#Do Tripalium ao Trabalho
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O feriado não é um dia inútil
O tempo de vida quem dá é Deus, gritam os profetas. Mas os homens organizam a vida se esquecendo das recomendações, já até implantaram a escravidão: um ser humano obriga o outro a dar ou vender o seu tempo para o outro, estabelecendo-se a exploração total. Hélio Consolaro – Blog do Consa. 18 nov 2024 Do Tripalium ao Trabalho Na revolução industrial, com escravidão já eliminada, a jornada diária…
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Uma palavra para entender a vida - #
Passados seis anos que escrevi o conto "A Velha dos Cabelos" e pensando sobre a tragédia que houve estes dias no Rio Grande do Sul, tendo a história do conto como iniciação a cultura e o acontecimento do sul brasileiro, não posso deixar de observar as forças artificiais que atuando no mundo, atuaram ainda mais cedo e mais incisivamente no Rio Grande do Sul que no resto do país, por imposição de seus próprios cidadãos abastados que alcançaram esta abastança já as sinalizando nas épocas dos Farrapos — 1835 a 1845, com a produção de commodities, agricultura e pecuária —, e enviaram seus rebentos e alguma atenção à Europa para se educarem. E os vermes e vírus da Europa já eram como nunca os velhos poderiam imaginar. E tanto que seria possível algum costume italiano ou alemão desaparecer por completo na Europa e restar conservado nas colônias brasileiras.
Não haveria outro caminho para o anseio em intelectualização associado ao comichão vetor da criação identitária e pré-patriótica. Talvez em algum momento, um espelho inconfesso revelava àqueles jovens que tendo sido vedado o caminho da criação do seu próprio país na Revolução dos Farrapos capitulada pelo Bento Gonçalves da Silva, e reconhecendo seus reflexos de inteligência competente e o brilho da raça e sangue, então lhes estava destinado o lugar de cérebro desse povo miscigenado, bagunçado e sem futuro, ao qual ficaram historicamente presos.
Talvez isto seja o mais explicitamente revelado na teoria do Adelmo Genro Filho quando propõe humildemente a pirâmide invertida em seu livro "O Segredo da Pirâmide", que segundo alguns, é a fundação do curso de jornalismo brasileiro. Com a linhas de fronteiras do sul se fechando no menor ângulo, o Rio Grande do Sul se projeta como o topo de uma pirâmide num insight pictórico, o topo camarilhesco e o condutor de seus irmãos, e que aparece de cabeça para baixo no mapa, de ponta-cabeça, isto é, a "grandeza submetida, porém insubmissa" referida por Nilson Laje no livro "Ideologia e Técnica da Notícia". Todos estes justificam como Getúlio Vargas cumpriu a missão lançando as bases de governança desde esse fundilho-topo e é portanto de fato o fundador desse país que segue.
Os sulistas do meu conto, que são parathesis dos meus avós, foram os que tomaram nas costas suas máquinas e caminharam para o norte, para o trabalho e magia. E o trabalho dos que ficaram também foi árduo e mágico como se pode notar bem na alegoria: Porto Alegre contava com um sistema de proteção formados por muros de contenção e diques, construídos possivelmente no Regime Militar, 1964 a 1985, já que foram terminados em 1974 e concebidos por causa da enchente acontecida em 1941. Porém agora em maio de 2024 esse sistema foi solicitado e falhou, as contenções vazaram por baixo e os diques se romperam, as bombas foram desligadas. O grande cérebro intelectual não pensou em dar manutenção a um sistema construído. Quais foram então as grandes preocupações ao longo dos seus rizomas sinápticos estudiosos e filósofos prontos para escrever a história?
A grande preocupação da menina presa na maldição que se passa no conto era inicialmente desvendar o mistério do mundo, no caso, o segredo e a história daquele lugar. Uma vez desvendado e fatalmente enlaçada na resposta, a preocupação da menina passa a ser a salvação da sua vida. Ou se resignar com o mundo? Escrevi uma conclusão que parece ser a resignação no amor humano, porém, aqui levanto que o amor humano é a base racional do AVODAH — uso a palavra "avodah" em lugar da palavra "trabalho". A língua latina originada no Lácio no caldo de uma cultura de assassinos e saqueadores que evoluíram culturalmente sofisticando o assassinato e o saque, e portanto onde o trabalho era feito por subjugados e escravizados, concebe a palavra "trabalho" da raiz etimológica do "tripalium", um objeto associado à tortura humana. A palavra "avodah" é a ideia de servir ao deus, sendo o deus o receptor dogmático da religião e o humano o receptor de direito e fato porquanto representa o próprio deus no ecossistema do amor.
Logo, se há amor, há trabalho, e trabalho significa construção e desenvolvimento de soluções — e também a manutenção dessa solução, que é a vigilância, e tudo isto é amor. A menina do conto, terminando por recorrer à solução que demonstro aqui, traça a saga de uma pessoa neste mundo: o mistério, o entendimento, e o viver do amor.
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Trabalho: da sua origem às plataformas de trabalho online
Entenda o que é trabalho, seus desafios e novas oportunidades | Tendências de mercado.
A força motriz que empurra o progresso de um país é o trabalho e, neste artigo, vamos tratar de entender a fundo o que é trabalho , explicando da sua origem até às plataformas de empregos.
O futuro de uma nação que quer crescer e se desenvolver, como já dissemos, depende de agendas de tarefas , ou seja, transformar todos os setores .
Seja na educação, saúde, economia e outros setores específicos como energia, tecnologia e artes, entender como o o fício se dá e como fomentar o empreendedorismo .
Não só para criar oportunidades econômicas e crescer a renda per capita, mas também gerar empregos e crescimento.
Neste artigo vamos também abordar o que é o futuro do trabalho .
Uma nova tendência que transforma a definição tradicional e coloca uma nova dimensão de crescimento profissional e geração de renda para empreendedores autônomos.
O que é Trabalho?
A definição mais direta que encontramos foi apresentada pelo próprio buscador Google quando pesquisamos O que é Trabalho .
“Trabalho é um conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que exercemos para atingir um determinado fim”.
Mas há também uma segunda definição que aborda melhor a temática deste artigo, que é a redefinição do conceito nos dias atuais .
Afinal, trabalho é, de uma maneira mais moderna e simples, uma carreira profissional. Em outras palavras, é exercer uma profissão ou missão profissional , seja ela qual for.
Novos tipos de empregos e carreiras surgem em todos os setores
Com a evolução da sociedade, as formas de labor também se modificaram. Nesse momento, novas profissões estão surgindo – e algumas estão desaparecendo .
A profissão de youtuber é uma carreira muito nova!
Mas mesmo com pouco tempo, muitas crianças e adolescentes estão falando em casa: “eu quero ser youtuber” .
A vocação para ser youtuber requer comunicação e experiência em áreas específicas e há youtubers famosos para todas as áreas.
O mesmo para gamer . Você sabe o que um Gamer Profissional faz?
Contudo, Gamer é um novo tipo de profissão, onde você pode ganhar dinheiro jogando em plataformas de streaming de jogos. Você pode participar de campeonatos ou mesmo ser assistido enquanto você joga.
E você pode pensar nesse momento que a criação de novos tipos de c arreira é um privilégio da área de tecnologia, mas vai ver que não é.
No setor de beleza , os serviços de cabeleireiro , barbeiro, manicure e pedicure parecem os mesmos de 20 e 30 anos atrás.
Mas recentemente surgiram novas especializações no setor de beleza que convivem com atividades mais clássicas, por assim dizer.
Assim como designer de sobrancelhas, designer de cílios, designer de unhas , personal stylist são mais exemplos que podemos dar sobre novos tipos de negócios que estão surgindo.
O crescimento dos Trabalhos diferenciados
Assim também os empregos convencionais, que podem se modernizarem e se tornarem diferentes e sofisticados.
Enquanto que, para atender novos públicos e melhor competir no mercado, os serviços estão ficando também “gourmetizados “.
A fotografia é um setor que vem investindo e inovando no sentido de criar novos produtos e serviços . Além disso, foto produtos como canecas, fotolivros, camisetas e imã podem ser adicionados aos serviços fotográficos.
Ao mesmo tempo, na fotografia também está crescendo os miniensaios , onde cenários elaborados e especiais para certas ocasiões especiais criam oportunidades de fotos especiais.
Quem mais aproveita a gourmetização ou maneiras de sofisticar o emprego são os profissionais que atuam em nichos ou subsegmentos específicos dentro de um mercado.
Por exemplo, segundo estudo recente do mercado fotográfico , vários fotógrafos estão deixando de fotografar pessoas para fotografar cachorros, gatos e outros animais.
Um pouco da história
A princípio, o conceito de trabalho começa na sociedade primitiva, na idade das pedras quando os homens começaram a caçar e construir suas casas.
Sendo assim, viver em grupo ou em sociedade requer distribuição de tarefas. Bem como, caçar, plantar, estocar comida, cuidar da segurança e tantos outros afazeres começaram a ser aperfeiçoados e também ensinados entre as pessoas.
Acima de tudo, o conceito é sempre algo muito importante para a comunidade.
Ele também é tema muito abordado na Bíblia, a começar pelo relato da criação do mundo:
“No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.”
Gênesis 2:2
Mas o labor também pode ser nefasto e cruel. Estamos falando do trabalho forçado ou escravo.
Afinal, a escravidão foi algo que marcou bastante a história da humanidade, começando na antiguidade e permanecendo como prática comum em centros impérios e países até relativamente pouco tempo atrás.
Hoje em dia, após a globalização, se discute muito a escravidão moderna, onde milhões de pessoas sao obrigadas a trabalhar em condicoes “praticamente” forçadas por uma ou outra razão.
A Apple , a Nike, a Zara foram algumas das marcas famosas que foram acusadas de usar mão de obra “semi-escrava” em suas produções pelo mundo, fazendo que suas ações caíssem mediante repercussão tão negativa na mídia.
Enfim, o trabalho análogo à escravidão é inaceitável e grandes empresas empregam grande cuidado na certificação de fornecedores para verificar que não exista, na cadeia de suprimentos, crimes contra pessoas ou o meio ambiente.
Etimologia da palavra Trabalho
A primeira vista, a maneira como o trabalho é abordado na Bíblia e em textos antigos geralmente é de maneira nobre e positiva, como já dissemos.
Mas no latim, a palavra trabalho teve uma conotação bem negativa que vale comentar.
Ela se origina da palavra em latim Tripalium. Tri é três e Palus significa pau, sendo o Tripalium um instrumento de três paus usado na lavoura.
No final do Século 6, o tripalium passou a ser também o nome de um instrumento romano de Tortura.
Podemos dizer ou fazer piadas que trabalhar não é nada fácil, podendo ser muito duro e sofrido. Mas convenhamos que a relação da palavra trabalho com tortura é muito ruim e difícil de aceitar.
Mas felizmente, em outros idiomas e culturas, sua etimologia não está ligada a tortura e sofrimento.
Por exemplo, trabalho em Japonês é Shigoto , que significa servir ou fazer .
Interessante que várias palavras derivadas de Shigoto são expressões relacionadas ao trabalho manual, ao artesanato e com derivações interessantes como material e local de trabalho.
Veja alguns exemplos:
Romaji Significado shigotoshi Trabalhador, empreendedor shigotodai bancada, mesa de trabalho hitoshigoto tarefa, um trabalho hatashigoto trabalho nos campos, trabalho em uma fazenda
No inglês antigo (Work) simplesmente significa realização de um serviço físico, o que é nobre também.
Em grego a palavra trabalho é Ergon e Aristóteles criou o conceito de trabalho intelectual , criando trabalhos (teses) sobre ética e o mundo
Nesse meio tempo e associado ao conceito surgiu também uma palavra que é muito citada hoje em dia: Meritocracia .
O conceito meritocracia é de elogiar e premiar bons trabalhos.
O mérito é dado de acordo com as habilidades, competências, virtudes e resultados associadas a ocupação ou estudo, independente da classe social ou religião do trabalhador ou estudante.
Leis do Trabalho
A legislação trabalhista ou regras de órgão regulamentadores controlam as atividades de muitas profissões no Brasil.
Trabalhar é sempre um desafio em certas áreas onde possuem restrições e regras para cumprir.
Dessa forma, alguns exemplos de profissões regulamentadas são: Médicos, Dentistas, Advogados, Engenheiro/Arquiteto, Corretor de Imóveis e Publicitário.
Portanto, para atuar nessas profissões é necessário atender a requisitos, que vão muito além do diploma.
Por exemplo, o site profissional de um advogado não pode incluir publicidade com a intenção de captar clientes .
A Legislação Trabalhista
A legislação trabalhista brasileira concentra, digamos, o maior número de regras e leis voltadas as atividades profissionais.
Porém ela não foi feita para ser facilmente entendida, principalmente porque suas regras são complexas, cheias de detalhes e conectadas a outras leis e regras da constituição .
Portanto, em matéria de lei e regulamento, é sempre importante estudar e ter o apoio de contadores e advogados.
Os Tipos de Trabalho
O trabalho pode ocorrer de diversas formas, e de acordo com a profissão ou a função exercida, ela pode ser formal ou informal.
Para que possamos entender melhor as diferenças entre o emprego formal e informal, vamos abordar brevemente o trabalho CLT, o trabalho autônomo e outros tipos.
Trabalho CLT
A história da legislação trabalhista é muito antiga no Brasil, mas foi na constituição de 1988 que novas regras foram incorporadas, algumas como conhecemos e outras foram adaptadas e implementadas com o passar dos anos.
Portanto, um emprego CLT é aquele que na prática possui registro em carteira e o trabalhador tem direitos e também a benefícios como:
vale-transporte; descanso semanal remunerado; salário mínimo; férias; FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); 13º salário; horas extras; adicional noturno; licença-maternidade; licença-paternidade; aviso prévio proporcional; reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
O Trabalho Autônomo
Afinal, o que significa de trabalho autônomo ou independente? Que a pessoa atua por conta própria, prestando serviços na área em que é especializado.
Mas fique atento que, associar o trabalho autônomo ao trabalho informal, é um erro.
O MEI – Micro Empreendedor Individual, é uma excelente opção para esse trabalhador autônomo desempenhar suas funções de maneira totalmente formal.
É possível também o trabalhador autônomo escolher outros regimes diferentes do MEI , podendo ter por exemplo constituir uma microempresa.
Dessa forma, o trabalho autônomo é outra forte tendência na nova economia, que é o mercado de trabalho moderno e normalmente criativo, amparado no talento, criatividade e conhecimentos técnicos.
Assim como veremos mais adiante, o crescimento de trabalhadores autônomos cresce mais rápido que as vagas em regime de CLT nas empresas.
Trabalho Freelancer
Outro sinônimo para trabalho autônomo é o freelancer . Como resultado, trabalhos freelancers são normalmente curtos. Por conta disso, é possível trabalhar como freelancer junto com outra profissão e, claro, traz complemento de renda.
Assim também, fazer um trabalho freelancer (ou freela para os muito jovens!) significa cumprir um escopo de serviço contratado por um cliente, e na sequência ir atrás de outros clientes para fazer outro.
Portanto, usar tecnologia, expor seu portfólio online na internet para captar clientes é fundamental para manter os pedidos de novos trabalhos.
De acordo com fatos históricos, conta-se que o pianista Mozart , por volta de 250 anos atrás, foi um dos primeiros trabalhadores freelancers.
Era oferecido trabalho por onde ele passeava, e se ele gostava ele aceitava. Esse princípio de ver oportunidades de trabalho , é o mesmo princípio das plataformas de emprego moderno – que logo vamos ver a seguir.
Empresário
Outra forma de trabalhar é como empresário. Empresário é um tipo de trabalho, onde se investe dinheiro e tempo para constituir um negócio.
Normalmente o empresário assume mais riscos que um trabalhador autônomo. Seja pelo fato do negócio exigir um ponto físico ou exigir funcionários ou ainda precisa ter um plano de negócios mais detalhado .
Mas com a expansão dos negócios digitais e oportunidades de você vender online ou criar um e-commerce em algum marketplace . É possível hoje em dia ser um empresário de um grande negócio e com pouco investimento ou poucos funcionários.
Para o empresário o programa MEI normalmente não se enquadra, porque no MEI o faturamento anual máximo permitido é de R$81.000,00 e ainda, entre outras regras, possui o limite de apenas 1 funcionário.
Portanto, para o empresário resta como alternativa jurídica constituir uma empresa, e ele poderá escolher entre o regime tributário simples ou de lucro real .
Trabalho Voluntário
Por fim, vamos agora falar um pouco de outro tipo de trabalho que é feito com alma e coração: o trabalho voluntário .
O voluntariado, que estamos mais acostumados a ver no Brasil, é o de assistência a pessoas carentes ou em risco.
Mas o trabalho voluntário pode também assumir outros interesses como educativo , técnico e até de mentoria em negócios .
Sendo assim, todas as pessoas são aptas a fazer algum tipo de trabalho voluntário, basta apenas encontrar o nicho ou segmento que mais te agrada e, procurar em sua cidade, locais que você possa executar o voluntariado.
Acima de tudo, o trabalho voluntário é uma maneira de retribuir a sociedade com realizações que ajudem os outros.
Para encontrar maneiras de fazer um trabalho voluntário voltado à educação e negócios, o Sebrae é uma das organizações mais conhecidas que promovem o trabalho voluntário .
Além disso, ao procurar o Sebrae ou outra instituição, procure também por oportunidades para ser palestrante para poder compartilhar conhecimento e inspirar as pessoas.
A possibilidade de ajudar o próximo é sempre algo inspirador.
E falando em trabalho, ajudar um negócio ou uma pessoa a trabalhar melhor pode ser um divisor de águas para o empreendedor que precisa de apoio.
Afinal, como conseguir trabalho?
Essa é uma pergunta que milhões ou até bilhões de pessoas fazem diariamente no mundo.
Tanto quanto como conseguir trabalho vem mudando na sociedade, graças a tecnologia e a internet. Comprar e abrir uma página de jornal para procurar por vagas era como funcionava décadas atrás.
Mas como você sabe, isso mudou radicalmente nos dias de hoje. Enfim, vamos explicar como funcionam as três principais maneiras de conseguir trabalho hoje em dia .
Sites e Portais de Emprego
Em resumo, sites ou portais de emprego são plataformas online em que as empresas anunciam as vagas e o candidato também pode manter um cadastro.
Incluir o currículo e descrição das suas qualidades e competências e também se aplica para concorrer a uma oportunidade de emprego.
Em algum momento da sua carreira, se estiver buscando oportunidades para trabalhar em uma empresa, com certeza o melhor a fazer é procurar em sites ou portais de emprego. Você encontrará todo tipo de oportunidade.
Sites e portais de emprego funcionam de maneira bem simples e intuitiva.
Sendo assim, se você optar por aplicar para uma vaga de emprego, é importante você saber que o processo geralmente não é tão transparente e previsível como gostaríamos.
Mas quem disse que conseguir uma vaga de emprego é fácil? Pois o funil para escolher o candidato ideal é longo e árduo, sem falar que dezenas ou centenas de candidatos normalmente se aplicam para uma vaga publicada.
Como encontrar um site ou portal de emprego ideal para você? A lista de sites e portais disponíveis dão uma lista longa.
O Catho é um dos sites de empregos mais populares do Brasil. O Linkedin é uma mistura de rede social e também plataforma para encontrar emprego.
As grandes vantagens do Linkedin , além de seu acesso gratuito, é que abrange todos os setores da indústria e também é uma plataforma global, o que é uma grande vantagem para quem busca oportunidades em empresas estrangeiras.
Por fim, você pode também acessar a InfoJobs , outro portal bastante conhecido que disponibiliza vagas de emprego em vários segmentos.
Plataformas de Trabalhos
Graças a internet, e às soluções online , temos o acesso direto a qualquer profissional disponível para fazer um trabalho.
Surgiram, dessa maneira, as plataformas de trabalho ou plataformas para freelancers, que são grandes facilitadores para promover a contratação Freelancer e simplificar de maneira incrível toda burocracia necessária à contratação.
O UBER , Workana e GetNinjas são grandes exemplos de plataformas de trabalho.
Como essas plataformas funcionam?
Para ser um trabalhador autônomo, e conseguir clientes e oportunidades de maneira direta, é preciso criar um site e perfis nas redes sociais e divulgar seu portfólio.
É muito importante lembrar que empreender como profissional autônomo é muito desafiador, mas pode ser muito recompensador, porque os custos fixos são normalmente baixos e o ganho pode ser muito alto.
Inclusive, temos um artigo que aborda as qualidades que um trabalhador autônomo precisa para empreender bem .
Lembrando que, para trabalhar sozinho, é preciso desempenhar muitas funções que não gostamos ou que não são tarefas tão ligadas ao nosso talento ou a função principal.
Estamos falando aqui da disciplina de ter que preparar e enviar proposta, atualizar o site com novidades, fazer conteúdos para redes sociais além de fazer marketing .
Redes sociais e Indicação
Em redes sociais, embora não seja seu propósito principal, é possível encontrar muitas oportunidades de emprego.
Muitas pessoas, conectadas às redes sociais, divulgam vagas ou até mesmo divulgam que estão buscando uma ocupação.
A vantagem das redes sociais versus os portais e plataformas de emprego, são seus aspectos de indicação. Ao ver uma vaga ou oportunidade, imediatamente você pode indicar para um amigo que esteja buscando.
A interação nas redes sociais é praticamente imediata, mas isso não significa que o processo de conseguir um emprego acaba sendo mais simples.
Em conclusão, conseguir um emprego pode ser uma jornada mais longa do que planejávamos ou queríamos, e o processo de contratação pode também ser bastante burocrático e concorrido.
O que é o Futuro do Trabalho?
Com tantas inovações e mudanças no mercado, surgiu o conceito Futuro do Trabalho .
Desde já, o Futuro do Trabalho reflete justamente as novas maneiras de conseguir emprego e que, olhando para o futuro, tudo indica que será o padrão daqui pra frente.
A expansão acelerada de plataformas como Uber, Workana e GetNinjas confirma o Futuro do Trabalho como forte tendência.
Hoje é possível encontrar praticamente em cada família alguém que atua como freelancer. Isso é uma mudança radical no mercado de trabalho.
Portanto, as plataformas de emprego simbolizam mesmo uma revolução.
Estamos acompanhando o crescimento da telemedicina, terapia a distância e um crescimento sem igual de novas atividades sendo realizadas na modalidade de freelancer.
Uma estatística muito interessante e recente compara a força do Futuro do Trabalho.
Hoje, há mais profissionais autônomos que assalariados com registro CLT.
É graças às plataformas de emprego que um grande potencial humano se desenvolve de maneira remota e sem barreiras.
O Futuro do Trabalho é para todos.
É um mundo onde o emprego está ao alcance de todos e certamente novas plataformas surgirão com a missão de facilitar o recrutamento e a colaboração, cada vez com menos trâmite burocrático e empecilhos.
Algumas frases famosas sobre trabalho
A expressão mais popular no Brasil é “Deus ajuda quem cedo madruga”.
Embora a expressão não possua diretamente a palavra trabalho, é sabido que essa frase se direciona ao fato de levantar cedo e começar a sua jornada.
E há outras expressões famosas:
“A prática leva a perfeição” é uma frase que indica a ação perfeita e com muita qualidade feito por alguém experiente. O mesmo significado você encontra na expressão “A pressa é inimiga da perfeição”.
Outra expressão muito famosa é “Dê ao homem um peixe e ele se alimentará por um dia. Ensine um homem a pescar e ele se alimentará por toda a vida.”.
Nessa frase, pescar é usado como sinônimo de trabalhar: “Ensine um homem a trabalhar e ele se alimentará por toda vida”.
Conclusão
O trabalho é parte da nossa vida e é essencial para a sociedade e a economia. Primordialmente, o futuro depende do trabalho.
É muito importante olharmos para o trabalho, no conceito de nos debruçarmos e entendermos o conceito que vem mudando.
Tal qual novas direções, possibilidades e tendências surgem todo ano e isso afeta, positivamente ou negativamente, as carreiras e a vida das pessoas.
Como conseguir um emprego, como foi comentado no artigo , é uma grande preocupação da sociedade.
A World Economic Forum previu que em 2030 precisaríamos criar 2 bilhões de empregos no mundo, onde 20% da população global precisaria de trabalho.
A única forma de conseguir “tanto trabalho” para tanta gente não é somente criando emprego, mas sim criando plataformas e redes inteligentes para promover empregos em todos os setores e de todos os tipos.
Como este artigo tentou revelar também, devemos compreender que o mundo está se tornando cada vez mais um mundo de freelancers.
Crescer na carreira não significa somente trabalhar em empresa e ser promovido.
No futuro do trabalho, a pessoa é o próprio negócio, e cabe ao profissional encontrar maneiras e fazer boas escolhas para alcançar o topo em sua carreira.
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O Direito do Trabalho e a relação empregador/empregado
O que é trabalho?
Levando em consideração a analise literária do tema, observamos que no Velho Testamento, trabalho era um castigo dado por Deus; Genesis 3:19 “com a expulsão de Adão e Eva do paraíso terrestre, Deus cominou para o homem a pena do trabalho, como forma essencial de subsistência.” E nesse mesmo sentido os autores comentam a segunda Carta de Paulo aos Tessalonicenses 3:10 “O trabalho é forma essencial de subsistência humana; ninguém ofereça sustento ao vadio.”
A filosofia grega considerava o trabalho uma atividade produtiva mundana e material e, portanto, indigna. Platão considerava os escravos (a força de trabalho de sua época) seres sem alma e sem essência humana, um meio caminho entre animais e pessoas. Aristóteles louvava o ócio como condição fundamental da filosofia, afirmando que “o escravo é escravo porque tem alma de escravo, é essencialmente escravo, sendo destituído por completo de alma na ética, a parte da alma capaz de fazer ciência e filosofia”. Sócrates, considerava uma missão divina ser um “vagabundo loquaz”. Cabe aqui, entretanto, cabe mencionar Hesíodo, poeta da alvorada da civilização grega, que escreveu, Trabalho e Dias, onde descreve a vida como o trabalho no decorrer do tempo.
A origem da palavra trabalho vem de algo penoso ao homem. Na língua grega, a execução do trabalho era expressada por ponos, grande esforço, kámatos, uma ocupação exigindo capacidade e esforço especial ou ainda kopos, esforço corporal e extenuante. No Latim, vem de tripalium, instrumento de tortura composto de três paus, a partir do qual a ideia de sofrer veio à de se esforçar, lutar e por fim de trabalhar. No francês, sua etimologia vem de travail, o que faz sofrer, no alemão, arbeit, que antigamente designava moléstia.
Por milênios predominou a escravidão, que via o trabalhador como objeto, ferramenta para execução de alguma atividade, inclusive com o aval da igreja, que por séculos foi a instituição que organizou e legislou sobre a sociedade, porem avalizou a escravidão, lembrando que o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão já na virada do sec. XIX para o sec. XX.
Muito se utilizou de definições filosóficas, econômicas e sociológicas para o termo trabalho, mas observamos o que afirma a ciência:
“Trabalho é um conceito da física que significa o despender de determinado esforço, físico ou intelectual, em prol de um resultado. Logo, todo empresário/empregador também trabalha e, portanto, dentro de uma relação jurídica de trabalho também detém o direito constitucionalmente garantido à existência digna.”
Com o advento da revolução industrial no sec. XVIII/XIX e mais tardiamente em outros países, a discussão dos direitos dos trabalhadores se acirra com as reflexões de filósofos como Ricardo, Locke, Smith e posteriormente através da formação da ideologia Marxista e suas entidades de classe (sindicatos).
Em 1917, a constituição mexicana é a primeira no mundo a disciplinar sobre direito do trabalho, estabelecendo limites a jornada de trabalho, trabalho infantil e organizando o direito sindical. Em seguida a Constituição Alemã de 1919 (Constituição de Weimar), trouxe base para a social democracia, disciplinando a participação dos trabalhadores nas empresas, criando um direito unitário do trabalho e um sistema de seguridade social. Outro momento marcante do direito do trabalho moderno foi a carta del lavoro, na Itália em 1927. Ela disciplinou fortemente a intervenção do Estado na economia e na organização. Entretanto isso também influenciou negativamente os sindicatos uma vez que os submeteu à atuação política do Estado.
No ano de 1931, o Papa PIO XI, sucessor de Leão XIII, publica a encíclica Quadragésimo Anno, aprofundando os temas trabalhistas da Rerum Novarum a luz do século XX, insiste no “valor eterno da propriedade”, porém afirmando “A lei da justiça social proíbe que uma classe exclua a outra da participação nos lucros” Ela estimula debates entra patrões e operários ao mesmo tempo que proíbe que os últimos se utilizem de métodos “violentos”, como a greve. O Papa João XXIII publica a Mater of Magistra em 1961, tendo como baluarte a justiça social. Continua tendo a propriedade privada como bem natural, mas pede mais atenção as massas trabalhadoras. O Papa Paulo VI publica em 1967 a Populorum Progressio, inspiração contemporânea da doutrina social da igreja, o papa define como aspiração dos homens: “Serem libertados da miséria; encontrarem com mais segurança a subsistência, a saúde, o emprego estável, terem maior participação nas responsabilidades, excluindo qualquer opressão ou situações que ofendam sua dignidade de homem; terem mais instrução – numa palavra, realizarem, conhecerem e possuírem mais, para serem mais.”
A Organização Internacional do Trabalho foi fundada em 1919, tornando o Direito do Trabalho o primeiro direito a internacionaliza-se, conforme o Preambulo da Constituição da OIT. (...Considerando que a não adoção, por parte de qualquer nação, de um regime de trabalho realmente humano se torna um obstáculo aos esforços de outras nações empenhadas em melhorar o futuro dos trabalhadores nos seus próprios países; ...) não sendo mais apenas internacional, mas sim universal, pois são direitos humanos reconhecidos internacionalmente. A mesma OIT na Declaração de Filadélfia, estabelece e, 1944 que o trabalho humano não pode ser considerado mercadoria.
No Brasil, podemos afirmar que o direito do trabalho segue a mesma lógica do resto do mundo, ou seja o protecionismo do trabalhador e podemos listar como influências externas a elaboração das leis trabalhistas as transformações vindas da Europa, as crescentes elaborações legislativas de proteção aos trabalhadores e o ingresso do Brasil na Organização Internacional do Trabalho criada pelo Tratado de Versalhes (1919). Já as influências internas foram o movimento operário de imigrantes com inspirações anarquistas, o surto industrial efeito da primeira guerra mundial e a política trabalhista de Vargas.
Entretanto podemos afirmar que a construção do capitalismo no Brasil foi tardia, com a Lei Áurea criando uma acumulação de “homens livres, “marginais” além da uma política de imigração que inchava as cidades, a exemplo da Inglaterra da revolução industrial, dando as condições para o nascimento da nova classe proletária.
No ano de 1934, a Constituição Brasileira trouxe pela primeira vez o direito do trabalho, instituindo a Justiça do Trabalho em seu artigo 122:
“Art. 122 - Para dirimir questões entre empregadores e empregados, regidas pela legislação social, fica instituída a Justiça do Trabalho, à qual não se aplica o disposto no Capítulo IV do Título I.”
Na constituição de 1937, no chamado Estado Novo, existe a limitação do direito de greve, essencial para manifestação democrática dos operários. Em seguida temos a criação da Consolidação Geral das Leis do Trabalho (CLT), sendo que a mesma marca a inclusão do trabalho em um projeto de nação, migrando da econômica agrícola para industrial. A CLT conta com forte influência da já citada Carta del Lavoro. Durante os anos Vargas houve uma “fúria legiferante” na tentativa de organizar o trabalho no Brasil e criar um grande mercado consumidor, o qual Vargas percebeu que passaria pela existência de uma criação de uma classe trabalhadora minimamente respeitada e valorizada.
Em 1945 a democratização se solidifica como instrumento de inclusão social e econômica de milhões de brasileiros emergentes a uma sociedade urbanizada e industrializada, embora a constituição de 1967 traga uma redução das conquistas coletivas dos trabalhadores, com um regime autoritário.
Finalmente, em 1988, a Constituição Cidadã traz grandes avanços para o direito do trabalho, sendo a mesma nitidamente econômica e social, garantindo os direitos sociais, como o direito ao trabalho, previdência, e a assistência aos desamparados, o Fundo de Garantia do Tempo de serviço, seguro contra acidentes, aposentadoria, salário mínimo, limitação da jornada, descanso semanal, seguro desemprego entre outros. Somente no art. 22 encontramos a expressão “Direito do Trabalho”, mas em toda Constituição de 88 encontramos seu espírito. Pode-se dizer que a Constituição de 88 elevou o Direito do Trabalho à categoria de direito social fundamental.
Diante da implementação da Social Democracia e suas agendas baseadas em arranjos e adaptações da ideologia marxista para o trabalho, observamos ao longo do tempo que tal visão e analise legal para com o trabalho culminou em inúmeras legislações de cunho marxista ao redor do planeta, buscando uma unificação legal para todo e qualquer tipo de trabalhador independente de sua condição cultural e laboral, no qual mostra claramente a intenção de implementação de um globalismo já em funcionamento através da ONU/OIT.
O Direito do Trabalho que inicialmente veio para mediar e legislar sobre o trabalho, afim de que explorações e injustiças pudessem ocorrer nessa relação empregador/empregado, se tornou um direito plenamente assistencialista e intrometido no meio privado das empresas que são cerne da economia e que tem sua importância não apenas econômica, mas que também exerce a função laboral.
Afinal um empresário com seu capital abre uma empresa, administra, investe, reinveste e busca progredir através do lucro, faz dessa ideia e pratica um trabalho intelectual primordial para que haja empregos e consequentemente direitos e renda para trabalhadores envolvidos na atividade.
Como “garantir o desenvolvimento nacional”, inviabilizando-se a livre iniciativa, vez que são os empresários/empregadores que alimentam o PIB nacional, que é o que sustenta a receita pública, sendo essa a base para a promoção assistencialista aos mais desprotegidos, materialmente necessitados?
Como implementar o direito constitucional alinhado no inciso VIII do artigo 170, principalmente em face do que contido no artigo 7º, inciso XXVII (proteção em face da automação, na forma da lei) ambos da Constituição Federal, inviabilizando o pleno exercício, pelos empregadores, da “livre iniciativa”?
Todos querem o progresso e participar da corrida pela inovação, porem a atuação paternalista e assistencialista praticada pelo judiciário engessa a iniciativa privada, fazendo da justiça do trabalho um ordenador/protetor da classe trabalhadora frente os novos cenários laborais que avançam rapidamente através da tecnologia aplicada.
E não é através de imposições protecionistas que o direito do trabalho ajudará tanto a classe trabalhadora quanto a classe empresarial na evolução dos cenários laborais que mudam periodicamente e rapidamente.
Como erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais, falindo as empresas?
Tal legislações e imposições assistencialistas do judiciário trabalhista vão na contramão do que era pra ser a pratica do direito do trabalho, portanto, observamos o antagonismo entre o capitalismo democrático e a social democracia (socialismo) assistencialista e interventor, que expõe sua atuação através do “ativismo judicial”.
E assim o direito do trabalho completa seus 80 anos não cumprindo com sua função e gerando um cenário ilusório de justiça.
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como fracassar na vida e ser feliz no ócio
O que é o sucesso eu não entendo ainda. Sempre entendi que fracasso é não alcançar um objetivo predisposto na sociedade. Mas o que é sociedade? Estamos falando de quem? Para entender essa experiência preciso usar o cérebro. Google.
Um conjunto de neurônios, onde cada neurônio tem cerca de 7000 conexões, totalizando em torno de 100 bilhões de conexões. É neurônio pra caralho. E mais: essas conexões formam redes de neurônios conectados uns aos outros tipo Arroz à Piamontese. Essas conexões são casuais? Valendo um milhão de reais. E a resposta correta é (leia com a voz do Silvio Santos): Não. Ma oe. Essas conexões permitem ao cérebro formar e reconhecer padrões. E o que gera a faísca é o design. É aquele tapa ergonômico dessa rede de neurônios que provoca a faísca. Ela cria outra camada de complexidade que podemos considerar como rede semântica. É aqui que estão armazenados todos os nossos pensamentos e lembranças. Resumindo. Procure imaginar as redes semânticas como o software do cérebro e as redes neurais como o hardware do cérebro. Entendesse?
E como esse treco funciona? Quando você houve a Sinfonia nº1 de Beethovem em C maior ou Deixa a Vida me Levar do Zeca Pagodinho, seu cérebro codifica a música através de milhões de neurônios. Imagina uma árvore de natal piscando em uma determinada seqüência para cada música. Nossa árvore, obviamente tem 100 bilhões de lâmpadas. Ou seja, é uma rave muito louca.
E cada lâmpada é uma casinha numa megalópole como a cidade de São Paulo. Esse manicômio. Onde vivemos presos no trânsito. Organizamos nossa vida para o caos. Vivemos como se não houvesse tecnologia. E nessa era da tecnologia, não temos qualidade de vida. Somos todos primatas. Isso serviu de bordão em outrora (adoro falar difícil). Todo o nosso trabalho poderia ser feito de casa. Não é mesmo? Precisamos absorver que o uso da inteligência da tecnologia que deveria nos libertar, muitas vezes serve apenas de acessório para nos escravizar ainda mais. Vivemos como se fôssemos velhos, ultrapassados, infelizes vítimas de nossas próprias construções. Antiquados. O que, como diz Mario Sérgio Cortela, difere de idosos, que são seres humanos mais abertos ao novo. Que ironia.
É irônico que velhas gerações trabalhavam bastante e a gente falava sobre isso de outra forma. A gente dizia: nunca na minha vida serei escravo como meu pai. Ficávamos indignados pelo estresse. Pela ausência. Pela forma com as quais passavam nossos pais trabalhando. (Meu pai trabalhava tanto, que era inumano pensar na sua capacidade. E como era velho com seus três empregos. Tipo o Pai do Chris). O louco é que nós, seres humanos filhos do Mr Catra, ainda passamos a maior parte da nossa vida trabalhando. Logo, o que você faz, a sua carreira, tem uma importância enorme e merece ser muito bem refletida.
Não faz muito tempo que o nosso único objetivo era trabalhar, trabalhar, trabalhar. Acumular coisas. Patrimônio, de vídeocassetes, computadores, rádio-relógios, apartamentos, carros do ano, plano de saúde, educação dos filhos, tamagoshi. Herança. Queríamos envelhecer na riqueza. Tocar piano com os pés igual naquele filme do Tom Hanks. Esperávamos que nossos filhos e os filhos deles se comportassem da mesmíssima forma (inclusive tocando piano no filme do Tom Hanks). Até nos tornarmos reféns do rivotril, do amplictil, do alprazolan.
Somos trabalhadores, macacos. Mas o que é trabalho? Quem inventou esse troço? A palavra trabalho vem do latim tripalium (que rima com valium - outra ironia), termo formado pela junção dos elementos tri, que obviamente significa “três”, e palum, que quer dizer “madeira”. Tripalium era o nome de um instrumento de tortura constituído de três estacas de madeira bastante afiadas e que era comum em tempos remotos na zoropa. Desse modo, originalmente, "trabalhar" significava “ser torturado”. No sentido original, os escravos e os pobres que não podiam pagar os impostos eram os que sofriam as torturas no tripalium. Assim, quem "trabalhava", naquele tempo, eram as pessoas destituídas de posses. Exatamente igual a hoje.
Precisamos entender o Tele-Trabalho. Precisamos eutanasiar a escravidão à chefes que querem nosso trabalho 24 horas por dia. Tipo o Clinton que queria a estagiária 24 horas por dia. Americans. Usamos a tecnologia de maneira antiquada. Precisamos repensar a nossa forma de trabalho e dar mais tempo ao ócio*. (*Essa palavra é spoiller).
Vamos nos inspirar em Keynes? (West? - Não). Então Vamos. Essa figura exótica, o economista britânico John Maynard Keynes de 1930, escreveu um ensaio intitulado "As Possibilidades Econômicas dos Nossos Netos" (ou algo do tipo). Entendam a piada à Lá Ary Toledo. Esse rapaz acreditava que em 2030 viveríamos um sistema de quase total "desemprego tecnológico", no qual teríamos que trabalhar apenas 15 horas por semana (rá), principalmente para não perder a cabeça por causa de tanto lazer. Juro, parece, mas não é piada. Infelizmente. Infelizmente nos encontramos no mesmo ponto, mesmo com a altermodernidade. Continuando, nosso querido John, propunha um pacto com o diabo: confiarmos bastante na nossa ganância, e isso nos salvaria de nós mesmos. Para ilustrar, Kenyes fez a observação um tanto antissemita (não sabe o que é antissemita? Nem eu) de que, assim como o Jesus judeu nos deu acesso à vida eterna, os gênios judeus dos juros compostos produziriam abundância suficiente para nos libertar para sempre da escravidão salarial. Infelizmente não rolou. Seria uma revolução se todos trabalhassemos 5 horas por dia. Todos nós teríamos trabalhos nessa escala de 5 horas. É necessidade do capitalismo o trabalho 15 horas por dia. Todos nós teríamos tempo para o trabalho e para o ócio. Mas o que é Ócio, querido Aurélio?
Ócio significa não fazer nada, nadica, niente, coçar o saco . Ou podemos dizer que é uma palavra com origem no latim otiu. Ócio representa, por exemplo, uma folga do trabalho, do colégio ou faculdade, um momento de lazer, para aproveitar e descansar. Ócio é um tempo livre, um tempo vago para não fazer absolutamente nada, apenas para relaxar, e não pensar, ficar em um momento de preguiça, vadiagem mesmo. Ócio é tipo um carioca às quatro da tarde no verão. Uma pessoa ociosa é aquela que não está fazendo nada no momento, está em estado ocioso, também conhecido como um estado de inércia física e/ou intelectual, muitas vezes necessário, para àqueles que trabalham muito. No âmbito da etimologia, a palavra negócio indica a "negação do ócio", ou seja, uma empresa ou algo que ocupa alguém.
Ou como o Papa filósofo Cientista italiano, chamado Domenico De Masi, escreveu o conceito de vida desse que vos escreve. Chamado Ócio criativo, título de uma monografia dele, que revolucionou o conceito de trabalho, dizendo que as pessoas devem incluir, no seu dia-a-dia um momento que tenham atividades para descansar sim, momentos de lazer sim, e conciliar isso com o trabalho e a aprendizagem.
Macacos. Entendam. De uma vez por todas essa caralha. Precisamos desafiar os modelos. Redesenhar as relações de trabalho. Muitos chefes não são eleitos, são pedaços de ditadura. Eles não têm tempo. Não cuidam melhor da família. Invocam colaboração, mas incentivam competição. É quase um prazer BDSM, mas sem o prazer sexual da coisa.
Nós vivemos a sociedade pós-industrial, mas temos uma mentalidade pré-industrial, mesmo no momento da altermodernidade. Mais uma pergunta para si. O que é altermodernidade, meu filho? Existe um cara, filho pródigo da arte contemporânea francesa, chamado Nicolas. Nicolas Bourriaud é polivalente, é do tipo que faz malabares, assobia e chupa cana. Ao mesmo tempo. Só que em francês. Simultaneamente curador, crítico de arte, ensaísta. Segundo Nicolas, "Alter"significa outro, mas o prefixo evoca igualmente a multitude.
Em política, a alter-globalização é uma constelação de lutas locais que visam combater a homogeneidade mundial. (Isso para mim é tão sexta série, a minha professora judia de Geografia, Dona Gení que explicava 324908234 vezes sobre a globalização e os efeitos colaterais do Imperialismo IstadusUnidense). No domínio cultural, “alter-moderno” significa algo semelhante, é como um arquipélago de singularidades conectadas umas às outras. O “Altermodern” é, para mim, a forma emergente e contemporânea da modernidade, ou seja, a de uma modernidade que corresponde aos desafios do século XXI (já sacou que tudo é século XX ou XXI ou 400 a.c.)?
Nós, primatas, nos inscrevemos num momento histórico desde que capitalismo é mundo, para o bem e para o mal: a globalização. Ser moderno, no século XX, correspondia a pensar de acordo com formas ocidentais; hoje, a nova modernidade produz-se segundo uma negociação planetária. Ou seja terra, fogo, vento, água e coração.
Somos acumuladores de trabalho. Viciados no excesso. Trabalhamos dias e dias e dias e madrugadas como os chineses da FOXCONN. Aliás, você conhece a Foxconn? As condições de trabalho nessa senzala sempre geraram muita polêmica. Saca como é nervoso o bagulho. Em dois mil e dez, quatorze, QUATORZE, Catorze, fourteen, chineses se suicidaram. Tipo: Adiós Bida. A empresa do Terry Gou ficou meio confusa. Meio trit. E aumentou os salários. Foi um fuzuê. Barato mais loko que os fluxos de SP. De tanto que trabalhavam os chinesinhos, coitados. E você, serzinho que me lê neste exato momento. Sempre sonhou ter um produto gerado pelos china. Sabe o quê? - Alô Cristina? - Como vai, Galisteu? - Essa é a porta dos Desesperados. Se joga no chão. Rááá. Você sempre desejou alguma coisa da Apple. Sim. Vai. Pode assumir. A Foxconn é a principal fabricante do Mac mini, iMac, iPod, iPad e o iPhone da Apple Inc.
Você está entendendo aonde quero chegar? Nós precisamos que a exaustão do trabalho seja levada a sério. É problemático demais somatizarmos os problemas físicos e psicológicos que o excesso está nos levando. Porque o crescimento é infinito.
O único lugar do capitalismo deveria ser a redistribuição de riqueza. Mas vivemos um capitalismo doente. Não utilizamos as ferramentas tecnológicas disponíveis para nos liberarmos da fadiga. Sério mesmo, Keynes, que um pintor vai acabar? O traço humano, o erro, o que nos difere dos cupins, não é relevante?
Liberte-se. Um executivo trancado na empresa tem menos ideias e cada vez mais medo do mundo externo. Estão enjaulados. Existem milhões de espécimes que vivem num tipo de quartel psíquico e são infelizes, porque são limitados. (Ou são limitados, porque são infelizes?) Suas casas são bonitas, mas nela só passam as noites. Quando passam. E as jaulas que chamam de escritórios são horríveis. Eles moram em bairros bacanas, cheio das árvores, mas passam trancafiados entre paredes de cimento e aqueles cartazes de mil novecentos e vovô de teta dura.
Isso me perturba. Isso me sufoca. Eu imploro para que respirem. Atravessem as ruas. Desistam da porcaria das ideias que seus filhos façam o mesmo que vocês, sigam os farelos de pão. Esqueçam! Seus filhos não querem. Estão desempregados, não querem um apê, eles precisam de uma viagem para o Marrocos. Desistam dessa condição epidêmica, essa doença altamente contagiosa. Tenham dignidade em vez de subordinação. Desçam de seus pedestais, dessa gestão arcaica e opressiva dos tempos e dos espaços. Chega dessa chantagem de ou você age de determinada maneira ou não terá uma boa carreira. Que carreira? Quem disse que queremos carreira? Nós precisamos ter cuidado em enviar nossos makers para empresas. Ou nos organizemos para que o movimento de makers revolucione as empresas. Necessitamos hackear as empresas. Arrancar por escalpe dos empresários a ideia que o sucesso está atrelado à condição financeira, isso é alienação. Morrerão do coração, alienados aposentados desadaptados da vida privada e família. Vítimas da solidão e do saudosismo.
Tudo que entendi do fracasso é a operação total da minha própria vida. O empoderamento de só trabalhar em boas ideias. Em ideias libertadoras. Lugares onde o ar (não condicionado) entra pelas narinas. (Já percebeu que até o ar é condicionado)? Sarte disse uma vez ao ver uma operária na linha de montagem: “Até, de noite, quando faz amor, não é ela quem ama, mas a máquina que vive nela”. As poucas pesquisas de que se dispõe a respeito indicam, que os homens ambicionam mais o trabalho em casa, que as mulheres. Porque as mulheres de liberaram há pouco tempo da carga doméstica e se sentem mais livres quando estão fora de casa. Mas precisam entender que o teletrabalho não é um trabalho doméstico, mas feito em casa. Mulheres, sejam, entendam, organizem-se, prefiram dar duas horas aos seus filhos, que estão crescendo sem mães, em vez do emprego. Empreguem-se da liberdade plena. Impreguinem-se de si mesmas.
Obviamente. Repito. Obviamente. Precisamos fazer o combinado. Meu avô dizia que o combinado não sai caro. Até porque, imagine o cenário, sua casa está pegando fogo, ele está apagando as chamas e dá a hora de encerrar o trabalho do bombeiro. Ele apaga o fogo dos dois ambientes e deixa os quartos sendo consumidos pelo fogo, porque deu sua hora. Tenham a mínima capacidade de entender que a vida é maior que isso. Que se não trabalha com o que quer. Vai embora. Desiste. Chega. Mas não deixem a casa pegando fogo.
E sinceramente. Repito. Sinceramente. Perguntem-se constantemente: quem vocês querem ser quando se libertarem? Pensem nisso. E respirem profundamente. Há coisas bem maiores que ter o sucesso imposto. Imponham-se para elevar a vida coletiva. E enfrentem o medo aproveitando o gostoso da vida. Senão, qual será a sua obra?
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Alguns breves apontamentos em torno do trabalho “Contatos Imediatos”
As faixas de rua estão aí, para todx mundx ver e ler: um misto de mensagens pessoais e anúncios informais dos mais variados, elas são, indubitavelmente, um tipo de gambiarra nas vias que cruzam as cidades, inaugurando, elas mesmas, circuitos paralelos de circulação de informação dentro e fora do perímetro urbano, driblando, digamos, os padrões “oficiais”, convencionados pelas leis do mercado publicitário, majoritariamente massivo e restrito às demandas do capital. As faixas não são exatamente um outdoor, mas funcionam como esse tipo de suporte – medium – funciona, operando, no entanto, num outro tipo de lógica de valores, invertendo-os, se é possível falar assim: por serem extremamente populares, as faixas são muito mais acessíveis e baratas, provando serem bastante eficazes para a veiculação de qualquer gênero de informação. Elas acabam criando, portanto, o seu próprio mercado. Se elas existem, é porque há uma oferta e/ou a demanda de alguma coisa. Em quase 100% dos casos, a maioria das palavras que são veiculadas pelas faixas está escrita em caixa alta. Elas realmente são feitas para serem vistas, e suas mensagens vão desde avisos imobiliários do bairro, como ALUGA-SE e/ou VENDE-SE, a FAZ-SE UNHAS, TEMOS BARRA DE GELO etc., até mensagens de amor das mais românticas e apaixonadas, mas também dizeres políticos, citações da bíblia, anúncios de shows de forró… Tem realmente de tudo.
A verdade é que as faixas de rua, na sua grande maioria, ainda são pintadas à mão, afirmando-se como um trabalho “arcaico” de resistência frente aos avanços incontíveis da técnica, na relação sempre ambígua do homem com a tecnologia; e, nessa lógica de inversão de valores que apontamos, elas conquistaram seu lugar na paisagem da cidade de Fortaleza, cruzando nosso imaginário coletivo comum: todxs nós sabemos, podemos imaginar mais ou menos do que se trata, quando o assunto é faixas. Quer dizer, conseguimos fazer uma imagem mental e, por isso, podemos fazer algumas inferências a priori, predizer seu conteúdo, a depender do contexto. Mas, independente de as faixas criarem, involuntariamente, um certo tipo de estética, no que concerne a seus aspectos mais técnicos, formais e visuais, elas carregam, na verdade, a síntese de um desejo que é partilhado por toda e qualquer faixa, apesar de suas diferenças intrínsecas de conteúdo: elas querem pura e simplesmente comunicar. Estabelecer contato. Fazer ponte. Chegar no outro. É por isso que elas existem. E é por isso que elas são feitas: porque elas têm algo a dizer para alguém. A questão estética vem, assim, num segundo plano, a reboque de outra questão muito mais importante, a de sua funcionalidade. As faixas têm uma função. É por isso que elas existem. Como todxs nós sabemos, “o meio é a mensagem”.
Motivada, então, primordialmente pelo desejo de também querer escrever algo através desse meio, nesse suporte/superfície, experimentar essa grafia e trabalhar com a linguagem das faixas, já considerando-as como um gênero textual per si, com um léxico e especificidades próprios, é que surge o trabalho “CONTATOS IMEDIATOS”1 - que consiste na faixa “TRABALHO/ PELO/ TRABALHO/ símbolo do ZAP + meu próprio número de celular” (com quase 3 metros de comprimento e 85 centímetros de largura, sem contar com as cordas de amarração, de dimensões variáveis, porque dependem de onde a faixa será montada). E mesmo sendo aparentemente simples, porque extremamente compacta e sintética, “– é apenas uma faixa, certo?”, ela acaba por operar em diferentes níveis de ambiguidade, deslocando o espectador/leitor (e quiçá possível interlocutor) sempre para outro lugar, introduzindo e agregando outros pontos de vista, da ordem do inesperado.
Dessa forma, é por instaurar essa zona de instabilidade, já que extremamente movediça, que esse trabalho, a meu ver, torna-se interessante, porque ele articula diferentes camadas de sentido, deslocando-os, na medida em que começamos a refletir sobre essas camadas. Assim, eu gostaria de comentar algumas dessas possibilidades de sentido, para não deixá-las passar em branco:
1) A faixa “CONTATOS IMEDIATOS” foi encomendada. Foi pensada pela artista, mas realizada pela mão de outrem, um profissional da área, o Sr. Cícero. O metro saiu por R$ 12,00, tendo a artista pago no final R$ 36,00 (equivalente a 03 metros de faixa). No recibo do pedido, há uma nota: “Obs. Favor verificar o desenho antes/ não nos responsabilizamos por erros.” O verbo responsabilizar implica uma relação ética. Uma espécie de contrato. O Sr. Cícero tem consciência de que aquilo que a faixa veicula não é seu. “ – É para uma manifestação?”, me perguntou ele. “– De quem é o trabalho?”, me pergunto. 1ª evidência do trabalho: problematização da autoria; quem faz o quê? Como e por quê?;
2) A faixa “CONTATOS IMEDIATOS” é uma performance. “– Como a proposição faixa, um objeto, pode ser uma performance?” Exatamente, sem data ou lugar marcado, sem horário específico, a performance pode acontecer a qualquer momento, por meio do celular, sem o corpo presente da artista no lugar da exposição, mas presente de outro modo, como um corpo virtual, online, um corpo atravessado pela tecnologia, porque o aplicativo do smartphone é o elo. 2ª evidência do trabalho: no jogo interativo da performance, quem escreve o que escreve? É a artista? O que ela escreve lhe pertence? Porque, inclusive, num primeiro momento, o espectador/leitor, agora interlocutor (e ambos exercendo as funções emissor/receptor), não tem nem como saber quem é aquele que fala através dessa faixa, quem é aquele que irá falar no ZAP. É um homem ou uma mulher? É uma máquina? A faixa não traz o nome da artista, mas traz o seu número de celular privado, o seu número pessoal, real, não um chip adquirido só para fazer o trabalho: “– Não é um número comprado somente para fazer esse trabalho, é o meu número de verdade”. Quem quiser pode entrar em contato através do ZAP. Assim, “CONTATOS IMEDIATOS” é um trabalho que articula a um só tempo 2 relações distintas com a técnica, sem, no entanto, hierarquizá-las: uma mais “arcaica” e outra mais “tecnológica”, é um lance duplo.
Por apostar nessa dilatação do corpo presente (através dos aparatos tecnológicos), misturado na temporalidade da vida, misturando arte e vida, que se sugere a montagem do trabalho “CONTATOS IMEDIATOS” em uma zona exterior (RUA), justamente para que o inesperado (aquilo que também está fora, do lado de fora do museu, da galeria, do cubo branco) possa operar: a faixa não se encerra em si mesma (não é um fim em si mesma), ela é uma espécie de ponte, tanto entre o espaço exterior e o museu quanto entre o(s) espectador(es) e a artista. Porque a faixa também é um convite para outra coisa, que não sabemos muito bem como irá acontecer, porque ela depende da interação, ela depende do outro. Depende do contato do outro, via ZAP. É um trabalho imprevisível, um pouco como toda performance o é, quer dizer, lida com esse aspecto, o imprevisível.
E como se dará esse contato? Por mensagens escritas? Por troca de áudios? Por envio de links? De imagens? Por chamadas de voz? Usar o ZAP como plataforma (locus) para a performance implica reconhecer a relevância hoje desse dispositivo tecnológico nas nossas vidas, mas também na perversão/manipulação do(s) seu(s) uso(s) para fins no mínimo mais duvidosos. Suspeitos. Quer dizer: a artista reconhece que os criadores/desenvolvedores dessa ferramenta estão cientes de que ela, a ferramenta, não a artista - quer dizer, talvez a artista também, como qualquer artista em geral -, também funciona como uma forma de manipular as massas, manipular através do encontro/contato individual, particular e privado, mas que essa zona do privado é facilmente corrompida. Vide o uso do ZAP nas últimas eleições presidenciais brasileiras, em 2018. E há um texto muito interessante que assinala exatamente isso, um texto que circulou pelos grupos do ZAP na época das eleições: “O seu tio não é um fascista, ele está sendo manipulado”. Vide toda a discussão da fábrica de FakeNews, Facebook, Cambridge Analítica etc.
O que podemos fazer quando não podemos nos insurgir contra as máquinas? Contra a manipulação das máquinas? Daqueles que as desenharam e as programaram? Podemos tentar confundi-las por dentro, operando dentro delas. Confundir os algoritmos. É exatamente assim que essa performance pretende operar. Confundindo. Mas, ao mesmo tempo, “fingindo” que nada disso está acontecendo. Não dando nas vistas. Porque tudo que irá acontecer é absolutamente real e de viés, como a própria vida.
3) A faixa “CONTATOS IMEDIATOS” veicula uma frase: “TRABALHO/ PELO/ TRABALHO” – da frase em si e seus desdobramentos como tópicos de possíveis interações com os interlocutores:
3.1) língua/estrutura: não se sabe se a primeira palavra “TRABALHO” é um substantivo ou um verbo. A frase quer dizer “O TRABALHO PELO TRABALHO” ou “EU TRABALHO PELO TRABALHO”? Operando com a ambiguidade da língua e no que ela permite (enquanto estrutura) como elipse, como lacuna, ambas as possibilidades são válidas, são aceitas pela língua;
3.2) emissão/recepção: também há outra ambiguidade no que concerne os papéis emissor/receptor, no fato de não sabermos se a faixa está convocando trabalho, do gênero “solicita-se quem está disponível para o trabalho”, ou oferecendo trabalho, “eu ofereço meu trabalho, meus serviços”;
3.3) significado/sentido: há uma sensação de semelhança e equivalência (espelho) entre esses dois trabalhos, sensação esta agenciada pela repetição do vocábulo “TRABALHO”, articulado pela preposição “PELO”. Mas seriam, de fato, esses dois trabalhos equivalentes? Que trabalhos seriam esses? Nos diz a Wikipedia que “a palavra trabalho deriva do latim tripalium ou tripalus, uma ferramenta de três pernas que imobilizava cavalos e bois para serem ferrados. Curiosamente, era também o nome de um instrumento de tortura usado contra escravos e presos, que originou o verbo tripaliare cujo primeiro significado era ‘torturar’”. Assim, pensamos que há, no mínimo, três diferentes tipos de trabalho articulados no “TRABALHO” repetição “TRABALHO”, quase como uma Lei de talião, que estabelece sua própria ética:
3.3.1) o trabalho visto sob a ótica marxista, dividido em “trabalho concreto” e “trabalho abstrato” - através dos quais procuraremos refletir, nas interações do ZAP, sobre o regime capitalista, os modos de produção e de consumo, o caráter fetichista da mercadoria, bem como sobre as estratégias neoliberais dos governos de extrema direita atuais, tais como a reforma da presidência proposta pelo governo do então vigente despresidente da república brasileira;
3.3.2) o trabalho como “obra”, como um meta-trabalho, como uma peça-chave do circuito da arte, que pode funcionar como um catalizador de discussões em torno desse sistema, o trabalho como um modus operandi para incitar reflexões em torno dessa estrutura;
3.3.3) e, por fim, o trabalho como “magia”, como “macumba”, como chave de acesso ao maravilhoso, onde podemos pensar na dimensão simbólica do trabalho, como uma relação com o invisível.
Para tentar exemplificar de alguma forma como esses diálogos, tentativas de diálogo, poderão ser feitos pelo ZAP com os espectadores em potencial do trabalho, disponibilizo aqui alguns diálogos já travados entre mim e a Siri. “Siri é um assistente virtual comandado por voz, de propriedade da Apple. O recurso foi lançado no iPhone 4S e se tornou um sucesso por auxiliar os consumidores a realizarem os mais variados tipos de tarefas apenas ‘conversando’ com o telefone”. Esses diálogos disponibilizados aqui servem apenas como simulação (são meramente ilustrativos) e foram feitos durante o mês de fevereiro de 2018, em diferentes momentos desse período:
Érica Zíngano Érica Zíngano (1980) nasceu em Fortaleza-CE, Brasil. É poeta e também realiza trabalhos em outras linguagens, como artes visuais e performance. Morou quase 8 anos na Europa e em 2019 decidiu voltar ao Brasil. Atualmente faz um doutorado em Literatura Comparada na Universidade Federal do Ceará, estudando Literatura Brasileira Contemporânea. Publicou alguns livros de poesia.
Notas
[1] Escrevi este texto para me inscrever no Salão de Abril – Salão de Arte de Fortaleza – de 2019, mas o trabalho acabou nem sendo selecionando. Na época, ele se chamava “CAIXA ALTA”; talvez tenha sido por isso que ele não entrou? Acho que não. Quem se importa com títulos? Tempos depois, me convidaram para participar de uma exposição coletiva em Fortaleza, do Festival For Rainbow, uma exposição só com mulheres e com curadoria da artista Marina de Botas, mas daí realmente resolvi mudar o título e ficou assim: “CONTATOS IMEDIATOS”. Muito melhor. Quando me convidaram para publicar algo em torno deste trabalho aqui, comecei a mexer numas coisas do texto, mas não mexi muito, porque, senão, não teria mais nenhum texto para publicar. Enfim, relevem às vezes o tom meio “explicativo demais”, era só para conseguir convencer os jurados de que este trabalho era um trabalho legal e seria legal que ele participasse do Salão.
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Após uma manhã de tristeza, que acompanha os outros dias mais recentes em que penso como deixar este meu emprego, comecei a tirar dos bolsos o que levei comigo para a exposição. André, que começou a acompanhar aos poucos esse meu desnudar-se tímido, sugeriu que eu tirasse também o que carregava da minha carteira para o chão, e assim o fiz. Tirei sapatos, meias, crachá e, quando percebi, tirar a camiseta, calça e cueca - o que restava em mim - implicaria em minha demissão por justa causa. A estrutura permissiva deste museu olharia com generosidade o que fiz ali, encarando aquilo como uma proposta arrojada de ação educativa com os públicos, mas não a minha nudez; a minha nudez seria o desvio de conduta; quando a proatividade é tanta que já não é vista como uma mais-valia funcional - um acumular de funções que deu certo (educador-monitor é o artista-etc. que me cabe, Basbaum) -, mas como ingerência e crime também (pois o museu é o mundo mesquinho em que vivemos, Oiticica). Por isso não estive nu. Mas me surpreende minha vontade de nudez. O trabalho que destrói minha vida pôde fazer a expressão da nudez, sempre tão recalcada, se tornar óbvia em sua necessidade ao contexto: penso no impeditivo tácito a que as últimas três coisas que restavam comigo saíssem de mim. Nisso percebo que o que sublinhou minha nudez possível foi sua própria impossibilidade; o meu corpo sendo vilipendiado num tripalium.
Ou talvez estivesse eu disponível junto as coisas ali, no chão, como coisa eu mesmo. E estivesse eu nu pela nudez do que me veste e do que carrego vindo à tona.
(Num outro momento da estrutura de trabalho nesse museu, em 2013, Arantxa disse: https://revistausina.com/2014/08/16/livre-de-taxonomias-enquadramentos-ou-classificacoes/)
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Como vimos durante as aulas, a palavra trabalho vem do latim tripalium (instrumento de tortura constituído de 3 estacas de madeira bastante afiadas) e o seu conceito está inicialmente associado à ideia de escravidão. Isso porque no período medieval, o trabalho era tido como castigo, só os escravos e os condenados trabalhavam. Essa visão de trabalho como algo negativo perdura desde os primórdios da civilização até hoje. É por isso que hoje em dia quando falamos em trabalho geralmente já nos vem na cabeça uma ideia de algo chato, cansativo, doloroso e ruim.
Nos dias de hoje o trabalho é a principal fonte de renda para as pessoas. Os salários variam muito de empresa para empresa, de setor para setor, mas no geral não são muito altos. Assim, aqueles que precisam de uma renda melhor do que a que está sendo proposta, optam por trabalhar em mais de um emprego ou procurar um emprego que pague melhor (porém, mais salário = mais serviço). Isso gera um excesso de trabalho, que pode acabar causando um mal-estar para as pessoas e tornando-as mais vulneráveis a desencadear doenças. E é justamente sobre esse assunto que vamos tratar agora.
Um dos problemas que o excesso de trabalho pode causar é o estresse. E um dos problemas que o excesso de estresse no trabalho pode causar é a síndrome de Burnout. A síndrome de Burnout pode ser por vezes confundida com a depressão, porém não é a mesma coisa. O Burnout é a condição de quem se tornou fisicamente e/ou emocionalmente esgotado depois de realizar um trabalho difícil durante um longo período de tempo. As pessoas que são diagnosticadas com a síndrome jamais imaginavam que a causa de todos os seus problemas estava relacionada diretamente com o seu trabalho (carreira profissional). No Brasil, 72% dos brasileiros sofrem alguma sequela devido ao nível de estresse, sendo que 32% estão em nível de Burnout.
O estresse ataca o indivíduo, o Burnout vai além, pode prejudicar as organizações. Numa instituição onde essa síndrome torna-se frequente, a produção diminui e os funcionários podem realizar um retrabalho, ocasionando atraso e falta de qualidade no serviço.
Em casos mais graves de Burnout, se não tratado, a pessoa pode vir a se suicidar. Na crise de 2008, em Wall Street, foram registrados muitos casos de Burnout, mais de 20 suicídios em uma semana.
O Burnout pode ser influenciado por inúmeros elementos do ambiente de trabalho, bem como:
Trabalho em excesso
Recompensas ou reconhecimento insuficientes
Falta de controle sobre o trabalho
Falta de imparcialidade
Estar na função errada
A síndrome de Burnout é cada vez mais comum nos dias de hoje pelo aumento de ambientes de trabalho hostis e exigentes. Cada vez mais o valor de um ser humano é muito menor que de uma máquina ou de um objeto econômico, aumentando assim a pressão sobre o trabalhador.
Em geral, a síndrome atinge profissionais que lidam direto e intensamente com pessoas e influenciam suas vidas. É o caso de pessoas das áreas de educação, assistência social, saúde, recursos humanos, bombeiros, policiais, advogados e jornalistas.
Os sinais da Síndrome de Burnout são:
Exaustão (esgotamento de energia; emocional, mental ou física)
Falta de motivação (não consegue mais ter ânimo para executar as tarefas)
Frustração, Cinismo e Outras emoções
Problemas cognitivos (falta de atenção, concentração)
Performance diminuída
Problemas interpessoais (conflitos cada vez mais frequentes com os familiares e com os colegas de trabalho)
Insônia
Preocupação com o trabalho em excesso
Satisfação diminuída (insatisfação)
Ansiedade
Isolamento
Problemas de saúde (obesidade, depressão...)
Na maioria dos casos a síndrome é tratada com medicações e terapias. Mas existem outros métodos também que podem ajudar no tratamento, como: o yoga, acupuntura, atividades físicas e meditação.
O que me chamou atenção nessa reportagem, foi o fato dela tratar de muitos assuntos dos quais falamos em aula. Ela traz o assunto de trabalho (e consequência do excesso dele), mostra como a falta de flexibilidade no serviço pode afetar diretamente a saúde do trabalhador, mostra que as relações de trabalho afetam o emocional do indivíduo, mostra que um ambiente de trabalho mais hostil e mais exigente é responsável pelo aumento de pessoas com problemas de saúde, mostra também que pessoas com essa síndrome apresentam mais tendência a se isolarem (falta de interação social) ou no extremo a cometerem suicídio.
Conclui-se então que a organização do trabalho por parte da empresa e sua transmissão para os funcionários deve ser mais flexível, pois assim os funcionários se sentiriam mais acolhidos (e por consequência se sentiriam sob menos pressão), não teriam tanto estresse por conta do trabalho excessivo, e isso evitaria em grande parte os inúmeros casos de pessoas com Burnout causado pelo trabalho. Além disso um ambiente de trabalho com condições agradáveis para se exercer as atividades é essencial para se manter o bem estar da empresa e dos funcionários.
O vídeo abaixo mostra um relato de uma professora diagnosticada com a Síndrome de Burnout.
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Texto: Thainá Bolina Bondanza
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TRABALHO NA PERSPECTIVA DA REFORMA Hannah Arend viveu na França. Morreu em 1975. Foi uma filósofa judia, de origem alemã, que desenvolveu, para o seu tempo e contexto, o que chamou de banalidade do mal. Com esta expressão ela defendeu que, em resultado da massificação da sociedade, se criou uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens sem questionar. Parafraseando-a, respeitosamente, saco de seu contexto o neologismo e arrisco afirmar que, o que presenciei neste mês de maio, que deveria ser de homenagens ao trabalho e ao trabalhador, foi o renascimento da banalização do trabalho e a banalização dos trabalhadores deste Brasil. Hoje o conceito de trabalho deveria estar associado a salário justo e a possibilidade de manter com ele a vida e a família com dignidade. A qualificação e formação para o trabalho deveriam ser premissa importante. Assim também o tema da justiça. Esta que é parceira da paz. A justiça promove a paz. Onde a justiça reina, a corrupção, o tirar vantagem, o apoderar-se do que é público e comum, etc, são eliminados. Ser justo é mais importante do que todas as leis de mercado. Por fim outra questão séria para os nossos dias é a igualdade de oportunidades entre homem e mulher, negro e branco, jovem e idoso, etc. Todos merecem sua oportunidade e vez; todos precisam de dignidade para a vida, também no TRABALHO. Fiquei estupefato quando li que, o verbo trabalhar é proveniente do latim vulgar tripaliar: torturar com o tripalium. Derivado de tripalis, que significava instrumento de tortura de três paus. Daí então entendi porque todo este esforço POR SÉCULOS de ressignificar o trabalho, dando-lhe o devido valor. Encará-lo sob a perspetiva da Benção e da Vocação. Estas foram as duas grandes premissas e heranças da Reforma Protestante para a compreensão de TRABALHO: 1º)BENÇÃO Na ética do trabalho, Lutero (1483-1546) e Calvino (1509-1564) estavam acordes quanto à responsabilidade da pessoa de cumprir a sua vocação através do trabalho. Não há lugar para ociosidade. Com isto, não se quer dizer que a pessoa deva ser um ativista, mas sim, que o trabalho é uma bênção de Deus. Muito menos que seja explorada nesta função.O trabalho deve ser visto primariamente como um privilégio, um compartilhar de Deus com a pessoa na preservação da Criação. Por isso, nunca poderemos ter como meta da sociedade, a ausência do trabalho. Deixar de trabalhar, significa deixar de utilizar parte da sua potência, equivale a deixar parcialmente de ser homem; em outras palavras, seria uma desumanidade. 2º)VOCAÇÃO Até o século 16 vocação era um termo exclusivo para a atividade religiosa. Os reformadores, pelo conceito de Sacerdócio Geral, afirmaram que somos vocacionad@s também para o trabalho secular. Ou seja: também no trabalho do dia a dia Deus está presente e somos animados a fazer bom uso do dom que Deus nos deu. É a presença de Deus, por nós, os vocacionados, em todos os espaços da vida. E esta vocação vale para empregad@s e empregadore@s. O que presenciei nestes últimos meses em nosso país foi uma regressão no que se refere a valorização do trabalho e d@ trabalhador@. Porque tanto pressa para votação de assuntos nacionais pétreos, como os edificados e alcançados pela CLT. Na Câmara de Deputad@s o placar já está dado: 296 X 177. Agora o jogo muda de arena. Está no Senado. E a pressa para a votação só denuncia a BANALIZAÇÃO do tema. Meu coração está de luto frente aos rumos que vejo se delinearem em nosso país, especialmente no que se refere a conquistas mínimas para a MAIOria da população. Quem sabe as novas denúncias apresentadas e divulgadas na última semana nos conduzam a mudanças JÁ! Fonte: Portal Puritanos
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Fotografias sem retoques do trabalho global
Nas últimas décadas do século passado floresceram muitos mitos acerca do trabalho. Com o avanço das tecnologias de informação e comunicação não foram poucos os que passaram a acreditar que uma nova era de felicidade se iniciava: trabalho online, digital, era informacional, enfim, adentrávamos finalmente o reino da felicidade. O capital global só precisava de um novo maquinário, agora descoberto.
O mundo do labor finalmente superava sua dimensão de sofrimento. A sociedade digitalizada e tecnologizada nos levaria ao paraíso. Sem tripalium e quiçá até mesmo sem trabalho. O mito eurocêntrico, que aqui foi repetido sem mediação e com pouca reflexão, parecia finalmente florescer. View On WordPress
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Opinião – O trabalho liberta
Hélder Bruno Martins
É verdade que o termo «trabalho» deriva da palavra latina tripalium – nome de um instrumento de tortura dos Romanos… É também verdade que o cinismo e o sadismo do Terceiro Reich perpetuaram esta máxima como um dos mais tenebrosos slogans da História. Mas não precisamos de ser torturados!
O trabalho é uma das necessidades básicas do ser humano. Não pela necessidade de sobrevivência ou de “subir na vida” a que estamos formatados a associar, mas, acima de tudo, pela necessidade de realização, inerente a todos os indivíduos. A motivação para o trabalho emerge da condição humana. Muitas das maiores produções artísticas (música, literatura, arquitetura, escultura), científicas, sociais e filantrópicas que ficaram na História não tiveram o lucro financeiro como motivação primordial. Foi, antes, a expressão máxima de uma vontade em prol da superação pessoal e, consequentemente, do universo coletivo.
A função do trabalho na sociedade atual limita os indivíduos, muito especialmente os que estão nas cadeias de produção abaixo dos cargos decisórios. E, assim, impede a possibilidade de mais progresso social e económico. Grande parte dos indivíduos está condicionada pelas necessidades materiais a que se impôs (a si e aos seus!). Subjuga-se às funções que lhe são atribuídas (muitas vezes fora dos seus princípios, interesses e motivações, e abaixo do seu potencial criativo, intelectual e operativo) e a tarefas que o desmotivam e não promovem a sua plena contribuição na organização/instituição. Assim se aumenta a despesa e se atrasa o avanço individual e coletivo… O conceito de “trabalho e alienação” desenvolvido por Karl Marx explica este fenómeno: “quanto mais o indivíduo se esgota no trabalho mais ele se torna pobre e menos o mundo interior lhe pertence”; o trabalho “é apenas um meio para satisfazer necessidades externas a ele”; o trabalhador aliena-se também da sua condição humana; é a “alienação do homem pelo homem”. A alienação de hoje resulta, portanto, de uma lógica de sujeição do indivíduo à massificação do consumo. As pessoas sabem disso… Esta tomada de consciência humana inspira a busca da “felicidade” e da “realização” – o estádio a que Demócrito e Epícuro designaram de ataraxia: “a ausência de preocupação, medo e inquietude”. O Epicurismo defendia que a verdadeira felicidade só seria alcançada através da tranquilidade, da libertação do medo e da limitação dos desejos, através de uma “vida analisada”. O atual conceito de trabalho está velho. Trouxe-nos uma visão do mundo e da sociedade individualista, competitiva e mercantilista e artificial. O terceiro princípio do epicurismo para a compreensão dos desejos caracteriza o estádio em que nos encontramos: “desejos não naturais e não necessários: são os que nascem de uma opinião falsa sobre o mundo, incentivados por sentimentos de vaidade, orgulho ou inveja”. Por isso conhecemos cada vez mais casos de pessoas que deixaram tudo o que tinham para viver com mais tranquilidade, mais paz… porque, na realidade, nada tinham.
Algumas empresas já compreenderam esta realidade e têm vindo a implementar medidas para que o/a trabalhador/a se sinta realizada/o e verdadeiramente útil. Só assim conseguem manter as/os mais talentosas/os. O salário já não é condição para manter as/os trabalhadoras/es. Embora cada vez menos pessoas aceitem condições que não correspondem às suas funções. As pessoas passaram a valorizar mais a sua qualidade de vida, a sua realização pessoal, os afetos e os sentimentos, os projetos em que estão envolvidos. O que é compreensível e até louvável…O trabalho liberta, sim, se for com dignidade e reconhecimento (também salarial), motivação e paixão, dedicação e entrega. Se for inspirado por valores, afetos e sentimentos. Nada mais nobre. Nada mais certo.
Opinião – O trabalho liberta
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TRIPALIUM
PORQUE O LEMA TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM É COISA DE PROTESTANTE CAPITALISTA!
o trabalho aliena,
a produtividade mecaniza a humanidade
atividades rentáveis emburrecem
o dinheiro para nada deveria servir
nós, deveríamos servir-nos uns aos outros
o trabalho aliena-te de ti!
e o que precisas?
afundar-te em ti
mergulhar na profundeza do ser
o trabalho atrapalha,
precisa-se de vazio,
esvazia-te!
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TRABALHO NA PERSPECTIVA DA REFORMA Hannah Arend viveu na França. Morreu em 1975. Foi uma filósofa judia, de origem alemã, que desenvolveu, para o seu tempo e contexto, o que chamou de banalidade do mal. Com esta expressão ela defendeu que, em resultado da massificação da sociedade, se criou uma multidão incapaz de fazer julgamentos morais, razão porque aceitam e cumprem ordens sem questionar. Parafraseando-a, respeitosamente, saco de seu contexto o neologismo e arrisco afirmar que, o que presenciei neste mês de maio, que deveria ser de homenagens ao trabalho e ao trabalhador, foi o renascimento da banalização do trabalho e a banalização dos trabalhadores deste Brasil. Hoje o conceito de trabalho deveria estar associado a salário justo e a possibilidade de manter com ele a vida e a família com dignidade. A qualificação e formação para o trabalho deveriam ser premissa importante. Assim também o tema da justiça. Esta que é parceira da paz. A justiça promove a paz. Onde a justiça reina, a corrupção, o tirar vantagem, o apoderar-se do que é público e comum, etc, são eliminados. Ser justo é mais importante do que todas as leis de mercado. Por fim outra questão séria para os nossos dias é a igualdade de oportunidades entre homem e mulher, negro e branco, jovem e idoso, etc. Todos merecem sua oportunidade e vez; todos precisam de dignidade para a vida, também no TRABALHO. Fiquei estupefato quando li que, o verbo trabalhar é proveniente do latim vulgar tripaliar: torturar com o tripalium. Derivado de tripalis, que significava instrumento de tortura de três paus. Daí então entendi porque todo este esforço POR SÉCULOS de ressignificar o trabalho, dando-lhe o devido valor. Encará-lo sob a perspetiva da Benção e da Vocação. Estas foram as duas grandes premissas e heranças da Reforma Protestante para a compreensão de TRABALHO: 1º)BENÇÃO Na ética do trabalho, Lutero (1483-1546) e Calvino (1509-1564) estavam acordes quanto à responsabilidade da pessoa de cumprir a sua vocação através do trabalho. Não há lugar para ociosidade. Com isto, não se quer dizer que a pessoa deva ser um ativista, mas sim, que o trabalho é uma bênção de Deus. Muito menos que seja explorada nesta função.O trabalho deve ser visto primariamente como um privilégio, um compartilhar de Deus com a pessoa na preservação da Criação. Por isso, nunca poderemos ter como meta da sociedade, a ausência do trabalho. Deixar de trabalhar, significa deixar de utilizar parte da sua potência, equivale a deixar parcialmente de ser homem; em outras palavras, seria uma desumanidade. 2º)VOCAÇÃO Até o século 16 vocação era um termo exclusivo para a atividade religiosa. Os reformadores, pelo conceito de Sacerdócio Geral, afirmaram que somos vocacionad@s também para o trabalho secular. Ou seja: também no trabalho do dia a dia Deus está presente e somos animados a fazer bom uso do dom que Deus nos deu. É a presença de Deus, por nós, os vocacionados, em todos os espaços da vida. E esta vocação vale para empregad@s e empregadore@s. O que presenciei nestes últimos meses em nosso país foi uma regressão no que se refere a valorização do trabalho e d@ trabalhador@. Porque tanto pressa para votação de assuntos nacionais pétreos, como os edificados e alcançados pela CLT. Na Câmara de Deputad@s o placar já está dado: 296 X 177. Agora o jogo muda de arena. Está no Senado. E a pressa para a votação só denuncia a BANALIZAÇÃO do tema. Meu coração está de luto frente aos rumos que vejo se delinearem em nosso país, especialmente no que se refere a conquistas mínimas para a MAIOria da população. Quem sabe as novas denúncias apresentadas e divulgadas na última semana nos conduzam a mudanças JÁ! Fonte: Portal Puritanos
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