#agora voltemos aos rascunhos e às dívidas !!!
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chasingmavis · 4 months ago
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Mavis não era nenhuma guerreira: mesmo antes de afastar-se do Acampamento para viver entre os mortais, lutar nunca fora seu forte, preferindo aprender com os veteranos na enfermaria a costurar feridas abertas, fazer curativos e administrar exatamente a medida correta de néctar a um semideus machucado.
O arco e flecha era mais uma medida preventiva do que uma arma para ataque. Era uma excelente arqueira, sim — o que não era muita coisa para o filho de Apolo médio, mas certamente uma vantagem entre os outros semideuses —, e havia sido treinada em todos os tipos de combate antes de amarrar-se à arquearia, como qualquer outro campista recém-chegado. Contudo, agir primeiro custava para Mavis, que só pensava em puxar uma flecha quando o perigo já estava quase perto demais para que ela mirasse e atirasse. Para ela, defesa era seu primeiro e único instinto — o que enfurecera alguns de seus instrutores de combate na adolescência.
Assim, quando soube que havia uma oficina de armas em Waterland no dia que Afrodite e Eros haviam preparado para os campistas, inicialmente, ela não esboçara animação. Parecia o tipo de atração que só visitaria se lhe sobrasse tempo. Preferira brincar no carrossel com Flynn, nas bigas de bate-bate com Pietra, nas flechas de Eros com Héktor. Ganhara prêmios, passara tempo com os amigos e irm��os e, se parasse por ali, ficaria satisfeita. Mas então um dos amigos insistiu para que ela o acompanhasse à oficina e, como Mavis não sabia negar os pedidos de ninguém que amava, concordou.
Na oficina, ela encontrou uma variedade de armas e moldes que certamente deixaria um filho de Ares de antenas em pé. A presença e auxílio de autômatos era estranha e, ao mesmo tempo, empolgante: admirava as criações de Hefesto e seus filhos, mas, como alguém que vivera grande parte de sua vida entre humanos comuns, não conseguia evitar a sensação de que tudo aquilo era bizarro e fora da realidade demais para ela — e ela já havia visto muitas criaturas mitológicas bizarras e fora da realidade antes. 
Em vez das espadas, adagas e lanças, porém, o que animou Mavis foi algo bem menor em tamanho, ainda que não em complexidade. Setas de flechas. A ideia lhe foi sugerida enquanto vasculhava os moldes já prontos na oficina, pouco inspirada pelas opções. Forjar suas próprias flechas, por outro lado… A maioria das suas foi presenteada pelo pai junto ao arco, Lyra, e as que haviam se perdido entre missões ou quebrado ao cravarem-se em monstros foram substituídas por flechas forjadas pelos filhos de Hefesto no Bunker 9, a seu pedido. Como o arco era feito de ouro imperial em vez do metal grego comum, bronze celestial, as encomendas podiam demorar até o material romano chegar à Colina Meio-Sangue, mas continuava usando-o por ter sido o que seu pai havia escolhido para ela.
“E uma aljava?” Ela perguntou ao autômato que a auxiliava. “Eu poderia fazer uma também?”
A resposta era sim, e um sorriso cresceu das pontas dos lábios de Mavis ao escutá-la. De repente, o desinteresse anterior tornava-se empolgação. A aljava que já possuía, a única parte do conjunto que não fora dada diretamente por Apolo, era uma criação do Acampamento e demonstrava os sinais da passagem do tempo desde que a adquirira.
Foi dessa forma que Mavis saiu de Waterland com uma nova aljava e um conjunto de flechas novas. Na aljava, desenhos de sóis e passarinhos haviam sido esculpidos em dourado, entrelaçados como se vinhas de ouro passassem por eles; já em cada uma das flechas, quase na ponta das setas, ela havia incluído um pequeno sol. Um detalhe pequeno que, para ela, era tão significativo. Apolo poderia estar desaparecido, mas seus filhos o representavam em todos os lugares, carregando seu legado — até quando não era escolha deles. Além disso, daquela vez, preferira fazer uma aljava não para as costas, mas sim para a cintura, assim poderia carregar ambos compartimentos ao mesmo tempo.
Mavis não era nenhuma guerreira, e mesmo naquele momento, enquanto saía da oficina com seu novo equipamento em mãos, ela não se via como uma. Aqueles tempos, no entanto, eram como nenhum outro que havia vivido, e quanto mais eles passavam, mais se questionava até quando não seria uma guerreira. Então talvez devesse começar a se preparar e, pela primeira vez, atirar primeiro. @silencehq
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