Tumgik
#Opinião – Ao João Ataíde!
anotacoestricolores · 5 years
Text
A briga entre Nobre e Aidar
Tumblr media
Reprodução Lance!.
Hoje faz cinco anos que uma decisão do atacante Alan Kardec fez os então presidentes de Palmeiras e São Paulo, respectivamente Paulo Nobre e Carlos Miguel Aidar, começar uma rusga cujo nível foi bem abaixo do esperado para dirigentes de dois dos maiores clubes paulistas e brasileiros. Tudo começou quando o pai de Kardec, que o representava nas negociações com o Palmeiras, comunicou ao clube que não aceitaria a oferta para ser contratado em definitivo após o empréstimo de um ano.
A negociação já vinha se arrastando havia alguns meses, mesmo com o interesse de outros clubes sendo divulgado pela imprensa. Segundo o pai de Kardec, os números que os dois lados ofereciam eram bastante próximos, mas demorou-se para chegar a um acordo. Quando finalmente este acordo foi alcançado, com o diretor executivo José Carlos Brunoro e o gerente de Futebol Omar Feitosa, eles foram consultar Nobre, que recusou o valor, preferindo uma oferta de cinco mil reais a menos por mês (o que correspondia a 2,3% do salário). “Parece que queria pisar, humilhar, brincar… chateou muito.”
O São Paulo tinha acabado de eleger Carlos Miguel Aidar como presidente, e ele quis contratar um dos principais jogadores do rival como “cartão de visitas” da nova gestão. O novo homem forte do futebol são-paulino, Ataíde Gil Guerreiro, então, deu início às negociações com os representantes de Kardec, e um acordo foi alcançado em poucos dias. (João Paulo de Jesus Lopes, ex-vice-presidente de Futebol do São Paulo, também explicou ao Lance! que nenhuma conversa com Kardec tinha sido iniciada em sua gestão.) Segundo ele, foi o novo VP, Ataíde Gil Guerreiro, que começou com as negociações. Quando o acordo com o São Paulo estava quase acertado, o pai de Kardec procurou o Palmeiras e avisou que não fecharia mais com o clube.
A oferta são-paulina era absolutamente legal do ponto de vista jurídico, pois a legislação em vigor previa que qualquer jogador estava livre para negociar com qualquer clube a partir de seis meses antes do fim do contrato — o de Kardec iria vencer em junho. Apesar disso, quando ficou sabendo das negociações com o São Paulo, Nobre ficou possesso e deu uma entrevista coletiva, em 28 de abril de 2014, falando de um suposto comportamento “sorrateiro” e “antiético” do rival, a despeito do que dizia a legislação.
Pior ainda: o presidente palmeirense acusou, com todas as letras, o São Paulo de ter “tentado roubar” o estádio do então Palestra Itália em 1942, uma história que nunca foi comprovada — na minha opinião, após extensa pesquisa, a história não procede. Nas palavras de Nobre: “Desde os anos 40, quando tentaram roubar o Palestra do Palmeiras, quando influenciaram para mudar o nome do clube de Palestra pra Palmeiras, a relação é muito ruim. A relação é péssima desde os anos 1940 e com certeza com essa administração que entrou não vai ser diferente.” (Isso sem falar na relação entre as diretorias, que sempre foi amistosa. Exemplo.)
No dia seguinte à entrevista de Nobre, Aidar achou por bem dar uma resposta, em outra coletiva. Com um cacho de banana (!), em alusão a uma prática de racismo contra Daniel Alves, na Espanha, que tinha ocorrido naquela semana, ele comentou as declarações do dirigente rival. Em vez de rebater as acusações infundadas sobre 1942 e ignorar a polêmica com Kardec — afinal, o São Paulo não fizera nada de errado —, ele preferiu jogar combustível na discussão.
Várias das respostas de Aidar soaram arrogantes demais. Na pior delas, ele soltou: “A manifestação do presidente Paulo Nobre chega a ser patética, se assemelha com o tamanho do clube ultimamente.” Mas ele não parou por aí. Embalado por uma declaração na semana anterior, em que descrevia Kaká como “alfabetizado”, com “todos os dentes na boca”, “bonito” e que “fala bem”, o dirigente são-paulino ainda prosseguiu: “Perder o atleta para um concorrente estremece relação? Se isso acontecer, mostra de novo a pequenês da atitude deles.” E fechou com chave de ouro lata, quando um repórter lhe perguntou se ele também tentaria as contratações de Fernando Prass e Wesley, também do Palmeiras: “Não sei, mas é uma boa ideia pensar nisso.”
Se Nobre já estava possesso antes, agora devia estar espumando pela boca. No mesmo dia, soltou um comunicado em que dizia: “Venho a público lamentar e repudiar a postura arrogante do presidente do São Paulo. […] Esquece o infeliz dirigente que, no passado, para não fechar as portas, seu time já foi ajudado financeiramente por várias torcidas, inclusive a nossa.” Sim, além de ter citado o episódio sem comprovação de 1942, ele ainda usou a distorção de um torneio amistoso promovido pelo São Paulo em 1938 (que ficaria, décadas depois, conhecido como “Jogo das Barricas”, apesar de não ser um jogo, não ter tido contribuição obrigatória das torcidas adversárias e de nem sequer haver registro das tais barricas), como se fosse um torcedor desinformado qualquer.
Na mesma nota, Nobre anunciou que estava rompendo “qualquer relação política com o São Paulo enquanto o senhor Aidar [estivesse] à frente da entidade”. O dirigente alviverde convenientemente esqueceu os casos das contratações de Antônio Carlos e Cafu pelo Palmeiras, nos anos 1990, estas, sim, de maneira “sorrateira” e “antiética”, mas não se esqueceu do rompimento de relações com Aidar.
Tumblr media
Reprodução O Estado de S. Paulo.
Menos de dois meses depois da troca de farpas pública com Aidar, os dois dirigentes encontraram-se em uma reunião política, e Nobre recusou-se a cumprimentar seu desafeto. Ele manteve essa postura não só até o fim de seu mandato, mas segue com provocações até hoje, como fez após a vitória palmeirense no Choque-Rei válido pela primeira fase do Campeonato Paulista, no mês passado: o ex-presidente gravou um vídeo em que provocava Aidar. “Quando o Carlos Eduardo fez aquele golaço”, provocou Nobre, “me fez lembrar daquele infeliz dando uma entrevista em 2014, falando do tamanho do Palmeiras e comendo banana. Pois é… o mundo é redondo.” A frase seguinte é uma daquelas descidas de nível desnecessárias a quem já ocupou um cargo tão importante em um clube tão importante.
Desta vez, Aidar fez o que deveria ter feito em 2014 e avisou, em uma rápida entrevista à ESPN, que não iria comentar o assunto, porque estava “fora do ar”: “Desde quando saí do São Paulo, me determinei a não falar.” A postura é um pouco diferente da que teve enquanto ainda estava no comando do São Paulo. Ele até passou a se abster de provocar Nobre diretamente, mas não se conteve totalmente e contratou o volante Wesley ao fim do contrato deste com o Palmeiras, numa provocação tão clara quanto inútil para o São Paulo: em dois anos e meio no Morumbi, o atleta, que já era questionado no Parque Antarctica, entrou em campo 83 vezes, sendo apenas cinquenta como titular, marcando dois gols.
Tumblr media
Foto: Eduardo Viana/Lance!.
Kardec teve uma passagem mais produtiva pelo São Paulo, mas passou longe de ser um jogador por quem uma briga como esta valesse a pena, ainda mais no nível com que os dois presidentes conduziram a discussão. Ao longo de 99 jogos pelo Tricolor em pouco mais de dois anos, Kardec marcou 25 gols, mas sofreu com contusões, especialmente em 2015, quando ficou limitado a 28 partidas, um total menor do que os jogos que ele disputou com a camisa são-paulina nas metades de 2014 e de 2016 que passou no Morumbi.
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião – Ao João Ataíde!
As palavras já foram todas escritas e faladas. Escrevo este texto somente para prestar uma homenagem simples ao João Ataíde. Conheci-o pessoalmente em 2009 quando ele foi eleito Presidente da Câmara da Figueira da Foz. Ele tinha um pouco mais de 10 anos do que eu que, na altura, era um dos mais jovens autarcas do País. Ele era Juíz de profissão, com uma carreira ascendente e respeitável. Sempre afável. Com ele , paradoxal e aparentemente , não havia ansiedades, apesar do exercício da política quando levado a sério ser muito exigente. Participávamos pontualmente nas reuniões do Conselho Diretivo da Associação de Municípios , onde sempre lhe admirei a calma e a forma apaziguadora de equilibrar debates.
Um dia , no Luxemburgo, no âmbito da participação de uma reunião do Comité das Regiões, chegámos ao hotel , depois da viagem de Portugal , tarde de mais para jantar. Conseguimos presunto , queijo e pão. Ficámos ali quase uma hora e o João dominou a conversa. Falou da família , de Coimbra, dos irmãos e nas ambições para a “sua” Figueira da Foz. Discutimos desenvolvimento turístico, património, reabilitação urbana, num ensaio para a reunião do dia seguinte, e houve uma empatia natural. Ficámos próximos.
Falaríamos nos quatro anos seguintes, muitas vezes , sobre projetos , sobre a Figueira , sobre Penela, sobre Coimbra e sobre a Região, partidos políticos à parte porque tínhamos sido eleitos por forças políticas diferentes.
Outro momento que recordo com saudade foi quando falei com o João Ataíde, sobre a rede de castelos e muralhas da linha de defesa do Mondego, que precisava de três cidades para ver a luz do dia. A Figueira da Foz aderiu ao projeto também por causa do optimismo com que o seu Presidente sempre emprestou a todas as causas. Veio a Penela , reunimos e lembro-me de me dizer que deveria ser difícil governar um município pequeno.
Tínhamos muito respeito um pelo outro. O João era uma pessoa educadíssima que estava na vida com alegria. Que gostava de viver a vida. Quando saí do governo, em 2013, telefonou e gritou comigo. Foi a única vez que o ouvi alterado. Não concordava com a minha decisão e achava que o que eu tinha feito “não tinha ponta por onde alguém pegasse”. Mas, teve. Mais tarde, deu-me razão e quando , finalmente em 2017, o caso teve o desfecho final a meu favor, telefonou a lamentar o tempo que tinha passado, mas a relembrar que ele tinha tido razão quando se alterou comigo.
O João era amigo do seu amigo, como gostamos de dizer. Vamos ter saudades dele. Com este texto simples, gostaria de poder apagar alguma da dor dos seus familiares e amigos mais próximos, mas é impossível. Só o tempo ajudará.
O João gostava de falar sobre o sentido do tempo e da vida. Era um Homem culto e com sentido de humor. Era uma pessoa especial que tinha o dom de retirar pressão de situações difíceis.
A sua seriedade e competência vão fazer-nos falta. Até sempre, João. E desculpa, por não termos falado nos últimos tempos. Como dizias às vezes, esta vida toma conta de nós e faz-nos esquecer o que é verdadeiramente importante.
  Paulo Júlio escreve ao sábado, quinzenalmente
Opinião – Ao João Ataíde!
0 notes
osanecif · 4 years
Text
Opinião: Contemplar o rio
O que propõe para levar gente à praça da Europa?
Na minha coluna opinião da semana passada, falei em aproximar a Baixa do rio. Acredito que essa estratégia terá que indubitavelmente passar pela Praça Europa.
A Praça Europa é a versão figueirense da tradicional praça do município que encontramos um pouco por todo o país. Em tempos aquele foi um ponto nevrálgico das atividades promovidas pelo município para os cidadãos do concelho, onde se destacava a Feira das Freguesias.
Desde 2013 que essa singular importância foi praticamente posta de lado. Ano de inauguração da Praça João Ataíde, que desde então se assume como o lugar ideal para grandes eventos de mobilização popular.
Dada esta realidade, é necessário encontrar uma solução que mitigue a falta de utilidade que aquela privilegiada praça vive nos dias de hoje. Na minha opinião o Rio assume-se como o caminho de futuro daquele espaço. A cidade da Figueira da Foz vive praticamente alheia às virtudes doo Rio.
Excluindo a rampa de acesso da Marina e a praia do Forte, que têm utilidades bem explícitas, o Rio só pode ser usufruído de forma tranquila junto às instalações do Ginásio Clube Figueirense na Fontela, não havendo na cidade qualquer infraestrutura de relevo no principal canal do Rio. É por demais premente resolver este problema, sendo envolvências da Praça Europa o lugar por onde deveremos começar.
Tomemos a reabilitação da Ribeira das Naus em Lisboa como exemplo, um espaço que no passado possuía margens bastante similares aquelas que encontramos no nosso Rio. Hoje, impõem-se como um espaço de contemplação e usufruto do Rio Tejo, com um aspeto limpo e coberto por um extenso relvado.
Também nas proximidades se encontra um marco Lisboeta que podia ser adaptado à nossa realidade, o Cais das Colunas, crendo eu que se enquadraria perfeitamente, como forma de celebrar o Rio e a importância singular que aquela “estrada” de água do século XIX teve para o desenvolvimento da nossa cidade. Para mim, a Praça Europa deve-se reabilitar com o rio em mente, preservando o Relógio de Sol e oferecendo aos cidadãos do concelho da Figueira da Foz um novo espaço de lazer.
Opinião: Contemplar o rio
0 notes
osanecif · 4 years
Text
Opinião – Relembrar o passado
Que solução propõe para o Paço de Maiorca?
A freguesia de Maiorca é um dos locais que historicamente, se diferencia das outras regiões do concelho. O facto de possuir um palácio e um paço na zona histórica da vila é suficientemente distinto, para não ser possível encontrar semelhante em mais nenhuma zona do concelho. Maiorca possui uma história singular: foi sede de concelho até 1853 e a ligação ao Baixo Mondego é parte integrante da sua identidade coletiva e é neste ponto que eu considero que se deva fazer um pouco mais. Do meu ponto de vista, o Paço de Maiorca poderia ser aproveitado para criação de um centro interpretativo do Baixo Mondego. Uma região com uma história milenar e que tem sido palco permanente da luta do ser humano para controlar as forças da natureza. Aliás, uma obra que ainda este ano foi desafiada novamente pelas intempéries. Seria, sem dúvida, interessante ter um espaço de aprendizagem no nosso concelho para preservar aquilo que foi o quotidiano das populações do Baixo Mondego. A situação a que o Paço de Maiorca chegou é resultado de políticas superficiais, feitas em cima do joelho ( 15 dias antes das eleições autárquicas de 2009 ) e que não tinham em conta os interesses financeiros da autarquia a longo prazo. A PPP desastrosa que foi feita para a reabilitação daquele espaço, vai exatamente de encontro ao estereótipo que a esquerda portuguesa costuma apontar a estas opções: os lucros ficam para os privados e as perdas para o Estado. Situação que seria impossível de suportar a curto prazo para um Município que se tinha contraído recentemente um empréstimo de 30 milhões de euros para fazer face a dívidas superiores a 60 milhões de euros. Infelizmente, este passo maior que a perna levou a que a Câmara fosse condenada a ressarcir os privados com um valor avultado. Considero que o primeiro executivo de João Ataíde tomou a decisão certa, uma vez que seria praticamente impossível fazer face às obrigações financeiras da Câmara, e em paralelo suportar as perdas de uma exploração privada, com a agravante de estarmos a viver uma crise económica e social bastante desafiadora.
Opinião – Relembrar o passado
0 notes
osanecif · 4 years
Text
Opinião: Passado, presente, futuro
O Paço dos Viscondes de Maiorca foi edificado no século XVIII e considerado Imóvel de Interesse Público em 1977, dada a sua arquitetura e interiores de influênciabarroca e rococó, e o altar, atribuído a João de Ruão, numa capela do século XVI – estas credenciais, num concelho não tão rico assim no que ao património histórico edificado concerne, são seguramente muito importantes na consideração das soluções para o problema no qual, infelizmente, se tornou.
Por outro lado, é triste, irónico, e certamente limitativo para a fundamentação de qualquer opinião intelectualmente honesta, que os dois protagonistas desta história, Duarte Silva e João Ataíde, já não estejam connosco para defender as respetivas opções tomadas enquanto Presidentes da Câmara da Figueira.
Em 2008, como principal argumento para a assinatura do Contrato- programa relativo à reabilitação e à exploração turística do Paço de Maiorca apresentou-se a lógica, então popular, de que só uma parceria público-privada permitiria a sua reabilitação e usufruto, com benefício para estas duas Partes (um win-win situation) e para os visitantes.
E em 2011 e 2013, num cenário de mudança política resultante das eleições autárquicas de 2009, a fundamentação para a paragem das obras e posterior extinção da Figueira Grande Turismo (e respetiva assunção da sua parte na empresa “Paço de Maiorca”) foi a impossibilidade legal de prosseguir neste modelo de negócio, o que resultou, em 2016, na insolvência daquela.
No final do ano passado, a condenação do Município da Figueira ao pagamento de mais de 5 milhões de euros vai certamente condicionar (caso se efetive) as opções futuras, dado que qualquer uma delas terá de acomodar mais este montante, a juntar aos cerca de 4 milhões já gastos.
Assim, a “quadratura do círculo” tem de ser encontrada contemplando a salvaguarda da melhor solução dos pontos de vista patrimonial, legal, económico e político, o que só pode acontecer através da candidatura a um Programa de Financiamento Comunitário – porque não lá criar um Centro de Pesquisa sobre Energia e alterações climáticas? (contemplado na Estratégia Portugal 2030 ). Haja ousadia!
Opinião: Passado, presente, futuro
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião – Piscina vs. costa
Concorda com a construção de uma piscina de marés?
Só concordarei com uma piscina de marés que não crie mais uma descontinuidade na linha costeira do concelho. Já há descontinuidades a mais, molhes a mais, e os problemas que criam a jusante nem sempre compensam os problemas que resolveram aquando da sua construção. Já referi aqui o excelente trabalho do Grupo de Trabalho do Litoral, liderado pelo Prof. Filipe Duarte Santos. É o trabalho mais atual e mais completo sobre a costa portuguesa. É um estudo muito crítico à proliferação de molhes na costa portuguesa. Uma piscina de marés destacada da costa vai funcionar como um novo molhe, com consequências que não são propiamente desejáveis, nem são totalmente previsíveis. Uma piscina de marés como a de Matosinhos, da autoria de Siza Vieira, bem integradas na massa rochosa costeira não criam perturbações ao transporte de areias ao longo da costa e interferem muito pouco com a função de dissipação da energia das ondas ao embater com as rochas. Não me parece fácil e evidente realizar uma piscina similar no concelho da Figueira num local atrativo e acessível, mas esse seria um problema a resolver por engenheiros e arquitetos. Na costa recortada da Dalmácia, na Croácia, foi a região onde vi mais piscinas de mar, bem integradas nas reentrâncias da costa banhada pelo Mar Adriático, bem mais calmo e bem mais quente que o Oceano Atlântico. Não é por acaso que a Croácia tem das melhores seleções do mundo de polo-aquático. Havia piscinas de polo por todo o lado. A minha reação ao aproximar-me daquelas piscinas era a de saltar imediatamente de cabeça, são locais fantásticos para mergulhar e nadar. Mas, dificilmente imagino aquela realidade na Figueira da Foz. Conheço bem as críticas dos estrangeiros à temperatura do nosso oceano (que para mim é ótima) e não me parece nada evidente uma grande adesão a piscinas de marés na nossa costa.
João Ataíde das Neves Como adversário político, mesmo durante os debates mais acalorados, teve para comigo gestos de fair-play e de afabilidade que são raros entre pares. As minhas condolências à família e amigos.
Opinião – Piscina vs. costa
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião – Marés
Concorda com a construção de uma piscina de marés?
Sim, a Figueira precisa de uma piscina na cidade. Toda a gente concorda. Mas, uma piscina de marés com a nossa água fria é um outro desafio. Ninguém gosta de tomar banho de água fria quando pode ter água quente. Portanto, ter uma piscina que aproveita a água das marés, vinda do mar ou do rio, não é um investimento com retorno garantido, pelo contrário, o risco de insucesso é elevado. A não ser que haja investidores privados que consigam Em 2020, será exequível fazer um “remake” das piscinas de Leça da Plameira desenhadas por Siza Vieira? As pessoas aderem? Não sei, tenho dúvidas e não gostaria de ver o município a investir dinheiro público numa aventura destas. Visitei este verão na Galiza, concretamente na cidade de Ourense, piscinas naturais com água quente termal, algumas públicas junto ao rio Minho, outras privadas no meio de parques ou da cidade. Há toda uma tradição e um conforto em piscinas termais, com água quente, que não existe nas piscinas de marés. As pessoas aderem tanto de verão como de inverno. Antes de pensar em piscinas de marés deveríamos responder aos desafios do património municipal abandonado. Ou património que não está a ser rentabilizado, como por exemplo o Museu do Sal. Sempre que levo amigos e turistas ao Museu está fechado. Azar? Não, apenas um modelo ultrapassado de gestão com dias de abertura e horários desencontrados com as condições físicas do local. Há tanto a fazer para melhorar o património… NOTA: Conheci João Ataíde numa tarde de verão, na sua casa. Pessoa muito afável logo no primeiro contacto, atenta e serena. Notava-se na decoração da casa uma atitude de simplicidade e bom gosto com atenção às artes. E assim não foi surpresa que após eleito tenha conseguido por ordem na Câmara Municipal, endireitando o que estava torto, reduzindo o desperdício e emprestando dignidade à função para a qual foi eleito. As minhas condolências à família.
Opinião – Marés
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião: Máquina de fazer dinheiro
Aparentemente voltámos ao despesismo municipal. Os apoios às Festas, as obras sem fim, a renovação de balneários de praia a preço de ouro ( 90 mil Euros), a antevisão de complexos desportivos, piscinas, aumento da fatura energética, privatização de serviços, transferências a granel para as Juntas de Freguesia,…etc., fazem-nos pensar que vivemos numa época folgada. O futuro tem como limite temporal as próximas eleições. Isto, apesar de a Câmara ainda ter uma enorme dívida financeira a pagar. Acrescenta-se o atraso local em termos de sustentabilidade física, no sentido ambiental, populacional e económico.
É claro para os mais atentos que o despesismo só é possível porque ainda temos o “ouro do Brasil”. Ou seja, os Fundos Comunitários que os contribuintes alemães, suecos, franceses,… generosamente nos atribuem para que possamos subir no patamar do desenvolvimento. Mas, certamente que não irá durar para sempre, toda esta bonomia – baixas taxas de juro – perante os já sobreendividados portugueses.
João Ataíde, o ex-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, ficou conhecido pela forma racional como geriu as finanças. Estancou a dívida e as absurdas despesas herdadas dos executivos anteriores. Agora que Ataíde deixou de ser o timoneiro, o que acontecerá? Irá Carlos Monteiro seguir a mesma rota, ou como parece, reeditar o estilo do PSD ( 1997-2009 ) e gastar o que tem e não tem? Terá alguém ponderado no Executivo que se oponha as despesas sumptuosas que nada contribuem para a sustentabilidade do concelho?
O conteúdo Opinião: Máquina de fazer dinheiro aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião: Máquina de fazer dinheiro
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião: Procissão
A festa principal da minha Aldeia é em honra do padroeiro, S. Pedro. Acontece todos os anos no final de Junho. Nunca perco a procissão. Não tenho espaço para descrever em pormenor a procissão. Tem início no Largo da Capela e, depois de percorrer boa parte da Aldeia, termina no mesmo local.
Começa e recolhe, sempre com uma sonora e tonitruante morteirada. Depois, decorre outra cerimónia emocionante: a passagem do testemunho. A Comissão de Festas, dá a bandeira à nova Comissão. A banda, a seguir, dá umas voltas em redor da Capela, já com a bandeira de S. Pedro empunhada pela nova organização.
É assim, que eu, que cheguei a pensar em ser padre (melhor, queria era ser santo…), gostava de recordar a Festa da minha Aldeia. Mas, o que recordo é Junho de 1997. Santana Lopes, vindo de Lisboa, começou a preparar a campanha que o levaria à presidência da câmara da Figueira, nas eleições de 14 de Dezembro desse ano, na Festa da minha Aldeia.
Depois dele, em dia de procissão, todos os presidentes de câmara não dispensam a passeata atrás do Pálio. Foi assim com Duarte Silva e com João Ataíde.
No passado domingo, foi assim com Carlos Monteiro. O Padre agradeceu publicamente ao presidente da câmara a sua presença na procissão. Fiquei sem perceber se o que aconteceu, foi o uso religioso da política ou o uso político da religião? Se olhar não é pecado, penso que perguntar também não o seja. Se o for, o Padre Álvaro que me perdoe…
O conteúdo Opinião: Procissão aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião: Procissão
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião: Puridade
4 de novembro de 2013: esse dia, a meu ver, merecia estar na memória dos democratas figueirenses. O motivo é simples: nessa data, realizou-se a primeira reunião da Câmara da Figueira da Foz à porta fechada desde Abril de 1974. João Ataíde, Carlos Monteiro, Ana Carvalho, João Portugal e António Tavares, são os 5 magníficos que corporizavam a maioria absoluta PS obtida nas autárquicas do dia 29 de setembro de 2013 que assim o determinou.
Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local, onde o presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores. 2 de fevereiro de 2015: a maioria absoluta PS voltou a manter a primeira reunião do mês interdita ao povo e aos jornalistas. António Tavares, que na altura, fora das reuniões de câmara, defendia que todas as sessões deviam ser abertas, impediu isso com o seu voto! 20 de maio de 2019: assim vai continuar. Os votos de Carlos Monteiro, Ana Carvalho, Nuno Gonçalves, Mafalda Azenha, Diana Rodrigues e Miguel Pereira assim o resolveram.
Viver a vida em passo lento, serve para apreciar melhor o caminho, guardar memórias e, também, ver um bocadinho para além do óbvio. Um dia, o PS Figueira vai perceber que o pecado capital das “suas” maiorias absolutas foi “tentar asfixiar pessoas” para “poupar oxigénio”. Sabem quem se agarra à puridade? Os camaleões, quando lhes interessa. Nunca se gosta do que não se conhece… Liberdade, não é uma palavra ambígua e polissémica…
O conteúdo Opinião: Puridade aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião: Puridade
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião – Congresso sobre Educação na Figueira da Foz ( I )
Nos dias 29 e 30 de março, a Figueira da Foz acolheu quase oitocentos professores, oriundos de todo o país, a fim de participarem num grandioso congresso subordinado ao tema, Que Educação?
Lotação esgotada no Grande Auditório do Centro de Artes e de Espetáculos da Figueira da Foz, para escutar e interagir com pensadores e intelectuais como Guilherme d’Oliveira Martins, Álvaro Laborinho Lúcio, Daniel Sampaio, João Costa, José Bernardes, Ariana Cosme, Maria do Céu Roldão, David Justino, entre outros.
Participação ao mais alto nível da Câmara Municipal da Figueira da Foz, com intervenções de João Ataíde, Presidente da CMFF e de Nuno Gonçalves, Vereador da Educação da CMFF, ambos com elevadíssimo empenho em relação às temáticas relacionadas com a Educação.
Organização primorosa do Centro de Formação de Professores Beira Mar que reúne dez unidades de gestão (escolas e agrupamentos de escolas) dos concelhos de Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Cantanhede, Mira, Tocha, abrangendo cerca de mil e quinhentos professores de todos os níveis de ensino.
Daniel Sampaio, que há décadas se preocupa com os alunos, os pais e as escolas, proferiu a primeira conferência, subordinada ao título, A Ética Relacional: uma vertente essencial na Educação de Hoje, começando por recomendar a leitura do livro, Ética para um Jovem, que Fernando Savater, escritor e filósofo espanhol, nascido em 1947, redigiu com conselhos para o seu filho, que na época tinha quinze anos. Na opinião de Daniel Sampaio, este livro, publicado em Portugal em 1991, resume tudo o que é essencial, no respeitante a esta matéria, da educação para os valores, para a liberdade e para a ética.
Daniel Sampaio considera que em primeiro lugar são as famílias que educam os jovens e só depois surge o papel a desempenhar pela escola e pelos professores. Atualmente, as famílias tradicionais estão em crise, as famílias são muito instáveis, sucedem-se os divórcios, as separações, realizam-se cada vez menos casamentos, os pais têm frequentes roturas que se revelam, muitas vezes, profundamente traumáticas para os jovens. Assim, Daniel Sampaio é de opinião que estes novos ambientes familiares não contribuem para a segurança emocional dos jovens, sendo que a educação ministrada pelos pais é mais importante do que a educação ministrada pelos professores.
O psiquiatra, nascido em 1946, destacou vários estilos parentais, ou seja, diversas formas de os pais exercerem a sua autoridade junto dos respetivos filhos. Na sua opinião, o estilo autoritário, característico da primeira metade do século XX, não funciona com as crianças e os jovens atuais. O estilo permissivo, permitindo que os jovens se comportem como muito bem entenderem, também não será o mais indicado. O estilo negligente, no qual os pais não acompanham os filhos, deixando-os mais ou menos ao abandono, também poderá ter consequências indesejáveis.
O estilo parental mais aconselhado por Daniel Sampaio será o estilo persuasivo, no qual os pais se envolvem emocionalmente com os seus filhos, numa parentalidade construída desde a infância até ao final da adolescência. O envolvimento e a proximidade afetiva facilitam a educação, tanto por parte dos pais como por parte dos professores.
Os estilos autoritário, permissivo e negligente não resultam e acabam por conduzir, mais tarde, a um autoritarismo que terá consequências ainda mais nefastas.
Pais controlados e famílias saudáveis têm mais facilidade em promover uma autonomia controlada dos seus filhos. Durante o período da adolescência, os pais têm que ter a noção que não sabem, nem podem querer saber tudo, acerca dos seus filhos. Nem os pais, nem os professores. Há temas que os adolescentes, pura e simplesmente, não gostam de partilhar, sendo que muitos não conseguem regular as suas emoções.
A parentalidade deverá ser, igualmente, construtiva, devendo-se elogiar o mérito e o esforço, assim como saber elogiar o mérito da mudança.
No que diz respeito à dinâmica da sala de aula, Daniel Sampaio recomendou uma boa colaboração e diálogo entre o professor e os alunos, desde a educação pré-escolar até às aulas na Faculdade. Na sua opinião, os alunos têm uma grande necessidade de falar e estão sedentos de serem ouvidos. Assim, o psiquiatra desafia os professores a falarem menos e a ouvirem mais.
Daniel Sampaio foi muito aplaudido, mas os oradores seguintes também não iriam desiludir.
(continua)
  Pedro Mota Curto escreve à quarta-feira, quinzenalmente
O conteúdo Opinião – Congresso sobre Educação na Figueira da Foz ( I ) aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião – Congresso sobre Educação na Figueira da Foz ( I )
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião: Quem é Carlos Monteiro?
Mais do que esmiuçar o Carlos Monteiro do passado ou dissertar sobre o Carlos Monteiro da actualidade, interessa-me perceber o Carlos Monteiro do futuro. Ao contrário de Aguiar de Carvalho, Santana Lopes, Duarte Silva e João Ataíde, que se esqueceram de ser grandes presidentes, Carlos Monteiro pode escrever uma história diferente.
Afirmo-o, não por crença pessoal, mas pelo simples facto de ter chegado agora ao leme. Porque a quem é concedido este início de viagem, lhe é permitido encarar uma de duas rotas. Ou persiste na navegação sem rumo, limitando-se a desviar dos icebergues, pescando um bacalhau aqui ou acolá; ou se prepara e à sua tripulação como se se tratasse de uma oportunidade única – que é! – na vida de um homem, para marcar positiva e inequivocamente, não só o seu próprio percurso, mas acima de tudo o destino dos seus passageiros. Assim, mais importante que saber quem é ou quem foi, importa perguntar quem será Carlos Monteiro. Poderá vir a ser o melhor presidente dos últimos 40 anos. Se souber ouvir e comunicar com os figueirenses. Se souber ser corajoso nas decisões difíceis. Se souber ser mais gestor que político. Se souber ser exigente dentro de portas. Se souber distinguir prioridades. Se souber assumir erros. Se souber para onde vai. E se souber para onde nos leva. Carlos Monteiro, ou quem entretanto chegar ao leme, ao contrário dos seus antecessores, poderá ficar na história. Mas mais do que saber – e ainda não sabemos se sabe – é preciso querer. Resta saber se quer. Para não ser apenas mais um.
O conteúdo Opinião: Quem é Carlos Monteiro? aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião: Quem é Carlos Monteiro?
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião: Pintura sem título II
Continuando a viagem pelas marcas dos mandatos autárquicos, sigo e esbarro nas superfícies comerciais! No final do último mandato de Aguiar de Carvalho (93-97) abriu o primeiro hipermercado de média dimensão (Intermarché, na Chã), numa zona periférica à cidade em lógica de complementaridade ao comércio tradicional, pois defendia-se a sua instalação nessas zonas, valorizando-as e não concorrendo com a dinâmica comercial urbana. Nessa época abriram ainda espaços de média dimensão, como os Pingo Doce e o Lidl de Buarcos. Não se criaram motivos para a dispersão da centralidade da cidade.
No mandato de Santana Lopes (97-2001) dá-se a abertura de duas médias superfícies comerciais, abandonando-se a lógica de localização periférica. O Foz Plaza (Jumbo) e E-leclerc instalaram-se em espaços sempre falados para destino de bem mais importantes infraestruturas para a cidade. Um onde se previa o eterno e desejado Parque de Exposições e Congressos e o outro junto ao Parque de Campismo, hipotecando o dito corredor verde da cidade.
Nos mandatos de Duarte Silva (2001-2009) parecia que as grandes “mercearias” e a acção da Câmara, deram tréguas. Restava-nos a Várzea para Parque Verde, anunciado em belos cartazes, um espaço de verdadeira “verdolândia”! A visão foi-se esbatendo com o tempo. Ao longo do último mandato e meio de João Ataíde (2013-2019) instalaram-se lá três grandes superfícies, e uma em Buarcos. O “extinto futuro parque verde” não passa de uma pintura sem título!
O conteúdo Opinião: Pintura sem título II aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião: Pintura sem título II
0 notes
osanecif · 5 years
Text
Opinião – Poda-se!
“Veio uma enorme comitiva da região de Coimbra. Não só veio toda a vereação da Câmara da Figueira da Foz, mas todos os municípios representados na Comunidade Intermunicipal de Coimbra. E ainda representantes da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Vieram todos num autocarro, são bastantes”. As palavras não são minhas. São da jornalista da RTP que acompanhava em directo a tomada de posse de João Ataíde como Secretário de Estado do Ambiente. As minhas palavras são estas. Não vou colocar sequer a hipótese de ter sido o contribuinte a financiar uma excursão para presenciar e bajular uma assinatura, centenas de palmadinhas políticas e um milhar de abraços e beijinhos. Seria demasiado mau para tão grande parolice e péssimo exemplo para quem se esfola a trabalhar numa quinta- feira à tarde. Apenas consigo compreender que tamanha comitiva se tenha deslocado para Lisboa, obrigando inclusivamente ao cancelamento de vários eventos locais por “motivos imprevistos”, por não ser fácil acreditar que um homem que tão mal tratou o ambiente na sua cidade, seja nomeado para tratar da saúde ao ambiente do seu país. Tratou-se, quero acreditar, de uma questão de ver para crer. Houvesse lugar para mais um ser humano no autocarro e eu próprio não teria enjeitado a possibilidade de testemunhar tão inusitado momento. Como diriam as árvores sobreviventes desta cidade: “poda-se, merecemos melhor que isto!!”.
O conteúdo Opinião – Poda-se! aparece primeiro em Diário As Beiras.
Opinião – Poda-se!
0 notes
osanecif · 7 years
Text
Opinião: Coimbra e o aeroporto
Quando na região Centro se assiste a um movimento cada vez mais forte em tono da abertura da base aérea de Monte Real à aviação civil, eis que, em Coimbra, a distrital do Partido Socialista veio dar voz à ideia lançada por Manuel Machado, nas últimas eleições autárquicas, de um aeroporto internacional em Coimbra. Nas atuais condições e com estes protagonistas será uma ideia para levar a sério?
Para respondermos, olhemos para o estado da nossa cidade, de que não sendo os únicos responsáveis, são, seguramente, dos principais, atendendo ao tempo que levam de governação em democracia. Relembremos, então:
1. O aeródromo Bissaya Barreto – o tal que se quer transformar em aeroporto internacional – não teve qualquer investimento relevante nas últimas décadas que o pudesse tornar apto à atividade que é pressuposto ali realizar!
2. A estação de Coimbra B mantém-se em estado de degradação que devia envergonhar, também sem qualquer investimento relevante há décadas; ao mesmo tempo a requalificação da linha da Beira, essencial para a ligação ferroviária a Espanha e à Europa continua adiada!
3. Do Metro Mondego, ligando Serpins à linha do Norte e ao CHUC, depois de um investimento de mais de 100 milhões de euros e mais de uma centena de estudos, resta uma cratera a céu aberto, não se vislumbrando quando lá poderão ser colocados veículos (ainda que sejam autocarros!!! ) a passar!
4. A garagem de camionetas, na avª Fernão de Magalhães, lá continua pacatamente degradada à espera que ninguém repare nela!
5. A ligação em perfil de autoestrada de Coimbra a Viseu continua eternamente adiada, enquanto o IP3 assiste tragicamente a muitas mortes desnecessárias!
6. A A13 que devia fazer ligação à A1 e à autoestrada para Viseu, vinda lá do alto, morreu abruptamente nos braços do rio Ceira e ali jaz moribunda!
7. O novo Palácio da Justiça que nos prometeram há mais de 50 anos, parece agora despertar devido a um movimento cívico que não tem deixado morrer a ideia!
8. A rua da Sofia, nem depois de ter sido tombada como património da humanidade pela Unesco, há mais de 4 anos, vê serem feitas as obras de requalificação inadiáveis que a retirem da morte lenta em que se encontra!
9. A prometida ciclovia que devia ligar Coimbra à Figueira da Foz continua à espera de melhores dias e a da cidade de Coimbra vai de soluço em soluço sem fim à vista!
Dirão alguns: mas a esmagadora maioria destas obras não depende de decisão local, mas antes de decisão nacional. É certo.
Mas os exemplos que acabamos de dar servem para mostrar quanta incapacidade tem passado pela Praça 8 de Maio na defesa dos interesses de Coimbra e da região. O que tem levado a que obras absolutamente essenciais para a cidade e para a região sejam sistematicamente adiadas. E Coimbra ignorada. E o problema não está apenas nesta incapacidade. É mais fundo. É a ausência absoluta de uma estratégia para o desenvolvimento e a afirmação de Coimbra.
Para que uma obra como um aeroporto internacional pudesse ter pernas para andar era necessário ter estudos sérios e uma estratégia que a sustentassem; bem como que se criasse um forte consenso regional que a ambicionasse e a tornasse inevitável. Acontece que, não só esses estudos não existem, como esse consenso existe, sobretudo, em torno de Monte Real.
O próprio Partido Socialista, mesmo a nível distrital, está dividido, como resulta de o presidente da CIM _ RC João Ataíde defender a solução Monte Real. E mais dividido o está a nível regional.
A ideia do aeroporto, nas condições atuais e com estes protagonistas, não passa de uma ideia meramente panfletária sem qualquer credibilidade. A não ser que, afinal, o que se queira é fazer uma maquilhagem no atual aeródromo, de modo a lá poder aterrar algum “jatinho” vindo do estrangeiro, para se lhe poder chamar “internacional”!
Por isso, o que os cidadãos devem exigir dos responsáveis políticos locais e nacionais é que levem a cabo as intervenções essenciais, entre outras, sobre as matérias que antes descrevemos. E que olhem para Coimbra, de forma séria e respeitosa, como polo de investimento produtivo relevante, de modo a que o mesmo não continue a ir, como ainda recentemente se soube pela boca de António Costa, quase exclusivamente para Lisboa e Porto. E quando tal acontecer… talvez um aeroporto internacional em Coimbra faça todo o sentido e seja concretizável.
Opinião: Coimbra e o aeroporto
0 notes
osanecif · 7 years
Text
Autarquia da Figueira da Foz pretende demolir Edifício O Trabalho para cortar o mal pela raiz
  Foto: J.A.
  Na Câmara da Figueira da Foz há a convicção de que poderá haver em breve um acordo com o fundo norte-americano Apollo, que adquiriu a seguradora Açoreana, a quem pertence o Edifício O Trabalho.
  Todavia, este ainda não é o momento para euforias, já que se adivinham negociações sensíveis, daí o executivo camarário estar a tratar o assunto com pinças.
Ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, responsáveis da câmara reuniram-se com os cerca de 10 proprietários de espaços comerciais instalados no imóvel, a pedido dos primeiros, tendo em vista uma tomada de posição conjunta perante os donos do Edifício O Trabalho. Do encontro entre as partes interessadas numa solução, porém, não saiu fumo branco – os donos das lojas ficaram de refletir sobre o assunto.
A solução que mais agrada ao executivo camarário passa por demolir o imóvel, estando recetivo para assumir o pagamento da indemnização aos comerciantes e os custos da demolição.
  Daniel Santos, ex-vereador da Câmara da Figueira da Foz, engenheiro civil, avaliador de imóveis e especialista em urbanismo e ordenamento do território, lembra que  “as iniciativas para ser encontrada uma solução começaram a ser tomadas ainda no mandato de Santana Lopes (1997 – 2001). Já na altura estava em degradação. Entretanto, nada aconteceu”, frisou.
Nos dois mandatos seguintes, com Duarte Silva na presidência da câmara, o Edifício O Trabalho também entrou na agenda, mas, mais uma vez, sem resultados. Daniel Santos realçou o papel mais proativo dos executivos do atual presidente, João Ataíde.
“Na minha opinião, aquele edifício nunca devia ter sido construído. Não se trata apenas de um problemas estético, que retirou harmonia, trata-se de uma questão funcional, porque criou problemas de insolação, por causa do ensombramento que ele projeta nos outros edifício”, sustentou Daniel Santos.
    Informação completa na edição impressa
Autarquia da Figueira da Foz pretende demolir Edifício O Trabalho para cortar o mal pela raiz
0 notes