#OS GRANDES MUSICAIS – ÁUDIO VÍDEO E EMOÇÕES
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gazeta24br · 2 years ago
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O Espaço Unimed, uma das principais casas de shows do Brasil, vai ferver na sexta, dia 23 de dezembro de 2022. Às vésperas de Natal, acontece o “Último Baile do Ano”,  com shows dos maiores artistas do funk do país. Com as atrações musicais Ludmilla, Hariel, Don Juan, Mc Livinho, Ryan, Dj GBR e Dj Ronald, a festa contará com muita animação para celebrar as emoções vividas neste ano e a certeza de muitos outros momentos incríveis que 2023 trará. Ludmilla chega com tudo. Rainha da favela e do hit do ano pela música “Maldivas”, promete não deixar ninguém parado. No repertório, haverá muitas surpresas: além das novas canções de seus projetos. Já Hariel não fica atrás. Com 24 anos de idade e 11 anos de carreira, ele é um dos maiores nomes do funk brasileiro. Paulistano natural da Vila Aurora, começou a carreira em 2011, com um grande sonho, mas sem saber onde ele o levaria. Hoje, Haridade, como também é conhecido, conta com quase 10 milhões de seguidores no Instagram e, quando se trata de música, os números são ainda mais admiráveis: o artista acumula mais de quatro bilhões de streams de áudio e tem mais de cinco milhões de ouvintes mensais no Spotify. A turnê “Mundão Girou”, no qual performa músicas inéditas e sucessos de sua carreira, unindo dança, teatro e poesia urbana, acumula mais de 100 milhões de streams de áudio e vídeo na versão ao vivo. Em setembro de 2022, ele foi convidado pelo produtor Papatinho no Palco Sunset do Rock in Rio, a apresentação - que foi considerada uma das 10 melhores do festival e contemplou hit’s da carreira do artista, como o single “O Fim É Triste”, que recebeu certificação de platina e acumula mais de 40 milhões de streams nas plataformas de áudio e vídeo. Don Juan é um dos grandes principais representantes do funk, o MC vem encantando a todos com a sua marca estampada em suas canções que são os maiores hits do funk nos últimos anos. Traz uma bagagem de hits e conquistas, sua história com o segmento deu início em 2017, com a canção “Oh Novinha”, single que viralizou e foi o ponto de partida na trajetória do Mc. Em 2022 conquistou mais uma vitória de sua carreira, tornou-se o cantor mais ouvido do país, com quase 10 milhões de ouvintes mensais nas plataformas digitais. Feats com Maiara e Maraisa, Alok, Luan Santana, Mc Ryan SP, Xamã, Psirico, Léo Santana, Dennis, Wesley Safadão,Mari Fernandez, Mc Pedrinho, Mc Davi, Dj GBR, Dj 900, entre outros, o artista não tem dificuldades para unir diversos ritmos. Também do baile, MC Livinho apresenta  uma carreira selada de sucessos e destaque na música brasileira. Desde 2014 soltando hits no funk, ultrapassa a barreira do funk: Dotado de uma voz capaz de chamar a atenção de artistas de outros segmentos, como Ivete Sangalo, Péricles, Arlindo Cruz, Livinho prefere não se rotular musicalmente. Além do vocal, ele toca violino e piano. Hits como: “Cheia de Marra”, “Azul Piscina”, “Hoje eu Vou Parar na Gaiola”, “Tudo de Bom”, “Fazer Falta”, Pilantragem” e os megas sucessos: “ Pras Noivinhas”, “Na Movimentação”, “Cheia de Marra 2 “ e “3 da Madrugada”, somam números expressivos nas plataformas de streamings. O cantor e compositor acumula mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, mais de 9 músicas nas paradas e com 3,5 milhões de ouvintes musicais só no Spotify. MC Ryan é um dos grandes fenômenos do momento quando o assunto é funk. Prova disso são suas músicas, que sempre bombam. Seja através das plataformas de áudio ou de vídeo, o artista é ouvido por milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Destaque nos aplicativos de música, o MC já havia entrado para o Top 50 do Spotify. Pelo menos outras duas músicas chegaram ao top 5 da plataforma. Prestes a gravar um DVD, comemora o sucesso e promete agitar “O Último Baile do Ano. Aos 20 anos de idade, Gabriel Henrique Nogueira Goulart Costa, mais conhecido como DJ GBR, já tem um currículo "estourado". Além de ser considerado pioneiro no estilo funk rave, que mistura elementos do funk com a música eletrônica,
coleciona parcerias com artistas de peso, e ostenta uma agenda de shows lotada — inclusive em solo internacional. Para chegar onde chegou, GBR teve como inspirações Dennis e Pedro Sampaio. "Já conheci os dois e hoje somos amigos. Só que eles são inspiração para mim até hoje nos shows, na produção musical, são muito referência para mim", continua. No entanto, era com Alok que o artista sonhava em fazer uma parceria desde que entrou no mundo da música. O desejo se concretizou em 2020, quando nasceu "Liberdade (Quando o Grave Bate Forte)", um feat entre os dois DJs e MC Don Juan. Além de "Liberdade", GBR atuou como produtor de "Se Concentra", de Kevin o Chris, em 2021. Entre seus principais trabalhos também estão "Quando Você Se Foi Chorei", mixagem da música "Sorri, Sou Rei", de autoria da banda de reggae Natiruts; "Banho de Chuva", mix da música de Vanessa da Mata; e "Pump It", um remix da canção do grupo americano The Black Eyed Peas. Para esquentar ainda mais a festa, Dj Ronald, vai animar o público com hits do remix da música “Vou com Carinho; Ela Quer com Força” , “Uma Malandra”, e muitas outras para não deixar ninguém parado. Os ingressos já estão à venda e podem ser adquiridos online ou através das bilheterias do Espaço Unimed. Sobre o Espaço Unimed Reinaugurado em 2012, o Espaço Unimed, novo nome do Espaço das Américas, se consagra como o maior espaço para shows, eventos sociais, corporativos e feiras de São Paulo, com capacidade para 8 mil pessoas.O Espaço Unimed passou por uma grande reforma em 2011, garantindo conforto e bem estar ao público. O novo palco foi desenvolvido para proporcionar melhor visibilidade em todos os ângulos, o que possibilita aos clientes muito mais conforto para pequenos e grandes espetáculos. Sua arquitetura contemporânea alinhada e decoração assinada pelo espanhol Carlos Viqueira, oferecem soluções inovadoras que proporcionam flexibilidade e sofisticação para atender e transformar eventos em grandes acontecimentos. Entre os principais diferenciais da casa está sua localização de fácil acesso, próximo à estação de metrô Barra Funda e grandes avenidas, além da versatilidade em assumir diversos layouts e configurações. Na estrutura interna, há um suntuoso hall de entrada com capacidade para 1000 pessoas, salão principal com aproximadamente 3.500m², cinco telões com projeção frontal, ar condicionado central, quatro bares, dois camarotes com banheiros exclusivos e quatro confortáveis camarins com sala de estar. Além disso, o Espaço Unimed tem um buffet próprio e cozinha industrial que desenvolve cardápios específicos para cada evento, com capacidade para servir até 4 mil jantares simultâneos. Desde sua abertura, já recebeu grandes nomes da música nacional e internacional como Armin Van Buuren, Claudia Leitte, Criolo, Emicida, Ivete Sangalo, Los Hermanos, Morrissey, Noel Gallagher, Os Paralamas do Sucesso, Robert Plant, Slash, Tears for Fears, Tiësto, Titãs, entre outros.   SERVIÇOS – O Último Baile do Ano da GR6  no Espaço Unimed com Ludmilla, Mc Hariel, Mc Livinho, Don Juan, Ryan,DJ GBR e DJ Ronald Show: O Último Baile do Ano da GR6 no Espaço Unimed em São Paulo Data: 23 de dezembro de 2022 (sexta-feira) Abertura da casa: 21h Início do 1º show: 22h Local: Espaço Unimed (Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda - São Paulo - SP) Classificação etária: 18 anos  Acesso para deficientes: sim Capacidade da casa para este evento: 8.436 Ingressos:  Pista (1° lote): R$120,00 (inteira) e R$60,00 (meia) | Pista Premium (1º lote): R$200,00 (inteira) e R$100,00 (meia) | Camarote A: R$380,00 (inteira e individual) | Camarote B: R$320,00 (inteira e individual) |  Camarote Gold: R$ 3.800,00. Compras de ingressos: Nas bilheterias do Espaço Unimed (de segunda a sábado, das 10h às 19h - sem taxa de conveniência) ou online  pelo site Ticket 360 Ticket360 > O Último Baile Do Ano com Ludmilla, Mc Hariel, Mc Livinho, Don Juan e mais Formas de Pagamento: Cartão de crédito (Aura, American Express, Mastercard, Dinners, Discover, Elo, JCB e Visa) e bo
leto.Não aceitamos cheques. Objetos proibidos: Câmera fotográfica profissional ou semi profissional (câmeras grandes com zoom externo ou que trocam de lente), filmadoras de vídeo, gravadores de áudio, canetas laser, qualquer tipo de tripé, pau de selfie, camisas de time, correntes e cinturões, garrafas plásticas, bebidas alcóolicas, substâncias tóxicas, fogos de artifício, inflamáveis em geral, objetos que possam causar ferimentos, armas de fogo, armas brancas, copos de vidro e vidros em geral, frutas inteiras, latas de alumínio, guarda-chuva, jornais, revistas, bandeiras e faixas,capacetes de motos e similares.
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emcontoscom · 4 years ago
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CINEMA EM TELA: OS GRANDES MUSICAIS – ÁUDIO, VÍDEO E EMOÇÕES
Marcus Hemerly
“Esperem um minuto, esperem um minuto! vocês ainda não ouviram nada” 
Personagem Jack Robin, interpretado por Al Jolson em O Cantor de Jazz.
Certa feita, o grande crítico já falecido Rubens Ewald Filho, quando comentando acerca do cinema mudo, disse que não poderia sentir saudades daquilo que não viveu, ressaltando a quase impossibilidade de dissociação da trilha sonora nos filmes. Decerto, existem algumas correntes de pensamento pelas quais o verdadeiro cinema, a verdadeira arte da película, seria a sua modalidade silente, pela qual as emoções e a trama seriam transmitidas, t��o somente, pela pantomima intercalada por eventuais intertítulos inseridos entre as cenas. Em outras palavras, a verdadeira habilidade de atuação na interpretação, sem o auxílio de diálogos. Philip Kemp, em “Tudo Sobre Cinema”, Rio de Janeiro: 2011. Editora Sextante, pag. 68, comenta: 
“O silêncio, portanto, não era uma limitação. Para muitos estetas e teóricos do cinema, a singularidade dos filmes estava precisamente em sua capacidade de contar uma história somente por meio de imagens”.
Respeitadas opiniões diversas, importante lembrar que mesmo em sua formatação muda, o cinema contava com trilha sonora – ainda que de forma rudimentar e improvisada – quando pianistas e outros músicos emprestavam a sonoridade em tempo real tocando nos cinemas e teatros, enquanto o público se deliciava com as imagens em movimento projetadas nas telas. O cinema funciona como um espelho que reflete as feições da sociedade em cada período por ele retratado, atuando a música, como um próprio coadjuvante nesse processo de interação entre a fita e o público; numa risada, uma lágrima fugidia ou um esbravejar de frustração. Com o lançamento do filme “O Cantor de Jazz” em 1927, de Alan Crosland, primeiro filme falado da história, ao alternar o vaudeville e o melodrama, deu-se início a uma revolução pela qual, inclusive, muitas das estrelas veteranas tiveram suas carreiras destruídas pela não adaptação ao novo modelo que se delineava.
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Tal cenário é bem retratado no filme “Cantando na Chuva” de 1952, que não é apenas um dos maiores clássicos de todos os tempos, mas talvez o mais popular dos musicais, além de demonstrar muito bem, e de forma irreverente, a problemática enfrentada pela classe artística naquele momento de transição.
O início do século 20 para o cinema, foi marcado pelos períodos/movimentos do expressionismo, surrealismo, neo-realismo, nouvelle vague, film noir norte norte-americano – atualmente classificado como um gênero autônomo -  cada qual, retratando por meio de suas peculiaridades, a verve criativa em suas nacionalidades e influências. Nesse passo, o público já se encantava com a dupla Nelson Eddy e Jeanette MacDonald nos anos trinta e quarenta, com Fred Astaire e Ginger Rogers dançando ao som de “Cheek to Cheek”, em “O Picolino”, além do lançamento de “O Mágico de Oz” (1939).
No entanto, o fervilhar de produções musicais de maior orçamento serão realizadas nos anos 50 e 60; e dessa forma, impossível não lembrar dos malabarismos dançantes de Gene Kelly e Frank Sinatra em filmes como “Marujos do Amor” e “Um dia em Nova York|”, o aludido “Catando na Chuva”, do apaixonante My Fair Lady (1964) com Audrey Hepburn, ou da diva nadadora, Esther Williams. Outras produções de peso que ainda permeiam o imaginário e as lembranças dos apaixonados por cinema, são títulos como “Sete Noivas Para Sete Irmãos” (1954), “Alta Sociedade” (1956), “Mary Poppins” (1964) e “A noviça Rebelde” (1965), ambos protagonizados pela encantadora Julie Andrews.
Nas décadas vindouras, os musicais perderiam um pouco do colorido, nas quais os blockbusters policiais, de aventuras, e suspenses dramáticos dominariam o gosto popular, com os melhores trabalhos de diretores como Brian de Palma, Martin Scorsese, Steven Spielberg, George Lucas e Francis Ford Coppola. Curiosamente, Scorsese dirigiria no ano de 1977, o fabuloso “New York, New York”, com Robert De Niro e Liza Minnelli – que se destacara também por Cabaret, em 1972 -  cuja canção original, composta por John Kander e Fred Ebb, estenderia seu estrondoso sucesso e seria interpretada por inúmeros ícones até a atualidade. Afinal, como já disseram, um clássico é imortal.
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A tendência dos filmes cantantes seria ressuscitada nos anos 2000 em diante, inclusive com produções vencedoras de importantes premiações e indicações ao Oscar, como Hairspray e Mamma Mia, lançados em 2008, e, recentemente, os festejados La la Land, (2016), Bohemian Rhapsody (2018) e Rocketman (2019), processo que constantemente revela astros cantores que se protraem de seu nicho de conforto, não apenas ampliando potencialidades artísticas, mas também brindando as audiências com surpresas aprazíveis.
Antes do início da pandemia, o MIS – Museu da Imagem e do Som, na bela São Paulo, iniciou a exposição “Musicais no cinema” de idealização do Musée de la Musique - Philharmonie de Paris, numa imersão musical ao cinema nacional e internacional, a qual este colunista teve o prazer de visitar. De uma coisa saí convicto, música – e aqui não me refiro apenas à trilha subjacente, que também é uma obra à parte – e enredo bem composto, são uma junção completa e complexa que amalgamam formas de arte numa nova roupagem única e individual. Então, quando deparar-se com um momento moroso, cante na chuva, acompanhe os marujos do amor em uma incursão à Big Apple, ou mergulhe em uma piscina de emoções com a sereia Esther Williams. Afinal, sonhar, assim como recordar, é viver.
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juventudesemmovimentoblog · 5 years ago
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Os comunicadores favelados são valorizados?
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É crescente o número de reportagens, denúncias, produções audiovisuais "made in" favela. As mídias sociais têm proporcionado que novos comunicadores e atores locais ganhem espaço no cenário da comunicação tanto popular quanto mercadológica.
E não é apenas a linguagem escrita que se mantém presente nos meios de comunicação da favela. Expressões musicais como o Funk e o Rap despontam como ricos e potentes meios de comunicação informando através de narrativas ritmadas sobre os principais temas que pautam, especialmente no meio jovem, o cotidiano das periferias, violência, sexualidade e questões de gênero.
É preciso refletir sobre as inúmeras formas que ainda silenciam grande parte desses comunicadores. Até onde pode ir uma produção de comunicação feita por um morador de favela?
Muitas vezes, há desqualificações que vão desde a famosa pergunta: “Pode me passar a fonte dessa matéria?”, até julgamentos que nos colocam em um lugar menor, seja pela linguagem utilizada, formatos (músicas, vídeos curtos, áudio de Whatsapp), entre outros.
A jornalista e comunicadora Gizele Martins formada pela PUC/RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), moradora do Complexo da Maré relatou o seguinte em uma conversa feita pelo Whatsapp: "Já fui muito desvalorizada, mas todos os que me desvalorizam curtem o meu texto. Pior, se surpreendem por eu escrever bem. [...] O play jornalista muitas das vezes escreve de modo péssimo, mas são eles valorizados e ganham cargos altos. Ganham mais! Nós temos boas pautas, escrevemos bem, fazemos um trabalho ótimo e somos desvalorizados. Quando falam para mim "nossa, você escreve muito bem", eu me sinto péssima, porque é como se eles não enxergassem a gente como bons jornalistas."
Embora cada vez mais esses comunicadores estejam pautando até mesmo os tradicionais veículos, ainda há um tratamento de “traduzir para os leitores o que os favelados e a juventude que mora na periferia estão falando”. Sempre tratam os relatos como simples denúncias e que precisam ser enriquecidas com discursos mais elaborados. Isso é deslegitimar e desqualificar uma marca original e característica das novas – e nossas – formas de passar o papo reto e sem rodeios sobre a realidade que comunicamos ao mesmo tempo que a vivenciamos, quase sempre, a flor da pele. Sempre com emoções reais.
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realizecomivelise-blog · 7 years ago
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Os tons que agregam música no mercado
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Iniciada no final da década de 50, uma nova tendência da música ganhou maior força no mercado de comunicação nos anos 80, e talvez tenha em Michael Jackson uma das figuras mais icônicas do casamento entre artistas e uma marca. Além de estrelar comerciais do Cereal Alpha Beats com o Jackson Five (1970), ele foi garoto-propaganda da Pepsi (1977, 1984, 1987, 1992), Suzuki (1982), Sega (1988) e calçados La Gear (1990), por exemplo. Mas, no Brasil, isto também não foi diferente. Esse trabalho foi bastante impactante em comerciais, especialmente nos anos 50, e recebeu desta forma muita influência do rádio (principal veículo popular). Entre nossos artistas estão a cantora Dóris Monteiro, Rainha do Rádio – 1956 a 1958, estrela de campanha da Coca-cola (“Coca-cola faz um bem”), e Angela Maria, voz por trás da marca Angel Face de cosméticos, nos anos 50.
Já a década de 70 ficou marcada pelo apogeu desta ferramenta com a produção e vinculação de músicas para encantar o consumidor. Um exemplo é a campanha de Natal do Banco Bamerindus, com a canção “Quero Ver Você Não Chorar”, criada pelo compositor Edson Borges de Abrantes (vulgo Passarinho), grande parceiro da saudosa Dolores Duran. Esta proposta se manteve nos anos 80, em certa medida, com jingles como “É no silencio de um Chevrolet”, composto pelo cantor Zé Rodrix para a concessionária. E, com isto, a criação musical alcançou um novo patamar na propaganda, afinal, quem não se lembra da famosa campanha “Pipoca na panela” do Guaraná Antártica, da DM9DDB (anos 90), ou mesmo o comercial do chuveiro da Jonhson Baby Shampoo com “Tá Na Hora de Lavar a Cabeça”, da agência BorhiErh/Lowe, da mesma época.
Esta estratégia reforça o quanto as melodias são significativas ao ser aplicadas ao branding, especialmente quando usadas canções conhecidas e apreciadas pelo público. Este casamento da música de grandes nomes da indústria fonográfica se mostra poderosa junto ao target. Entre os diversos casos temos “Aquarela” de Toquinho no VT da Faber Castel (1983), ou “Carinhoso” de Noel Rosa que integrou comercias de Chambinho/ Chambourcy (1984) e da Três Corações recentemente. Mas, quem ocupa o posto de Rei das trilhas de propaganda é Roberto Carlos, com certeza.
O cantor e seu jargão “Uma brasa mora” foram emprestados à Shell Combustível, em 1960, a canção “O Portão” para o Cigarro Continental (1976), e “Calhambeque” para Nestlé (1981). E recentemente o artista e suas composições, em sua voz ou na de outros intérpretes, agregaram marcas de peso. Entre elas estão “Emoções” para os 90 anos da Nestlé no Brasil e ainda Credicard e Racco; “Além do Horizonte”, regravada pelo Jota Quest, para a Rider (2011); e “As Curvas da Estrada de Santos” para o Toyota Etios (2013), protagonizada pelos músicos Pitty e Samuel Rosa (vocais), Tony Bellotto (guitarra), Marcelo Bonfá (bateria) e PJ (baixo).
O mais importante desta retrospectiva é que o mercado ganhou um plus com essas trilhas sonoras. E como pudemos observar é uma história bem antiga com diversos sucessos na indústria musical e publicitária. “A nomenclatura, ou o nome dado pode até ser nova. Mas a atividade não é tão recente assim. E sem dúvida, o ‘pipoca na panela’ aparece na minha cabeça até hoje. Principalmente quando sento na frente da TV para ver um vídeo na minha casa. O potencial desse sound branding foi construído de uma forma tão bacana que hoje, ‘pipoca só com guaraná’, virou jargão! Esse é o objetivo do Sound Branding. Criar tendências. E também quem não lembra dos jingles criados para a Poupança Bamerindos? ‘É a poupança Bamerindus… tan tan tan’ . O ‘tan tan tan’ fazia toda a diferença! ”, enfatiza o consultor de marketing, André Luna.
Isto é fato. Mais de 20 anos se passaram e esses jingles continuam na mente do consumidor em virtude de suas simplicidades e genialidades. “É fundamental construir uma identidade sonora que leva em conta a totalidade de sons e garanta que ela, a marca, seja percebida da maneira desejada. Mas para isso é preciso entender seu contexto e sua identidade, compreender as expressões da concorrência, mapear a cultura da região onde está inserida, compreender o perfil de seu público e suas leituras e preferências musicais e, ainda, buscar referências sonoras e de linguagem”, comenta o coaching de carreiras Leonardo Ribeiro (RJ). Para ele, a definição das principais características do universo sonoro se concretiza com a vivência da marca dos stakeholders. Como o som gira, ele atinge todas as pessoas de maneira 360º e, sendo assim, não tem como fugir dele.
“Cases como o da TV Globo, da Intel, da Ponto Frio, da Motorola, do MetrôRio e do shopping Iguatemi Porto Alegre são exemplos bem sucedidos de ações que conquistaram os consumidores. Mas, um case bem interessante é o da Infraero que está reformulando sua identidade sonora, pois a comunicação da locutora não se aproximava dos passageiros e o novo tom verbal oferece a mesma informação, porém de forma positiva”, comenta. E, neste sentido, a mudança trouxe grandes benefícios para os passageiros do Santos Dumont, no Rio de Janeiro (onde foi implementado em primeira mão em agosto passado), que são impactados com uma mensagem mais agradável e simpática. “Se falava ‘Infraero informa’, por exemplo, e agora outra pessoa com uma voz mais atenciosa fala ‘Olá passageiro’, o “É proibido brincar com suas crianças nos carrinhos’ mudou para ‘Olá pais ou responsáveis! Brinque com suas crianças sem utilizar os carrinhos. Eles são exclusivos para o transporte de suas bagagens’ e ainda: ‘O aeroporto encontra-se fechado e sem previsão para pousos e decolagens’ trocou para ‘Olá passageiro! Pousos e decolagens voltarão à normalidade assim que as condições meteorológicas melhorarem’”, diz Ribeiro.
Esses exemplos reforçam ainda mais que a música não é só uma forma utilizada pelos criativos para nos remontar a outras épocas e lugares, como nos faz gerar novas emoções e experiências. Afinal, o som definitivamente fica guardado no imaginário, conforme comenta o papa do Lovemarks, Martin Lindstrom. E sendo assim deve ser bem explorada como marca sonora para construir esta identidade com os consumidores e, consequentemente, fortalecer a imagem ou o negócio a partir de suas características essencial. Mas, esta construção envolve vários processos. “Embora os jingles que fizeram história — ‘Café Seleto’, ‘Pipoca na panela’, ‘Mappim, chegou a hora Mappim’ — tenham uma enorme contribuição em mostrar a importância e o auxílio da música na criação de uma marca, o mercado atual exige que a manutenção desse áudio branding seja constante, consciente e alinhada com todos os envolvidos no atendimento da conta”, destaca Roney Giah, sócio da Audioman (SP), para quem os sucessos e fracassos em music branding não são necessariamente relacionados a uma identidade mal feita ou bem feita, embora isso possa influenciar, também, um resultado malsucedido.
Em sua opinião, o desenvolvimento adequado do trabalho vai depender da compreensão da agência e do cliente da importância do trabalho de áudio desenvolvido com a produtora. Precisa estar amarrado a todas as ações de marketing direto, peças e campanhas, sejam de vídeo ou digital. “Se o Itaú deseja – apenas um exemplo, poderia ser qualquer marca – fortalecer a memória de sua marca com auxílio do logo áudio, os criativos da agência devem estar alinhados a essa missão. Seja nas campanhas em que o cliente desenha com as mãos o logo Itaú no ar e a melodia do logo áudio acompanha – embutida em uma variação melódica na trilha – a imagem do gesto, seja no uso da sonoridade e motivo deste logo áudio nos jingles e spots da empresa, ou em dezenas de outras ações da empresa, que devem estar alinhadas a esse propósito”, diz Giah.
Se a estratégia musical no branding não estiver adequada, então, o fracasso pode ser eminente, afinal, é este alinhamento que proporciona um trabalho de audio branding capaz de fortalecer e ampliar a penetração da marca. E com isto gerar recall e relacionamento com o público. “Há vários fatores inversos que, neste caso, podem contribuir para o fracasso da estratégia: uma agência desalinhada com a necessidade em áudio branding do cliente, um briefing mal conduzido (fruto de uma pesquisa e um escopo mal feito), erro no diagnóstico do target, ausência de uma preocupação em estabelecer conexões com esse áudio branding em outras peças e por aí vai”, enfatiza Roney.
* Parte da Matéria de Capa sobre Branding Music, produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Outubro/ 2014, número 174
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