#𝘴𝘵𝘰𝘱 𝘵𝘩𝘦 𝘥𝘢𝘯𝘤𝘪𝘯𝘨; p.o.v.
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p.o.v. – the return of who never left: one year after the trip back to the future, 2015.
garden / dua lipa
Remember when we swam in the ocean? Now we know what's deep inside. Remember when we ran in the open? Now we know what's in the wild.
Qualquer pessoa que algum dia passou próximo a Harvey Wang e sua mania incansável de culpar, gritar, berrar com o céu atrás de respostas, diria que o rapaz provavelmente acredita em Deus. Ok, de fato, ele não admitiria nunca que não acredita em algo maior que ele, algo maior que o Universo, porque no fundo, sempre quis saber se havia realmente algo maior que todos os infernos que causou e teve durante a vida.
Ele queria acreditar em Deus, ele queria acreditar em algo, alguém, qualquer sinal que mostrasse que há vida por trás do sofrimento, que realmente não está sozinho no mundo.
Mas quando o zumbido de uma bala passou perto de sua audição, e tudo se tornou cheiro de ferrugem e borrão, Harvey Wang finalmente entendeu o que era o ser divino maior que tudo e todos: o silêncio.
When you bite your tongue does it draw blood?
Vindo de uma família budista, crescido numa sociedade cristã e no fundo não acreditando em nada, a vida de Harvey Wang poderia ser marcada por tentativa e fracasso. Tudo que sempre quis foi ser aceito, de sua maneira, com seus trejeitos e desejos, com suas manias e confusões.
Mas como aceitariam alguém que nunca se aceitou?
A pergunta martelou na mente do Wang com a mesma profundidade e dor que o tiro.
Tudo começou numa fuga, numa tentativa de restabelecer sua vida, restabelecer o pouco controle que tinha. Dane-se as dívidas, a noiva de mentira, a clínica que nunca foi sua. Tudo que Harvey queria era retornar para sua vida, para a rotina mórbida, para as rondas no hospital. Se tudo que fez na vida não valia a pena, a única coisa que carregava com orgulho era seu conhecimento e seu amor pela medicina. E dane-se o restante do mundo.
A segunda chance dada pela viagem no tempo apenas reforçou para o médico o que sempre soube: ele estava sozinho nessa vida, e se tivesse outra, provavelmente estaria também.
Poderia culpabilizar sua família, seus amores, seus desamores, suas crenças, Deus. Mas ele sabia, no fundo ele sabia que era o causador de sua própria solidão, e se era o causador da própria dor, que ele fosse salvador da dor de outro.
Now I know what I know but it's hard to find the meaning. Where do we go? 'Cause we don't believe in this garden of Eden.
Nunca admitiria para si mesmo por qual motivo se colocou entre uma arma e Richard, nunca admitira o turbilhão de sentimentos que mantinha dentro de si. Dane-se o mundo, ninguém nunca acreditou em Harvey Wang em vida, acreditariam em morte?
Caído ao chão, com seu próprio sangue como um grande oceano ao redor de sua cabeça, pela primeira vez, todos os medos e anseios de Harvey cessaram, como se uma máquina tivesse sido desligada, como se tivessem puxado seus últimos fios da parede.
O silêncio não foi bem-vindo, assim como o borrão de pessoas a seu redor, e depois a escuridão. Como numa grande cena de filme pastelão, Harvey se viu, sua verdadeira forma, preso em um mar de escuridão, sem nenhuma luz no fim do túnel para o buscar. Será que nem mesmo os anjos ou os demônios gostariam de levar a alma de Harv? Será que não valia a pena nem mesmo o purgatório?
Tell me, is the light on the outside?
Sentado ao chão da própria consciência, o Doutor Wang se pôs a pensar na própria vida, e agora morte. Por que tinha salvado Ringo? Por que correr o risco?
A resposta veio na falta de elevador para levar sua alma, nem para cima, nem para baixo. Talvez Harvey fosse tão desprezível que os deuses decidiram o punir numa sala escura, sem portas, paredes, ou móveis. Sem nada, preso na própria mente eternamente até ele mesmo tomar coragem e cometer uma loucura contra si?
Talvez os deuses sejam brincalhões como ele, talvez a luz no final do túnel não chegaria nunca, porque Harvey Wang não era digno de pena nem mesmo dos deuses ou dos demônios, não importa quantas vidas ele salvou. Não importa se ele se sacrificou por um amor nunca compreendido nem mesmo por si, que dirá pelo outro? Simplesmente não importava nada, porque nem mesmo Deus queria o doutor consigo, e mesmo na tragédia, Harvey sorriu com a imagem do filme Constantine em sua mente: renegado por céu e inferno.
But tonight I'm so self conscious, isn't it so clear to see.
Sentado no chão de seu subconsciente, preso num eterno limbo, Harvey contemplou sua vida e morte com certa nostalgia. Foi bom enquanto durou, mesmo com as feridas e as tristezas. Dane-se as tristezas, na hora da morte somente o que foi bom conta, todo morto vira santo, mas ele nunca acreditou que essa máxima se aplicaria a ele, de qualquer forma.
Habitando os porões da própria mente, o doutor contemplava sua existência com certa satisfação quando começou a sentir tudo sumir. Em algum momento, o filme de sua vida se tornou preto e branco, e como numa apagar de luzes, se tornou nada. Algumas partes ainda estavam lá, sua infância, seu momento na graduação, mas o depois… Ele tinha se tornado médico, certo? Ele não namorou com Richard? Ele realmente beijou Vincent?
Tudo se tornou perguntas, porque as respostas foram apagadas do grande livro da vida de Harvey Wang. Assistiu com horror seu filme ser cortado, partes arrancadas de si, certezas se tornando perguntas e no fim, nada.
O grito que emitiu dentro de seu subconsciente seria ensurdecedor se não tivesse o silêncio como resposta.
I have cried for you, and I'll ride for you. I would die for you, would you do that for me? Tell the truth, what you wanna do is it me and you? Are you with me?
Realmente, não há nada mais Harvey Wang do que acordar sozinho, no escuro, no frio de um hospital.
O quarto 224 era habitado pelo corpo de uma rapaz, um jovem de 23 anos que havia sofrido um atentado contra a vida, lesão no cérebro, coma instantâneo. Um ano naquele lugar, o corpo do chinês havia modificado, os cabelos crescidos, a barba por fazer. Marcas de um abandono, marcas de que ninguém estava ali, de que ninguém o visitava.
O quarto frio jazia um corpo ligado à aparelhos, à bipes que conhecia tão bem… Mas não sabia dizer de onde. Os olhos puxados que se abriram naquele breu sabiam onde estavam, reconheceram os fios presos aos braços, mas não conseguia dizer o porquê.
Em algum lugar de seu cérebro, a informação de que de fato é médico pintou em letras neons, o motivo para entender onde estava. Não falava, óbvio - respondeu seu consciente, revirando os olhos para a figura paralisada sobre a cama.
Sozinho, no escuro, no silêncio, sem ao menos lembrar como foi parar ali, Harvey Wang identificou a noite sobre as persianas abertas e decidiu que não era hora de perturbar as enfermeiras em seu descanso.
Fechou os olhos e pela primeira vez em um ano, seus sonhos voltaram a ter vida.
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Ei! Você viu o HARVEY WANG por aí? Você sabe, aquele aluno da graduação que tem TRINTA E DOIS ANOS e se parece muito com DANIEL HENNEY. Acho que ele se formou em MEDICINA com especialização em CIRURGIA GERAL e em 2014 se parecia muito com ALEX LANDI. Dizem que ele era THE VERSATILE e toda vez que passava pelo dormitório dele, ouvia ONE MORE TIME DO DAFT PUNK tocando pela porta. Todos que a conhecem dizem que ele costuma ser BRINCALHÃO, mas também poderia ser DISSIMULADO. Será que em 2024 ele ainda é assim?
task 1. task 2. task 3. task 4. task 5.
Primeira linha temporal de Harvey.
— O futuro do seu personagem foi alterado depois da primeira viagem para 2014?
O simpático Doutor Wang teve sua vida revirada de ponta cabeça na primeira viagem para 2014. Seu maior segredo, sua sexualidade, foi exposta para todo o mundo, assim como sua obsessão no antigo colega do time de futebol. Se não bastasse a saída à revelia do armário, Harvey teve que lidar com sua atração em certo médico de feições frias, além de colocar à prova todo seu controle mental (nenhum) ao ter que se relacionar com seu ex-namorado, um músico falido que Harvey ajudou a se recuperar após uma overdose.
Como se todos os encontros e reencontros não tivessem alterado a vida do homem, Harvey teve de assumir a primeira vez seu desprezo pela irmã gêmea, ser colocado em perigo e salvar vidas. Durante todo o processo da viagem, ficou claro para o Wang que sua única serventia no mundo era sua medicina e conhecimento, assim como o Projeto Chronos tratou seu avô, o também doutor, Zhao Wang.
Após uma missão digna de filme blockbuster como Harv gosta, tudo deu errado na hora da volta e, num ato heroico que nem mesmo o doutor saberia dizer o motivo, acabou sendo atingido por uma bala direcionada à seu ex-namorado, quem ele finge odiar. A bala atingiu sua cabeça, assim o ferindo e o deixando no passado, sem retornar ao futuro como sempre quis.
A perfuração atingiu seu hipocampo, o deixando em coma por um ano antes de despertar, sozinho e sem suas memórias recentes, apagando de seu cérebro todas as informações da viagem e de seus participantes. A única coisa que Harvey lembra são partes, flashs de memórias que não se unem em um contexto, assim o deixando totalmente no escuro sobre tudo que viveu.
— Seu personagem participou da primeira viagem (Projeto Kali)?:
Sim, como um dos netos de Zhao Wang, Harvey foi escolhido como uma das cobaias do projeto, seu papel de adaptável seria de grande valor.
— Seu personagem gostaria de consertar as coisas para 2024?
Não sabe responder. Harvey não se lembra da viagem, seus participantes e acontecimentos. Tudo é um borrão de memórias que são alimentadas por sonhos e apagadas na terapia.
— Se seu personagem pudesse mudar a própria vida, elu faria?
Sim, um dos grandes motores de Harvey é melhorar sua vida. Na primeira linha do tempo, culpabilizava tudo e todos por seu fracasso. Agora, desmemoriado, tudo que sabe �� que está sozinho e não há ninguém que possa o ajudar.
trivia
Nome Completo: Harvey Wang;
Data de Nascimento: 17 de março de 1992;
Mapa Astral: Sol/Peixes;
Orientação: Homosexual/Gay;
Estado Civil: Solteiro;
Curso: Medicina com especialização em Cirurgia Geral;
Atividades Extracurriculares: Ex-Running Back do time, chefe do departamento de esportes do Conselho Estudantil;
Altura: 1,85 (6' 2");
Dormitório: -.
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