#Opinião: Falar com os candidatos a Presidente da Câmara – Através da imagem ou presencial
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osanecif · 8 years ago
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Opinião: Falar com os candidatos a Presidente da Câmara – Através da imagem ou presencial
Norberto Canha
Recomendou-se num dos últimos artigos que o Presidente da Câmara devia percorrer os arredores em transporte público para ouvir, ver, observar, interrogar e pensar. Sucede que um dos candidatos – por sinal, pessoa de craveira intelectual, até porque terminou recentemente as funções de Bastonário da Ordem dos Médicos – encontrámo-nos na apresentação do livro Coimbra Centro, estudo efectuado pela Gulbenkian e por sugestão e incitamento do Professor Canotilho. Cumprimenta-me de fugida e a sorrir disse-me: “Já passei a andar a pé pela rua e a falar com as pessoas”. Quanto ao outro candidato – igualmente pessoa de referência, até porque já exerceu múltiplas funções, como deputado e Presidente da Câmara de Miranda do Corvo, onde desenvolveu uma acção assistencial notável – encontrámo-nos por imagem, ao ver um grande cartaz, virado para a Praça da República, colocado à frente do Jardim da Sereia, em que ele, nesse cartaz se apresenta sorridente, rodeado por uma juventude alegre, onde não se vê uma pessoa de meia idade ou velho; querendo significar uma de duas coisas ou ambas: que conta com a juventude para ser eleito, mas acredite, sem o apoio da juventude de todas as idades, nunca conseguirá sê-lo.
Estado actual de Coimbra Coimbra está em agonia em todos os seus aspectos. Se têm utilizado os transportes públicos que irradiam para fora da cidade, teriam tido tempo de ouvir os queixumes de quem sofre, a dificuldade dos velhos para se deslocarem, e a irreverência da juventude, que embora venha a ser licenciada, mal sabe o que a espera… Teria verificado que não se vê uma ave, raras são as hortas e muito raros os animais. São mais os cães e os gatos que se vêem nas povoações do que cabras, ovelhas, vacas ou até galináceos… As hortas estão invadidas pelas ervas. As laranjas caídas sem ninguém as apanhar. Os licenciados saem aos milhares todos os anos das universidades e institutos, mas não há um mecânico, um electricista, um carpinteiro, um torneiro,… Encontrei uma senhora minha amiga na paragem do transporte público e disse-me que está a reparar uma casa e que um carpinteiro lhe pediu 170 euros por hora. É que não há carpinteiros… Em dez horas de trabalho cobrava o vencimento que recebe um licenciado. Senhores candidatos, embora sejam pessoas inteligentes e informadas, têm que arranjar um grupo de conselheiros, cujos conhecimentos não sejam teóricos, de todas as classes profissionais; e não se devem limitar a entrar e sair do gabinete e receber só quem lhes convém, mas ser os primeiros a levantar-se, percorrerem a cidade para ver o que se passa, o que há a fazer, para não estarem apenas presentes em acontecimentos públicos para serem fotografados e saírem nos jornais. Ponho-vos uma questão, donde a necessidade dos conselheiros: Suponha que há uma calamidade física, química ou biológica, desencadeada pelo homem ou pela natureza. Pelo Homem, uma guerra ou aumentarem as dívidas, diminuírem as receitas, já não haver que vender. Como nos alimentar? Passamos a ser um castelo cercado, a sujeitarmo-nos aos caprichos de quem nos cerca, dado que se importa 85% do que consumimos, não há emprego. Os nossos herdeiros, se são um valor acrescentado, partem para países estrangeiros, fora da União Europeia. Assim, a agricultura e a electricidade são as primeiras prioridades. Criei a melhor agricultura do meu conselho, Alfândega da Fé. Digo, para exemplificar, que tinha 165 colmeias. As abelhas morreram com varroa. A última colheita foi de 1200 kg de mel. Ainda hoje o como e sabe tão bem!… Não deveria ser o Estado a pagar o prejuízo e a indemnização? Não se vê hoje uma abelha a fecundar uma flor!… Para ilustrar este artigo conto a seguinte história. O meu amigo Sigur Kheim, norueguês de nascimento, pergunta-me: “Sabe o que é que a minha família comeu só durante a Segunda Guerra Mundial?”. Respondo peixe, dado o mar e os fiordes. Resposta pronta: “Só batatas, porque tivemos a sorte de ter um quintal, passámos a fazer as necessidades no quintal, e sobre cada montículo plantámos uma batata.” Hoje, as necessidades vão poluir os rios e os oceanos e são a seiva da terra. Para elucidação, um metro quadrado de terra pode dar 12kg de batatas, se bem estrumada e regada.
Opinião: Falar com os candidatos a Presidente da Câmara – Através da imagem ou presencial
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