#( MAS ELE FOI UM DOS MEUS CRUSHES DE INFÂNCIA; ÓBVIO QUE ELE TINHA QUE SER A VOZ DO MEU OC MAIS ANTIGO )
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Nem sei como começar a contar essa história. Pelo começo, presumo.
Não, isso não é mais um texto piegas de amor, embora vá soar em muitos momentos. É um texto sobre como o amor pode fazer coisas estranhas com a gente. Faz você amar uma pessoa intensamente, mesmo que você a odeie. Faz você descobrir que você pode amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Faz 8 anos que eu te conheci. Minha irmã tirou muito com a minha cara por você ter recém feito 18 (e eu nem sou tão mais velha assim). Ficou me chamando de papa anjo.
O "anjo" que eu "papei" naquele dia virou meu amigo. Depois meu melhor amigo. Mas ele estava tão longe. E tinha amizade. Tinha amor. Tinha tesão pra caralho. Disso eu consigo lembrar bem. Lembro te de dar conselho sobre outras moças. Lembro de te ajudar com seus problemas familiares. Lembro de mandar nudes e de muita dirty talking também. (As melhores, admito aqui). Você ficava frustrado pq eu não sabia muito bem como responder as coisas, moça pudica e pura que eu era (kkkkkkkkkkkk não).
Ah G., eu lembro que eu morava com a minha vó e tava começado a faculdade. Eu lembro de como eu tava empolgada pra você morar pra cá. Eu lembro do quanto eu queria por perto. Óbvio que eu tava apaixonada, mas não era só isso.
Imagina minha frustração quando, 4 meses depois você chegou aqui cheio de dúvidas e resolveu ser babaca comigo pq descobriu que não queria continuar ficando comigo e imaginou que eu queria algo mais (acho que você esqueceu que eu vivia aconselhando você com seus dates e crushes da sua cidade).
Meus amigos te odiaram. Minha melhor amiga, com seus imensos 1.45 de altura queria esfolar todos os seus 1.98 (acho) num ralador. Meu amigo da escola ficou putaço da vida de ver aquilo também. Me proibiu terminantemente de ficar com você de novo. Meu melhor amigo de infância, cara sussa q se dá bem com todo mundo concordou com ele. Você ganhou o selo oficial de babaca em dezembro de 2016 de todos os amigos meus que estavam lá naquele dia. Convenhamos, foi merecido. E eu fui burra também, eu fiquei mendigando atrás de você. E como você mesmo me disse, você me beijou só pra ter certeza do que já sentia: você não me queria daquele jeito mais.
O ponto é que você não queria se amarrar com ninguém e você era um jovem mancebo de 18 anos vindo pra uma cidade nova, cuja prima trampava numa baladinha massa e cheia de moças gatas e você partiu do pressuposto que eu queria um namorado.
Não te julgo por isso, de jeito nenhum. Eu te julgo pela falta de honestidade comigo. Éramos amigos. MUITO amigos. Você podia simplesmente ter sido honesto e a vida seguiria, e nós continuaríamos amigos. Por outro lado, meu amor, eu tava vivendo o meu melhor momento. Eu tinha um bom trampo, eu tinha liberdade, eu saia pra dançar todo fucking fim de semana no lugar que eu mais amava na vida, e eu fui quenga pra caralho, beijei mais bocas no Pimentas do que poderei contar na vida. E amei cada segundo. Amava cada segundo. Eu amava você, obviamente me apaixonei e você era meu amigo, mas você era muito mais novo e morava há 800km sem ter certeza se de fato viria ou não pra mesma cidade. Pq caralhos eu ia querer te namorar nessa situação mesmo?
A gente não se falou mais, e em janeiro de 2017 aconteceu de eu conhecer um Cara do Caralho nesse mesmíssimo lugar. Um grande amor da minha vida. No auge dos meus 21 anos aquilo foi o suprassumo pra mim. Ele era perfeito em todos os aspectos. E tudo dava certo. Fomos morar juntos e eu resolvi "amarrar pontas soltas" com algumas pendências na vida e você era uma dessas pontas soltas. Eu fui conversar com você, no fim das contas você não veio pra minha cidade. Voltamos a falar. Voltamos a ser amigos. Melhores amigos. Aquele Cara do Caralho me pediu em casamento e você foi o primeiro a saber.
A vida passa, eu fiquei doente, comecei a surtar feio. Depressiva. Remédio. Muito remédio. E você finalmente veio pra minha cidade. Eu não tinha como estar mais feliz de ter você por perto finalmente. Se em 2016 eu fantasiava em te buscar no aeroporto só pra poder te dar em qualquer lugar que tivesse a oportunidade nisso, agora tudo que eu queria era meu amigo comigo, pra me visitar em casa e eu fazer bolo e torta e tomar cerveja conversando. E eu teria você. Eu tava tão feliz.
Era fevereiro de 2018 isso. Mais tarde eu saberia que o diagnóstico de depressão estava errado e que eu tenho uma sensibilidade incomum a antidepressivos. Mas na época, minha então psiquiatra não sabia e lá estava eu com 200mg de sertralina. Uma bomba-relógio armada e já dando sinais de explosão.
Você chegou na minha cidade e a gente tinha um aniversário de um amigo em comum pra ir. Eu e a namorada desse amigo combinamos que eu ia fazer 2 bolos pra levar pra festa e ai nós resolvemos que você ia me ajudar pra carregar os bolos. Seria ótimo, você ia na minha casa e a gente ia poder matar a saudade enquanto eu fazia os bolos e me arrumava pra ir no aniversário.
Ai eu fui te buscar no ponto de ônibus na esquina de casa, e G., eu não sei descrever o que eu senti quando te abracei. Mas eu senti. E eu notei. Eu sei que você sentiu. Eu percebi que aquela sensação, aquele abraço, a forma como você me cheirou o pescoço, aquilo não era só amizade e eu sabia ali. Deuses eu sabia ali. Me desculpa por mentir pra mim mesma, pra nós, e me desculpa Cara do Caralho, por nunca ter tido coragem de te contar quando eu descobri (meses depois do acontecido).
Fomos pra casa, o meu conge estava lá, de cara feia, mas eu ignorei (explicação virá em histórias futuras), e conversamos um monte enquanto eu fazia o bolo, enfim, fomos de uber e depois eu deveria ir pra faculdade.
Lá eu também soube. Eu menti pra mim por muito tempo, na época eu tava confusa e muito fodida da cabeça. A gente sentou no chão, lado a lado, juntando as moedas pra comprar caipirinha. E a gente estava tão perto. Eu não consigo esquecer seu calor.
Chegou uma hora que eu não tive como ignorar que alguma coisa tava acontecendo. Mas nessa época eu ainda achava que só dava pra amar uma pessoa na vida, entende? E eu amava o Cara do Caralho que morava comigo, então como que eu poderia sequer te desejar?
Eu tava tão errada sobre isso.
Eu falei pra gente ir conversar lá fora. Eu lembro de você chorar e admitir que tinha sentimentos por mim. E eu fiquei com ódio. Pq você poderia ter me dito isso antes. Mas nunca disse. Você nunca foi honesto comigo. Nunca. E eu prezo honestidade pq eu dou meu melhor pra ser aberta e receptiva e o mais sem julgamento possível. Sempre te dei abertura pra ser honesto.
Ah G., eu não fui honesta quando falei que você me beijou. Essa foi a mentira que eu contei pra mim mesma pra me convencer que eu não era uma puta traidora. Mas eu realmente não estava conseguindo assimilar aquilo. Além de que eu estava locona de sertalina. Eu deixei você me beijar e eu quis que você me beijasse. Eu nunca deixei de querer você, mas ali, naquela hora, eu não sabia e jamais admitiria pra mim mesma. Eu deixei, eu quis e nos beijamos.
E puta merda, eu nunca consegui esquecer. A sensação de você me tocando, seus lábios, puta merda, puta merda. Não sei dizer se é o melhor beijo, talvez não seja. Mas puta que pariu, a química, a sensação de te tocar, eu nem sei dar nome pra isso. A atração, o que me puxa pra você, eu não sei dar nome pra isso.
Obviamente eu tive uma crise de pânico e não consegui deixar você chegar perto de mim depois, nem pra me acalmar. Eu não estava num comportamento minimamente razoável, eu sei. Por isso eu também sinto muito.
Mas você consegue entender pq eu tive que me afastar de você? Eu cheguei em casa pra encarar meu Príncipe Encantado e contar pra ele que eu beijei outro cara, cara que estava ali embaixo do nosso teto horas antes? Se não fosse por ele, eu jamais teria me afastado de você. Mas eu devia respeito a ele também. Ele entendeu a situação mas ele pediu que eu me afastasse.
Aquela ligação doeu absurdamente. Ouvir você chorar na linha e tentar não chorar muito pra não acordar minha bisa (privacidade custava caro lá, tinha que me esconder no quintal alheio). Aquilo me quebrou. Puta que pariu eu sinto tanto por ter te afastado.
Ai entra a segunda vez que você foi babaca comigo. A primeira foi quando você quis me rejeitar e a segunda quando você foi rejeitado. E de novo você não foi honesto comigo.
Sim, eu escolhi ele ao invés de você, sei que isso doeu. E isso foi meio contra os meus próprios princípios, amigos sempre vem primeiro, mas porra, olha o que a gente tinha feito? Como que eu poderia brigar com ele pra exigir que ele respeitasse minha amizade com você quando a gente desrespeitou ele?
Pausa na história só pra comentar que estou ouvindo When The Sun Goes Down e sempre que eu ouço essa música, eu lembro de você, se encostando na parede do James e cantando "he's a scumbag don't you know"
A vida seguiu, o pobre Cara do Caralho entrou em total parafuso comigo ao longo do tempo e eu tive que me entender. Na época, minha então psicoloca insinuou que se eu beijei você, eu beijaria qualquer cara que chegasse em mim em qualquer situação, e basicamente ela piorou a situação 20x até eu entender de verdade o que aconteceu.
Ai então eu percebi que eu precisava admitir pra mim mesma que eu te amava e te desejava e isso não me fazia amar menos o meu querido conge. Então em 2019 resolvemos abrir o relacionamento... O mais irônico foi que quem me aconselhou sobre "olha, vai dar merda desse jeito" foi você.
Enfim, 2019 pra mim foi o ano da full loucura. Eu estava mais louca que o Batmã, o conge mudou pra São Paulo e eu fiquei sozinha, e eu tava full locona, saia direto, ia da faculdade pra rua, me enfiava em rolês duvidosos (depois fui descobrir que isso tudo era patológico), e comecei a ir no rolê de rock do lugar mais legal da cidade. E um dia eu fui sozinha com um amigo e você estava trabalhando lá.
Lembro que eu estava sentada num dos bancos e meu amigo tinha me largado sozinha pra ir no fumódromo. E ai você veio. E nós conversamos. Você foi +/- honesto, mas eu sei que você segurou muita coisa, eu sou uma boa leitora de pessoas. Você nunca me contou tudo.
Eu resolvi te abraçar e você disse que não era uma boa ideia. De novo, aquela sensação, aquela atração fodida e sem explicação. Aquele imã. Você tava certo, não era uma boa ideia. Mas você não me beijou aquele dia. Você disse "se vai me beijar, vai de uma vez, não fica torturando a gente".
E eu te beijei. E de novo, puta que pariu. Ainda hoje, mais de 3 anos depois, se eu fecho os olhos e me concentro bem, eu consigo sentir a porra da textura do seu cabelo nos meus dedos. Não tô tentando ser poética não, isso é verdade. Eu fiquei por dias assim. Eu não sei dar nome pra isso. Acho que nunca vou saber dar nome pra isso. Mas eu sei que eu nunca senti nada remotamente parecido com ninguém. É uma atração quase magnética, eu diria. E eu realmente não tô tentando soar poética ou romântica, eu só não sei mesmo descrever o que eu senti, a atração que eu sinto.
Ficamos algumas vezes depois disso e depois, covid e nunca mais. Não sei de você. Queria poder ter a liberdade de ir conversar com você, mas eu sei que não deveria. Eu quero superar sabe? Seguir a vida. Eu quero conseguir não pensar em você dessa forma. Eu quero lembrar de você de um jeito normal que uma pessoa lembra de alguém querido no passado.
Você parece uma chaga na minha alma as vezes. Há 3 anos eu conheci outro cara massa pra caralho, nós fomos morar juntos, estamos construindo uma vida juntos (numa relação aberta, pq agora eu aprendi como funciona de verdade), mas temos carro, casa, 4 gatos, enfim, construindo tudo juntos.
Mas você sempre vem e eu não consigo entender pq. O que eu estou deixando passar nisso tudo que não me deixa simplesmente te superar? É algo que eu fiz? É karma? Não que eu acredite em karma, mas sei lá né. Nessas horas a gente cogita tudo. E eu sei que se você ler isso você vai achar ridículo eu cogitar ser karma pq vc é cético.
Porra, eu realmente não sei o que fazer mais. Faz 8 anos que te conheci, faz 3 anos que eu não te vejo e eu simplesmente não consigo te esquecer e não consigo saber pq.
Eu queria que você me ajudasse, sabe? Talvez uma boa conversa muito honesta ajudasse de verdade. Mas eu já tentei isso e você não teve maturidade de topar. Não estou disposta a apostar que o você de 25 anos tenha mudado tanto a esse ponto.
Eu não sei como por um ponto final nisso sozinha, por mais que já tenha acabado.
Socorro.
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Marcelo Campos as Louis Berneaut!
“Hi, my name is Louis. It’s written with ‘is’ but pronounced like ‘ie’, ok...? Don’t get it wrong!”
#┇☪┇❝ Of mages and men. ❞ → ( Headcanons )#┇❥┇❝ Bien sûr que c'est moi! ❞ → ( Louis )#┇❥┇❝ On fait c'qu'on peut. ❞ → ( Louis Musings )#( louis' voice claim. )#( fav. )#( the bae and I went to a con recently and we got the chance to speak with this voice actor who's been the voice of some of my major crushes#like Edward Elric; Howl; Trunks; Duo Maxwell and so forth...#He's so sweet and just as smol as Ed! I was on the verge of tears and barely could take a hold of myself. )#( GENTE EU QUASE TIVE UM TROCÍNEO )#( O MARCELO É TÃO KAWAIIZUDO MDS )#( Eu não ia pedir pra gravar o audio. mas dona Érika foi lá e falou pra ele; QUERIA UM BURACO PRA ENFIAR A CARA. )#( MAS ELE FOI UM DOS MEUS CRUSHES DE INFÂNCIA; ÓBVIO QUE ELE TINHA QUE SER A VOZ DO MEU OC MAIS ANTIGO )#( AINDA NEM ACREDITO QUE A GENTE CONSEGUIU FALAR CCOM O OMI. )#( Nem chorei; só fiquei tremendo. )#( pior que tô sentindo muse pro Louis de novo só por causa dele HUAHUAHD )#( Se tudo der certo hoje e eu me livrar de uns probleminhas eu realmente quero voltar com ele direitinho OISAOIJDO )
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“bom dia! hoje eu ‘tô filmando logo cedo porque vou mostrar minha rotina tóxica e desregrada. a única coisa que eu faço certo é errar as coisas e ser a desgraça da família. brincadeiras à parte, eu começo meu dia mandando um pedaço de chocolate para dentro junto com um café e rezando para isso me segurar até o jantar. depois vou fazer yoga porque é importante estar em equilíbrio com o seu próprio corpo, não é?”
BÁSICO
NOME: eleanor hawthorne
APELIDOS: nellie, ellie, el, ella, elie bug (muito específico, apenas a família chama ela assim), elma, alora, anelore (o nome com as letras bagunçadas)
IDADE: 22 anos
OCUPAÇÃO: travel vlogger, ilustradora freelancer
LOCAL DE NASCIMENTO: hawnsworth, wa
DATA DE NASCIMENTO: 12 de agosto de 1999
SIGNO: le��o
GÊNERO: mulher cis
ORIENTAÇÃO ROMÂNTICA E SEXUAL: panromântica assexual
TRAÇOS DE PERSONALIDADE: desastrada, preguiçosa, pessimista, reservada, sincera, irônica, empática, orgulhosa, temperamental.
COISAS FAVORITAS. the sharpest lives, de my chemical romance. senhor dos anéis, j. r. r. tolkien. hercules, disney. senhor dos aneis, peter jackson. mousse de maracujá. batata frita. coca-cola. café. playlists do spotify super específicas. cheiro de livro novo. apelidos fofos. vestidos.
FAMÍLIA
peter hawthorne (pai, 56); margaret hawthorne (mãe, 50), ethan hawthorne (irmão gêmeo, 22); scott hawthorne (irmão mais novo, 18-20).
de início, ellie sentia que se encaixava melhor na composição da família certinha. era certamente a princesinha aos olhos dos pais, isso, é claro, até o nascimento no do irmão mais novo. como um botão de start, lentamente sua relação com os mais velhos começou a mudar. hoje sente que é a decepção da família, pois não se encaixava exatamente no tipo certinho e perfeitinho que eles buscavam, sem aptidão acadêmica e preferindo viajar por aí.
SOBRE
nellie nunca fez o tipo acadêmico, mas foi apenas quando completou 10 anos que seus pais perceberam isso. não demoraram a levá-la em especialistas e descobriram que nellie havia passado algum tempo despercebida enquanto lidava com um transtorno de hiperatividade e atenção. claro, tanto tempo assim levou a questões de ansiedade e autoimagem que a prejudicam diariamente, mas não é algo que ela traga à tona. terminou o ensino médio como um alívio e, se fosse sincera, não reprovou devido a ajuda de seu irmão gêmeo e alguns amigos mais próximos. havia ficado mais que óbvio que ela não entraria em faculdade alguma, entretanto o caminho escolhido por ela não deixou de incomodar os pais. inicialmente, trabalhou como modelo para algumas empresas e ainda o faz, mas seu foco não é esse. decidiu viajar o mundo e trabalhar como ilustradora freelancer. (tw: câncer) está de volta apenas por conta da situação da mãe.
CONEXÕES REQUERIDAS
*todas as conexões são unisex, mas vou tratar no masculino.
**vou sinalizar riscando aqueles preenchidas.
melhor amigo de infância. foi você que deu a nellie seus apelidos mais exóticos. alora, anelore e elma são frutos da sua imaginação apenas. você e nellie eram grudados, nada os separava, não fosse alguns caminhos da vida. pelo menos, vocês voltaram a se encontrar.
crush de infância. honestamente, se for para ser sincero, você sabia que nellie tinha um crush em você. apenas nunca fez nada, talvez por medo, talvez por não ser recíproco. sei lá. é esquisito encontrar você.
travel buddies. não teve como te largar depois que nellie te conheceu em uma das viagens. inclusive, vocês marcavam de se encontrar sempre que podiam, por vários países e várias cidades. hoje estão na cidade onde nellie nasceu e não podia ser mais divertido.
primeiros. primeiro amor, primeiro beijo e primeira vez. que pavor. definitivamente nellie não queria te encontrar por aí, mas agora que aconteceu, não tem como fugir, né?
ódio é uma palavra muito forte. mas serve nesse caso. o santo nunca bateu, mas vocês quase se bateram, né? nem mesmo anos longe um do outro serviram para apaziguar a raiva que vocês tem um do outro, vão para a terapia.
mutual pining. só vocês não sabem, mas dá pra ver no olhar de vocês que tem um algo a mais aí. não tinha como não se apaixonar pela nellie com ela caindo em todo canto e, bem, nellie não vai te contar, mas você está presente na maioria de seus desenhos. shhh.
nerdola. sem segredo algum, por mais que nellie não fosse a menina mais estudiosa, era uma nerdola sem tamanho. ainda é. vocês jogaram muito rpg, assistiram muitos filmes de universos diferentes e leram muitos livros em conjunto. é até esquisito se encontrarem depois de tanto tempo.
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task 004;; o interrogatório e tananã
Clio entrou na sala do diretor com a leveza e confiança de quem estava visitando um bom amigo. Não que ele fosse amigo de Merlin, mas era chamado à sala do diretor com tamanha constância que sentia-se livre o suficiente para entrar como o dono do lugar, sentando-se na cadeira em frente ao mago com os pés no apoio para as mãos da poltrona. —Você enfeitiçou isso aqui desde a última vez? Tá mais duro que um caixão, esse estofado é todo cenográfico. — Reclamou, se ajeitando precariamente no assento. Merlin revirou os olhos. Seria um longo interrogatório.
— Muito bem, senhor Iradiklis...
— Senhor Iradiklis? Esse é meu pai, diretor. A mim você pode chamar de Vossa Excelentíssima Alteza Real. — O gracejo foi correspondido por um olhar pétreo de Merlin.
— ... enfim, senhor Iradiklis. Vamos dar início aos procedimentos. Poderia identificar-se? Nome, idade, filiação e raça, por favor.
— Clio Artemisius Kim da casa Iradiklis do reino de Diamandis, 22 aninhos, filho do rei Apolo Iradiklis e da rainha Kwongji Kim, conhecida por Cinderela. Humano, mas com algum tempero. — Sua piscadela para a Fada Azul foi retornada com um olhar duro, mas isso não tirou o sorriso de sempre do rosto. O suspiro pesado de Merlin em ter que lidar com Clio deixava óbvio que o mago já não aguentava mais as excentricidades do príncipe.
— Qual foi a primeira coisa que fez ao chegar ao parque?
— Fui atrás da Rhea, que é minha crush, apesar de ela só pisar em mim. Eu tinha todo um plano, sabe? Ia ser ótimo se minha irmã não tivesse roubado ela e sumido por aí. Então eu fiquei frustrado, óbvio, e fui me divertir.
— Recebemos as reclamações de funcionários do parque, senhor Iradiklis. É isso que se passa por diversão pra você? — O olhar do diretor poderia ser descrito habilmente como “fulminante”, “assassino” e outras palavras análogas.
— Isso é diversão, meu velho. — Ele pôde ver que o mago inalou antes de fazer alguma reclamação sobre respeito, mas usou desse tempo para entrecortá-lo antes que acontecesse. — Mas acho que nenhuma das suas reclamações envolve ter sumido com doze aprendizes, não é? Por que eu não fiz isso. — Uma pausa, antes que Clio desse seu melhor sorriso e batesse com a ponta do indicador no próprio nariz. — Continua do mesmo tamanho, viu só? Já posso ir embora?
— Não, senhor Iradiklis. É de suma importância o depoimento de todos dos aprendizes para a resolução do caso.
— Mas você sabe que nenhum de nós tem competência pra isso, não é? A última vez que alguém tentou dar uma de vilão aqui ele acabou preso na própria masmorra.
— Não estamos acusando nenhum de nossos aprendizes, senhor Iradiklis. Apenas colhendo as informações necessárias para a investigação. Agora vamos, se lhe apetecer, dar continuidade aos questionamentos.
— Não me apetece em nada, mas vai lá. Faz teu nome. — Pôde ver os olhos de Merlin se revirando um pouco, e sentiu-se satisfeito. Alguém irritado era fácil de tirar dos eixos, e deixava passar detalhes apenas para se livrar da fonte de sua irritação. Que felizmente, nesse caso, era Clio.
— Qual sua relação com os desaparecidos?
— Nenhuma. Conhecia eles de vista, claro, por que estou enfiado aqui faz anos, mas precisa ter um certo cacife para que eu me interesse, entende? Sou um cara legal demais para ficar dando o ar da minha graça pra qualquer um.
— Fez algo inusitado no passeio?
— Eu atirei com uma flecha no senhor da barraquinha de tiro ao alvo, roubei a máscara de um dos fantasmas do trem fantasma e saí correndo, me pendurei na roda gigante e tentei jogar um sapato em um dos espelhos da casa de espelhos. Não sei se isso é inusitado, por que pra mim isso é uma terça-feira.
— Você se lembra de ter visto algo estranho no passeio ou uma presença estranha?
— Se eu tivesse visto algo estranho eu teria ido embora mais cedo. Tenho medo de visagem. — O nariz não cresceu. Clio realmente tinha medo de fantasmas, ora, ia fazer o que?
— Tem inimizade com alguém em Aether?
— Inimizade? Jamais. Quem odiaria esse rostinho lindo? — A retórica recebeu apenas mais um suspiro de Merlin. — Tem gente que não gosta de mim, eu acho, pois nem o Narrador agradou a todos, mas é questão de tempo até eu ganhar esses daí. — E o narizinho permaneceu intocado, por que Clio acreditava piamente que poderia ganhar qualquer pessoa no papo se tivesse tempo e inclinação suficientes.
— Já cogitou prejudicar ou fazer mal a um colega aprendiz?
— Eu não faço mal, meu bom senhor. Consertar as coisas é literalmente meu poder. Por que me daria ao trabalho de quebrá-las? — Uma verdade, por incrível que pareça. Clio tinha certo costume de rir da desgraça alheia, mas nunca esforçou-se para causá-la. Era trabalho demais, e ele era um preguiçoso.
— Recebemos a informação de que você foi visto em atitude suspeita perto do Trem Fantasma e que já disse ter interesse em “acabar com a raça de Cheryl La Bouff”. Por que disse isso?
— Eu já disse que peguei a máscara do rapaz lá, mas foi uma brincadeira! O que tem de suspeito nisso? Ainda mais vindo de mim, eu hein. — Reclamou em seu tom de voz mais irritante. — E outra, eu mal sei quem é essa. Já falei que não conheço os sumidos, que o Narrador os tenha.
— Fomos informados de que se meteu em um desentendimento no final do passeio. Se importaria de explicar o motivo?
— Eu jamais entraria num desentendimento. É uma falta de elegância terrível, e irritação trás rugas. E isso é um conselho, viu? Apesar de que acho que cheguei tarde demais, mas o que vale é a intenção. — A careta mal-disfarçada de Merlin apenas acentuou seus pés de galinha, tão profundos que Clio pensava que talvez ele guardasse uma poção ou duas ali.
— Reparamos que foi um dos últimos a chegar no ponto de encontro. Qual o motivo para ter demorado?
— Soren me ligou pedindo ajuda, então eu fui ajudar ele. Demorei nisso.
— Saberia dizer em qual horário recebeu a chamada do Senhor Fitzherbert?
— Deve estar no meu transmissor, mas não sei exatamente. Pode ser um choque para o senhor, mas uso… substâncias ilícitas. Mamãe sempre disse que essas coisas apodrecem o cérebro, acho que ela estava certa. — Foi possível ver os olhos de Merlin se abrirem um pouco mais, o mago claramente tentando não arregalá-los para manter sua compostura. Bingo. Desconcertando o interrogador, seria mais fácil de confundi-lo quando a hora chegasse. E o pior é que ele nem tinha usado nada no dia do parque, razão pela qual teve que se comprometer com a admissão vaga e que implicava que ele usava em outras ocasiões; o que era, admitidamente, verdade.
— Você está insinuando estar sob efeito de entorpecentes durante a excursão, senhor Iradiklis?
— Com todo o respeito, o senhor acha que alguém sóbrio iria se pendurar do alto da roda gigante? — A retórica veio acompanhada de um sorriso amarelo, como uma criança pega no flagra. A expressão endurecida no rosto do diretor indicava que ele tinha comprado suas meias-verdades; ao fazer a pergunta ao mago, ele não afirmou nada. Ainda assim, teve que conter a vontade de tocar no nariz só pra ter certeza que ele estava do mesmo tamanho (e só não o fez por que nossa, como pareceria suspeito!)
— E qual foi o conteúdo dessa chamada, exatamente? — O mago questionou, limpando a garganta em uma tentativa de retornar ao seu eixo. Clio teve que reprimir um sorriso. Showtime.
— Eu estava indo pra carruagem, sim? Feliz e pimpão por que minha crush aceitou sair comigo. Pode perguntar pra ela, é a Rhea. Aproveita e diz pra ela parar de me pisar, por que eu sou sensível e vou chorar a qualquer momento. Isso é uma ameaça. — Começar do começo era essencial, assim como jogar uma verdade facilmente verificável para criar a ideia de boa-fé. — E aí meu transmissor recebeu um SOS, do Soren. Ele estava me pedindo ajuda, como eu já falei, na casa dos espelhos; que inclusive, um perigo viu? Nem todos são abençoados com ambos inteligência e beleza, meu bom. Soren mesmo, coitado, tão bonito o rosto... Mas enfim. “Clio, me socorra”, tananã e coisa e tal. Então eu fui lá né, por que eu sou um ótimo amigo, fui atrás dele e tananã. Aí chegando lá eu perguntei “cara, que merda você tá fazendo?” e ele me respondeu tipo, “merdas acontecem amigo” e tananã. — Os olhos estreitos de Merlin direcionados a si denotavam a desconfiança do mago com a resposta escorregadia, mas estava tudo bem. Seria burrice não esperar alguma resistência. — Aí eu o ajudei e coisa e tal, fomos à caminho da carruagem onde ele me parou e disse, “Clio, eu não sei o que faria sem você na minha vida. Tenho que confessar que sempre te amei, pois você é lindo, inteligente e eu tenho certeza que daqui a alguns anos seus ombros vão ficar mais largos e você vai ficar mais alto, mesmo que já tenha passado da puberdade.”, e então nós nos beijamos e- — O formigamento no nariz e o olhar fulminante da Fada Azul foram o suficiente para fazê-lo resmungar. — Sério, nem uma piada? Umazinha? Eu vou ter que falar com todas as palavras que estava brincando sobre ter um tórrido romance gay com meu amigo de infância?
— Esse não é momento para piadas, senhor Iradiklis. Temos doze aprendizes desaparecidos. — Merlin esfregou os olhos com a esquerda, claramente cansado da teatralidade do príncipe. Só mais um pouco...
— Pois me dê um violino que eu vou pranteá-los com uma música triste agora mesmo! — A falsa animação na voz veio fácil. Ele nem sabia tocar violino.
— Clio, cale-se e responda as perguntas! — Lá estava. A irritação palpável do mago, do tipo que só não o expulsava por receio da ira de seus pais, era exatamente o que ele precisava para adiantar o fim do interrogatório e não incriminar o amigo.
— Você quer que eu fique calado ou responda? Por que eu não tenho como fazer os dois ao mesmo tempo, a não ser que você tenha uma maneira de ouvir meus pensamentos. Mas ah, você não iria querer ouví-los, por que eu sou um puta de um pervertido e na sua idade-
— Você me entendeu, Iradiklis. Saiba que está suspenso por uma semana por sua insolência. — A punição foi recebida com o sorriso de sempre; nada novo sob o sol. — Existe alguma razão para que algum de seus colegas possa querer te comprometer com respostas falsas?
— Talvez a minha irmã. Ela sempre teve inveja por que eu sou o gêmeo bonito, e simpático, e- — O formigamento no nariz de novo. Mas que inferno de mulher sem senso de humor essa Fada Azul! — Isso é uma brincadeira. Não consigo pensar em ninguém.
— Antes de ir, senhor Iradiklis. — Existia uma nota de alívio na sentença de Merlin ao finalmente se ver livre do príncipe. — Tem alguma coisa que queira nos contar? Essa é a única vez que vamos te dar essa oportunidade.
— Sabe, Merlin, tem algo que é... É muito difícil, e eu nem sei se poderia estar falando isso sem que vire um problema pra mim, mas — Ele pôde ver a postura da Fada Azul mudando em antecipação. — você deveria fazer suas sobrancelhas. Nunca fiquei te encarando por tanto tempo assim, mas agora percebi que estão parecendo duas lacraias em cima dos seus olhos, e elas estão se juntando viu?
— Duas semanas de suspensão, Iradiklis.
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Tudo aquilo que eu sempre escondi
Cuidem com quem vocês se relacionam, mesmo na internet, pode ser terrível e trazer coisas que nunca se imaginam.
Tudo começou com uma criança gordinha e cheia de complexos. Eu via todas as minhas amiguinhas com crushs e eu era a amiga gordinha. Meus problemas com auto-estima começaram na infância, eu sempre senti que ninguém nunca ia gostar de mim.
Quando eu tinha 12 anos, eu gostava de um colega meu. Ele era meu melhor amigo, o nome dele era Vitor. Foi o meu primeiro amor e eu era apaixonada demais por ele. Eu não era mais a criança gordinha que eu era, mas nunca fui tão magra como todas as outras meninas da minha idade. Entendam, não acho que o peso vai te fazer atraente pra alguém ou não, mas eu era novinha demais e com auto-estima de menos. Eu não gostava do meu cabelo também, ele era cacheado e eu não sabia arrumar, ninguém falava de empoderamento de cachos na época, mais uma razão pra me sentir inferior. Voltando ao menino, ele namorou todas as minhas melhores amigas. E mesmo isso me fazendo mal, eu me sujeitava a estar sempre em volta dele sendo chamada de "irmãzinha" porque ele se sentia bem assim. Detalhe, ELE se sentia bem. E eu, mesmo que não quisesse me afastar, sabia que aquilo me fazia mal.
Ok, minha vida "real" era ferrada então decidi começar minha vida virtual. Criei uma personagem e comecei a viver por ela, um fake no orkut, era comum na época. Aí eu já tinha 14 anos. E eu conheci um "cara", ele era mais velho e a gente tinha um relacionamento "no fake". Mas aquilo era parte de mim, e é óbvio que meus fantasmas iriam me assombrar de novo. Mesmo que ele não visse meu rosto, eu me sentia insuficiente. E aceitava que ele fizesse o que queria comigo. Eu tinha 14 anos e a gente fazia sexting, ele era mais velho que eu, tinha mais de 18 já. Eu era menor de idade, uma criança, e eu era meio inocente essa época e um adulto fazia esse tipo de coisa comigo. E eu aceitava a forma que ele me tratava, porque eu achava que só assim pra ele ficar perto de mim e pra que eu não me sentisse tão carente.
Nessa mesma época, conheci um guri chamado Eduardo. Eu tive várias paixonites por ele no decorrer dos meus 14 anos aos 20. Guardem esse nome, vai ser importante mais tarde.
Enfim, com 16 anos eu tive meu primeiro namorado. Eu era insegura e tímida com relação a mim mesma, não conseguia nem beijar ele de vergonha e medo de fazer algo errado, medo da rejeição. Ele me dizia constantemente: "Tu é gatinha, mas ficaria ainda melhor se emagrecesse". Detalhe que eu estava longe de ser gorda e se estivesse, ele não teria nada a ver com isso. Eu me sentia ridícula todas as vezes que ele dizia isso. Um dia marcamos de ir num aniversário, só que meus pais saíram pra uma viagem de um dia e me deixaram sem chave. Não pude ir na tal da festa, no outro dia ele terminou comigo. Nesse momento da minha vida, cheguei a conclusão de que, de fato, eu não era suficiente.
Com 17 anos eu comecei a sair com um guri, o nome dele era Lucas. E eu realmente achei que ele era diferente. Ele era gentil, educado, falava coisas bonitas. Nunca criticou nada em mim. Mas também não me levava a sério. Eu saía pra comprar presentes pra mãe dele com ele, fazia várias coisas pra agradar. No fim, ele foi lá e namorou com a minha "melhor amiga". Aqui eu já tinha começado a me acostumar. E pensei que já era, estava cagando pra tudo. A ansiedade começou a se fazer presente na minha vida, eu tinha compulsão alimentar e comecei a engordar. Nesse momento, nem auto estima eu tinha mais. Eu nem sequer gostava de mim e isso causou o próximo acontecimento.
Eu tinha 18 anos e comecei a gostar de um garoto chamado Bernardo. Ele foi uma das piores espécies de ser humano comigo. Ele ficava com a minha melhor amiga, mas propôs que a gente ficasse escondido. Eu achava que não merecia nada melhor do que isso, achava que nunca teria nada de melhor. Então eu aceitei. Ele ficava com ela na minha frente, enquanto abraçava ela, ELE OLHAVA PRA MIM, já que ela não podia ver. Ele podia estar comigo, se ela aparecia, ele LITERALMENTE me soltava e corria pra ela. Como se eu não fosse NADA. No final, essa menina largou dele e eu continuei SENDO A PEGUETE ESCONDIDA por mais uns 6 meses. Tem ideia do que isso vazia comigo? Pra mim, eu era uma ridícula, feia, sem graça, insuportável, nojenta. Como ele me escondia, eu achava que ele tinha vergonha de mim. Teve um dia que ele me mordeu no braço, ficou um roxo enorme, tive que usar blusa comprida no verão por dias. E eu achei, na época, que era lindo. Ele me apertava e deixava marcas roxas, também achava que era excesso de "tesão", ridículo né?No fim, ele me deu um fora e foi namorar outra pessoa.
Aqui eu já manifestava alguns sintomas sérios. A ansiedade tava pior, tinha dias que eu não conseguia levantar da cama e viver. Nesse momento eu conheci mais o kpop que foi uma válvula de escape, porque as coisas poderiam ter chegado no fundo do poço bem antes.
Ok, aqui entra o Eduardo. Eu tinha 18 pra 19. Ele foi o melhor amigo que eu tive na vida, mas também foi uma das piores coisas que me aconteceu. Ele tinha uma noiva. E ela foi fazer um intercâmbio de 1 ano e meio, ele ficou aqui. E nem preciso explicar o que aconteceu. Fui o "estepe" por todo esse tempo. E EU ME PERMITI SER. Porque eu REALMENTE amava ele demais, então aquilo parecia suficiente. Ele me fazia promessas, trazia chocolate pra mim quando eu não tava bem, me dava flores e me levava sempre em casa. A gente sentava na praça e ficava lendo juntos, ele me fez sentir como se a gente fosse um casal, por um ano e meio. Quando ela voltou, um dia antes, ele me deu uma rosa. Disse que me amava. Ela chegou e eles casaram.
Aqui eu desmoronei. Ele parecia a última esperança de que algo daria certo na minha vida.
Pra tentar provar algo, com 20 anos, comecei a namorar um menino chamado Gabriel. Meus pais amavam ele, meu pai principalmente. Mas ele era ridículo. Reclamava que eu usava maquiagem, falava mal de coisas no meu rosto, falava mal do meu cabelo (que desde os 15 anos passei a alisar) porque tinha frizz, vivia dizendo que eu era "chata", não prestava atenção em nada que eu dizia. Todos os dias, no fim da tarde, eu tinha que estar arrumada e cheirosa pra ele me buscar em casa porque ele queria sempre desfilar de carro e de namorada pela cidade. Ele me levava pra casa dos amigos como um troféuzinho, todos os dias eu voltava pra casa chorando pros meus pais que queria terminar. Meu pai chegou a me dizer (sabendo de todos os relacionamentos anteriores, mas sem saber o que ele me dizia pq eu tinha vergonha de contar) que eu nunca encontraria alguém tão bom quanto ele.
Nesse momento, meu psicológico já estava completamente ferrado e eu já tinha pensamentos estranhos. Graças a Deus, consegui terminar, porque num dia bom eu quis compartilhar com ele sobre algumas coisas que eu sentia, sobre meu psicológico e tal. Quando terminei de explicar, ele me disse "eu sempre soube que tu era louca". Terminei ali.
Mas o pesadelo nem tinha começado.
Eu tinha crises de ansiedade, tinha dias que não dormia, em outros eu dormia mais de 14h. Passava os dias deitada na cama, matava muitas aulas e me sentia o maior fracasso do mundo. Eu ficava o tempo inteiro repassando todos os fracassos que eu tive na vida (não só os amorosos, mas tudo que eu quis fazer e não deu) e pensava que minha vida era um lixo, que nada valia a pena.
Foi nesse momento que comecei a pensar em morrer. Na verdade, morrer parecia pouco. Eu queria deixar de existir, eu queria não ser nada. Eu fiquei mal por meses, até nos mudamos de casa porque novos ares me deixariam melhor. E de fato, ajudou um pouco.
Hoje, com 21 anos, eu ainda tenho vários momentos ruins e bizarros. Tava lendo uma fanfic e ela me fez pensar sobre tudo isso.
Tive uma semana difícil e provavelmente ninguém sabe. Nem sei se vou dormir essa noite.
Na verdade, nem sei se alguém vai ler isso e provavelmente vou me arrepender de ter postado. Não gosto de expor isso porque tenho vergonha, mas quando eu tô a ponto de explodir, preciso falar.
Eu me deixei viver todas essas coisas. Me permiti. Porque eu não tinha amor próprio o suficiente pra lidar com essas situações.
Hoje já me amo mais, já uso meu cabelo natural e tem dias, poucos, que amo meu corpo e a mim mesma.
É isso, tá foda.
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Epifanias, karma e full circle
Tenho um amigo que é comprometido - ele já era noivo quando o conheci e há pouco tempo casou - e de uns tempos pra cá, antes de casar, começou a entrar em contato mostrando um certo interesse por intimidade comigo. Não sei por que engatamos um papo ano passado, sobre a vida, e desde então, toda vez que ele vem pra cidade, ele quer me encontrar. Começou com uma mensagem boba, pedindo pra eu ir beber com ele no meio da madrugada, mas eu não ia sair da minha cama pra encontrar com ele às 3 da manhã. Eu até queria ficar com ele, porque ele é gato, mas ele é casado né. Não rola. Super cheguei a cogitar que rolasse, mas eu percebia que eu sempre falava com um fundo de dúvida.
Até que um dia eu fui onde ele ia tocar e levei uma amiga. Essa minha amiga terminou o casamento há pouco tempo porque o marido dela de envolveu com outra e resolveu ficar com essa outra. Só depois que cheguei em casa esse dia que recapitulei as coisas que falei e quis morrer. Eu, falando que queria ficar com um cara casado, pra minha amiga de infância, que tinha terminado um casamento porque o marido se envolveu com outra. Olha a panaquice que eu tinha feito.
Me tremi toda quando a ficha caiu. Aí botei mesmo na cabeça que não rola de ficar com ele assim. Adoro ele, a música dele, nossas conversas, mas fica por isso. Aí, hoje me aconteceu um fato que parece que veio pra lacrar essa minha decisão de voltar à minha verdade.
Semana passada eu fui tomar café com um prospect. Cliente masculino, interessado no visagismo, no personal shopper e na montagem de looks. Quando ele chegou e sentou, o percebi meio nervoso. Ele não parava de balançar a perna. Conversamos sobre o interesse dele, meu serviço e pedi o email pra eu mandar o orçamento. Mandei.
Hoje ele me respondeu, falando que não tem como fazer o investimento agora, só se eu oferecesse algo a mais, e que queria fazer a análise pessoalmente se eu oferecesse algo a mais, e precisaríamos nos encontrar em um local bem mais discreto porque ele é casado. Meu, sério. Eu deixei esse email aberto durante o dia todo, só esperando pra que eu respondesse finamente. E foi o que eu fiz. E graças a deus ele ficou quieto.
Depois, um outro amigo meu veio falar comigo, pedindo o número da minha ex-melhor amiga. Eu disse que não tinha, porque até a gente se falar pela última vez, ela não tinha telefone. Aí ele ficou de cara que brigamos, eu resumi a história. E lembrei desse suposto cliente, da história do meu amigo casado.
Minha ex melhor amiga andou saindo com um cara casado. Um homem com quem ela já tinha se relacionado antes, quase deu namoro mas ela pulou fora sabe-se lá por que. Aí ele, agora casado e com uma filha, procurou ela porque a ama, disse estar em um relacionamento aberto e então eles se viram algumas vezes.
Ela, quando eu comentei do meu amigo, disse: "Amiga, se tu quer, vai. Não dá pra ser boazinha o tempo todo, e se ele quem te procurou primeiro, tá com ele!" Na hora eu vi sentido, mas depois refleti. Ainda acho que eu, como solteira, tenho direito de querer ficar com quem quer que seja. Eu não vou procurar um homem comprometido, mas se ele chega a mim, cabe a mim essa decisão e de como eu vou viver com ela. Mas ele quem não honrou o compromisso que tem com outra pessoa, caso seja de comum acordo que sejam exclusivos um do outro.
Aí eu lembrei do último crush. Há uns 10 anos conheci um cara, que trocou de cadeira pra sentar do meu lado, me ofereceu carona pra casa de volta do bar depois de passar a noite toda conversando comigo, e foi assim por diversas vezes. Ele nunca tentou nada. Ele nunca disse nada nem se moveu pra perto de mim com segundas intenções, porque ele tinha namorada. Até que um dia eu, muito bêbada, pedi carona e ele me trouxe. Fez questão de deixar o amigo antes, pra me deixar depois e eu, na hora de sair do carro, tentei beijá-lo. Ele saiu assustado. Eu pedi desculpa, saí do carro, entrei em casa e quis morrer.
Mesmo depois desse advento, ele continuava a se plantar do meu lado nos bares da vida, conversava noite afora e me dava carona. Nunca mais eu tentei nada, ele nunca tentou nem falou nada. Até que ficamos, e não sei o que houve que não rolou mais nada. Sei que enquanto ficávamos, pedi desculpa por essa tentativa presunçosa da minha parte e ele de desculpou também pelo modo como agiu esse tempo todo, me oferecendo carona sempre, só eu e ele no carro.
E com esse rolo todo, eu pensei se fosse eu na situação de pessoa enganada. Eu queria ser avisada, caso alguém visse meu parceiro me traindo. Mas eu não posso fazer isso no caso desse cliente falso porque eu não o conheço, nem conheço sua esposa. E aí fiquei pensando, no caso da minha ex melhor amiga, do porque brigamos.
Ela, um dia, achou que eu tava avacalhando com ela e os caras que ela comentava que queria. Que eu sempre me gabava de que ou o cara já foi afim de mim, ou que a gente já tinha ficado, ou que eu já tinha sido afim dele. Ela achou que eu tava competindo com ela. Ela não me contou que tava ficando com um amigo nosso, e ele começou a dar em cima de mim. Comentei com ela e ela ficou meio puta da cara, e eu não entendi porque.
Até o dia que ele roubou um beijo meu, ela viu e resolveu que eu era a culpada da parada. Aí uma epifania me veio, no banho, que óbvio que ela ia achar isso, porque na cabeça dela, ela tava cagando pra mulheres que são comprometidas com os caras que ela quer e fica. Então, automaticamente, eu caguei pra ela, que ficava com esse cara que queria ficar comigo.
Olha só como as coisas funcionam. Eles nem ficavam mais, segundo ele, quando isso tudo aconteceu. Mas na cabeça dela, como ela não queria se importar se a mulher do cara que ela pegou ia saber, se chatear e tal, fez todo o sentido do mundo que eu não quisesse saber dela. Mas ela não me conhece o suficiente pra saber que eu não sou assim, há 15 anos sendo minha amiga?
Não, porque eu dei a dúvida pra ela, quando concordei que não dá pra ser boazinha sempre.
Ou seja... Às vezes a gente se influencia com o pensamento dos outros, que consideramos próximos, e eles validam isso como sendo nosso pensamento tbm. No meu caso, eu tava real na dúvida, mas no fundo eu entendi que eu não ia conseguir ficar com meu amigo casado. E ela, no caso, projetou esse pensamento dela em mim, e me culpou por uma ação que ela fez.
Por isso é bom refletir sobre a nossa verdade.
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