#❛ 𝐝𝐲𝐧𝐚𝐦𝐢𝐜 ❜ ― james e cailyn.

[allieland]

❛  thank  you  for  being  gentle  with  me .  ❜ (james & cailyn)

― ❛ inbox ❜ ↬ accepting !

❝ thank  you  for  being  gentle  with  me .  ❞

now playing : 929 by halsey.

quando chegou da noite fora com o namorado enquanto ele ainda trabalhava em um dos desenhos com vencimento apenas no mês que vem, a garota se jogou no colchão com os lençóis prístinos escuros de ceda ainda usando os saltos & e ele quis reclamar . quis fazer um escândalo quase tão desastroso quanto os dela - até que olhou no relógio do computador : não eram nem dez horas.

imediatamente suspirou profundo e removeu os fones de ouvido , deixando katy perry de lado por um momento. deveria perguntar o que houve mas pela cara escondida nos travesseiros e o leve chacoalhar dos ombros que indicavam lágrimas silenciosas , não precisava realmente questionar para saber.

mais uma decepção, mais um romance que não dava certo - este ele mal conheceu pois não pareceu gostar de si desde o começo & francamente quanto menos ele visse dos namorados de cailyn, melhor. CLARO, não queria dizer que não esperava que ela fosse feliz em pelo menos uma de suas escolhas. pouco importava se ele gostava da pessoa ou vice versa contanto que eles a fizessem contente, completa, abençoada - e quaisquer outras coisas que um verdadeiro amor devia trazer.

pegou no telefone rapidamente mandando uma mensagem para addy :

'can't go out tonight, home emergency, sorry.'

'cailyn emergency, you mean' veio a resposta rápida da amiga, sem nem sequer um ponto de interrogação.

'sorry' , repetiu & quando recebeu um curto e grosso conselho não requisitado : 'don't get too caught up on her shit, see you tomorrow.' , parou de responder, outro suspiro escapando os lábios rosados . talvez addy estivesse certa .

porém, como melhor amigo - desesperadamente apaixonado ou não - simplesmente não podia deixá-la sozinha chorando em sua cama, a maquiagem provavelmente arruinada e os malditos sapatos nos lençóis trazendo sujeira de qualquer fosse o buraco onde o novo perdedor com quem ela estava dormindo morava.

parte de si pensava que possivelmente passava muito a mão em sua cabeça, invés de gritar e discutir sobre o que ela pensava que estava fazendo com a própria vida, achando imbecil depois de imbecil que atacavam suas inseguranças para proteger o próprio ego frágil, mas invés disso, fez o que sempre fazia ; desligou os eletrônicos, inclusive o celular e foi até a cama sentar-se do seu lado, tirando dos pés os acessórios ofensivos, massageando os calcanhares levemente. "he was ugly anyway. and he smelled funny." não lembrava realmente, e pouco importava a aparência das pessoas para si , mas queria amenizar a situação , afinal , não entendia o quanto gostou do babaca.

"how about i run you a bath, and then we can cuddle up on the couch and watch love, rosie?" aos poucos viu a massa de cabelos deixar os travesseiros, um pequeno aceno em concordância foi tudo que ele precisou para dar um leve tapinha na panturrilha dela e ir até o banheiro do quarto vizinho onde sabia que ela guardava todos os tipos de bath bombs, and salts que ele tinha, vagarosamente, para ocasiões como essa aprendido a usar. depois que a água estava quente, espumante e com cheiro de lírios , ele a viu entrar no lugar cheio de vapor apenas em uma toalha e foi para averter os olhos e dar de costas quando percebeu que o cabelo permanecia solto.

pegando um dos amarradores que ela deixava na pia, se colocou a suas costas e recolhendo quase que mecha por mecha , deixou os fios seguros em um coque solto no topo da cabeça , lhe apertando os ombros levemente e se retirando depois de dizer : "i'll make something for us to eat."

quando o banho tinha acabado, e imaginou que o skincare noturno também pois não tinha nada que não podia prever sobre ela, cailyn apareceu na pequena sala de jantar onde ele preparava os talheres para o penne alla vodka que tinha feito , e na mesinha de centro frente a tv estava o resto da garrafa mais algumas de soju que achou na porta da geladeira e claro, os bombons que escondia dela para dias de chuva ou de decepção apenas. "i'll take the soju and you can take the sweets if you want." com um sorriso simpático e brilhante mas não tão largo para que ela não pensasse que gostava de sua infelicidade, ele puxou uma das cadeiras para garota . "they are so disgustingly sweet anyway."

' thank you for being gentle with me ' , foram as primeiras palavras da noite que vinham suaves dos lábios da outra, e ele riu baixo , tomando seu lugar frente a ela na mesa. "gotta earn my place in heaven somehow." brincou, deixando que seu humor leve preenchesse um pouco da melancolia.

'don't get too caught up on her shit' , disse addy - ' too late ', ele pensou.

[allieland]

"an empty balcony while a party goes on inside" (james & cailyn)

― ❛ inbox ❜ ↬ accepting !

an empty balcony while a party goes on inside.

song : making the bed by olivia rodrigo.

encontrar o pai na festa não era o que tinha esperado para noite ; tinha tanto. uma esposa que o amava, uma filha esperando para vir para casa com eles assim que os papéis estivessem prontos, uma pequena vida que já adoravam mais que tudo - simplesmente não podia imaginar ser mais feliz do que era agora . com o bom emprego em uma cidade como milão na qual jamais imaginou viver ; mas porque cailyn era seu caminho e lugar algum conseguiria conter o amor que sentia por ela , simplesmente cruzou oceanos e se refez onde ela pudesse ser mais ela mesma , porque tinha tanta paixão por cada faceta de sua mulher. não devia se deixar abalar por uma aparição rápida de um homem que provavelmente não se recordava de seu encontro todos aqueles anos atrás . mas era impossível evitar.

deixou a cônjuge socializando com os amigos de trabalho enquanto procurava um lugar silencioso, com ar fresco, onde pudesse soltar o nó da gravata que ameaçava sufocá-lo e respirar fundo . era um sentimento tão complexo e ambíguo - em partes ainda lembrava do menino em londres, sendo devolvido a irmandade onde elas lhe consolavam com bolos frescos e chá da tarde , pensando não que ser amado era bom mas que ser amado era ser bom e que certamente devia ser ruim, da forma que todos continuavam a lhe punir . aquela parte de si, que nunca realmente crescia ou mudava e recusava-se a morrer, queria ter acertado a cara do pai com um gancho superior , e contar a todos o que ele tinha feito antes de construir a família perfeita com a mulher perfeita e os filhos perfeitos.

porém, tinha uma parte maior - aquela que tinha feito paz com as circunstâncias . que tinha aprendido que todas as preces desesperadas por alguém em sua vida que lhe colocasse em primeiro lugar , que não tivesse condições em seu amar já tinham sido atendidas . cailyn - o grande amor de sua vida. a primeira pessoa que tinha amado. não romanticamente, mas com pureza e honestidade, quando estavam sozinhos nos balanços prometendo que fugiriam para uma cidade grande um dia - ele sabia que a amava. e agora, realmente tinham fugido, todos os sonhos realizados e muitos a se sonhar que certamente passariam para o plano da realidade mais cedo ou mais tarde.

essa parte não se comoveu ao ver o pai, o homem que havia lhe abandonado e por isto, apesar de levemente alterado , percebeu que não lhe desejava coisas ruins. a esposa provavelmente já tinha rezado com irmã elizabeth para que fosse uma pedra na próxima existência e ele a adorava por todo o fervor com que lhe protegia . porém, não compartilhava do amargor. não inteiramente. pensou que ao mínimo, alguém como o progenitor não merecia quaisquer de seus sentimentos genuínos, especialmente não sua raiva , que era tão rara.

quando a outra juntou-se a si, laceando os braços nos seus, sua gravata já estava arrumada de novo e apenas aproveitava da brisa gentil da noite até que parasse de pensar & a companhia dela fez justamente isso. congelou seus pensamentos mais sombrios e hesitantes , colocando um sorriso gentil no rosto e quando ela perguntou se estava bem - apenas com um olhar pois não precisavam de mais que isto para comunicar-se , ele respondeu. "you wouldn't get it." colocou sua mão sobre a dela no antebraço , e sacudiu a cabeça levemente, olhando para o jardim abaixo deles. "someone chose you." não havia nenhum ressentimento ou insegurança na voz, não mais. não dançavam em torno do assunto , e evitavam falar a verdade pois aquela era uma ferida que o tempo tinha curado. o tempo e o amor perfeito que sentia por ela e pela filha que mesmo sem seu sobrenome ( POR ENQUANTO ), já sentia sua. "and i'm so glad they did." e estava, a saudade tinha remendado o coração de forma engraçada , fazendo deste amor ainda mais vasto.

beijou a testa dela depois de erguer a cabeça, e fechou os olhos enquanto descansava sua bochecha no topo dos fios sedosos da mulher. enquanto tivesse aquela felicidade , jamais poderia deixar o rancor vencer em qualquer momento e entendia agora - que coisas boas como esta não se destruíam. talvez o pai jamais entendesse, mas ele finalmente entendia.

[allieland]

and if history's clear, the flames always end up in ashes | maya ships !

[allieland]

❛ don’t run away from this . ❜ (james & cailyn)

― ❛ inbox ❜ ↬ accepting !

❝ don’t run away from this . ❞

song : nobody gets me by sza.

' não fuja ' , ela dizia mas sempre foi o que fez de melhor, não ? teimoso, encharcado na própria dor e com medo - muito medo - de tudo que podia vir a dar errado . james jamais foi livre ou espontâneo como ela & por muito tempo pensou que seus pés no chão que começavam a parecer terrivelmente como acomodação, era o que os mantinha equilibrados. porém, agora era claro que ele estava a segurando para baixo consigo, oque era imperdoável em sua percepção.

sequer tinham se refeito propriamente após o incidente com a ex , todas as emoções conflituosas e o luto mentiroso que lhe foi fardado , e então a oferta veio . uma carreira na itália - não havia nenhuma dúvida em sua mente que ela devia aceitar , mas quando pediu que fosse consigo , todos os alertas de bandeiras vermelhas soaram em sua cabeça de uma vez só .

tinha uma vida ali, algo confortável que havia construído com seu próprio trabalho e muitas dificuldades. DEUS, ainda estava pagando empréstimos da faculdade. perto de acabar, mas ainda sim. como poderia largar tudo ? os amigos, as freiras do convento, a irmã postiça com quem ainda mantinha contato, os colegas de trabalho - simplesmente tudo.

era como as vezes que voltava ao convento depois de passar por mais uma casa que não o quis por muito tempo - prometia a si mesmo, enquanto ainda sabia rezar que se um dia construísse uma vida da qual tinha orgulho , jamais a abandonaria.

CLARO, sempre pensou que cailyn seria parte desta vida. mesmo quando ela foi adotada, e ele foi deixado para trás , não se ressentiu pois a mente jovem imaginou que eles iriam se encontrar de novo ; o que por sorte, ou destino, havia acontecido. ele a amava agora tão mais do que a amou antes , ontem e no dia antes disto , era crescente o sentimento, e tinha certeza que jamais iria sentir um resquício do que sentia por ela por outra pessoa .

mesmo assim, continuava congelado no lugar enquanto ela prometia que iria fazê-lo feliz , sem resposta na ponta da língua , um nó na garganta que não cedia , a vontade de chorar maior do que nunca . "i know you can make me happy anywhere, i know that." contudo, o empecilho permanecia o mesmo - por mais que a amasse , se tudo desse errado , não nasceria daquele amor uma mágoa que ele não poderia controlar ?

"i just .." a primeira lágrima escorreu, a boca abriu e fechou várias vezes, nenhum som quebrando o silêncio instalado entre eles, e então balançou a cabeça em negativo , fitando o chão por um momento ao que a segunda lágrima caia pro queixo e morria em algum lugar do pescoço cheio de tinta. "i just can't." suspirou profundo e depois engasgou no próprio ar, cobrindo a boca com as costas da mão , olhando para o teto e a mobília, mas nunca nos olhos da outra. "i can't leave my life behind."

"i spent," tentou esclarecer , entre respirações cortadas e olhos vermelhos. "i spent my entire childhood hoping someone would hear my prayers and no one ever came for me." correndo a mão esquerda pelos cabelos , olhou para o teto e riu desesperado. " no one ever loved me and that was fine . my mom is dead and my dad said he never wanted me, they abandoned me like everyone else and that's fine." enfatizou a última palavra, a mão esquerda agora atrás da nuca, as lágrimas tinham cessado mas o sentimento miserável que fez o coração cair para a boca do estômago persistia .

"but i can't ," finalmente trancou os olhos nos dela, uma sinceridade crua, uma emoção mal contida. "i can't abandon myself." e no final era sobre isto, não ? o sentimento que estava desistindo de si caso mudasse por outra pessoa. talvez amanhã pensasse diferente, mas hoje essa decisão tinha o gosto amargo de abandono. "i'm sorry. i'm really fucking sorry."

"but you should go." insistiu, secando o rosto, tentando se recompor. "you have to go." buscou esboçar um pequeno sorriso, mas era triste e ainda sim, belo como ele. honesto em seu objetivo. "this is the opportunity of your life, you need to take it." james esperava ter trazido apenas coisas boas para a vida da outra, e com este final sacrifício , embora a parte mais egoísta de si quisesse implorar para que lhe escolhesse - para que alguém o escolhesse pela primeira vez - , com isto, ele esperou estar trazendo uma final bondade para ela. "and i'll be here, cheering for you."