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‘New York Discotheque’: novo filme de Mario Abbade será sobre a casa de show que iniciou a Era Disco no Brasil

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‘New York Discotheque’: novo filme de Mario Abbade será sobre a casa de show que iniciou a Era Disco no Brasil

O jornalista, pesquisador e diretor Mario Abbade está com a corda toda! Depois de estrear atrás da câmera com o documentário Neville D’Almeida – cronista da beleza e do caos, o cineasta – que atualmente está trabalhando no seu segundo projeto, o documentário Ivan, o Terrível – teve um terceiro projeto confirmado. Segundo Sonia Racy informou em sua coluna no Estadão (15), a produtora Escarlate, a distribuidora Fênix e Mario Abbade, que assina o roteiro, fecharam contrato para a produção de New York Discotheque. O cineasta confirmou a informação por meio de uma postagem no seu Instagram: “The Best Disco in Town vai chegar na telona. Já está mais que na hora de fazer justiça com a discoteca que iniciou a era disco no Brasil”.

O longa é baseado no livro A Primeira e Única New York City, escrito por Abbade em parceria com Celso Rodrigues Ferreira Junior. O filme será rodado em Nova York e no Rio de Janeiro e contará a história do gaúcho Carlos Wattimo, precursor das baladas cariocas na década de 70. Em 20 de maio de 1976, a New York City Discotheque abriu as portas no número 22 da Visconde de Pirajá, em Ipanema. Apesar do país estar sob a dureza do regime militar, os moradores do Rio se depararam com um ambiente festivo e democrático, uma realidade até então inimaginável.

A disco music havia invadido o Brasil com seu universo colorido, transgressor e estava inaugurada a primeira discoteca do país. Com seu ambiente fervilhante, a história da New York está cheia de intriga, drama, humor, sexo e tragédia. O enredo poderia até soar falso, se a verdade não fosse ali testemunhada a cada noite, na pista de dança e nos bastidores. Entre tantas histórias impressionantes há aquelas protagonizadas por celebridades e outras por frequentadores anônimos.

A pista da New York City Discotheque era comandada pelo DJ carioca Ricardo Lamounier que não só deu a Wattimo a ideia de abrir a casa, como ainda sugeriu o nome: “Se em NY havia uma boate chamada Ipanema, por que não haver no Rio uma New York City Discotheque?” (via O Globo). “O que o Rio tinha até então eram boates, não discotecas” – explicou Mario Abbade que foi a algumas matinês da casa em 1979. “A New York City foi a primeira a copiar as discotecas de Nova York, em que a estrela era o DJ, com um sistema de luz impressionante e um som ensurdecedor. O Ricardo entrava em cena rasgando papel laminado e vestindo um macacão de lamê, como se estivesse num palco. E ele trouxe para o Rio as técnicas de mixagem dos DJs americanos” (via O Globo), concluiu Abbade.

Em agosto de 1976, o jornalista, letrista e produtor musical, Nelson Motta abriria a Frenetic Dancing Days Discotheque, uma casa de shows com pista dançante localizada dentro do Shopping da Gávea, na cidade do Rio de Janeiro. Junto com a New York City Discotheque, a Frenetic lançou o estilo disco no Brasil. Recentemente, a história da casa noturna ganhou um musical no teatro intitulado O Frenético Dancing Days, com direção geral de Deborah Colker e texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade, que relembra a discoteca fundada por ele próprio.

Aos amantes do bom e velho vinil, os hits que marcaram os embalos das noites da New York City foram registrados em uma série intitulada New York City Discotheque, composto por um conjunto de 10 discos. Poucas pessoas sabem o valor de discos tão bem produzido como estes com o melhor da época de ouro da discoteca que funcionou entre 1976 e 1979.