#Irmão X e Santo Agostinho
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Os ensinamentos de Santo Agostinho revelados pelo Espiritismo
Leia este belo conto de Irmão X e conheça um dos mais importantes ensinamentos de Santo Agostinho para a vida, trazido pelo Espiritismo.
As obras mediúnicas do Espiritismo trazem os grandes ensinamentos de Santo Agostinho. Aurélio Agostinho de Hipona, que ficou conhecido universalmente como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, pois as suas obras influenciaram o desenvolvimento do cristianismo. E além desta vida, Santo Agostinho continua trazendo seus ensinamentos…
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Exercício da mortificação cristã A. Mortificação do corpo 1º Limite-se, tanto quanto possa, em matéria de alimentos, ao estritamente necessário. Medite estas palavras que Santo Agostinho dirigia a Deus: “Me ensinastes, oh meu Deus, a pegar os alimentos somente como remédios. Ah, Senhor!, aqui quem de entre nós não vai além do limite? Se há um só, declaro que este homem é grande e que deve grandemente glorificar vosso nome” (Confissões, liv. X, cap. 31); 2º Roga a Deus com frequência, roga-lhe a cada dia que lhe impeça, com Sua graça, de transpassar os limites da necessidade, ou deixar-se levar pelo atrativo do prazer; 3º Não pegue nada entre as refeições, ao menos que haja alguma necessidade ou razões de conveniência; 4º Pratique a abstinência e o jejum, mas pratique-os somente debaixo da obediência e com discrição; 5º Não lhe está proibido saborear alguma satisfação corporal, mas faça-o com uma intenção pura e bendizendo a Deus; 6º Regule seu sono, evitando nisto toda relaxação ou molície, sobretudo pela manhã. Se pode, fixe-se uma hora para deitar-se e levantar-se, e obrigue-se a ela energicamente; 7º Em geral, não descanse senão na medida do necessário; entregue-se generosamente ao trabalho, e não meça esforços e penas. Tenha cuidado para não extenuar seu corpo, mas guarde-se também de agradá-lo: quando sentir que ele está disposto a rebelar-se, por pouco que seja, trate-o como a um escravo; 8º Se sente alguma ligeira indisposição, evite irritar-se com os demais por seu mal humor; deixe aos seus irmãos o cuidado de queixar-se; pelo que lhe cabe, seja paciente e mudo como o divino Cordeiro que levou verdadeiramente todas as nossas enfermidades; 9º Guarde-se de pedir uma dispensa ou revogação à sua ordem do dia pelo mínimo mal-estar. “Há que fugir como da peste de toda dispensa em matéria de regras“, escrevia São João Berchmans; 10º Receba docilmente, e suporte humilde, paciente e perseverantemente a mortificação penosa que se chama doença. Cardeal Desidério José Mercier Excerto do Artigo “La mortificación cristiana” https://www.instagram.com/p/B9Ep50FJLeI/?igshid=kzhrtutbyoxn
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Fafá de Belém - Nossa Senhora
Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).
Dia de Nossa Senhora Aparecida – 12 de Outubro.
Comemora-se no Brasil, hoje, dia 12 de Outubro com feriado nacional, o "Dia de Nossa Senhora Aparecida", ou, "Nossa Senhora da Conceição Aparecida". Nesta data, milhares de fiéis viajam para a cidade de Aparecida, no Estado de São Paulo, onde se localiza o seu Santuário com duas basílicas, a Nova e a Velha. Vejam a seguir a história da aparição:
"Nossa Senhora da Conceição Aparecida", popularmente chamada de "Nossa Senhora Aparecida", é a padroeira do Brasil, venerada na Igreja Católica. Um título mariano negro, Nossa Senhora Aparecida é representada por uma pequena imagem de terracota da Virgem Maria atualmente alojada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, localizada na cidade de Aparecida, em São Paulo. Sua festa litúrgica é celebrada em 12 de outubro, um feriado nacional no Brasil desde que o Papa João Paulo II consagrou a Basílica em 1980. A Basílica é o quarto santuário mariano mais visitado do mundo, e é capaz de abrigar até 45.000 fiéis.
HISTÓRIA.
APARIÇÃO:
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo da Companhia de Jesus, em Roma.
A história foi primeiramente registrada pelo "Padre José Alves Vilela" em 1743 e pelo "Padre João de Morais e Aguiar" em 1757, registro que se encontra no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá. Segundo os relatos, a aparição da imagem ocorreu na segunda quinzena de outubro de 1717, quando "Dom Pedro de Almeida", conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, durante uma viagem até Vila Rica.
O povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festa em homenagem à presença de Dom Pedro de Almeida e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba com a intenção de oferecerem peixes ao conde. Os pescadores "Domingos Garcia", "João Alves" e "Filipe Pedroso" rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus. Após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu. Eles já estavam a desistir da pescaria quando "João Alves" jogou sua rede novamente. Ao invés de peixe, ele apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que foi envolvida em um lenço. Após terem recuperado as duas partes da imagem, a figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la. A partir daquele momento, segundo os relatos, os três pescadores apanharam tantos peixes que foram obrigados a voltarem para o porto, uma vez que o volume da pesca ameaçava afundar a embarcação deles. Este foi o primeiro milagre atribuído à imagem.
INÍCIO DA DEVOÇÃO:
Durante os quinze anos seguintes, a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da imagem. A fama dos supostos poderes da imagem foi se espalhando por todas as regiões do Brasil. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo tornou-se pequeno para abrigar tantos fiéis.
Assim sendo, por volta de 1734 o vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. A capela foi erguida com a ajuda do filho de Filipe Pedroso, que não queria construí-la no alto do Morro dos Coqueiros, pois achava mais fácil para o povo entrar na capela logo abaixo, ao lado do povoado. Em 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, o então Príncipe Regente do Brasil "Dom Pedro I" e sua comitiva visitaram a capela e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O número de fiéis não parava de aumentar e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (a atual Basílica Velha), sendo solenemente inaugurada e benzida em 08 de dezembro de 1888.
COROA DE OURO E O MANTO AZUL:
Em 06 de novembro de 1888, a "princesa Isabel" visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à Santa, em pagamento de uma promessa (feita em sua primeira visita, em 08 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.
CHEGADA DOS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS:
Em 28 de outubro de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.
COROAÇÃO DA IMAGEM:
A 08 de setembro de 1904, a imagem foi coroada com a riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por "D. José Camargo Barros", com a presença do Núncio Apostólico, muitos bispos, o Presidente da República "Rodrigues Alves" e numeroso povo. Depois da coroação o Santo Padre concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e indulgências para os romeiros que vêm em peregrinação ao Santuário.
INSTALAÇÃO DA BASÍLICA:
No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de "Basílica Menor", sagrada a 05 de setembro de 1909 e recebendo os ossos de são "Vicente Mártir", trazidos de Roma com permissão do Papa.
MUNICÍPIO DE APARECIDA – SP:
Em 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município, vindo a se chamar "Aparecida", em homenagem a Nossa Senhora, que fora responsável pela criação da cidade.
A RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL:
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi proclamada "Rainha do Brasil" e sua "Padroeira Principal" em 16 de julho de 1930, por decreto do papa "Pio XI". A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome do papa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904.
Pela Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1980, foi decretado oficialmente feriado no dia 12 de outubro, dedicando este dia a devoção. Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.
DESCRIÇÃO DA IMAGEM:
A imagem retirada das águas do rio Paraíba em 1717 mede quarenta centímetros de altura e é de "terracota", (ou seja, argila que após modelada é cozida num forno apropriado). Em estilo "seiscentista", (como atestado por diversos especialistas que a analisaram), acredita-se que originalmente apresentaria uma "policromia", como era costume à época, embora não haja documentação que comprove tal suspeita. A argila utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de "Santana do Parnaíba", (na Grande São Paulo). Quando recolhida pelos pescadores, estava sem a "policromia original", devido ao longo período em que esteve submersa nas águas do rio. A cor de canela que apresenta hoje deve-se à exposição secular à fuligem produzida pelas chamas das velas, lamparinas e candeeiros, acesas por seus devotos.
Através de estudos comparativos, a autoria da imagem foi atribuída ao "frei Agostinho de Jesus", um monge de São Paulo conhecido por sua habilidade artística na confecção de imagens sacras. Tais características incluem a forma sorridente dos lábios, queixo encravado, flores em relevo no cabelo, broche de três pérolas na testa e porte empinado para trás.
>>> "O motivo pelo qual a imagem se encontrava no fundo do rio Paraíba é que, durante o período colonial, as imagens sacras de terracota eram jogadas em rios ou enterradas quando quebradas".
Em 1978, após sofrer um atentado que a reduziu a quase duzentos fragmentos, a imagem foi encaminhada a "Pietro Maria Bardi", à época diretor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), que a examinou, juntamente com "João Marinho", colecionador de imagens sacras brasileiras. Foi então totalmente restaurada, no MASP, pelas mãos da artista plástica "Maria Helena Chartuni". (Homenagem: Banda Devassa-Rio - 12/10/2018).
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devemos nos alegrar nas coisas que vem do alto naquilo que nos fará chegar mais perto do céu devemos nos alegrar pelo dom da vida nosso irmão e juntos buscar santidade devemos ter a alegria de cristo dentro de cada um de nós e transmitir rela felicidade ser exemplos para pessoa um exemplo de uma vida de santidade uma vida que sai de si mesmo renuncia tudo por amor deus por uma vida de alegria de felicidade plena pois nós sabemos que a felicidade se encontra em Deus somente.
Deus ele nos chama viver um vida de alegria hoje porque amanhã ninguém sabe ainda está por vir e onde já se foi por isso devemos comunicar levar amor o evangelho pois feliz compresso de comunicar verdade tomamos coragem de anunciar mas não sozinho jesus cristo que transforma a nossa vida e nos impulsiona anunciá-lo com convicção com coragem com parresia que sua minha vida seja exemplo de um vida de santidade para jovens nesse universo por isso devemos sair de nós mesmo renuncia a si sua própria vontade por um bem maior que jesus cristo ele que nos dará felicidade plena o necessário para viver uma vida com parresia, sair de si pensa mais no outro e anunciar boa nova a salvação. pois ser um jovem cristão e sabe que Jesus Cristo é real felicidade, ser jovens e transmitir com parresia e alegria anuncia boa nova do senhor ser um exemplo pra outro jovens e leva alegria de deus dentro do nossos corações e ser transmissor dessa alegria para aqueles que sofrem nesse universo. e toma posse dos tons que deus nos concedeu e sair ao encontro do outro assumir nosso papel pois jesus ele confia em você para que você os multiplique esses dons assumir seu real valor e coloque a serviço da igreja pois ela necessita de você jovem assuma seu papel e seja um evangelizador desta real alegria que não acaba ao amanhecer e sim um alegria que duradoura um alegria que vem de deus seja evangelizado para aqueles jovens que vivem nas ruas que são rejeitados pelos pais que sente excluído do mundo que necessitam de você estão à sua espera que você seja esse transmissor da real alegria leva luz esperança de dias melhores.
como santo Agostinho dizia:
“Longe de mim, Senhor, longe do coração do teu servo, que se confessa diante de ti, longe o pensamento de que uma alegria qualquer possa torna-lo feliz. Há uma alegria que não é concedida aos ímpios, mas aqueles que te servem por puro amor: essa alegria és Tu mesmo. E esta é a felicidade: alegrar-nos em ti, de ti e por ti”. (Confissões X,22)
#ser jovem cristão#jovem#jovemcristao#jovenscristãos#santidade#castidade#ser jovem catolico#catolico#juventude
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A QUINTA VALA.
A divina tragédia da traição premiada.
A traição jamais obteve tanto espaço nos noticiários quanto nos últimos anos. Contudo, esse ato humano execrável, que pela história da humanidade foi responsável por desencadear crimes passionais, guerras e outras reações extremas, já não desperta mais tantas paixões, e às vezes chega a ser motivadora de reivindicação de prêmios.
Por todo o planeta encontramos infindáveis termos para fazer menção aos que possuem o desvio de caráter que conduz à infidelidade. Na riquíssima língua portuguesa, as variantes superam aquelas vistas em qualquer outra, seja pelas tradicionais expressões contidas no vernáculo, como traidor, traiçoeiro, delator, alcaguete, informante, seja pela linguagem coloquial, a exemplo de traíra, dedo-duro, linguarudo, X-9 etc. Nos países estrangeiros também encontramos termos com o mesmo teor pejorativo, como rat (Estados Unidos da América), sneak (Inglaterra), un homme commère (França), Zinker e 31er (Alemanha). Creio ser arriscado demais tentar fazer uma tradução precisa, sabendo o que dizem os italianos: “traduttore, traditore.".
A origem da traição coincide com o mito da criação do homem. De acordo com os textos bíblicos, Caim, impelido por ciúmes, realiza uma emboscada para ceifar a vida de seu irmão Abel. Todavia, está no Novo Testamento a sua máxima expressão, quando Judas Iscariotes procura as autoridades para delatar Jesus de Nazaré, acarretando a crucificação de um acusado considerado inocente, à luz do Direito Romano. Na concepção cristã, pode-se assegurar que, diante de tantos pecados, nenhum outro veio a ser considerado tão repulsivo quanto esse.
Dante Alighieri, por exemplo, nos versos que compõem A Divina Comédia, representa o mapa do inferno, escalonando-o em diversos pavimentos (círculos) rumo ao núcleo da Terra. Dependendo da iniquidade, os condenados são colocados em um ambiente mais profundo. No nono e último círculo, intitulado Lago Cócite, encontram-se os que se entregaram à traição. Essa instância sombria, por sua vez, é subdividida em quatro valas: a primeira, chamada Caína (alusão à Caim) para aqueles que se voltaram contra os próprios parentes; a segunda, batizada de Antenora, reservada aos traidores da pátria; a terceira, Ptolomeia, para abranger os que insurgiram contra os seus hóspedes e, por fim, a quarta e mais terrível, cujo nome é Judeca (nítida referência ao apóstolo), onde os traidores dos benfeitores expiam por seus pecados na companhia de Lúcifer. Das tre facce do Anticristo, uma separa Judas de Brutus e Cassius. Não seria mera especulação afirmar que, pelos escritos do poeta florentino, consolidava-se a antítese dos ideais de Santo Agostinho sobre o que seria a Cidade de Deus.
Saindo da órbita do cristianismo, a temática se repete em todas as outras religiões. No judaísmo, assim como ocorre no islamismo, a deslealdade repercute severamente no espírito humano. E não haveria como se admitir uma doutrina de fé construída em desacordo com os preceitos éticos das civilizações aos quais aderiram. Até mesmo quando nos aventuramos ao estudo da Mitologia Grega, constatamos que a ira dos deuses normalmente é provocada por uma questão central: a traição.
No estudo da História, mesmo quando orientado pela dialética marxista, percebe-se um enorme destaque às personagens que sucumbiram à vilania da falta de palavra para com os seus confidentes. Talvez o assunto gere certo desconforto aos pesquisadores em geral, por representar tudo aquilo que repudiam no semelhante e em si mesmo.
Durante a segunda etapa de Revolução Francesa, os jacobinos acusaram vários dos seus correligionários de estarem conspirando contra os comitês em troca de privilégios ofertados pela alta burguesia. A insegurança política que conduzia os parisienses à construção de um verdadeiro Estado policial acarretou a execução do corrupto Danton, entre outros ícones do processo revolucionário, como Camile Desmoulins. Pouco tempo depois, a histeria das delações fez os próprios algozes subirem ao cadafalso para terem suas cabeças decepadas. Foi nesse contexto que Charlotte Corday protagonizou o episódio mais emblemático do período, retribuindo ao líder Jean-Paul Marat o terror que havia sido colocado na ordem do dia em reunião extraordinária da Convenção.
Outros fatos históricos da mesma grandeza, que gravitam em torno do tema em tela, marcaram ou mancharam, significativamente, a linha do tempo. Impossível deixar de citar o costumeiro pacto de não agressão, articulado por Joachim von Ribbentrop (Ministro do III Reich condenado à morte pelo Tribunal de Nuremberg), que antecedia a invasão da Wehrmacht ao indefeso país signatário, bem como o escândalo de Watergate, em que um Deep Throat colocava Richard Nixon no dilema entre a renúncia e o Impeachment.
O estudo da evolução política brasileira também esbarra em uma série de inconfidências, ganhando maior notoriedade a que ocorrera em Minas Gerais sob a liderança de Tiradentes. Punido com a estranha e cruel pena capital da “morte para sempre”, contemplada pelas Ordenações Filipinas, o mártir da independência após ser enforcado, teve a sua cabeça arrancada e exposta, espalhando-se os fragmentos do seu corpo esquartejado pelos logradouros públicos. Em contrapartida, o delator Joaquim Silvério dos Reis recebia honrarias de Dom João, sem imaginar que seu nome seria amaldiçoado pela eternidade por seus conterrâneos (desonra para sempre), não obstante tivesse revelado os planos de um homem visto como criminoso pela legislação em vigor naquele período.
Apesar da ideia do óbito em caráter permanente ter sido extirpada do Direito Pátrio com o advento do Código Criminal de 1831, a traição nele permaneceu e perdura até a presente data. Além de configurar uma circunstância agravante genérica, prevista no art. 61 do Código Penal, o vil comportamento se faz presente na Parte Especial entre as qualificadoras do crime de homicídio (art. 121, § 2.º, III) e também como núcleo do tipo penal que leva a rubrica marginal de Patrocínio Infiel (art. 355). Porém, quando interpretada em sentido amplo, a odiosa prática que atinge tanto o particular quanto o Estado, pode ser identificada em trinta e oito delitos inseridos no mesmo diploma legal, como no caso do induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio praticado por motivo egoístico (art. 122, p.ú., I), em que o agente, por exemplo, inculca na vítima o desejo de autodestruição para se beneficiar da herança. Na mesma esteira cabe mencionar diferentes preceitos que indicam mau-caratismo similar, como o Perigo de Contágio Venéreo (art. 130); Violação de Segredo Profissional (art. 154); Bigamia (art. 235); Peculato Mediante Erro de Outrem (art. 313); Fraude Processual (art. 347), entre tantos outros da lei maior em matéria penal e da legislação extravagante. Aliás, por falar em lei especial, é importante assinalar que no Código Penal Militar, no livro que trata Dos Crimes Militares Em Tempo de Guerra, há um capítulo que leva o título Da Traição, no qual para todos os delitos o legislador comina a pena de morte, que no caso brasileiro, de acordo com o art. 56, se cumpre mediante fuzilamento.
Apenas em relação à infidelidade conjugal, a legislação não reage com tanto rigor. No ano de 2005, o adultério foi objeto de abolitio criminis, deixando o mundo do Direito Penal para receber o tratamento do Direito Civil, que, por sua vez, se mostra bastante flexível nesse aspecto. Não há mais o que falar em divórcio por culpa do cônjuge adúltero e, como se não bastasse, as indenizações por danos morais fixadas em valores quase insignificantes vêm perdendo o caráter retributivo e preventivo. Não havendo bens, nem filhos, a dissolução da sociedade conjugal se efetivará em questão de minutos, na frieza dos polos que congela o recinto cartorial. O preço também não representará qualquer empecilho e, certamente, sairá muito mais barato do que trinta moedas de prata. Não seria exagero dizer que estará consumada mais uma traição promovida com um beijo. Aliás, diga-se de passagem, em um mundo onde todos os valores são relativizados, e o dinheiro é reverenciado como deus único, o que dizer da cumplicidade entre marido e mulher, fruto do amor verdadeiro?
O instituto da delação premiada, que vem sendo utilizado como ferramenta estatal no enfrentamento do crime organizado desde o advento da Lei 8.072/90 (Crimes Hediondos) - estendendo-se mais tarde para outras leis específicas, como a Lei 7.492/1986 (Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional), Lei 8.137/1990 (Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Relações de Consumo), Lei 9.613/1998 (Lavagem de Dinheiro), Lei 9.807/1999 (Proteção às Testemunhas); Lei 11.343/2006 (Drogas), Lei 12.850/2013 (Organização Criminosa) - entra em uma fase de frequentes ataques na mesma proporção das defesas apaixonadas. Há de se convir que não é tarefa das mais fáceis compreender que, em nosso ordenamento jurídico, a traição pode matar, passar desapercebida ou até ser homenageada.
Para uma corrente doutrinária, o que decidiram chamar de colaboração premiada na última lei acima referida, não passa de um incentivo por parte da administração pública ao nefasto gesto de trair, o que se mostra totalmente incompatível com os Princípios Gerais do Direito. A lei deve possuir conteúdo didático e apresentar princípios cívicos decentes, e não ensinar que o cafajestismo pode ser vantajoso. Se o crime não compensa, a delação não pode recompensar. Além do mais, de todos os integrantes que compõem o grupo de delinquentes, o pior deles é, sem dúvida alguma, aquele que entrega os comparsas à justiça para aliviar a sua própria pele. Trata-se de torpeza repudiada até para quem se aventura às ações delituosas, não havendo espaço para traidores nem mesmo nas penitenciárias onde estão agregados os piores malfeitores. É o estranho, porém notório, código moral do mundo do crime. Vale lembrar o que ocorreu com o mafioso Tommaso Buscetta, que teve dez de seus familiares assassinados em represália ao auxílio prestado à justiça italiana.
Em contrapartida, há quem procure justificar a atitude do traidor com base no finalismo aristotélico, pois se o fim é bom, ou seja, viabilizar o desmantelamento de uma organização criminosa e a cessação de suas atividades com a aplicação de pena aos seus membros, então o meio da delação também o será. Se para o Direito nem a vida tem caráter absoluto, por que o sigilo o teria? Ainda mais quando o evento envolve criminosos... Para esses juristas, o sacrifício da organização, mesmo por intermédio de uma prática execrável, estaria a serviço do bem comum. Advertem que determinados grupos dedicados às atividades ilícitas, que se desenvolvem com requinte empresarial, se não ruírem por dentro, jamais poderão ser detidos por intermédio de práticas repressivas ordinárias. Usam como ilustração a tradição norte-americana de, inclusive, pagar somas em dinheiro ao colaborador por suas preciosas informações. É o modelo de justiça criminal que vem dos remotos tempos da Marcha para o Oeste, quando o governo do Estado Unidos se viu obrigado a delegar aos condados a tarefa de instituírem a sua própria estrutura punitiva para os crimes locais. Daí veio o Wanted Dead Or Live que, de forma mais civilizada, perdura até hoje.
Difícil se chegar a alguma conclusão quando dois argumentos contrapostos estão repletos de razão. Ocorre que para efeito de valoração do ato de dedurar, nenhum deles mostra-se útil. Isso se deve ao fato de não atentarem para o ponto central, ou seja, o que motivou o indivíduo a revelar toda a trama delituosa e a identidade dos concorrentes. Se decide fazer mea culpa pela consciência de ter agido em desacordo com os interesses da coletividade à qual pertence, imbuído da intenção de reparar o dano e amenizar a dor moral que o afeta, a sua responsabilidade não desaparece, mas a mudança de postura justifica a atenuação das reprimendas. Se a lei chamará as benesses aplicáveis de prêmio, a opção semântica não escapa da lógica em nosso ordenamento jurídico de flexibilizar a resposta penal em decorrência do arrependimento posterior. Tal medida há muito tempo é disciplinada nos arts. 16 e 65 do Código Penal, entre outros de caráter excepcional, como ocorre, por exemplo, nos casos de estelionato mediante cheque sem fundo, quando o agente efetua o pagamento da dívida antes do recebimento da denúncia (Súmula 554 do STF).
Entretanto, há casos em que o agente utiliza o instituto da colaboração premiada para se vingar de seus inimigos, imputando-lhes algumas verdades embrulhadas a um punhado de mentiras, que, muitas vezes, nenhuma relação tem com o objeto da investigação. E assim, atingem não apenas a honra objetiva e subjetiva da vítima da infâmia, mas também a própria administração pública, em especial, administração da justiça, fazendo-o incidir no crime de denunciação caluniosa (art. 339 do CP).
Outrosssim, considerando que estamos discorrendo sobre um grave problema enfrentado no Brasil, o que não falta é exemplo pitoresco sobre qualquer tema de natureza jurídica. Já houve, diga-se de passagem, quem se valesse da delação para ganhar muito dinheiro, não como contrapartida do Estado pelas informações prestadas, mas sim de forma indireta, pela qual o indivíduo se beneficia da previsível instabilidade gerada ao mercado financeiro, capaz de favorecer práticas especulativas de toda ordem. Casos como esse, em que o traidor da organização criminosa engana a nação inteira com a sua delação é que provoca a reflexão sobre o lugar onde Dante o colocaria em seu imaginário, ou se nele não haveria espaço para aqueles que traem a própria natureza humana no que diz respeito à capacidade de ser justo e dotado de um mínimo de vergonha.
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Paulo, o apóstolo
Foi em Tarso, na Cilícia, um importante centro mercantil e intelectual do mundo romano que nasceu entre os anos 5e 10 da Era Cristã, uma criança que, no momento da circuncisão recebeu o nome de Saulo. Seus pais, embora judeus, gozavam dos privilégios da cidadania romana. Privilégios que podiam ser conseguidos pelos habitantes das províncias de duas formas: como recompensa por serviços prestados ou pelo desembolso de vultuosa quantia.
Nos primeiros anos, ele freqüentou a Sinagoga onde aprendeu nos textos sagrados até a aritmética. Um escravo o acompanhava todos os dias, carregando-lhe a pasta com os utensílios escolares. Sentado ao chão, com as pernas cruzadas, o menino Saulo ensaiou as primeiras letras, gravando-as com um estilete de ferro sobre uma tabuinha coberta com uma camada de cera. Como a tradição prescrevia ensinar um trabalho útil às crianças, Saulo aprendeu a tecer pano de barraca, usando uma fazenda áspera e durável, entremeado com pelos de cabra.
Adolescente ainda seguiu para Jerusalém, onde se tornou discípulo do grande Gamaliel, no Templo de Salomão, preparando-se para ser um devoto rabino. Ele mesmo na Epístola aos Gálatas afirma: "... e me avantajava no judaísmo sobre muitos da minha idade e linhagem , pelo extremo zelo às tradições de meus pais."
Ardoroso defensor de Moisés, Saulo desencadeou séria perseguição aos homens do Caminho. E considerou seuprimeiro grande triunfo contra o Nazareno a lapidação do jovem Estêvão. Emmanuel descreve na obra "Paulo e Estêvão", em detalhes, toda sua dor e vergonha, ao se dar conta que Estêvão não era outro senão o irmão da sua amada noiva Abigail, que viria a morrer 8 meses depois.
É, no entanto, a caminho de Damasco, na Síria, levando cartas que lhe autorizavam a prender outros tantos seguidores de Jesus, que Saulo foi surpreendido, em pleno meio-dia, pela luz imensa daquele a quem perseguia.
"Saulo, Saulo, por que me persegues? ", diz-lhe a voz. Nas entrelinhas, pode-se ler: "Por que, Saulo, se és o vaso escolhido para levar a minha palavra a todas as gentes?"
Tendo vislumbrado a luz, ele se ergue da areia, onde tombara, sem visão. Seguindo a orientação dada pelo Mestre, entrou na cidade e aguardou. Ananias , em nome de Jesus, o vem retirar da sua noite de sombras.
Começou para Saulo a jornada de trabalho e o calvário das dores. Após o exílio de 3 anos, no deserto de Dan, ele retornou para pregar a Boa Nova. Aquele Jesus a quem tanto perseguira na pessoa dos seus seguidores, tornou-se seu Senhor. Quando empreendeu a viagem a Damasco ele era o orgulhoso Saulo, cujo nome significa aquele a quem se pede, solicita algo, orgulhoso. Ao se erguer, após a queda do cavalo e a visão extraordinária do Cristo, ele se ergueu transformado. Era o escravo. "Que queres que eu faça, Senhor?", é o que roga. Por isso mesmo, haveria de trocar seu nome para Paulo, posteriormente, que significa modesto, pequeno, humilde.
Pode-se dividir o seu apostolado em três grandes viagens. Na primeira, partindo de Antioquia com Barnabé e Marcos, foi à ilha de Chipre, depois à Panfília e à Pisídia. Deixou núcleos implantados em Perge, Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derme, retornando a Jerusalém.
Na segunda grande viagem, em companhia de Silas e Timóteo, atravessou a pé toda a Ásia menor, e , com Lucas chegou até a Macedônia. As pequenas igrejas foram se formando em Filipes, Tessalônica, Beréia. Ele chegou até a Grécia. Na primavera de 53, saiu de Corinto, voltou a Jerusalém e Antioquia.
Na terceira viagem percorreu a Frígia e a Galácia. Permaneceu dois anos em Éfeso, depois regressou à Macedônia e Corinto. Retornando a Jerusalém foi preso, remetido a Cesaréia e, apelando para César, chegou a Roma, depois de um naufrágio na ilha de Malta. Estima-se que ele tenha percorrido em sua longa marcha nada menos de 20.000 km a pé, ou seja, metade do comprimento da linha do Equador.
Sob a inspiração de Jesus, tendo a servir de intermediário o próprio Estêvão, na espiritualidade, Paulo escreveu as epístolas, cartas cheias de ternura aos companheiros das comunidades nascentes, também carregadas de orientações: duas aos Tessalonicenses , em Corinto, em 52-54; 1ª aos Coríntios , de Éfeso, em 57; 2ª aos Coríntios, de Filipos, em 57; aos Gálatas e aos Romanos, de Corinto, em 57; aos Filipenses, aos Efésios, aos Colossenses e a Filémon, de Roma, em 62; aos Hebreus, em 63 ou 64, da Itália; 1ª a Timóteo, em 64 ou 65, a Tito em 64 ou 65, e a 2ª a Timóteo, em 66,de Roma.
Mais de uma vez foi apedrejado, açoitado, maltratado. Padeceu fome, frio, privações. Por amor a Jesus, ele tudo aceitou e afirmou portar no corpo "as marcas do Cristo".
Decapitado, fora dos muros de Roma, no ano de 67, por ordem do Imperador Nero, ele adentrou a espiritualidade. Quando a Terceira Revelação se apresentou na Terra, ei-lo participando da equipe do Espírito de Verdade, deixando seus palavras em O Evangelho segundo o espiritismo, nos capítulos X, item 15 ( sobre o perdão , em Lyon, em 1861) e capítulo XV, item 10 ( Fora da caridade não há salvação, em Paris, em 1860). Igualmente, respondendo a questão de número 1009 de O livro dos espíritos, a respeito da eternidade das penas, junto a dissertações de Santo Agostinho, Lamennais e Platão.
Fonte:Paulo e Estêvão, romance de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Grandes personagens da história universal, vol. 1.
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Bíblia Católica x Bíblia Protestante.
Entendam a diferença:
Quem já teve a oportunidade de folhear alguma edição protestante da Bíblia certamente percebeu que existe uma diferença na quantidade de livros desta e da católica. De fato, o Novo Testamento contém 27 livros tanto na Bíblia católica quanto na protestante: ele se inicia no Evangelho de Mateus e termina no Apocalipse. O número de livros do Antigo Testamento, porém, é destoante.
O cânon (lista) católico contém 46 livros e o protestante, 39. Neste, estão ausentes os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Baruc, Eclesiástico (Sirácida ou Sirac), I Macabeus e II Macabeus. Além disso, faltam alguns fragmentos dos livros de Ester e de Daniel.
Por que faltam estes trechos sagrados na Bíblia dos protestantes? A Igreja Católica, além das Sagradas Escrituras e da Tradição, está embasada também no Magistério. Este garante que o Evangelho transmitido e a fé professada são os mesmos ensinados por Cristo ao longo do tempo. Inicialmente, ele foi formado por pessoas escolhidas pelo próprio Jesus, os Apóstolos, cujos sucessores são, hoje, os responsáveis por confirmarem os irmãos e garantirem a guarda do depósito da fé.
No século XVI, os protestantes afastaram-se do Magistério, renegando-o. Sob a alegação de que a Igreja Católica havia se corrompido, empreenderam um grande esforço arqueológico para recuperar a chamada Igreja "primitiva". Nesse movimento, descobriram que o povo judeu possuía uma lista diferente de livros sagrados, com 39 livros - ou seja, 7 livros a menos que o cânon católico. Daí para concluírem que a Igreja Católica acrescentou os outros livros foi questão de tempo.
Os sete livros adicionais recebem o nome de deuterocanônicos. A palavra "deuteros" vem do grego δευτεροσ e significa "segundo". Eles são assim chamados pois, apesar de já constarem no cânon no Concílio de Cartago, no século IV, só foram oficializados pelo Concílio de Trento, no século XVI. Em verdade, eles já se encontravam na versão grega da Bíblia, chamada Septuaginta, só não faziam parte do texto hebraico. A partir disto, no século XIX, os protestantes decidiram abolir definitivamente os sete livros de seu cânon.
O Antigo Testamento foi compilado inicialmente em hebraico. O livro era formado por três partes: 1. a Torá que continha os cinco primeiros livros, também chamados de pentateuco; 2. O Neviim que continha os Profetas; 3. O Kethuvim que continha os Escritos. A diferença entre a Tanakh (Bíblia hebraica) e o Antigo Testamento adotado pela Igreja Católica estava no livro que continha os "Escritos".
Interessante frisar que foi muito lento o processo de canonização desses livros. Primeiramente foram canonizados os livros da Torá, posteriormente os dos Profetas e, somente muito tempo depois, os dos Escritos. Na época de Jesus o cânon da Bíblia judaica ainda não estava fechado. Portanto, os judeus, contemporâneos de Jesus, ainda debatiam sobre quais eram os livros sagrados. Por exemplo, os saduceus só criam nos livros da Torá, já os fariseus aceitavam os Profetas e os Escritos, mas não totalmente, pois achavam que a inspiração dos Escritos ainda não estava concluída.
Jesus deu uma ordem aos Apóstolos: "ide pelo mundo e evangelizai". Ora, o mundo daquela época falava o grego, que era o equivalente ao inglês de hoje. Assim, os Apóstolos começaram a pregar o Evangelho em grego. Mas como se dava isto, se a Bíblia estava em hebraico? Os Apóstolos passaram a utilizar uma tradução da Bíblia do hebraico para o grego denominada Septuaginta, que havia sido elaborada em Alexandria antes de Cristo.
Ocorre que na Tradução dos Setenta, como também é conhecida, estão contidos aqueles sete livros. Ora, qualquer biblista sério é capaz de perceber que em diversas citações do Antigo Testamento encontradas no Novo, a tradução utilizada é a da Septuaginta. Este era o livro utilizado pelos Apóstolos e foi este, portanto, que a Igreja Católica adotou.
É verdade que houve um conflito entre os cristãos e os judeus, pois estes perceberam que os Apóstolos estavam pregando o Evangelho de forma diferente e, por isso, expulsaram-nos das sinagogas. Esse fato também motivou os judeus a fecharem o cânon dos livros sagrados: eles decidiram pela exclusão definitiva daqueles sete livros que constavam na Septuaginta.
Isto, porém, só aconteceu no final do século I, ou seja, um século após a vinda de Jesus. Desta forma, os protestantes, ao aceitarem o cânon da bíblia judaica, estão desprezando a autoridade dada pelo próprio Jesus aos apóstolos e aceitando a definição dos rabinos judeus mesmo depois de Cristo.
Muito se poderia argumentar ainda nesse sentido, contudo, para os católicos basta saber que quem define o cânon das Escrituras é a Igreja. É importante lembrar também que foi esta mesma Igreja quem definiu os outros 27 livros do Novo Testamento, sobre os quais não há discussão. Portanto, uma pergunta que não pode deixar de ser feita é: por que os protestantes aceitam a autoridade da Igreja Católica que definiu os 27 livros do Novo Testamento e não aceitam a autoridade dessa mesma Igreja quanto aos 46 livros do Antigo Testamento?
Até o terceiro século o cânon do Novo Testamento não estava ainda definido. Isso é histórico. Havia muitas listas, muitas discussões acerca de quais livros deveriam ou não integrar as Sagradas Escrituras. Não há argumento que justifique a postura arbitrária dos protestantes de aderir aos judeus em detrimento da fé da Igreja.
O primeiro documento da Igreja que faz referência a esse cânon atual (46 livros no Antigo e 27 livros no Novo Testamento) foi o Concílio de Hipona, na época de Santo Agostinho. Infelizmente, não restaram consignados os atos desse concílio. Contudo, quase contemporâneo a Santo Agostinho, tem-se o Decretum Damasi, publicado no ano 382, que diz:
"Agora tratemos das Escrituras divinas, o que a Igreja católica universal deve acolher e que deve evitar.
Começa a ordem do Antigo Testamento. Gênese, 1 livro; Êxodo, 1 livro; Levítico, 1 livro; Números, 1 livro; Deuteronômio, 1 livro;, Josué, 1 livro; Juízes, 1 livro; Rut, 1 livro; Reis, 4 livros, <= Samuel, 2; Reis 2> Paralipômeno<= Crônicas> 2 livros; 150 Salmos [Saltério], 1 livro; Salamão [Salomão], 3 livros; Provérbios, 1 livro; Eclesiastes, 1 livro; Cântico dos Cânticos, 1 livro; Sabedoria, 1 livro; Eclesiástico, 1 livro.
Igualmente, a ordem dos Profetas: Isaías, 1 livro; Jeremias, 1 livro; com as Cinot, isto é suas lamentações; Ezequiel, 1 livro; Daniel, 1 livro; Oséias, 1 livro; Jonas, 1 livro; Naum, 1 livro; Ambacum [Habacuc], 1 livro; Sofonias, 1 livro; Ageu, 1 livro; Zacarias, 1 livro; Malaciel [Malaquias], 1 livro.
Igualmente a ordem das histórias: Jó, 1 livro; Tobias, 1 livro; Esdras [Hesdras], 2 livros <= 1 de Esdras, 1 de Neemias>; Ester, 1 livro; Judite, 1 livro; Macabeus, 2 livros.
Igualmente, a ordem da Escritura do Novo e eterno Testamento, que a Igreja santa e católica [romana] reconhece e venera: dos Evangelhos [4 livros:] segundo Mateus, 1 livro; segundo Marcos, 1 livro; segundo Lucas, 1 livro; segundo João, 1 livro.
[Igualmente, dos Atos dos Apóstolos, 1 livro]
Cartas de Paulo [apóstolo], em número de 14: aos Romanos, 1 [ep.], aos Coríntios, 2[ep.], aos Efésios, 1; aos Tessalonicenses, 2; aos Gálatas, 1; aos Filipenses, 1; aos Colossenses, 1; a Timóteo, 2; a Tito, 1; a Filímon [Filêmon], 1; aos Hebreus, 1.
Igualmente, as cartas canônicas [(cân. ep.], em número de 7: do apóstolo Pedro 3 cartas, do apóstolo Tiago 1 ep., do apóstolo João 1 ep., do outro João, o presbítero, 2 ep., do apóstolo Judas o Zelote, 1 ep. Termina o cânon do Novo Testamento." (DH 179 e 180)
O Catecismo da Igreja Católica em seu número 120 e seguintes ensina sobre o cânon das Escrituras:
"Foi a Tradição apostólica que fez a Igreja discernir que escritos deveriam ser enumerados na lista dos Livros Sagrados. Esta lista completa é denominada "Cânon" das Escrituras. Ela comporta 46 (45, se contarmos Jr e Lm juntos) escritos para o Antigo Testamento e 27 para o Novo:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, os dois livros dos Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes (ou Coélet), o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico (ou Sirácida), Isaías, Jeremias, as Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento; os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas de S. Paulo aos Romanos, a primeira e a segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a primeira e a segunda aos Tessalonicenses, a primeira e a segunda a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, a primeira e a segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de Judas e o Apocalipse, para o Novo Testamento." (CIC 120)
Além disso, existem ainda mais dois documentos que citam o cânon das Escrituras. O primeiro é o Concílio de Florença, em seu Decretum pro Iacobitis, de 04 de fevereiro de 1442, que diz:
"A Igreja confessa um só e o mesmo Deus como autor do Antigo e do Novo Testamento, isto é, da Lei e dos Profetas e também do Evangelho, porque os Santos do um e do outro Testamento falaram sob inspiração do mesmo Espírito Santo; e ela aceita e venera os livros deles, compreendidos sob os seguintes títulos:
Os cinco livros de Moisés, isto é, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio; os livros de Josué, dos Juízes, de Rute, os quatro dos Reis, os dois dos Paralipômenos, Esdras e Neemias, Tobias, Judite, Ester, Jó, os Salmos e Davi, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, a Sabedoria, o Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Baruc, Ezequiel, Daniel, os doze profetas menores, isto é, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, os dois de Macabeus, os quatro Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, as catorze cartas de Paulo: aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, as duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito, a Filêmon, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Tiago, as duas cartas de Pedro, as três João, uma de Tiago, uma de Judas, os Atos dos Apóstolos e o Apocalipse de São João." (DH 1330)
O segundo é o famoso Concílio de Trento que, em 08 de abril de 1546, publicou o Decreto sobre os livros sagrados e as tradições a serem acolhidas. Vejamos o que diz:
"O Sacrossanto, Ecumênico e Geral concílio de Trento, congregado legitimamente no Espírito Santo e presidido pelos três legados da Sé Apostólica, propondo-se sempre por objetivo que exterminados os erros se conserve na Igreja a mesma pureza do Evangelho, que prometido antes na Divina Escritura pelos Profetas, promulgou primeiramente por suas próprias palavras, Jesus Cristo, Filho de Deus e Nosso Senhor, e depois mandou que seus apóstolos a pregassem a toda criatura, como fonte de toda verdade que conduz à nossa salvação, e também é uma regra de costumes, considerando que esta verdade e disciplina estão contidas nos livros escritos e nas traduções não escritas, que recebidas na voz do mesmo Cristo pelos apóstolos ou ainda ensinadas pelos apóstolos, inspirados pelo Espírito Santo, chegaram de mão em mão até nós.
Seguindo o exemplo dos Padres católicos, recebe e venera com igual afeto de piedade e reverência, todos os livros do Velho e do Novo Testamento, pois Deus é o único autor de ambos assim como as mencionadas traduções pertencentes à fé e aos costumes, como as que foram ditadas verbalmente por Jesus Cristo ou pelo Espírito Santo, e conservadas perpetuamente sem interrupção pela Igreja Católica.
Resolveu também unir a este decreto o índice dos Livros Canônicos, para que ninguém possa duvidar quais são aqueles que são reconhecidos por este Sagrado Concílio. São então os seguintes:
Do antigo testamento: cinco de Moisés a saber: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Ainda: Josué, Juízes, Rute, os quatro dos Reis, dois do Paralipômenos, o primeiro de Esdras, e o segundo que chamam de Neemias, o de Tobias, Judite, Ester, Jó, Salmos de Davi com 150 salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias com Baruc, Ezequiel, Daniel, o dos Doze Profetas menores que são: Oseias, Joel, Amós, Abdías, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonías, Ageu, Zacarias e Malaquias, e os dois dos Macabeus, que são o primeiro e o segundo.
Do Novo Testamento: os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João, os Atos dos Apóstolos escritos por São Lucas Evangelista, catorze epístolas escritas por São Paulo Apóstolo: aos Romanos, duas aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, duas aos Tessalonicenses, duas a Timóteo, a Tito, a Filemon, aos Hebreus. Duas de São Pedro Apóstolo, três de São João Apóstolo, uma de São Tiago Apóstolo, uma de São Judas Apóstolo, e o Apocalipse do Apóstolo São João.
Se alguém então não reconhecer como sagrados e canônicos estes livros inteiros, com todas as suas partes, como é de costume desde antigamente na Igreja católica, e se acham na antiga versão latina chamada Vulgata, e os depreciar de pleno conhecimento, e com deliberada vontade as mencionadas traduções, seja excomungado.
Fiquem então todos conhecedores da ordem e método com o qual, depois de haver estabelecido a confissão de fé, há de proceder o Sagrado concílio e de que testemunhos e auxílios servirão principalmente para comprovar os dogmas e restabelecer os costumes da Igreja." (DH 1501-1505)
Ao contrário dos protestantes, os católicos não pertencem à religião de um livro, mas sim de uma Pessoa: Nosso Senhor Jesus Cristo, que está vivo e presente em sua Igreja "una, santa, católica e apostólica". Ela celebra em sucessão apostólica os mesmos sacramentos, crê na mesma fé, nas mesmas Escrituras e está sob o mesmo governo eclesiástico com o Papa e os Bispos em comunhão com ele.
Como disse Santo Agostinho: "Ego vero Evangelio nos crederem, nisi me catholicae Ecclesiae commoveret auctoritas" (eu não creria no Evangelho, se a isto não me levasse a autoridade da Igreja católica.)
Padre Paulo Ricardo
Copiado por Camila Oliver ™
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São Beda, O Venerável. Presbítero e Doutor da Igreja. Doutor da Igreja e Pai da História da Inglaterra, recluso em seu mosteiro escreveu mais de 60 obras, com as quais ajudou a refletir a Luz de Deus na Europa e no mundo, desde o século VII até os dias de hoje. Usando sempre uma linguagem acessível e agradável, traduz a beleza e a profundidade do Verbo Divino arrebatando e cativando grande número de almas. Estudou as Sagradas Escrituras por toda vida. Foi ele que percebeu que a Igreja é a atual Arca da Aliança. Em 701, quando São Beda nem havia ainda sido ordenado, o Papa Sérgio I pediu a seu abade que lhe permitisse vir a Roma, para que se manifestasse sobre algumas importantes questões e a sede da Igreja pudesse conhecer sua Sabedoria. Ele tinha apenas 29 anos, mas sua fama de Santo já lhe conferia o título de Venerável, qualidade reverenciada nos Santos. Aos 7 anos havia sido enviado ao mosteiro de Wearmouth, em terras vizinhas, "para ser educado pelos monges", como ele mesmo escreveu, e aos 19 anos mudou-se para o recém-construído mosteiro de São Paulo, em Jarrow, sua terra natal, no norte da Inglaterra, de onde pouquíssimas vezes saiu para cumprir incumbências dadas por seus superiores. Enquanto criança, foi orientado diretamente pelo próprio abade, que desde cedo nele havia reconhecido uma inteligência absolutamente incomum. Todos documentos da Igreja até então eram colocados à sua disposição, e ele estudava-os com veneração. Além de Teologia, escreveu sobre todas áreas do conhecimento da Alta Idade Média: filosofia, matemática, medicina, história, gramática, música e astronomia. Empenhava-se em organizar e transmitir tudo que aprendia, pois via as ciências como dons de Deus para que possamos contemplar Sua obra. Escreveu: "Tenho dedicado minhas energias ao estudo das Escrituras, observando a disciplina monástica ecantando nos diários ofícios na igreja. Estudar, ensinar e escrever sempre foi meu deleite." Várias gerações de monges foram formados sob seu carisma, e a civilidade européia de seu tempo deve muito à sua espiritualidade e devoção. Por designação de seu abade, fundou a renomada Escola Catedral de York, onde poucos anos mais tarde iria estudar o Mestre Alcuíno, fundador da escola que se tornaria a Universidade de Paris. Por volta de 720, o Papa Gregório II requisitou-o para ser seu auxiliar em Roma, mas ele humildemente implorou para continuar em seu mosteiro como um simples estudante. Inspiradamente, achava que assim colaboraria mais para a edificação da Igreja. E estava certo, como poucos séculos mais tarde se demonstraria: a Inglaterra seria exposta a maliciosas heresias. Sua obra mais famosa é a 'História Eclesiástica do Povo Inglês', onde com maestria exalta a Igreja como Católica, Apostólica e Romana, sem se fechar, porém, às pontuais contribuições de todos povos e culturas, que para ele também portavam vivas centelhas do Espírito de Deus, a culminar na Vinda do Salvador. Foi dos primeiros a enxergar o Cristo como a figura central das Sagradas Escrituras, como vemos na obra 'Codex Amiatinus', da qual participou. Confirmava assim o que Jesus mesmo havia dito: "Vós perscrutais as Escrituras, julgando encontrar nelas a Vida Eterna. Pois bem! São elas mesmas que dão testemunho de Mim." Jo 5,39. Na obra 'Chronica Maiora', faz um apreciável estudo da História da Igreja, comentando os seis primeiros Concílios Ecumênicos, apontando com clareza os erros das heresias e ressaltando a superioridade dos conhecimentos de Soteriologia e de Mariologia. Mestre também em Liturgia, escreveu homilias sob a ótica 'realista' de São Cirilo,Santo Ambrósio e Santo Agostinho, que visa fazer de cada fiel "não só cristão, mas (o próprio) Cristo". Ele ensinou que, pelosSacramentos, a Igreja "gera a Si mesma", torna-se 'Mãe de Deus' ao gerar Deus em seus filhos. Para ele, os pastores, doutores e doutoras da Igreja devem conhecer tão intimamente aPalavra de Deus a ponto de serem capazes de explicá-la com toda sua riqueza às mais humildes pessoas; e as pessoas consagradas devem viver a Comunhão, através da ascese e da contemplação, de modo a revelar ao mundo a verdadeira espiritualidade cristã. Convidava os fiéis a serem tão assíduos à Igreja de modo a não dar tempo aos 'Apóstolos' nem mesmo para comer, como acontecia nostempos de Jesus (cf. Mc 6,31), e lembrava aos pais que, perante os filhos, eles têm o ofício deSacerdotes. São Bonifácio, Arcebispo da Germânia e Mainz, ao saber de sua morte, pediu insistentemente ao arcebispo de York e ao seu abade que fizessem cópias de seus principais escritos, que ele havia conhecido, para que os cristãos pudessem beneficiar-se de sua divina iluminação. O monge beneditino Notker Balbulus, do século X, dizia que São Beda era o novo sol que Deus havia feito brilhar para iluminar os caminhos da cristandade. Ele ensinava: "O homem sensato torna-se conhecido por poucas palavras." "Peçamos por todos os meios e antes de tudo, que Ele (Jesus) dirija nossos passos segundo Sua Palavra e que o mal não tenha domínio sobre nós." "Ouvindo Sua voz (de Jesus), abrimos a porta para recebê-Lo ao aceitarmos de bom gradoSuas secretas ou evidentes advertências, e pormos-nos a realizar aquilo que compreendemos como nosso dever. Ele entra para que ceemos, Ele conosco e nós Consigo, porque, pela Graça de Seu amor, habita nos corações dos eleitos para sempre alimentá-los com a Luz de Sua presença." "Peço-te, ó Bom Jesus, que benevolamente me permitiste haurir as dóceis palavras da Tua Sabedoria, concede-me benigno que um dia eu chegue a Ti, fonte de toda Sabedoria, e que eu sempre permaneça diante de Tua face." "Cristo é a Estrela da Manhã, Aquele que, quando a noite deste mundo tem passado, dá aSeus Santos a promessa da Luz da Vida, e abre o Eterno Dia." "Só Ele ama perfeitamente o Criador, Aquele que manifesta um puro amor pelo próximo." "Nenhum homem tira os pecados (que a Lei, embora santa, justa e boa, não poderia tirar), mas Ele em Quem não há pecado." "Maria é bendita entre as mulheres, porque com o decoro da virgindade se beneficiou da Graça de ser geradora de um Filho, que é Deus." "A inspiração voltou, de repente, para render-se à Mãe. Foi totalmente inesperado! E assim, de alguma forma eu fiz uma entrega à Mãe. Então tive uma experiência de irresistível amor. Ondas de amor como que fluíram para dentro de mim." "Eu acho que a Mãe está revelando-se gradualmente e assumindo o controle. Mas não é a Mãe sozinha. É a Mãe e o Pai, o homem e a fêmea, como que gradualmente tendo seu casamento." "Em Belém, eis que os pastores se apressam, com grande alegria, para ver Aquele de Quem ouviram falar. E como buscaram com fervoroso amor, mereceram rapidamente achar o Salvador. Assim também os inteligentes pastores dos rebanhos, ou melhor, todos os fiéis que se propõem a procurar a Cristo com o trabalho do espírito, demonstram-no por suas palavras e atos." "'Vamos até Belém', disseram, 'para ver esta palavra que se realizou.' Vamos, pois, também nós, caríssimos irmãos, pelo pensamento, até Belém, cidade de Davi, e lembremos, cheios de amor, que nela o Verbo Se fez carne, e com honras celebremos Sua Encarnação." "Não há o que duvidar: se São João (Batista)suportou o cárcere e as cadeias, foi por Nosso Redentor, de Quem como precursor dera testemunho. Também por Ele deu a vida. O perseguidor não lhe exigiu que negasse a Cristo, mas que calasse a Verdade. No entanto, morreu por Cristo." "Jesus, havendo feito o chicote com pedaços de corda, expulsou-os do Templo, de onde são expulsos aqueles que, eleitos e postos entre os Santos, ou fazem de fingida maneira suas boas obras ou agem abertamente mal." "Entristeceram-se os discípulos com a morte do Senhor, mas tendo tomado conhecimento deSua Ressurreição, sua tristeza transformou-se em júbilo; em seguida, vendo o prodígio daAscensão, com alegria ainda maior louvavam e bendiziam o Senhor." "Ninguém se atrase em converter-se ao Senhor. Que ninguém deixe ir passando os dias!" "Permanecemos em Deus na medida em que não pecamos." "O fogo do Purgatório será mais intolerável que todos tormentos que podem ser sentidos ou concebidos nesta vida." "Valente é o guerreiro que poderá vencer a si mesmo." "A valentia de qualquer soldado só se conhece na guerra." "É melhor ser vencido honestamente do que vencer desonestamente." "Enquanto o Coliseu estiver de pé, Roma estará de pé. Quando o Coliseu cair, Roma cairá. E quando Roma cair, o mundo cairá." "Quem prepara cova para seu irmão, nela cairá." "Foge do lucro desonesto como de um prejuízo." "A prosperidade dá-nos os amigos, a adversidade confirma-os." "A qualidade do discurso dos professores deve ser adequada à qualidade dos ouvintes." "Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que se sabe, não praticar o que se ensina, e não perguntar o que se ignora." "Se a História registra boas coisas sobre boas pessoas, o pensativo ouvinte é encorajado a imitar o que é bom; ou se registra o mal das perversas pessoas, o piedoso ouvinte ou leitor é encorajado a evitar tudo que é pecaminoso e ruim, e a fazer o que sabe ser bom e agradável a Deus." "Eu não era mais o centro da minha vida e, portanto, em tudo podia ver Deus." "Todos caminhos deste mundo são tão inconstantes e instáveis quanto uma súbita tempestade no mar." "Esta vida humana aparece por um curto espaço, mas sobre o que foi antes, ou o que ainda vai seguir-se, somos totalmente ignorantes." "As lágrimas não pedem, mas merecem perdão." Morreu em 735, aos 63 anos, no mosteiro de Jarrow, onde escolheu para viver, e a�� mesmo foi sepultado. Saqueado e destruído pelos vikings em 794, em 1022 suas relíquias foram levadas para a Catedral de Durham, em New Castle, ali nas proximidades, e no século XIV foram definitivamente depositadas na Capela do Galileu, uma de suas dependências. São Beda, rogai por nós! V. Abri, Senhor, os meus lábios R. E a minha boca anunciará o vosso louvor. Ant. Dai graças ao Senhor, porque é eterna a sua misericórdia. HINO Jesus Cristo, Sol nascente, Esplendor do novo dia, Vencedor da noite escura, Destruidor da tristeza, Venha a vossa luz, Senhor, Esclarecer as nossas almas. Sois a força que sustenta Nossa vida, hora a hora. Escutai, Senhor, benigno, Os clamores de quem sofre. Libertai-nos e salvai-nos Para em Vós resplandecermos. Só convosco triunfamos Das angústias deste mundo. Rei supremo, iluminai Nossos escuros caminhos. É na vossa mão direita Que está toda a nossa esperança. Pela vossa imensa glória, Senhor, nós Vos adoramos, Jesus, templo de Deus vivo, Salvador da humanidade; E por Vós glorificamos A Santíssima Trindade. PRIMEIRA LEITURA Do Livro de Coelet 8, 5 – 9, 10 A consolação do sábio Quem cumpre o que está mandado não sofrerá nenhum mal; o coração do sábio sabe que há um tempo e um julgamento. Na verdade, para cada coisa há um tempo e um julgamento, e é grande o mal que pesa sobre o homem, porque ele não conhece o futuro: quem lhe dirá o que vai acontecer? O homem não tem poder sobre o seu sopro vital para o reter, e ninguém tem poder sobre o dia da sua morte; não há adiamento para este combate, nem ao ímpio lhe pode valer a sua impiedade. Verifiquei tudo isto, ao considerar o que se faz debaixo do sol, quando um homem escraviza outro homem para a sua desgraça. Vi os ímpios conduzidos à sepultura; partiam do lugar santo, e na cidade esquecia-se como tinham procedido. Também isto é vaidade. Porque a sentença contra as más acções não é prontamente executada, o coração dos homens vai-se enchendo de malícia. E o pecador, embora pecando cem vezes, continua a gozar da vida. Contudo, bem sei que só os que temem a Deus serão felizes, justamente porque O temem. Nunca os ímpios terão felicidade: passando como a sombra, não prolongarão os seus dias, porque não há neles o temor de Deus. Há ainda outra desilusão no que acontece sobre a terra: há justos que são tratados como se fossem maus, e maus que são tratados como se fossem justos. Também isto é vaidade. Por isso louvo a alegria, porque para o homem não há maior felicidade debaixo do sol do que comer, beber e gozar. É isto que o acompanha no seu trabalho, nos dias de vida que Deus lhe concede debaixo do sol. Apliquei-me com todo o empenho a conhecer a sabedoria e a considerar o trabalho que se faz sobre a terra, pois nem de dia nem de noite os olhos dos homens conhecem descanso.Verifiquei então que o homem não consegue compreender o que se passa debaixo do sol, no que se refere às obras de Deus. Por mais que se esforce para entender, não consegue; e se há sábio que entenda, não se consegue encontrar. Meditei em tudo isto e compreendi: os justos, os sábios e as suas obras estão nas mãos de Deus; o homem nem sequer sabe se é digno de amor ou de ódio: tudo depende de Deus. Têm todos igual fim: o justo e o ímpio, o bom e o mau, o puro e o impuro, o que oferece sacrifícios e o que não os oferece; o mesmo sucede ao justo e ao pecador, ao que presta juramento e ao que recusa prestá-lo. É uma desgraça, em tudo o que acontece debaixo do sol, que haja a mesma sorte para todos, que o coração dos filhos de Adão se encha de malícia, que a loucura esteja no seu coração durante a vida e que, por fim, vão para a morada dos mortos. Enquanto se está ligado aos vivos, há uma esperança, porque mais vale um cão vivo que um leão morto. Os vivos sabem que hão-de morrer, ao passo que os mortos nada sabem, nem recebem mais recompensa, porque a sua memória é esquecida. Seus amores, ódios e invejas depressa desaparecem, e eles nunca mais tomarão parte alguma no que se passa debaixo do sol. Come, pois, o teu pão com alegria e bebe o teu vinho com prazer, porque Deus compraz-Se nas tuas obras. Em todo o tempo sejam brancas as tuas vestes e não te falte o perfume na cabeça. Goza a vida com a esposa que amas, durante os dias da tua breve existência que Deus te concede debaixo do sol, porque tal é a recompensa na vida de trabalho que suportas debaixo do sol.Tudo quanto puderes fazer, fá-lo enquanto viveres, porque não há nem actividade, nem raciocínio, nem ciência, nem sabedoria, na morada dos mortos para onde vais. SEGUNDA LEITURA Do Comentário de São Gregório de Agrigento, bispo, sobre o Eclesiastes (Lib. 8, 6: PG 98, 1071-1074) (Sec. VI) Exulte a minha alma no Senhor Come com alegria o teu pão e bebe o teu vinho com prazer, porque Deus Se compraz nas tuas obras. Se queremos explicar estas palavras no seu sentido comum e imediato, diremos com razão que nos parece justa a exortação do Eclesiastes para que, levando um género de vida simples e aderindo sinceramente aos ensinamentos da fé em Deus, comamos o nosso pão com alegria e bebamos serenamente o nosso vinho; para que, evitando toda a maldade nas palavras e toda a simulação no modo de proceder, pensemos sempre em tudo o que é recto e, quanto nos seja possível, socorramos os necessitados e indigentes com benevolência e generosidade: são estes os sentimentos e as acções em que Deus Se compraz. Mas a explicação anagógica leva-nos a uma consideração mais profunda e faz-nos pensar naquele pão celeste e místico que desceu do Céu para dar a vida ao mundo; e do mesmo modo nos ensina a beber com alegria de coração aquele vinho espiritual que brotou do lado d’Aquele que é a verdadeira videira, no momento da sua paixão salvadora. Nesse sentido nos fala o Evangelho da salvação: Jesus tomou o pão, abençoou-o e disse aos santos discípulos e apóstolos: Tomai e comei: Isto é o meu Corpo, entregue por vós, para remissão dos pecados. De igual modo, tomou o cálice e disse: Bebei todos: Este é o meu Sangue da nova aliança, derramado por vós e por todos os homens para remissão dos pecados.Os que comem deste pão e bebem deste vinho místico, enchem-se verdadeiramente de alegria e felicidade e podem exclamar em alta voz: Destes ao meu coração uma grande alegria. Além disso, a Sabedoria divina em pessoa, Cristo nosso Salvador, refere-se também, segundo creio, a este pão e este vinho quando diz no livro dos Provérbios:Vinde, comei do meu pão e bebei o vinho que preparei para vós, sugerindo neste convite a comunhão sacramental com o Verbo. Os que são dignos desta participação têm sempre as suas vestes, isto é, as obras da luz, resplandecentes como a luz, segundo a palavra do Senhor nos Evangelhos: Resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus. Também nunca lhes falta sobre a cabeça o perfume da unção, isto é, o Espírito da verdade, que os protege e preserva de todo o pecado. Oração Concedei-nos, Deus todo-poderoso, que, meditando continuamente nas realidades espirituais, pratiquemos sempre, em palavras e obras, o que Vos agrada. Por Nosso Senhor. V. Bendigamos o Senhor. R. Graças a Deus.
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A orientação de Santo Agostinho sobre o autoconhecimento
A orientação de Santo Agostinho sobre o autoconhecimento é descrita pelo Irmão X, neste conto psicografado por Chico Xavier.
Santo Agostinho e o conselho sobre autoconhecimento. Santo Agostinho foi um dos grandes nomes do cristianismo. E sua contribuição para o nosso aprendizado e evolução continuou através de sua contribuição nas esclarecedoras mensagens da Doutrina Espírita. Além disso, leva preciosos ensinamentos aos participantes das palestras proferidas no plano espiritual. Como podemos ler neste conto do Irmão…
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O precioso ensinamento de Santo Agostinho
Revestido de humildade, este precioso ensinamento de Santo Agostinho para a vida nos propicia momentos de reflexão.
A lição de Santo Agostinho para a vida. Muitos são os questionamentos que surgem quando se pensa na grandiosidade do Universo em sua infinitude ou quando se contempla a excelsa e deslumbrante Criação Divina. O mesmo ocorre quando procuramos saber a melhor maneira de nos tornarmos parte harmoniosa desse todo admirável. Santo Agostinho tem um precioso ensinamento, levando-nos a uma reflexão sobre…
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Nossa Senhora do Brasil - Bruno e Marrone com Padre Marcelo
Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).
Dia de Nossa Senhora Aparecida – 12 de Outubro.
Comemora-se no Brasil, hoje, dia 12 de Outubro com feriado nacional, o "Dia de Nossa Senhora Aparecida", ou, "Nossa Senhora da Conceição Aparecida". Nesta data, milhares de fiéis viajam para a cidade de Aparecida, no Estado de São Paulo, onde se localiza o seu Santuário com duas basílicas, a Nova e a Velha. Vejam a seguir a história da aparição:
"Nossa Senhora da Conceição Aparecida", popularmente chamada de "Nossa Senhora Aparecida", é a padroeira do Brasil, venerada na Igreja Católica. Um título mariano negro, Nossa Senhora Aparecida é representada por uma pequena imagem de terracota da Virgem Maria atualmente alojada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, localizada na cidade de Aparecida, em São Paulo. Sua festa litúrgica é celebrada em 12 de outubro, um feriado nacional no Brasil desde que o Papa João Paulo II consagrou a Basílica em 1980. A Basílica é o quarto santuário mariano mais visitado do mundo, e é capaz de abrigar até 45.000 fiéis.
HISTÓRIA.
APARIÇÃO:
Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo da Companhia de Jesus, em Roma.
A história foi primeiramente registrada pelo "Padre José Alves Vilela" em 1743 e pelo "Padre João de Morais e Aguiar" em 1757, registro que se encontra no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá. Segundo os relatos, a aparição da imagem ocorreu na segunda quinzena de outubro de 1717, quando "Dom Pedro de Almeida", conde de Assumar e governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, estava de passagem pela cidade de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, durante uma viagem até Vila Rica.
O povo de Guaratinguetá decidiu fazer uma festa em homenagem à presença de Dom Pedro de Almeida e, apesar de não ser temporada de pesca, os pescadores lançaram seus barcos no Rio Paraíba com a intenção de oferecerem peixes ao conde. Os pescadores "Domingos Garcia", "João Alves" e "Filipe Pedroso" rezaram para a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus. Após várias tentativas infrutíferas, desceram o curso do rio até chegarem ao Porto Itaguaçu. Eles já estavam a desistir da pescaria quando "João Alves" jogou sua rede novamente. Ao invés de peixe, ele apanhou o corpo de uma imagem da Virgem Maria sem a cabeça. Ao lançar a rede novamente, apanhou a cabeça da imagem, que foi envolvida em um lenço. Após terem recuperado as duas partes da imagem, a figura da Virgem Aparecida teria ficado tão pesada que eles não conseguiam mais movê-la. A partir daquele momento, segundo os relatos, os três pescadores apanharam tantos peixes que foram obrigados a voltarem para o porto, uma vez que o volume da pesca ameaçava afundar a embarcação deles. Este foi o primeiro milagre atribuído à imagem.
INÍCIO DA DEVOÇÃO:
Durante os quinze anos seguintes, a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da imagem. A fama dos supostos poderes da imagem foi se espalhando por todas as regiões do Brasil. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo tornou-se pequeno para abrigar tantos fiéis.
Assim sendo, por volta de 1734 o vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. A capela foi erguida com a ajuda do filho de Filipe Pedroso, que não queria construí-la no alto do Morro dos Coqueiros, pois achava mais fácil para o povo entrar na capela logo abaixo, ao lado do povoado. Em 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, o então Príncipe Regente do Brasil "Dom Pedro I" e sua comitiva visitaram a capela e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida.
O número de fiéis não parava de aumentar e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (a atual Basílica Velha), sendo solenemente inaugurada e benzida em 08 de dezembro de 1888.
COROA DE OURO E O MANTO AZUL:
Em 06 de novembro de 1888, a "princesa Isabel" visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à Santa, em pagamento de uma promessa (feita em sua primeira visita, em 08 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.
CHEGADA DOS MISSIONÁRIOS REDENTORISTAS:
Em 28 de outubro de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora “Aparecida” das águas.
COROAÇÃO DA IMAGEM:
A 08 de setembro de 1904, a imagem foi coroada com a riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por "D. José Camargo Barros", com a presença do Núncio Apostólico, muitos bispos, o Presidente da República "Rodrigues Alves" e numeroso povo. Depois da coroação o Santo Padre concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e indulgências para os romeiros que vêm em peregrinação ao Santuário.
INSTALAÇÃO DA BASÍLICA:
No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de "Basílica Menor", sagrada a 05 de setembro de 1909 e recebendo os ossos de são "Vicente Mártir", trazidos de Roma com permissão do Papa.
MUNICÍPIO DE APARECIDA – SP:
Em 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município, vindo a se chamar "Aparecida", em homenagem a Nossa Senhora, que fora responsável pela criação da cidade.
A RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL:
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi proclamada "Rainha do Brasil" e sua "Padroeira Principal" em 16 de julho de 1930, por decreto do papa "Pio XI". A imagem já havia sido coroada anteriormente, em nome do papa Pio X, por decreto da Santa Sé, em 1904.
Pela Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1980, foi decretado oficialmente feriado no dia 12 de outubro, dedicando este dia a devoção. Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.
DESCRIÇÃO DA IMAGEM:
A imagem retirada das águas do rio Paraíba em 1717 mede quarenta centímetros de altura e é de "terracota", (ou seja, argila que após modelada é cozida num forno apropriado). Em estilo "seiscentista", (como atestado por diversos especialistas que a analisaram), acredita-se que originalmente apresentaria uma "policromia", como era costume à época, embora não haja documentação que comprove tal suspeita. A argila utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de "Santana do Parnaíba", (na Grande São Paulo). Quando recolhida pelos pescadores, estava sem a "policromia original", devido ao longo período em que esteve submersa nas águas do rio. A cor de canela que apresenta hoje deve-se à exposição secular à fuligem produzida pelas chamas das velas, lamparinas e candeeiros, acesas por seus devotos.
Através de estudos comparativos, a autoria da imagem foi atribuída ao "frei Agostinho de Jesus", um monge de São Paulo conhecido por sua habilidade artística na confecção de imagens sacras. Tais características incluem a forma sorridente dos lábios, queixo encravado, flores em relevo no cabelo, broche de três pérolas na testa e porte empinado para trás.
>>> "O motivo pelo qual a imagem se encontrava no fundo do rio Paraíba é que, durante o período colonial, as imagens sacras de terracota eram jogadas em rios ou enterradas quando quebradas".
Em 1978, após sofrer um atentado que a reduziu a quase duzentos fragmentos, a imagem foi encaminhada a "Pietro Maria Bardi", à época diretor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), que a examinou, juntamente com "João Marinho", colecionador de imagens sacras brasileiras. Foi então totalmente restaurada, no MASP, pelas mãos da artista plástica "Maria Helena Chartuni". (Homenagem: Banda Devassa-Rio - 12/10/2018).
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"Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor" (Lm 1, 12). Parai e vede se há dor semelhante à minha dor” Rememorando com piedade os sofrimentos que por nossa salvação padeceu a Virgem Maria, recebemos de Deus grandes graças e benefícios. E cumprimos um preceito do Esp��rito Santo: "Não te esqueças dos gemidos de tua mãe" (Eclo 7, 29). É impossível não sentir profunda emoção ao contemplar alguma expressiva imagem da Mater Dolorosa e meditar estas palavras do Profeta Jeremias, que a piedade católica aplica à Mãe de Deus: "Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor" (Lm 1, 12). A esta meditação nos convida a Liturgia do dia 15 deste mês, dedicado a Nossa Senhora das Dores. Quatro grandes privilégios "Não te esqueças dos gemidos de tua mãe" (Eclo 7, 29). É grato imaginar que este preceito do Espírito Santo tenha inspirado aos cristãos dos primeiros séculos uma veneração especial pelos sofrimentos da Mãe de Deus e nossa. A este respeito, Santa Isabel de Hungria (+1231) relata ter sido beneficiada por uma aparição na qual São João Evangelista lhe revelou que, justamente no dia da partida da Virgem Maria para o Céu, ele teve uma visão de como foi o encontro d'Ela com seu Divino Filho. Nesse primeiro encontro - narrou São João - o Redentor e sua Mãe conversaram sobre os sofrimentos que ambos suportaram no Calvário. No final, a Virgem Maria pediu a Jesus graças e privilégios especiais para todos aqueles que, na terra, se lembrassem e se compadecessem dos gemidos, das lágrimas e das dores que Ela padeceu, em união com Ele, para nossa Redenção. E seu Divino Filho atendeu prontamente esse pedido, concedendo-Lhe quatro grandes favores: Primeiro: quem invocar a Virgem Maria por suas dores e prantos terá a ventura de fazer verdadeira penitência de seus pecados antes de morrer. Segundo: terá a proteção e o amparo de Nossa Senhora das Dores em todas as adversidades e trabalhos, especialmente na hora da morte. Terceiro: quem, por memória das dores e prantos de Nossa Senhora, incluir em seu entendimento também as da Paixão, receberá no Céu um prêmio especial. Quarto: e obterá dessa Soberana Senhora tudo quanto pedir para sua salvação e sua utilidade espiritual. Como progrediu essa devoção Já no séc. IV alguns insignes doutores da Igreja - Santo Efrém, Santo Ambrósio e Santo Agostinho - teceram comoventes considerações sobre as dores de Maria. No fim do séc. XI, outro doutor da Igreja, Santo Anselmo, propagava a devoção a Nossa Senhora das Dores. Muitos monges beneditinos e cistercienses faziam coro com ele nessa propagação. No século seguinte, o grande São Bernardo de Claraval, também doutor da Igreja, levou mais longe a prática dessa devoção. A todos esses se juntaram os ardorosos frades servitas, já no séc. XIII. Em decorrência desse aumento de devoção, logo floresceram esplêndidos monumentos artísticos e literários em louvor à Mãe das Dores. Um deles - o hino Stabat Mater, composto por Iacopone de Todi por volta de 1300 - foi adotado na Liturgia e desperta nos ouvintes os melhores sentimentos de ternura e compaixão para com a Virgem sofredora: "Estava a Mãe dolorosa aos pés da Cruz, lacrimosa, da qual o Filho pendia..." No campo das imagens sagradas, destacam-se as da "Piedade": a Mãe dolorosa e lacrimosa contemplando o corpo sacratíssimo do Filho que jaz inerte em seus braços virginais. E as da "Soledade": o Filho já foi sepultado, a Mãe não tem mais nem sequer o cadáver para contemplar, em suas mãos resta apenas um sudário! Em 1423, para reparar os ultrajes dos hereges hussitas que, com sacrílego furor, desfiguravam as imagens de Nosso Senhor e da Virgem Santíssima, o Concílio Provincial de Colônia instituiu a comemoração litúrgica das Dores de Maria. Três séculos depois, em 1727, o Papa Bento XIII inscreveu- a no Calendário Romano, estendendo a celebração para a Igreja no mundo inteiro. Atualmente, a Liturgia cultua Nossa Senhora das Dores no dia 15 de setembro, data estabelecida pelo Papa São Pio X em 1913. As Sete Dores de Maria As sete dores, as sete tristezas ou as sete espadas... O relato dos Santos Evangelhos forneceu à piedade popular os elementos para formar a coleção dos sete grandes padecimentos da Virgem Mãe. "Uma espada transpassará tua alma" (Lc 2, 35), profetizou Simeão a Maria, no Templo. Esta foi sua primeira grande dor. Seguem-se depois as demais, na ordem cronológica do Evangelho: a fuga para o Egito, a perda do Menino Jesus no Templo, a ida para o Calvário, a Crucifixão de Nosso Senhor, a descida da Cruz, e o sepultamento. Durante certo tempo, a memória de Nossa Senhora das Dores se comemorava sob o título de celebração das Sete Dores de Maria, introduzida na Liturgia em 1668, por iniciativa da Ordem dos Frades dos Servos de Maria (Servitas). Essa Ordem goza do privilégio de um Prefácio próprio para a comemoração litúrgica de 15 de setembro, no qual se faz esta comovedora oração a Deus Pai, uma verdadeira obra-prima de piedade e teologia: "Vós, para restaurar o gênero humano, em sábio desígnio, associaste benignamente a Virgem a vosso Filho Unigênito; e Ela que, pela ação fecundante do Espírito, tinha-se tornado a Mãe d'Ele, por novo dom de vossa bondade tornou-se sua auxiliar na Redenção; e as dores que Ela não sofreu ao dar ao mundo seu Filho, sofreu, gravíssimas, para fazer-nos renascer em Vós." ( Lucía Pérez Wheefock - Revista Arautos do Evangelho, Set/2005, n. 45, p. 18-19) Sexta-feira da Paixão do Senhor - Sexta-feira Santa. V. Abri, Senhor, os meus lábios R. E a minha boca anunciará o vosso louvor. Ant. Cristo, Filho de Deus, resgatou-nos com o seu Sangue: Vinde, adoremos. HINO Canta, língua gloriosa, O combate singular Em que o Salvador do mundo, Pregado na dura cruz, Com o preço do seu sangue Resgatou a humanidade. Como Adão no Paraíso Comeu o vedado pomo, Assim o Criador do mundo Decretou, compadecido, Que uma árvore nos desse O que na outra perdemos. Deus quis vencer o inimigo Com as suas próprias armas; A Sabedoria aceitou O tremendo desafio, E onde nascera a morte Brotou a fonte da vida. Mandou o Senhor aos homens, Na plenitude dos tempos, Deus de Deus, seu próprio Filho, Que do Céu baixou à terra E que no seio da Virgem Tomou um corpo mortal. Ao chegar a sua hora, O Homem-Deus percorreu O caminho do Calvário Como inocente cordeiro, Pois Ele viera ao mundo Para morrer numa cruz. Elevemos jubilosos À Santíssima Trindade O louvor que lhe devemos Pela nossa salvação, Ao Eterno Pai, ao Filho E ao Espírito de amor. Amém. PRIMEIRA LEITURA Da Epístola aos Hebreus 9, 11-28 Cristo, sumo sacerdote, entrou de uma vez para sempre pelo seu próprio Sangue no Santuário celeste Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de touros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida. Porque, onde há um testamento, é necessário que se verifique a morte do testador, porque o testamento só produz efeito depois da morte, uma vez que nunca entra em vigor enquanto o testador está vivo. Por conseguinte, até a primeira aliança foi inaugurada com efusão de sangue. Com efeito, quando Moisés proclamou a todo o povo cada um dos preceitos da Lei, tomou o sangue dos novilhos e dos cabritos, com água, lã escarlate e um hissope, e aspergiu não só o próprio livro mas também o povo inteiro, dizendo: «Este é o sangue da aliança que Deus estabeleceu convosco». Depois aspergiu da mesma forma com sangue o tabernáculo e todos os objectos do culto. Aliás, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem efusão de sangue não há perdão. Portanto, se as imitações das coisas celestes são purificadas deste modo, é necessário que as realidades celestes sejam purificadas com sacrifícios mais excelentes que esses. De facto, Cristo não entrou num santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de Deus em nosso favor. E não entrou para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote que entra cada ano no Santuário, com sangue alheio; nesse caso, Cristo deveria ter padecido muitas vezes, desde o princí- pio do mundo. Mas Ele manifestou-Se uma só vez, na plenitude dos tempos, para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo. E como está determinado que os homens morram uma só vez e a seguir haja o julgamento, assim também Cristo, depois de Se ter oferecido uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão, aparecerá segunda vez, sem a aparência do pecado, para dar a salvação àqueles que O esperam. SEGUNDA LEITURA Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo (Cat. 3, 13-19: SC 50, 174-177) (Sec. IV) O valor do Sangue de Cristo Queres conhecer o valor do Sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, diz Moisés, um cordeiro de um ano e assinalai as portas com o seu sangue. Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem racional? Certamente, responde ele, não porque é sangue, mas porque prefigura o Sangue do Senhor. Se hoje o inimigo, em vez do sangue simbólico aspergido nos umbrais, vir resplandecer nos lábios dos fiéis, portas dos templos de Cristo, o sangue da nova realidade, fugirá ainda para mais longe. Queres compreender ainda mais profundamente o valor deste Sangue? Repara donde brotou e qual é a sua fonte. Começou a brotar da cruz, e a sua fonte foi o lado do Senhor. Estando já morto Jesus, diz o Evangelho, e ainda cravado na cruz, aproximou-se um soldado, trespassou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu água e sangue: água como símbolo do Baptismo, sangue como símbolo da Eucaristia. O soldado trespassou o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo e eu achei um grande tesouro e alegro-me por ter encontrado riquezas admiráveis. Assim aconteceu com aquele cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício. Do lado saiu sangue e água. Não quero, estimado ouvinte, que passes inadvertidamente por tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico. Disse que esta água e este sangue simbolizavam o Baptismo e a Eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a Igreja, pelo banho de regeneração e pela renovação do Espírito Santo, isto é, pelo sacramento do Baptismo e pela Eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Foi do lado de Cristo, por conseguinte, que se formou a Igreja, como foi do lado de Adão que Eva foi formada. Por esta razão, a Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão carne da minha carne, osso dos meus ossos, que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus, do lado de Adão formou a mulher, assim Cristo, do seu lado, nos deu a água e o sangue para formar a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, assim Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono da sua morte. Vede como Cristo Se uniu à sua Esposa, vede com que alimento nos sacia. O mesmo alimento nos faz nascer e nos alimenta. Assim como a mulher se sente impulsionada pelo amor natural a alimentar com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu à luz, assim também Cristo alimenta sempre com o seu Sangue aqueles a quem deu o novo nascimento. Oração Olhai benignamente, Senhor, para esta vossa família, pela qual Nosso Senhor Jesus Cristo Se entregou às mãos dos seus inimigos e sofreu o suplício da cruz. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. V. Bendigamos o Senhor. R. Graças a Deus.
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"Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor" (Lm 1, 12). Parai e vede se há dor semelhante à minha dor” Rememorando com piedade os sofrimentos que por nossa salvação padeceu a Virgem Maria, recebemos de Deus grandes graças e benefícios. E cumprimos um preceito do Espírito Santo: "Não te esqueças dos gemidos de tua mãe" (Eclo 7, 29). É impossível não sentir profunda emoção ao contemplar alguma expressiva imagem da Mater Dolorosa e meditar estas palavras do Profeta Jeremias, que a piedade católica aplica à Mãe de Deus: "Ó vós todos que passais pelo caminho, parai e vede se há dor semelhante à minha dor" (Lm 1, 12). A esta meditação nos convida a Liturgia do dia 15 deste mês, dedicado a Nossa Senhora das Dores. Quatro grandes privilégios "Não te esqueças dos gemidos de tua mãe" (Eclo 7, 29). É grato imaginar que este preceito do Espírito Santo tenha inspirado aos cristãos dos primeiros séculos uma veneração especial pelos sofrimentos da Mãe de Deus e nossa. A este respeito, Santa Isabel de Hungria (+1231) relata ter sido beneficiada por uma aparição na qual São João Evangelista lhe revelou que, justamente no dia da partida da Virgem Maria para o Céu, ele teve uma visão de como foi o encontro d'Ela com seu Divino Filho. Nesse primeiro encontro - narrou São João - o Redentor e sua Mãe conversaram sobre os sofrimentos que ambos suportaram no Calvário. No final, a Virgem Maria pediu a Jesus graças e privilégios especiais para todos aqueles que, na terra, se lembrassem e se compadecessem dos gemidos, das lágrimas e das dores que Ela padeceu, em união com Ele, para nossa Redenção. E seu Divino Filho atendeu prontamente esse pedido, concedendo-Lhe quatro grandes favores: Primeiro: quem invocar a Virgem Maria por suas dores e prantos terá a ventura de fazer verdadeira penitência de seus pecados antes de morrer. Segundo: terá a proteção e o amparo de Nossa Senhora das Dores em todas as adversidades e trabalhos, especialmente na hora da morte. Terceiro: quem, por memória das dores e prantos de Nossa Senhora, incluir em seu entendimento também as da Paixão, receberá no Céu um prêmio especial. Quarto: e obterá dessa Soberana Senhora tudo quanto pedir para sua salvação e sua utilidade espiritual. Como progrediu essa devoção Já no séc. IV alguns insignes doutores da Igreja - Santo Efrém, Santo Ambrósio e Santo Agostinho - teceram comoventes considerações sobre as dores de Maria. No fim do séc. XI, outro doutor da Igreja, Santo Anselmo, propagava a devoção a Nossa Senhora das Dores. Muitos monges beneditinos e cistercienses faziam coro com ele nessa propagação. No século seguinte, o grande São Bernardo de Claraval, também doutor da Igreja, levou mais longe a prática dessa devoção. A todos esses se juntaram os ardorosos frades servitas, já no séc. XIII. Em decorrência desse aumento de devoção, logo floresceram esplêndidos monumentos artísticos e literários em louvor à Mãe das Dores. Um deles - o hino Stabat Mater, composto por Iacopone de Todi por volta de 1300 - foi adotado na Liturgia e desperta nos ouvintes os melhores sentimentos de ternura e compaixão para com a Virgem sofredora: "Estava a Mãe dolorosa aos pés da Cruz, lacrimosa, da qual o Filho pendia..." No campo das imagens sagradas, destacam-se as da "Piedade": a Mãe dolorosa e lacrimosa contemplando o corpo sacratíssimo do Filho que jaz inerte em seus braços virginais. E as da "Soledade": o Filho já foi sepultado, a Mãe não tem mais nem sequer o cadáver para contemplar, em suas mãos resta apenas um sudário! Em 1423, para reparar os ultrajes dos hereges hussitas que, com sacrílego furor, desfiguravam as imagens de Nosso Senhor e da Virgem Santíssima, o Concílio Provincial de Colônia instituiu a comemoração litúrgica das Dores de Maria. Três séculos depois, em 1727, o Papa Bento XIII inscreveu- a no Calendário Romano, estendendo a celebração para a Igreja no mundo inteiro. Atualmente, a Liturgia cultua Nossa Senhora das Dores no dia 15 de setembro, data estabelecida pelo Papa São Pio X em 1913. As Sete Dores de Maria As sete dores, as sete tristezas ou as sete espadas... O relato dos Santos Evangelhos forneceu à piedade popular os elementos para formar a coleção dos sete grandes padecimentos da Virgem Mãe. "Uma espada transpassará tua alma" (Lc 2, 35), profetizou Simeão a Maria, no Templo. Esta foi sua primeira grande dor. Seguem-se depois as demais, na ordem cronológica do Evangelho: a fuga para o Egito, a perda do Menino Jesus no Templo, a ida para o Calvário, a Crucifixão de Nosso Senhor, a descida da Cruz, e o sepultamento. Durante certo tempo, a memória de Nossa Senhora das Dores se comemorava sob o título de celebração das Sete Dores de Maria, introduzida na Liturgia em 1668, por iniciativa da Ordem dos Frades dos Servos de Maria (Servitas). Essa Ordem goza do privilégio de um Prefácio próprio para a comemoração litúrgica de 15 de setembro, no qual se faz esta comovedora oração a Deus Pai, uma verdadeira obra-prima de piedade e teologia: "Vós, para restaurar o gênero humano, em sábio desígnio, associaste benignamente a Virgem a vosso Filho Unigênito; e Ela que, pela ação fecundante do Espírito, tinha-se tornado a Mãe d'Ele, por novo dom de vossa bondade tornou-se sua auxiliar na Redenção; e as dores que Ela não sofreu ao dar ao mundo seu Filho, sofreu, gravíssimas, para fazer-nos renascer em Vós." ( Lucía Pérez Wheefock - Revista Arautos do Evangelho, Set/2005, n. 45, p. 18-19) Sexta-feira da Paixão do Senhor - Sexta-feira Santa. V. Abri, Senhor, os meus lábios R. E a minha boca anunciará o vosso louvor. Ant. Cristo, Filho de Deus, resgatou-nos com o seu Sangue: Vinde, adoremos. HINO Canta, língua gloriosa, O combate singular Em que o Salvador do mundo, Pregado na dura cruz, Com o preço do seu sangue Resgatou a humanidade. Como Adão no Paraíso Comeu o vedado pomo, Assim o Criador do mundo Decretou, compadecido, Que uma árvore nos desse O que na outra perdemos. Deus quis vencer o inimigo Com as suas próprias armas; A Sabedoria aceitou O tremendo desafio, E onde nascera a morte Brotou a fonte da vida. Mandou o Senhor aos homens, Na plenitude dos tempos, Deus de Deus, seu próprio Filho, Que do Céu baixou à terra E que no seio da Virgem Tomou um corpo mortal. Ao chegar a sua hora, O Homem-Deus percorreu O caminho do Calvário Como inocente cordeiro, Pois Ele viera ao mundo Para morrer numa cruz. Elevemos jubilosos À Santíssima Trindade O louvor que lhe devemos Pela nossa salvação, Ao Eterno Pai, ao Filho E ao Espírito de amor. Amém. PRIMEIRA LEITURA Da Epístola aos Hebreus 9, 11-28 Cristo, sumo sacerdote, entrou de uma vez para sempre pelo seu próprio Sangue no Santuário celeste Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Atravessou o tabernáculo maior e mais perfeito, que não foi feito por mãos humanas, nem pertence a este mundo, e entrou de uma vez para sempre no Santuário. Não derramou sangue de cabritos e novilhos, mas o seu próprio Sangue, e alcançou-nos uma redenção eterna. Na verdade, se o sangue de cabritos e de touros e a cinza de vitela, aspergidos sobre os que estão impuros, os santificam em ordem à pureza legal, quanto mais o Sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno Se ofereceu a Deus como vítima sem mancha, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Por isso, Ele é mediador de uma nova aliança, para que, intervindo a sua morte para remissão das transgressões cometidas durante a primeira aliança, os que são chamados recebam a herança eterna prometida. Porque, onde há um testamento, é necessário que se verifique a morte do testador, porque o testamento só produz efeito depois da morte, uma vez que nunca entra em vigor enquanto o testador está vivo. Por conseguinte, até a primeira aliança foi inaugurada com efusão de sangue. Com efeito, quando Moisés proclamou a todo o povo cada um dos preceitos da Lei, tomou o sangue dos novilhos e dos cabritos, com água, lã escarlate e um hissope, e aspergiu não só o próprio livro mas também o povo inteiro, dizendo: «Este é o sangue da aliança que Deus estabeleceu convosco». Depois aspergiu da mesma forma com sangue o tabernáculo e todos os objectos do culto. Aliás, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem efusão de sangue não há perdão. Portanto, se as imitações das coisas celestes são purificadas deste modo, é necessário que as realidades celestes sejam purificadas com sacrifícios mais excelentes que esses. De facto, Cristo não entrou num santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro, mas no próprio Céu, para Se apresentar agora na presença de Deus em nosso favor. E não entrou para Se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote que entra cada ano no Santuário, com sangue alheio; nesse caso, Cristo deveria ter padecido muitas vezes, desde o princí- pio do mundo. Mas Ele manifestou-Se uma só vez, na plenitude dos tempos, para destruir o pecado pelo sacrifício de Si mesmo. E como está determinado que os homens morram uma só vez e a seguir haja o julgamento, assim também Cristo, depois de Se ter oferecido uma só vez para tomar sobre Si os pecados da multidão, aparecerá segunda vez, sem a aparência do pecado, para dar a salvação àqueles que O esperam. SEGUNDA LEITURA Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo (Cat. 3, 13-19: SC 50, 174-177) (Sec. IV) O valor do Sangue de Cristo Queres conhecer o valor do Sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, diz Moisés, um cordeiro de um ano e assinalai as portas com o seu sangue. Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem racional? Certamente, responde ele, não porque é sangue, mas porque prefigura o Sangue do Senhor. Se hoje o inimigo, em vez do sangue simbólico aspergido nos umbrais, vir resplandecer nos lábios dos fiéis, portas dos templos de Cristo, o sangue da nova realidade, fugirá ainda para mais longe. Queres compreender ainda mais profundamente o valor deste Sangue? Repara donde brotou e qual é a sua fonte. Começou a brotar da cruz, e a sua fonte foi o lado do Senhor. Estando já morto Jesus, diz o Evangelho, e ainda cravado na cruz, aproximou-se um soldado, trespassou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu água e sangue: água como símbolo do Baptismo, sangue como símbolo da Eucaristia. O soldado trespassou o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo e eu achei um grande tesouro e alegro-me por ter encontrado riquezas admiráveis. Assim aconteceu com aquele cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício. Do lado saiu sangue e água. Não quero, estimado ouvinte, que passes inadvertidamente por tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico. Disse que esta água e este sangue simbolizavam o Baptismo e a Eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a Igreja, pelo banho de regeneração e pela renovação do Espírito Santo, isto é, pelo sacramento do Baptismo e pela Eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Foi do lado de Cristo, por conseguinte, que se formou a Igreja, como foi do lado de Adão que Eva foi formada. Por esta razão, a Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão carne da minha carne, osso dos meus ossos, que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus, do lado de Adão formou a mulher, assim Cristo, do seu lado, nos deu a água e o sangue para formar a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, assim Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono da sua morte. Vede como Cristo Se uniu à sua Esposa, vede com que alimento nos sacia. O mesmo alimento nos faz nascer e nos alimenta. Assim como a mulher se sente impulsionada pelo amor natural a alimentar com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu à luz, assim também Cristo alimenta sempre com o seu Sangue aqueles a quem deu o novo nascimento. Oração Olhai benignamente, Senhor, para esta vossa família, pela qual Nosso Senhor Jesus Cristo Se entregou às mãos dos seus inimigos e sofreu o suplício da cruz. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. V. Bendigamos o Senhor. R. Graças a Deus.
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