#Clara Custódio
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belassexy21 · 4 years ago
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Clara Custódio Nua Anonimatta
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conservadorismodobrasil · 3 years ago
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Nº de desaparecidos quase dobra e vai a 218 em Petrópolis (RJ)
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Subiu de 116 para 218 o número de desaparecidos após a tragédia que devastou a cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro. O número de mortos chegou a 126, segundo o Corpo de Bombeiros. A maioria das pessoas desaparecidas é do sexo feminino, sendo 117 mulheres e 101 homens. Segundo a Defesa Civil, até o momento, o Corpo de Bombeiros RJ resgatou 24 pessoas com vida. A nova conta foi divulgada no início da tarde desta sexta-feira (18). Confira o nome de todos os desaparecidos: 1. AILTON DIAS DE CERQUEIRA – 69 ANOS 2. AMANDA LOUISE BLOWER STOCK – 37 ANOS 3. ANA PAULA PAIXÃO DA COSTA – 46 ANOS 4. ANTÔNIO MANOEL RIBEIRO COURA – 38 ANOS 5. APARECIDA DESIDÉRIO – 46 ANOS 6. ARTHUR MORAES FERREIRA PIRES – 7 ANOS 7. ANA CAROLINE SOARES DE ALMEIDA 8. ANA CLARA RUFINO DA SILVA 9. ANA MARIA DO AMARAL 10. ANDERSON VENTURA AVELAR 11. ANDRÉ CRUZ LOPES 12. ANDREA MARTINS COELHO 13. ANTONIETA BANDIEIRA ECKARDT 14. ANTONIO CARLOS AZEVEDO 15. ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA 16. ANTONIO CARLOS DOS SANTOS 17. ANTONIO CARLOS JUSTINO 18. ANTONIO SOARES 19. ANTONY LUIZ BORGES 20. ARTHUR AFONSO – 40 ANOS 21. ARTHUR AFONSO FERNANDES – 5 ANOS 22. ATÍLIO DE OLIVEIRA 23. ALICE – 2 ANOS 24. ALLANA RIBEIRO LIMA 25. BENTO DE FREITAS GARCIA 26. BERNARDO GOMES DE SOUZA 27. BERNARDO MADURO DE OLIVEIRA BRAGA – 7 ANOS 28. BIRA 29. BRYAN MENEZES LOUREIRO – 3 ANOS 30. CARLOS ALEXANDRE DE OLIVEIRA VIEIRA – 39 ANOS 31. CARLOS AUGUSTO ALBINO 32. CAROLINA FREITAS GARCIA 33. CAROLINA AFONSO 34. CÉLIO LUIZ DA CRUZ LOUREIRO 35. CELSO GONÇALVES 36. CHRISTIANE FERRAZ BLOWER STOCK – 63 ANOS 37. CLÁUDIO FERREIRA 38. CLÁUDIO DOMINGOS OLIVEIRA 39. CLÁUDIO PEREIRA RAMOS 40. DANIEL MARANGUAPE SILVA – 6 ANOS 41. DANIELE GALDINO DA SILVA 42. DAVI DOS SANTOS TAVARES 43. DEBORA MADURO BULLA – 27 ANOS 44. DELCIMAR ADÃO SCHIMITT 45. EDA MARIA FERREIRA DE ABREU 46. EDNARDO CONCEIÇÃO DE SOUZA 47. EDWILSON LEVI DOS SANTOS PASSOS 48. ELAINA GONÇALVES 49. ELENA SANTOS PIMENTA – 3 ANOS 50. ELCIO FREITAS 51. ELI JOSÉ SODRÉ DE NEVES 52. ELISABETE ALVES DE ALCÂNTARA STANZANI BARBOSA 53. ELISABETE PEREIRA CUSTÓDIO DA SILVA 54. EMANUELLY MUSSEL MACEDO DE ARRUDA 55. ENI DOS SANTOS BASTOS BARBOSA 56. ENZO BARREIROS STANZANI 57. ERCÍLIA SALOMÉ DA CONCEIÇÃO 58. ESTEFANE DA MOTTA PEDRO 59. ESTEVÃO PONTE CAVADAS 60. FABIANA DE MELLO COUTINHO 61. FÁBIO JOSÉ GOMES 62. FELIPE CUPIDO VILLAS LOBO GERTHEN – 35 ANOS 63. FERNANDA CRISTINA SOARES 64. FERNANDO SOARES 65. FÁBIO TRISTAN CÂNDIDO MEDEIROS 66. GABRIEL SOARES 67. GABRIEL VILA REAL DA ROCHA – 17 ANOS 68. GIOVANA DE OLIVEIRA COSTA – 13 ANOS 69. GILNEIDA SOUZA REIS 70. GISELAINE MOREIRA DOS SANTOS 71. GISELE MACHADO 72. GERALDO DE PAULA PEREIRA DA SILVA – 63 ANOS 73. GISELE REIS BITTENCOURT – 40 ANOS 74. GRAZIELE MOTA BARREIROS STANZANI – 36 ANOS 75. GIULIA LUIZ RIBEIRO 76. GLEICE ROLANDO DE OLIVEIRA – 43 ANOS 77. HEITOR – 5 ANOS 78. HEITOR CARLOS DOS SANTOS – 61 ANOS 79. HELENA RUTH ALVARO THOMAS – 77 ANOS 80. HELENA SOFIA ROSA 81. IVAN MENEZES DE OLIVEIRA – 10 ANOS 82. IAGO MENEZES DE OLIVEIRA – 12 ANOS 83. IRIS MENEZES DE OLIVEIRA – 20 ANOS 84. IZABEL BALDEZ – 54 ANOS 85. ISABEL CRISTINA SERAFIM 86. JACKSON GAMA GOMES 87. JOÃO CARLOS COSTA OLIVEIRA 88. JOAQUIM GONÇALVES 89. JOYCE DA SILVA AFFONSO 90. JOSÉ LUIZ DA SILVA 91. JOSÉ OLÍCIO DA SILVA 92. JOSÉ RICARDO LOPES DA SILVA 93. JOSÉ RODRIGUES FONTES 94. JOSÉ RUBENS DA SILVA – 52 ANOS 95. JULIANA CASSIMIRO DA PENA 96. JULIANA DOS SANTOS RUFINO PIMENTA – 32 ANOS 97. JACOB SOARES DE MENEZES FILHO 98. KAIQUE SEVERINO CONDE 99. KÁTIA 100. LAÉRCIO DE ANDRADE 101. LAILA RAMOS 102. LARISSA AZEVEDO AFONSO 103. LEILA CRUZ CHAGAS 104. LEOLINA DE JESUS SCHMITT 105. LAVINIA ALVES DE OLIVEIRA – 16 ANOS 106. LEANDRO CAIO DA SILVA FURTADO – 28 ANOS 107. LEONARDO ALVES DE ALCANTARA STANZANI – 38 ANOS 108. LEVY AUGUSTO RIBEIRO – 67 ANOS 109. LIA MACHADO SILVA – 83 ANOS 110. LINDALVA LEITE FILHA 111. LORRAINE CUSTÓDIO DA SILVA 112. LUCAS 113. LUCAS RUFINO DA SILVA – 21 ANOS 114. LUCAS NEVES BANDEIRA 115. LUCIA SILVEIRA 116. LUCIANE NAZARETE FERREIRA 117. LUIZ ANTONIO KRONEMBERG MENDES 118. LUIZ JOSÉ FARIA RAMOS 119. MANOELA ANDRADE 120. MANOELA DE ALMEIDA MENDES 121. MARCELO ANTONIO KRONEMBERG MENDES 122. MARCELO AUGUSTO CARVALHO MACHADO 123. MARCELO COSTA BATISTA DA SILVA 124. MARCELO DE SOUZA 125. MARCELO LUIZ DE OLIVEIRA 126. MARCIO JOSÉ LESSE 127. MÁRCIO CUSTÓDIO 128. MARCO AURÉLIO CEZAR AZEVEDO 129. MARCO AURÉLIO DA COSTA BARCIA 130. MARIA ALICE DE ASSIS CERQUEIRA BATISTA 131. MARIA ALVES DA SILVA 132. MARIA APARECIDA OLÍMPIO 133. MARIA APARECIDA TEODORO DA SILVA 134. MARIA BERNADETE SORGINI – 61 ANOS 135. MARIA DA GLÓRIA CUSTÓDIO 136. MARIA DAS GRAÇAS DO AMARAL – 69 ANOS 137. MARIA DAS GRAÇAS DE PAIVA DESTRO – 72 ANOS 138. MARIA DAS GRAÇAS SENRA DE OLIVEIRA 139. MARIA EDUARDA 140. MARIA EDUARDA DA SILVA MARIANO 141. MARIA EDUARDA DE ALMEIDA DA SILVA 142. MARIA HELENA DE SOUZA XAVIER 143. MARIA HELENA LOURENÇO JULIANO – 65 ANOS 144. MARIA ISABEL FERNANDES DE CARVALHO 145. MARIA ROSA DOS SANTOS 146. MARILZA MARCOLINO FERNANDES 147. MÁRIO AURÉLIO CESAR DE AZEVEDO 148. MARISLEI GONÇALVES 149. MARLI PALUTINI DA SILVA 150. MAURICIO VALÉRIO – 66 ANOS 151. MICHAEL VARGAS VIEIRA DA SILVA 152. MICHELE APARECIDA DOS SANTOS AZEVEDO 153. MILLA DO NASCIMENTO MACHADO SILVA – 13 ANOS 154. MILENA SOPHIA ROSA 155. MILTON FRANCISCO CHAGAS 156. MONIQUE DA SILVA SOARES 157. MURILO COSTA BAPTISTA DA SILVA – 24 ANOS 158. NATHALY VITORIA ROSA FELIPE DOS SANTOS GONÇALVES – 12 ANOS 159. NATHALIA BESSA – 26 ANOS 160. NILMA DAS GRAÇAS SOARES DE MENEZES – 65 ANOS 161. NEEMIAS RAFAEL DA SILVA TOMÉ 162. NILSON CARLOS DE OLIVEIRA 163. NIRLEY BATISTA SANTOS 164. OLGA SORGINI CORTESI 165. ONOFRE ROSA FILHO 166. OTTO KARL HEIL STOCK – 64 ANOS 167. OSWALDO ROCHA DE SOUZA FILHO 168. PÂMELA BERNARDES DA SILVA 169. PATRÍCIA DE FÁTIMA BENTO DE ALMEIDA – 41 ANOS 170. PAULA EDSON CORREA BRANCO 171. PAULO ALBERTO GUEDES DA SILVA 172. PAULO SERGIO BAPTISTA DA SILVA – 64 ANOS 173. PEDRO HENRIQUE BRAGA GOMES DA SILVA – 8 ANOS 174. PEDRO HENRIQUE MADURO BRAGA 175. PRISCILA FEITOSA DO NASCIMENTO 176. RAFAELA AMANDA DA SILVA TOMÉ 177. RANYA DOS SANTOS ARAÚJO 178. RENATA DA ROCHA ROMEU – 48 ANOS 179. RENATA PRISCILA SOARES – 48 ANOS 180. RITA DE CÁSSIA MOFFATT PERLINGEIRO 181. ROBSON VINICIUS DA COSTA 182. RODOLFO PERLINGEIRO DE JESUS 183. ROSÂNGELA DE CARVALHO GOMES 184. ROSILENE ASLINE 185. ROBERTA RIBEIRO DOS REIS 186. SAYMON MULLER DE MELO 187. SANDRA HELENA DE LIMA 188. SARA CASSIMIRO 189. SARAH WALSH DE ALBUQUERQUE – 32 ANOS 190. SAULO DE ANDRADE 191. SERGIO GOMES DE OLIVEIRA 192. SHEILA SARDINHA DE MATOS COIMBRA 193. STEPHANIE DO NASCIMENTO MARANGUAPE SILVA – 11 ANOS 194. SIDINEI SOARES CARDOSO DE ANDRADE – 53 ANOS 195. SIMONE RAESK MOURA – 49 ANOS 196. SONIA REGINA BAPTISTA DA COSTA – 61 ANOS 197. SUELEN ROSA FELIPE – 39 ANOS 198. SOFIA SORGINE OLGA 199. SOLANGE NEVES 200. SOPHIA DE SOUZA AFFONSO 201. SOPHIA DE FREITAS GARCIA 202. SUZANA DE SOUSA GONÇALVES BARBOSA – 16 ANOS 203. TALITA DA SILVA – 28 ANOS 204. THIAGO DE CARVALHO DAS GRAÇAS 205. THIAGO FONTES DOS ANJOS – 22 ANOS 206. TANIA LEITE DE CARVALHO 207. TAYLANE DE SOUZA DOS SANTOS 208. THIAGO PEREIRA CHAVES 209. VALDECIR AFONSO 210. VALDIRÊS DE ALMEIDA XAVIER 211. VALERIA DA COSTA MADURO – 55 ANOS 212. VÂNIA PLATEZ DE SOUZA 213. VERA LUCIA ALVES DE ALCÂNTARA DIAS – 59 ANOS 214. VERA LÚCIA NASCIMENTO SILVA 215. VITÓRIA CRISTINE PEREIRA RAMOS 216. VITÓRIA MOURA BENTO RICON 217. WALLACE REIS BITTENCOURT DE ANDRADE 218. WERVERSON GOMES MARTINSO post Nº de desaparecidos quase dobra e vai a 218 em Petrópolis (RJ) apareceu primeiro em Gazeta Brasil - O que está acontecendo no Brasil e no Mundo agora..O post Nº de desaparecidos quase dobra e vai a 218 em Petrópolis (RJ) apareceu primeiro em Gazeta Brasil - O que está acontecendo no Brasil e no Mundo agora.. Read the full article
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jessicacorrea · 6 years ago
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estudante de 21 anos que morreu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Goiânia Leste (HGL), no Setor Universitário, foi estuprada no dia em que deu entrada na unidade. é isso que destaca a delegada Paula Meotti, da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). o suspeito do crime é o técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos, de 41 anos, que se apresentou de forma espontânea à delegacia, mas foi preso após expedição de prisão preventiva dada pelo juiz Alessandro Manso e Silva, da 7ª Vara Criminal.
o técnico de enfermagem trabalhava há um ano e cinco meses no hospital. de acordo com Paula, a estudante deu entrada na unidade no último dia 16 de maio com quadro de crises convulsivas, das quais a família relatou que a jovem sofria desde os 14 anos. diante do seu quadro, ela precisou ser internada na UTI e, na madrugada desse primeiro dia internação, o técnico teria cometido os abusos. “as imagens são claras. ele se aproxima próximo ao leito da vítima, fecha a cortina do leito ao lado e coloca as mãos por debaixo do lençol, na região da genitália da vítima, e pratica atos libidinosos. isso teria começado por volta das 2 horas da manhã e se estendido até após às 3 horas [da manhã]”, destaca Paula.
a delegada conta que as imagens mostram que, quando o ato foi mais contundente, a estudante se contorce e quase cai do leito quando era abusada. segundo Paula, como a paciente tinha oscilações de consciência, ela estava amarrada na cama, o que impossibilitava a reação da vítima.
a paciente contou o abuso na manhã do dia seguinte, para enfermeira que realizou Boletim de Ocorrência, que foi demitida juntamente com o estuprador para encobrir o caso. quando a mãe foi vê-la, relatou que ela estava inquieta e que parecia que queria contar alguma coisa, o hospital justificou que era apenas mudança de humor decorrente das convulsões e a SEDOU! dias depois a jovem MORREU!
o hospital tentou abafar o caso, todos iriam sair impunes! https://www.instagram.com/p/ByF7_MdAgkF/?igshid=179vcd91wjl9b
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raulmottajunior · 6 years ago
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Depois de dez anos na fila de espera, Paraty e Ilha Grande receberam, na manhã desta sexta-feira, o título de Patrimônio Cultural e Natural Mundial pela Unesco . Após a recusa em 2009, o município se tornou candidato no ano passado e conquistou agora o reconhecimento de primeiro sítio misto do Brasil nessa seleta lista. O dossiê apresentado na 43ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial em Baku, no Azerbaijão, foi aceito graças ao incremento de uma palavra-chave em relação à tentativa anterior: biodiversidade. Feito inédito na América Latina Unindo os destaques culturais e ambientais em um só planejamento, que agora promoverá um plano de integração entre os dois setores, Paraty realiza um feito inédito na América Latina. O lugar é o primeiro sítio misto da região onde se encontra uma cultura viva. Todos os demais sítios mistos do continente, como Machu Picchu, no Peru, são sítios arqueológicos em uma paisagem natural. — Nós, orgulhosamente, voltamos para casa com esse título na bagagem. Em Paraty e Ilha Grande, uma área com diversas reservas ecológicas, vemos de maneira excepcional e única uma conjunção de beleza natural, biodiversidade ímpar, manifestações culturais um fabuloso conjunto histórico, e importantes testemunhos arqueológicos para a compreensão da evolução da Humanidade no planeta Terra — comemora a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa. Secretário estadual de turismo, Otávio Leite destacou o orgulho proporcionado pela conquista: - Agora, temos que pensar em preservar, enaltecer, trazer turistas e o mundo para desfrutar desse encanto, que está sendo reconhecido por esta instituição. O prefeito de Paraty também comentou o título concedido à cidade: - Receber hoje o título de Patrimônio da Humanidade da Unesco é a demonstração de que construímos algo importante em relação à conservação da nossa história e biodiversidade. Buscamos este título h�� muitos anos e apenas agora foi possível. Este é um momento único e especialmente importante para todos os moradores de Paraty - afirmou Valceni Teixeira. Comerciantes e moradores do município veem com bons olhos o reconhecimento dado pela Unesco. A expectativa é de mais força na preservação do meio ambiente. — Imagino que com os olhos do mundo voltados para cá, a preservação vá ganhar força. É importante que a gente consiga manter nossas preciosidades — exalta a comerciante local Mônica Woltin, de 55 anos. Anteriormente não citadas pelo projeto, que exaltava apenas o lado histórico da pequena cidade, as áreas do Parque Nacional da Serra da Bocaina, do Parque Estadual da Ilha Grande, da Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e da Área de Preservação Ambiental de Cairuçu tomam o protagonismo do ambicioso estudo. Juntas formam um cinturão de mata nativa de quase 150 mil hectares permeados por registros arqueológicos de diferentes idades que abraça o Centro Histórico de Paraty e o Morro da Vila Velha. A área espalhada por seis municípios — quatro de São Paulo - contabiliza 36 espécies vegetais raras, como a caixeta, também chamada de pau-paraíba por muitos, e de suma importância ambiental. A árvore tem uma madeira bastante maleável e �� muito utilizada pelos caiçaras, povo tradicional da região, para produção de instrumentos musicais. OS TESOUROS NATURAIS DE PARATY E ILHA GRANDE 1 de 4   Parque Estadual da Ilha Grande Cenário exuberante da Ilha Grande Foto: Alex Ferro em 23.07.2003 / Agência O GloboFoto: Alex Ferro em 23.07.2003 / Agência O Globo Considerada uma joia de mar azul, rios e cachoeiras, também tem muito verde: as florestas ocupam mais de 90% de sua área APA de Caiçuru O Saco do Mamanguá é uma entrada de mar. Tem 8 quilômetros de extensão e 2 quilômetros de largura Foto: Custódio Coimbra / Agência O GloboFoto: Custódio Coimbra / Agência O Globo Com 63 ilhas, tem entre as atrações a Praia do Sono, Trindade e o Saco do Mamanguá, além da cultura caiçara, quilombola e indígena Parque Nacional da Serra da Bocaina Na Serra da Bocaina, beleza natural de tirar o folêgo Foto: Marizilda Cruppe em 23/07/2003 / Agência O GloboFoto: Marizilda Cruppe em 23/07/2003 / Agência O Globo Além de observar a rica biodiversidade, visitantes podem percorrer parte do Caminho do Ouro e apreciar a vista da Ilha Grande Reserva Biológica da Praia do Sul Vista aérea da Ilhota do Leste, que separa as praias do Sul e do Leste Foto: Custódio Coimbra / Agência O GloboFoto: Custódio Coimbra / Agência O Globo Na Ilha Grande, esse paraíso bem preservado é guardado a sete chaves e só pode ser visitado com autorização do Inea — Recebemos em maio deste ano, do Icomos e da IUCN, órgãos assessores da Unesco, parecer técnico favorável ao reconhecimento de Paraty e Ilha Grande, em Angra dos Reis, como sítio misto de excepcional valor universal. A candidatura defendia que, além de sua riqueza cultural, o sítio encanta por sua exuberante beleza natural e biodiversidade — afirma o diretor de Patrimônio Mundial do Iphan, Andrey Rosenthal. Há onze áreas-chave para preservação da biodiversidade da região, de acordo com relatório da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). A própria Unesco destacou como fundamental o registro cultural atrelado ao meio ambiente. Os povos tradicionais se mantêm preservados graças ao trabalho de conservação da vegetação local, o que cria um efeito dominó em prol da biodiversidade da área. Na Serra da Bocaina, os visuais deslumbrantes da "parte alta" atraem turistas. Por lá, há trilhas de diferentes níveis de dificuldade para mirantes, picos e cachoeiras. A visão oposta é o litoral, onde ficam as famosas praias da Caixa D'Aço, além de piscinas naturais. O deslumbrante visual tem acesso fácil e é cercado pelo verde da Mata Atlântica.  — Ainda há como se explorar turísticamente muito essa região. Temos uma joia natural aqui, um presente do mundo para toda a população e os visitantes. Aliar o turismo com a preservação ambiental é fundamental — comenta o guia local Ubirajara Fernandes, de 36 anos.  No que se refere à fauna, um detalhe que chama a atenção é o total de répteis e anfíbios encontrados: 125 espécies de anuros, o que significa 34% do total de espécias já registradas na Mata Atlântica. Há também 27 espécies de répteis conhecidos, além de um total de 150 mamíferos.  Funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) comemoram o reconhecimento para a região. Segundo eles, o trabalho que vem sendo feito na área tem dado muita atenção aos povos tradicionais — indígenas, caiçaras e quilombolas. — Antes não existia o diálogo aberto, uma ponte de contato entre os responsáveis pela preservação por parte do governo e quem sempre viveu aqui. Foi sendo construído esse diálogo, e apresentamos um grande registro que abrange os sítios arqueológicos e esses grupos — comenta uma das pesquisadoras. Ambientação de séculos passados A pacata cidade de Paraty tem o potencial de imersão ao levar os turistas a uma ambientação digna de séculos passados no caminhar pelo Centro Histórico. As ruas de pedras com construções coloniais bem preservadas entregam um cenário atípico de ser  visto no mundo contemporâneo. A "Veneza fluminense", como chamam alguns moradores devido aos momentos de maré alta, encanta a todos. — A natureza é assim. Ela pega de volta o que a pertence sempre que pode, mas logo nos devolve. A maré vem, faz o charme e vai embora — brinca o barqueiro Omerandino Carvalho de 65 anos, que fala com orgulho dos mais de 50 anos de vida no mar. O novo estudo não se tratava apenas de um planejamento maior e sim de uma nova ótica e percepção das áreas para criação do estudo. O processo é parte de uma longa reestruturação de mapeamento de toda região.  Em contrapartida, o governo brasileiro prestará contas do monitoramento que já vem sendo feito. A Unesco, por conta própria, fiscalizará questões além do detalhado pelo Ministério do Meio Ambiente.  — Quando concedem um Patrimônio Mundial, é para o longo prazo, é importante uma visão mais clara disso. Não acontecerá uma mudança imediata com o título. A cidade não enriquecerá, novas equipes não serão enviadas. A fórmula do sucesso é manter o trabalho — explica uma pesquisadora do Instituto.  Todas as candidaturas a Patrimônio Mundial começam com a inscrição na lista indicativa, depois há uma missão de assessoramento do Icomos ou IUCN, órgãos técnicos da Unesco, construção do dossiê preliminar, missão de avaliação, entrega do dossiê final e por fim o parecer dos avaliadores, que serão enviados ao relator do Comitê da Unesco, junto ao dossiê. A avaliação dos órgãos técnicos é o que subsidia a votação dos membros do Comitê. A cada ano, um bem brasileiro é submetido à avaliação do Comitê do Patrimônio Mundial. Em 2020, será o Sítio Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro. Em 2021, será a vez dos Lençóis Maranhenses (MA), como Patrimônio Natural. — O Brasil tem tudo para ter mais um bem reconhecido como Patrimônio Mundial — afirma Andrey Rosenthal. De acordo com o Iphan, o título da Unesco cria um compromisso internacional de preservação do local. O plano de gestão compartilhada do sítio, construído com representações locais, mapeia riscos e aponta ações para minimizar possíveis ameaças ao valor universal excepcional do sítio. Conheça a história da região de Paraty e Ilha Grande A região escolhida pela Unesco como patrimônio mundial era originalmente habitada por indígenas. Paraty era dominada pelos guaianases, enquanto tamoios habitavam a Ilha Grande. Com a chegada dos colonizadores no século XVI, os dois locais seguiram caminhos distintos. O núcleo urbano que originaria Paraty foi estabelecido no entorno da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, erguida em 1646. A localidade foi a primeira do Brasil a ser oficializada em função de uma demanda popular, já que se separou da vila de Angra dos Reis em 28 de fevereiro de 1667. No século XVIII, o local funcionou como porto de escoamento para o ouro e as pedras extraídos em Minas Gerais e iniciou a produção de cana-de-açúcar. A região chegou a abrigar mais de 250 engenhos. Entre 1720 e 1726, Paraty deixou de pertencer à capitania do Rio de Janeiro e integrou o território da capitania de São Paulo. O início do cultivo de café no Vale do Paraíba no século XIX mudou o tipo de mercadoria escoada pelo porto de Paraty para a Europa. A mudança do status de vila para condado em 1813 e de condado para cidade em 1844 mostram o prestígio crescente do atual município à época, quando 16 mil pessoas viviam ali. A criação de uma ligação ferroviária entre Rio e São Paulo via Vale do Paraíba na segunda metade do século XIX diminuiu a importância de Paraty, embora tenha permitido que sua estrutura arquitetônica ficasse preservada. A partir de 1973, a abertura da rodovia Rio-Santos começaria um novo ciclo de prosperidade em Paraty, que hoje tem o turismo como uma de suas principais atividades econômicas. Já no caso da Ilha Grande, é marcante a presença de tribos nativas nos primeiros anos de colonização. Descoberta em 06 de janeiro de 1502 pelo navegador Gonçalo Coelho, a ilha já era chamada de grande pelos tamoios que viviam ali. Eles a denominavam "Ipaum Guaçu" ("Ilha Grande", na língua deles). Entre 1554 e 1567, a região foi um dos principais núcleos de resistência da chamada Confederação dos Tamoios, revolta que opôs portugueses a uma aliança formada por indígenas brasileiros e franceses. A ocupação não teve grandes avanços até o século XIX, quando Dom Pedro II esteve na atual Vila do Abraão. Existe no local até hoje um banco onde o então imperador descansava durante sua passagem pela região. Na década de 1940, a criação do Instituto Penal Cândido Mendes transformaria Ilha Grande em sinônimo de um dos presídios mais temidos do país. Por lá, passaram personalidades como o escritores Graciliano Ramos e Nelson Rodrigues, o transformista Madame Satã e o político Luiz Carlos Prestes. Durante a ditadura militar, a mistura de presos políticos com criminosos comuns no local daria origem ao crime organizado no Brasil. A desativação definitiva do espaço se deu em 1994. Fonte: O Globo Postado por: Raul Motta Junior Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
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reginaldodpg · 4 years ago
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Escrava Mãe ,Conheça a história da novela ,Escrava Mãe,
A trama, escrita por Gustavo Reiz, fala sobre o amor que uniu Juliana e Miguel, os pais de Isaura, protagonista da obra que é um clássico brasileiro,
Algumas histórias são tão marcantes que atravessam gerações. É o caso de A Escrava Isaura, obra de Bernardo Guimarães. A trajetória da escrava de pele clara que vivera perseguida pelo obcecado senhor Leôncio ganhou o mundo pelas páginas e telas, tornando-se uma das mais conhecidas tramas brasileiras.
Mas toda história tem um começo. E nada disso aconteceria sem os personagens e enredos de Escrava Mãe, novela de Gustavo Reiz, livremente inspirada no clássico literário. A história inicia-se em 1789, na região de Angola, na África, principal mercado abastecedor de escravos para as plantações de cana-de-açúcar do Brasil. É de lá que são trazidos os africanos Kamau e Luena, a bordo de um navio negreiro. Ao chegarem em solo brasileiro, os dois conseguem fugir e recomeçam suas vidas em liberdade, mas sempre assombrados pelo terror da escravidão.
Quando uma nova vida se anuncia, Luena frustra-se ao notar a pele mais clara da filha: aquela criança era fruto da violência que sofrera durante a travessia do oceano. Os mesmos homens que invadiram a tribo na África, comandados pelo vilão Osório, retornam para buscar a “mercadoria” que haviam perdido.
Luena morre ao dar à luz, mas consegue entregar o bebê ao menino Sapião (Sidney Santiago), que foge desesperadamente enquanto Kamau é aprisionado, prometendo um dia voltar para buscar aquela criança, a quem considerava sua filha.
Sapião é acolhido em uma grande fazenda açucareira, a Engenho do Sol, e a menina, que ganha o nome de Juliana, será criada com Teresa e Maria Isabel, filhas do coronel Custódio e dona Beatrice Avelar. Se aquele momento já representava uma mudança brusca na vida de Juliana, sua história seria ainda mais repleta de reviravoltas e emoções.
Ao completar 18 anos, Juliana conhece a verdade sobre seu passado, revelado por Tia Joaquina. Grande amiga da sinhá Teresa, de quem sempre fora mucama, Juliana fica completamente perdida ao saber que era fruto de uma violência. Jura a si mesma que jamais deixaria um homem branco tocá-la. E em um momento de desespero que ela conhece o jovem português Miguel, um viajante em busca de trabalho na Vila de São Salvador.
No tão marcante ano de 1808, quando a Corte Portuguesa se transfere para o solo brasileiro, a Vila de São Salvador vivia um momento próspero, sendo bastante beneficiada pelo ótimo desempenho da cultura da cana-de-açúcar. Além de aumentar o poder dos senhores de engenho, isso também atraía bastante gente para a região, em busca de melhores condições de vida. Mas a verdade era que Miguel buscava respostas para um grande mistério que envolvia a morte de seus pais.
O rapaz será o grande amor da vida de Juliana, mas também despertará o interesse de Maria Isabel, a filha do coronel Custódio, que nunca se conformara com o tratamento diferenciado que a escrava recebia.
Contando com a fiel e sarcástica mucama Esméria, Maria Isabel não medirá esforços para prejudicar Juliana, jamais aceitando ser afrontada por uma escrava. Como se não bastasse a perseguição da sinhá, Juliana também enfrentará um obstáculo muito poderoso, o Comendador Almeida.
Ao casar com Teresa por um arranjo que tiraria sua família da ruína financeira, Almeida se torna o novo senhor da Engenho do Sol e reacende uma rivalidade histórica com a família do coronel Quintiliano Gomes, dono da fazenda Doces Campos. Guilherme, filho deste poderoso senhor, correspondia-se às escondidas com Teresa, que também o amava, apesar da inimizade entre seus pais.
O casamento de Teresa e Almeida marcará o reinício de uma guerra entre as famílias mais poderosas da região e uma fase terrível na vida de Juliana, pois seu novo senhor ficará completamente obcecado por ela.
Juntos, Juliana e Miguel viverão uma intensa e movimentada história de amor, enfrentando inimigos poderosos e obstáculos aparentemente intransponíveis, como o preconceito de uma época que vive à sombra da escravidão. Além de uma trama central forte e emocionante, Escrava Mãe conta com outras histórias de amor, aventura, suspense e comédia.
A pensão Jardineira, taverna liderada por Rosalinda, é o ponto de encontro dos homens do lugar. Por conta disso, um assunto recorrente na Vila é a histórica rivalidade entre Rosalinda e dona Urraca de Almeida, mãe do comendador Almeida. D. Urraca sempre se nomeara a defensora da tradição e dos bons costumes, criticando abertamente o comportamento da inimiga e suas florzinhas, Dália, Petúnia e Violeta, que vivem com ela na taverna. A guerra entre as duas geralmente é aplacada pelo capitão Loreto, chefe da guarda e responsável por manter a ordem na colônia.
Em um período em que a circulação de informações e novas ideias poderiam representar uma ameaça à Coroa, quem também se torna um problema para o capitão é o professor Átila. Determinado a criar um jornal na Vila e espalhar suas ideias abolicionistas, o escritor desperta o interesse de muitos jovens, como a sinhazinha Filipa, filha do coronel Quintiliano Gomes. Não satisfeita com a realidade das mulheres da época, ela está à frente de seu tempo e não se conforma com o tratamento dado aos escravos. Lutará pela igualdade e tomará para si a missão de descobrir um mistério que rondava a morte de sua mãe.
Com um minucioso trabalho de pesquisa, a vida dos escravos na época colonial é retratada ressaltando a trajetória dos homens e mulheres que contribuíram para a construção de nosso país.
A herança cultural, os sonhos, os medos, os anseios por liberdade, o ódio contra a dominação e os dois lados do processo de exploração são alguns dos temas abordados ao longo de toda a trama por meio de personagens como Juliana, Tia Joaquina, Esméria, Catarina, Sapião, Tito Pardo, entre outros.
Além de entreter e emocionar, Escrava Mãe é uma novela que traz à tona assuntos importantes sobre a construção do nosso povo, mostrando que relações bonitas e verdadeiras também podem surgir nos momentos mais turbulentos. E as histórias que atravessam o tempo, como o amor de Juliana e Miguel por sua filha Isaura, merecem ser contadas desde o início.
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Comissão Arns: momento de 'estado de alerta' por democracia e direitos humanos
 Quase ao final da instalação da Comissão Arns de Direitos Humanos, o presidente do colegiado, o ex-ministro Paulo Sérgio Pinheiro, pediu que todas as entidades que atuam na área "mantenham-se em estado de alerta" para combater o autoritarismo e a violência. "O momento do Brasil é crítico", afirmou Pinheiro.
"Conquistas postas em xeque aprofundam um processo de 'desdemocratização'", acrescentou, enfatizando o caráter plural do colegiado, que tem 20 fundadores (confira os integrantes ao final do texto). "A Comissão não tem partido. Não somos uma frente política", lembrou, ao manifestar a preocupação de se contrapor "aos horrores presentes".
Os discursos não citaram explicitamente o governo Bolsonaro, mas muitos fizeram referências claras ao que apontam como ameaça real de retrocessos políticos e institucionais, citando a Constituição e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em 2018 completaram 30 e 70 anos, respectivamente.
A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, por exemplo, cunhou o termo "necropolítica" ou "tanatopolítica": "Há de fato uma gestão da vida coletiva que se organiza a partir da morte". Deborah citou o decreto sobre armamento e o projeto de lei do governo que "hiperdimensiona o Direito Penal", falou em "certa leniência com a tortura" e apontou um "discurso muito forte da autorização para matar".
Também lamentou, como outros, a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar. Ao destacar a existência de uma Carta que apostou na igualdade, acrescentou que "já estamos vivendo um regime que eu diria quase de ruptura com essa Constituição".
·         Agressão a direitos humanos
O decano do grupo, o também ex-ministro José Gregori, responsável pela leitura do estatuto e pela instalação formal, reforçou a característica da Comissão Arns, com sua "multiplicidade de visões" e que pode comportar, inclusive, adversários políticos. "Cada um terá sua militância partidária, seus julgamentos históricos, suas preferências. Mas quando o presidente Paulo Sérgio Pinheiro abrir a sessão, aí os adversários políticos se tornam parceiros."
Para Gregori, a Comissão é "auto-explicativa", diante do momento que vive o país, com os direitos humanos sendo "agredidos, distorcidos, atacados, e não se diga que foi apenas com palavras". Segundo ele, qualquer Estado democrático de direito precisa ter dois orçamentos: um econômico-financeiro e outro "institucional, democrático e civilizatório".
"Não podemos falhar na defesa desse patrimônio", completou, lembrando sua condição de ex-estudante da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, centro paulistano – a Comissão foi instalada, nesta quarta-feira (20), na histórica Sala dos Estudantes da instituição.
O objetivo declarado da Comissão Arns "é dar visibilidade e acolhimento institucional a graves violações da integridade física, da liberdade e da dignidade humana, especialmente as cometidas por agentes do Estado contra pessoas e populações discriminadas, como negros, indígenas, quilombolas, pessoas LGBTs, mulheres, jovens, comunidades urbanas ou rurais em situação de extrema pobreza".
Segundo o jurista Belisário dos Santos Júnior, o grupo começou a ser formado no ano passado, após seguidas reuniões. "Diante de tantos casos de ódio, (os participantes) entenderam que era preciso continuar juntos", lembrou, considerando que a força da Comissão vem justamente de sua diversidade.
·         Valores fundamentais
Ex-presidenta da Comissão Justiça e Paz, da Arquidiocese de São Paulo, referência no ativismo dos direitos humanos a socióloga Margarida Genevois tornou-se presidenta de honra da Comissão Arns, referência ao cardeal-arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns, que ela conheceu bem. Prestes a completar 96 anos, em março, ela falou em "articulações" para implementar retrocessos e defendeu a preservação de valores fundamentais da sociedade, citando os "mortos e desaparecidos de Brumadinho", a recente chacina no Rio de Janeiro e o que chamou de "cotiano de violência no país".
"Vejo companheiros de tantos anos e também muitos jovens", disse Margarida, dirigindo-se à plateia. "Nós precisamos de vocês", acrescentou, pedindo apoio dos estudantes. "Poderemos sentir medo e insegurança, mas sempre lembraremos da voz firme dizendo: coragem!", concluiu Margarida, lembrando de um brado constante do cardeal, que morreu em 2016.
Para o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos, Leonardo Pinho, o país vive "tempos de negação, de afronta à democracia" e precisa de "uma democracia de alta intensidade". Ele também fez referência a "autoridades públicas tentando negar e reescrever a história do país".
Outro convidado da sessão de abertura, o ativista Toni Reis, primeiro presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), fez a citação mais explícita a um integrante do governo, no caso a ministra Damares Alves: "Nossas cores são muito mais que o azul e o rosa. A gente tem de compor esse arco-íris livre". Em "tempos de banalização do mal", ele defendeu o entendimento. "Diálogo não é adesão, constrói pontes e derruba muros. Vamos dialogar com todo o campo progressista", pediu, acrescentando também ser contra "a destruição da família", mas ampliando esse conceito.
Reis lembrou o julgamento, em curso nesta quarta, de ações que pedem a criminalização da homofobia. "Somos a única minoria que não tem proteção jurídica específica", afirmou. Depois do ato, o ativista seguiria para Brasília, a fim de acompanhar a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).
·         "Nunca se matou tanto"
O advogado Rafael Custódio, da ONG Conectas afirmou que "nunca se prendeu tanto, nunca se matou tanto no Brasil" e falou em "nova onda obscurantista" no país. E acrescentou que o país tem "um dos sistemas de segurança mais letais do mundo", além de sistema criminal "seletivo". Integrante da Comissão Arns, o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, citou os snipers, atiradores de elite defendidos, por exemplo, pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. "Não queremos fuzis. Queremos escola", afirmou, citando a "onda tenebrosa que ameaça a sobrevivência de todos nós".
Presidenta do Centro Acadêmico XI de Agosto, a estudante de Direito da USP Laura Arantes destacou o simbolismo do local de instalação da Comissão Arns, a chamada Sala dos Estudantes, com um cutucão à instituição. Segundo ela, enquanto os alunos se reuniam ali para discutir a resistência a ditadura, "na sala dos professores desta casa era escrito o Ato Institucional número 5".
Vice-presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luiz Viana foi um dos últimos oradores – e também falou em tempos "sombrios". "Não há democracia se não há eficácia real de direitos humanos, e não há direitos humanos sem democracia", afirmou. "Nunca sociedade violenta e excludente, só podemos esperar exclusão e violência".
Já no início da tarde, quando o ato terminou, o jurista e professor emérito Fábio Konder Comparato comentava, com humor, as circunstâncias históricas de criação do colegiado. "Eu não esperava essa espécie de ressurreição, voltando a nos animar depois do desastre político. Acho que é fundamental trabalhar com a juventude", acrescentou o advogado, que completará 83 anos em outubro. Ele acredita em reação aos retrocessos: "Acho que nós vamos reagir".
·         Conheça os integrantes da Comissão Arns:
* Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão, professor e pesquisador, foi secretário de Direitos Humanos (governo Fernando Henrique Cardoso) e comanda comissão independente da Organização das Nações Unidas (ONU) de investigação sobre a Síria
* Margarida Genevois, presidenta de honra, socióloga e ex-presidente da Comissão Justiça e Paz, da Arquidiocese de São Paulo
* Ailton Krenak, líder indígena e ambientalista
* André Singer, cientista político e jornalista, foi porta-voz da Presidência da República durante o governo Lula
* Antônio Claudio Mariz de Oliveira, advogado criminal, ex-secretário estadual da Segurança Pública em São Paulo
* Belisário dos Santos Jr., jurista, ex-secretário estadual de Justiça e Defesa da Cidadania, membro da Comissão Justiça e Paz
* Claudia Costin, professora, ex-ministra da Administração Federal e Reforma (governo Fernando Henrique Cardoso), ex-secretária estadual de Cultura em São Paulo e ex-diretora de Educação do Banco Mundial
* Fábio Konder Comparato, jurista e professor emérito da Faculdade de Direito da USP
* José Carlos Dias, jurista, ex-ministro da Justiça (governo Fernando Henrique), ex-secretário estadual da Justiça em São Paulo e ex-presidente da Comissão Justiça e Paz
* José Gregori, jurista e ex-secretário nacional de Direitos Humanos (governo Fernando Henrique)
* José Vicente, advogado, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares
* Laura Greenhalgh, jornalista
* Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista e professor, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), ex-ministro da Administração Federal e Reforma e da Ciência e Tecnologia (ambos no governo FHC)
* Luiz Felipe de Alencastro, professor e historiador
* Maria Hermínia Tavares de Almeida, cientista política, professora e pesquisadora
* Maria Victoria Benevides, socióloga e professora universitária
* Oscar Vilhena Vieira, professor e cientista político
* Paulo Vannuchi, jornalista, ex-ministro dos Direitos Humanos (governo Lula) e e ex-integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos
* Sueli Carneiro, filósofa e ativista do movimento negro, diretora do Geledés – Instituto da Mulher Negra
* Vladimir Safatle, professor e filósofo
##Confira o manifesto de lançamento:
 ·         Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns
A história brasileira é marcada por graves violações dos direitos humanos mais fundamentais. Apesar dessa violência nunca ter sido objeto da devida atenção por parte do país, houve inegáveis avanços sob a égide da Constituição de 1988. Não podemos permitir, agora, que ocorram retrocessos.
O desrespeito aos direitos humanos, cuja incidência pode crescer graças às características do processo político recente, atinge de maneira cruel os setores mais discriminados da população, com suas características de vulnerabilidade econômica, social, de raça, religiosa, de orientação sexual e de gênero.
Em outros momentos difíceis, o Brasil percebeu a importância dos organismos de defesa de direitos humanos compostos de forma plural por membros da sociedade civil. Tais entidades demonstraram, mesmo em conjunturas dramáticas, a vigilância necessária para dar visibilidade e processamento jurídico a crimes cometidos por agentes do Estado.
A instauração da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns quer ajudar na proteção da integridade física, da liberdade e da dignidade humana dos que possam estar ameaçados neste novo período duro da história brasileira.
Com a presença de participantes de entidades anteriores, pretendemos recolher a experiência do passado com vistas a preservar o futuro. Este o motivo, também, de homenagear o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns (1921 – 2016) que, acima de diferenças religiosas, políticas, sociais e ideológicas, foi capaz de juntar forças variadas em favor dos direitos humanos na hora mais difícil do regime ditatorial instaurado em 1964.
A partir da reunião de velhos e novos defensores da dignidade humana, o objetivo da Comissão Arns será o de contribuir para dar visibilidade e seguimento jurídico, em instâncias nacionais e internacionais, a casos de graves violações dos direitos humanos. A comissão vem para trabalhar de forma articulada com os inúmeros organismos de defesa e pesquisa em direitos humanos já existentes no Brasil.
A unidade plural de todos os que sustentam a inviolabilidade dos direitos humanos, no quadro dos tratados e convenções internacionais que o Estado brasileiro se obrigou a respeitar, é o nosso norte e fundamento comum.
São Paulo, 20 de fevereiro de 2019.
70 ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS
30 ANOS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
 Fonte: RBA
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arquibancadaufu · 6 years ago
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Segundo final de semana da Olimpíadas UFU entusiasma as torcidas no handebol feminino
Os jogos aconteceram no domingo, 06, no Ginásio G2 no Campus Educa
Por Fernanda Neves
Comemorações, choros, belas jogadas, entusiasmo, alegria e apoio da torcida. Nada disso faltou nas partidas de handebol feminino na fase das quartas e o que se viu foram grandes jogadoras dando o seu melhor para classificar a equipe.
O confronto que inaugurou esta tarde de emoções foi entre as atléticas Monetária e Nutrição, que protagonizaram uma disputa que levou as torcidas a loucura. O placar se manteve apertado desde o início do jogo, os técnicos não conseguiram disfarçar o nervosismo e a sede pela vitória, as atletas exibiram jogadas precisas e muita determinação.    
E com a vantagem de apenas dois pontos, a Monetária passou para a próxima fase da Olimpíada e enfrentará a atual campeã Educação Física na partida subsequente. Ana Júlia de Souza, estreante na competição, declarou que estava muito feliz após a vitória que se deu graças à preparação intensa da equipe. A camisa 36 do time relatou que nesta disputa faltou um pouco de comunicação entre as jogadoras, mas que isso será resolvido para que possam melhorar o desempenho na semifinal. 
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Atletas da Monetária ultrapassando a defesa da Nutrição. (Foto: Fernanda Neves)
O embate entre Direito e Engenharia Uberlândia foi marcado por uma clara vantagem do time preto e amarelo, com as meninas desempenhando excelentes jogadas e apresentando uma ótima tática. Além disso, a torcida deu um show à parte e conseguiu impulsionar ainda mais as atletas. Com tudo isso, a Engenharia conseguiu vencer com um placar marcado por dez bolas de vantagem. Isabele Sacramento, ponta esquerda do time, pratica handebol há 9 anos e tem muito amor por esta modalidade. Ela contou que sua equipe saiu vitoriosa da Olimpíadas Inter Atléticas (OIA), que aconteceu em Uberlândia em agosto, o que acabou incentivando para os jogos olímpicos da UFU. A camisa 8 do grupo afirmou que o apoio da torcida é fundamental e que sua atlética sempre busca juntar o maior número de pessoas para passar uma boa energia para os jogadores. 
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Atletas do handebol da atlética Engenharia UDI posam para foto com seu treinador. (Foto: Fernanda Neves)
O terceiro jogo do dia lotou o ginásio e deixou todo mundo tenso! Agrárias e Educação Fìsica fizeram a torcida passar sufoco em uma partida extremamente competitiva, equilibrada e empolgante. As meninas fizeram um placar apertado, que na maioria do tempo mostrava o empate entre as equipes. A emoção tomou conta da galera quando a igualdade se manteve até o último segundo. Não teve outro jeito, o confronto foi decidido nos tiros de sete metros. 
Os dois times, que fizeram uma partida digna de final de campeonato, prepararam-se, conversaram e se posicionaram para definir o ganhador. Com um lindo gol, Amanda Santos, camisa 9, garantiu a vitória para a atual campeã, Educa. Após muita vibração e alegria, ela relatou que esta é sua última Olimpíada e que o misto de emoções toma conta do seu coração durante toda a competição. Para a partida do último domingo, a estudante de 23 anos não encontrou palavras para descrevê-la, disse que foi um jogo difícil com um resultado muito satisfatório. 
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As atletas das duas equipes exibiram um desempenho exemplar na partida. (Foto: Ítana Santos)
A atlética de Monte Carmelo, Moca, enfrentou a Engenharia de Pontal para decidir de quem seria a última vaga para a semifinal do handebol feminino. A competição foi tranquila e, desde o início a Moca saiu na frente com grande ritmo de jogo. As atletas de Pontal exibiram persistência e força de vontade, mas não foi suficiente para virar o jogo. As atuais vice-campeãs garantiram a vitória, por 21 a 6 e vão levar a força amarela e azul para a próxima fase. 
Andressa Custódio, estudante de Engenharia Agrimensura e Cartográfica, relatou que o jogo foi muito agradável, porque sua equipe conseguiu acertar no ataque e na defesa, o que acabou culminando na vitória. Além disso, a armadora direita do time, contou que esta é a sua última Olimpíadas. “É muito ruim não poder participar mais, mas quem sabe futuramente um mestrado, alguma coisa do tipo, para eu poder continuar. Porque é muito bom participar das Olimpíadas UFU”, declarou a estudante. 
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Atlética de Monte Carmelo e Engenharia Pontal encerram as competições da fase de quartas. (Foto: Ítana Santos)
Os jogos da fase semifinal vão acontecer dia 20, no Ginásio G2:
AAA Educa x AAA Monetária 
AAA Moca x AAA Engenharia Uberlândia
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osanecif · 6 years ago
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Pampilhosa da Serra: Casa cheia confirma que bilhetes não afastaram festivaleiros
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O balanço ainda não está terminado, mas pelo menos 18 mil pessoas passaram este ano pelo Seaside Sunset Seassions, na Pampilhosa da Serra, segundo Vera Trindade, da organização.
O festival de música eletrónica em contacto com a natureza teve a sua 6.ª edição de 17 a 25 de agosto e o vice-presidente do município, Jorge Custódio, diz que, apesar de ainda não haver “números concretos” porque ainda não está apurada a bilheteira, há uma “clara noção de que tivemos mais gente do que no ano anterior”.
O facto de ter havido casa cheia nos “dois dias principais” mostra que os bilhetes para os concertos com artistas internacionais – ambos novidade neste festival – não afastaram os festivaleiros, acredita Vera Trindade.
  Leia a notícia completa na edição impressa desta terça-feira, 27 de agosto, do Diário As Beiras
O conteúdo Pampilhosa da Serra: Casa cheia confirma que bilhetes não afastaram festivaleiros aparece primeiro em Diário As Beiras.
Pampilhosa da Serra: Casa cheia confirma que bilhetes não afastaram festivaleiros
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headlinerportugal · 6 years ago
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A política dos 3 R’s: Ruílhe, Rodellus, Rock | Reportagem
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Dia 1 – 18 de junho
O bonito espaço que é o Parque de Merendas da freguesia de Cunha que acolheu na perfeição os aventurosos sem medo do campo. A noite de arranque, a da recepção ao campista foi preenchida pelos novos talentos nacionais.
A primeira banda a subir ao palco foram os Unsafe Space Garden. A banda vimaranense (que tem 2 elementos dos Toulouse) ainda está a dar os primeiros passos e o seu EP ‘Bubble Burst’ ainda é um trabalho a descobrir. Abriram o concerto com “Fights are Funny” o primeiro single da carreira e na nossa opinião uma das canções que menos gostamos. As vozes não nos deixam deslumbrados em grande parte das canções, agora cremos que naquele som pop/rock/indie há uma ideia positivamente boa. 
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Já os Palmers confirmaram-nos as boas sensações que lhes reconhecemos. O trio composto por Raquel Custódio (bateria), Cláudia Brás (baixo) e Vasco Cavalheiro (guitarra) demonstram uma alegria em palco e um à vontade maior. A banda das Caldas das Rainha têm vindo a mostrar ao vivo o seu EP de estreia ‘Younger Days’. Um dos pontos altos da sua atuação esteve na performance de “Hate You” cujo refrão é demasiado catchy para ser ignorado. A ter em conta estes miúdos com o seu cruzamento de punk com surf e garage rock.
Sun Blossoms foram a penúltima banda em palco e tocaram durante pouco mais de 30 minutos Este é o projeto de Alex Fernandes e ao vivo conta com mais 2 elementos. Deram-nos uma agradável apresentação do seu som cujas referências óbvias estarão entre o pop, o rock, o garage. Abreviando a coisa diremos que o seu som é selo indie rock.
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O caminho para Braga já deve seguir em modo automático para os Cosmic Mass. Pela segunda-vez apresentaram-se ao vivo naquela zona minhota. Desta vez a jarda fez questão de não faltar (como o fez anteriormente) e proporcionaram o concerto mais festivo da noite. A fiesta e o moche compareceu de forma firme sendo que o público pela primeira vez não teve receio de chegar-se para a frente do palco. “I've Become the Sun” o primeiro single da banda foi apresentado como tendo feito “muito sucesso com pais e avós”. Não temos dúvida que o target da banda é dos 8 ao 80. O ritmo frenético das suas canções não deixa ninguém indiferente é certo.
A noite encerrou com DJ set por Eduardo Morais.
Horários cumpridos praticamente à risca numa noite que Palmers e Cosmic Mass foram claramente os vencedores deste primeiro capítulo do Rodellus 2019.
A seguir podem visualizar a galeria de fotos da 1ª noite: Clicar Aqui
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Dia 2 – 19 de junho
Mr. Mojo banda oriunda de Merelim São Paio, Braga, deu o pontapé de saída com o seu som da pesada alicerçado num universo fuzzy punk rock. Tocaram durante 30 minutos e demonstraram um registo muito interessante. “Undercover Cops” foi o tema que fugiu aos condimentos gerais tendo a banda desfilado o seu lado punk. Terminaram o seu set com “Disorder”. Este foi o concerto de estreia do Palco Eira no recinto principal do Rodellus.
Dirigimos-nos em seguida para o palco principal e para a sua estreia em 2019. Coube ao trio francês Mars Red Sky essa honra. Para nós uma première muito interessante. Seus temas são de rock psicadélico com uma forte componente hard rock por entre um niquinho de heavy metal. Tocaram-nos uma nova canção e que foi do agrado do público. Esta performance foi acompanhada por vídeos na tela de fundo cuja percepção nem sempre foi possível da melhor forma devido ao jogo de luzes e ao fumo.
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No regresso ao Palco Eira foi a vez de repetirmos os espanhóis FAVX. Sempre bastante enérgicos em palco. Sob um iluminar constante em tons de azul mostraram-nos os seus temas cantados em inglês se bem que nem sempre as letras as conseguimos perceber. Oriundos de Madrid retornaram a Portugal, tinham cá estado há alguns meses, e o punk rock que trouxeram contagiou as primeiras filas levantando os primeiros ares poeirentos desta edição.
O grande momento da noite coube aos barcelenses Solar Corona. Perante o Palco Rodellus tivemos o pico de assistência deste segundo dia. Mesmo sem Julius Gabriel, a mostra do novo álbum ‘Lightning One’ foi coroada de êxito. A irreverência do baixo de José Roberto Gomes foi muito bem acompanhada por Peter Carvalho na bateria e Rodrigo Carvalho na guitarra.
Depois da apresentação que vimos dos Bee Bee Sea em Fafe, sabíamos que estes italianos não iriam deixar os seus créditos por mãos alheias. O público prontamente se mostrou animado e nas primeiras filas improvisou-se um moshpit de levantar alguma poeira ou não estivéssemos nós em plena zona rural.
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Dia 3 – 20 de junho
Tal como no dia anterior os concertos da tarde voltaram a ter um atraso significativo e na Casa do Músico só tivemos em palco os fafenses Jepards depois das 18 horas. Atraso sempre desconfortável porém nada que tenha incomodado demasiado o pessoal que relaxava na esgotada esplanada daquele espaço comercial. Bonito ver pessoal de Fafe presente a dar uma forcinha a estes jovens músicos. Quarteto com um indie rock agradável a condizer com o final da tarde.
Seguiu-se o rock alternativo dos Fuzzil, já com menos gente no espaço. Ainda assim valeu pelo bom gosto de introdução ao som da banda de Alcobaça que teve a bela oportunidade de abrir o concerto dos Radio Moscow no passado mês de março em Lisboa.
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Ao contrário de sexta-feira, o HeadLiner DJ Set aconteceu para os resistentes na Casa do Músico e proporcionou uma banda sonora bastante cativante para aqueles que escolheram o local para fazerem o seu jantar.
De atraso em atraso o Palco Eira só teve o seu concerto de abertura desta última noite cerca de 40 minutos depois da hora prevista. Somados os atrasos da tarde com problemas técnicos na preparação da noite no recinto principal eis que os Travo iniciaram os seus acordes pelas 21:10 horas. A formação bracarense mostrou o álbum de estreia, ‘Ano Luz’, cuja edição aconteceu no passado mês de maio. Gonçalo Carneiro teve nesta performance a sua primeira aparição da noite, mais tarde subiria com os Quadra. O seu rock instrumental merece uma audição atenta e têm em “Avalanche” uma espécie de tema âncora.
O público foi chegando aos poucos e no final, já em número bem interessante, rumamos ao Palco Rodellus para um dos melhores momentos da noite. A abertura do palco principal nesta última noite, ficou a cargo dos Gator, The Alligator. Para a banda acabou por ser um concerto muito especial, algo que fizeram questão de o expressar. Muitos conterrâneos barcelenses estiveram por entre o público. A malha “Yayaya” é já o tradicional ponto alto dos seus concertos. Terminaram com um encore não previsto pedindo desde logo desculpas ao Jorge Dias, um dos organizadores do festival.
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Para nós, dos momentos menos interessantes do festival foi a performance dos GoBabyGo. Certo é que algum público fez a festa porém achamos algo inconsequente a performance do vocalista e não ficamos, de todo, impressionados com o som desta banda.
A banda belga Brutus assinou, na nossa humilde opinião, o melhor momento da noite. O trio esteve alinhado em palco e ficamos muito impressionados com o poderio da baterista/vocalista Stefanie Mannaerts. Notamos alguns fãs por entre as primeiras filas e tiveram direito à maior ovação da noite. A bateria assumiu a maior parte das despesas com uma pujança incrível cuja formação conta igualmente com guitarra e baixo. ‘Nest’ o novo álbum da banda foi assim apresentado em Ruílhe. Para nós o seu post-hardcore foi uma lufada de ar fresco.
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Caminhávamos já para a 1h da manhã e foi no Palco Eira o primeiro momento para uns pezinhos de dança. Os responsáveis foram os Quadra, banda bracarense em voga. O prato principal foi ‘Chili’, o mais recente registo discográfico. Mesmo sem Ronaldo Ferreira, à última hora não pode estar presente, é certo que a sua virtualidade coube muito bem na hora da interpretação de “Tudo ou Nada”. Já nos habituamos a bailar nos concertos de Quadra e cada vez mais gente lhes presta a devida atenção.
Finalmente os Paraguaii tocaram no Rodellus. Assumiram que a organização já os queria no festival há algum tempo. O som desta formação vimaranense está em total mutação tendo agora uma forte componente eletrónica e vozes cheias de reverb. A mudança de direção aconteceu com ‘Kopernikus’ o último e recente álbum. Adensam ainda mais o cenário ao vivo com o palco preenchido de fumo. Agora em versão duo com Giliano Boucinha na guitarra, voz e synths e Zé Pedro Correia nos synths e baixo. Ao vivo contam com um terceiro elemento na bateria.
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Considerações gerais acerca do Rodellus 2019
Pontos positivos
Mais uma vez gostamos muito do enorme cuidado na decoração a preceito rural do recinto principal. Nota-se perfeitamente todo o trabalho e amor na preparação. Sem dúvida a mais-valia deste evento.
Apesar de alguns pequenos problemas os concertos decorreram de forma fluída e praticamente todos muito bem conseguidos. Horários cumpridos com atrasos ligeiros excepto nas matinés e no último dia. Ainda assim nessa última noite não foi nada prejudicial.
Afluência de público em bom número. Após 5 edições neste capítulo o festival tem crescido e há ainda muito público a conquistar.
Aposta totalmente acertada nos talentos nacionais. Prova disso foi a bonita primeira noite, de entrada gratuita, de recepção ao campista.
Cartaz bastante bem conseguido. Escolhas pertinentes num bom mix entre o nacional e bandas estrangeiras.
Pontos menos positivos
A distância entre o campismo e o recinto principal é um problema. Os horários dos shuttles não foram totalmente cumpridos e o facto do regresso ser sempre a subir não motiva os campistas, algo evidenciado por alguns visitantes em estreia.
A comunicação por parte do festival dos locais dos concertos deve ser feita de forma mais clara nos vários meios online (e não só).
Pareceu-nos que não foi devidamente realçada a situação da primeira noite ser gratuita. Deveria (e deverá) ser considerada como uma âncora de público.
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Texto: Edgar Silva
Fotografia: João Machado
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alviso2014 · 7 years ago
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São Cirilo de Alexandria, Bispo e Doutor da Igreja. Também hoje, continuando com nosso caminho seguindo os passos dos Padres da Igreja, encontramos uma grande figura: São Cirilo de Alexandria. Ligado à controvérsia cristológica que levou ao Concílio de Éfeso do ano 431, último representante de importância da tradição alexandrina, Cirilo foi definido mais tarde no Oriente como «Custódio da exatidão» – que quer dizer custódio da verdadeira fé – e inclusive como «selo dos Padres». Estas antigas expressões manifestam um dado de fato que é característico de Cirilo, ou seja, a constante referência do bispo de Alexandria aos autores eclesiásticos precedentes (entre estes, sobretudo Atanásio) com o objetivo de mostrar a continuidade da própria teologia com a tradição. Quis integrar-se explicitamente na tradição da Igreja, na qual reconhece a garantia de continuidade com os apóstolos e com o próprio Cristo. Venerado como santo tanto no Oriente como no Ocidente, em 1882 São Cirilo foi proclamado doutor da Igreja pelo Papa Leão XIII, quem ao mesmo tempo atribuiu o mesmo título a outro importante expoente da patrística grega, São Cirilo de Jerusalém. Revelaram-se assim a atenção e o amor pelas tradições cristãs orientais daquele Papa, que depois quis proclamar também doutor da Igreja São João Damasceno, mostrando que tanto a tradição oriental como a ocidental expressam a doutrina da única Igreja de Cristo. Chegaram-nos poucas notícias sobre a vida de Cirilo antes de sua eleição à importante sede de Alexandria. Sobrinho de Teófilo, que desde o ano 385 como bispo regeu com mão firme e prestigio a diocese de Alexandria, Cirilo nasceu provavelmente nessa mesma cidade egípcia entre o ano 370 e 380. Depois abraçou a vida eclesiástica e recebeu uma boa educação, tanto cultural como teológica. No ano 403 se encontrava em Constantinopla seguindo seu poderoso tio e lá participou do Sínodo que depôs o bispo da cidade, João (depois conhecido como Crisóstomo), registrando assim o triunfo da sede de Alexandria sobre seu rival tradicional, Constantinopla, onde residia o imperador. Após a morte do seu tio Teófilo, sendo ainda jovem, Cirilo foi eleito no ano 412 como bispo da influente Igreja de Alexandria, governando-a com grande energia durante 32 anos, buscando afirmar sempre o primado em todo o Oriente, fortalecido também pelos laços tradicionais com Roma. Dois ou três anos depois, no ano 417, o bispo de Alexandria deu provas de realismo ao sanar a ruptura da comunhão com Constantinopla, que acontecia desde o ano 406, após a deposição de Crisóstomo. Mas o antigo contraste com a sede de Constantinopla voltou a estourar dez anos depois, quando no ano 428 foi eleito Nestório, monge severo e de prestígio formado em Antioquia. O novo bispo de Constantinopla suscitou logo oposições, pois em sua pregação preferia para Maria o título de «Mãe de Cristo» («Christotòkos»), ao invés de «Mãe de Deus» (Theotòkos»), já então muito querido pela devoção popular. O motivo dessa decisão do bispo Nestório era sua adesão à cristologia da tradição de Antioquia que, para salvaguardar a importância da humanidade de Cristo, acabava afirmando sua separação da divindade. Deste modo, já não era uma autêntica união entre Deus e o homem em Cristo e, portanto, já não podia falar-se de «Mãe de Deus». A reação de Cirilo, então máximo expoente da cristologia de Alexandria, que sublinha intensamente a unidade da pessoa de Cristo, foi imediata e se deslocou com todos os meios já a partir do ano 429, entre outras coisas, enviando algumas cartas ao mesmo Nestório. Na Segunda Carta (PG 77, 44-49) que Cirilo enviou, em fevereiro de 430, lemos uma clara afirmação do dever dos pastores de preservar a fé do Povo de Deus. Este era seu critério, válido também para hoje: a fé do Povo de Deus é expressão da tradição, é garantia da sã doutrina. Escreve estas linhas a Nestório: «É necessário expor ao povo de Deus o ensinamento e a interpretação da fé de maneira mais irrepreensível e recordar que quem escandaliza ainda que for a um só dos pequenos que crêem em Cristo, sofrerá um castigo intolerável». Na mesma carta a Nestório, carta que mais tarde, no ano 451, teria sido aprovada pelo Concilio de Calcedônia, quarto concilio ecumênico, Cirilo descreve com clareza sua fé cristológica: «São diversas as naturezas que se uniram em uma verdadeira unidade, mas de ambas resultou um só Cristo e Filho, não porque por causa da unidade se tenha eliminado a diferença das naturezas humana e divina, mas porque humanidade e divindade reunidas de forma inefável produziram o único Senhor, Cristo, o Filho de Deus». Isso é importante: realmente a verdadeira humanidade e a verdadeira divindade se unem em uma só Pessoa, nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, continua dizendo o bispo de Alexandria, «professamos um só Cristo e Senhor, não só no sentido de que adoramos o homem junto com o ‘Logos’, para não insinuar a idéia da separação dizendo ‘junto’, mas no sentido de que adoramos um só, pois seu corpo não é algo alheio ao ‘Logos’, com o qual está sentado à destra do Pai. Não estão sentados a seu lado dois filhos, mas um só, unido com a própria carne». Rapidamente, o bispo de Alexandria, graças a agudas alianças, conseguiu que Nestório fosse condenado repetidamente: por parte da sede romana com uma série de doze anátemas redigidos por ele mesmo e, finalmente, pelo Concílio de Éfeso, no ano 431, o terceiro concílio ecumênico. A assembléia, que se desenvolveu com vicissitudes tumultuosas, concluiu com o primeiro grande triunfo da devoção a Maria e com o exílio do bispo de Constantinopla, que não queria reconhecer à Virgem o título de «Mãe de Deus», por causa de uma cristologia equivocada, que criava divisão no próprio Cristo. Depois de ter prevalecido deste modo sobre o rival e sua doutrina, Cirilo soube alcançar já no ano 433 uma fórmula teológica de compromisso e de reconciliação com os de Antioquia. E isso também é significativo: por uma parte se dá a clareza da doutrina da fé, mas por outra, a intensa busca da unidade da reconciliação. Nos anos seguintes, ele se dedicou com todos os meios a defender e esclarecer sua posição teológica até a morte, ocorrida em 27 de junho do ano 444. Os escritos de Cirilo, verdadeiramente muito numerosos e difundidos amplamente, inclusive em diferentes traduções latinas e orientais já em sua vida, prova de seu êxito imediato, são de importância primária para a história do cristianismo. São importantes seus comentários a muitos livros do Antigo e do Novo Testamento, entre os quais se destaca todo o Pentateuco, Isaías, os Salmos e os Evangelhos de João e de Lucas. São de grande importância também muitas obras doutrinais, nas quais aparece continuamente a defesa da fé trinitária contra as teses arianas e contra as de Nestório. A base do ensino de Cirilo é a tradição eclesiástica e, em particular, como mencionei, os escritos de Atanásio, seu grande predecessor na sede de Alexandria. Entre os outros escritos de Cirilo, é preciso recordar por último os livros «Contra Juliano», última grande resposta às polêmicas anti-cristãs, ditado pelo bispo de Alexandria provavelmente nos últimos anos de vida para refutar a obra «Contra os Galileus», composta muitos anos antes, em 363, pelo imperador que foi chamado de «o Apóstata» por ter abandonado o cristianismo no qual havia sido educado. A fé cristã é antes de tudo um encontro com Jesus, «uma pessoa que dá à vida um novo horizonte» (encíclica «Deus caritas est», 1). De Jesus Cristo, Verbo de Deus encarnado, São Cirilo de Alexandria foi uma incansável e firme testemunha, sublinhando sobretudo a unidade, como repete no ano 433, na primeira carta (PG 77, 228-237) ao bispo Sucenso: «Um só é o Filho, um só o Senhor Jesus Cristo, seja antes da encarnação ou depois da encarnação. De fato, não se trata de um filho, o ‘Logos’, nascido de Deus Pai, e de outro, nascido da santa Virgem, mas cremos que precisamente Aquele que está antes dos tempos nasceu também segundo a carne de uma mulher». Esta afirmação, muito além de seu significado doutrinal, mostra que a fé em Jesus, «Logos», nascido do Pai, está também sumamente arraigada na história, pois, como afirma São Cirilo, este mesmo Jesus entrou no tempo com o nascimento de Maria, a «Theotòkos», e estará sempre conosco, segundo sua promessa, e isso é importante: Deus é eterno, nasceu de uma mulher e continua conosco cada dia. Nesta confiança vivemos, nesta confiança encontramos o caminho de nossa vida. Fonte: Vaticano V. Abri, Senhor, os meus lábios R. E a minha boca anunciará o vosso louvor. Ant. Aclamai a Deus, terra inteira, servi o Senhor com alegria. HINO Pelo Sinal dos astros e da treva, Pelo Sinal do mar e das montanhas E dos rios andantes e das árvores E das feras das selvas e das pombas, Pelo Sinal oculto da minha Alma: Pelo Sinal da luz e da beleza, Pelo Sinal da morte, criadora Das vidas visíveis e invisíveis, Pelo Sinal do amor e da bondade, Pelo Sinal da sede e pela Fonte: Pelo Sinal da carne e pelo Espírito, Pelo Sinal divino da Ciência E pela Luz da Fé, assinalando-a; Por ti, ó Vida, ó mão direita e esplêndida Com que Deus em Si mesmo Se assinala: Pelo Sinal da Cruz libertadora, Sinal da Luz divina, Luz de bênção, De verdade e imortal sabedoria, Criando, iluminando e transfundindo-se No amor da Santíssima Trindade: — Eu Te bendigo e Te louvo e Te desejo, Ó fonte de bondade e de alegria, E quero-Te viver em alma e corpo, Buscando o teu Sinal noites e dias, A caminho da Terra Prometida. "Para os puros todas as coisas são puras ; para os impuros e infiéis nada é puro, mas estão contaminados o seu espírito e sua consciência. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, rebeldes e incapazes de toda a obra boa" (Tit., 1, 15-16). PRIMEIRA LEITURA Do Primeiro Livro de Samuel 19, 8-10; 20, 1-17 Amizade entre David e Jónatas Naqueles dias, recomeçou a guerra e David saiu a combater os filisteus. Infligiu-lhes tão grande derrota que eles se puseram em fuga. Apoderou-se então de Saul um mau espírito. Estava ele sentado em sua casa com a lança na mão e David tocava harpa. Saul tentou, com a lança, cravar David na parede. Mas David desviou-se e a lança foi cravar-se na parede. Então David fugiu e salvou-se. David fugiu de Naiot, perto de Ramá, e foi ter com Jónatas, dizendo-lhe. «Que fiz eu? Qual é a minha falta ou o meu crime contra o teu pai, para ele querer tirar-me a vida?». Jónatas respondeu-lhe: «Não temas, porque não morrerás. Meu pai não faz coisa alguma, grande ou pequena, sem me dizer. Porque havia ele de me ocultar isto? Não é possível». Mas David insistiu e disse: «Teu pai sabe muito bem que eu gozo da tua amizade e pensou: ‘Não saiba Jónatas nada disto, para que não se aflija’. Assim vive o Senhor e assim vivas tu, como entre mim e a morte não há senão um passo». Jónatas perguntou a David: «Que queres então que eu faça por ti?». David respondeu: «Amanhã é a festa da lua nova, e eu deveria comer à mesa do rei. Deixa-me partir, para me esconder no campo, até depois de amanhã à tarde. Se teu pai perguntar por mim, dir-lhe-ás: ‘David pediu-me para ir à sua cidade de Belém, porque aí se celebra o sacrifício anual por toda a família». Se ele disser: ‘Está bem!’, nada terei a temer. Mas, se ele se irritar, fica sabendo que decidiu o pior a meu respeito. Faz, pois, esta mercê ao teu servo, já que fizeste um pacto comigo em nome do Senhor. Se tenho alguma culpa, mata-me tu mesmo e não me faças comparecer diante de teu pai». Jónatas respondeu: «Longe de ti tal pensamento! Se eu soubesse que meu pai realmente decidiu matar-te, não to diria?». David disse a Jónatas: «Quem me avisará, se teu pai te der uma resposta dura?». Disse Jónatas a David: «Vamos para o campo». E saíram os dois para o campo. Jónatas prosseguiu: «Pelo Senhor, Deus de Israel! Amanhã ou depois de amanhã por esta hora, sondarei o meu pai. Se ele estiver bem disposto para com David e eu não te avisar, então que o Senhor me trate com todo o seu rigor. Mas se persistir a má vontade de meu pai contra ti, avisar-te-ei do mesmo modo. Poderás então partir em paz. Que o Senhor esteja contigo, como esteve com meu pai. Se eu sobreviver, trata-me com amizade aos olhos do Senhor; se eu morrer, nunca deixes de ser leal para com a minha casa. Quando o Senhor exterminar da face da terra todos os inimigos de David, não seja exterminado Jónatas com a casa de Saul; senão o Senhor pedirá contas a David». Jónatas repetiu o juramento de lealdade a David, pelo amor que lhe tinha: amava-o como a si mesmo. SEGUNDA LEITURA Do tratado do Bem-aventurado Aelredo, abade, sobre a amizade espiritual (Livro 3: PL 195, 692-693) (Sec. XII) A verdadeira, perfeita e eterna amizade Jónatas, aquele nobilíssimo jovem, sem atender à sua ascendência real nem à sua futura sucessão no trono, fez um pacto de amizade com David; e, colocando em pé de igualdade o seu amor para com o senhor e o servo, quando este se encontrava fugido de seu pai Saul, escondido no deserto, ameaçado de execução, preferiu-o a si mesmo, humilhando‑se a si e exaltando David: Tu serás rei, disse-lhe, e eu serei o segundo depois de ti. Oh brilhantíssimo espelho da verdadeira amizade! Palavra admirável! O rei estava furioso contra o seu servo e levantava contra ele todo o país como se fosse um rival do reino; acusa os sacerdotes de traição e manda-os matar por simples suspeita; percorre os bosques, procura pelos vales, ocupa montes e penhascos à mão armada, todos se comprometem a ser os vingadores da indignação real; só Jónatas, o único a poder, com justiça, ter alguma ambição, entendeu que devia resistir ao pai, mostrar-se fiel ao amigo, dar conselho em tão grande adversidade e, preferindo a amizade ao reino, disse: Tu serás rei e eu serei o segundo depois de ti. E repara como o pai do jovem excitava a inveja contra o amigo, insistindo com invectivas, aterrando-o com ameaças de ser expoliado do reino, lembrando-lhe que seria privado das honras. Mas, quando foi proferida a sentença de morte contra David, Jónatas não abandonou o amigo. Porque há-de morrer David? Que pecado cometeu? Que mal fez? Arriscou a sua vida pelo rei, matou o filisteu e tu alegraste-te. Porque há-de então morrer? Ao ouvir estas palavras, o rei ficou fora de si e tentou cravar Jónatas na parede com a lança, cobrindo-o de insultos e ameaças: Ó filho de mulher perversa e rebelde! Sei que tu o amas para tua perdição e da tua desavergonhada mãe! Depois vomitou todo o seu veneno, intentando manchar o coração do jovem, sem poupar palavras que o excitassem à ambição, à inveja, à rivalidade e à amargura: Enquanto viver o filho de Jessé, o teu reino não estará seguro. Quem se não demoveria com estas palavras e não se encheria de inveja? A quem não seriam elas capazes de corromper, diminuir e esquecer qualquer amor, benevolência e amizade? Mas aquele jovem, cheio de afeição sincera, fiel ao pacto de amizade, permaneceu forte perante as ameaças e paciente diante dos insultos; renunciou ao reino pela fidelidade para com o amigo, esqueceu a glória, mas não a amizade: Tu serás rei e eu serei o segundo depois de ti. Esta é a verdadeira, perfeita, estável e eterna amizade. Não se deixa corromper pela inveja, não diminui com suspeitas, não se dissolve pela ambição; posta à prova, não cedeu; assaltada, não caiu; batida por tão graves insultos, ficou inflexível; provocado por tantas injúrias, permaneceu imóvel. Então vai e procede de modo semelhante. Oração Senhor, fazei-nos viver a cada instante no temor e no amor do vosso santo nome, porque nunca a vossa providência abandona aqueles que formais solidamente no vosso amor. Por Nosso Senhor. V. Bendigamos o Senhor. R. Graças a Deus.
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ossianonline · 7 years ago
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‘Ossian’s lyricism’: Portuguese women’s translations
The following guest post comes from Gerald Bär of Universidade Aberta, whose publications include many important contributions to Ossian Studies. A fuller treatment of the topic of this post can be found in his article for Translation and Literature, “‘Ossian fürs Frauenzimmer’? Lengefeld, Günderrode, and the Portuguese Translations of ‘Alcipe’ and Adelaide Prata.”
When deciding on the title for my Portuguese translations of Ossian, I had to choose between ‘poemas’ and ‘poesias’. Bearing in mind the remarkable lyrical aspect in the reception and perception of the Ossianic poems, I used the latter word in order to emphasize their emotional and sentimental impact: Poesias de Ossian: Antologia das traduções em português (Lisbon, Universidade Católica Editora, 2010).
What was so appealing about Macpherson’s Bard? Being the last of his race, he presents tragic love of epic dimensions; heroism with nationalistic undertones; scenarios of the ‘sublime’; faithful commitment; passion; premature death; joy of grief. More than enough reasons, perhaps, to explain the female fascination for Ossian in the late eighteenth and nineteenth centuries. Ossian’s popularity becomes only too evident when we consider the many woman translators who contributed to the numerous translations of Macpherson’s publications and their lasting impact. Schiller’s wife, Charlotte von Lengefeld (1766-1826), and Karoline von Günderrode (1780–1806) showed a preference for ‘Darthula’, a short Ossianic poem included in the volume Fingal (1762). The Marquesa de Alorna (1750-1839) translated ‘Darthula’ into Portuguese, making use of Le Tourneur’s version of 1777. In her posthumously published translation she emphasizes ‘the melancholic tone in all of Ossian’s compositions, which mainly derives from the description of nocturnal scenes, lingering with pleasure on sombre and majestic objects’. [i]
By the time Fingal was translated into Portuguese the previously politically controversial national epic had become less polemical through the different emphasis given by its reception abroad and through its musical treatment. Composers such as Désiré-Alexandre Batton (Fingal (1822), Caterino Cavos, (Fingal i Roskrana, a three-act opera, 1824) and Gaetano Solito (Fingal: dramma lirico in tre atti by posto in musica dal Maestro Pietro Antonio Coppola, 1848), applied the genre of romance or scène lyrique to the poems and transformed Fingal into a lyrical piece.
Besides the many woman-translators, the performing of Ossian as a musical piece also contributed to giving the female voice more prominence in the drama and narrative. Clara Novello’s acclaimed soprano made her one of the greatest British vocalists of her time from 1833 onwards. Amongst the most important works created expressly for Novello was Fingal by Coppola, a popular work which was a success for the singer, as she recollects in her Reminiscences:
Several operas have been written for me: “Fingal,” by Coppola, successful; “Cleopatra,” by . . . laughed off the stage; “Foscarini,” by Coen, not bad nor ill-received, and others I forget. A hospitable custom in Lisbon gave us all three or four days’ lodging in some hotel, during which to find permanent abodes for our six months’ stay. [ii]
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Clara Novello.
Coppola’s Portuguese libretto of Fingal (‘drama lyrico em 3 actos’, 1851) emphasizes the female role of Agandeca (sic), which gains a disproportionate importance, compared with Macpherson’s text. Coppola’s piece was put on stage on 21 April 1851 in the Royal Theatre of S. Carlos in Lisbon, repeated nine times and brought back in 1864 for another two presentations.
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The Portuguese libretto of 1864 with P. Mongini as Fingal.
By that time, however, the leading figures and opinion-makers of Portuguese Romanticism, Almeida Garrett and Alexandre Herculano, had already adopted a more critical view of Ossian. Herculano did not include Fingal in his canon of ‘truly original epics’. [iii]
The first complete Portuguese translation of Fingal was published in 1867 in Porto by Maria Adelaide Fernandes Prata (1826-81), prefaced by two letters of the poets Pinto Ribeiro and Sousa Viterbo:
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Porto edition of Fingal (1867).
It is possible that she had been inspired for her work by Novello’s performance or by its reviews. Similar to the Marquesa de Alorna’s Ossian translation, it too is reliant on Le Tourneur, who had used the 1765 Works edition, but it includes neither Macpherson’s notes, nor his Dissertations. In his eulogy Pinto Ribeiro considers Prata’s translated verses to be of the highest harmony, asserting that only a woman can produce real poetry. She can compensate for ‘formal defects with the grateful perfume of love and belief, fanciful lyricism, exquisite sensitivity and sentences of naïve simplicity, which male poetry can never achieve’. As he classifies Fingal not expressly as an epic poem, but as ‘one of the most beautiful little poems of the Homer of the North’ (‘um dos mais bellos poemetos do Homero do Norte’), the translator’s supposed childlike feminine ingenuousness seems to match the attitude expressed in natural and original, ‘formless’ folk poetry. Prata’s versification makes Sousa Viterbo rave about the ‘pure seraphic language’ of the ‘Scottish Homer’, with ‘its dithyrambs’ composed ‘of tenderness, melancholy, softness, delirium and passion’ (Prata, p. 14). These observations by the eminent poet Sousa Viterbo carry the weight of nineteenth-century gender and genre expectations. As already mentioned, the Portuguese Fingal does not include any of Macpherson’s notes, and excludes his and Blair’s academic dissertations. Categorising Fingal as ‘rather a lyrical than an epic poem’, Sousa Viterbo’s contribution to the volume thus relieves the translator of the supposedly masculine task of providing a lengthy literary-historical introduction to Fingal or having to supply academic notes. Its narrative, suspended by songs, and its descriptive elements always giving way to recitative parts, makes him ‘think more of the Romantic genre than of classic style of Antiquity’ (Prata, p. 16).
After appreciating the translator’s excellent choice and the accuracy and elegance of her work, Sousa Viterbo embarks on a detailed and effusively enthusiastic examination of Ossian, ‘the great poet’: ‘He has the roughness of primitive ages but it is this roughness that makes the heart a slave and the intellect a convinced admirer’ (Prata, p. 10). In his nineteenth-century view concerning the subject’s suitability for the fair sex, the poem’s ‘lyrical’ and romantic character, its inherent melancholy, the themes of love and poetry and ‘the female figures, so delicately and sensitively outlined’ by Ossian, makes Fingal perfectly suited for women translators. When Adelaide Prata’s translation came out the Ossianic subject had certainly changed from epic to epigonal, a fact made evident by many imitations and re-mediations (operas, theatre plays). However, despite the somewhat double-edged praise for its female translator, the Portuguese Fingal never saw a second edition, although the first was rather limited, inexpensive (500 réis) and inconspicuous compared to the impressive volume of 1762 (4to., 22.75 x 20cm), printed for Becket and De Hondt, in the Strand.
[i] D. Leonor D’Almeida Portugal Lorena e Lencastre Marqueza D’Alorna, Obras Poeticas, 6 vols (Lisbon, 1844), III, p. 289.
[ii] Clara Novello, Clara Novello’s Reminiscences. Compiled by her Daughter Contessa Valeria Gigliucci, with a Memoir by Arthur D. Coleridge, (London, 1910), pp. 138-146.
[iii] Alexandre Herculano, Opúsculos, edited by Jorge Custódio e José Manuel Garcia, (Lisbon, 1986), V, p. 213.
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reginaldodpg · 5 years ago
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Conheça a história da novela Escrava Mãe,
Trama de Gustavo Reiz conta a história de Juliana e Miguel, os pais de Isaura, a escrava de pele branca protagonista da obra que é um clássico brasileiro,
Algumas histórias são tão marcantes que atravessam gerações. É o caso de A Escrava Isaura, obra de Bernardo Guimarães. A trajetória da escrava de pele clara que vivera perseguida pelo obcecado senhor Leôncio ganhou o mundo pelas páginas e telas, tornando-se uma das mais conhecidas tramas brasileiras.
Mas toda história tem um começo. E nada disso aconteceria sem os personagens e enredos de Escrava Mãe, novela de Gustavo Reiz, livremente inspirada no clássico literário. A história inicia-se em 1789, na região de Angola, na África, principal mercado abastecedor de escravos para as plantações de cana-de-açúcar do Brasil. É de lá que são trazidos os africanos Kamau e Luena, a bordo de um navio negreiro. Ao chegarem em solo brasileiro, os dois conseguem fugir e recomeçam suas vidas em liberdade, mas sempre assombrados pelo terror da escravidão.
Quando uma nova vida se anuncia, Luena frustra-se ao notar a pele mais clara da filha: aquela criança era fruto da violência que sofrera durante a travessia do oceano. Os mesmos homens que invadiram a tribo na África, comandados pelo vilão Osório, retornam para buscar a “mercadoria” que haviam perdido. Luena morre ao dar à luz, mas consegue entregar o bebê ao menino Sapião (Sidney Santiago), que foge desesperadamente enquanto Kamau é aprisionado, prometendo um dia voltar para buscar aquela criança, a quem considerava sua filha.
Sapião é acolhido numa grande fazenda açucareira, a Engenho do Sol, e a menina, que ganha o nome de Juliana, será criada com Teresa e Maria Isabel, filhas do coronel Custódio e dona Beatrice Avelar. Se aquele momento já representava uma mudança brusca na vida de Juliana, sua história seria ainda mais repleta de reviravoltas e emoções. Ao completar 18 anos, Juliana conhece a verdade sobre seu passado, revelado por Tia Joaquina. Grande amiga da sinhá Teresa, de quem sempre fora mucama, Juliana fica completamente perdida ao saber que era fruto de uma violência. Jura a si mesma que jamais deixaria um homem branco tocá-la. E é num momento de desespero que ela conhece o jovem português Miguel, um viajante em busca de trabalho na Vila de São Salvador.
No tão marcante ano de 1808, quando a corte portuguesa se transfere para o solo brasileiro, a Vila de São Salvador vivia um momento próspero, sendo bastante beneficiada pelo ótimo desempenho da cultura da cana-de-açúcar. Além de aumentar o poder dos senhores de engenho, isso também atraía bastante gente para a região, em busca de melhores condições de vida. Mas a verdade era que Miguel buscava respostas para um grande mistério que envolvia a morte de seus pais.
  O rapaz será o grande amor da vida de Juliana, mas também despertará o interesse de Maria Isabel, a filha do coronel Custódio, que nunca se conformara com o tratamento diferenciado que a escrava recebia. Contando com a fiel e sarcástica mucama Esméria, Maria Isabel não medirá esforços para prejudicar Juliana, jamais aceitando ser afrontada por uma escrava. Como se não bastasse a perseguição da sinhá, Juliana também enfrentará um obstáculo muito poderoso, o Comendador Almeida.
Ao casar com Teresa por um arranjo que tiraria sua família da ruína financeira, Almeida se torna o novo senhor da Engenho do Sol e reacende uma rivalidade histórica com a família do coronel Quintiliano Gomes, dono da fazenda Doces Campos. Guilherme, filho deste poderoso senhor, correspondia-se às escondidas com Teresa, que também o amava, apesar da inimizade entre seus pais. O casamento de Teresa e Almeida marcará o reinício de uma guerra entre as famílias mais poderosas da região e uma fase terrível na vida de Juliana, pois seu novo senhor ficará completamente obcecado por ela.
Juntos, Juliana e Miguel viverão uma intensa e movimentada história de amor, enfrentando inimigos poderosos e obstáculos aparentemente intransponíveis, como o preconceito de uma época que vive à sombra da escravidão. Além de uma trama central forte e emocionante, Escrava Mãe conta com outras histórias de amor, aventura, suspense e comédia.
A pensão Jardineira, taverna liderada por Rosalinda, é o ponto de encontro dos homens do lugar. Por conta disso, um assunto recorrente na Vila é a histórica rivalidade entre Rosalinda e dona Urraca de Almeida, mãe do comendador Almeida. D. Urraca sempre se nomeara a defensora da tradição e dos bons costumes, criticando abertamente o comportamento da inimiga e suas florzinhas, Dália, Petúnia e Violeta, que vivem com ela na taverna. A guerra entre as duas geralmente é aplacada pelo capitão Loreto, chefe da guarda e responsável por manter a ordem na colônia.
Num período em que a circulação de informações e novas ideias poderiam representar uma ameaça à Coroa, quem também se torna um problema para o capitão é o professor Átila. Determinado a criar um jornal na Vila e espalhar suas ideias abolicionistas, o escritor desperta o interesse de muitos jovens, como a sinhazinha Filipa, filha do coronel Quintiliano Gomes. Não satisfeita com a realidade das mulheres da época, ela está à frente de seu tempo e não se conforma com o tratamento dado aos escravos. Lutará pela igualdade e tomará para si a missão de descobrir um mistério que rondava a morte de sua mãe.
Com um minucioso trabalho de pesquisa, a vida dos escravos na época colonial é retratada ressaltando a trajetória dos homens e mulheres que contribuíram para a construção de nosso país. A herança cultural, os sonhos, os medos, os anseios por liberdade, o ódio contra a dominação e os dois lados do processo de exploração são alguns dos temas abordados ao longo de toda a trama por meio de personagens como Juliana, Tia Joaquina, Esméria, Catarina, Sapião, Tito Pardo, entre outros. Além de entreter e emocionar, Escrava Mãe é uma novela que traz à tona assuntos importantes sobre a construção do nosso povo, mostrando que relações bonitas e verdadeiras também podem surgir nos momentos mais turbulentos. E as histórias que atravessam o tempo, como o amor de Juliana e Miguel por sua filha Isaura, merecem ser contadas desde o início.
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duetos-da-se-alfama · 8 years ago
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CONCERTOS DE AGOSTO 2017 - NOITES DE VERÃO COM MÚSICA AO VIVO À SOBREMESA, DUETOS DA SÉ, RESTAURANTE BAR, ALFAMA, LISBOA
DUETOS DA SÉ Restaurante Café Bar ALFAMA – LISBOA PORTUGAL "Onde a Arte, a Música e a Gastronomia se encontram"   GASTRONOMIA & MÚSICA GASTRONOMY & LIVE MUSIC AGENDA DE CONCERTOS DE AGOSTO 2017 CONCERTOS "IN FADO" CONCERTOS "ALFAMA JAZZ" CONCERTOS AO VIVO TODOS OS DIAS AS 21H30 PROGRAMAÇÃO DE CONCERTOS INTIMISTAS AO VIVO À SOBREMESA & BAR PROGRAM OF INTIMATE LIVE MUSIC CONCERTS AT THE DESSERT & BAR AGOSTO 2017  /  AUGUST 2017 SEMANA 1 TERÇA-FEIRA 1 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "ALFAMA JAZZ" Daniel Neto (guitarra), Francisco Andrade (saxofone) & João Custódio (contrabaixo) QUINTA-FEIRA 3 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "Summertime" Ellen Rabiner (voz) & Joe Coronado (voz e piano) SEXTA-FEIRA 4 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "IN FADO" "Fados de um Fado" Miguel Ramos (voz e viola de fado) & Rogério Godinho (voz e piano) SÁBADO 5 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO Felipe Fontenelle (voz e guitarra) & Edu Miranda (bandolim) DOMINGO 6 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO  "IN FADO" Ana Margarida Leal (voz), Ricardo Cardo (guitarra portuguesa) & Nuno Ramos (viola) SEMANA 2 SEGUNDA-FEIRA 7 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "IN FADO" "Ruas do Meu Fado" Pedro Galveias (voz), Sandro Costa (guitarra portuguesa), Ivan Cardoso (viola) & Carlos Mil-Homens (percussão) TERÇA-FEIRA 8 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "ALFAMA JAZZ" André Matos (guitarra), André Carvalho (contrabaixo) & Vasco Furtado (bateria) QUINTA-FEIRA 10 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO Carol Vieira (voz) & Cláudio Kumar (guitarra) SEXTA-FEIRA 11 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Undercover Agents For the Blues" Andreia Nunes (voz) & João Diogo Roque (guitarra e percussões) SÁBADO 12 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Eisa Project" Orlanda Guilande (voz) & João Balão (voz e guitarra), Carlos Mil-Homens (percussão) DOMINGO 13 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "IN FADO" Cristina Clara (voz) e Jon Luz (voz e guitarra) SEMANA 3 SEGUNDA-FEIRA 14 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "IN FADO" "Fado Enredo" Daniela Mendes (voz) & André Marques da Silva (guitarra) TERÇA-FEIRA 15 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Pela Rua Fora" Cláudio Alves (voz e guitarra) & Gonçalo Sousa (harmónica) QUINTA-FEIRA 17 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Duo Intemporal" Carlos Aikibudo (voz) & Carlos Silva (piano) SEXTA-FEIRA 18 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Duo Carioca" Carlos Veiga (voz e piano) & Rodrigo Santo (guitarra) SÁBADO 19 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "IN FADO" "Saudades do Brasil" Vânia Conde (voz) & Gabriel Godoi (guitarra) DOMINGO 20 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "IN FADO" "As Cores do Fado" Zana (voz) & Domingos Silva (piano) SEMANA 4 SEGUNDA-FEIRA 21 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "IN FADO" Sandra Camilo (voz) & Rui Rocha (voz e guitarra) TERÇA-FEIRA 22 DE AGOSTO – 21H30 CONCERTO "ALFAMA JAZZ" "Zzaj Trio" Nuno Costa (guitarra), André Fernandes (baixo) & Paulo Bandeira (bateria) QUINTA-FEIRA 24 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Baú" Catarina Anacleto (violoncelo), Tiago Barbosa (voz e piano) & Ricardo Alex Daniel (percussão) SEXTA-FEIRA 25 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "Magano" Sofia Ramos (voz), Nuno Ramos (guitarra) & Francisco Brito (contrabaixo) SÁBADO 26 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO Letícia Vasconcellos (voz) & Cláudio Kumar (guitarra) DOMINGO 27 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "IN FADO" Rui Vaz (voz) & Professor José Carvalhinho (guitarra clássica) SEGUNDA-FEIRA 28 DE AGOSTO - 21H30 CONCERTO "IN FADO" Ana Roque (voz) & Nuno Tavares (piano) CONCERTOS:  5 €  (5 Euro) Duetos da Sé, Restaurante Café Bar Travessa do Almargem nº 1 B/C ALFAMA, Santa Maria Maior 1100-019 LISBOA Junto à Sé Catedral de Lisboa Near the Sé Cathedral of Lisbon ** Encerrado à QUARTA-FEIRA ** Closed on WEDNESDAYS ** Excepto para reservas de grupos e eventos ** Except for group bookings and events RESERVAS  JANTAR / DINNER RESERVATION: 218 850 041 E-MAIL: [email protected] (more info) - Para mais informações: https://www.duetosdase.com/site https://www.facebook.com/duetosdase https://www.facebook.com/duetos.alfama https://twitter.com/DuetosdaSe https://www.flickr.com/photos/duetosdase https://www.instagram.com/duetos.da.se.alfama/ https://duetos-da-se-alfama.tumblr.com/ Música instrumental, Fados, Jazz, Blues, Soul, Gospel, Música Erudita, Música do Mundo (World Music) e um forte empenho na divulgação dos Músicos e da Música Portuguesa. Venha conhecer um espaço inovador, Restaurante, Café, Bar, intimista, dinâmico e multi-funcional no coração de Lisboa, Alfama. Reserve já. Duetos da Sé, Alfama, Santa Maria Maior, Lisboa
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davidbaker75 · 8 years ago
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Uso do discurso gourmet reforça desigualdades sociais
A decisão de pagar R$ 17 ou R$ 60 pelo quilo do café é do consumidor. O que está por trás dessa escolha foi o que instigou o economista Valter Palmieri Júnior a defender a ideia de que a gourmetização é um reflexo de como classes sociais diferentes relacionam-se com o consumo de alimentos. “A indústria alimentícia se apropria dos discursos alimentares relacionados à saúde, ou ao prazer, e cria uma diferenciação social, porque a classe mais pobre não tem acesso aos chamados ‘produtos gourmet’”, diz. Palmieri apresentou a tese de doutorado “A gourmetização em uma sociedade desigual: notas sobre a diferenciação do consumo de alimentos industrializados no Brasil”, em abril, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para ele, essa diferenciação se dá pelo preço, que nem sempre representa um produto melhor. Ele adverte que muitas vezes o gourmet é uma estratégia de venda, com pouco investimento no produto. “A qualidade dos produtos alimentícios da indústria brasileira sempre foi baixa, com muito açúcar e gordura. O que a indústria faz é diminuir um pouco esses ingredientes e cobrar muito mais caro. Um investimento de até 10% em um produto permite que o fabricante cobre até o dobro do preço. O investimento, inclusive, pode ser apenas na embalagem”, avalia.</CW> Mas o investimento no marketing, segundo ele, costuma ser três vezes maior.
Nas gôndolas, essa diferença é perceptível. O quilo do sal, ambos iodados, sem outra diferença, pode variar até 233% de um “comum” para um “premium”. De acordo com o local da compra, o quilo de farofa pode variar de R$ 19,66 a R$ 174. Isso com pouca variação entre ingredientes, mas a segunda vem em um pote de vidro, e a embalagem valoriza pontos como “sem glúten” e “sem lactose”, características comuns a qualquer farofa.
Uma gôndola de supermercado em BH trazia uma curiosa diferença. Salsicha com rótulo gourmet era 320% mais cara do que uma marca comum. A diferença de preço do quilo, de R$ 6,90 para R$ 29,90, não era justificada pelos ingredientes estampados nos rótulos, que eram os mesmos.
Os consumidores, porém, acreditam que adquirir um produto gourmet é garantia de qualidade. “O produto gourmet tem uma qualidade maior, por isso não me incomodo de pagar um pouco mais”, conta a empresária Ana Carolina Cançado de Andrade, 23. “Quando tem uma alternativa diferenciada, premium, opto por ela pela qualidade superior”, afirma o médico Custódio Aleixo, 65.
  Outro lado
  Moradia impacta consumo
Para a pesquisadora Ana Clara Duran, da Faculdade de Saúde Pública da USP, a distância de centros comerciais dificulta que moradores de periferias tenham acesso a produtos nutritivos. “Ouve-se muito que as pessoas em regiões mais afastadas da cidade e do país estão aumentando o consumo de comida processada, mas primeiro precisamos analisar a logística de distribuição para esses lugares, como está e se está chegando alimento fresco”, diz.
O preço de hortaliças e frutas também impacta a escolha. Para ela, o problema não passa só pela reeducação alimentar. 
FOTO: Divulgação LEGENDA
Vale a pena
“Vale a pena pagar mais caro quando o produto é mais saudável. Não adianta só estar escrito na embalagem. Um pão que se diz integral, mas tem farinha branca, não adianta.” João Pedro Almeida Estudante de Direito
FOTO: Arquivo pessoal LEGENDA
Mais qualidade
“Produtos gourmet têm uma qualidade melhor, uma preocupação com a conservação do alimento. O preço é um pouco maior, mas é competitivo.” Custódio Aleixo Médico 
FOTO: Arquivo Pessoal LEGENDA
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hugoalexandrecruz · 8 years ago
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Alcácer com Vida from Ideias com Pernas on Vimeo.
Filme Promocional do concelho de Alcácer do Sal.
Sinopse: Alcácer do Sal é um Município português localizado na Região do Alentejo. Neste filme, seguimos o ponto de vista de uma personagem enquanto passa um dia em Alcácer. Esta viagem é tão única e especial quanto a pessoa que a faz, num Município que abraça cada visitante como se fosse um dos seus, convidando-o a deixar-se envolver pela sua História e Cultura, a apreciar a sua comida e os seus sabores, e a apaixonar-se por um lugar que nunca deixará o seu coração.
Ficha Técnica: Realização: David Mendes Produção Executiva: Info Portugal Produção Audiovisual e Realização: Ideias com Pernas
Elenco: Bruno Pedrosa Gonçalo Martim Maria Malcriada Clara Cabanejo Elisa Caveirinha Leonor Cardim Frederico Borges Jéssica Pina Aldegundes Freitas João Arroja Milene Sofa Inês Azevedo Matheus Nimrichter Paula Feliciano Aníbal Romão Custódio Romão Daniel Rico António João Floriano
EQUIPA TÉCNICA Realização: David Mendes Produção: João Lourenço, Lara Fernandes Guião: Pedro Miguel Ribeiro Direção de Fotografa: Manuel Pinto Barros Assistente de Fotografia: Gustavo Sá Gimbal: David Mendes Assistente Técnico: João Lourenço Drone e Timelapse: Frederico Borges Cabelo e Maquilhagem: Diana Correia
PÓS-PRODUÇÃO Edição de Vídeo: Gustavo Sá Coloração Digital: Alexandre Pinheiro SFX: João Lourenço VFX: Miguel Poção Composição Musical: Pedro Marques Estúdio Som: O Menino Grava Locução PT: José Neves Locução EN: Simão Cayatte
Agradecimentos: Vítor Proença Ana Mendes Sérgio Dias (Pousada D. Afonso II) Alexandra Batista (Posto de Turismo de Alcácer do Sal) Passeios e Companhia Carla Almeida (Igrejas) Luís Arruda (Cripta Arqueológica) Prof.ª Catarina (Centro Social de Rio de Moinhos) Restaurante Porto Sant'Ana Mariza Snack-Bar “Cais da Barca” Restaurante “O Sado” Paulo Cabanejo A todos os Alcacerenses que colaboraram neste filme.
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whatsprayer · 8 years ago
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Missa Santa Marta: o Senhor nos dê a graça de dizer «acabou a guerra no mundo»
O primeiro compromisso do Papa nesta quinta-feira foi a celebração da Missa na capela da Casa Santa Marta. Na sua homilia, o Pontífice deu destaque ao sofrimento de tantos povos castigados pelas guerras promovidas pelos poderosos e pelos traficantes de armas.   De modo especial, falou de três imagens presentes na Primeira Leitura, extraída do Livro do Génesis: a pomba, o arco-íris e a aliança.   “A aliança que Deus faz é forte – comentou – mas como nós a recebemos e a aceitamos é com fraqueza. Deus faz a paz connosco, mas não é fácil preservá-la”. “É um trabalho de todos os dias, porque dentro de nós ainda existe aquela semente, aquele pecado original, o espírito de Caim que por inveja, ciúme, cobiça e desejo de dominação faz a guerra”. Francisco observou que, falando da aliança entre Deus e os homens, se faz referência ao “sangue”: “pedirei contas do vosso sangue, que é vida, a qualquer animal. E ao homem pedirei contas da vida do homem, seu irmão”. Nós, portanto, “somos custódios dos irmãos e quando há derramamento de sangue, há pecado e Deus nos pedirá contas”:   “Hoje no mundo há derramamento de sangue. Hoje o mundo está em guerra. Muitos irmãos e irmãs morrem, inclusive inocentes, porque os grandes e os poderosos querem um pedaço a mais de terra, querem um pouco mais de poder ou querem ter um pouco mais de lucro com o tráfico de armas. E a Palavra do Senhor é clara: ‘pedirei contas do vosso sangue, que é vida, a qualquer animal. E ao homem pedirei contas da vida do homem, seu irmão’. Também a nós, que parecemos estar em paz aqui, o Senhor pedirá contas do sangue dos nossos irmãos e irmãs que sofrem a guerra”.   Custodiar a paz, a declaração de guerra começa em cada um de nós   “Como proteger a pomba? Pergunta-se Francisco; “O que faço para que o arco-íris seja sempre um guia? O que faço para que não seja mais derramado sangue no mundo?”. Todos nós, reiterou, estamos envolvidos nisto. A oração pela paz não é uma formalidade, o trabalho pela paz não é uma formalidade. E relevou com amargura que a guerra começa no coração do homem, começa nas casas, nas famílias, entre amigos, e depois vai além, a todo o mundo. “O que faço, eu, quanto sinto no meu coração ‘algo que quer destruir a paz’?”   “A guerra começa aqui e termina lá. Vemos as notícias nos jornais e na TV... Hoje, muita gente morre e a semente de guerra que gera inveja, provoca ciúmes, a cobiça no meu coração é a mesma coisa do que a bomba que cai num hospital, numa escola, matando crianças - é o mesmo. A declaração de guerra começa aqui, em cada um de nós. Por isso, pergunto: “Como custodiar a paz em meu coração, em meu íntimo, na minha família?”. Custodiar a paz, mas não só: fazê-la com as mãos, todos os dias. E assim conseguiremos fazê-la no mundo inteiro”.   A recordação do fim da guerra na lembrança do menino   “O sangue de Cristo – evidenciou – é o que faz a paz, mas não o sangue que eu faço com o meu irmão” ou “o que fazem os traficantes de armas ou os poderosos da terra nas grandes guerras”. Francisco relatou um episódio pessoal, de quando era criança, sobre a paz:   “Recordo quando começou a tocar o alarme dos Bombeiros, depois nos jornais e na cidade... Isto se fazia para atrair a atenção para um facto ou uma tragédia, ou outra coisa. E logo ouvi a vizinha de casa chamar minha mãe: ‘Senhora Regina, venha, venha!’ E minha mãe saiu, assustada: ‘O que aconteceu?’ E a mulher, do outro lado do jardim, disse: ‘A guerra acabou!’, chorando.   Francisco recordou o abraço das duas mulheres, o pranto e a alegria porque a guerra havia terminado. “Que o Senhor – concluiu – nos dê a graça de poder dizer: ‘Terminou a guerra’ e chorando. ‘Acabou a guerra no meu coração, acabou a guerra na minha família, acabou a guerra no meu bairro, acabou a guerra no meu trabalho, acabou a guerra no mundo’. Assim serão mais fortes a pomba, o arco-íris e a aliança”.   [©RádioVaticana] http://dlvr.it/NPRPDk
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