#MINHA CABEÇA SÓ FAZ FANFICAR ISSO NÃO É VIDA

[idollete]

EU NÃO AGUENTO MAIS OUVIR MÚSICAS E FAZER ASSOCIAÇÕES COM OS MACHOS DESSE CAST ME DEIXEM EM PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAZ QUE INFENO

[caranguejonaoepeixe]

auto escrita 27/11/23: epifanias, quem sou eu, o eterno retorno, hospital, paixão & amor, adicções, quebras de ciclos e rompimento com comportamentos ruins.

“O lápis vem com borracha na ponta porque as pessoas sempre cometem erros”. escutei essa assistindo fleabag ontem e me pegou demais. voltamos àquela brisa de a vida é o ensaio, a morte é o show. hoje, uma segunda-feira, saí para caminhar sem rumo e sem necessariamente contar o tempo, eu amo fazer isso e olhar a fachada das casas que estão nesse caminho, gosto de fanficar e imaginar minha vida morando nelas, como eu as decoraria, como eu gostaria de ter um jardim como o da minha avó falecida.

e fiz isso enquanto escutava o podcast da lela brandão, no episódio epifania, o qual ela fala sobre não reduzirmos nossa vida e personalidade ao nosso trabalho. que o trabalho não é O QUE, mas sim COMO, e nesse caso ela fala do trabalho por ser a realidade dela, mas no meu caso isso pode se encaixar em qualquer outro contexto, e para mim, especialmente, no afetivo.

reduzi muito minha vida ao aspecto afetivo, como se eu apenas fosse feliz se eu estiver com alguém. claro que eu sonho muito em ter um parceiro e encho de flores a história de fazer parte de um casal que viaja o mundo, acampa, tem uma convivencia feliz e agradável, com muito amor, segurança, carinho e risada. (disclaimer: quando falo de encher de flores, também me vem um pensamento de velar esse sonho exatamente como se faz nos enterros, como se eu estivesse, contra minha vontade, tendo que aceitar que isso nunca vai acontecer, ou pelo menos não vai acontecer desse jeito ideal e sonhado).

mas não posso fazer disso o fim da minha vida. há muito mais lá fora para ser explorado. nada é linear e latente, e nem deve ser, pois essa é justamente a aproximação da morte: inorgânica, tal qual uma máquina de eletrocardiograma, se o monitor mostra uma linha reta e apenas um único ruído contínuo e infinito é porque não há mais sinal de vida ali.

enfim, divaguei aqui, mas de qualquer forma essa é uma discussão que esteve presente na minha cabeça na última semana. me apaixonei, de novo. e novamente por alguém que (acredito) não está na mesma página que eu. qual meu tesão nisso? sei que se ele demonstrasse o mesmo interesse e intensidade seria um fogo de palha que em algum momento eu cansaria e pensaria "meu deus, como fui me apaixonar por essa pessoa? ele não tem nada a ver comigo!"

mais uma vez me peguei alterando e manipulando situações as quais não me cabiam! o meu problema é que eu tenho tomado uma forma e um tamanho que não tem cabido em caixa alguma, e nem é isso que estou procurando para mim... depois do meu último término eu postulei para mim mesma que só me envolveria se fosse algo muito bom e que de fato me agregasse.

o lado bom é que, com ajuda de amigas, amigos, terapia level 129, já ter traçado um caminho seguro comigo mesma de saber o que eu sou e o que eu gosto, ter acorado em mim mesma e minha cabeça como um lugar tranquilo de paz. é bom viajar e ter uma casa confortável e organizada para voltar sabe? talvez por isso os rompimentos afetivos, apesar de chatos e trazerem uma ressaca momentânea, têm sido mais tranquilos de se lidar, sempre tem eu mesma para retornar, tem algo ali que já foi começado, já existe a possibilidade de voltar a lucidez com mais tranquilidade. eu amo o que eu sou, o que me tornei e o que estou me tornando. meus 25 anos estão se mostrando como uma fase muito importante para mim, e é isso, a palavra que representa essa fase é lucidez. consciência. presença.

eu me amo tanto, que hoje me peguei elaborando o fato de: eu sou uma pessoa tão incrível, única, legal e interessante que às vezes não me sinto merecedora de ser essa persona (!!!!) que doido né? e por fazer esse tipo de sabotagem de não reconhecer todo esse valor que carrego, me entrego a situações não coerentes com o que sou e acredito, me afasto de mim mesma e a vida já me mostrou diversas e milhões de vezes o quanto isso é errado.

mas tudo bem, não há problema se perder do personagem de vez em quando, como eu disse antes, isso não é algo para ser linear. é esse o significado que atribui à minha tatuagem no antebraço (o cubo com ilusão de ótica), e esse símbolo eu devo ao meu amigo pedro, que disse que para ele, o significado dessa tatuagem simplesmente é.

alguém não tinha uma borracha. e que bom. que bom é ser o que se é.

recentemente fui hospitalizada com pielonefrite, e sem dúvidas posso colocar esses 4 dias de internação + 10 de medicação como um evento forte no meu ano. precisei fazer uma regulação emocional pesada e fui colocada prova. recorri ao humor, ou melhor, ao meu "cassino mental" como brinco com minhas amigas. fiz stories, vlog, brinquei de ser blogueira, dancei, cantei, chorei, coringuei, mas vivi esses dias e sei que me ensinaram coisas.

graças a deus eu sou bem humorada. isso me salva muito. todos os dias. "aaaah mas isso é mecanismo de defesa, duda"

me deixa. eu gosto desse mecanismo, ele me ajuda, me faz bem, não to negando nada nem me depreciando a todo momento, então está ótimo. é bom ser ácida, é bom fazer uma piada, uma ironia, uma crônica, um tweet com uma dor representada ali que talvez só eu mesma entenda. e tudo isso fazendo as pessoas que eu amo darem risada. (entretanto faço aqui uma observação, às vezes, é aquilo: só Deus sabe como tá a mente da palhaça).

enfim, mudando de sacos pra malas e agora para mochilas, estou dolorosamente passando pela ideia de me afastar do terto, ou melhor, pisar no freio. me peguei idealizando toda essa relação e ainda bem que tenho a lucidez e consciencia de que posso estar me equivocando.

"a paixão é um equívoco." foi o que li essa semana.

e é mesmo, mas é frustrante se pegar no erro, na cegueira, na adicção da paixão. flores são lindas, mas murcham. pensamentos são só pensamentos, e no fim a gente se pega bêbada apenas por pensar no vinho.

e por falar em pensamentos, palavras, e tudo mais. eu sei que preciso dessa troca verbalizada, eu gosto da verborragia, eu gosto de ser compreendida dessa forma, e é desse ponto de partida que eu tenho que tomar minha vida a partir de então. essa é a pista.

você quer as palavras sendo servidas geladas ou quentes? apenas as derrame.

vamos brincar nessa piscina, fazer ela transbordar, repetir as palavras inúmeras vezes para que, em algum momento, elas se esvaziem de sentido e significado.

a paixão e o vício é isso. repetir uma palavra várias vezes até que ela perde seu sentido, fica estranha, feia, vazia. apenas olhos sem rosto.

e por falar em olhos sem rosto, deixo aqui para finalizar, a música eyes without a face, com essa PEDRADA de letra.

https://youtu.be/9OFpfTd0EIs?si=QeLF1mCAYnJTn19V

I'm all out of hope One more bad dream Could bring a fall When I'm far from home Don't call me on the phone To tell me you're alone

It's easy to deceive It's easy to tease But hard to get release

(Les yeux sans visage) eyes without a face (Les yeux sans visage) eyes without a face (Les yeux sans visage) eyes without a face Got no human grace You're eyes without a face

I spend so much time Believing all the lies To keep the dream alive Now it makes me sad It makes me mad at truth For loving what was you

(Les yeux sans visage) eyes without a face (Les yeux sans visage) eyes without a face (Les yeux sans visage) eyes without a face Got no human grace You're eyes without a face

When you hear the music, you make a dip Into someone else's pocket, then make a slip Steal a car and go to Las Vegas Oh, the gigolo pool

Hanging out by the state line Turning holy water into wine Drinking it down, oh

I'm on a bus on a psychedelic trip Reading murder books, trying to stay hip I'm thinking of you and you're out there, so Say your prayers Say your prayers Say your prayers

Now I close my eyes And I wonder why I don't despise Now all I can do Is love what was once So alive and new But it's gone from your eyes I'd better realize

(Les yeux sans visage) eyes without a face (Les yeux sans visage) eyes without a face (Les yeux sans visage) eyes without a face Got no human grace You're eyes without a face Such a human waste You're eyes without a face

And now it's getting worse