#TEORIA MONETÁRIA MODERNA
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"Terraplanismo" monetário na Argentina
No mundo desenvolvido, é cada vez maior o apelo sedutor exercido pela Teoria Monetária Moderna (TMM).
Nos EUA, a ala mais à esquerda do Partido Democrata, capitaneada pela deputada Alexandria Ocasio-Cortez (que é declaradamente socialista), passou a defendê-la vigorosamente. Websites progressistas como o Huffington Post estão na linha de frente da batalha. Na Europa, a teoria vai ganhando tração nas universidades.
A teoria, no entanto, é bastante confusa, pois nem mesmo seus defensores são capazes de resumi-la de maneira homogênea e coerente. Eles utilizam termos convencionais de maneiras nada convencionais, o que apenas cria ainda mais confusão. Para piorar, o que exatamente seria a TMM é algo que vai mudando continuamente ao longo do tempo, o que apenas adiciona frustração à confusão.
Ainda assim, é possível apontar qual seria o cerne da TMM.
1) A teoria afirma que nenhum governo que emite a própria moeda pode se tornar insolvente.
Consequentemente, não é problema o governo continuamente gastar mais do que arrecada -- o que faz sua dívida aumentar continuamente --, pois o governo sempre pode "imprimir dinheiro" (ou, em termos técnicos, monetizar seus déficits) para bancar seus gastos crescentes.
2) A teoria monetária padrão afirma que tal política inflacionária causa aumento de preços. Já a TMM afirma que não, pois há "recursos ociosos".
3) Mesmo nas situações em que os defensores da TMM admitem que a impressão de dinheiro poderia gerar aumento de preços -- por exemplo, quando a economia está em pleno emprego --, a solução apresentada para impedir este aumento de preços é aumentar impostos.
4) Para a TMM, impostos servem não para o governo arrecadar dinheiro para bancar seus gastos -- a impressora de dinheiro é que faz isso --, mas sim para enxugar dinheiro da economia e, com isso, arrefecer a demanda e evitar uma subida nos preços.
Em suma: de acordo com a TMM, o governo deve imprimir dinheiro para bancar seus gastos e, caso isso pressione os preços para cima, ele deve retirar dinheiro do setor privado por meio de maiores impostos. Tal medida -- afirmam os defensores da teoria -- manteria os juros continuamente baixos, a dívida pública estaria para sempre sob controle, a economia cresceria continuamente, e não haveria inflação de preços.
Quem poderia ser contra?
Obviamente, como disse o economista Robert Murphy em artigo demolidor sobre a TMM: "De um lado, o governo imprime dinheiro e, consequentemente, obtém todos os bens, serviços e mão-de-obra que deseja; de outro, ele aumenta impostos para retirar esse mesmo dinheiro da economia, asfixiando ainda mais o setor privado e retirando seu poder de compra. A TMM, portanto, é um esquema vicioso inventado para que o governo sempre possa ganhar e para que setor privado sempre saia perdendo."
Com efeito, uma observação realista sobre como funciona a política permite a conclusão de que recorrer a aumento de impostos não irá resolver a inflação de preços, pois o governo continuará incorrendo em déficits orçamentários para bancar seus gastos crescentes. E estes déficits, obviamente, serão financiados com impressão de dinheiro.
Consequentemente, sob a TMM, o setor privado irá encolher progressivamente em relação ao setor estatal, pois tanto a inflação monetária quanto o subsequente aumento de impostos para contrabalançar o aumento de preços causado por esta inflação monetária irão retirar recursos do setor privado e direcioná-los para o estado.
A experiência argentina
Mas vamos à prática.
Podem os governos incorrer em amplos déficits fiscais financiados pela impressão de dinheiro sem gerar significativa inflação de preços?
A experiência argentina coloca em xeque esta ideia.
Como mostrado na figura abaixo, a Argentina vem apresentando um crônico déficit fiscal durante os últimos 50 anos (com a exceção de alguns anos após a crise de 2001). A área vermelha mostra déficit fiscal consolidado (todos os níveis de governo) como porcentagem do PIB nominal. A linha azul (começando em 1993, pois não há dados anteriores) mostre apenas o déficit fiscal do governo federal, também como fatia do PIB nominal.
Quem está familiarizado como a história da Argentina sabe que todos estes déficits se degeneraram em numerosos problemas, como hiperinflação, calotes e crises cambiais.
Vale ressaltar que todos os déficits acima -- com a exceção dos da década de 1990, quando o país vivia sob um Currency Board heterodoxo -- foram financiados com a criação de dinheiro pelo Banco Central argentino.
Quais foram alguns dos efeitos desta política de déficits fiscais constantes?
Houve ao menos quatro episódios de calote da dívida (os pontos amarelos no gráfico). Uma grave crise, conhecida como "Rodrigazo"-- quando o dólar encareceu 160% em um só dia, em decorrência exatamente da expansão monetária --, contribuiu para o ambiente social que culminou com imposição de uma ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1983.
Com a exceção da década de 1990, quando o país tinha um pseudo-currency board (e, consequentemente, havia restrições sobre sua capacidade de imprimir dinheiro), a Argentina vivenciou taxas de inflação extremamente altas durante todo o tempo. Como os gráficos têm que ser quebrados para dar conta da inflação exponencial, confira aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
Para culminar, a Argentina vivenciou uma hiperinflação (quando os preços sobem mais de 80% ao mês) no final da década de 1980 e início da década de 1990 (quando a inflação de preços chegou a módicos 20 mil por cento) e uma grande depressão em 2001. E, desde 2011, o país vivencia uma estagflação.
Sem nenhuma surpresa, a taxa de pobreza (as quais os déficits fiscais supostamente devem reduzir) não apenas permaneceu alta, como só fez crescer (tendo caído fortemente em meados da década de 1990, após a implantação do pseudo-currency board).
É difícil imaginar como um defensor da TMM explicaria favoravelmente a experiência da Argentina. O país sempre teve liberdade para emitir sua própria moeda (com a exceção de um curto período na década de 1990) e para emitir dívida em sua própria moeda.
No entanto, e de novo, qualquer indivíduo minimamente familiarizado com o funcionamento da política sabe que um país cujos políticos têm liberdade para monetizar os déficits do governo não poderá continuar emitindo dívida por muito tempo, pois ninguém irá querer comprar um título que será saldado, no futuro, com uma moeda sem valor nenhum. (Para outro exemplo prático, vide a Venezuela).
Em outras palavras, é difícil imaginar que um país seja capaz de emitir dívida em sua própria moeda por muito tempo se ele estiver incorrendo em déficits financiados pela impressão de dinheiro, como defendem os proponentes da TMM.
Sempre que apresentados a este argumento, os seguidores da TMM rebatem dizendo que, se a inflação começar a ficar fora de controle, o governo deve aplicar contra-medidas. Na prática, a TMM diz que ele deve aumentar impostos.
Meu lado cínico diria que isso já foi feito e fracassou miseravelmente: a Argentina possui hoje a maior carga tributária entre as 138 maiores economias do mundo. Ao mesmo tempo, a inflação de preços segue batendo recordes (50% no acumulado de 12 meses).
Ou seja, o aumento dos impostos (que já estão em nível de recorde mundial) nada fez para conter a inflação de preços causada pela forte expansão monetária (a qual ocorre majoritariamente para financiar os déficits do governo).
Mas tal refutação prática ainda é o de menos. Ao sugerirem que os governos poderiam simplesmente adotar contra-medidas quando a inflação de preços acelerar, os proponentes da TMM demonstram ignorar completamente a questão dos incentivos econômicos e políticos: não há nada que obrigue os políticos a fazerem isso. Há apenas a esperança e o desejo de que irão fazer, mas nenhuma medida prática que os obrigue a tal. (E, mesmo que realmente fizessem, nada indica que tal medida seria efetiva).
Sendo assim, os proponentes da TMM confundem o possível com o provável; o desejo utópico com o mundo real.
Conclusão
A experiência prática argentina -- houve criação de dinheiro para financiar déficit em conjunto com um grande aumento de impostos -- nos fornece motivos para duvidar da relevância prática da Teoria Monetária Moderna.
Assim como os proponentes da TMM, os políticos argentinos sempre acreditaram que os déficits não importam, e que, consequentemente, as restrições orçamentárias não são realmente restritivas.
No final, ao subestimarem os custos dos déficits orçamentários e as consequências da monetização destes déficits, os proponentes da TMM permitem que políticos -- mesmo aqueles eventualmente portadores das "mais nobres intenções" -- implantem medidas que irão, no final, reduzir o padrão de vida dos mais pobres da sociedade.
Nicolás Cachanosky
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A Matemática da Teoria Monetária Moderna é melhor que qualquer sitcom.
Gente, certeza que o Marcelo Adnet não consegue fazer melhor.
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Nicole Oresme, o fundador da ciência moderna em plena Peste Negra
Tanto Copérnico como Galileu não fizeram mais do que retomar as ideias que tiveram seu ponto alto em plena Idade Média com Nicole Oresme (1320-1382), o pensador mais original do século XIV e um dos maiores e mais completos gênios de todos os tempos, só comparado a Leonardo da Vinci.
A lembrança e invocação do nome e do legado de Oresme agora são mais do que oportunas e apropriadas, já que ele viveu, tal como nós hoje, em tempos de pandemia, ele da Peste Negra, a mais devastadora da história, que ceifou cerca de um terço da população europeia da época, o que causou muitos atrasos e perdas, quer sejam humanas, científicas, culturais, religiosas e artísticas.
Portanto, o fato de Oresme ter realizado seus feitos intelectuais prodigiosos em tal época, de impactos econômicos e sociais negativos e baixa produção científica, por si só já chega a ser extraordinário, ainda mais por ter se notabilizado não só na matemática como em vários campos do conhecimento, como a filosofia, a psicologia, a economia, as ciências físicas e naturais, a astronomia, a teologia e as artes musicais.
Como matemático, Oresme introduziu métodos de cálculo que prenunciaram o cálculo integral e elaborou conceitos fundamentais de Geometria Analítica, antecipando-se a Descartes.
Como economista, retraçou a história do dinheiro, explicou sua função econômica e condenou severamente a prática de alterar seu valor. Embora assumisse a esse respeito o papel de um teórico político, e não propriamente o de um economista, descreveu os efeitos econômicos das flutuações monetárias.
Como físico, Oresme foi o descobridor da curvatura da luz através da refração atmosférica, embora até hoje o crédito por esse feito seja atribuído a Robert Hooke.
Mas sua maior proeza nesse campo foi o de ter estudado os movimentos uniforme e uniformemente variado e deduzido o teorema da velocidade média e a lei da queda dos corpos, que é mais frequentemente atribuída a Galileu.
Antes de Copérnico, Oresme demonstrou em seu tratado teológico De communicatione idiomatum in Christo, que as razões propostas pela física Aristotélica acerca do movimento da Terra não eram válidas, para o que invocou o argumento da simplicidade a favor da teoria de que é a Terra que se move, e não os corpos celestiais.
No geral, Oresme baseava sua teoria da rotação da Terra sobre razões físico-matemáticas bem melhores e mais explícitas do que aquelas que foram dadas mais de um século depois por Copérnico.
Jamais a Igreja contestou as ideias de Oresme, que era professor de teologia no Colégio de Navarra, em Paris, bispo de Lisieux e desfrutava de grande prestígio – como conselheiro – na corte de Carlos V. Como dizia o o historiador medievalista francês Gustave Cohen (1879-1958), “As trevas da Idade Média não são senão aquelas de nossa ignorância.”
Por Cláudio Tsuyoshi Suenaga
Portrait of Nicole Oresme: Miniature from Oresme’s Traité de l’espère, Bibliothèque Nationale, Paris, France, fonds français 565, fol. 1r.
Há 702 anos nascia (em dia e mês desconhecidos, de família desconhecida, na aldeia de Allemagne, atual Fleury-sur-Orne, perto de Caen, diocese de Bayeux, na Normandia) Nicole Oresme (falecido em 11 de julho de 1382 em Lisieux), o verdadeiro e legítimo fundador da ciência moderna.
A lembrança e invocação do seu nome e de seu legado agora são mais do que oportunas e apropriadas, já que ele viveu, tal como nós hoje, em tempos de pandemia, ele da Peste Negra, a mais devastadora da história, que ceifou de 75 a 200 milhões de vidas na Eurásia (o pico ocorreu entre 1347 e 1351), ou cerca de um terço da população europeia da época, o que causou muitos atrasos e perdas, quer sejam humanas, científicas, culturais, religiosas e artísticas.
Portanto, o fato de Oresme ter realizado seus feitos intelectuais prodigiosos em tal época, de impactos econômicos e sociais negativos e baixa produção científica, por si só já chega a ser extraordinário, ainda mais por ter se notabilizado não só na matemática como em vários campos do conhecimento, como a filosofia, a psicologia, a economia, as ciências físicas e naturais, a astronomia, a astrologia, a teologia e as artes musicais.
Um dos filósofos escolásticos mais eminentes do século XIV, Oresme estudou Arte em Paris por volta de 1340 com o filósofo e religioso francês Jean Buridan (1300-1358), o chamado fundador da escola francesa de filosofia natural, e com Alberto da Saxônia (1320-1390), e lá recebeu o Magister Artium. Ele já era um mestre regente em artes em 1342 durante a crise da filosofia natural do frade franciscano, filósofo, lógico e teólogo escolástico inglês Guilherme de Ockham (1285-1347).
Em 1348, Oresme era um estudante de teologia no Colégio de Navarra da Universidade de Paris (uma instituição para estudantes pobres, patrocinado e subsidiado pela realeza, o que torna provável que ele veio de uma família de camponeses).
Em 1356 doutorou-se, e no mesmo ano tornou-se grão-mestre (grand-maître) do Colégio de Navarra.
Em 2 de novembro de 1359, tornou-se “secretaire du roi”, e no ano seguinte se tornou capelão e conselheiro de Carlos V (1338-1380, rei a partir de 1364).
Em 23 de novembro de 1362, ano em que se tornou mestre em teologia, Oresme foi nomeado cônego da Catedral de Rouen. Na época desta nomeação, ele ainda lecionava regularmente na Universidade de Paris.
Por volta de 1369, iniciou uma série de traduções de obras aristotélicas a pedido de Carlos V, que lhe concedeu uma pensão em 1371. Como a maioria de seus contemporâneos eruditos, Oresme escreveu principalmente em latim, mas a pedido do rei Carlos V, também escreveu em francês, fornecendo versões francesas de suas próprias obras e de obras selecionadas de Aristóteles.
Durante seu mandato nesses sucessivos cargos na Catedral de Rouen (1362-1377), Oresme passou muito tempo em Paris, especialmente no contexto de cuidar dos assuntos da Universidade. Embora muitos documentos comprovem a permanência de Oresme em Paris, não podemos inferir que ele também lecionava lá naquela época.
Por causa do trabalho incansável de Oresme para Carlos V e a família real, com o apoio do rei, em 3 de agosto de 1377, Oresme alcançou o posto de Bispo de Lisieux (pequena cidade do departamento de Calvados, na região da Baixa-Normandia).
Parece que Oresme não fixou residência em Lisieux até setembro de 1380, e pouco se sabe dos últimos cinco anos de sua vida. Oresme morreu em Lisieux em 11 de julho de 1382, dois anos após a morte do rei Carlos, e foi sepultado na Catedral.
Oresme demonstrou em seu tratado teológico De communicatione idiomatum in Christo, que as razões propostas pela física aristotélica que negavam o movimento da Terra não eram válidas, e quase dois séculos antes de Copérnico (1473-1543), invocou o argumento da simplicidade de Ockham a favor da teoria de que é a Terra que se move, e não os corpos celestiais.
Em seu Livre du ciel et du monde (1377), Oresme discutiu uma série de evidências a favor e contra a rotação da Terra em seu eixo. A partir de considerações astronômicas, sustentou que se a Terra é que estivesse se movendo e não as esferas celestiais, todos os movimentos que vemos nos céus seriam exatamente iguais às das esferas. Ele rejeitou o argumento físico de que se a Terra estivesse se movendo, o ar seria deixado para trás, causando um grande vento de leste a oeste. Em sua concepção, a terra, a água e o ar compartilhariam o mesmo movimento. Quanto à passagem bíblica que fala do movimento do Sol, ele conclui que “esta passagem está de acordo com o uso habitual da linguagem popular” e não deve ser tomada literalmente. Ele também observou que seria mais econômico para a Terra girar em seu eixo do que a toda a imensa esfera das estrelas. No entanto, ele reconheceu que nenhum desses argumentos era conclusivo e que muitos continuariam sustentando que “os céus se movem e não a Terra”.
Desenhos e diagramas de Oresme em seu Livre du ciel et du monde.
No campo da matemática, Oresme desenvolveu a primeira prova da divergência da série harmônica, algo que só foi replicado mais de três séculos depois pelos irmãos suíços Jakob (1654-1705) e Johann (1667-1748) Bernoulli.
Ele também trabalhou a noção de probabilidade sobre sequências infinitas, algo que só seria desenvolvido cinco séculos depois. Desenvolveu a noção de frações incomensuráveis, frações que não podiam ser expressas como potências umas das outras, e elaborou argumentos estatísticos probabilísticos quanto à sua frequência relativa.
A partir disso, ele argumentou que era muito provável que a duração do dia e do ano fossem incomensuráveis (irracionais), como de fato eram os períodos dos movimentos da Lua e dos planetas, e observou que as conjunções e oposições planetárias nunca ocorreriam exatamente da mesma maneira. Oresme sustentou que isso refutaria as afirmações dos astrólogos que pensavam que sabiam “precipitadamente e com exatidão pontual, os movimentos, aspectos, conjunções e oposições”.
Em sua crítica à astrologia em seu Livre de divinacions, Oresme não nega as influências dos corpos celestes nos eventos terrestres em todas as escalas, mas afirma, de acordo com uma opinião comumente aceita, que os arranjos dos corpos celestes poderiam ser eventos puramente simbólicos.
Quanto à previsibilidade de grandes eventos como pragas, fomes, inundações e guerras, clima, ventos e tempestades, bem como medicina, com influências nos humores, os quatro fluidos aristotélicos do corpo, Oresme critica tudo como sendo mal direcionado, embora aceite que a previsão é uma área legítima de estudo e argumenta que o efeito sobre o tempo é menos conhecido do que o efeito sobre grandes eventos. Ele observa que os marinheiros e fazendeiros são melhores em prever o tempo do que os astrólogos, e ataca especificamente a base astrológica da previsão, observando corretamente que o zodíaco se moveu em relação às estrelas fixas (por causa da precessão dos equinócios) desde que o zodíaco foi descrito pela primeira vez em tempos antigos.
Em suma, Oresme manifesta dúvidas, mas aceita a existência das influências físicas das estrelas e planetas (incluindo o Sol e a Lua) na Terra. Ele aceita coisas que um cético moderno rejeitaria, e rejeita outras – como a capacidade de conhecimento dos movimentos planetários e os efeitos no clima – que são aceitas pela ciência moderna. Quanto ao que constitui grande parte da prática astrológica moderna, isto é, consultar as estrelas para saber qual o melhor momento para fazer coisas relacionadas ao amor, negócios, política, jogos, etc., Oresme as classifica como artes “totalmente falsas”.
Alguns historiadores defendem que Oresme é o criador da Geometria Analítica antes de René Descartes (1596-1650), por ter representado graficamente em Tractatus de configurationibus qualitatum et motuum (1370), sua mais importante contribuição para a matemática, leis que confrontavam a variável dependente (latitudo) com a independente (longitudo), à medida que se permitia que esta última fosse objeto de pequenos acréscimos.
Tractatus de configurationibus qualitatum et motuum
Por uma questão de clareza, Oresme concebeu a ideia de visualizar esses conceitos como figuras planas, aproximando-se do que hoje chamaríamos de coordenadas retangulares. A intensidade da qualidade foi representada por um comprimento ou latitudo proporcional à intensidade erigida perpendicular à base em um determinado ponto da linha de base, que representa o longitudo.
Oresme propôs que a forma geométrica de tal figura pudesse ser considerada como correspondendo a uma característica da própria qualidade. Oresme definiu uma qualidade uniforme como aquela que é representada por uma linha paralela à longitude, e qualquer outra qualidade como diferente. Qualidades uniformemente variadas são representadas por uma linha reta inclinada ao eixo da longitude, enquanto ele descreveu muitos casos de qualidades não uniformemente variáveis. Oresme estendeu essa doutrina a figuras de três dimensões. Ele considerou essa análise aplicável a muitas qualidades diferentes, como gostosura, brancura e doçura. Significativamente para desenvolvimentos posteriores, Oresme aplicou este conceito à análise do movimento local onde o latitudo ou intensidade representava a velocidade, o longitudo representava o tempo, e a área da figura representava a distância percorrida.
Ele mostra que seu método de calcular a latitude das formas é aplicável ao movimento de um ponto, desde que o tempo seja tomado como longitude e a velocidade como latitude; quantidade é, então, o espaço percorrido em um determinado tempo. Em virtude dessa transposição, o teorema do latitudo uniformiter difformis tornou-se a lei do espaço percorrido em caso de movimento uniformemente variado. Assim, Oresme se antecipou em dois séculos às deduções de Galileu Galilei (1564-1642) sobre os movimentos uniforme e uniformemente variados e o teorema da velocidade média e a lei da queda dos corpos.
Com seu Tratado sobre a origem, natureza, lei e alterações do dinheiro (De origine, natura, jure et mutationibus monetarum), um dos primeiros manuscritos dedicados exclusivamente à questão econômica (redescoberta somente em 1862 e traduzida em 1864), Oresme trouxe uma visão interessante sobre a concepção medieval de dinheiro, afirmando ser ele um produto originário do mercado e não do Estado, que ele era uma mercadoria a mais e não apenas um meio de troca, e por isso, originalmente, certificadores privados informavam seus clientes sobre a pureza do metal usado nas moedas.
Ele asseverou que a inflação nada mais é do que o resultado da falsificação da pureza dos metais mediante um decreto do Estado, uma vez que este nacionalizou o dinheiro. Esta teoria econômica tem pontos em comum com a contemporânea Teoria Austríaca do Ciclo Econômico, que só surgiu quase sete séculos mais tarde. Precursor da ciência da economia política, Oresme já admoestava que a inflação é predominantemente uma criação do governo e que prejudicava o comércio e a economia e implicava o declínio da civilização, abrindo o caminho para a tirania. E ainda recomendava que para evitar isso, deveria-se impedir que o governo se intrometesse com o dinheiro…
Oresme foi também um psicólogo notável. Usando um método empírico, descobriu o “inconsciente” psicológico e sua grande importância para a percepção e o comportamento, e investigou todo o complexo de fenômenos da psique humana. Estava certo da atividade dos “sentidos internos” (sensus interior) e da construtividade, complexidade e subjetividade da percepção do mundo. A mente inovadora e ousada de Oresme antecipou conceitos essenciais da psicologia dos séculos XIX e XX, especialmente nos campos da psicologia cognitiva, psicologia da percepção, psicologia da consciência e psicofísica.
Oresme compôs um tratado especial sobre a percepção e sua desordem e delusão (De causis mirabilium), onde examinou todos os sentidos (visão, audição, tato, olfato, paladar) e funções cognitivas. Com o mesmo método utilizado pelos psicólogos do século XX, nomeadamente através da análise de delírios e desordens, Oresme já reconhecia muitas leis essenciais da percepção, por exemplo a “Gestaltgesetze” (lei da forma) 500 anos antes do filósofo austríaco Christian von Ehrenfels (1859-1932), limites de percepção (maxima et minima), etc.
Amigo mais jovem do compositor, matemático, diplomata, militar, musicólogo, filósofo e poeta francês Philippe de Vitry (1291-1361), o famoso teórico musical, compositor e bispo de Meaux, Oresme pode ser considerado o fundador da musicologia moderna. Oresme lidou com quase todas as áreas da musicologia no sentido moderno, como a acústica, a estética musical, a fisiologia da voz e da audição, a psicologia da audição, a teoria musical da medição, a teoria musical, a performance musical e a filosofia musical.
Em sua obra musicológica Configuratio qualitatum and the functional pluridimensionality, Oresme antecipa os diagramas musicológicos contemporâneos e, o mais importante, a notação musical que igualmente quantifica e representa visualmente as variações de um sonus de acordo com determinadas medidas de extensio (intervalos de tempo). A esfera da música não apenas forneceu à teoria de Oresme uma legitimação empírica, mas também ajudou a exemplificar os vários tipos de configurações uniformes e diferentes que Oresme havia desenvolvido, notadamente a ideia de que as configurações dotavam qualidades de efeitos específicos, estéticos ou não, que poderiam ser capturados analiticamente por sua representação geométrica.
Este último ponto ajuda a explicar a abordagem estética abrangente de Oresme aos fenômenos naturais, que se baseava na convicção de que a avaliação estética da experiência sensorial (graficamente representável) fornecia um princípio de análise adequado. Neste contexto, a música voltou a desempenhar um papel importante como modelo da “estética da complexidade e do infinito” favorecida pela mentalité do século XIV.
Oresme buscou os parâmetros do sonus experimentalmente tanto no nível microestrutural e acústico do tom único quanto no nível macroestrutural da música uníssono ou polifônica. Na tentativa de capturar analiticamente os vários parâmetros físicos, psicológicos e estéticos do sonus deacordo com a extensio, Oresme desejava representá-los como as condições para os graus infinitamente variáveis de pulchritudo (beleza) e turpitudo (obscenidade), ou da “beleza da nudez”. O grau em que ele desenvolveu este método é único para a Idade Média, representando a descrição matemática mais completa dos fenômenos musicais antes de Discorsi e dimostrazioni matematiche intorno a due nuove scienze (1638) de Galileu.
Digno de nota neste empreendimento é não apenas a descoberta de “tons parciais” ou sobretons três séculos antes do padre, teólogo, matemático, teórico musical e filósofo francês Marin Mersenne (1588-1648), mas também o reconhecimento da relação entre sobretons e tonalidade de cor, que Oresme explicou em uma detalhada teoria físico-matemática, cujo nível de complexidade só foi alcançado novamente no século XIX pelo matemático, médico e físico alemão Hermann von Helmholtz (1821-1894).
Finalmente, devemos também mencionar a compreensão mecanicista de Oresme do sonus em seu Tractatus de configuratione et qualitatum motuum como um tipo específico de movimento descontínuo (vibração), da ressonância como um fenômeno harmônico, e da relação de consonância e dissonância, que foi mesmo além da teoria da consonância da coincidência bem-sucedida, mas errada, formulada no século XVII.
A demonstração de Oresme de uma correspondência entre um método matemático e um fenômeno físico (som) representa um caso excepcionalmente raro, tanto para o século XIV, em geral, quanto para a obra de Oresme em particular, marco no desenvolvimento do espírito quantificador que caracteriza a época moderna.
Com sua “teoria das espécies” muito especial (multiplicatio specierum), Oresme formulou a primeira e correta teoria da “mecânica ondulatória do som e da luz”, 300 anos antes do físico, matemático, astrônomo e horologista neerlandês Christian Huygens (1629-1695), ao descrever um puro transporte de energia sem propagação de material. O termo “espécie” no sentido de Oresme significa o mesmo que nosso termo moderno “forma de onda”. Sua outra proeza foi descobrir a curvatura da luz através da refração atmosférica, crédito que só foi dado três séculos depois ao cientista inglês Robert Hooke (1635-1703).
Em sua estética musical, Oresme formulou uma moderna “teoria da percepção” subjetiva, que não era a percepção da beleza objetiva da criação de Deus, mas o processo construtivo da percepção, que causa a percepção da beleza ou da feiúra nos sentidos. Portanto, pode-se ver que cada indivíduo percebe um outro “mundo”.
Muitos dos insights de Oresme em outras disciplinas como matemática, física, filosofia, psicologia estão intimamente ligados à “Música Modelo” (incomum para o pensamento atual). O Musica funcionou como uma espécie de “Computador da Idade Média” e, neste sentido, representou o hino abrangente da nova consciência quantitativo-analítica do século XIV.
Enfim, muitas visões essenciais da autoimagem dos tempos modernos, tais como sua compreensão da incomensurabilidade das proporções naturais, da complexidade, da indeterminação, da infinita mutabilidade do mundo, etc., foram antecipadas por Oresme. E embora isso não seja confirmado, Oresme teria ainda especulado sobre a possibilidade de haver outros mundos habitados no universo.
Por todos os seus feitos e para todos os efeitos, somos tentados a desconfiar se Oresme, tal como outros gênios como Leonardo da Vinci (1452-1519), não seria uma espécie de viajante do tempo que foi parar naquela época por acidente ou para lá enviado para alterar de alguma forma a história usando o conhecimento e/ou a tecnologia de seu próprio tempo, seja para o bem ou para o mal, criando uma história alternativa como resultado.
Bibliografia recomendada
Duhem, Pierre. “Nicole Oresme”, in The Catholic Encyclopedia, vol.11, New York: Robert Appleton Company, 1911.
Taschow, Ulrich. Nicole Oresme und der Frühling der Moderne, Halle, Avox Medien-Verlag, 2003.
Nicole Oresme’s De visione stellarum (On seeing the stars): a critical edition of Oresme’s treatise on optics and atmospheric refraction, translated by Dan Burton (Leiden; Boston: Brill, 2007).
Nicole Oresme and The marvels of nature: a study of his De causis mirabilium, translated by Bert Hansen (Toronto: Pontifical Institute of Mediaeval Studies, 1985).
Questiones super quatuor libros meteororum, in SC McCluskey, ed, Nicole Oresme on Light, Color and the Rainbow: An Edition and Translation, with introduction and critical notes, of Part of Book Three of his Questiones super quatuor libros meteororum (PhD dissertation, University of Wisconsin, 1974).
Nicole Oresme and the kinematics of circular motion: Tractatus de commensurabilitate vel incommensurabilitate motuum celi, translated by Edward Grant (Madison: University of Wisconsin Press, 1971).
Nicole Oresme and the medieval geometry of qualities and motions: a treatise on the uniformity and difformity of intensities known as Tractatus de configurationibus qualitatum et motuum, translated by Marshall Clagett (Madison: University of Wisconsin Press, 1968).
Le Livre du ciel et du monde. A. D. Menut and A. J. Denomy, ed. and trans. Madison: University of Wisconsin Press, 1968.
De proportionibus proportionum and Ad pauca respicientes. Edward Grant, ed. and trans. Madison: University of Wisconsin Press, 1966.
The De moneta of N. Oresme, and English Mint documents, translated by C. Johnson (London, 1956).
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TEORIA MONETÁRIA MODERNA falha novamente e ESTADOS UNIDOS tem INFLAÇÃO de 9,1% a MAIOR DA HISTÓRIA
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75 Anos de Crimes Carpitais
Michael Hudson - 2021 03 24
Até os 1980s toda economia era uma economia mista. Não se imaginava outra na prática.
A financieirização da economia dos EUA dos anos 1980s desmanchou sua economia material e a reduziu a uma economia financeira rentista de perfil feudal. (A GM virou banco. As empresas produtivas eram compradas, esquartejadas e vendidas para pagar com sobra os empréstimos tirados para as comprar. E lucrar com a diferença.)
O Banco Mundial ajudou os Estados Unidos a impedir que países tornassem independentes na produção do próprio alimento. Para garantir que praticassem a agricultura de latifúndio, e nunca a reforma agrária, distrbuindo as terras (porque foi assim que os Estados Unidos e outras potências se desenvolveram e se tornaram poderosas). A única luta do Banco Mundial foi para impedir a reforma agrária e garantir que os Estados Unidos e investidores estrangeiros se apossassem da agricultura desses países.
O 'capitalismo' (à moda dos EUA) também é a apropriação da renda da terra. A renda da agricultura. A renda dos recursos naturais. A renda mineral e do petróleo.
A intenção de Bretton Woods foi impedir os países de impor controles de capital que os protegessem dessa apropriação de seus recursos pelos EUA. Foi, fazer empréstimos que os impedissem de produzir (criar e emitir) a própria moeda, que os permitisse investir no próprio desenvolvimento social.
Mas que ao invés disso tivessem de pedir empréstimos ao Banco Mundial e FMI em Dólares dos EUA. Que são mesmo que o Pentágono e o Depto. de Estado dos EUA. E assim dolarizavam suas economias e elas seriam todas drenadas. Toda a renda econômica do petróleo, da agricultura, da mineração, seria puxada para os Estados Unidos.
Bretton Woods montou um sistema dependente dos EUA e centralizado pelo planejamento financeiro de Wall Street. Diante da recente ameaça de confisco de suas contas internacionais pelos EUA, e de sua exclusão do sistema de compensação internacional, os países soberanos entenderam que precisavam de alternativas de moeda e de sistema de compensação.
As necessidades e objetivos de economias financializadas são incompatíveis com os de economias produtivas. Os bancos não querem uma teoria monetária moderna (MMT). Querem uma teoria monetária feudal. Onde controlem os gargalos e possam retirar renda, pedágio e aluguel. O que contraria toda a teoria econômica clássica, que visava se libertar dessa extração de renda econômica.
(Onde adianto que o sistema dos EUA mais se parece com uma grilagem de extermínio e de exaustão de de bens e de recursos. Rolante. Se expandindo e se repetindo a cada ciclo.)
A economia atual dos EUA se dedica a extrair renda. Seja do setor financeiro, de saúde, dos monopólios, da infra-estrutura. Sua economia foi 'Thatcherizada', 'Reaganizada'.
A luta deles contra o 'socialismo' é uma luta contra o capitalismo industrial que traz educação, infra-estrutura e obras públicas. Contra a democracia, contra a prosperidade. (mas para os capitalistas e burgueses, claro). Os EUA chamam de comunismo o esforço de outros países para terem uma população próspera, educada e saudável.
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Entrevista à Revista Apólice n. 257
O repórter André Felipe de Lima, da Revista Apólice, uma das principais publicações da área de seguros, enviou-me uma entrevista por e-mail sobre os rumos da nossa economia diante da pandemia da covid-19 e a atuação do governo para responder ao cenário socioeconômico alarmante no qual nos encontramos.
No Brasil, há expectativa do mercado de que o PIB deste ano será de -6,5%, que representaria uma queda inédita no país. Há quem diga que este viés de queda tende a se intensificar até o final do ano. O senhor poderia discorrer mais detalhadamente sobre esse cenário do PIB?
Não há base científica para, atualmente, fazer previsão de cenário futuro. Como a pandemia se trata de um evento extraordinário global com quebra de oferta e demanda agregada, não há regularidade do passado ao presente para se extrapolar para o futuro. Além disso, decisões cruciais poderão ser tomadas por governos, alterando o contexto de maneira irreversível. Falar em V, U, W ou WM, são respostas de economistas simplesmente porque foram perguntados, não por saberem a resposta…
A política liberal da equipe econômica do governo vem sofrendo críticas, inclusive de economistas francamente liberais. Onde erram os técnicos comandados pelo ministro Paulo Guedes no combate à crise?
Liberal é quem conjuga os valores básicos dos direitos e liberdades individuais com tolerância e respeito às minorias. Enfatiza a igualdade de oportunidades para a avaliação de méritos de cada indivíduo.
Defende o Éthos da comunidade. Embora critique o conluio com corporações no Capitalismo de Compadrio, rejeita a estatofobia do liberismo. Frente à dicotomia Estado ou Mercado, apoia o terceiro pilar da sociedade democrática: a Comunidade.
O princípio do planejamento econômico contraria a ideologia do liberalismo restrita ao “liberismo”, isto é, à defesa da liberdade econômica de mercado acima de todas as demais liberdades. Sempre houve participação de Estados capitalistas na economia de mercado, notadamente, para atuação anticíclica.
Um bom governo é avaliado por resultados econômicos, sociais e políticos. Não é cobrado pela execução de um plano consistente com a ideologia apregoada por neoliberais, sequer debatida na campanha eleitoral, ou seja, deixar o Estado mínimo.
Pragmatismo é uma doutrina filosófica oposta ao excesso de ideologização da atual equipe econômica governamental. Considera o valor prático como o critério de decisões. Ser pragmático é a atitude exigida em um governo republicano. Os atos governamentais devem servir para a solução imediata de problemas sociais.
Países europeus zeraram suas taxas de juros para frear o impacto da pandemia na economia. Por que o governo não segue essa mesma linha radical e prefere optar por uma redução da Selic para 2,25% ao ano? Qual, efetivamente, o desdobramento dessa política econômica? Paralelamente, o país estaria cada vez mais distante de uma sustentabilidade fiscal?
Os economistas heterodoxos ou vanguardistas se fundamentam na MMT (Teoria Moderna da Moeda). Ela é analiticamente correta, mas, como todas as teorias, tem suas limitações. Não é tão genérica a ponto de ser classificada como uma “Teoria Geral”, válida em todos os tempos, isto é, fases distintas dos ciclos, e os lugares.
A prática dedutível da MMT não é sempre válida. Por exemplo, não cabe aplicá-la – e não se sabe logo – quando se está se aproximando muito do “pleno emprego” – ou da “inflação verdadeira”.
Se provocar inflação, surge o risco de eutanásia do rentista. A fuga dos investidores pode provocar uma extrema depreciação da moeda nacional.
Os adeptos da MMT não devem esquecer o crédito ser dirigido pela demanda. Sem demanda efetiva, sustentada em longo prazo por um projeto nacional de retomada do crescimento econômico, a liquidez é represada em bancos pelos investidores.
A combinação da falta de investimentos públicos com o excesso de liquidez no mercado financeiro leva à Grande Depressão deflacionária. Com a taxa de juro quase zerada e consequente inflação dos preços de ativos, os consumidores adiam gastos, ou seja, poupam para recomposição patrimonial da reserva financeira, destinada à aposentadoria.
Além disso, a política monetária deduzida da MMT pode ter grave consequência política. Se considerar como prescrição lógica dela “ser possível gastar à vontade”, inclusive para “comprar votos” dos assistidos mais pobres, os populistas de extrema-direita podem ser reeleitos. Desequilibra a competição democrática mais ainda. Por razão de haver reeleição, os demais poderes da República (Legislativo e Judiciário) têm de controlar e fiscalizar a emissão monetária e o uso populista do dinheiro pelo Poder Executivo.
A dúvida de economistas neoliberais é se a nova realidade da Selic com rendimento real negativo, combinada a um risco fiscal de grandes proporções, levará os detentores de dívida pública a preferirem aplicações em dólar e ativos reais. Esse risco cambial é a costumeira ameaça referente à sustentabilidade da dívida pública.
Há uma eloquente abertura comercial unilateral que pega a contramão do que o resto do mundo vem fazendo para se proteger na crise. O governo quer, por exemplo, manter sua agenda de privatizações e esvaziar seu principal banco, o BNDES, ferramenta indispensável para a recuperação econômica, como ocorreu em crises anteriores. O que o senhor acha dessa manobra da equipe econômica? A quem, afinal, ela favorece?
O ministro da Economia é um ex-banqueiro de negócios. Pretende, em seu mandato, favorecer bons negócios aos seus ex-parceiros com a privatização de tudo possível do patrimônio público. Centralizou toda a área econômica sob ele com esse propósito.
Ele se guia por um excesso de ideologia, cuja finalidade é deixar o Estado mínimo. O atual presidente do BNDES, nomeado na base do favoritismo ou familismo, coloca o Banco inerte. Com sua inação atua contra os reais interesses da Nação.
O Planalto, via Banco Central, liberou R$ 1,2 trilhão aos bancos para salvar a economia na crise sanitária. A redução do compulsório dos bancos, por sua vez, não gerou crédito para os cidadãos nem para as empresas. Qual sua leitura desse desdobramento?
O crédito é dirigido pela demanda – e não pelo ofertante. Quando há demanda, este tem de fazer avaliação de risco do cliente, porque ele lastreia os empréstimos com recursos de terceiros – seus clientes – e não os pode perder, sob pena de bancarrota, imposta pela supervisão bancária do Banco Central do Brasil.
Quem procura crédito está sob risco de ter contas a pagar sem ter contas a receber. Os bancos evitam a seleção adversa e o risco moral dos clientes. Por isso, racionam o crédito.
Há muitas queixas de especialistas, executivos e empresários, sobretudo os pequenos e médios, de que os bancos públicos estão muito retra��dos na operação de socorro ao mercado e ao país. Há também a queixa, e isso é notório, de que o dinheiro está demorando muito para chegar à ponta, e já estamos há cinco meses vivenciando a crise. O BNDES até agora não investiu nem 30% do que poderia para combater a crise. Os outros bancos públicos, como Caixa e BB, reforçam os analistas, também estão subutilizados na crise. Como o senhor avalia esse posicionamento do governo em relação a estes bancos públicos que, historicamente, sempre foram decisivos no combate a crises passadas justamente por oferecerem créditos de longo prazo, especialmente o BNDES?
O governo cortou a expectativa de ajuda financeira às empresas não-financeiras, por meio do BNDES, sob o argumento de os bancos privados e o mercado de capitais já terem resolvido grande parte dos problemas. A fonte da equipe econômica diz: “as grandes companhias tiveram acesso a crédito com soluções privadas”. Revela, mais uma vez, sua inapetência ideológica para agir, dada sua incompetência técnica.
“O mal vem para o bem” se esses empresários reverem seu apoio ao neoliberalismo, aliado ao autoritarismo militar. Quando surge uma crise sistêmica percebem a necessidade de atuação anticíclica dos bancos públicos federais.
Como o senhor avalia o Brasil no contexto da economia mundial antes e durante a pandemia e como deverá se posicionar o país no cenário internacional quando efetivamente ela cessar? A crise tem ou não data para acabar?
Obviamente, a crise não tem data para acabar, porque não se tem data para implementar uma vacinação da população mundial. Sem isso, as cadeias produtivas globais continuarão interrompidas, assim como as viagens internacionais. Espera-se a derrota do Trump, em sua tentativa de reeleição, para o mundo sair de uma unilateral “guerra comercial” – e, portanto, não entrar na Era da Desglobalização.
“Não importa a cor do gato, importante é ele caçar rato”. Esta sabedoria oriental é atribuída a pronunciamento de Deng Xiao-Ping, o líder reformista da China.
Importa saber se o regime econômico chinês é Capitalismo de Estado ou Socialismo de Mercado? O importante é ter obtido o maior crescimento no mundo, nas últimas três décadas, oferecer empregos, baratear os bens industriais, e expandir a demanda agregada mundial.
Como resultado da maior demanda da China, sua participação na pauta de exportações brasileira atingiu 34% no primeiro semestre de 2020. A política externa deveria se pautar por esse critério pragmático – e não a hostilizar ideologicamente.
Teremos condições de receber investimentos estrangeiros? O investidor estrangeiro acredita em nossa economia? Até que ponto a política ambiental tocada pelo governo compromete a atração de recursos externos?
Após 2022, caso o populismo de extrema-direita não for reeleito, e se voltar um governo social-desenvolvimentista, ambientalista, em defesa das minorias, inclusive indígenas, a confiança dos investidores estrangeiros voltará a investir no País. Dependerá também da retomada do crescimento econômico com melhor distribuição da renda e da riqueza, para ampliar o mercado interno.
Com a política econômica e social correta, o Brasil terá condições de oferecer o quinto maior mercado interno para o resto do mundo investir. Será atraente para investimento direto estrangeiro.
Há quem afirme que ao insistir na reforma trabalhista o governo estaria conduzindo o trabalhador formal à mesma equivalência do informal. O senhor concorda com essa projeção?
A nova geração de trabalhadores com Ensino Superior já está sendo “pejotizada” sem direitos trabalhistas. Terá de obter Educação Financeira e sobra de renda para conseguir acumulação de capital financeiro para sua aposentadoria com o mesmo padrão de vida.
A piora das condições de vida laboral provoca, inclusive, “fuga de cérebros” do país. A reforma trabalhista e da Previdência Social foi crime lesa-patria, cometido pelos golpistas contra os direitos dos trabalhadores.
A crise provocada pelo coronavírus deixará como herança um elevado contingente de trabalhadores desempregados e empresas quebradas, o que vai minar a força do setor privado para ajudar na recuperação do país. É aí em que o estado, em tese, deveria entrar em cena. Mas isso não está acontecendo como deveria. O senhor acredita que a postura do governo mudará? Até que ponto se deve acreditar em uma recuperação em V, como defende o ministro Paulo Guedes?
Já disse: falar em V, U, W ou WM, são respostas de economistas simplesmente porque foram perguntados, não por saberem a resposta…
A postura do governo mudará, após 2022, quando for eleito um bom candidato presidencial. Quanto ao Guedes, é um embuste, ou seja, uma pessoa insuportável, chata, com comportamento arrogante, público e notório, de modo entediante e insuportável. Nunca enganou seus colegas economistas mais inteligentes.
Como a revista é dirigida ao mercado de seguros, como o senhor avalia este setor no atual contexto de crise? Ele pode ser útil de que forma para ajudar a blindar a economia e, sobretudo, a população?
Em período quando o cálculo de probabilidade quanto a possíveis sinistros se tornou tão difícil, seja seguro de vida (e saúde), seja seguro contra calamidades naturais, tudo se tornou um imenso desafio para o setor de seguros. A população terá de retomar a confiança de o seguro valer perante calamidades públicas ou “acidentes naturais”.
Publicada originalmente em:
Edição #257
Entrevista à Revista Apólice n. 257 publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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A tal “terceira via” é uma mistura de socialismo com corporativismo
Inevitavelmente, a cada quatro anos, sempre ressurge a ideia da "terceira via". E o fenômeno é global.
Políticos ao redor do mundo, praticamente sem exceção, vivem parolando sobre as supostas glórias da "terceira via", isto é, a adoção de um modelo econômico que não seja nem capitalismo nem socialismo, mas sim uma mistura daquilo que "ambos os sistemas têm de melhor".
A moda é antiga, mas ganhou especial vigor na década de 1990 nos EUA, na Grã-Bretanha e na Alemanha, com as respectivas eleições de Bill Clinton, Tony Blair e Gerhard Schröder. Desde então, a defesa de tal sistema só se revigora a cada ano, não obstante seus retumbantes fracassos.
O principal objetivo da terceira via é tentar combinar a eficiência econômica do capitalismo com a "justiça social" do socialismo — o que significa, na prática, a imposição de maiores impostos, mais assistencialismo, mais privilégios e mais regulamentações.
Para os adeptos da terceira via, "tradições burguesas" como propriedade privada e economia de mercado são toleradas, mas a economia tem de ser rigidamente regulada e tributada. Cabe aos burocratas do governo intervir no mercado para redistribuir a riqueza criada pelos produtivos e para manter a economia funcionando de acordo com seus desígnios.
Políticas redistributivistas — que envolvem também subsídios para os empresários amigos do regime — são inegociáveis. Uma fatia da renda dos indivíduos realmente produtivos da sociedade deve ser confiscada e redistribuída para os não-produtivos e para os privilegiados com laços governamentais. Grandes empresários se tornam submissos aos interesses do regime e, em troca, são beneficiados por subsídios e políticas industriais, bem como protegidos por tarifas protecionistas.
Em suma, a terceira via é apenas um nome mais pomposo e populista para a manutenção do status quo.
Só funciona, e limitadamente, em economias que já enriqueceram
Ludwig von Mises, ainda em 1921, já havia acabado com essa noção de que você pode combinar o "melhor" do socialismo e do capitalismo. Não existe isso de "o melhor" do socialismo, escreveu ele, pois mesmo a menor quantidade de socialismo distorce o funcionamento de uma sociedade livre.
E, de fato, nem é preciso fazer aqui uma explicação mais elaborada desta tese para que se entenda por que tal afirmação é verdadeira. Todas as coisas que nos enfurecem em nosso dia a dia — utilizar os Correios, encontrar boas escolas públicas, trafegar nas ruas estatais congestionadas, ir ao DETRAN, utilizar a saúde pública, a ausência de saneamento básico, ir a uma repartição qualquer — são, em sua totalidade, operações governamentais.
Já os setores da economia que estão, de um modo geral, livres de amarras governamentais — a indústria tecnológica, o comércio via internet, os serviços de aplicativos e o setor de serviços (aqueles que não são pesadamente regulamentados pelo governo) — funcionam como deveriam.
Economias de mercado prósperas e capitalizadas conseguem aguentar o fardo imposto pelas políticas da "terceira via" com bem mais vigor do que as economias menos desenvolvidas. Por exemplo, a "terceira via" adotada pelas antigas repúblicas socialistas do Leste Europeu destruiu uma década de tentativas de reforma após 1989. E, ainda hoje, a pesada regulação estatal continua aprisionando enormes segmentos da população da América Latina, da África e do Oriente Médio na pobreza.
Criador e criatura
Amartya Sen, que ganhou o Prêmio Nobel de economia em 1998, é considerado o guru do pensamento da "terceira via". Diz-se que ele colocou uma "face mais humana" na ciência econômica ao introduzir uma "dimensão ética" e uma "preocupação com os pobres" em seus ensaios.
Entretanto, a verdade é que essa "ética" e essa "preocupação" nada têm a ver com o quanto ele pessoalmente contribui para causas caritativas. Tais termos são simplesmente códigos para sinalizar que ele defende a medicina socializada, o agigantamento do assistencialismo e um grande papel do governo em planejar a economia.
A realidade é que todos nós devemos ficar muito atentos a propostas de "uma face mais humana" para a economia. Por algum motivo, essa face invariavelmente se traduz na munheca cerrada do estado. É por isso que Sen escreveu que a prosperidade das nações ocidentais "não é o resultado de nenhuma garantia fornecida pelo mercado ou pela busca por lucros, mas sim devido à seguridade social que o estado ofertou". Ou seja, segundo Sen, o mundo é próspero porque o estado tributou a riqueza criada.
Interessante também é constatar que os soviéticos nunca foram capazes de gerar prosperidade por meio de sua ampla rede de proteção social.
Ao ler toda a literatura defensora da "terceira via", a impressão que se tem é a de que o estado, além de ser um grande indutor da criação de riqueza, é também formado por funcionários amorosos, cuidadosos e oniscientes, sempre em prontidão para confortar os angustiados e fornecer seguridade para os marginalizados.
Obviamente, nenhum estado com essas características jamais existiu e jamais irá existir, por uma única razão: a característica única e inconfundível do estado é o seu uso da coerção, da ameaça e da violência, e não a sua oferta de amor. O estado não possui recursos próprios; tudo o que ele adquire é por meio da agressão contra as pessoas e suas respectivas propriedades.
As regulamentações estatais são violentas, pois impedem — ao imporem condições sob pena de processo — que indivíduos façam contratos voluntários entre si e restringem a liberdade de empreendimento em vários setores da economia. Os subsídios, na forma de dinheiro dado diretamente a determinados grupos de interesse, são violentos, pois transferem riqueza de um grupo para outro sem a permissão daqueles. A inflação monetária é uma forma sutil e insidiosa de roubo, pois subtrai poder de compra do dinheiro que o estado nos obriga a utilizar. E nada falarei aqui sobre os impostos para não ferir a decência.
Instabilidade e falta de lógica
Mises argumentava que a "terceira via" é instável porque as intervenções criam efeitos nocivos e imprevistos, os quais acabam clamando por mais intervenções apenas para serem corrigidos [no Brasil, essa constatação de Mises é explícita]. O resultado é uma inexorável marcha rumo à economia planejada, a menos que alguns passos definitivos sejam dados com o intuito de retroceder o agigantamento do estado.
Uma maneira de contornar esse problema, obviamente, é simplesmente assegurar aos cidadãos que os efeitos ruins do intervencionismo (por exemplo, um menor nível de investimentos) são compensados pelos supostos bons efeitos (toda uma classe de pessoas aliviadas do fardo de ter de trabalhar, por exemplo).
Porém, como podem os "custos sociais" e os "benefícios sociais" de várias políticas serem comparados uns aos outros? Se seguirmos a lógica ensinada pela Escola Austríaca de economia, isso é impossível. O valor de algo é subjetivo; é o produto de cada mente humana individual. Os planejadores sociais não têm acesso a essa informação subjetiva simplesmente porque algo tão pessoal como 'valores' não pode ser colocado em equações e sofrer manipulações. É impossível existir algo como "custo social" ou "bem-estar social" em um sentido matemático; tais coisas simplesmente não podem ser computadas.
Adicionar e subtrair valores individuais, e com isso criar um índice de bem-estar geral, é uma impossibilidade — se levarmos a lógica a sério. Porém, no mundo de Amartya Sen, não se pode deixar que a lógica interfira na "face humana". Em suas teorias sobre custo social, ele defende a ideia de que as "utilidades interpessoais" podem ser comparadas. Afinal, se é para termos um estado amoroso e caridoso, temos então de ter alguns meios para compreender a vontade do povo.
Sen é mais desavergonhado e direto que a maioria de seus colegas, porém é fato que o vício de quase toda a ciência econômica moderna é essa presunção de que os economistas sabem melhor do que as próprias pessoas o que é bom para elas próprias e para toda a sociedade. Entretanto, se realmente quisermos que a vontade do povo prevaleça, nenhum sistema tem chances de gerar um resultado melhor do que a economia de mercado.
Em um livre mercado, toda a produção, trabalho e consumo refletem as escolhas voluntárias de indivíduos que querem melhorar sua situação de vida. Em uma sociedade puramente voluntária, ninguém é forçado a fazer nada que seja contrário a seus objetivos finais individuais, desde que estes sejam buscados de forma pacífica.
Entender genuinamente esse ponto seria, aí sim, começar a pôr uma autêntica face humana na ciência econômica. É o estado quem trata as pessoas como sendo menos do que humanas, como meros objetos a serem manipulados de acordo com a visão que terceiros têm sobre como a sociedade deve funcionar.
Conclusão
A terceira via, quando destituída de toda a sua retórica, nada mais é do que um sistema de concentração de poder e de redistribuição de riqueza, o qual supostamente fará com todas as pessoas produtivas continuem trabalhando duro para bancar todo este arranjo, não obstante o confisco cada vez maior de sua riqueza.
A verdadeira dinâmica da "terceira via" não é o préstimo ou a compaixão: trata-se, ao contrário, da batalha cruel e selvagem pelo controle das alavancas do poder e, consequentemente, de toda a riqueza propiciada por esse poder.
Não é nenhuma coincidência que, tão logo os políticos de qualquer ideologia chegam ao poder, a primeira coisa que eles fazem é falar que são favoráveis à terceira via.
Lew Rockwell
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Eis que eu acordo hoje com súbita vontade de acessar o mises.org.br junto com assistir o Ulrich
E eis que o Ulrich, que eu sigo, (economista da escola austríaca que eu não sigo) está nas headlines.
Gente. Lembrem das teorias furadas do Droid Ken.
Eu já disse antes e continuo dizendo: dinheiro que nasce na árvore acaba sempre sendo pago por alguém (o povo escravizado através da inflação). É dinheiro amaldiçoado por Deus. Isso é metafísica cristã da política monetária dos falidos estados modernos (como USA).
Obrigada Escola Austríaca, que eu não subscrevo, por serem pensadores sãos e não praticarem completos absurdos intelectuais.
Eu sempre me digo isso: talvez eu não seja sempre genial,mas se eu for sensata, já alcancei uma grande coisa.
Estes austríacos de que discordo tendem a ser sensatos na maior parte das vezes.
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Meu #filho @rcmanso , proferindo palestra acerca da Teoria Monetária Moderna, na @ufaloficial #ufal . Os jovens têm uma visão humanista e de resultados para a nossa economia. Incrível como nós, os mais velhos, não conseguimos visualizar tantas formas de crescimento econômico. #brasil #economia #economiabrasileira #richardmanso (em Universidade Federal de Alagoas - UFAL) https://www.instagram.com/p/B3ephiuhXMI/?igshid=13llrssiw47v8
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Em tempos de "moderna teoria monetária" e de retorno de um certo neoliberalismo arqueomonetarista, a @editoratresestrelas acertou na mosca com a publicação deste paralelepípedo escrito em prosa simples e direta pelo antropólogo e anarquista estadunidense David Graeber. São 702 páginas muito bem argumentadas que, se não trazem propriamente nenhuma novidade radical no campo da antropologia, serão muito úteis no campo do direito e da economia: trata-se de um longo "passeio" pela história da humanidade, vista.pela ótica da reciprocidade, da dádiva, do favor, do compromisso, da honra e da dívida. É, portanto, um passeio histórico de fôlego pelos fundamentos morais e éticos destas duas disciplinas -- com os ônus e bônus mais óbvios de uma obra tão generalista. Leitura recomendada para quem acredita no quá-quá-quá paleoliberal de Paulo Guedes e quejandos, ou para os neodesenvolvimentistas que o criticam achando-se o supra-sumo do método histórico-dedutivo. (Na verdade o livro é recomendado a qualquer pessoa interessada nos temas descritos, mas não resisti.) https://www.instagram.com/p/B2P9qmZnaVE/?igshid=1tohoubkfu3u2
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Tudo o que você queria saber sobre a Teoria Monetária Moderna
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MMT
Do economista David Deccache
Nos últimos dias, explicita ou implicitamente, vários economistas, da ortodoxia à heterodoxia, passaram a assumir os pontos mais óbvios da Teoria Monetária Moderna.
No fim do ano passado, André Lara Resende já havia aceitado a fragilidade da teoria econômica ortodoxa frente ao poder explicativo da MMT. É bom destacar que ele foi um estudioso da teoria ortodoxa…
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Como destruir uma economia (com um toque de crueldade)
Como destruir uma economia (com um toque de crueldade)
LINK SECRETO: http://bit.ly/UsLeRcIrCeHto
Esta é a receita infalível para destruir uma economia: teoria monetária moderna.
Links usados/citados no vídeo:
– Entrevista no jornal Valor: valor.globo.com/eu-e/noticia/2019/11/22/proponente-da-teoria-moderna-da-moeda-vem-ao-brasil-para-debate.ghtml
——– me acompanhe em outras redes ——————-
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CR10 - Piada Pronta - Privatizações e Teoria Monetária Moderna
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