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#VEIO AÍ O DRAMA A LÁ SHAKESPEARE
christiebae · 1 month
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— relacionado ao fechamento da fenda e os acontecimentos atuais. — point of view. — menção honrosa: @sinestbrook (rest in peace) e @kitdeferramentas
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Muitos julgam os filhos de Afrodite pela forma como são capazes de manipular as emoções, ia bem além da aparência física quase sempre impecável e a forma como conseguiam qualquer coisa com facilidade, mesmo que esses elementos sejam colocados como bons motivos para odiá-los. Christopher infelizmente nasceu com aquele adicional bobo e quase idiota que era o seu poder, a herança divina deixada por sua mãe quando lhe deu a luz. E bem, não nasceu de forma majestosa e independente como Afrodite, quer dizer, entre as diversas lendas, a preferida de Christopher era aquela que ouviu a sua mãe Rachel lhe contar diversas vezes, dizendo como era bonito imaginar que, com o balançar das águas, das espumas do mar, dentro de uma concha de madrepérola ergueu-se Afrodite, sem um pai e sem uma mãe, apenas a deusa do amor e da beleza dentro de toda a sua imponência e a sua força.
De fato, Christopher não tinha um por cento da força de sua mãe, infelizmente não tinha sido gerado de maneira mágica e independente, nasceu de um homem e as suas fraquezas quase todas vieram das várias inseguranças que aquele homem tinha, motivo do qual fez com que ele ignorasse a existência de um filho por não poder mais viver ao lado da mulher que amava. E aí vem o ponto fraco mais forte do filho de Afrodite, a paixão, sem rodeios e intenso tal qual se vivia no século passado, quase um Romeu, a postos de se ajoelhar no chão e implorar para ganhar um mísero beijo ou morreria tentando, chega ser exagerado como se entrega facilmente ao sentimento avassalador que vem com um olhar, um sorriso ou apenas um toque em suas mãos.
Foi assim que se apaixonou por Brooklyn Edwards, não saberia explicar como os seus olhos foram facilmente capturados pela forma elegante daquele homem, quase sempre se mantinha escondido e discreto dos olhares de qualquer um, mas Christopher sempre o encontrava, fazendo o seu coração acelerar quando seguia até ele, apenas para que pudessem ficar presos naquele jogo de flertes e cantadas. O beijo que finalmente conseguiu no baile de sua mãe, fez com que o seu coração se aquecesse de tal forma que ele entendeu, naquele momento, que deveria investir no sentimento, mesmo que fosse cair novamente. As pessoas não acreditam que um filho de Afrodite tenha amores fracassados, na verdade, Christopher tem uma longa lista de relacionamentos falidos, mas dificilmente cedia tão intensamente a eles para se sentir um miserável. Aconteceu uma vez, com uma filha de Circe, agora aconteceria de novo, se Brooklyn lhe dissesse não.
E não foi o que aconteceu, do beijo no baile vieram os encontros noturnos, as mãos livres e os corpos suados, amando cada detalhe daquele homem como podia, a sua voz rouca no ápice, o seu corpo belo quando se contorcia de prazer, o sorriso ao fim com um misto de cansaço e saciedade. Christopher foi feliz por tão pouco tempo que chegou a cogitar a possibilidade de nunca mais viver aquilo novamente.
Da experiência viva e saborosa da ilha de Circe, com a proibição de toques mais ousados, ele entendeu o que sentia pelo filho de Dionísio e lá estava Christopher novamente, depois de uma despedida boba com um selar rápido roubado dos lábios cheios, sempre tocando aquela pinta que ficava no canto inferior, o filho de Afrodite, armado e protegido pela armadura de couro, a única peça que usava sobre a pele lisa de seu torso, seguiu para a missão de fechar a fenda e, finalmente, ter um pouco de paz naquele lugar, mesmo que falso e com tempo contado, ele esperava viver aquele romance da forma certa, fazer uma declaração melosa e se arriscar de novo. Ingênuo, claro, todos eles tinham um pouco disso misturado com a esperança daquele caos acabar de alguma forma. E, como foi previsto, tudo foi extremamente caótico e violento. Não tinha mais o mesmo reflexo devido ao olho roubado por Hera, mas conseguiu se livrar de monstros e não sair muito machucado de lá, com arranhões e marcas que ficaram espalhadas em seu corpo, no fim, terminou sem a espada e a coraza, com o peito desnudo e com arranhões, ajudando a levar feridos até a enfermaria. Que foi onde o seu mundo caiu pela primeira vez, ouvindo o nome daqueles que tinham desaparecido, Brooklyn estava entre eles, razão que fez com que o homem reagisse com certa violência, chegou a cogitar de ir atrás de Quíron ou Dionísio, mas foi impedido, de que adiantaria? Por que perderia toda a sua razão tentando fazer alguma coisa sem nenhuma resposta concreta?
Se iniciou uma semana de tortura e medo, insônia devido a pesadelos, fazendo rondas sequentes na esperança de encontrá-lo, perdendo aos poucos as esperanças por cada dia que passava. Christopher estava na beira da loucura quando a televisão ligou pela primeira vez, no chalé de Afrodite, mostrando o que aconteceu com os caídos. E por mais estranho que tenha sido, Brooklyn parecia bem e isso fez com que ele voltasse a aquecer o seu peito com esperança, desejando que os dias passasse logo para que pudesse vê-lo, abraça-lo e sentir novamente tudo o que foi deixado para trás com o sumiço dele. E com os dias seguindo de forma mais leve, é lógico que o mundo dele cairia novamente.
Estava em uma ronda, junto com um dos patrulheiros, fazia até piada das coisas até que ouviu que a tv estava ligada novamente, eram mais notícias dos caídos. Que Quíron o perdoasse, mas não se importava com nada e nem ninguém naquele momento, precisava ver Brooklyn de novo e por isso deixou a sua ronda para correr até o chalé de Afrodite.
Infelizmente... chegou na hora que foi anunciado a morte do filho de Dionísio.
Congelou por alguns segundos, parado em frente a porta de entrada de seu chalé e os olhos, ambos, carregando as lágrimas guardadas por todo o tempo desde o sumiço dele. Mais uma vez, lhe tiraram a oportunidade de amar alguém de maneira genuína, sem ter medo de ser ou não fruto do seu poder maldito, conquistando o olhar dele por simplesmente ser quem era e agora não poderia mais tê-lo como desejava. Tinha perdido Brooklyn, não podia acreditar que tinha perdido ele, naquele momento, sentiu o que Kit Culpepper sentiu quando Flynn morreu, mas não podia tocar nele e nem abraçá-lo, amaldiçoar os deuses pelo o que lhe foi tirado, a mão de Christopher só pode tocar a imagem congelada na televisão, que logo sumiu e deu lugar ao entretenimento fajuto daqueles que só gostavam de usá-los e se divertir com os seres que eles mesmos tinham colocado no mundo.
Não percebeu quando os seus pés o levou para fora do chalé, só se dando conta quando chegou na cachoeira, exatamente o lugar onde viu Brooklyn pela primeira vez e sentiu aquela sensação deliciosa da paixão avassaladora com uma simples troca de olhares, dessa vez não tinha borboletas nos estômago e nem aquele sorriso bobo da descoberta recente do sentimento dominado por eles, agora tinha as lágrimas que deslizavam pelo seu rosto de maneira descontrolada, junto a soluços dolorosos e a força que se esvaía, caindo sobre os seus joelhos, as mãos se espalmando no chão cheio de pedregulhos e galhos secos, poderia se machucar com isso, mas ainda não doía o tanto quanto estava doendo naquele momento. "Primeiro... foi Circe..." Apertou os dedos contra a terra enquanto soluçava, a voz rouca e baixa. "Agora... Hécate... sempre tirando uma parte de mim..." Negou com a cabeça e apertou os dedos com mais força até dar o primeiro soco contra o solo firme, vindo o segundo, o terceiro e diversos seguidos que era onde descarregava a sua raiva e um grito amargo cheio de dor escapou de sua garganta sem qualquer temor de ser encontrado por algum monstro ou até mesmo por algum patrulheiro que fazia a ronda. Christopher só queria descarregar aquela raiva e aquele sentimento que dominava o seu peito, mesmo que isso fizesse os seus dedos se dilacerarem e a sua mão ficasse cada vez mais machucada.
Em algum momento as forças chegaram no seu limite, Christopher caiu na terra batida com as mãos agora dominadas pelo vermelho escarlate de seu sangue, as lágrimas se misturando a terra que sujava o seu rosto. Christie se abraçou e deixou que o choro corresse livre até que não conseguisse mais respirar. Que Thanatos lhe levasse também, já não se importava mais, estava cansado de tudo aquilo.
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