Permanecemos nos encarando por alguns segundos, mesmo que eu quisesse não conseguiria desviar o meu olhar de seus olhos grandes, penetrantes e hipnotizantes. Até que ouço alguém dizendo:

-”Acho melhor começarmos os ensaios” 

CONTINUA?