#adorei essa task de verdade a a a a a a
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rileynavarro-archived · 5 years ago
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WHAT DOES LOVE FEEL LIKE? // special task
Riley suspirou suavemente enquanto seus olhos pousavam em seu colo. — Meu tio me presenteando uma flauta Jean Paul USA FL-220. — um discreto sorriso beirou seus lábios ao ter a memória sendo reproduzida em sua mente. — Específico demais?
@armstronghq
Well, quando meu pai simplesmente sumiu, minha mãe tentou se mostrar forte e manter tudo em ordem, talvez para provar que não precisava dele ou coisa parecida, mas durou dois meses no máximo. Nunca tinha a visto tão triste e essa foi uma época bem complicada para nós duas, porém, diferentemente dela, eu não chorei em momento algum. Estranho, né? Seu pai fugir de casa no seu aniversário e você não derramar uma lágrima? Eu sei e por mais que meu corpo desejasse, nada saía de mim. Nenhuma reação. Só entrei numa espécie de vazio emocional em que não chorava, nem sorria... Nada.
Eu tenho quatro tios, mas só um é extremamente próximo de minha mãe, o German, e ele resolveu passar um tempo lá em casa para ajudá-la. Lembro de ter duas reações com aquela notícia: surpresa e felicidade. A primeira, porque German tinha uma família, ou seja, esposa e filho, mas lá estava ele querendo nos apoiar; a segunda, porque acreditei ser muita generosidade de tia Anne deixá-lo viver conosco por um tempo. Na verdade, só fui descobrir anos depois que ele estava num processo de divórcio com a esposa (que não aconteceu, porque estão juntos atualmente) e tinham decidido que a melhor opção era que German saísse de casa. Seria egoísmo da minha parte agradecer isso ter acontecido? Provavelmente, mas os nove meses em que ele esteve em casa foram responsáveis pelas minhas melhores memórias — e confesso que não faço ideia do que teria sido de mim sem ele. Sobre meu primo? German via ele com frequência, além de ser muito novo para entender qualquer coisa também.
Hm, como definir German... É difícil descrever em palavras, porque é necessário conhecê-lo, mas parece até que ele tem o poder de te fazer se sentir bem, uma tranquilidade admirável e juro que o sorriso dele é capaz de renovar a alma de qualquer pessoa. Ele também é músico, tocava flauta na Orquestra Sinfônica de San Diego na época e atualmente é professor de música, além de ter um grupo musical em que toca em casamentos. Então, durante o tempo em que viveu conosco, German treinava bastante e eu achava engraçado o fato dele passar horas e horas assoprando num pedaço de madeira — foram necessários poucos meses para eu começar a prestar atenção nas canções e a entender. 
E foi aí que tudo começou para mim: passei a acompanhar os espetáculos dele, ficava assistindo-o treinar e até brincava de musicista com a flauta dele. Não sei explicar, mas o som delicado e misterioso do instrumento parecia capaz de me transportar para outro lugar onde não existia sofrimento, sabe? Era como se eu parasse de ser eu para ser outra pessoa. Apesar de ter meus sete anos na época, o meu interesse passou a crescer muito, até que meu tio decidiu me ensinar a tocar. Minha mãe não gostou muito da ideia de ter o som de uma flauta desafinada ensurdecendo o nosso apartamento e até lembro dela comentando que os vizinhos estavam reclamando (o que duvido já que as paredes do prédio são grossas), mas não demorou muito para eu melhorar e compreender os efeitos de cada chave. Era empolgante demais aprender canções ou simplesmente tocar notas aleatórias sem harmonia alguma, me sentia menos pesada.
O Natal daquele ano foi bem merda, porque ver todos os meus outros tios com suas famílias completas me fazia relembrar que a minha não estava, que meu pai estava desaparecido, e isso pareceu ter afetado minha mãe também, pois lembro da sensação de tê-la ouvido chorar no banheiro da casa dos meus avós... até hoje ela acha que não é verdade. Enfim, eu passei a festa inteira longe de onde meus parentes estavam, porque eu me sentia péssima e voltar para casa foi aliviante, apesar de contribuir com meu vazio, sei lá. Não lembro de todos os detalhes, mas eu estava indo ao meu quarto para dormir quando German apareceu com um presente muito mal empacotado em papel presente verde. Talvez ele me desejou um feliz natal depositando um beijo na minha testa, mas a única coisa que me recordo bem foi de abrir o embrulho, ver a flauta e sentir meu corpo formigar por completo, me fazendo chorar como nunca tinha chorado antes. E não era um choro só de lágrimas, eu também berrava... era como se eu finalmente liberasse tudo o que estava segurando... Foi especial para caralho e guardo essa memória como um tesouro.
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