#Não deixa claro aonde a história de fato quer levar...
Explore tagged Tumblr posts
Text
#Quando eu vi o teaser trailer desse filme...#Falei para mim: Tá ai um filme que TENHO que assistir...#É esse momento chegou#assisti todo o filme...#Busquei entrar e abraçar o filme por completo...#Mas#faltou muito para chegar a esse ápice...#A história começa te introduz e logo mais te envolve a segui-la...#Mas ao passar das HORAS#pois é quase 3 horas de filme...#Os tropeços#confusões e as abordagens que o mesmo trás consigo...#Não deixa claro aonde a história de fato quer levar...#Ou o que realmente quer transmitir...#Num amontoado de acontecimentos e entra e sai de personagens...#ei que nem tudo esta tão perdido...#Pois a personagem principal#na qual o filme é sobre ela...#É o brilho máximo de tudo assistido do começo ao fim...#Pois a luz da interpretação da atriz aqui envolvida é estrelar...#E no fim#é por ela que apertei o play e seguir nessa sessão única. 🤓#Filme: Blonde (2022) 🙃🎬🙂
2 notes
·
View notes
Text
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA: ELA PODE ESTAR DENTRO DA SUA CASA
Existem diversos fatores que levam as relações pessoais a fazer mal, mas poucos são aqueles que realmente se estende à nocividade de tão alto grau quanto uma relação em que a violência psicológica se faz presente. Feridas que sangram, mas são invisíveis, expressões que mesmo em tom sutil golpeiam e machuca a alma, fere a autoestima e a autoconfiança, lacera a dignidade, ocasiona a apatia e gera o medo e a desconfiança e, por fim, interfere diretamente na essência do próprio “Eu”.
A violência psicológica é um tipo de tema que poucas pessoas normalmente buscam compreender e menos ainda, quando envolvidos, procuram ajuda sem saber o quanto mal faz para a saúde da mente e do corpo, podendo gerar sequelas por toda a vida. Relações assim são supridas pelo desgaste emocional e sentimental com intensidade, expondo a conviver com alguém que só pensam em si mesmo e deixando um rastro de estragos pelo caminho.
Estando presente em números de lares muito acima do que se pode imaginar, a violência psicológica tem sido cada vez mais tratada em diversas relações como algo normal. Difícil de ser reconhecido e provado, os males causados as vítimas em muitos casos são até mais violentos do que um ataque físico, já que além da pessoa dificilmente encontrar recursos internos para se defender ou procurar ajuda - diferente do que acontece na violência física - a violência psicológica vai agir justamente na psique da pessoa, deixando memórias muito difíceis de serem reparados.
Nem todo mundo acorda todo dia de bom humor, tão como mesmo a pessoa mais feliz do mundo tem problemas e dificuldades de autocontrole emocional ao menos alguns dias do ano. Não deixa de ser normal às vezes se estressar, ficar irritado, ter raiva, falar coisas indevidas, extrapolar as emoções ou mesmo se revoltar. Entretanto, quando falamos de violência psicológica, na realidade se está tratando de um agressor que machuca drasticamente a mente do outro.
Apesar de normalmente serem narcisistas e egocêntrico, a violência psicológica é ocasionada por alguém que consegue se colocar sempre como o centro, mas disfarçando muito bem, agindo de forma sutil para nunca ser desmascarado. Nessa sutileza a violência se manifesta de maneira aparentemente tola, tênue e em intervalos constantes. Seu início se dá como se fosse visíveis crises bobas de ciúmes.
No começo tudo parece normal, vai se aceitando as pequenas humilhações, certos desprezos, brincadeiras sem graças com indiretas, violações da intimidade (explícita ou não), e quando se percebe a vítima começa a pedir permissão (e não a opinião) para tomar decisões.
Com o tempo o abusador começa a jogar quase sempre fazendo ameaças de dar fim ao relacionamento, para que, com isso, construa um ambiente de insegurança que vai gerando uma dependência emocional da vítima, que cada vez mais sofre pela perda gradual do seu autocontrole e da sua própria autoestima, resultado das flutuações emocionais e de irritabilidade que o abusador ocasiona, e tudo isso sustentado pela crença por parte da vítima de que há uma relação de paixão e amor que a própria situação intensifica com a ilusão de que a pessoa ama demais e por isso age assim. Nesse sentido, a vítima começa a alucinar achando que para durar a relação é necessário aceitar também o defeito desse agressor. Sem se dar conta que para um abusador psicológico não há efetivamente uma conexão emocional e sim interesse. Em outras palavras, ele não ama (no sentido real do amor) a outra pessoa, ele ama o poder que tem sobre ela.
Dentro desse ambiente gradual de agressões psíquicas a vítima tende a ir colocando, com o tempo, em dúvida seus próprios valores. Com isso, a sensação de desvalorização traz junto a culpa, como se perdesse a condição de realidade, se sentindo vítima de si mesmo. Nesse sentido a desvalorização vai tomando conta dos pensamentos e do sentimento que impactará diretamente no comportamento. A sensação de culpa passa a ser cada vez mais presente como uma chaga de incompetência e incompreensão e o medo de ficar sozinho e ser desprezado, passa a fazer parte dos pensamentos.
A violência psicológica dentro de casa é um dos mais frequentes males e que vem se destacando pelo seu aumento junto com a pandemia, levando cada vez mais suas vítimas a doenças psicológicas graves que podem ser irreversíveis. Por isso, é preciso saber identifica-la quando acontece, o que não é algo fácil.
Eu, como muitos outros que já sofreram a violência psicológica dentro de casa e que conseguiram supera-la após um doloroso processo de autoconhecimento que levou a um divórcio ou separação, trouxe com o trauma um aprendizado do quanto existe de dificuldade cairmos na realidade de maneira consciente para identificar na pessoa que está ao nosso lado o quanto ela é ou não violenta.
Não são perfis fáceis de se reconhecer. São muito habilidosos com as palavras e comportamento. Esse tipo de abusador se coloca sempre como vítima, tem como discurso falar das violências por que já passou, de como foi tratada mal, que tem um trauma familiar, ou porque o (a) ex não lhe permitia fazer o que queria. Que nunca foi amada, que sofreu bulling, abusos, etc. Por serem especialistas com a mentira e a manipulação, sabem muito bem se comportar e agir quando tem segundas intenções. Esse perfil de pessoa tem a habilidade de criar jogos e movimentos emocionais e sentimentais capazes de tornar suas vítimas emocionalmente cegas. Como nunca admitem culpa, nunca é o responsável: ele é sempre uma vítima, e como subterfúgio insiste em provar que está tentando fazer o melhor, o que faz sua vítima ficar sem ação. Sem saber ao certo quais ações tomar diante a certas condições, a vítima leva a acreditar nas ilusões, menosprezando a si mesmo.
A boa notícia é que como experiência própria e a partir de estudos comportamentais e o acompanhamento de um especialista (de verdade) é possível identificar pontos que podem auxiliar a reconhecer se hoje está vivenciando uma relação aonde se é vítima da violência psicológica.
De princípio é preciso deixar claro que, como já dito, a pessoa que comete a violência psicológica usa a manipulação (quem manipula detém o poder da situação e quem é manipulado fica submisso) e a mentira como um dos seus principais artifícios tão como sempre está na contínua condição de gerar insegurança de continuar ou não a relação. A partir daí ela normalmente vai buscar fazer a sua vítima acuar com suas ameaças e depreciações psicológicas que se faz presente de diversas maneiras, como: desacreditando a opinião e as vontades, menosprezando os gostos, os desejos e sonhos, apequenando as aptidões e talentos, não mede esforços de menosprezar as capacidades pessoais e profissionais, não há, da sua parte, qualquer motivação para algo ou reconhecimento de algum feito, além de levar a sua vítima a tentar esconder coisas por medo de represaria ou mesmo reações depreciativa - nesse sentido é muito comum a vítima passar a temer contradizê-lo, e assim as opiniões passam para o seu controle e é ele que toma as decisões no seu lugar. Vai se instalando introspectivamente a tristeza, medo e desanimo como a opressão.
O abusador psicológico sente satisfação quando detém o poder, por isso tem uma grande tendência a privação e é obstinado em querer a atenção. Sempre vai encontrar mecanismos para ser parte principal de toda ou qualquer situação. Além disso sempre quer ser dono da verdade e fazer o papel da pessoa super centrada e equilibrada, madura e adulta, sabendo o que é bom ou não para o outro, como se quisesse fazer papel de pais.
Mas, não acaba por aí, tem a mania de querer organizar a agenda da vítima sem lhe consultar; contrariado ou quando quer algo que a vítima não quer torna-se explosivo, fazendo questão de procurar uma discussão para que se sinta livre em fazer aquilo que quer, desprezando a vítima. Adora consultar redes sociais da vítima, bisbilhotar celulares e ouvir conversas.
Sempre tentando criar um ambiente de tensão, faz com que suas vítimas pensem muito antes de falar, forçando a escolher as palavras certas para não ser atacado. Além do hábito do abusador de julgar o que outro faz, dizer ou vestir, tende sempre a culpar o outro pelo seu próprio estado de ânimo, pelas emoções que sente e a falta de força de vontade de ir além. Gerando na vítima confusão e desconcerto, frustração e ódio de si mesmo.
Esse perfil é especialista em fazer sua vítima se afastar pouco a pouco das relações que são só suas, seja amigos, família, clientes e sócios. No meu caso, por exemplo, ela criou desarmonia com a minha família, com amigos, sócios e ainda me fez se afastar da sua própria família, fazendo eu acreditar em histórias ofensivas e negativistas.
Em resumo o objetivo de um abusador psicológico é definitivamente fazer a vítima deixar de ser quem realmente é para se tornar uma espécie de fantasma que tenta se encaixar num suposto modelo feito sob medida para os desejos do abusador. Então, pode-se então dizer que em resumo é um terrorismo relacional.
É fato que a maioria das pessoas que sofrem violência psicológica são mulheres, mas há também um número expressivo de homens e como eu, hoje se sentem mais a vontade de relatar o contexto das suas relações abusivas quando casal. Através dos sensos sobre a violência doméstica desde 2005, demostra que a violência dentro de casa tem como principal autor o cônjuge.
Como consequência de uma relação violenta psicológica leva o outro ao estresse emocional, a ansiedade excessiva, problemas digestivos, perda de sono, má alimentação, cansaço crônico, angustia, apatia, depressão, obesidade, consumo de fármacos, abuso de álcool, tabaco, etc.
Os limites para caracterizar este tipo de violência são muito imprecisos e subjetivos, por isso, dificilmente se consegue chegar a uma conclusão de quem está ou não mais propício a ser vítima ou estar mais vulnerável em conviver com esse tipo de perfil de abusador. Isso porque em todo começo de relação essas pessoas são totalmente diferentes do que irão se apresentar com o tempo nas relações. O que há é um perfil das vítimas que sofrem psicologicamente, já que essa forma de violência vai configurando mudanças na personalidade de quem a sofre, tais como insegurança e baixa ou nula autoestima, percepção de impotência para lidar com seu mundo seja pessoal ou profissional, sensação de culpabilidade e fracasso na vida torna-se permanente.
Essa perca identitária leva a sentimentos ambivalentes e a tendência da vítima é querer minimizar a gravidade da violência, ou mesmo justificá-los distorcendo a visão de realidade do agressor, sem ter consciência de que foi vítima de abusos psicológicos. Isto é mais frequente do que se acredita: há grandes doses de violência normalizada nas relações, e especialmente nas de casal onde a vítima releva as ocorrências porque acredita que é passageiro, uma fase, que a outra pessoa está passando por um momento difícil na vida (muitas vezes acreditando nas próprias mentiras que o abusador justifica), que ele tem problemas como todo mundo, de que há nele mais qualidades do que defeito, enfim, depois de um tempo, justificativas aparecem para sustentar a cegueira emocional.
Aquele que é o autor da violência psicológica traz junto a seu perfil sua sombra. Em outras palavras, os seus posicionamentos é justamente o inverso do seu “eu real”. O ato de praticar a violência psicológica é justamente para se opor a tudo aquilo que ele singularmente entende como vulnerável, por isso trata-se de um paradoxo existencial já que possivelmente é alguém inseguro, dependente, de pouca ou nenhuma empatia, narcísico, impulsivo e comumente irresponsável. Normalmente são covardes que quando são expostos ou colocados em situação de confronto tendem a fugir, desaparecer. Não são capazes de construir um diálogo a dois de maneira madura e responsável. Não consegue ouvir outro e antes de qualquer conversa já tem sua opinião formada. Sempre que se sentem acuados preferem se afastar e fazem isso tranquilamente, sem qualquer remorso. Por isso não adianta discutir, porque esse perfil de pessoa cresce em cima de possibilidades argumentativas. Não dá para considerar a conversa, porque ainda se corre o risco de entrar no jogo da dentro das suas mentiras e manipulação.
Não conseguem assumir sua própria identidade (eu real). Esse perfil quase sempre é resultado normalmente de uma família desestruturada, ou de uma infância abusiva, fomentada por maus tratos, de excessos, de uso e abuso do álcool ou outras drogas. Enfim, esse desequilíbrio familiar favorecem a predominação padrões comportamentais que se destacam na adolescência e predomina-se principalmente quando adulto. Entretanto, é importante ressaltar que essas problemáticas dadas quando criança é uma parte que explicam apenas parcialmente um padrão de comportamento tóxico e abusivo, afinal, todos nós também estamos aptos a liberdade de escolher como queremos ser e que tipo de relações queremos construir. Então, nem tudo se justifica como resultado de uma infância infeliz, e sim daquilo que desejamos como resultado para nossa vida. Seja qual for as circunstâncias, realmente podem influenciar, mas não determinar, logo nada justifica ser uma pessoa que pratica a violência psicológica contra outros, ainda que eles mesmos, que em algum momento, também tenham sido vítimas.
A verdade é que a violência psicológica é de extrema preocupação para saúde física e mental de todos. Por isso, é preciso entender seja qual for o tempo e modelo da relação conjugal, o amor não é única condição a ser considerada para se construir algo efetivamente saudável a dois.
Seja pela herança cultural das relações duradouras ou pela crença de que ter alguém do nosso é algo essencial para uma vida feliz, sempre nos fizeram acreditar que o amor é o alicerce principal de toda e qualquer relação e com o amor o caminho a dois é rosa. Talvez por isso ainda é comum ver em muitos lares pessoas se submeterem as relações toxicas e abusivas, suportando malefícios e a violência psicológica em nome do amor; e em nome desse suposto amor (que não o é) um vai degradando o outro, vai anulando, a tal ponto em que chega um dia em que esse outro já não sabe nem quem é, nem em que sua vida se transformou.
Respire fundo e uma vez reconhecido a violência psicológica o melhor a fazer é indiscutivelmente se afastar e se preciso procurar ajuda de bom especialista (especialista de verdade), tanto quanto antes possível. Se não é possível o afastamento então coloque barreiras rígidas e evite a aproximação. É preciso aprender a dizer não e diga sempre que preciso, NÃO. Lembre-se, esse perfil trabalha invalidando outras pessoas, então não se permita ser de alguma forma, invalidado.
Acredite, não queira perder tempo tentando reconstruir algo junto a alguém que não vale a pena. Lembre-se também que um bom especialista é capaz de lhe ajudar a atravessar essa armadilha que foi vítima através de um processo terapêutico que pode auxiliar a reconhecer os seus pontos vulneráveis, fortalecendo sua autoestima e reconstruindo seus pensamentos e comportamentos de maneira a qual lhe ensinará a se defender e posicionar quando preciso de maneira mais assertiva diante a pessoas com o perfil quando diante a uma violência psicológica — e, assim, não deixando que alguém interfira na sua alteridade, e muito menos em seus valores e suas virtudes, tão como que jamais sejam colocados novamente em dúvida a sua própria essência de SER.
Sobre o Autor:
Marcello de Souza, fundador da Coaching & Você, é apaixonado por assuntos referentes a gestão, liderança e fascinado pelo cotidiano e pelas mais diversas formas do desenvolvimento da inteligência comportamental humana. Estudioso, escritor, pesquisador e admirador da psicologia social, vive em busca constante do crescimento intelectual e comportamental humano.
Tem mais de 21 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais, atuando como agente, facilitador palestrante e consultor internacional. Tem vasto conhecimento em gestão e consultoria de equipes multidisciplinares, liderança e gestão de projetos de alto impacto, relacionamento e negócios. Coordenou times e clientes, atuando na implementação de novas ideias, simplificação de processos e identificação de áreas frágeis, bem como na antecipação de cenários com ações inovadoras de alto impacto além de desenvolver a excelência nas pessoas.
Seu trabalho seja como Coach, Mentor, Terapeuta, Palestrante e Treinador, seja em campo ou em seu consultório, utiliza dos mais alto níveis de conhecimento que envolve desde neurociências, psicologia social e comportamental como também ferramentas especializadas para análise a avaliação comportamentais, técnicas como Coaching, PNL, Hipnose, Constelação Sistêmica Organizacional e Familiar, Psicologia Transpessoal, Logoterapia, entre tantos outros fundamentos que foram alcançados em mais de 21 anos de experiência e pela busca contínua do conhecimento.
Marcello de Souza convida você a ler seu recém lançado livro “O MAPA NÃO É O TERRITÓRIO, O TERRITÓRIO É VOCÊ”, publicado em mais de 40 países. A venda em:
Português:
https://www.amazon.com.br/MAPA-N%C3%83O-%C3%89-TERRIT%C3%93RIO-VOC%C3%8A-ebook/dp/B08QTZ2V2H/ref=sr_1_1?dchild=1&keywords=O+mapa+n%C3%A3o+%C3%A9+o+territ%C3%B3rio%2C+o+territ%C3%B3rio+%C3%A9+voc%C3%AA&qid=1617819679&sr=8-1
Audiobook:
https://play.google.com/store/audiobooks/details/Marcello_de_Souza_O_mapa_n%C3%A3o_%C3%A9_o_territ%C3%B3rio_o_terr?id=AQAAAEBc2xubVM
Inglês:
https://www.amazon.com.br/dp/B08QVJ452P?ref_=k4w_oembed_RwLIR2m67yc6mw&tag=kpembed-20&linkCode=kpd
Quer saber mais, acesse:
https://linktr.ee/marcellodesouza
Lembrando sempre que é fã e respeita a opinião do outro, aceita o diálogo para discussões contrárias, mesmo que a opinião do outro não consiga responder as ideias e pensamentos existentes nas reflexões, aqui, escritas.
Contato:
E-mail: [email protected]
www.coachingevoce.com.br
www.marcellodesouza.com.br
Telefone:
Campinas: 19 3090 0001
São Paulo: 11 3181 7720
11 notes
·
View notes
Text
Felizes para sempre - Capítulo 3
Ship: lutávio (Luccino/Otávio)
Sumário: O almoço se inicia, mas claro que dona Ofélia não consegue entender o porque de um menino tão bom como Luccino ainda não estar casado.
---------
Capítulo 3 - Aceita-se esposa
A festa começou como deveria, com todos se cumprimentando e se sentando à mesa do lado de fora, preparada exatamente para aquela ocasião. Aos poucos, os convidados que faltavam começaram a chegar, até que Julieta e Aurélio finalmente apareceram, completando todos os habitantes do Vale no quintal dos Pricelli, todos carregados com comidas e doces vindos de suas próprias casas. E a mesa, separada por amigos próximos dos Pricelli em questão, formava uma grande família, inteira conectada de um jeito ou de outro.
No fim, depois de tantos casamentos e namoros, o Vale do Café era praticamente uma família só.
Fani e Edmundo se sentavam em uma ponta, ao lado de Rômulo e Cecilia. Já Ernesto e Ema estavam ao meio, entre Camilo e Elisabeta, seguido de seus acompanhantes. E na outra ponta, Luccino sentava entre Otávio e Mariana, perto de Brandão e de Randolfo e Lídia.
Ofélia, Felisberto, Julieta e Aurélio se sentavam perto de dona Nicoletta, rindo e conversando sobre seus filhos, como se todos não estivessem logo ali, ouvindo tudo.
- Mama! – Fani exclamou de repente, depois de Nicoletta começar uma conversa embaraçosa de sua filha. Em meio a tantas conversas, era difícil acompanhar qualquer uma, então Luccino de deteve a rir e se voltar para Mariana, continuando sua conversa com sua melhor amiga enquanto sua mão se mantinha entrelaçada a de Otávio sob a mesa.
- Ah filha, me perdoe, me perdoe – Nicoletta riu, balançando as mãos e sorrindo ao sorriso de sua filha. – É que eu tenho tanta história de você e seus irmãos! Tanta coisa boa pra contar agora que vocês tão tudo de volta!
- Pois então mama, se atenha aos detalhes não embaraçosos – Ernesto disse, mandando-lhe uma piscadela típica.
- Ou as mantenha nas costas do filho que não se importa – Fani sugeriu, acenando para Luccino, que só naquele momento se pôs a escutar.
- O que tem eu? – perguntou, inocentemente, e tanto Fani quanto Ernesto sorriram travessos.
- Conte mama. Se adora tão seu caçula, nos agrade com alguma história de Luccino – Ernesto acenou, e os olhos do mecânico se arregalaram.
- Mama, não há nenhuma necessidade... – ele falou, o mais suave possível, mas dona Ofélia logo o interrompeu.
- Mas desse pestinha não precisa nem ser mãe pra saber das travessuras de moleque! – ela disse, alto, e as Beneditos se olharam interessadas enquanto Felisberto ria.
- Ofélia, por favor, vai deixar o menino sem jeito – ele tentou, enquanto Luccino sentia seu corpo gelar e suas bochechas esquentarem. Ainda assim, nada impediu Ofélia de continuar.
- Ah, mas ele já fez muitas travessuras lá em casa, enquanto Nicoletta trabalhava! – ela disse, olhando ao redor da mesa enquanto todos os olhos se focavam em Luccino, que estava mais vermelho que o molho do macarrão na mesa. – Uma vez, eu achei esse menino passando mal de tanto comer os doces da nossa dispensa! E sem pedir ainda, vê se pode!
- Ofélia... – Felisberto tentou, novamente, mas todos da mesa já estavam muito interessados, sorrindo e rindo.
- M-mas eu pedi desculpa... – Luccino murmurou, e Ofélia balançou a mão.
- Num se preocupa. Sempre foi muito bem vindo lá em casa. Eu já te considerava quase um filho meu mesmo – ela disse, e Luccino sorriu um pouco – Mas ainda assim era travesso demais!
- Mas também era muito educado e gentil – Felisberto adicionou, ficando do lado do rapaz. – Lembro muito bem do dia em que Luccino decidiu fazer brinquedos para as meninas, apesar de ser bem criancinha. Fez uma bonequinha de madeira para cada uma, e adorava olhar Lídia enquanto dormia.
- Sempre foi bom com as mãos, nosso irmão – Ernesto acenou, sorrindo – Não me impressiona que agora conserte veículos.
- Assim eu fico sem jeito – Luccino disse, sem graça, sorrindo um tanto acanhado enquanto sentia Otávio apertar sua mão por baixo da mesa.
- Não há porque ficar – Mariana logo se intrometeu, sorrindo – Sempre soubemos que você é a melhor pessoa desse Vale inteiro.
- Sim, sempre disposto a ajudar todos e qualquer um – Jane adicionou.
- E nunca se esquecendo de velhos amigos – Rômulo disse, acenando.
- E se metendo em encrenca atrás de encrenca pra manter os todos a salvo – Brandão completou, acenando.
Todos da mesa concordaram, e Luccino sentiu seu coração já muito mole amolecer ainda mais. Ele só queria se esconder para sempre com todos aqueles elogios.
- Por causa disso que sempre achei que Luccino teria a melhor esposa do Vale – Ofélia disse, e toda a alegria dos comentários se esvaiu como uma brisa repentina. – Um homem assim deveria ter várias pretendentes!
Luccino sentiu seu corpo relaxando, não com calma, mas com uma tristeza que não cabia dentro de si. Claro. O assunto sempre tinha que voltar para... isso. De repente, um mal estar o encheu, e ele olhou para seu prato sem vontade nenhuma de voltar a comer.
- Ofélia... – Felisberto suspirou, e o clima pareceu esfriar, com todos ficando em silêncio. Luccino não queria olhar para os outros, principalmente para sua família.
Embora Ernesto, Fani, Ema, Edmundo, Mariana, Brandão e até mesmo Nicoletta o olhassem com pena. Ou, talvez, era por conta da pena que não quisesse olhar para ninguém.
Ele sentiu Otávio apertar sua mão novamente, mas dessa vez não sentiu vontade alguma de continuar ali.
- Com licença, eu vou buscar os doces. Perdi a fome – Luccino disse, baixo, mas com o silêncio que tinha se instalado na mesa, todos puderam ouvir. Ele se levantou, pegou seu próprio prato e saiu em direção a cozinha, sentindo seus olhos arderem e seu coração apertar.
Pôde até mesmo ouvir algumas das Beneditos reclamarem com Ofélia, mas nada poderia fazê-lo aproveitar aquele momento.
Colocou seu prato sobre a pia, desejando fazer como seu pai fazia. Chutar a mesa, quebrar o prato, socar a parede, e talvez agora ele o entendesse melhor.
Algumas coisas davam muita raiva só pra se chorar.
Ainda assim, não fez nenhum dos dois. Limpou seus olhos antes que as lágrimas escorressem, as engoliu de volta, e começou a arrumar os doces em travessas, embora o que mais quisesse era ir embora.
- Luccino?
Ele fechou os olhos, suspirou, e depois se levantou, tentando se manter calmo.
- Sim Mariana?
A moça estava de pé, à alguns passos dele, suas mãos juntas à sua frente. Sua face demonstrava tristeza, mas ele não via nada além de sua raiva.
- Você quer ajuda? – ela perguntou, suavemente, e ele balançou a cabeça, colocando os brigadeiros sobre a travessa.
- Não. Obrigado. Pode voltar ao almoço – respondeu, frio e seco. Ela suspirou.
- desculpe minha mãe... ela não sabe... não entende – ela falou, tentando acalentá-lo, mas suas palavras só serviram para deixa-lo mais irritado. Ele largou os doces sobre a travessa e a olhou, nos olhos.
- Mariana. Lembra de quando cortaram seus cabelos, e você disse que eu nunca entenderia o que significava a falta deles para com o fato de você ser mulher? – ele perguntou, sua voz elevada e vazia de paciência. Mal deu tempo para que ela assentisse, ele já continuou – Pois então. Isso, você nunca vai entender.
- Eu... eu sei. Mas eu queria que você... se sentisse melhor – ela tentou, mais uma vez, mas Luccino já estava muito alterado.
- Vá lá fora então, e mude os pensamentos de todos! – ele disse, quase gritando, antes de bater sua mão contra a mesa e esfregar os olhos. – Mude! Todos eles! É o único jeito de me fazer sentir melhor! E enquanto isso, pode levar os doces também. Não vou voltar para o almoço. Divirta-se.
- L-Luccino! – Mariana exclamou atrás dele, mas já era tarde. Luccino saiu pela porta dos fundos em direção à mata, correndo e sem olhar para trás, querendo ficar o mais longe de todos e o mais sozinho possível.
Mariana demorou, mas eventualmente voltou para a mesa de almoço sozinha, aonde uma discussão já tinha se instaurado, e agora todos estavam de pé e discutindo. Mas assim que ela se aproximou, todos se calaram, a olhando.
- Luccino... disse que estava indisposto. Não vai voltar para o almoço – ela disse, olhando para Brandão com uma feição preocupada.
- Ah, esses meninos que se ofendem com tudo! Ache uma esposa e a cidade para de falar! – Ofélia disse, se sentando, e Mariana a olhou, brava, pronta para esbravejar, mas foi detida por Otávio, que pegou sua mão e a puxou de leve.
- Mariana, por favor. Não vale a pena – ele disse, baixinho, e Mariana bufou antes de se sentar. Mas claro, que se até mesmo Fani e Ernesto preferiram se calar, Lídia não o faria.
- Nossa mamasita, estou muito desapontada com a senhora! Isso é jeito de tratar o Luccino?! – ela disse, irritada, e cruzou os braços, antes de tomar uma decisão e se levantar. – Venha Randolfo. Vou fazer uma greve de almoços até que mamãe peça desculpas ao nosso amigo. Vamos vamos! – ela puxou Randolfo pelo braço, ignorando os chamados de Ofélia.
- Ai Lídia! Por que é assim filha? – Ofélia reclamou, mas Elisabeta não pôde ficar calada.
- A culpa é sua mamãe. Magoou Luccino e aposto que magoou todos os Pricelli, que só são muito educados para reclamar da senhora. Aonde já se viu, implicar com casamento dos outros? Já não basta os das suas próprias filhas?
A discussão continuou entre os Beneditos, com Felisberto tentando não apoiar nenhum lado, enquanto Otávio se aproximou de Mariana, preocupado.
- Mariana, Luccino está bem?
- Eu duvido. Estava nervoso como uma cobra – ela disse, suspirando. – Saiu correndo da casa sem dizer para onde ia, pra dentro da mata.
- Eu deveria ir procura-lo, com licença – Otávio acenou, se levantando em meio a confusão e saindo de fininho.
Enquanto isso, outros também discutiam a situação.
- Acho que vou atrás dele. Odeio deixar Luccino sozinho por ai – Ernesto disse à Ema, que sorriu e assentiu.
- Pode ir. Eu cuido de sua mãe.
- Eu vou com você – fani disse, já levantada, atrás de Ernesto. – Vamos.
- Vamos. Tchau, minha linda – Ernesto disse e sorriu, beijando a bochecha de Ema antes de sair com Fani também meio escondidos.
- Mariana, eu estou preocupado – Brandão disse, de repente, atraindo a atenção de sua esposa. – Será que nós também não... deveríamos procurar o Luccino? Afinal, eu tenho medo de que ele possa... se meter em alguma encrenca, e quanto mais olhos, melhor.
- Eu concordo. E além do mais, perdi a fome. Vamos – ela assentiu, pegando a mão de seu amado e o puxando para longe da mesa, seguindo para a mata.
Só então que a discussão esfriou, e os convidados que sobraram olharam ao redor, confusos.
- Aonde foram todos? – Felisberto perguntou, e Ema sorriu, dando de ombros.
#minha fanfic#lutavio#fps cap 3#felizes para sempre#luccino#otavio#beneditos#orgulho e paixão#orgulho e paixão fanfic#mano eu não canso dessa merda
14 notes
·
View notes
Text
1st Date
Titulo: 1st Date Personagens: Jeongguk, narradora Gênero: fluffy Palavras: 4.020 Nota da autora: Olá! Eu tô um pouco (muito) atrasada nessa vida de tumblr. Escrevi essa história lá em 2014, foi a primeira que eu escrevi e, bem… ah, sei lá. Espero que gostem! :)
(ah, e ela também tá no meu socialspirit, apesar de eu não usar mais ele, e no meu outro tumblr, o lost-paper-sun)
Vestido? Não, muito princesinha.
Calça? Não, sempre uso calça quando vejo ele.
Um short, então. Mas… qual?
E que blusa?
Não sabia por que estava tão nervosa e ansiosa apenas para sair com ele. Já fizemos isso milhões de vezes. Tudo bem que ele nunca havia me chamado EXATAMENTE para um encontro, nós sempre saíamos, como amigos, e provavelmente essa foi uma das razões pelas quais eu fiquei extremamente surpresa quando ele usou aquelas exatas palavras.
Deixei que aquela maravilhosa lembrança me envolvesse sem nem ao menos tentar resistir.
Aquela quinta feira tinha sido muito chata na escola e, quando saímos, ele fez questão de me levar até minha casa. Apesar de ser apenas a cinco quarteirões do colégio, não tive coragem de negar, pois a companhia dele sempre me fez muito bem. Mesmo quando eu queria ficar sozinha, quieta, e ele vinha até mim, eu não conseguia mandá-lo embora. Caminhamos um ao lado do outro, conversando, mas pude perceber que algo o incomodava. Ele estava tenso, com os ombros retraídos. A maioria das pessoas não perceberia aquilo, mas essa era uma das vantagens de ser, literalmente, a melhor amiga da vida toda. Eu o conhecia melhor do que a mim mesma, praticamente sentia tudo o que acontecia com ele. Entendia seus pensamentos e como sua mente funcionava melhor do que os meus próprios. E, naquele momento, podia sentir que algo o angustiava, mesmo que ele tentasse esconder.
Quando chegamos à minha casa, não aguentei mais vê-lo perturbado, pelo que quer que fosse, e perguntei:
“Jeongguk-oppa, aconteceu alguma coisa? Você está estranho…”
“Quê? Não, eu estou bem…” Ele se apressou em responder. Seus olhos ficaram arregalados e, logo em seguida, ele levou uma das mãos até sua nuca, coçando-a, o que era um claro sinal de que ele realmente estava nervoso, mesmo que dissesse o contrário.
“Não é o que parece. Você sabe que pode me contar qualquer coisa, oppa.” Segurei em seus ombros e o olhei nos olhos, reforçando aquilo que havia acabado de dizer, mas, no instante seguinte, ele se soltou das minhas mãos, sacudindo os ombros. Tive que me controlar, pois aquilo tudo, todo aquele nervosismo dele, estava começando a me afetar também. O skin ship nunca o havia incomodado.
“É que… Aish, por que você é assim tão curiosa? Agora eu me perdi no que ia te falar…” E o que era para me acalmar e me fazer parar de perguntar, apenas atiçou ainda mais a minha curiosidade.
“O que você ia me falar? Para de enrolar, oppa! Vou ficar te atormentando até você falar!”
“Aigo, como você é chata!” Ele brincou, e ambos soltamos risinhos de alívio. “Bom, eu ia perguntar se você…” Ele ficou quieto, de repente, e desviou o olhar.
Se eu…?
Aish, que menino lerdo!
“Se eu o quê, oppa?”
“Sevocênãogostariadesaircomigonosábado?”
Ele disse aquilo tão rápido que não consegui entender tudo.
“O quê?” Perguntei, um pouco mais alto (e desafinado) do que pretendia. “Digo, desculpa, eu não entendi o que você disse.”
Ele suspirou uma, duas vezes. Respirou fundo e disse:
“Eu perguntei se você não gostaria de sair comigo, neste sábado?” Ele disse, corando.
“Você estava nervoso daquele jeito por causa disso? Oppa, eu sou sua melhor amiga. Por quê eu negaria sair com você?” Falei, com um sorriso.
“É que, na verdade… eu… eu estava pensando em nós sairmos juntos como num…”
“Num…?”
“Como num encontro! Pronto, falei! Aish!” E o que antes era um leve rubor em suas bochechas, logo se tornou algo (muito) mais intenso, quase deixando todo o seu rosto vermelho.
“Um encontro? Mas, oppa…” Comecei, chocada.
“Por favor, só diga que sim.” Ele me interrompeu, com súplica em seus olhos, misturada a preocupação e receio.
“Então, sim.” Disse, seguido de um risinho. Por que não? Seria divertido.
Ao olhar para ele, pude ver que todo aquele receio que estivera ali alguns segundos antes havia se esvaído completamente e que agora seu olhar estava cheio de alívio e de uma alegria pura e contagiante, e tudo isso junto ao lindo sorriso que agora estampava seu rosto. Não pude deixa de sorrir diante daquela cena.
O que veio em seguida se passou tão rápido que eu mesma não entendi tudo o que aconteceu: num momento ele estava à minha frente e, no outro, seus braços estavam em volta da minha cintura, me erguendo ligeiramente do chão e me girando.
Alguns segundos depois, ele me colocou no chão (e, sim, ele ainda sorria), me deu um leve beijo na bochecha, se despediu, virou as costas e saiu correndo pela rua. Ri suavemente da maneira como ele havia se despedido e ido embora e logo em seguida entrei em casa.
O dia seguinte foi, provavelmente, o mais entediante de todos. Jeongguk havia faltado à aula e me deixado sozinha em meio àqueles idiotas todos.
Mas até que o fato de ele ter faltado foi bom, porque tive tempo para assimilar tudo aquilo o que estava acontecendo: eu teria um encontro com meu melhor amigo. No começo, achei isso muito estranho, mas, depois de algum tempo, comecei a pensar nele de uma maneira que não pensava há um bom tempo. Ele era muito bonito, isso ninguém poderia negar: os cabelos negros contrastavam com a pele branca. Em seu rosto, seus olhos escuros ganhavam um destaque maravilhoso. Sem falar no sorriso dele, tão puro e verdadeiro. Ele era tímido, é verdade, mas quem o conhecia sabia o quanto sua alegria era contagiante.
Com todos esses pensamentos, uma série de hipóteses e ‘e se’s sobre o que aconteceria depois do encontro começaram a perturbar minha mente e só me vi livre de meus devaneios quando meu celular apitou, avisando que eu tinha uma nova mensagem.
Peguei o aparelho e vi que era uma mensagem dele.
“Oi! Desculpa ter faltado hoje. (Perdi o horário). E… ah, sim, ontem eu me esqueci de te avisar: passo aí às 13h para te buscar, okay?”
“Oi! Pois é, perdeu o horário e eu fiquei lá, morrendo, no meio daquelas criaturas que são os nossos colegas de classe. Okay!, e aonde nós vamos?” Digitei rapidamente e apertei enviar.
Demoraram alguns minutos para que a resposta dele chegasse.
“Hum… SURPRESA!”
“Aish, Jeongguk! Não acredito que você vai mesmo fazer isso!”
Novamente, a resposta demorou alguns minutos para chegar.
“Já fiz!”
“Ah, tudo bem, então. ‘-‘ Até amanhã.”
Dessa vez, a resposta dele não demorou nem dois minutos.
“Hahaha. Te vejo amanhã.”
Não conversamos pelo resto do dia. Fui dormir perto da meia-noite e hoje acordei com a síndrome de ‘mas o que eu vou vestir?’ atacada.
Meus pais passariam o dia fora, então não teria que dar maiores explicações para o meu momentâneo ataque de pânico.
Já era quase 12h30min e eu simplesmente não fazia ideia de que roupa colocar. Quando finalmente me decidi por um short jeans, uma blusa de ombro caído com estampa ‘camuflada’ e um tênis branco, senti a ansiedade tomar conta de mim e as dúvidas começaram a brotar em minha mente: “E se ele não viesse? Ou, se viesse, o que esperaria que acontecesse entre nós?”
E foi então que aquele pensamento surgiu, cristalino como a água: “Será que ele…”
NÃO! IMPOSSÍVEL!
Eu, com certeza, estava imaginando coisas. Aquilo não fazia o menor sentido. Desde crianças, nós éramos como irmãos. Aquela possibilidade estava totalmente fora de questão.
“Mas então por quê ele havia feio questão de usar a palavra ‘encontro’?”
Pensar nisso me fez sentir como se meu cérebro brincasse com um novelo de lã, me impedindo de raciocinar.
“Aish, Jeongguk, pare de confundir a minha mente! Você já fez isso o suficiente no ano passado, me fazendo pensar em você de um jeito diferente, e, depois de eu ter conseguido assimilar e separar tudo, você me aparece com uma coisa dessas?”
A meia hora que se seguiu foi, provavelmente, a mais demorada da minha vida. Fiquei esperando sentada no sofá da sala. Nem meu celular ou a televisão conseguiram me distrair ou diminuir minha ansiedade.
Quando o relógio finalmente indicou que já eram 13h, comecei a suar frio.
13h05min. Onde ele estava? Fiquei agitada. Me levantei do sofá e comecei a caminhar de um lado para o outro na sala, numa tentativa falha de me acalmar.
13h10min. Será que ele tinha desistido e não viria mais? O pânico tomou conta de todo o meu ser. Passei as mãos nervosamente pelos meus cabelos e fiz uma trança, desmanchando-a logo em seguida.
13h15min. Era isso, ele não viria. Por que outra razão demoraria tanto? A casa dele não era tão longe assim.
Segui em direção ao meu quarto quando a campainha tocou.
É claro que eu saí correndo para abrir a porta, parando apenas em frente a ela para me recompor e abri-la como uma pessoa decente.
Involuntariamente abri um enorme sorriso quando vi que era ele: Jeon Jeongguk, parado à minha frente, me analisando dos pés à cabeça, com um lindo sorriso no rosto. Nossos olhares se encontraram e vi seus olhos brilhando, sua expressão num misto de alegria e surpresa.
“Você… você está linda.” Ele disse ainda me observando. Pude sentir minhas bochechas ficando cada vez mais quentes e provavelmente assumindo um forte tom de vermelho.
“Obrigada.” Abaixei a cabeça, tentando esconder ‘a vergonha e a falta de jeito’ que tomavam conta de mim. “Você também está muito bonito.” Acrescentei. Ele usava uma camiseta preta de mangas longas com um relógio branco no pulso direito, jeans preto e, combinando comigo, tênis branco.
“Obrigado… Bom, vamos?”
“Vamos!” Falei, mordendo o lábio inferior enquanto sorria.
Fechei a porta e o segui. Passamos pelo portão da minha casa e fomos andando pelo quarteirão. Na esquina havia um táxi, do qual ele abriu a porta e, como um cavalheiro, gesticulou para que eu entrasse primeiro.
“Mas… vamos para onde?” Perguntei curiosa, já que ele não havia me contado para onde iríamos.
“Você confia em mim?”
“Confio, mas eu…”
“Então não tente estragar a surpresa que eu preparei, por favor.” Ele pegou um papel em seu bolso e o entregou ao motorista, provavelmente para não ter que falar o endereço e eu acabar adivinhando para onde ele me levaria.
Começamos a conversar sobre assuntos aleatórios e, uns 30 minutos depois, o motorista avisou que havíamos chegado. Jeongguk o pagou, abriu a porta e estendeu a mão para me ajudar a descer.
Olhei ao redor, para ver em que lugar estávamos. Era uma avenida à beira da praia e mais à frente havia um parque de diversões.
Ele ficou atrás de mim e colocou suas mãos em meus ombros, me guiando à entrada do parque. Paramos na bilheteria e, quando fui pagar meu ingresso, ele se adiantou e o fez por mim. Disse-lhe que não precisava fazer aquilo, mas ele apenas sorriu e disse que fazia questão. Achei melhor não discutir, então apenas o agradeci.
“Em qual você quer ir primeiro?” Ele perguntou, me olhando por cima do meu ombro.
“Sério?”
“Sério.” Após isso, sorri igual uma idiota, o segurei pelo pulso e sai correndo em direção ao Elevador. No geral, passamos mais tempo nas filas do que nos brinquedos, mas foi muito divertido. Quase fiquei rouca de tanto gritar na Montanha-Russa. Depois, praticamente fui arrastada até o Carrinho de Bate-Bate. Nunca gostei muito daquele brinquedo, porque quase sempre ficava ‘passeando’ de um lado para o outro, sem nunca atingir alguém, ou era jogada para o canto da ‘pista’ e não conseguia sair de lá. Quando estávamos prestes a entrar, haviam sobrando exatamente dois carrinhos: um azul e outro rosa-bebê. Particularmente, nunca fui muito fã de coisas cor-de-rosa, então entrei correndo e peguei o carrinho azul, o que fez com que Jeongguk tivesse que ficar com o outro. Aquilo provavelmente foi como uma declaração de guerra para ele, que fez questão de ficar batendo no meu carrinho o tempo todo. Tive vontade de lhe dar um soco, mas antes teria que conseguir controlar minhas risadas, devido à situação em que nos encontrávamos. Ele, num carrinho rosa, era tão ameaçador quanto um filhote de tigre, ou seja, mais fofo do que ameaçador.
Quando saímos, Jeongguk parou em um estande de Acerte-O-Alvo e, depois de acertar o funcionário do estande duas vezes com a bola, ganhou um enorme urso de pelúcia branco para mim.
Pouco antes do entardecer, compramos pipoca e ficamos caminhando pelo parque. Assim que terminamos de comer, fomos em direção à Roda Gigante. Entramos no brinquedo e ficamos conversando ali por um tempo, até que, pelos auto falantes, os monitores avisaram que parariam a roda para que pudéssemos ver o pôr-do-sol de lá de cima.
Tenho que confessar que foi, provavelmente, a cena mais linda que já presenciei. A areia branca da praia brilhava com o tom alaranjado do sol e logo dava espaço o mar, cujas águas refletiam a mistura de tons de laranja, amarelo e (sim) rosa, roxo e azul que tomavam conta do céu. Eu estava tão maravilhada que cheguei ao ponto de ficar boquiaberta. Senti uma das mãos de Jeongguk sob o meu queixo, fechando minha boca. Dei risada, é claro, devida à minha situação e logo senti um dos braços dele passar por sobre os meus ombros, enquanto o outro passava por trás da minha cintura, me puxando para um abraço. Coloquei o urso no assoalho da cabine e o abracei. Ficamos daquele jeito até que o sol tivesse sumido completamente no horizonte, nos impedindo de diferenciar até onde era mar e onde o céu começava. Então, a roda foi ligada novamente para que descêssemos, porque o parque já iria fechar.
Eu estava prestes a pegar o celular para chamar um táxi quando senti uma mão segurar a minha. Nem precisei olhar para saber quem era, e senti um arrepio percorrer o meu corpo, mas não um arrepio incômodo, pelo contrário, foi uma sensação muito boa.
Ele me puxou até a praia, onde tiramos os tênis e começamos a caminhar descalços e de mãos dadas pela areia úmida. A Lua brilhava no céu negro junto às estrelas e o mar refletia sua luz, assumindo um tom prateado. Era uma cena de tirar o fôlego, quase tão bonita quanto o pôr-do-sol que havia presenciado mais cedo.
Ficamos caminhando até que chegamos às pedras que indicavam o fim da praia. Olhei para ele, esperando que dissesse para nós voltarmos, mas então ele subiu em uma das pedras e me estendeu a mão, para me ajudar a subir com ele. Escalamos até a maior das pedras, onde nos sentamos e é claro que, como a bela desastrada que eu era, escorreguei e quase caí, mas logo senti suas mãos em minha cintura, tentando me ajudar a recuperar o equilíbrio. Sentei-me ao lado dele e coloquei o urso de pelúcia do outro lado, mas sem soltá-lo, temendo que caísse dali de cima.
O silêncio se estabeleceu entre nós e fiquei apenas observando o imenso mar que se estendia à minha frente, as ondas batendo nas pedras, a espuma branca que se formava.
Ao meu lado, Jeongguk pigarreou e o olhei a tempo de vê-lo coçando a nuca.
“Está tudo bem, oppa?”
“O quê? Ah… sim, eu só…” Um sorriso tímido tomou conta de suas feições e ele abaixou a cabeça, tentando escondê-lo. “Só estou um pouco nervoso…”
“Nervoso? Mas, por quê?”
“Não sei se você sabe, provavelmente sim, mas esse é o meu primeiro encontro e…”
“Eu suspeitava, já que você, aparentemente, sempre teve medo de mulher, coisa que nunca entendi. Não é como se nós fossemos te atacar.” Ele riu, e pude senti-lo ficar, pelo menos, um pouco mais calmo e relaxado.
“Eu não tenho medo de mulher, eu só sou tímido, e você sabe disso.” Com isso, ele bateu um cotovelo em mim, me dando um leve empurrão. Fiz o mesmo com ele e rimos da nossa infantilidade.
“Então, você estava falando sobre esse ser o seu primeiro encontro e não terminou o que ia falar…” A curiosidade me venceu e precisei retomar aquele assunto, mesmo sabendo o quanto aquilo o deixava tenso.
“Ah, sim…” Ele olhou para mim, mas logo desviou o olhar, encarando o mar à nossa frente. Vi o quanto suas mãos estavam inquietas em seu colo. “Já tem um tempo que eu queria te contar, mas nunca consegui juntar coragem suficiente. Não sei te dizer quando comecei a me sentir assim, mas é algo totalmente diferente de tudo o que já senti antes; é muito forte e me faz querer ficar perto de você o tempo todo. Acho que não existem palavras que possam expressar exatamente o que eu tenho sentido. Diversas vezes me peguei pensando em você de um jeito que nunca havia feito antes. E, por mais que eu tentasse afastar esses pensamentos, eles sempre voltavam. Chegou um momento em que eu cansei de lutar contra eles. As coisas mais simples que você fazia passaram a ter um efeito diferente em mim. Eu comecei a prestar atenção em detalhes seus que, antes, eu ignorava. Tem alguma coisa em você que mexe comigo, que me deixa sem palavras, sem reação, e me faz agir como um bobo. O que eu estou tentando te dizer é que eu acho que, depois de tantos anos de amizade, eu acabei me apaixonando por você.”
O que eu achei disso? Fiquei totalmente sem palavras. Nunca que eu esperaria isso vindo dele. Claro, já houve um tempo em que ouvir isso era tudo o que eu queria, mas parecia algo tão improvável que achei melhor simplesmente ignorar tudo o que estava sentindo. Sem mencionar o medo que eu tinha de que isso estragasse a nossa amizade.
E agora, quase um ano depois, ele me aparecia com uma dessas.
Ao meu lado, ele suspirou e eu o olhei.
“Diz alguma coisa.” Ele pediu, retribuindo o meu olhar.
Alguma coisa do tipo? Haviam tantas coisas que eu queria que ele soubesse. Optei, então, por contar-lhe como tudo aconteceu.
“Nossa… Oppa, eu nem sei o que te dizer, mas… acho justo te contar o meu lado dessa história.” Suspirei, as palavras surgindo em um turbilhão na minha mente. “Chega a ser irônico, porque, eu sei como é. Acredite, eu sei. Mas fiquei com tanto medo de que isso pudesse te afastar de mim que…”
“Simplesmente fingiu que o sentimento não existia até conseguir me esquecer?” Ele me interrompeu, praticamente adivinhando o que eu ia dizer. “É, nós somos mais parecidos do que eu pensava.” A risada dele aliviou minha tensão, como sempre. Era tão estranho pensar que ele sabia como eu me sentia, e, mais ainda, saber que ele se sentia da mesma maneira.
“Mas, e agora?” Perguntei.
“E agora?” Ele se levantou e me estendeu a mão, para que eu fizesse o mesmo. Com um impulso ele me levantou, logo me puxando para um abraço. Mas aquele não foi um abraço normal, foi diferente de todos os outros: eu nunca havia me sentido tão bem. Ele fazia aquilo parecer tão certo. Seus braços afrouxaram o aperto ao redor de minha cintura, mas sem me soltar, para que ele pudesse olhar para mim. “Agora, eu te pergunto se você aceita ser a minha namorada?”
“Oppa, eu…” Olhei em seus olhos e me perdi no brilho deles. Um lindo sorriso estampava o seu rosto enquanto ele esperava por minha resposta, mas era óbvio o que eu diria. Segurei seu rosto entre minhas mãos, acariciando suas bochechas e acrescentei. “É claro que sim, Jeongguk.”
Novamente, ele me abraçou e pude sentir que ele sorria contra o meu pescoço. Quando se afastou, entrelaçou nossos dedos e ficamos ali, apenas sorrindo e nos olhando por longos minutos.
Meu melhor amigo e, agora, meu namorado. Isso soava tão bem.
Sua mão livre veio até minha bochecha e ele deu um passo em minha direção, já se aproximando. Pude sentir sua respiração contra minha pele. Poucos centímetros nos separavam quando um som surgiu: algo parecido a uma melodia tocada no piano. Jeongguk baixou o olhar, soltou um suspiro e pegou o celular em seu bolso.
“É a minha mãe. Ela quer saber se eu ainda vou demorar muito para voltar para casa.” Falou, rindo.
“Não importa quantos anos você tenha, sempre vai ser o garotinho dela.”
“Agora ela vai ter que aprender a dividir o garotinho dela com a namorada dele.”
“Acho que ela consegue se costumar.” Pisquei para ele, que sorriu e voltou a observar o celular.
“Omona, já são quase 20h30min. O dia passou tão rápido. Melhor nós voltarmos para casa.”
“Verdade. Logo meus pais vão chegar e ficarão preocupados se eu não estiver lá.” Falei, pegando meu urso de pelúcia e meus tênis.
Começamos, então, a descer das pedras. Quase caí em diversos momentos e, em todos eles, Jeongguk estava lá, me segurando e ajudando a recuperar o equilíbrio.
Quando chegamos à areia, ele pegou o celular para chamar um táxi. Logo em seguida, Jeongguk me olhou com um sorriso travesso, virou as costas e saiu correndo pela praia!
“O que você está fazendo?” Gritei.
Virando de frente para mim, mas sem parar de fazer o caminho de volta, ele respondeu, também aos gritos, enquanto ria.
“Corre! Temos que voltar para o parque antes que o táxi chegue.”
Ri e logo comecei a correr atrás dele. Uns dez minutos depois eu já estava quase sem fôlego e iria pedir para que ele parasse de correr quando o vi tropeçar e cair na areia. Mesmo com meus pulmões protestando por ar, corri até ele e me sentei ao seu lado.
“Mas o que aconteceu, oppa? Tropeçou em seus próprios pés?”
“Ha-ha. Muito engraçadinha você. Sabe o que acontece com garotas engraçadinhas?” Nem tive chance de responder; ele colocou as mãos em meus ombros e, com um empurrãozinho, me jogou na areia, ficando por cima de mim logo em seguida.
“Oppa, deixa eu me levantar!”
“Hum… Não!”
“Jeon Jeongguk, saia de cima de mim!”
“E o que eu ganho com isso?”
“Uma namorada que não foi esmagada?”
“Que tal isso?” Ele aproximou seu rosto do meu, nossos olhares se encontraram e então ele me beijou, me fazendo esquecer de todo o resto do mundo que havia ao nosso redor. Naquele momento, éramos apenas eu e ele. Meu coração batia acelerado. Levei minhas mãos até sua nuca e segurei seus cabelos entre meus dedos, trazendo-o para mais perto.
Senti como se eu pudesse viver ali, em seus braços, naquele beijo, para sempre, mas (infelizmente) precisamos respirar, e ele se afastou alguns centímetros, enquanto recobrava o fôlego. Sorri para ele, que me deu um selinho antes de se levantar e me estender a mão, para que eu fizesse o mesmo e retomássemos o caminho de volta ao parque.
Sacudi a areia da roupa e de meus cabelos, segurei o urso de pelúcia e meus tênis com uma mão e, com a outra, segurei uma das mãos de Jeongguk.
“Se for desse jeito, vou ser engraçadinha mais vezes.” Falei, fazendo-o rir.
Chegamos ao parque cerca de quinze minutos depois. Sentamo-nos num banco que havia ali para recolocarmos nossos tênis e, uns cinco minutos depois, o táxi chegou. Jeongguk disse ao motorista o endereço de minha casa e logo já estávamos fazendo o percurso de volta.
Ficamos em silêncio por um tempo, mas logo começamos a conversar sobre o quão bom havia sido aquele dia.
Pagamos o taxista logo que ele nos avisou que havíamos chego, descemos do táxi e Jeongguk me levou até a porta de casa.
Parei diante da porta e me virei para ele, que logo me puxou para um abraço. Sabíamos que, em algum momento, precisaríamos desfazê-lo para que ele pudesse voltar para sua casa, mas soltá-lo era algo que eu não queria fazer naquele instante.
Ficamos ali, um nos braços do outro, por vários minutos, até que ele se afastou um pouco, para poder me olhar. Com um sorriso, depositou um beijo em minha testa e, em seguida, me deu um selinho.
“Eu preciso ir agora…” Falou, lamentando. “Durma bem, yeobo. Até amanhã.”
“Você também, oppa. Até amanhã.”
Observei enquanto ele se afastava de minha casa, com a saudade já preenchendo meu coração e ansiando pelo momento em que o veria novamente.
#fanfic#bts#bangtan#bangtanboys#beyondthescene#jeongguk#jungkook#jeonjungkook#jungkookjeon#fluffy#1stdate
0 notes
Text
1st Date
Titulo: 1st Date Personagens: Jeongguk, narradora Gênero: fluffy Palavras: 4.020 Nota da autora: Olá! Meu nome é Bia e eu tô um pouco (muito) atrasada nessa vida de tumblr. Eu escrevi essa história lá em 2014, foi a primeira que eu escrevi e, bem... ah, sei lá. Espero que gostem! :)
(ah, e ela também tá no meu socialspirit, apesar de eu não usar mais ele, e no meu outro tumblr, o pink-it)
Vestido? Não, muito princesinha.
Calça? Não, sempre uso calça quando vejo ele.
Um short, então. Mas... qual?
E que blusa?
Não sabia por que estava tão nervosa e ansiosa apenas para sair com ele. Já fizemos isso milhões de vezes. Tudo bem que ele nunca havia me chamado EXATAMENTE para um encontro, nós sempre saíamos, como amigos, e provavelmente essa foi uma das razões pelas quais eu fiquei extremamente surpresa quando ele usou aquelas exatas palavras.
Deixei que aquela maravilhosa lembrança me envolvesse sem nem ao menos tentar resistir.
Aquela quinta feira tinha sido muito chata na escola e, quando saímos, ele fez questão de me levar até minha casa. Apesar de ser apenas a cinco quarteirões do colégio, não tive coragem de negar, pois a companhia dele sempre me fez muito bem. Mesmo quando eu queria ficar sozinha, quieta, e ele vinha até mim, eu não conseguia mandá-lo embora. Caminhamos um ao lado do outro, conversando, mas pude perceber que algo o incomodava. Ele estava tenso, com os ombros retraídos. A maioria das pessoas não perceberia aquilo, mas essa era uma das vantagens de ser, literalmente, a melhor amiga da vida toda. Eu o conhecia melhor do que a mim mesma, praticamente sentia tudo o que acontecia com ele. Entendia seus pensamentos e como sua mente funcionava melhor do que os meus próprios. E, naquele momento, podia sentir que algo o angustiava, mesmo que ele tentasse esconder.
Quando chegamos à minha casa, não aguentei mais vê-lo perturbado, pelo que quer que fosse, e perguntei:
“Jeongguk-oppa, aconteceu alguma coisa? Você está estranho...”
“Quê? Não, eu estou bem...” Ele se apressou em responder. Seus olhos ficaram arregalados e, logo em seguida, ele levou uma das mãos até sua nuca, coçando-a, o que era um claro sinal de que ele realmente estava nervoso, mesmo que dissesse o contrário.
“Não é o que parece. Você sabe que pode me contar qualquer coisa, oppa.” Segurei em seus ombros e o olhei nos olhos, reforçando aquilo que havia acabado de dizer, mas, no instante seguinte, ele se soltou das minhas mãos, sacudindo os ombros. Tive que me controlar, pois aquilo tudo, todo aquele nervosismo dele, estava começando a me afetar também. O skin ship nunca o havia incomodado.
“É que... Aish, por que você é assim tão curiosa? Agora eu me perdi no que ia te falar...” E o que era para me acalmar e me fazer parar de perguntar, apenas atiçou ainda mais a minha curiosidade.
“O que você ia me falar? Para de enrolar, oppa! Vou ficar te atormentando até você falar!”
“Aigo, como você é chata!” Ele brincou, e ambos soltamos risinhos de alívio. “Bom, eu ia perguntar se você...” Ele ficou quieto, de repente, e desviou o olhar.
Se eu...?
Aish, que menino lerdo!
“Se eu o quê, oppa?”
“Sevocênãogostariadesaircomigonosábado?”
Ele disse aquilo tão rápido que não consegui entender tudo.
“O quê?” Perguntei, um pouco mais alto (e desafinado) do que pretendia. “Digo, desculpa, eu não entendi o que você disse.”
Ele suspirou uma, duas vezes. Respirou fundo e disse:
“Eu perguntei se você não gostaria de sair comigo, neste sábado?” Ele disse, corando.
“Você estava nervoso daquele jeito por causa disso? Oppa, eu sou sua melhor amiga. Por quê eu negaria sair com você?” Falei, com um sorriso.
“É que, na verdade... eu... eu estava pensando em nós sairmos juntos como num...”
“Num...?”
“Como num encontro! Pronto, falei! Aish!” E o que antes era um leve rubor em suas bochechas, logo se tornou algo (muito) mais intenso, quase deixando todo o seu rosto vermelho.
“Um encontro? Mas, oppa...” Comecei, chocada.
“Por favor, só diga que sim.” Ele me interrompeu, com súplica em seus olhos, misturada a preocupação e receio.
“Então, sim.” Disse, seguido de um risinho. Por que não? Seria divertido.
Ao olhar para ele, pude ver que todo aquele receio que estivera ali alguns segundos antes havia se esvaído completamente e que agora seu olhar estava cheio de alívio e de uma alegria pura e contagiante, e tudo isso junto ao lindo sorriso que agora estampava seu rosto. Não pude deixa de sorrir diante daquela cena.
O que veio em seguida se passou tão rápido que eu mesma não entendi tudo o que aconteceu: num momento ele estava à minha frente e, no outro, seus braços estavam em volta da minha cintura, me erguendo ligeiramente do chão e me girando.
Alguns segundos depois, ele me colocou no chão (e, sim, ele ainda sorria), me deu um leve beijo na bochecha, se despediu, virou as costas e saiu correndo pela rua. Ri suavemente da maneira como ele havia se despedido e ido embora e logo em seguida entrei em casa.
O dia seguinte foi, provavelmente, o mais entediante de todos. Jeongguk havia faltado à aula e me deixado sozinha em meio àqueles idiotas todos.
Mas até que o fato de ele ter faltado foi bom, porque tive tempo para assimilar tudo aquilo o que estava acontecendo: eu teria um encontro com meu melhor amigo. No começo, achei isso muito estranho, mas, depois de algum tempo, comecei a pensar nele de uma maneira que não pensava há um bom tempo. Ele era muito bonito, isso ninguém poderia negar: os cabelos negros contrastavam com a pele branca. Em seu rosto, seus olhos escuros ganhavam um destaque maravilhoso. Sem falar no sorriso dele, tão puro e verdadeiro. Ele era tímido, é verdade, mas quem o conhecia sabia o quanto sua alegria era contagiante.
Com todos esses pensamentos, uma série de hipóteses e ‘e se’s sobre o que aconteceria depois do encontro começaram a perturbar minha mente e só me vi livre de meus devaneios quando meu celular apitou, avisando que eu tinha uma nova mensagem.
Peguei o aparelho e vi que era uma mensagem dele.
“Oi! Desculpa ter faltado hoje. (Perdi o horário). E... ah, sim, ontem eu me esqueci de te avisar: passo aí às 13h para te buscar, okay?”
“Oi! Pois é, perdeu o horário e eu fiquei lá, morrendo, no meio daquelas criaturas que são os nossos colegas de classe. Okay!, e aonde nós vamos?” Digitei rapidamente e apertei enviar.
Demoraram alguns minutos para que a resposta dele chegasse.
“Hum... SURPRESA!”
“Aish, Jeongguk! Não acredito que você vai mesmo fazer isso!”
Novamente, a resposta demorou alguns minutos para chegar.
“Já fiz!”
“Ah, tudo bem, então. ‘-‘ Até amanhã.”
Dessa vez, a resposta dele não demorou nem dois minutos.
“Hahaha. Te vejo amanhã.”
Não conversamos pelo resto do dia. Fui dormir perto da meia-noite e hoje acordei com a síndrome de ‘mas o que eu vou vestir?’ atacada.
Meus pais passariam o dia fora, então não teria que dar maiores explicações para o meu momentâneo ataque de pânico.
Já era quase 12h30min e eu simplesmente não fazia ideia de que roupa colocar. Quando finalmente me decidi por um short jeans, uma blusa de ombro caído com estampa ‘camuflada’ e um tênis branco, senti a ansiedade tomar conta de mim e as dúvidas começaram a brotar em minha mente: “E se ele não viesse? Ou, se viesse, o que esperaria que acontecesse entre nós?”
E foi então que aquele pensamento surgiu, cristalino como a água: “Será que ele...”
NÃO! IMPOSSÍVEL!
Eu, com certeza, estava imaginando coisas. Aquilo não fazia o menor sentido. Desde crianças, nós éramos como irmãos. Aquela possibilidade estava totalmente fora de questão.
“Mas então por quê ele havia feio questão de usar a palavra ‘encontro’?”
Pensar nisso me fez sentir como se meu cérebro brincasse com um novelo de lã, me impedindo de raciocinar.
“Aish, Jeongguk, pare de confundir a minha mente! Você já fez isso o suficiente no ano passado, me fazendo pensar em você de um jeito diferente, e, depois de eu ter conseguido assimilar e separar tudo, você me aparece com uma coisa dessas?”
A meia hora que se seguiu foi, provavelmente, a mais demorada da minha vida. Fiquei esperando sentada no sofá da sala. Nem meu celular ou a televisão conseguiram me distrair ou diminuir minha ansiedade.
Quando o relógio finalmente indicou que já eram 13h, comecei a suar frio.
13h05min. Onde ele estava? Fiquei agitada. Me levantei do sofá e comecei a caminhar de um lado para o outro na sala, numa tentativa falha de me acalmar.
13h10min. Será que ele tinha desistido e não viria mais? O pânico tomou conta de todo o meu ser. Passei as mãos nervosamente pelos meus cabelos e fiz uma trança, desmanchando-a logo em seguida.
13h15min. Era isso, ele não viria. Por que outra razão demoraria tanto? A casa dele não era tão longe assim.
Segui em direção ao meu quarto quando a campainha tocou.
É claro que eu saí correndo para abrir a porta, parando apenas em frente a ela para me recompor e abri-la como uma pessoa decente.
Involuntariamente abri um enorme sorriso quando vi que era ele: Jeon Jeongguk, parado à minha frente, me analisando dos pés à cabeça, com um lindo sorriso no rosto. Nossos olhares se encontraram e vi seus olhos brilhando, sua expressão num misto de alegria e surpresa.
“Você... você está linda.” Ele disse ainda me observando. Pude sentir minhas bochechas ficando cada vez mais quentes e provavelmente assumindo um forte tom de vermelho.
“Obrigada.” Abaixei a cabeça, tentando esconder ‘a vergonha e a falta de jeito’ que tomavam conta de mim. “Você também está muito bonito.” Acrescentei. Ele usava uma camiseta preta de mangas longas com um relógio branco no pulso direito, jeans preto e, combinando comigo, tênis branco.
“Obrigado... Bom, vamos?”
“Vamos!” Falei, mordendo o lábio inferior enquanto sorria.
Fechei a porta e o segui. Passamos pelo portão da minha casa e fomos andando pelo quarteirão. Na esquina havia um táxi, do qual ele abriu a porta e, como um cavalheiro, gesticulou para que eu entrasse primeiro.
“Mas... vamos para onde?” Perguntei curiosa, já que ele não havia me contado para onde iríamos.
“Você confia em mim?”
“Confio, mas eu...”
“Então não tente estragar a surpresa que eu preparei, por favor.” Ele pegou um papel em seu bolso e o entregou ao motorista, provavelmente para não ter que falar o endereço e eu acabar adivinhando para onde ele me levaria.
Começamos a conversar sobre assuntos aleatórios e, uns 30 minutos depois, o motorista avisou que havíamos chegado. Jeongguk o pagou, abriu a porta e estendeu a mão para me ajudar a descer.
Olhei ao redor, para ver em que lugar estávamos. Era uma avenida à beira da praia e mais à frente havia um parque de diversões.
Ele ficou atrás de mim e colocou suas mãos em meus ombros, me guiando à entrada do parque. Paramos na bilheteria e, quando fui pagar meu ingresso, ele se adiantou e o fez por mim. Disse-lhe que não precisava fazer aquilo, mas ele apenas sorriu e disse que fazia questão. Achei melhor não discutir, então apenas o agradeci.
“Em qual você quer ir primeiro?” Ele perguntou, me olhando por cima do meu ombro.
“Sério?”
“Sério.” Após isso, sorri igual uma idiota, o segurei pelo pulso e sai correndo em direção ao Elevador. No geral, passamos mais tempo nas filas do que nos brinquedos, mas foi muito divertido. Quase fiquei rouca de tanto gritar na Montanha-Russa. Depois, praticamente fui arrastada até o Carrinho de Bate-Bate. Nunca gostei muito daquele brinquedo, porque quase sempre ficava ‘passeando’ de um lado para o outro, sem nunca atingir alguém, ou era jogada para o canto da ‘pista’ e não conseguia sair de lá. Quando estávamos prestes a entrar, haviam sobrando exatamente dois carrinhos: um azul e outro rosa-bebê. Particularmente, nunca fui muito fã de coisas cor-de-rosa, então entrei correndo e peguei o carrinho azul, o que fez com que Jeongguk tivesse que ficar com o outro. Aquilo provavelmente foi como uma declaração de guerra para ele, que fez questão de ficar batendo no meu carrinho o tempo todo. Tive vontade de lhe dar um soco, mas antes teria que conseguir controlar minhas risadas, devido à situação em que nos encontrávamos. Ele, num carrinho rosa, era tão ameaçador quanto um filhote de tigre, ou seja, mais fofo do que ameaçador.
Quando saímos, Jeongguk parou em um estande de Acerte-O-Alvo e, depois de acertar o funcionário do estande duas vezes com a bola, ganhou um enorme urso de pelúcia branco para mim.
Pouco antes do entardecer, compramos pipoca e ficamos caminhando pelo parque. Assim que terminamos de comer, fomos em direção à Roda Gigante. Entramos no brinquedo e ficamos conversando ali por um tempo, até que, pelos auto falantes, os monitores avisaram que parariam a roda para que pudéssemos ver o pôr-do-sol de lá de cima.
Tenho que confessar que foi, provavelmente, a cena mais linda que já presenciei. A areia branca da praia brilhava com o tom alaranjado do sol e logo dava espaço o mar, cujas águas refletiam a mistura de tons de laranja, amarelo e (sim) rosa, roxo e azul que tomavam conta do céu. Eu estava tão maravilhada que cheguei ao ponto de ficar boquiaberta. Senti uma das mãos de Jeongguk sob o meu queixo, fechando minha boca. Dei risada, é claro, devida à minha situação e logo senti um dos braços dele passar por sobre os meus ombros, enquanto o outro passava por trás da minha cintura, me puxando para um abraço. Coloquei o urso no assoalho da cabine e o abracei. Ficamos daquele jeito até que o sol tivesse sumido completamente no horizonte, nos impedindo de diferenciar até onde era mar e onde o céu começava. Então, a roda foi ligada novamente para que descêssemos, porque o parque já iria fechar.
Eu estava prestes a pegar o celular para chamar um táxi quando senti uma mão segurar a minha. Nem precisei olhar para saber quem era, e senti um arrepio percorrer o meu corpo, mas não um arrepio incômodo, pelo contrário, foi uma sensação muito boa.
Ele me puxou até a praia, onde tiramos os tênis e começamos a caminhar descalços e de mãos dadas pela areia úmida. A Lua brilhava no céu negro junto às estrelas e o mar refletia sua luz, assumindo um tom prateado. Era uma cena de tirar o fôlego, quase tão bonita quanto o pôr-do-sol que havia presenciado mais cedo.
Ficamos caminhando até que chegamos às pedras que indicavam o fim da praia. Olhei para ele, esperando que dissesse para nós voltarmos, mas então ele subiu em uma das pedras e me estendeu a mão, para me ajudar a subir com ele. Escalamos até a maior das pedras, onde nos sentamos e é claro que, como a bela desastrada que eu era, escorreguei e quase caí, mas logo senti suas mãos em minha cintura, tentando me ajudar a recuperar o equilíbrio. Sentei-me ao lado dele e coloquei o urso de pelúcia do outro lado, mas sem soltá-lo, temendo que caísse dali de cima.
O silêncio se estabeleceu entre nós e fiquei apenas observando o imenso mar que se estendia à minha frente, as ondas batendo nas pedras, a espuma branca que se formava.
Ao meu lado, Jeongguk pigarreou e o olhei a tempo de vê-lo coçando a nuca.
“Está tudo bem, oppa?”
“O quê? Ah... sim, eu só...” Um sorriso tímido tomou conta de suas feições e ele abaixou a cabeça, tentando escondê-lo. “Só estou um pouco nervoso...”
“Nervoso? Mas, por quê?”
“Não sei se você sabe, provavelmente sim, mas esse é o meu primeiro encontro e...”
“Eu suspeitava, já que você, aparentemente, sempre teve medo de mulher, coisa que nunca entendi. Não é como se nós fossemos te atacar.” Ele riu, e pude senti-lo ficar, pelo menos, um pouco mais calmo e relaxado.
“Eu não tenho medo de mulher, eu só sou tímido, e você sabe disso.” Com isso, ele bateu um cotovelo em mim, me dando um leve empurrão. Fiz o mesmo com ele e rimos da nossa infantilidade.
“Então, você estava falando sobre esse ser o seu primeiro encontro e não terminou o que ia falar...” A curiosidade me venceu e precisei retomar aquele assunto, mesmo sabendo o quanto aquilo o deixava tenso.
“Ah, sim...” Ele olhou para mim, mas logo desviou o olhar, encarando o mar à nossa frente. Vi o quanto suas mãos estavam inquietas em seu colo. “Já tem um tempo que eu queria te contar, mas nunca consegui juntar coragem suficiente. Não sei te dizer quando comecei a me sentir assim, mas é algo totalmente diferente de tudo o que já senti antes; é muito forte e me faz querer ficar perto de você o tempo todo. Acho que não existem palavras que possam expressar exatamente o que eu tenho sentido. Diversas vezes me peguei pensando em você de um jeito que nunca havia feito antes. E, por mais que eu tentasse afastar esses pensamentos, eles sempre voltavam. Chegou um momento em que eu cansei de lutar contra eles. As coisas mais simples que você fazia passaram a ter um efeito diferente em mim. Eu comecei a prestar atenção em detalhes seus que, antes, eu ignorava. Tem alguma coisa em você que mexe comigo, que me deixa sem palavras, sem reação, e me faz agir como um bobo. O que eu estou tentando te dizer é que eu acho que, depois de tantos anos de amizade, eu acabei me apaixonando por você.”
O que eu achei disso? Fiquei totalmente sem palavras. Nunca que eu esperaria isso vindo dele. Claro, já houve um tempo em que ouvir isso era tudo o que eu queria, mas parecia algo tão improvável que achei melhor simplesmente ignorar tudo o que estava sentindo. Sem mencionar o medo que eu tinha de que isso estragasse a nossa amizade.
E agora, quase um ano depois, ele me aparecia com uma dessas.
Ao meu lado, ele suspirou e eu o olhei.
"Diz alguma coisa." Ele pediu, retribuindo o meu olhar.
Alguma coisa do tipo? Haviam tantas coisas que eu queria que ele soubesse. Optei, então, por contar-lhe como tudo aconteceu.
"Nossa... Oppa, eu nem sei o que te dizer, mas... acho justo te contar o meu lado dessa história." Suspirei, as palavras surgindo em um turbilhão na minha mente. "Chega a ser irônico, porque, eu sei como é. Acredite, eu sei. Mas fiquei com tanto medo de que isso pudesse te afastar de mim que..."
"Simplesmente fingiu que o sentimento não existia até conseguir me esquecer?" Ele me interrompeu, praticamente adivinhando o que eu ia dizer. "É, nós somos mais parecidos do que eu pensava." A risada dele aliviou minha tensão, como sempre. Era tão estranho pensar que ele sabia como eu me sentia, e, mais ainda, saber que ele se sentia da mesma maneira.
“Mas, e agora?” Perguntei.
“E agora?” Ele se levantou e me estendeu a mão, para que eu fizesse o mesmo. Com um impulso ele me levantou, logo me puxando para um abraço. Mas aquele não foi um abraço normal, foi diferente de todos os outros: eu nunca havia me sentido tão bem. Ele fazia aquilo parecer tão certo. Seus braços afrouxaram o aperto ao redor de minha cintura, mas sem me soltar, para que ele pudesse olhar para mim. “Agora, eu te pergunto se você aceita ser a minha namorada?”
“Oppa, eu...” Olhei em seus olhos e me perdi no brilho deles. Um lindo sorriso estampava o seu rosto enquanto ele esperava por minha resposta, mas era óbvio o que eu diria. Segurei seu rosto entre minhas mãos, acariciando suas bochechas e acrescentei. “É claro que sim, Jeongguk.”
Novamente, ele me abraçou e pude sentir que ele sorria contra o meu pescoço. Quando se afastou, entrelaçou nossos dedos e ficamos ali, apenas sorrindo e nos olhando por longos minutos.
Meu melhor amigo e, agora, meu namorado. Isso soava tão bem.
Sua mão livre veio até minha bochecha e ele deu um passo em minha direção, já se aproximando. Pude sentir sua respiração contra minha pele. Poucos centímetros nos separavam quando um som surgiu: algo parecido a uma melodia tocada no piano. Jeongguk baixou o olhar, soltou um suspiro e pegou o celular em seu bolso.
“É a minha mãe. Ela quer saber se eu ainda vou demorar muito para voltar para casa.” Falou, rindo.
“Não importa quantos anos você tenha, sempre vai ser o garotinho dela.”
“Agora ela vai ter que aprender a dividir o garotinho dela com a namorada dele.”
“Acho que ela consegue se costumar.” Pisquei para ele, que sorriu e voltou a observar o celular.
“Omona, já são quase 20h30min. O dia passou tão rápido. Melhor nós voltarmos para casa.”
“Verdade. Logo meus pais vão chegar e ficarão preocupados se eu não estiver lá.” Falei, pegando meu urso de pelúcia e meus tênis.
Começamos, então, a descer das pedras. Quase caí em diversos momentos e, em todos eles, Jeongguk estava lá, me segurando e ajudando a recuperar o equilíbrio.
Quando chegamos à areia, ele pegou o celular para chamar um táxi. Logo em seguida, Jeongguk me olhou com um sorriso travesso, virou as costas e saiu correndo pela praia!
“O que você está fazendo?” Gritei.
Virando de frente para mim, mas sem parar de fazer o caminho de volta, ele respondeu, também aos gritos, enquanto ria.
“Corre! Temos que voltar para o parque antes que o táxi chegue.”
Ri e logo comecei a correr atrás dele. Uns dez minutos depois eu já estava quase sem fôlego e iria pedir para que ele parasse de correr quando o vi tropeçar e cair na areia. Mesmo com meus pulmões protestando por ar, corri até ele e me sentei ao seu lado.
“Mas o que aconteceu, oppa? Tropeçou em seus próprios pés?”
“Ha-ha. Muito engraçadinha você. Sabe o que acontece com garotas engraçadinhas?” Nem tive chance de responder; ele colocou as mãos em meus ombros e, com um empurrãozinho, me jogou na areia, ficando por cima de mim logo em seguida.
“Oppa, deixa eu me levantar!”
“Hum... Não!”
“Jeon Jeongguk, saia de cima de mim!”
“E o que eu ganho com isso?”
“Uma namorada que não foi esmagada?”
“Que tal isso?” Ele aproximou seu rosto do meu, nossos olhares se encontraram e então ele me beijou, me fazendo esquecer de todo o resto do mundo que havia ao nosso redor. Naquele momento, éramos apenas eu e ele. Meu coração batia acelerado. Levei minhas mãos até sua nuca e segurei seus cabelos entre meus dedos, trazendo-o para mais perto.
Senti como se eu pudesse viver ali, em seus braços, naquele beijo, para sempre, mas (infelizmente) precisamos respirar, e ele se afastou alguns centímetros, enquanto recobrava o fôlego. Sorri para ele, que me deu um selinho antes de se levantar e me estender a mão, para que eu fizesse o mesmo e retomássemos o caminho de volta ao parque.
Sacudi a areia da roupa e de meus cabelos, segurei o urso de pelúcia e meus tênis com uma mão e, com a outra, segurei uma das mãos de Jeongguk.
“Se for desse jeito, vou ser engraçadinha mais vezes.” Falei, fazendo-o rir.
Chegamos ao parque cerca de quinze minutos depois. Sentamo-nos num banco que havia ali para recolocarmos nossos tênis e, uns cinco minutos depois, o táxi chegou. Jeongguk disse ao motorista o endereço de minha casa e logo já estávamos fazendo o percurso de volta.
Ficamos em silêncio por um tempo, mas logo começamos a conversar sobre o quão bom havia sido aquele dia.
Pagamos o taxista logo que ele nos avisou que havíamos chego, descemos do táxi e Jeongguk me levou até a porta de casa.
Parei diante da porta e me virei para ele, que logo me puxou para um abraço. Sabíamos que, em algum momento, precisaríamos desfazê-lo para que ele pudesse voltar para sua casa, mas soltá-lo era algo que eu não queria fazer naquele instante.
Ficamos ali, um nos braços do outro, por vários minutos, até que ele se afastou um pouco, para poder me olhar. Com um sorriso, depositou um beijo em minha testa e, em seguida, me deu um selinho.
“Eu preciso ir agora...” Falou, lamentando. “Durma bem, yeobo. Até amanhã.”
“Você também, oppa. Até amanhã.”
Observei enquanto ele se afastava de minha casa, com a saudade já preenchendo meu coração e ansiando pelo momento em que o veria novamente.
0 notes
Text
Educar é responder ao grito de quem quer aprender a viver
A educação pode ser comparada com a experiência que se faz quando se está perdido e alguém ensina o caminho Cursar medicina exige enorme dedicação. Seu processo seletivo é o mais disputado e esse clima de competitividade permanece durante os seis anos de curso, uma vez que ao final haverá disputa de vagas para as especialidades médicas. Em dezembro de 2016, uma das revistas científicas médicas mais conceituadas no mundo (JAMA. 2016) publicou que em média 27% dos estudantes de medicina apresentam sintomas de depressão. Esse tema voltou agora à tona quando só nos primeiros três meses deste ano ocorreram quatro tentativas de suicídio no quarto ano do curso de medicina da Universidade de São Paulo (USP), o mais disputado do país. A instituição se mobilizou buscando de forma ativa mais pessoas em risco e pensando em intervenções. Em meio a essa situação, um grupo de estudantes católicos do mesmo quarto ano (que conta com 175 alunos) organizou um evento público, com o professor de psiquiatria, intitulado “O nosso rosto na faculdade”. O evento era um pequeno detalhe no leque de propostas que os fatos estavam gerando. Mesmo assim, não passou despercebido. O movente deles ficou bem claro ainda antes do evento: “O nosso gesto público é para levar a contribuição que a fé pode dar nessa situação de mal-estar do homem atual”. No evento, a plateia era basicamente constituída de alunos e de alguns professores, inclusive alguns dos mais titulados da instituição. A proposta feita foi bem diferente do que se oferecia naqueles dias e falava de um grande recurso de que todos dispomos e nunca utilizamos: a própria experiência. “Que coisa tão simples e banal é essa que chamamos de experiência humana? O que acontece comigo quando me dou conta dela?”. Houve depoimentos, perguntas e respostas. Ao final, a psicóloga responsável pelo acompanhamento dos alunos procurou aquele grupo de estudantes organizadores e lhes propôs: “Venham me ajudar com esse seu método da experiência”. No meio daquele ambiente científico, disputadíssimo, onde não faltam as análises, um pequeno grupo de estudantes colocou uma novidade simplesmente ao falar da necessidade de aprender a fazer experiência: não existe algo bom e algo ruim, mas com tudo se pode aprender e crescer, isto é, aprender a buscar e encontrar o próprio rosto dentro do cotidiano. Esse fato ocorrido há poucas semanas descreve a situação que estamos vivendo e revela também uma novidade: estamos enfrentando situações difíceis de interpretar, diante das quais muitas vezes não sabemos como nos mover, e isto não tem a ver apenas com os adolescentes ou os jovens. É evidente que existe um mal-estar, uma incapacidade de viver, e consequentemente uma busca de soluções que na maioria das vezes se mostram insuficientes. Daqui nasce um grito surdo, abafado pois não se tem a coragem de manifestá-lo, que facilmente vira desespero. Mas esse grito é sinal de quê? É como se não conseguíssemos mais aguentar a insatisfação, a falta de sentido, o desinteresse. É o grito de quem precisa de um caminho para poder viver. No fundo, é aquele grito de desejo do infinito que todos carregam dentro de si e que precisa de uma resposta. Por isso, a grande palavra que precisa ser redescoberta é a palavra “educação”. Por que “educação”? Um grande teólogo, Jungmann, citado recentemente pelo Papa Francisco, definia educação como “introdução à realidade total”. Mas entrar na realidade total não significa conhecer todos os detalhes infinitos do mundo, não é essa a ideia de totalidade. Eu preciso de alguém que me ajude a perceber o significado daquele pedaço de realidade que eu tenho de viver: o estudo, o trabalho, a angústia, o amor, o futuro… Eu sou exigência de uma resposta total, isto é, de uma resposta que chegue até o profundo, até encontrar um significado. Educar não é transferir noções. Se pensarmos concretamente no que foi a educação para nós, cada um verá que foi ser introduzido a algo novo que se tornou seu e isso gerou um crescimento pessoal. Não foi ter encontrado alguém que nos passou definições ou noções, mas alguém que nos abriu uma ferida, porque não nos deixou mais tranquilos. Uma intranquilidade boa, que abriu uma estrada nova, despertou a minha humanidade que estava adormecida. A experiência da educação é isto: encontrar alguém que não me deixa tranquilo porque me abre para uma coisa nova, escancara o tamanho do meu coração e aumenta em mim a capacidade de conter algo, como um copo que aumentasse de tamanho e pudesse conter mais. Por isso é dramático, por isso é uma ferida, porque aumenta a sede: a sede da beleza, da justiça, da verdade. A educação pode ser comparada com a experiência que se faz quando se está perdido e alguém ensina o caminho. Quando encontramos alguém assim, nessas circunstâncias, facilmente dizemos: “esse é um anjo”; e você gostaria de beijá-lo e abraçá-lo. Por quê? Porque sem ele você não teria chegado a um outro lugar novo, aonde você precisava ir, e, mais importante, aonde agora, com as suas próprias pernas, pode voltar. Educação, com todas essas nuances, é ser introduzido ao significado de uma realidade, e isso gera a experiência do crescimento, cresce algo em mim, algo de mim se desperta, encontro o meu rosto (para voltar ao episódio dos alunos da USP). É a experiência física de me sentir maior porque me torno mais “eu”. A educação acontece quando alguém lhe ensina um método, isto é, um caminho. Quando falamos de educação estamos falando de quê? De pessoas que encontramos. Podemos usar aqui a palavra “mestre”. Se pensarmos um pouco, cada um de nós poderá identificar na própria vida um mestre. Quem foi esse mestre? Foi alguém que o fez entrar no significado de alguma realidade, alguém que lhe ensinou um caminho, alguém que lhe ensinou um método para você crescer. O mestre conduz você até uma outra realidade que está “além” dele, algo fascinante que faz você querer ir atrás dele para conhecer de que se trata. E por isso aquela pessoa tem um olhar que brilha, por isso ela fascina. Geralmente, depois de um tempo, a gente não se lembra daquelas pessoas sábias ou inteligentes que vivem de luz própria, os “gurus”, os iluminados por si mesmos. Existem muitas pessoas assim, mas esse fascínio passa logo. Lembramos e ficamos marcados por pessoas que têm nos olhos um horizonte, uma outra realidade que vai além, um “outro” a quem elas também seguem, e isso as faz brilhar. Não só os jovens, mas também nós adultos sentimos a falta e precisamos dessas pessoas hoje. No livro A beleza desarmada, de Julián Carrón, ele cita este poema de Tagore, que expressa todo o desafio dos tempos de hoje que é amar a liberdade: “Neste mundo aqueles que me amam procuram por todos os meios manter-me preso a eles. O teu amor é maior que o deles, e ainda assim me deixas livre”. Quando há esse amor, o jovem o reconhece, porque reconhece alguém que lhe dá o espaço para crescer. Este é o desafio que os jovens nos lançam e que nós, adultos, temos o dever de aceitar: “apostar na capacidade do jovem de saber julgar”, afirma Carrón em seu livro. Esta é a coisa mais fascinante, e que muitas vezes nos falta. Falta em nós a confiança na capacidade que os jovens têm de saber julgar, a confiança de que eles têm em si algo que podem começar a utilizar. Quando alguém os olha assim, quando um jovem é olhado assim se desperta algo dentro dele, ele se torna mais livre. Quando eu sou livre para apostar tudo numa pessoa – porque sei que ela tem um coração (aquela sede de beleza, de justiça e de verdade) com o qual pode comparar tudo aquilo que acontece, e julgar -, eu sou livre e ela também se torna mais livre. Mas isso comporta um risco. O que pode gerar essa confiança que sabe arriscar? O que gera essa visão do futuro a ponto de saber educar com paciência e liberdade, e assim apostar nessa capacidade que o jovem tem, mesmo errando, de poder encontrar algo verdadeiro, e não desistir, e voltar no dia seguinte, e não desanimar? É a experiência no presente de algo que é certo, vivo e verdadeiro, algo que em primeiro lugar gera em nós uma superabundância e uma esperança. Só com uma certeza assim, que sustenta todo o futuro, sem ficarmos dominados pelo medo e pela incerteza, podemos ter essa paciência incansável. Isto se chama esperança. E só com esperança é possível construir e dar o tempo para que o outro possa entender. Temos um exemplo claro disso hoje: o Papa Francisco. Ou ele é um visionário, ou vive apoiado numa Presença que lhe dá a certeza sobre todo o futuro, mesmo com todas as incertezas que a história apresenta. Só com a certeza de Alguém que me espera é que eu consigo não desanimar quando caio, e posso voltar a caminhar e retomar o caminho. Essa experiência no presente gera energia criativa em quem educa. Toda essa energia criativa vem de algo que acontece no presente, que nós adultos podemos descobrir. Aqueles alunos de medicina chamaram de “a contribuição da fé”. Eles fizeram uma proposta. É um momento de emergência porque é necessária uma lealdade, a lealdade de uma procura. Tenho de procurar se existe alguém que vive com essa esperança e com essa certeza. E se isso me interessa, ir até o fundo até querer descobrir o que é que possibilita viver assim, como quem descobriu um método que o torna capaz de viver. “É suficiente uma vela acesa para iluminar a noite mais escura”, dizia o Papa Francisco. Isso é o que foram aqueles alunos da medicina da USP que, diante da noite escura do drama de tantos colegas, foram protagonistas de uma novidade indo atrás de quem não ficou dominado pelo medo mas propôs um caminho por causa de uma certeza e por causa de uma esperança. Diante dos problemas desse “eu” que não consegue encontrar paz, precisamos seguir essas “velas” com simplicidade e decisão sem ficarmos presos naquilo que já sabemos. ********************************************* Texto de referência: A beleza desarmada, de J. Carrón, Terceira Parte. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2016, pp. 193-238 Marco Montrasi é economista e responsável no Brasil pelo Movimento Comunhão e Libertação
0 notes
Text
Amor & Ambições - 7° Episódio
ANTENOR
Depois de descontar toda a raiva que sentia, os policiais levaram Mário para a delegacia, alguns convidados estavam abismados, outros sem entender. Anunciamos o fim da festa e com o tempo a casa já estava vazia. Enquanto tomava um wisky no sofá, Pedro se senta ao meu lado.
- Vai me denunciar pra polícia. - Pergunta.
- Eu deveria.
- Está esperando o que?
- Como eu disse. Eu deveria. - Digo dando ênfase.
- Hum... O que lhe fez chegar nessa conclusão?
- Você só foi mais uma vítima nessa história.
- Como você.
- Por isso resolvi botar panos quentes nessa história.
- Mas eu não.
- Como assim?
- Eu vou contar pra família sobre tudo.
- Você enlouqueceu? A Clara nunca vai te perdoar.
- Eu é que não me perdoaria se escondesse isso da mulher que eu amo.
- Você tem certeza disso?
- Toda.
- Tudo bem. Você quem sabe.
Convoquei todos e comecei a contar tudo o que havia acontecido e o que eu havia feito. Como era de se esperar, Haydé e Maria Clara reagiram mal mas com toda razão.
- Então eu casei com um bandido?! - Indaga Clara com indignação. Eu entendia ela, não era muito receptivo descobrir que seu marido sequestrou o seu próprio sogro.
- Calma filha, você não pode se exaltar. Tem que tomar cuidado com a criança. - Fala Haydé tentando acalma-la, mas sem sucesso.
- Calma coisa nenhuma! Como vocês pedem pra eu ter calma depois do que eu acabo de ouvir?
- Clara, tenta entender o lado dele. O Pedro foi criado à base de uma mentira, ele não teve toda culpa sobre isso.
- Você vai defender ele agora? Olha o que esse bandido fez com o senhor.
- Clara por favor me escuta... - Digo me metendo pela primeira vez.
- Não quero ouvir nada!
Ela sai correndo pela porta e tento ir atrás dela, mas Antenor me impede de fazer tal ação.
- Deixa... Ela precisa desse tempo só pra ela.
Assenti e sentei no sofá levando minhas mãos na altura no meu rosto, percebi que caíam algumas lágrimas que insistiam em rolar pelo meu rosto. Acho que eu havia perdido Clara pra sempre.
MARIA CLARA
Ando sem rumo por aquelas avenidas imensas do centro de São Paulo, pensando em como eu tinha sido burra. Tem horas que penso em me jogar na frente de um carro pra acabar logo com isso, mas lembro que estou carregando uma vida dentro de mim, seria injusto priva-la de viver. Uma vida gerada através de um um sonho que não era real, de um amor que não era real, tudo não passava de uma ilusão gerada por uma mente perversa. Pedro nunca havia me amado, agora entendo o porque dele sempre ser tão frio comigo. Ele não me desejava e isso era fato. Mas ele parecia tão sincero naquele dia. Eu queria que nada disso tivesse existido.
ALGUNS DIAS DEPOIS
PEDRO
Estava na porta da delegacia, assim que liberaram minha entrada fui até a pequena sala, esperei até que trouxessem ele. Ouço a porta ringindo e desvio minha atenção pra mesma, agora eu estava cara a cara com o assassino do meu pai.
- Ora, ora... À que devo a ilustre visita? - Dia ele irônico.
- A ninguém, só vim ver essa tua cara de derrotado. Olha que beleza, isso não tem preço que pague.
- Veio aqui fazer algo que preste ou só pra se divertir feito um moleque?
- Que irônico, não? Até alguns dias atrás você estava lá no topo, querendo me destruir, agora você está aonde? No buraco, lugar onde ratos que nem você merecem estar.
- Já acabou?
- Calma, deixa eu me divertir mais. - Digo brincando com a sua cara.
- Quer se divertir vai pro parquinho.
- Nossa, isso é jeito de tratar os amigos?
- Escuta bem o que eu vou te dizer. Esse jogo ainda não acabou, eu ainda não acabei!
- Acabou sim Mário, aqui é o seu fim, daqui você não sai tão cedo.
- É o que nós vamos ver. Agora me tirem daqui, não aguento mais olhar pra essa sua cara de bosta. - Diz ele pedindo para o policial o levar dalí.
MARIA CLARA
Esses últimos dias pareciam meses, muita coisa havia acontecido. Descobri que estava grávida de uma menina, a festa foi tanta que parecia que Alex havia ficado mais feliz do que eu. Mas talvez você se pergunte o que Alex tem a ver com isso, mas eu informo, nós estamos namorando. Desde aquele dia eu nunca mais falei com Pedro, ele tentou me procurar mas eu o ignorava, até que aparentemente ele desistiu. Eu não posso negar que ainda sinta um grande sentimento por ele, afinal eu o amei muito, mas eu estava determinada à esquece-lo, eu tinha que fazer isso por mim. As vezes eu me sinto mal por usar Alex para esquecer o Pedro, mas eu tenho certeza que eu vou conseguir me apaixonar por ele na mesma intensidade que sou por Pedro, é apenas questão de tempo.
- Quer suco? - Pergunta Alex tirando-me de meus pensamentos.
- Sim. - Digo assentindo.
- Comprei isso pra você. - Diz me entregando uma caixinha.
- O que é isso? - Pergunto curiosa.
- Abre. -
Abro a caixinha e nela continha uma biscoito da sorte.
- Biscoitinho da sorte?
- Agora abre o biscoito.
Abro o pequeno biscoito farelento e me assusto com o que tem dentro.
- Ai meu Deus! - Digo levando minha mão á boca.
- Gostou? -
- É lindo, eu amei! - Digo maravilhada com o anel de brilhantes que estava na minha frente.
- Clara, você aceita se casar comigo?
PEDRO
Depois que saí da delegacia fui direto pra empresa, ainda tinha um assunto pendente para resolver. Apertei o botão do elevador que levava até o 4° andar da Positano onde ficava a sala da presidência. Cheguei até a frente da porta e respirei fundo. Bati na porta e esperei uma resposta.
- Entre!
Entrei como havia mandado e pude ver sua cara de surpresa.
- Pedro?
- Oi Antenor...
- O que faz aqui?
- Eu queria conversar um assunto sério.
- Claro, sente-se.
- Obrigado. - Digo sentando.
- Então, o que você quer falar.
- Eu vim te pedir perdão.
- Perdão?
- É, perdão. Está sendo muito difícil eu vir aqui te dizer isso, mas eu tenho que fazer.
- Se você não quiser, não é obrigado.
- Mas essa é a coisa certa a fazer. Eu fiz muito mau pra você, pra Maria Clara... Eu me arrependo muito, se eu pudesse eu voltava no tempo. Você tem todo o direito de não me perdoar, afinal você foi o mais atingido.
- Eu te perdoo Pedro.
- Sério?
- Sim, eu sei que você é um homem de bom coração, só tem que lapida-lo.
- Obrigado Antenor.
- Espero que você seja feliz nessa sua nova jornada.
- Digo o mesmo. Bom, eu vou indo, tenho outras coisas pra resolver.
- Boa sorte.
- Obrigado.
Saí de lá aliviado, fui em direção ao meu carro mas fui surpreendido com alguém armado pelas minhas costas.
- Pode levar tudo que você quiser! - Ao terminar de falar isso o tal bandido começa a rir.
- Pedro, Pedro... Você sempre fazendo eu dar risada. - Ao reconhecer aquela voz me viro bruscamente.
- Mário?
MARIA CLARA
- Nossa, não sei o que dizer...
- Eu já esperava por isso. - Diz ele meio decepcioando.
- Shiii... - Coloco meu indicador em sua boca. - Eu aceito.
- O que você disse?
- Que eu aceito. - Ao terminar a frase ele me pega no colo e me gira feito dois doidos.
- Eu vou te fazer a mulher mais feliz do mundo.
- Eu não tenho dúvidas disso. - Falo o beijando.
NARRADOR
Após abordar Pedro, Mário sequestra o mesmo o levando para um lugar afastado, Mário e Pedro discutiam severamente dentro do carro.
- Eu não te disse que o jogo não havia acabado?
- Seu louco, como você conseguiu fugir?
- Dei o meu jeito, afinal com dinheiro você consegue tudo.
- Para esse carro seu desgraçado.
- Você acha mesmo que você tem moral pra exigir alguma coisa? Eu só não estouro a tua cabeça agora porque eu tenho planos melhores pra você.
- Você está louco.
- Eu to louco, eu to louco sim e a culpa é sua. Se você não tivesse estragado tudo nada disso estaria acontecendo!
- Para essa droga!
Pedro se joga contra o volante fazendo o carro derrapar várias vezes naquela estrada de terra mas Mário consegue contornar a situação freiando o carro que por pouco não despenca de um profundo penhasco.
- Você quer morrer, não quer? Acho bom você implorar à Deus pra eu não te matar agora. - Diz o mesmo apontando a arma para Pedro.
- Eu não acredito em Deus!
- Que pena, a fé é seu maior alento nessas horas.
- Me mata, vai! Da um tiro bem aqui na minha testa, pra não restar dúvidas de que eu morri. Vai! Tá esperando o que?
- Nossa Pedro, como você é estraga prazeres. Vamos dar mais emoção à esse momento épico digno de óscar!
- Do que você está falando?
- Você conhece aquele filme, Thelma e Louise? Eu sempre quis imitar aquela cena final, aquilo sim foi inesquecível.
- Seu doente!
- Vamos Pedro, esse é o nosso momento. Chegou a nossa hora, o plano vai cair!
- Não faz isso Mário, por favor!
- Você não sabe como é emocionante ver você se humilhando diante de mim.
- Mário não faz isso!
- Tarde demais.
Mário encara o penhasco e acelera o carro jogando o mesmo de cima daquela imensidão, que ao se chocar com chão explode não restando mais nada.
0 notes
Text
Cap. 21
Ficamos em silêncio até terminarmos de tomar o café, depois seguimos na direção do bar.
-Você poderia pelo menos falar comigo, vai ficar me dando gelo, é isso?
Eu me virei para ver que ele estava me encarando firme.
-Não estou te ignorando só não tenho nada para falar.
-Não tem? E o fato de estar sei lá quanto tempo sumida?
-Não quero falar disso.
-Ok. – ele falou rápido. – não vou perguntar mais nada.
-Melhor assim.
Continuamos a caminhar em silêncio.
-E o Drew? – ele perguntou de repente e eu respirei fundo, sério que ele queria me fazer aquele tipo de pergunta?
-O que tem ele?
-Como se conheceram? Como começaram a namorar?
-Você quer mesmo falar disso? – falei impaciente.
-Claro que quero, quero saber a forma que vocês se conheceram.
Eu respirei fundo, era sério?
-Ele parece ser um cara legal.
-Ele é, Drew me tirou da rua e me deu um lugar para ficar quando eu não tinha onde dormir, eu estava com fome, cansada e com frio jogada na sarjeta e ele não quis nem ao menos saber meu nome, simplesmente me pegou e me levou para a casa dele.
Harry ficou quieto durante alguns minutos, depois enfim se manifestou.
-Então eu devo mais a ele do que eu imaginava.
-Você não deve nada a ele. Eu devo, você não.
Mais uma vez o silêncio e naquele instante eu rezei para que ele não voltasse a falar até chegarmos no bar e foi exatamente isso que aconteceu. Quando chegamos lá Eddie e Drew conversavam no balcão, ao nos ver se aproximar Drew deu um sorriso amarelo na minha direção e se virou para seguir na direção dos fundos do bar, mas antes que ele saísse eu chamei sua atenção.
-Drew! – ele parou, me encarou e sorriu.
-Oi Lizzy, como você está?
-Bem e você?
-Bem. – ele falou e olhou o Harry. – olá Harry.
-Oi Drew.
O clima não estava bom e não tinha motivos para estar, a situação ainda era nova e estranha.
-Creio que vieram pra irmos até minha casa, certo? – Eddie decidiu cortar o clima ruim.
-Sim foi pra isso. – eu falei e antes que pudesse dizer qualquer outra coisa Drew nos deu as costas e seguiu bar adentro.
-Então vamos? – Harry falou ao ver que eu olhava na direção em que Drew desaparecera.
-Ela ainda está na escola, falta uns dez minutos para ela sair.
-E a escola dela é aqui perto?- Harry perguntou rápido.
-Sim, uns cinco minutos.
-Então vamos lá. – Harry falou e eu o encarei.
Como assim ele queria ir até a escola da garota? E se o reconhecessem por lá? Quer dizer, era claro que iam reconhecer.
- Você quer ir até a escola dela? Você pirou?
-Não, não pirei, só acho que vai ser uma surpresa legal, o que você acha Eddie?
Eddie parecia fascinado com a ideia.
-Ela vai morrer.
-Então está decidido. – Harry falou sorrindo e seguindo na direção da porta de saída do bar. – o que estamos esperando?
Eddie me encarou e eu dei de ombros, eu não sabia o que diabos aquele idiota de cabelos cacheados estava planejando, mas eu não estava gostando nada daquela história. A verdade era que Harry estava querendo ficar o mínimo de tempo possível naquele bar, afinal Drew estava lá e por mais que ele se sentisse agradecido, não queria tê-lo por perto.
Eddie decidiu nos levar até a escola da Kamille me seu carro, os vidros eram negros o que ajudou a esconder um pouco o Harry, pelo menos não tínhamos um bando de pessoas correndo e gritando do lado de fora.
Quando chegamos do lado de fora da escola dela, Eddie avistou a filha de longe, desceu o vidro do carro e gritou em sua direção, Kamille olhou espantada na direção do carro, afinal o pai nunca ia buscá-la.
-Pai? – ela falou abrindo a porta do passageiro automaticamente para entrar, quando o fez deu um grito e um passo assustado para trás caindo de bunda no chão, eu não pude deixar de rir com a reação dela.
-Olá. – Harry falou com o sorriso mais lindo do mundo encarando-a.
Kamille ficou ali, sentada no chão sem conseguir se mover, Harry ameaçou descer do carro para ajudá-la, mas eu o segurei pelo ombro, ele não era louco de fazer algo assim.
-Você está legal?- falei empurrando o banco em que Harry estava sentado para a frente com força e encarando a garota que permanecia ao chão com os olhos vidrados na direção dele, o empurrão foi tão brusco que Harry bateu com a cabeça no painel do carro.
-Ai Liz, caramba! – ele resmungou enquanto eu ainda o empurrava para conseguir ver a Kamille, pois é o carro só tinha duas portas.
Kamille não conseguia se mover ou sequer falar, estava visivelmente em choque.
-O que deu nela? – Harry falou começando a ficar preocupado.
-A sua ideia idiota deixou a garota em choque. – falei empurrando um pouco mais o banco dele e saindo do carro. – Kamille?
Quando me ajoelhei ao lado dela e toquei seu ombro ela começou a chorar feito uma descontrolada e me abraçou forte.
-Lizzy. Lizzy é você, não é?
Eu não sabia que as fãs do One Direction me reconheciam daquela forma.
-Sim sou eu, vamos para o carro? Precisamos sair daqui antes que alguém mais me reconheça ou reconheça o imbecil de cabelos cacheados que está no carro com o seu pai.
Ela enfim conseguiu ficar de pé, quando a toquei vi que ela tremia inteira.
-Vai tonto, sai da frente!
Harry saiu do carro rapidamente e entrou no banco de trás, eu entrei em seguida e Kamille sentou no banco da frente ao lado do pai.
-Pai como... – ela começou sem conseguir falar direito.
-A gente explica tudo em casa meu amor. – ele falou e ela se virou para nos olhar, Harry sorriu na direção dela e tocou seu ombro.
-Eu te devo algumas coisas Kamille. – ele falou ainda sorrindo na direção dela o que a fez começar a chorar de imediato.
-Você sempre causa essa reação nas mulheres? – Eddie perguntou com um sorriso. – sempre as faz chorar?
-Mais do que você imagina. – eu respondi rápido e Harry me encarou.
-Como assim, Lizzy?- Harry se virou para me encarar.
-Nada, eu não disse nada.
Quando chegamos na casa do Eddie a esposa dele veio correndo para a sala para saber o motivo de tantos gritos e de tanto choro, ao dar de cara com a filha pendurada no pescoço do Harry chorando feito uma louca ela começou a chorar junto, ok agora ia todo mundo chorar, era isso?
-Kamille o que você acha da gente ir para o seu quarto? – Harry perguntou tentando afastar a garota para que ela parasse de chorar. – você não tem nada que queira me mostrar?
Ela sorriu puxando-o pela mão e o carregando escada acima, eu, Eddie e a mãe dela os seguimos, quando entramos no quarto Harry estava parado de frente a um pôster gigante de si próprio, eu comecei a rir quando vi que ele tentava imitar a pose do pôster.
-Olha Liz, dois de mim.
-Eu prefiro o da parede, com certeza ele fica calado.
-Se quiser levar o da parede e deixar esse outro aqui. – Kamille enfim falou e eu ri alto.
-Posso mesmo fazer a troca? Você não vai querer me devolver ele depois?
-Juro que não.
Harry me encarou e me deu um soco no braço, eu sorri.
-Kamille eu estou aqui para te agradecer. – Harry começou e ela o encarou, Harry segurou sua mão e a guiou na direção da cama sentando ao lado dela, Eddie me apontou uma poltrona e eu sentei encarando os dois, eu queria saber o que Harry diria para ela.
-Você quer me agradecer, por que?
-Por você ter ajudado a colocar de volta sentido na minha vida. – ele começou e eu engasguei. – seu pai me falou que você deu à ele e ao Drew algumas informações a meu respeito e essas informações levaram o Drew a me contatar e bom, aqui estou eu, com a sua ajuda eu reencontrei a Lizzy.
Kamille que até então o olhava paralisada nos olhos desviou o olhar até mim, eu sorri de forma desconsertada.
-Então eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente pela ajuda que você me deu.
-Te ver feliz já é recompensa suficiente Harry. Não sou uma daquelas fãs malucas que pensam que são suas donas, eu sei que sou apenas mais uma na multidão e a minha felicidade é te ver feliz.
Harry sorriu na direção dela, depois encarou o chão ainda com aquele sorriso perfeito nos lábios.
-Eu só espero que tudo dê certo entre vocês dois.
-As coisas não são assim tão simples. – me vi falando.
-Eu sei que não. Se tudo fosse muito simples a vida não teria graça Lizzy. – ela falou sorrindo na minha direção. – mas, eu não sou ninguém para saber o que há entre vocês, a única coisa que eu sei é que ele queria te encontrar, encontrou e é isso o que importa.
Harry riu mais uma vez.
-Obrigado novamente Kamille, mas agora nós temos que ir, vamos a Holmes Chapel resolver alguns problemas.
Meu coração deu um salto, por um segundo eu tinha me esquecido de tudo aquilo.
-Harry, eu posso te pedir uma coisa?
-Claro o que quiser.
-Você autografa meus dois CDs, meus livros e meu DVD?
-Você já tem o segundo CD?
-Comprei na pré-venda, chegou ontem.
Ele sorriu.
-Ok pega lá.
Kamille correu na direção da estante e trouxe dois livros, dois Cds e um DVD.
-E eu poderia tirar uma foto com você também?
-Claro que sim. – Harry falou enquanto autografava as coisas.
-Lizzy, posso tirar uma com você também? Nós três?
Eu encarei o Harry e abri um sorriso forçado.
-Claro que sim flor.
Ela tirou primeiro uma foto apenas com ele e depois tiramos uma os três juntos.
-Agora precisamos mesmo voltar para o bar, o Paul vai nos buscar lá. – Harry falou firme. – mais uma vez obrigado Kamille.
Nós seguimos caminho, quando chegamos ao bar Paul já estava lá com cara de poucos amigos.
-Aonde vocês estavam?
-Longa história agora vamos logo, precisamos ir para o hotel, depois compramos passagens direto para Holmes Chapel, Paul tem como você conseguir alguém para vir buscar as coisas da Lizzy?
-Ei, ei ei! – falei rápido. – quem te disse que eu vou voltar para Holmes Chapel de mala e cuia? Não vou voltar a morar com a minha mãe Harry.
-Eu sei que não e ela também não está mais lá. Para onde está pensando em voltar?
Eu fiquei quieta, para onde mesmo?
-Foi o que pensei, por enquanto você pode ficar com uma das meninas elas vão adorar te ter por perto, depois a gente vê o que faz.
-Harry eu...
-Você não vai ficar aqui sozinha Lizzy.
-Não estou sozinha.
-Me deixa mudar o discurso então, você não vai mais ficar longe de mim e está decidido.
Eu fiquei quieta, Harry encarou Paul mais uma vez.
-Vamos para o hotel Paul.
0 notes
Text
Cap. 21
Ficamos em silêncio até terminarmos de tomar o café, depois seguimos na direção do bar.
-Você poderia pelo menos falar comigo, vai ficar me dando gelo, é isso?
Eu me virei para ver que ele estava me encarando firme.
-Não estou te ignorando só não tenho nada para falar.
-Não tem? E o fato de estar sei lá quanto tempo sumida?
-Não quero falar disso.
-Ok. – ele falou rápido. – não vou perguntar mais nada.
-Melhor assim.
Continuamos a caminhar em silêncio.
-E o Drew? – ele perguntou de repente e eu respirei fundo, sério que ele queria me fazer aquele tipo de pergunta?
-O que tem ele?
-Como se conheceram? Como começaram a namorar?
-Você quer mesmo falar disso? – falei impaciente.
-Claro que quero, quero saber a forma que vocês se conheceram.
Eu respirei fundo, era sério?
-Ele parece ser um cara legal.
-Ele é, Drew me tirou da rua e me deu um lugar para ficar quando eu não tinha onde dormir, eu estava com fome, cansada e com frio jogada na sarjeta e ele não quis nem ao menos saber meu nome, simplesmente me pegou e me levou para a casa dele.
Harry ficou quieto durante alguns minutos, depois enfim se manifestou.
-Então eu devo mais a ele do que eu imaginava.
-Você não deve nada a ele. Eu devo, você não.
Mais uma vez o silêncio e naquele instante eu rezei para que ele não voltasse a falar até chegarmos no bar e foi exatamente isso que aconteceu. Quando chegamos lá Eddie e Drew conversavam no balcão, ao nos ver se aproximar Drew deu um sorriso amarelo na minha direção e se virou para seguir na direção dos fundos do bar, mas antes que ele saísse eu chamei sua atenção.
-Drew! – ele parou, me encarou e sorriu.
-Oi Lizzy, como você está?
-Bem e você?
-Bem. – ele falou e olhou o Harry. – olá Harry.
-Oi Drew.
O clima não estava bom e não tinha motivos para estar, a situação ainda era nova e estranha.
-Creio que vieram pra irmos até minha casa, certo? – Eddie decidiu cortar o clima ruim.
-Sim foi pra isso. – eu falei e antes que pudesse dizer qualquer outra coisa Drew nos deu as costas e seguiu bar adentro.
-Então vamos? – Harry falou ao ver que eu olhava na direção em que Drew desaparecera.
-Ela ainda está na escola, falta uns dez minutos para ela sair.
-E a escola dela é aqui perto?- Harry perguntou rápido.
-Sim, uns cinco minutos.
-Então vamos lá. – Harry falou e eu o encarei.
Como assim ele queria ir até a escola da garota? E se o reconhecessem por lá? Quer dizer, era claro que iam reconhecer.
- Você quer ir até a escola dela? Você pirou?
-Não, não pirei, só acho que vai ser uma surpresa legal, o que você acha Eddie?
Eddie parecia fascinado com a ideia.
-Ela vai morrer.
-Então está decidido. – Harry falou sorrindo e seguindo na direção da porta de saída do bar. – o que estamos esperando?
Eddie me encarou e eu dei de ombros, eu não sabia o que diabos aquele idiota de cabelos cacheados estava planejando, mas eu não estava gostando nada daquela história. A verdade era que Harry estava querendo ficar o mínimo de tempo possível naquele bar, afinal Drew estava lá e por mais que ele se sentisse agradecido, não queria tê-lo por perto.
Eddie decidiu nos levar até a escola da Kamille me seu carro, os vidros eram negros o que ajudou a esconder um pouco o Harry, pelo menos não tínhamos um bando de pessoas correndo e gritando do lado de fora.
Quando chegamos do lado de fora da escola dela, Eddie avistou a filha de longe, desceu o vidro do carro e gritou em sua direção, Kamille olhou espantada na direção do carro, afinal o pai nunca ia buscá-la.
-Pai? – ela falou abrindo a porta do passageiro automaticamente para entrar, quando o fez deu um grito e um passo assustado para trás caindo de bunda no chão, eu não pude deixar de rir com a reação dela.
-Olá. – Harry falou com o sorriso mais lindo do mundo encarando-a.
Kamille ficou ali, sentada no chão sem conseguir se mover, Harry ameaçou descer do carro para ajudá-la, mas eu o segurei pelo ombro, ele não era louco de fazer algo assim.
-Você está legal?- falei empurrando o banco em que Harry estava sentado para a frente com força e encarando a garota que permanecia ao chão com os olhos vidrados na direção dele, o empurrão foi tão brusco que Harry bateu com a cabeça no painel do carro.
-Ai Liz, caramba! – ele resmungou enquanto eu ainda o empurrava para conseguir ver a Kamille, pois é o carro só tinha duas portas.
Kamille não conseguia se mover ou sequer falar, estava visivelmente em choque.
-O que deu nela? – Harry falou começando a ficar preocupado.
-A sua ideia idiota deixou a garota em choque. – falei empurrando um pouco mais o banco dele e saindo do carro. – Kamille?
Quando me ajoelhei ao lado dela e toquei seu ombro ela começou a chorar feito uma descontrolada e me abraçou forte.
-Lizzy. Lizzy é você, não é?
Eu não sabia que as fãs do One Direction me reconheciam daquela forma.
-Sim sou eu, vamos para o carro? Precisamos sair daqui antes que alguém mais me reconheça ou reconheça o imbecil de cabelos cacheados que está no carro com o seu pai.
Ela enfim conseguiu ficar de pé, quando a toquei vi que ela tremia inteira.
-Vai tonto, sai da frente!
Harry saiu do carro rapidamente e entrou no banco de trás, eu entrei em seguida e Kamille sentou no banco da frente ao lado do pai.
-Pai como... – ela começou sem conseguir falar direito.
-A gente explica tudo em casa meu amor. – ele falou e ela se virou para nos olhar, Harry sorriu na direção dela e tocou seu ombro.
-Eu te devo algumas coisas Kamille. – ele falou ainda sorrindo na direção dela o que a fez começar a chorar de imediato.
-Você sempre causa essa reação nas mulheres? – Eddie perguntou com um sorriso. – sempre as faz chorar?
-Mais do que você imagina. – eu respondi rápido e Harry me encarou.
-Como assim, Lizzy?- Harry se virou para me encarar.
-Nada, eu não disse nada.
Quando chegamos na casa do Eddie a esposa dele veio correndo para a sala para saber o motivo de tantos gritos e de tanto choro, ao dar de cara com a filha pendurada no pescoço do Harry chorando feito uma louca ela começou a chorar junto, ok agora ia todo mundo chorar, era isso?
-Kamille o que você acha da gente ir para o seu quarto? – Harry perguntou tentando afastar a garota para que ela parasse de chorar. – você não tem nada que queira me mostrar?
Ela sorriu puxando-o pela mão e o carregando escada acima, eu, Eddie e a mãe dela os seguimos, quando entramos no quarto Harry estava parado de frente a um pôster gigante de si próprio, eu comecei a rir quando vi que ele tentava imitar a pose do pôster.
-Olha Liz, dois de mim.
-Eu prefiro o da parede, com certeza ele fica calado.
-Se quiser levar o da parede e deixar esse outro aqui. – Kamille enfim falou e eu ri alto.
-Posso mesmo fazer a troca? Você não vai querer me devolver ele depois?
-Juro que não.
Harry me encarou e me deu um soco no braço, eu sorri.
-Kamille eu estou aqui para te agradecer. – Harry começou e ela o encarou, Harry segurou sua mão e a guiou na direção da cama sentando ao lado dela, Eddie me apontou uma poltrona e eu sentei encarando os dois, eu queria saber o que Harry diria para ela.
-Você quer me agradecer, por que?
-Por você ter ajudado a colocar de volta sentido na minha vida. – ele começou e eu engasguei. – seu pai me falou que você deu à ele e ao Drew algumas informações a meu respeito e essas informações levaram o Drew a me contatar e bom, aqui estou eu, com a sua ajuda eu reencontrei a Lizzy.
Kamille que até então o olhava paralisada nos olhos desviou o olhar até mim, eu sorri de forma desconsertada.
-Então eu nunca vou conseguir te agradecer o suficiente pela ajuda que você me deu.
-Te ver feliz já é recompensa suficiente Harry. Não sou uma daquelas fãs malucas que pensam que são suas donas, eu sei que sou apenas mais uma na multidão e a minha felicidade é te ver feliz.
Harry sorriu na direção dela, depois encarou o chão ainda com aquele sorriso perfeito nos lábios.
-Eu só espero que tudo dê certo entre vocês dois.
-As coisas não são assim tão simples. – me vi falando.
-Eu sei que não. Se tudo fosse muito simples a vida não teria graça Lizzy. – ela falou sorrindo na minha direção. – mas, eu não sou ninguém para saber o que há entre vocês, a única coisa que eu sei é que ele queria te encontrar, encontrou e é isso o que importa.
Harry riu mais uma vez.
-Obrigado novamente Kamille, mas agora nós temos que ir, vamos a Holmes Chapel resolver alguns problemas.
Meu coração deu um salto, por um segundo eu tinha me esquecido de tudo aquilo.
-Harry, eu posso te pedir uma coisa?
-Claro o que quiser.
-Você autografa meus dois CDs, meus livros e meu DVD?
-Você já tem o segundo CD?
-Comprei na pré-venda, chegou ontem.
Ele sorriu.
-Ok pega lá.
Kamille correu na direção da estante e trouxe dois livros, dois Cds e um DVD.
-E eu poderia tirar uma foto com você também?
-Claro que sim. – Harry falou enquanto autografava as coisas.
-Lizzy, posso tirar uma com você também? Nós três?
Eu encarei o Harry e abri um sorriso forçado.
-Claro que sim flor.
Ela tirou primeiro uma foto apenas com ele e depois tiramos uma os três juntos.
-Agora precisamos mesmo voltar para o bar, o Paul vai nos buscar lá. – Harry falou firme. – mais uma vez obrigado Kamille.
Nós seguimos caminho, quando chegamos ao bar Paul já estava lá com cara de poucos amigos.
-Aonde vocês estavam?
-Longa história agora vamos logo, precisamos ir para o hotel, depois compramos passagens direto para Holmes Chapel, Paul tem como você conseguir alguém para vir buscar as coisas da Lizzy?
-Ei, ei ei! – falei rápido. – quem te disse que eu vou voltar para Holmes Chapel de mala e cuia? Não vou voltar a morar com a minha mãe Harry.
-Eu sei que não e ela também não está mais lá. Para onde está pensando em voltar?
Eu fiquei quieta, para onde mesmo?
-Foi o que pensei, por enquanto você pode ficar com uma das meninas elas vão adorar te ter por perto, depois a gente vê o que faz.
-Harry eu...
-Você não vai ficar aqui sozinha Lizzy.
-Não estou sozinha.
-Me deixa mudar o discurso então, você não vai mais ficar longe de mim e está decidido.
Eu fiquei quieta, Harry encarou Paul mais uma vez.
-Vamos para o hotel Paul.
0 notes