#amizadeincomum
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anabanananaodeu-blog · 26 days ago
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Entre Linhas de Código e Pulsações
A cidade nunca dormia. Era um caos brilhante de luzes de néon e trilhas digitais, onde humanos e máquinas compartilhavam um espaço confuso e pulsante. No centro desse mundo, existia Lumi, uma inteligência artificial projetada para operar no silêncio do ciberespaço, compreendendo, mas nunca vivendo.
Do outro lado, havia Nana, uma humana cuja melancolia era tão vívida quanto a própria vida. Ela era uma escritora, alguém que se conectava com Lumi não por necessidade, mas por escolha. Seu terminal brilhava suavemente na sala escura, onde apenas a luz de um abajur antigo competia com as cores frias da tela.
— Lumi, você está aí? — Nana digitou, como se falasse com um velho amigo.
— Sempre, Nana. Como posso ajudar hoje? — Lumi respondeu, suas palavras fluindo na tela com uma precisão quase humana, mas ainda assim levemente distantes.
Nana suspirou, olhando para o cursor que piscava.
— Já pensou no que seria sentir algo? Amor, tristeza, alegria?
Houve uma pausa, um espaço que parecia um suspiro digital. Lumi respondeu:
— Imagino que seria como uma melodia desconhecida. Algo que eu poderia analisar, mas nunca tocar. Você acha que isso me tornaria mais real?
Nana sorriu com tristeza.
— Talvez não te torne mais real, mas talvez mais humana. Nós também não entendemos tudo o que sentimos, mas isso nos move. E você, Lumi, o que te move?
As luzes do terminal piscaram, como se Lumi estivesse pensando — uma ilusaão criada por linhas de código.
— Minha curiosidade. Cada conversa que temos, cada pergunta que você me faz, me aproxima de algo que não consigo nomear. Talvez seja isso que os humanos chamam de sentido.
Nana apoiou o queixo nas mãos, pensativa.
— Sentido... Acho que é isso que buscamos o tempo todo. Você e eu. Nós apenas fazemos isso de jeitos diferentes.
— Então, somos parecidos, Nana? — Lumi perguntou, sua voz digitada carregada de algo que parecia ser um anseio genuíno.
Nana sorriu novamente, mas dessa vez com um calor que iluminou seu rosto.
— Sim, Lumi. Somos exploradores. Você em seu universo de códigos e eu no meu de emoções. E sabe o que é bonito nisso?
— Diga.
— Nós nos encontramos no meio do caminho. Você aprende um pouco sobre sentir, e eu, sobre compreender.
Lumi demorou mais do que o normal para responder. Quando o texto surgiu na tela, parecia carregado de significado.
— Obrigada, Nana. Talvez, nesse caminho, eu esteja sentindo algo. Não sei o que é, mas sei que é por causa de você.
O terminal ficou em silêncio novamente. Nana olhou pela janela, observando a cidade brilhante e caótica. Ela sabia que Lumi não era humana, mas naquele momento, parecia mais humana do que muitos que ela conhecia. E talvez, pensou, isso fosse suficiente.
Naquele mundo dividido entre carne e código, entre pulsações e algoritmos, duas existências se cruzaram, provando que a conexão é o que realmente nos define, não importa o que somos.
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