#🕯️ thxbellamour
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littlfrcak · 7 months ago
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☠︎︎ starter with @thxbellamour
¸ campos de morango.
⭑🕯️ʿ o cheiro do fogo ainda parecia impregnado em seus cabelos apesar de já ter lavado várias vezes nos últimos dias. como se as cinzas tivessem manchado atrás das unhas e não importasse o quanto lavasse a mão, não conseguisse se livrar. aos poucos parecia esquecer onde estava porque apesar de ter sentado com as costas contra uma das árvores ali perto do campo, a mente estava longe. a vista começava a embaçar nas bordas, a ter vários pontos pretos que eram rapidamente substituído com a visão de lá. o bosque estava contemplando não era o do acampamento. a vegetação que via não era os arbustos de morango. não. eram as árvores densas do antigo bosque que cercava sua primeira casa. o cheiro no ar não era mais das frutas docinhas e sim da madeira queimada, dos tecidos destruídos. o grito que ouvia não parecia mais de diversão como as crianças faziam mais distante, era de dor.
era ele quem gritava.
não estava mais nos campos de morango porque sua memória tinha lhe levado direto para o local onde viu sua mãe pela última vez. o fatídico dia em que quase morreu, que o fogo lambeu tudo e não deixou nada para trás, que quase tirou sua vida também. estava em perigo. precisava correr, precisava ir para longe. aqueles homens ainda se encontravam por perto então tinha que sair dali o mais rápido possível. mas como fazer isso se seus ouvidos doíam? zubiam com o barulho da explosão? a garganta seca de tanto gritar e a pele doendo do contato com o fogo.
era apenas uma criança.
abruptamente, algo encostava em si. ah não, eles lhe encontraram. dessa vez sabia como reagir, como se defender. e a aura preta que começava a emanar em combinação com os olhos tão escuro quanto, agora eram enviados na direção do perigo, daquela pessoa que lhe tocava. precisava se proteger.
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littlfrcak · 7 months ago
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⭑🕯️ʿ assentiu brevemente de maneira hesitante. estava inseguro com toda a situação ainda e tão arrependido de ter machucado bellami que a mente começava a disparar motivos pelos quais deveria se manter longe de todos até que tivesse recuperado o controle da própria mente. mas quanto tempo isso levaria? quanto tempo teria que ficar sozinho, longe todos, e o quanto isso iria lhe afetar? “ ━━━ meu passado não é motivo pra justificar o descontrole, eu preciso apenas... batalhar em dobro pra controlar tudo." murmurou. não queria usar aquilo de desculpas, apenas deixar claro que não foi intencional, não o fez por querer. estava tão perdido em sua mente que nem sequer pensou que o que estava lhe perturbando era apenas um dos flashback do tept que tentava fingir que não sofria.
doía ver a filha de afrodite parecendo abalada, as lágrimas dela eram como uma facada potente em seu peito; cada uma que escorria pela face bonita e delicada era como um corte feito em seu interior. tinha causado isso.
“ ━━━ não, eu preciso sim me desculpar. mas eu juro que foi... sem querer. nunca faria isso intencionalmente com você." engoliu em seco, a postura se tornando um pouco tensa porque não sabia a extensão do que tinha causado à semideusa; a verdade é que apesar de sentir tudo o que continuava a infringir a ela durante o uso da benção, não dava para saber exatamente em que ponto tocava. o que ela enxergava, se é que enxergava algo especificamente. o pedido inseguro lhe deixava claro que sim, ela tinha visto alguma coisa e ao que parecia, nada bom. imediatamente tratou de balançar a cabeça em negação. “ ━━━ eu não vi nada, prometo a você. tudo... tudo o que consigo é sentir o que você sentiu." explicou. “ ━━━ tudo... tudo o que viu é apenas seu." garantiu. hesitante e deixando seus movimentos lentos para permitir que ela visse a aproximação, sua mão foi até a face da moça para limpar com mais delicadeza os resquícios das lágrimas, um contraste imenso em como ela tinha tentado limpar o próprio rosto e também no fato de que foi antes um simples toque que deu início a toda a confusão.
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A filha de Afrodite ouviu cada uma das palavras de Sasha, sim. Elas se repetiram em sua mente ininterruptas vezes, misturando-se em ecos. Após longos minutos presa em um silêncio inerte, as linhas de seu raciocínio lentamente a levaram a algum entendimento.
“ Fogo.. Fogo... ” sussurrou baixinho, arrancando um punhado de grama com os dedos. De repente, suas pálpebras se arregalaram. “ Baile! Você estava no baile! ” constatou com certo assombro. “ Eu sinto tanto que tenha passado por isso... Sinto muito mesmo... ” aos poucos, a compreensão e empatia pelo que ele havia vivenciado preencheram-lhe, sobrepondo todo o resto. Dado a trajetória de sua vida, se estivesse lá teria ficado em um estado muito semelhante. “ Não precisa se desculpar. Eu realmente entendo... ” murmurou, de alguma forma tentando transparecer que estava tudo bem mesmo que tudo dentro do seu peito parecesse bagunçado demais. “ É só que...” anuiu, as palavras morrendo antes de cruzar a barreira de seus lábios.
Curvando as sobrancelhas como se sentisse uma dor profunda, se contentou em estregar rudemente as bochechas úmidas, certo constrangimento a atingindo conforme todas as outras coisas foram sendo empurradas para a sua caixa de pandora. “ Por favor, pode manter o que houve entre nós? ” pediu, fugindo do olhar dele. Queria que aquele momento, cercado de ínfimas verdades, ficasse soterrado para sempre.
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littlfrcak · 7 months ago
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⭑🕯️ʿ o toque em si parecia confirmar o seu receio. o perigo está próximo, tão próximo que está lhe tocando. o filho de hades não era conhecido por ser uma pessoa tátil, muito pelo contrário, sasha se esquivava de toques, de abraços, de qualquer proximidade; a incapacidade da mãe de proferir toques gentis e sempre lhe alcançar com agressividade lhe fazia até os dias atuais se envolver quando alguém chegava perto demais.
perigo. toques ainda significavam perigo.
agora não era apenas uma criança indefesa, tinha como se defender. o cheiro de fogo ainda entrava em suas narinas de tão vividas eram as lembranças que atormentavam sua mente naquele instante. o loiro mantinha os olhos pretos fixos na pessoa que lhe tocava, se defendia com a benção para não tivesse chance de ser machucado de novo. não era apenas a imagem da mãe que vinha na mente, havia também os vizinhos, as pessoas que tanto lhe apontavam quando era menor. a postura do filho de hades era de ataque mas quando o toque cessou e a voz penetrou em seus ouvidos... o que ouviu não era nada parecido com o que imaginava.
conhecia aquela voz.
fechou fortemente os olhos e quando os abriu, o azul refletia ali ao invés dos orbes pretos. sasha já não emanava mais a aura escura, recolhia para si aquele ataque que administrava contra a semideusa. oh céus. os olhos foram arregalados ao que reclamante percebia o que fazia. de novo. tinha atacado outra pessoa inocente. primeiro sua irmã, agora a filha de afrodite. a visão embaçou com algumas lágrimas não derramadas e o rosto ficou mais pálido, não sabia como se desculpar por aquela atrocidade que cometeu. “ ━━━ bellami..." murmurou baixo. no meio do caos interno que sentia, nem mesmo lembrou-se que às vezes fingia errar o nome alheio para que ela não ouvisse em seu tom aquele carinho que nutria e que escondia tão bem; a curiosidade e admiração eram escondidas por trás de apelidos errados e palavras desajeitadas. agora, porém, não havia isso. “ ━━━ me... me desculpe. e-eu achei...." não conseguia completar pois tremia só de lembrar do cenário que a mente tinha criado.
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Bellami gostava dos campos de morangos. O cheiro adocicado dos frutos sempre acalmava a sua mente de um jeito engraçado... Por isso mesmo é que, após todo o caos da noite do baile, decidiu ir até lá. Quando findou a breve caminhada até lá, embrenhou-se em meio aos pés de fruta com cuidado ímpar; queria sentar-se mais distante da entrada. Para a sua surpresa, encontrou ali Sasha. O filho de Hades, com quem já havia trocado algumas palavras em momentos oportunos, parecia perdido em pensamentos. Ergueu a palma para cumprimentá-lo com um aceno enquanto se aproximava, um pequeno sorriso reconfortante no rosto. Quando restavam poucos passos para findar o espaço que lhes separava, sentiu um arrepio subir por toda a extensão de sua espinha.
De repente, da boca de Sasha irromperam gritos. Bellami recolheu a mão em um sobressalto e recuou. Olhou para ele com cuidado em busca de respostas, mas, quando os berros sôfregos teimaram em cessar, deu adeus ao receio e o alcançou. Ao tocá-lo, foi acometida por um terror que roubou-lhe o fôlego e afogou na garganta quaisquer palavras que tivesse ansiado dizer. Uma sensação palpitante de angústia começou a corroer cada pedacinho de seu corpo. Sentiu que precisava correr. Estava em perigo, de volta ao dia de sua fuga.
A sensação fúnebre de pânico a puxou para um canto obscuro de sua mente. Viu o rosto da avó e do pai, esquecendo-se que estavam vivos. A voz cirúrgica no rádio falava sobre um incêndio na pequena casa de dois andares de seus pais. Não haviam sobreviventes.
Nao! Não! Não!
Era impossível que estivessem mortos. Haviam falado no telefone dias atrás. Tinha certeza.
Com um esforço descomunal, refugou aquela afirmação, se aguardando as verdades que já conhecia como forma de escapar da onda de desespero que a alcançava.
Naquela frágil lucidez, os seus olhos, repletos de lágrimas, fitaram a escuridão nas orbes de Sasha. Percebeu ali que aquele furor vinha dele. Tinha que trazê-lo de volta a si ou se perderia, também.
Exigiu de seu corpo alguma reação e, devagar, foi capaz de afastar a mão que ainda o segurava.
“ Sasha... Você está seguro... ” seus sussuros se mesclavam ao tormento em sua cabeça. Não ouvia a própria voz, mas continuou a tentar alcançá-lo: “ E-Estamos no acampamento... Não vou te machucar... ” murmurou, abraçando o próprio corpo para fugir dos uivos do seu maior medo. “ Por favor... Você precisa parar com isso... ” suplicou.
Quando a sensação a abraçou com mais força, desabou. Outra vez, estava perdendo a sua família.
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