#♛ᝰ. — point of view. / a primeira manifestação
Explore tagged Tumblr posts
Text
![Tumblr media](https://64.media.tumblr.com/73701f51ffa5ef0236185b95926d66d0/92f2f9f392cbb014-22/s250x250_c1/7ffe245b2db31563f9fccbaa76b26988b351edfc.jpg)
![Tumblr media](https://64.media.tumblr.com/e923413efc2ebf522dca9f6c8702e3f2/92f2f9f392cbb014-34/s500x750/23b71d9bb3717a2af4ed7d2809b6ac9b42b20897.jpg)
![Tumblr media](https://64.media.tumblr.com/c5226f8c2d5e19cda2a121048f3ceec9/92f2f9f392cbb014-20/s250x250_c1/112e9a8db292fac9c83233ba32ab08dd78500455.jpg)
𝐚𝐥𝐞𝐞𝐫𝐚'𝐬 𝐩𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐨𝐟 𝐯𝐢𝐞𝐰: a primeira manifestação.
࿐ ࿔ ོ it could all be yours, if you echo birds of prey.
Quando sua mãe a repreendeu pela primeira vez após declarar seu fascínio pelos dragões de Wülfhere, a pequena e ingênua Aleera buscou consolo em seu pai, que a abraçou enquanto a jovem princesa choramingava em seu colo, entristecida por jamais poder realizar seu sonho de montar um dragão. "Você não precisa de um dragão para voar." Ele havia lhe dito, mas foram precisos alguns anos para que ela compreendesse o real sentido de suas palavras.
Aos olhos do Imperador, voar significava desabrochar social e intelectualmente e conquistar tudo aquilo que lhe fosse proposto e além. Fora sua forma doce e gentil de confortá-la, reforçando sutilmente a ideia de que ela era capaz de conseguir tudo o que queria — exceto, é claro, um dragão para chamar de seu. Ela queria aquilo, é claro; ascender conforme o significado das palavras de seu pai. Assim poderia provar à sociedade (e a si mesma) que não precisava da coroa em sua cabeça para almejar e alcançar a perfeição. A frase, dita de forma tão carinhosa enquanto envolta no abraço protetor de seu pai, tornou-se seu mantra, lembrando-a de seu propósito, ainda que de nada funcionasse para fazer minguar seu interesse pelas criaturas antigas e aladas.
O destino, porém, havia lhe reservado um tipo de provocação especial, fazendo valer as palavras do Imperador, que reverberavam em sua mente e coração.
Testemunhou, num misto de admiração e assombro, a transformação de diversos colegas em sua sala de aula, todas elas parecendo acontecer mais depressa do que ela era capaz de acompanhar. Esperou, então, qualquer indício de que o mesmo acontecimento mágico a acometesse, qualquer formigar ou desconforto em seu corpo, mas, para sua frustração, enquanto todo o tipo de criatura parecia percorrer o espaço limitado da sala, ela ainda permanecia a mesma.
A testa franzida denunciava sua indignação e suas bochechas coradas e a sensação do rosto quente faziam-na sentir como uma criança rodeada de diversas outras que se divertiam enquanto ela era deixada de fora da brincadeira. De repente, o espaço da sala começava a parecer apertado demais. Erguendo-se depressa, ela teve certeza de que o professor responsável sequer notou sua ausência quando ela deixou a sala, caminhando a passos rápidos para longe do corredor fechado, nem mesmo o frio da área externa sendo o suficiente para apaziguar o sentimento claustrofóbico que parecia dominá-la.
Seu peito subia e descia com a respiração irregular, os punhos apertados ao lado do corpo enquanto sua mente girava numa espiral de frustração e vergonha, e seus pés pareciam ter vida própria, guiando-a pelos corredores até onde sabia que encontraria ar fresco. Por que nada acontecia? Todos os outros haviam se transformado, tocados por qualquer magia que fosse aquela, mas ela, a filha do Imperador, continuava ali. Intacta. Imutável.
Uma lufada de ar gelado soprou contra seu rosto tão logo alcançou a passagem norte e ela inspirou profundamente, esperando sentir o tão esperado alívio, mas tudo o que a atingiu foi um arrepio em sua espinha.
Algo estava errado.
Havia um peso em seu peito, como se estivesse sendo puxada para o chão, mas, ao mesmo tempo, sentia uma estranha leveza em seus braços, um formigamento que subia até os ombros. Tentou erguer as mãos, mas elas já não respondiam como deveriam. Um calafrio de pavor a percorreu quando computou a dor que se fazia presente, a ardência se espalhando ao que percebia a textura diferente sob sua pele — penas, e crescendo depressa, substituindo a carne e os ossos. Foi então que entendeu. Estava acontecendo.
Sequer teve tempo de rir, como tivera vontade, pois tão logo foi acometida por uma tontura forte. O mundo parecia girar ao seu redor, e, quando tentou dar um passo à frente, buscando apoio no guarda-corpo ou numa parede, suas pernas cederam. A queda foi inevitável — ou deveria ter sido, pois no lugar do impacto, instinto pareceu tomar conta de seu corpo: à iminência da queda, algo se expandiu às suas costas, e então o vento soprou sob as novas formas que surgiram. Aleera não caiu. Ela voou.
O primeiro impulso foi desajeitado, um bater de asas descoordenado que a fez girar no ar antes de recuperar o controle. No reflexo de uma das janelas, ela enxergou a si mesma: uma belíssima ave de rapina. O coração martelava no peito, mas não de medo — não mais. O vento cortava seu corpo e, pela primeira vez, sentia-se verdadeiramente livre.
Seu pai tinha razão. Ela não precisava de um dragão para voar.
࿐ ࿔ ོ 𝐚𝐥𝐞𝐞𝐫𝐚'𝐬 𝐚𝐧𝐢𝐦𝐚𝐥 𝐟𝐨𝐫𝐦 — 𝐭𝐡𝐞 𝐩𝐞𝐫𝐞𝐠𝐫𝐢𝐧𝐞 𝐟𝐚𝐥𝐜𝐨𝐧
Tornar-se uma ave reflete a busca de Aleera desde muito jovem por libertar-se das expectativas que impôs a si mesma e daquelas que lhe foram impostas. Não obstante, tornar-se especificamente o falcão peregrino — uma ave de rapina — é um retrato da sua forma de abordar a vida na corte e na Academia: com eficiência calculada, esperando sempre o momento certo para agir sobre situações que julga importantes ou delicadas podendo sempre, graças à sua posição social, observar o mundo de cima.
to: @aldanrae
#♛ᝰ. — point of view. /#♛ᝰ. — point of view. / a primeira manifestação#dou um bj em quem pegar a referencia da msc ali em cima#aleera com fomo de virar bicho entendam o caso (meu deus ficou ENORME)
9 notes
·
View notes