#╰ ♡ ✧ ˖ you never catch me slippin ┊ threads .

[ambitchiiious-archive]

lobodobem​:

𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 02 de junho de 2021, algum momento do dia.

𝑶𝑵𝑫𝑬: terraço.

𝑸𝑼𝑬𝑴: wolfgang & @gngstarters.

Era quarta-feira quando Wolfgang finalmente conseguiu dar as caras na escola. Não gostaria de ir nunca mais se fosse honesto, mas se queria se formar precisava comparecer às aulas (assumindo que ainda existia um futuro que fosse fora da cadeia). Além disso, foram ordens do juiz dele continuar estudando para não precisar usar tornozeleira eletrônica. Só que em certo ponto do dia todos os olhares e cochichos deixavam-no sufocado. Ele não gostava normalmente de ficar sozinho, mas ultimamente estava preferindo. Ia para as aulas e saía delas mudo e calado. Era difícil falar quando só tinha uma coisa em mente: como sair desse buraco? Por isso o austríaco ia com ainda mais frequência para um lugar não muito frequentado: o terraço. Queria ficar em paz lá em cima e ver se conseguia pensar em alguma fórmula mágica, um feitiço para livrá-lo daquilo. Mal percebeu que não estava mais sozinho. O garoto suspirou. ❝ — Então, veio pular, tá fugindo da polícia ou só veio mexer na estufa mesmo? Tag yourself.❞ — falou, soltando uma risada meio nervosa.

 quando wolfgang anunciou que iria a escola, chloé ficou levemente preocupada. o rapaz tinha um temperamento um pouco esquentado e duvidava muito que ele fosse ficar calado ou relevar caso sofresse algum ataque direto de algum colega metido a piadista. vez ou outra mandava alguma mensagem para o rapaz quando não o via durante algumas as aulas extracurriculares, apenas para checar se estava tudo bem com ele. mais do que nunca, wolf não podia se envolver em qualquer problema. ao avistar o amigo, decidiu segui-lo e surpreendeu-se quando viu que o mesmo estava indo até o terraço. a indagação alheia a fez franzir o nariz, todas as opções soavam demasiadamente desagradáveis para beauchamp. ❝ ━━ ew?!❞ exclamou aproximando-se do mesmo. ❝ ━━ nenhuma delas combina com o meu aesthetic, meu caro. vim apenas me certificar que você não estava fazendo nenhuma dessas coisas... quer dizer, mexer na estufa é terrível!❞ afirmou sarcasticamente e analisou a linguagem corporal do amigo em busca de algo que denunciasse seu estado de espírito. ❝ ━━ hoje o dia está sendo bom ou pelo menos mediano?❞ naquele momento sentiu saudades dos tempos que fumava pela primeira vez, um baseado cairia bem naquela situação. ❝ ━━ sem querer competir, mas, o meu está bem ruim. fui provar o meu figurino do musical para fazer os últimos retoques e um garoto do primeiro ano foi encontrado fumando maconha no banheiro, então tive que ir com o figurino do halloween na secretaria assinar a ata da suspensão como testemunha.❞

𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 02 de junho de 2021, algum momento do dia.

𝑶𝑵𝑫𝑬: terraço.

𝑸𝑼𝑬𝑴: wolfgang & @gngstarters.

Era quarta-feira quando Wolfgang finalmente conseguiu dar as caras na escola. Não gostaria de ir nunca mais se fosse honesto, mas se queria se formar precisava comparecer às aulas (assumindo que ainda existia um futuro que fosse fora da cadeia). Além disso, foram ordens do juiz dele continuar estudando para não precisar usar tornozeleira eletrônica. Só que em certo ponto do dia todos os olhares e cochichos deixavam-no sufocado. Ele não gostava normalmente de ficar sozinho, mas ultimamente estava preferindo. Ia para as aulas e saía delas mudo e calado. Era difícil falar quando só tinha uma coisa em mente: como sair desse buraco? Por isso o austríaco ia com ainda mais frequência para um lugar não muito frequentado: o terraço. Queria ficar em paz lá em cima e ver se conseguia pensar em alguma fórmula mágica, um feitiço para livrá-lo daquilo. Mal percebeu que não estava mais sozinho. O garoto suspirou. ❝ — Então, veio pular, tá fugindo da polícia ou só veio mexer na estufa mesmo? Tag yourself.❞ — falou, soltando uma risada meio nervosa.

[ambitchiiious-archive]

o almoço com odyseé havia sido um sucesso, talvez sucesso não fosse a palavra mais adequada para aquele momento, porém chloé estava determinada em tomar pequenas vitórias. o ponto positivo do dia é que não seria processada por uma matrona endinheirada e amante da arte, o lado negativo é que seu nome poderia estar envolvido em esquemas ilegais de seus pais. já havia contatado seus advogados e agora estava de volta a universidade d’harcourt, não por desejo de assistir a qualquer palestra da feira de cursos e sim porque era ali que um de seus advogados lecionava. desejava estar com o namorado caminhando as margens do sena, ou quem sabe fazendo compras em algum boutique parisiense com suas amigas, porém a realidade a chamava a gritos. estava caminhando em direção ao seu objetivo ━━ de maneira literal e figurada, quando avistou a pequena figura de martina. notou uma expressão confusa na face da latina que abordava um estudante qualquer, chloé se aproximou. ❝ ━━ olá, martina e...❞ ela mirou a pessoa por alguns segundos, mas logo voltou sua atenção a face conhecida, não dando tempo de ser respondida. ❝ ━━ você. olá, você... sim, me disseram que é próximo ao departamento de direito e para sua sorte estou indo para lá agora. então, let’s go!❞ ela estalou os dedos e saiu caminhando. estava um tanto quanto enérgica, algo não comum a sua personalidade tão calma. as descobertas recentes estavam fazendo com que chloé se sentisse apreensiva, ansiosa e angustiada; ao contrário do que fazia no passado consumindo substâncias, ela estava tentando abstrair de forma natural. ❝ ━━ está interessada no que especificamente? eu não tenho nada que me atraia aqui, nada contra a universidade, só contra a frança como um todo. não há universidade e ensino na frança para mim, eu preciso ir embora desse lugar. eu me sinto meio mal quando tenho essas crises, até porque uma das pessoas que eu mais amo no mundo, o meu namorado, está aqui... aliás, não sei para qual faculdade nós iremos ou como conversar sobre isso de forma madura.❞ as palavras eram ditas rapidamente, quase que expelidas. as bochechas de chloé rubesceram e ela mirou a morena com um sorriso teatral, estava descontrolada e aquilo não era parte de sua personalidade. além disso, não era próxima a martina e toda aquela rant certamente havia a assustado. ❝ ━━ você é de porto-rico, não é? seus pais tem uma multinacional, certo? hm, posso ter confundido você com outra pessoa, mas você tem rostinho de ceo. don’t be shy, me fale mais sobre você.❞ estava a bajulando e enchendo de questões em uma tentativa que a jovem ignorasse seu monólogo.

𝑸𝑼𝑨𝑵𝑫𝑶: 08 de maio de 2021, algum momento do dia.

𝑶𝑵𝑫𝑬: université d’harcourt.

𝑸𝑼𝑬𝑴: martina & @gngstarters.

❝ — Eu não estou perdida.❞ — afirmou com plena convicção; ou melhor, fingiu plena convicção. Martina odiava admitir que estava errada, especialmente se ia precisar de ajuda de alguém para se achar. Ela estava admirada com o tamanho do campus, mas não gostava nenhum pouco do fato de não estar conseguindo ler aquele mapa disponibilizado no celular. Olhou para a pessoa que tinha a questionado e disse: ❝ — Ok, talvez eu tenha me desviado milímetros do objetivo. Só a título de curiosidade mesmo, você já foi na feira de cursos e sabe onde é? Só pra saber, claro.❞ — perguntou, fazendo uma careta: pedir ajuda alheia era fisicamente dolorido para a independente (e teimosa) Martina.

[ambitchiiious-archive]

o possível roubo cometido por afife não chocava chloé, tempos extremos requerem medidas extremas. ela sabia muito bem daquilo. várias possibilidades para aquele comportamento da falecida rondavam a mente da loira, porém, sabia que era precoce demais contá-las a amiga. faheera deveria manter a calma e a racionalidade, algo já difícil por se tratar de um assunto tão sensível. ❝ ━━ não é a cópia original, provavelmente o pendrive é um de vários backups.❞ fora o que se limitou a dizer, embora aquilo já fizesse afife parecer ardilosa. para chloé, se a governanta havia roubado um arquivo original, certamente havia feito cópias por segurança. sua mente se encontrava nublada, nada na situação de faheera era simples e a informação limitada apenas piorava tudo. não era como se pudesse simplesmente colocar um classificado no jornal buscando por um pendrive desaparecido.

para o azar de ambas, havia algo a mais para preocupar suas mentes. a jovem beauchamp respirou profundamente, tentava ignorar o sentimento amargo que tomava seu âmago toda vez que se recordava do diretor dupont. permaneceu em silêncio por alguns segundos, não estava minimamente atenta a faheera. era como se fizesse uma viagem indesejada ao passado, todos os meses que antecederam o fechamento de notre dame. ❝ ━━ eu achei que ele tinha sido mandado para longe... fazem meses que eu não escuto falar nele.❞ seu tom era baixo e suas irises claras miravam o chão. ludovic nunca havia sido um problema para chloé - ela não se importava com o problema que o garoto parecia ter com fitzgerald -, mas ela não o queria ali. era impossível não mirar o rapaz e recordar-se de tudo que havia acontecido, não que o culpasse de qualquer forma. ❝ ━━ ele… você acha que ele sabe de alguma coisa?❞ indagou finalmente voltando a encarar faheera, era nítida sua incerteza. ❝ ━━ não, certo? ninguém contaria ao filho esse tipo de coisa. ele provavelmente não deve saber de nada.❞

ambitchiiious​:

FLASHBACK

chloé imaginava o quão estressada faheera deveria estar. ela não era a maior das mentirosas, era discreta e reservada; agora havia tido sua vida exposta sem seu consentimento. ❝ ━━ você mesma acabou de dizer que ele aceitou, portanto ninguém está usando ninguém. seria baixo, porém compreensível em uma visão de defesa, se você tivesse envolvido ele nisso às cegas, se ele acreditasse nesse namoro. ele sabe que tudo não se passa de um plano, está sendo um bom amigo.❞ dizia não apenas para acalmar faheera, mas também por ser algo que acreditava. ❝ ━━ eu imagino o quão desapontada você esteja, até por já ter tido em um local semelhante.❞ lembrou-se de toda a decepção que sentiu com a revelação de julien, eram situações, mas acreditava que a sensação de traição era a mesma. ❝ ━━ ás vezes o erro é justamente esse, sempre agir como eles acreditam ser correto. nunca pensar que aquelas pessoas que te criaram também estão suscetíveis a errar.❞ suspirou, buscava em sua mente alternativas de saída para sua amiga. ❝ ━━ se você já tivesse um plano em mente, eu te diria para dar o primeiro passo. é se colocar no controle da situação, mas essa opção está descartada por ora.❞ cruzou os braços, odiava a naturalidade que tudo aquilo tinha para si. havia prometido a si mesma que não se envolveria mais em investigações ou qualquer espécie de esquema, porém sentia-se animar com aquela conversa. ❝ ━━ ew?! você não irá ficar pobre ou casar, por deus! por alá, não sei!❞ franziu o nariz ao imaginar faheera pobre, sabia que a amiga sofreria muito se tivesse que ter um estilo de vida comum. segurou-se para não dizer que ela não duraria um dia no “mundo normal”. escutou atentamente a morena falar sobre o bendito pendrive, algumas teorias de faheera parecia tolas e outras bastante possíveis. ❝ ━━ documentos da adoção seriam algo do seu interesse, mas será que colocariam tanta segurança assim? a não ser que você seja filha biológica de alguém muito importante, não faz muito sentido.❞ não descartava completamente a possibilidade, mas já havia escutado seu pai comentarem sobre sheiks árabes e negócios escusos. não queria ter de ser quem despertaria aquela dúvida em faheera, mas era o que parecia mais plausível. ❝ ━━ acredito sim ser dados sobre a empresa, só não faço ideia de como afife pode ter chego até essas informações. pelo o que você falou está tudo criptografado, certeza que é algo muito bizarro…❞ sentia um misto de curiosidade e medo em relação ao conteúdo do dispositivo, seu autocuidado a dizia para se manter longe de qualquer informação do que poderia haver no pendrive. ❝ ━━ a chantagem é uma possibilidade que pode comprar sua liberdade. ela pode não ser divertida, mas pode ser sua única saída.❞ se havia algo que chloé entendia, isto era chantagens. os beauchamp sabiam utilizar informações a seu favor, e por mais que tivessem “prática”, sabiam que a tarefa nunca era fácil. estava prestes a seguir seu discurso quando seu celular apitou com uma nova notificação, chloé rapidamente o pegou e botou que havia recebido um novo e-mail da coordenação de truffaut. a loira abriu a mensagem rapidamente e seus olhos arregalaram ao fazer uma leitura rápida do conteúdo. “senhorita chloé beauchamp, a coordenadoria a designou para apresentar o colégio para o aluno ludovic dupont, representando o comitê de boas-vindas estudantil. segue em anexo maiores informações sobre o aluno.”, dizia o curto e-mail. sequer abriu o anexo, não poderia se tratar de outro ludovic. só podia ser ele, ludovic dupont, o filho de baptiste. ❝ ━━ putain!❞ foi tudo que disse antes de virar a tela de seu celular na direção de sua amiga. ❝ ━━ eu realmente não sei como… putain, putain, putain!❞

Quase conseguiu soltar um sorriso com Chloé se embolando com a questão religiosa, mas estava aflita demais. Queria novamente refugiar-se em um país distante e jogar o celular no mar, um ato dramático mas que restauraria um pouco de sua paz. Faheera sentia apreensão a cada minuto, como se mais uma bomba fosse capaz de explodir para detonar sua tranquilidade. “Eu também não sei como ela tem isso. E se ela roubou?” Faheera elevou uma das mãos a boca em choque, porque jamais poderia imaginar que a doce Afife fosse uma alma corruptível. Por sentir-se chocada, levou alguns bons minutos até que respondesse Chloé novamente. “Tem alguma coisa que não entendo. Não consegui abrir as pastas, deve estar mesmo criptografado, mas esse quebra cabeças não faz sentido. Por que deixar coisas tão importantes em um pen drive e então… Bem, foi roubado. Se foi roubado, não estava tão seguro como pensavam.” As chances dos pais serem obtusos de repente se tornou assustadora para Faheera, afinal alguma coisa parecia não se encaixar de verdade. Tal informação parecia jogar uma centelha de esperança em Faheera, que sentia-se completamente desolada pela situação. Não desejava se casar com um desconhecido de forma alguma e tinha poucas armas para usar a seu favor. Sabia que logo os pais se voltariam irados em sua direção devido a humilhação pública; estava usando a mídia a seu favor, ou pelo menos tentando. Todavia tinha o conhecimento de que sua farsa poderia não durar muito e essa arma logo poderia ser descartada. Deveria ter um plano na manga e a ideia de Chloé parecia boa, embora contrariasse tudo o que achava certo. Mas já não contrariei há muito tempo? Refletiu consigo mesma enquanto relembrava rapidamente todas as coisas que tinha feito desde o meio do ano anterior. Não era mais a mesma garota que tinha saído de Notre Dame para Truffaut. Estava um pouco mais machucada, um pouco mais rebelde. Estava distraída o bastante, perdida nos próprios pensamentos que a expressão proferida pela amiga fez com que pulasse de susto. “O qu…” O questionamento foi cortado pela metade assim que leu a mensagem na tela do celular da outra. Aquele nome. O nome que não ouvia há anos acompanhado do sobrenome que desprezava. Era filho do diabo, afinal de contas. “Não pode ser.” Proferiu a garota, sentindo suas pernas um tanto tremulas. Tomada por uma fraqueza repentina, utilizou uma das mãos para se apoiar na parede. “Não pode ser, Chloé. Aqui não.” Truffaut não era o paraíso, mas se tornaria um pouco mais próximo do inferno com a presença de Ludovic. O coração batia de tal forma que Faheera temia que abandonasse seu peito. Ela engoliu em seco antes de falar novamente. “Era só o que faltava. Eu não acredito, não quero acreditar.” Balançou ligeiramente a cabeça, os olhos fechados. “Pelos céus, eu não o quero aqui!” Exclamou, mesmo sabendo que seu desejo não poderia mudar nada.

[ambitchiiious-archive]

uma risada escapou pelos lábios da loira ao escutar a menção ao infame crucifixo que usou durante anos, ela franziu o nariz por um instante. ❝ ━━ sério? eu podia jurar que eu ficava sexy como a sarah michelle gellar em “segundas intenções”. uma coisa meio: garota intocável but make it sexy!❞ respondeu também em tom jocoso, embora tivesse algumas similaridades assustadoras com a personagem kathryn merteuill. ❝ ━━ não estava pensando no crucifixo, sim em todas as nossas regras. eram um pouco… estranhas.❞ chloé sabiam bem que as regras eram mais suas que de benjamin, mas, um expressão de falsa inocência tomava sua face delicada. a garota beauchamp não necessitava das palavras do moreno para assegurá-la sobre a segurança que ela poderia depositar nele, as atitudes do mesmo falavam por si. chloé havia passado grande parte de sua vida crendo em palavras e promessas vazias, benjamin era um ponto fora de curva. embora o beauffort fosse bom com palavras, chloé acreditava no caráter alheio baseado em um julgamento feito por suas atitudes. a loira respirou profundamente ao recordar-se de que não era uma pessoa tão boa e confiável como o namorado; não que ela fosse adepta à infidelidade ou similares, mas, sabia bem das falhas de caráter que possuía. o conflito com seus pais e toda a ligação com o caso de dupont eram provas disso, sentia certo receio da reação alheia caso fosse descoberta. em um conflito interno breve, decidiu que aquela conversa seria em outro momento. estavam partilhando um momento único e ela não queria ser quem destruiria aquela memória.

como de costume, chloé acatou a sugestão do namotado e permitiu-se ser erguida para o colo do mesmo. estava inebriada pela sensação dos lábios macios de benjamin contra os seus, fizera uma nota mental sobre como adorava o beijar. a sensação de seu corpo tão próximo ao dele, de tocá-lo e ser tocada; parte de seu desespero em perdê-lo tinha a ver com aquilo, a pele, a química que possuíam. esperava que o moreno caminhasse até o quarto, surpreendeu-se ao sentir a superfície firme em que fora colocada. isso não a impediu de seguir beijando-o avidamente, arranhava suavemente a nuca e intercalava com puxões leves nos fios castanhos do rapaz. cessou a ligação dos lábios de ambos, passou a depositar beijos delicados no maxilar do rapaz trilhando um caminho até a orelha do mesmo. chloé mordiscou o lóbulo da orelha de benjamin e afastou-se alguns milímetros antes de proferir sua fala. ❝ ━━ porque nós estamos aqui e não na sua cama? eu estou com saudades demais, mas, preferia que você me fodesse na cama.❞ a loira depositou um selinho rápido nos lábios rosados do namorado, então, passou a mirá-lo com uma de suas sobrancelhas arqueadas e uma expressão nítida de malícia. ❝ ━━ na verdade acho que eu queria mesmo era fazer amor. se bem que, pensando bem eu não me importo...❞ levou ambas as mãos a barra do casaco de moletom que trajava fazendo menção a removê-lo.

ambitchiiious​:

                          𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐔 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐎 featuring @benjaminfrdrc

onde: apartamento de ben 

quando: 25 de janeiro de 2021, noite.

quem: benjamin && chloé

durante meses após a “morte” de eloise, chloé havia acreditado que o karma era algo real. tudo de ruim que vinha acontecendo tinha de ser de proficiência divina, uma resposta a todos seus erros - que não eram poucos. entretanto, agora, ao mirar profundamente as irises castanhas de benjamin, a loira duvidava daquilo. ele a amava da forma simples e descomplicada, não haviam desafios. ele não exigia mais do que ela podia dar ou utilizava os sentimentos que a jovem sentia para manipula-la. aquele era o amor de forma pura, algo que chloé não estava tão familiarizada. ❝ ━━ eu também não consigo imaginar algum motivo para nós terminarmos um dia. as minhas surpresas estão acabando e se você não correu até agora…❞ comentou em tom levemente jocoso, havia um pequeno sorriso em seus lábios. era sobre aquilo que chloé havia se referido ao falar sobre o namorado com sua terapeuta, sobre o fato de bem conhecer a versão mais verdadeira de si e não correr para longe. ele conhecia a verdadeira chloé e aquilo não o assustava.

a loira ainda estava arrependida por não ter escrito ao menos um esboço de texto reserva, era difícil falar quando seu coração batia tão aceleradamente. ao escutar as palavras de benjamin se sentiu apaixonar-se ainda mais pelo poeta, se é que aquilo fosse possível. “por um longo, longo tempo…”, neste momento chloé se permitiu sonhar um pouco. conseguia vislumbrar, sem desafios, um futuro ao lado de benjamin. poderiam se casar depois da faculdade em uma festa grande, porque duvidava que o namorado fosse aceitar algo pequeno e discreto - ela também não se oporia a uma boa festa. depois do casamento poderiam passar algum par de anos sozinhos, apenas conhecendo um ao outro ainda mais. então o primeiro filho poderia chegar, afinal teriam de ter mais de um para todos terem uma relação saudável. eles seriam bons pais, facilmente melhores dos que os pais de chloé um dia sonhariam em ser. o fato de abella tê-la ignorado após ser informada sobre o namorado de ambos já não a magoava tanto, ben fazia tudo valer a pena. retornou de seu devaneio e sentiu suas maçãs do rosto esquentarem, não falaria ao rapaz sobre o que havia sonhado acordada. escutou a promessa alheia, e por mais que fosse desconfiada por natureza, acreditou em cada palavra proferida pelo outro. ❝ ━━ eu não sei se você se lembra, mas alguns meses atrás eu te disse que confiava em você. eu não menti, confio em você, benjamin.❞ assegurou, não se importava de estar expondo a fragilidade que escondia diariamente. ❝ ━━ adora, é? o meu namorado adora me escutar chamar ele de meu namorado. eu posso repetir o quanto você quiser, porque é a verdade. o meu namorado que eu amo e me ama.❞ uma risada baixa fora dada pela loira, toda a tensão que sentia horas atrás parecia uma lembrança tão distante. o silêncio seguinte não fora incômodo, chloé apenas sorria buscando ignorar as borboletas em seu estômago e o esquentar de suas bochechas. não estava acostumada a ser mirada por um olhar tão devoto quanto o de ben. o senti-lo se aproximar, chloé desentrelaçou sua mão da dele e levou os dígitos a face do moreno. na ponta dos pés, a loira junto aos lábios o do namorando iniciando um beijo lento. a beauchamp já sabia que sentira de benjamin, mas naquele momento fora atingindo por toda saudade despertada na incerteza daqueles quatro dias. teve de se segurar para não aumentar a intensidade do beijo imediatamente, levou as mãos a parte de trás da nuca alheia e puxou o cabelo do rapaz sem muita força. a garota sorriu entre o beijo, quase como se risse de si mesma pela avidez que sentiu. aproximou seu corpo o máximo possível do de seu namorado, precisava senti-lo perto de si.

                se enquanto tentava ser honesto sobre como sentia-se em relação à garota, independente de todas as informações reveladas no vídeo vazado pelo anônimo, existia uma expressão mais séria no rosto do rapaz, a concentração esvaiu-se ao escutá-la falar sobre não ter fugido do que tinham, apesar de todos os pequenos detalhes louco da trajetória. fora impossível não permitir que uma gargalhada lhe escapasse, porque talvez não fosse óbvio para quem os observasse de fora, mas eram justamente cada mínima insanidade da história deles que provavelmente o fizera ser tão apaixonado. ❛ você esperava que eu fugisse em algum momento? ❜ não pôde conter a própria curiosidade. admitiria, claro, que o início do envolvimento entre os dois tinha sido, no mínimo, inusitado, mas conhecia-se bem o suficiente para saber que a calmaria o deixaria em um tédio profundo; desde a ex-namorada, afinal, não tinha existido mais ninguém ocupando aquele lugar ━ e, fosse racional, benjamin sabia que não havia comparação alguma entre seus sentimentos há alguns anos pela ex com o que agora sentia por chloé: eram divergentes em intensidade, maturidade, e vontade de superar cada obstáculo para que ficassem juntos pelo melhor tempo possível. ❛ eu pensei em fugir quando te convidei para sair e me deparei com aquele crucifixo imenso, mas se nem aquilo me assustou… ❜ teceu o comentário em brincadeira, o tom divertido ao lembrar-se das circunstâncias cômicas do primeiro contato direito deles.

                 os lábios curvaram-se em um sorriso contente diante do privilégio que era ver a namorada ali, com as maçãs do rosto claramente denunciando uma pontada de constrangimento; e não por gostar de vê-la daquela forma, mas por reconhecer o quão aberta a loira estava a ser honesta sobre o pensava e sentia. talvez fosse a casualidade descompromissada do início de tudo que tivesse permitido que conseguissem ser tão honestos um com o outro, traço que o rapaz valorizava tanto, justamente por reconhecer o quão incomum era mostrar-se de forma tão sincera sobre si mesmo. não existia hesitação de sua parte em admitir à ela verdades nunca antes ditas, em confidenciar receios íntimos, e, veja bem, o ex-atleta não costumava ser tão aberto com ninguém além dos melhores amigos e a própria mãe ━ e com chloé, arriscaria dizer, o francês expandia ao máximo aquela postura. ❛ você pode confiar em mim ❜ assegurou, o tom firme, tão certo como quem afirmava verdade absoluta. ali, não existiam as mentiras que costumava rondar parte de suas relações; esforçava-se em mostrar a chloé que era alguém digno de confiança, ainda que não fosse confiável para quase ninguém, porque era ela quem ocupava um espaço igualmente digno de sua dedicação. e, após todas aqueles meses de convivência, o rapaz esperava que ela soubesse o quão fiel, dedicado e devoto era para com as relações que valorizava. ❛ eu adoro ❜ suas palavras eram ditas com um prazer inexplicável, provavelmente por nunca ter tido a certeza de que conseguiria, de fato, se tornar namorado oficial dela; por ter esperado um bom tempo até que ela dissesse que estava bem em darem um passo além no que vinham vivendo. ❛ e eu amo você ❜ repetiu com um pequeno sorriso. lembrava-se de todas as vezes que avisaram sobre como a impulsividade ainda o colocariam em muitos problemas ━ e, de fato, colocara mesmo ━, então havia guardado aquelas palavras por semanas, esperando o momento ideal; e, deus o ajudasse, agora que tinha finalmente dito-as, não sabia se queria parar de as repetir. e não fosse por ter sua atenção logo em seguida desviada para os lábios femininos contra os seus, talvez tivesse proferido outras vezes; naquele momento, porém, tudo que benjamin pensava era em como tinha sentido a falta da namorada, intensificando o beijo de imediato, enquanto as mãos desciam para a cintura alheia. como sempre ocorria quando tratava-se dos dois, o rapaz não hesitou em descer o contato um pouco mais, confiante de que ela entenderia o seu comando antes de pegá-la no colo. esperou somente que a loira firma as pernas por sua cintura, então não tomou um momento sequer para pensamentos vãos antes de guiá-los para o caminho já tão conhecido de sua casa até a bancada da cozinha, apoiando-a ali. suas intenções eram distantes das maliciosas tão costumeiras, porque, infelizmente, ainda tinha algo a ser dito para a namorada, mas, pelo menos por alguns minutos, não havia nada mais importante que beijá-la tão apaixonadamente quanto poderia.

[ambitchiiious-archive]

anneblnc​:

Onde: apartamento hoegang

Quando: sábado, 24 de abril de 2021

Quem: Jeanne & @ambitchiiious

Com um suspiro baixo, Jeanne largou os lápis em cima de sua mesa e contemplou seu croqui por mais tempo que o normal. Para ela não estava bom. Tinha alguma coisa errada com ele e precisava descobrir para então mudar e se tornar perfeito e assim conseguir ter alguma chance de isso se tornar uma ótima renda de dinheiro no futuro. Precisava de uma segunda opinião, é isto. Seus olhos estavam lhe traindo pelo cansaço e por isso levantou, saindo do quarto para encontrar uma Chloe na sala. “Koko, me ajuda por favor.” Pediu, parando na frente dela e não hesitando em entregar o pedaço de papel. “O que acha? Ruim? Péssimo? Horroroso? Falta glamour? Eu sei, eu sei mas não sei o que mudar! Me dê uma nota de 0 a Donatella Versace. E seja sincera.”

jeanne era uma das pessoas mais talentosas que chloé conhecia. adorava assistir a amiga no ápice de sua concentração enquanto desenhava, era relaxante e animador, já que sempre se agradava do resultado. estava preparando lady para uma pequena corrida, precisava abstrair o estresse que vinha sentido. ❝ ━━ linda, linda!❞ disse após calçar sapatinhos na cadelinha e a pegar nos braços depositando um pequeno beijo na cabeça da mesma. ao escutar a voz conhecia de sua amiga, virou-se em direção a mesma ainda carregando o animal em seus braços. ❝ ━━ no hay problema, mi amor¹.❞ respondeu na língua estrangeira antes de pegar o papel em mãos. novamente estava admirada e orgulhosa do talento da morena, não era grande entendedora de design, mas sabia que ela certamente tinha talento para a coisa. ❝ ━━ está completamente donatella versace! aliás, donatella queria ter essa capacidade, está lindo! de verdade. e, não é possível que apenas eu tenha achando bizarro aquela nova coleção da versace com aquele monograma idêntico ao da fendi. quer dizer, quer se “inspirar”? se inspire. é de bom tom? não é de bom tom.❞ suspirou levemente após seu pequeno monólogo, mirou a amiga com um sorriso em seus lábios rosados. ❝ ━━ queria que você tivesse desenhado este aqui antes, teria me poupado todo um estresse no spring break em convencer o ben em usar shorts da burberry que combinavam com o meu biquíni.❞ deu uma pequena risada e colocou lady no sofá ao seu lado. ❝ ━━ acho que você deveria adicionar ele no seu portfólio, tenho certeza que qualquer central de admissões adoraria... já decidiu as faculdades que vai aplicar?❞

[ambitchiiious-archive]

fora um alívio quando cédric cedeu de imediato e aceitou falar de sua irmã. tudo que chloé menos necessitava naquele exato momento era de alguém que se opusesse e a forçasse a encontrar meios menos ortodoxos de conseguir o que desejava. enquanto o rapaz falava de sua irmãzinha, a mente da loira repetia diversas vezes a imagem da mesma que encontrara na delegacia. como se tentasse desbloquear uma memória perdida do dia da festa, buscava incessantemente colocar aquela face em um dos rostos que vira naquela noite. nada. não se recordava de nada. entretanto, aquilo não significava que camille não havia estado na ilha, uma vez que a mente de chloé estava sob influência e ela mal se lembrava de grande parte daquela noite. camille era ambiciosa, curiosa e obstinada, segundo a descrição do rapaz martin. chloé entendia o tamanho dos problemas que aquela combinação poderia causar, afinal também era assim. “tudo nós ou eles”, beauchamp se recordou de quando não se sentia parte daquele universo, quando se via a margem. agora já entendia que era parte de tudo aquilo, contra ou favor sua vontade. ❝ ━━  ter ambições não é errado, camille desejava apenas uma vida melhor. não é o que todos buscamos?❞ disse retoricamente, ainda digeria todas as informações novas ganhas por cédric. ❝ ━━  essas amigas dela tinham... dinheiro?❞ questionou levemente insegura, tinha medo de que aquela pergunta soasse como uma ofensa à condição financeira da família. ❝ ━━  camille não me soa como alguém interesseira, e mesmo se fosse, olhe onde você está. nenhum de nossos pais chegou aonde está sem uma ambição desenfreada, interesse nas pessoas certas e uma pitada de trapaça. ninguém consegue milhões sendo o cara mais íntegro da cidade.❞ não era comum que fosse tão franca com alguém que possuía tão pouca intimidade, mas sentia que devia certa sinceridade ao rapaz, afinal ele estava lhe contando sobre sua irmã. ❝ ━━  a balsa que leva até a ilha! ela não funciona a noite inteira. se camille realmente esteve lá pode ser que exista alguma gravação no terminal das balsas. a não ser que ela tenha ido por um transporte privado... de qualquer forma, deve existir algum registro em algum lugar. geralmente é mantido um livro de registro de quem é transportado em iates ou helicópteros, fazemos isso sempre! se ela foi de balsa não conseguiria voltar facilmente quando a festa acabou, teria que dormir em algum hotel da ilha.❞ seu pequeno monólogo eram teorias feitas para si, sua mente funcionava buscando encaixar as pontas soltas daquela história. por uma fração de segundo esqueceu-se da presença do rapaz, estava absorta nas possibilidades. ❝ ━━  mas, a polícia já checou tudo isso e as amigas dela. certo?❞

ambitchiiious​:

os últimos dias conturbados haviam levado o pensamento para longe de quaisquer membro da família martin, ela sequer lembrava-se de todo o drama envolvendo camille. seguira assim por alguns dias, absorta em seus problemas. até que voltara a desconfortável realidade, ela tinha assuntos a tratar e um mistério a resolver. ela só teria paz quando finalmente compreendesse parte do que estava acontecendo ao seu redor, e se tivesse que desvendar aquilo sozinha, desvendaria. ❝ ━━  você.❞ disse serenamente, como era característico de sua pessoa. fechou a porta da sala do clube e se aproximou do rapaz, sentando-se ao seu lado. não havia preparado um discurso, como geralmente sua mente ágil fazia, portanto levou alguns segundos antes de prosseguir. ❝ ━━  vim aqui para saber mais sobre camille. se ela realmente foi até nossa festa e lá foi a última vez que ela foi vista, acho que toda informação sobre ela é importante para…❞ descobrir toda essa merda que nos leva ao E, pensou. ponderou, cédric não deveria estar recebendo qualquer tipo de ameaças por parte de ninguém. ele não estava naquela festa, não sabia o que havia acontecido. ao menos era o que a garota beauchamp acreditava. ❝ ━━  para trazer resolução a sua família e de eloise. quer dizer, se é que de fato alguém tenha feito algo com as duas.❞ sua mente se voltara ao prontuário que recebeu por mensagem, queria poder ser direta ao citar o documento, mas aquilo parecia fora do conhecimento de martin.

Cédric assentiu enquanto ainda olhava para Chloé. Desde que ela manifestou ter conhecimento sobre Camille que ele esperava que uma conversa parecida acontecesse entre eles. Duvidava muito que não surgisse dúvidas ou questionamentos por parte dela e tinha certeza que a garota fazia a sua própria investigação particular como ele mesmo. Indicou a cadeira do lado dele pra que sentasse, não queria que alguém entrasse e acabasse escutando a conversa por engano. Se fosse escolher, Martin preferia que só ele soubesse de toda aquela historia e preferia trabalhar sozinho mas sabia que aquilo era apenas o ideal. Sabia desde o inicio que cedo ou tarde alguém ia descobrir suas verdadeiras intenções na AIFT. Se virou para a Beauchamp e respirou fundo antes de começar a falar, descrever Camille nos dias atuais não era a sua tarefa preferida porque apenas o fazia sentir culpa. “Ela vivia metida com gente… Igual vocês. Gente rica, quero dizer. Eu não sei exatamente o que ela fazia e isso me deixa meio mordido hoje em dia, mas como eu ia saber que ela ia desaparecer e eu ia precisar saber o que ela fazia na privacidade dela? Não gostava que ela se metesse nas minhas coisas e tentava fazer o mesmo com ela, mas volta e meia a gente brigava porque eu achava ridículo Mille se rebaixar pra achar um tipo de conexão com essas pessoas. Ela tinha umas amigas… Sei lá, elas não iam muito lá em casa por razões óbvias, não vivemos em uma mansão ou num triplex na La Suquet. Ela brigava comigo e falava que eu era arrogante porque achava que conhecia tudo e todos, achava que a vida e as pessoas eram uma coisa ou outra, que era tudo nós ou eles” comentou e soltou uma pequena risada ao lembrar da última discussão com Camille antes dela desaparecer pra festa da AIFT e nunca mais voltar. “Falando assim ela parece interesseira, mas a verdade era que ela só queria uma vida diferente e eu sempre julguei ela por isso e hoje em dia… Enfim ela sempre foi uma garota obediente em geral, ela puxou muito a minha mãe, sempre positiva e alegre por aí, como se fosse ingênua demais pra entender o mundo direito. Queria entrar aqui nessa escola tinha anos, mas meus pais obviamente não tinham dinheiro e ela não era inteligente suficiente em alguma coisa pra conseguir passar na prova da bolsa. Ela tentou. Foi por isso que a gente tava brigando há um tempo, ela queria que eu fizesse a prova da bolsa por ela mas eu me recusava, disse que não ia fazer parte dela virar...” parou por ali, não ia falar o xingamento exato porque Chloé era uma deles e não queria ofender, principalmente porque agora estava tão imerso na vida deles que tudo fazia ele parecer um maldito de um hipócrita.

[ambitchiiious-archive]

a entrada de holly fora inesperada, por um momento breve chloé acreditou que pudesse se tratar do espírito de eloise. levantou-se de supetão da cama com uma de suas mãos ao peito, seus olhos azuis arregalados observavam as expressões faciais e trejeitas alheios em choque. parecia estar sendo comum naqueles dias que a deixassem sem fala, sem ter ideia de como agir e aquilo a contrariava tremendamente. para sua sorte, holly não havia ficado assustada ou enfurecida; a aprovação da loira fez com que chloé pudesse finalmente respirar aliviada. levantou-se da cama e se aproximou-se de cotillard com os braços cruzados, seu olhar estava fixo no quadro. ❝ ━━  clem e eu começamos a mon-❞ estava pronta para fazer um breve monólogo orgulhoso sobre trabalho investigativo que “double c” - clémentine e chloé - havia feito até o momento, porém a fala de holly a interrompeu. holly havia tido acesso ao beta hcg de eloise. a expressão facial de beauchamp entregava sua surpresa em decorrência dos fatos apresentados pela outra, respirou profundamente como sempre fazia em busca de digerir o que acontecia em seu redor. ❝ ━━  putain, é claro que nada seria simples...❞ levou uma de suas mãos aos lábios, como se quisesse esconder o quão chocada estava. o local do exame não existir não parecia ter nenhuma justificativa viável, teria eloise ido a uma clínica clandestina? para que? caso ela nso desejasse prosseguir com a gravidez haviam métodos legalizados de interrompê-la. a jovem franzia o cenho enquanto buscava respostas, ficando em silêncio por alguns segundos após o fim da fala de holly. ❝ ━━  o wolf não te odeia, duvido que ele seria capaz de te odiar. ele só está magoado e provavelmente muito chocado. não consigo imaginar como eu me sentiria no lugar dele.❞ se ateve a primeiramente tentar acalmar quaisquer aflições da outra loira em relação ao amigo de ambas. ela engoliu seco antes de prosseguir, mirou o quadro. todos ali eram próximos a eloise e grande parte deles havia estado no penhasco. o penhasco! as iris claras de beauchamp fitaram a amiga em nítida surpresa e ela assentiu positivamente. ❝ ━━  eloise estava grávida de quanto tempo? a não ser que ela tenha conseguiu esconder isso como ninguém, eu diria que ela estava no primeiro trimestre.❞ seu tom já não era tão comedido, sempre se tornava mais enérgica ao teorizar. ❝ ━━  um aborto é legalmente aceito no primeiro trimestre e-e ela subiu no penhasco! ela subiu na porra dó penhasco com a intenção de pular daquela altura.❞ voltou a encarar seu mural, em específico a imagem central, um retrato de eloise sorridente. ❝ ━━  qualquer mulher grávida com a intenção de ter o bebê não teria coragem de fazer isso, é extremamente perigoso. talvez... eloise não quisesse estar ou já não estivesse grávida naquele momento.❞

ambitchiiious​:

              𝐒𝐂𝐎𝐎𝐁𝐘 𝐃𝐎𝐎 𝐆𝐀𝐍𝐆 𝐓𝐘𝐏𝐄 𝐎𝐅 𝐒𝐇𝐈𝐓 featuring @hollvcrap​​

onde: apartamento de hoegang ━━ semiramis, cannes

quando: 28 de novembro por volta das 17hrs.

quem: holly && chloé

o mural apoiado em um tripé estava próximo a escrivaninha de chloé. a loira aguardava sua impressora terminar a impressão da última informação que havia recebido de “E”; um prontuário médico do dia cinco de julho. chloé não estava exatamente contente em estar tendo de organizar aquele quadro, mas era o que tinha de fazer para prosseguir com a investigação que havia começado com clémentine. fizera uma anotação mental de enviar uma mensagem para a amiga avisando que as últimas “atualizações” já estavam devidamente colocadas no board. fitou o mural por alguns segundos, se questionava se eles se sentiam tão acuados e perdidos quanto ela.

pregou a imagem do formulário com o auxílio de um de seus alfinetes cabeça de coração e uma risada baixa fora disparada. todas aquelas linhas coloridas e brilhosas, alfinetes de coração, tudo era uma forma de chloé e clémentine não se atentassem a todo momento a seriedade do que estava sendo feito ali. ela se deitou sobre sua cama enquanto carregava seu bloquinho de notas, estava completamente absorta. tão absorta que não se atentou em trancar a porta de seu quarto como de costume. ❝ ━━  eloise, se a clem estiver certa e você estiver vagando por aí, por favor, ilumine a minha mente!❞ disse em voz alta, mirava as anotações sobre a jovem que havia feito. nada de fato útil para que a ajudasse a desvendar o que vinha a perturbando há dias. 

                    ainda estava atordoada com sua discussão com wolfgang sobre o fato dela saber sobre a gravidez de eloise e não ter contado essa informação para o maior interessado. o conflito moral era tão grande, todos os dias desde que descobrira o teste positivo no armário da falecida, que sequer conseguiu mentir para o melhor amigo quando foi questionada sobre a detenção da informação. por isso e pelo fato de que não sabia o que o anônimo teria falado para ele. de qualquer modo, aquela bola de neve de omissões havia culminado na primeira briga deles em todos os muitos anos de amizade. era impossível não se sentir mal, não se sentir culpada por ter escondido dele uma informação importante de seu maior interessado. ficava ainda mais puta por ter feito aquilo na melhor das intenções, com o intuito de proteger wolfgang de reviver, em toda a sua intensidade, o luto do qual ele sequer havia se recuperado… aparentemente.

                      e por isso tudo, não aguentaria o clima de tensão na casa pelos próximos dias, até que a poeira abaixasse. decidiu organizar suas roupas em uma mochila e avisar a chloé que passaria uma semana no apartamento de belle para poupar a amiga da atmosfera pesada que seu atrito com wolfie causara. estava tão aérea que sequer fez menção de anunciar sua presença no quarto alheio, abrindo a porta assim que alcançou os aposentos se deparou com uma cena, no mínimo, intrigante. o olhar se desviou do mural apoiado em um tripé para a amiga deitada sobre a cama. ❛ o que é isso? ❜ —  apontou para o quadro, largando sua mochila no chão depois de fechar a porta atrás dela. sua aproximação se deu de forma apressada, temendo que chloé fosse tentar barrar sua visão. apenas porque tinha uma suspeição do que se tratava. não a julgaria, claro, posto que mantinha suas próprias percepções e teoria sobre o caso dentro de um cofre, em um formato menos visual. as orbes azuis esquadrinharam, em uma leitura dinâmica, as linhas que ligavam várias fotos a outras. 

                      ❛ merde sacrée… isso é… porra… incrível! ❜ — disse um tanto admirada, apenas para assumir uma postura mais ácida logo em seguida. ❛ talvez você vá querer adicionar ao seu quadro a informação de que eloise estava grávida. e você sabe o que é mais engraçado nisso? procurei o nome do laboratório em que ela fez o exame de cabo a rabo e não encontrei absolutamente nada. ela simplesmente fez essa porra de exame em um lugar que não existe. e o merdinha do anônimo mandou uma mensagem pro wolf que amigos dele sabiam sobre a gravidez. ele me perguntou e é claro que eu não consegui negar. ❜  — as palavras saíam rápidas e atropeladas. precisou fazer uma pausa para recuperar o fôlego. ❛ e agora ele me odeia porque escondi isso dele e tudo bem, ele está certo. mas eu não contei, óbvio, que eu escondi porque eu não acho que essa criança seja dele… ou que ela tinha pretensão de ter esse filho. ❜ — suspirou, como se tivesse tirado um peso dos ombros.

[ambitchiiious-archive]

evitar ludovic era algo difícil, mas chloé nunca havia se limitado a cumprir tarefas fáceis. uma jogada do destino a fez ser selecionada para apresentar a escola para o novato, a loira conseguiu mudar o percurso das coisas e tudo parecia bem. estavam na mesma classe, porém não partilhavam o mesmo grupo de amizades - chloé sequer fazia ideia de quem poderia compor o grupo de amizades de ludovic, além de frances é claro - e isso fazia com que uma barreira invisível estivesse no meio de ambos. chloé estava contente desta forma, não entendia a razão dele estar de volta e parte de si não desejava saber também. baptiste era passado e ela gostaria de mantê-lo naquele lugar. a garota beauchamp não era estúpida ou ingênua e sabia que hora ou outra seria forçada a ter contato com o rapaz, tal momento havia finalmente chegado. usou de suas habilidades como atriz para conter o desconforto de ser abordada pelo rapaz, mantinha uma expressão facial serena. ❝ ━━ bom dia, ludovic.❞ cumprimentou de volta com um pequeno sorriso nos lábios, dizia a si mesma “é apenas ludovic” em uma forma de acalmar os ânimos. a pergunta seguinte a fez engolir seco, não esperava que o rapaz soubesse da situação do comitê e a menção ao vídeo ainda a fazia sentir-se tensa. ❝ ━━ sim, está. eu não fazia ideia de que você já tinha sido informado de que eu daria a tour.❞ disse sincera, porém ainda buscando manter um tom tranquilo. ludovic deveria estar alheio a grande parte das ações de baptiste e chloé gostaria de agir como se também estivesse. ❝ ━━ me desculpe, percebi depois que tinha um compromisso marcado para aquele mesmo horário e tinha esquecido de avisar a coordenação.❞ mentiu, não poderia simplesmente dizer que havia trocado de horários para não ter de encontrá-lo. ❝ ━━ obrigada pela preocupação. foi… uma situação estressante e precisei de alguns dias só para pensar.❞ de fato estava grata pelas palavras do rapaz, ele havia sido uma das poucas pessoas a expressar preocupação de forma delicada a respeito do assunto. ❝ ━━ espero que você tenha tido uma boa experiência com a tour. imagino o quão estranho deve ser entrar em uma escola nova faltando poucos meses para o fim do ensino médio.❞ chloé teve desejo de morder a própria língua por não ser capaz de conter seu eu curioso que desejava saber a razão de ludovic estava ali. podia jurar que haviam boatos de que o rapaz estava estudando bem longe de cannes.

não pôde deixar de pensar que o universo conspirava a seu favor quando recebeu um e-mail institucional com as informações iniciais que precisava saber sobre truffaut. dentre todas elas, a que verdadeiramente prendeu sua atenção se referia à apresentação da escola por um aluno responsável do comitê de boas vindas. em uma feliz ou infeliz coincidência, a estudante designada para mostrar a escola a ludovic era ninguém mais, ninguém menos que chloé beauchamp. a informação, claro, aumentou sua ansiedade para o primeiro dia de aula, porque o que mais seria aquilo se não uma oportunidade de sondar chloé. dupont não era burro, sabia que de seus três alvos ela poderia vir a ser a mais difícil de lidar pelo simples fato de que ludovic a achava excepcionalmente perspicaz. e, justamente por isso, sua suspeição quanto ao envolvimento dela com o acidente do seu pai só fez por aumentar quando outra aluna apareceu para apresentar a escola para ele. entre a divulgação da notícia envolvendo o sobrenome dupont e a semana posterior ao vazamento dos vídeos, ludovic não teve a chance de falar com ela.  —  ❝ bom dia, chloé. ❞ — finalmente teve a oportunidade de externar tais palavras ao avistar @ambitchiiious. —  ❝ está tudo bem? porque bem, antes das aulas começarem eu recebi um e-mail me dizendo que você me apresentaria a escola… mas nunca apareceu. e depois… aconteceu toda aquela situação com os vídeos e minha mãe comentou que seus pais disseram que você tinha desaparecido. só estou checando mesmo. ❞ — ergueu as mãos em sinal de rendição, recordando-se momentaneamente de como faheera e madelinne reagiram a sua aproximação.

[ambitchiiious-archive]

“garota exemplar” sempre havia sido um dos filmes a mais aterrorizar ou admirar chloé. a maneira com que amy agia com frieza, sem titubear. sua mãe, que assistira junto de si, comentava como uma auxiliar jurídica. ela citava os crimes cometidos e incongruências do caso, embora a loirinha escutasse as palavras da mais velha, ainda se admirava pela atitude da protagonista. ela parecia dormente. curiosamente era assim que chloé vinha sentindo-se nas últimas vinte e quatro horas. sua expressão facial parecia impassível - nada comum a sorridente garota, mesmo que diversas vezes esse sorriso fosse encenado -, seu rosto estava sem um pingo de maquiagem, ela utilizava roupas que compunham um visual monocromático. era visível o quão abalada chloé estava, era sufocante aquela sensação de não poder falar com ninguém. wolfgang era seu confidente, mas acabava também por ser o namorado da falecida eloise, o que a deixava sem muitas opções.

chloé era desconfiada, uma ótima ouvinte de fato porém era péssima em falar ou expressar seus sentimentos. vinha de toda supressão, causada por trauma, que acontecia nos últimos anos. não acreditava cegamente em deus, o mundo era repleto de canalhas que passavam impunes e aquilo já era prova suficiente daquilo. talvez ela fosse parte daquela escória agora, já que havia concordado em fazer uma família acreditar que sua filha morreu para salvar sua pele. engoliu seco enquanto mirava sua figura nitidamente exausta no espelho; ela tinha de fazer o possível para proteger-se acima de tudo e todos. aquele lapso de consciência era sufocante, ela precisava falar com alguém. a partir daí tudo fora rápido, quando viu já estava em frente aquela igreja católica. ela não acreditava em deus, mas contaria com um homem de batina para acalentar seu coração. ele não poderia contar a polícia, certo? a exaustão pela privação de sono estava afetando seu calculista raciocínio. a voz conhecida de frances agiu como um despertar para chloé, piscou algumas vezes. fez o possível para replicar o sorriso alheio, agia como se estivesse feliz a qualquer momento. ❝ ━━  sim, estava demais cansada e assim que cheguei em casa cai no sono.❞ respondeu com uma mentira convincente, pigarreou para que seu tom de voz deixasse de parecer tão frágil. havia tomado duas pílulas de remédio para dormir e se via tão acordada quanto antes. andar. ela não poderia aceitar o convite, tinha uma confissão a fazer. seus pensamentos confusos devido ao uso de ansiolíticos se deceparam em um supetão, a loira respirou profundamente enquanto caia em si. ela não podia dizer porra nenhuma a ninguém. ❝ ━━  claro... estou ótima, apenas uma adrenaline rush e pensei em rezar um pouco. mas, sim! vamos dar uma volta!❞ uma risada nervosa escapou por seus lábios, engoliu seco e sorriu abertamente. ❝ ━━  tem um café aqui perto e eles tem os melhores croissants sem glúten da cidade. essa semana estou numa dieta glúten-free.❞ seu estômago fizera um nó com a ideia de ingerir algo, porém chloé ignorou o desconforto.

06. (FLASHBACK) É o dia seguinte depois da fatídica noite em que Eloise morreu, e Muse encontra Frances saindo da igreja. @ambitchiiious​

Francesca levantou-se no apoio de madeira de sua igreja, onde por duas horas ininterruptas, ali ela ficou, murmurando palavras incompreensíveis numa prece interminável. Normalmente, ela ficava no fundo da missa, escondida nos bancos encostados na parede, pensando sozinha na própria fé, nos desafios que tinha que superar, nos planos que estavam guardados para ela. Mas aquele dia não era um dia normal, e naquele dia, lá estava ela, ajoelhada e implorando que ninguém nunca os descobrisse. Era no mínimo vil e a prova de um caráter completamente falho que ela estivesse implorando para que suas mentiras ficassem encobertas, e não por perdão… Mas sua mente já estava ocupada demais para ter uma crise de consciência naquele momento. Saindo da igreja com o coração e a cabeça pesando, encontrou Chloé – Oh, hey, you! – Exclamou, colocando seu melhor sorriso no rosto – Quando eu acordei pra vir, você ainda estava dormindo e achei melhor não te incomodar – Disse com sinceridade. Chloé, assim como ela e todos os outros estavam exaustos da noite anterior, e ela quis poupar a amiga o máximo possível… Os próximos dias não seriam nada fáceis, não era preciso de muito esforço para saber – Você está bem, Chlo? Quer andar um pouco, tomar um chá? – O tom de Frances era completamente normal, estável, forçosamente pacífico, como se nada tivesse acontecido. Seu novo lema era: se ela fingisse o suficiente, tudo aquilo iria desaparecer.

[ambitchiiious-archive]

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:09 ) parece que um elefante saiu das minhas coisas!!!! você não faz ideia de como estou aliviada

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:09 ) imagino que já estivesse implícito, mas eu não tenho muito tato pra essas coisas e você já sabe disso. estou me esforçando, juro! hahaha

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:09 ) novamente estou aliviada, eu pensei que você tivesse esquecido e comecei a me convencer que você enviou lá pra casa. não que você tivesse obrigação, mas sei lá, fiquei sentida. falando em presente, você gostou dos seus? espero que tenha gostado pelo menos um pouco

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:09 ) sim hahaha todo mundo fala que estamos namorando, mas eu não importo com o que as outras pessoas pensam, me importo com o que você pensa. e não, eu não estou casada com o wolfie hahahaha dei anéis de amizade para ele e minhas titânides

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:09 ) sério que você seria o outro por mim? e dizem por aí que o romance está morto...

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:00 ) hey, tá aí?  

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:00 ) consegui pegar o celular por uma hora, mas por incrível que pareça não estava sentindo tanta falta.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:00 ) eu preciso ser rápida e breve, tenho terapia em grupo assim que o tempo acabar. nós temos terapia todos os dias depois do almoço, nunca falei tanto de mim mesma. tipo, falar de verdade, das coisas que importam.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:01 ) ontem falamos sobre sinceridade e eu fiquei com isso na cabeça, não consegui dormir direito porque eu percebi que não estou sendo sincera com você.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:01 ) na real já estava com isso em mente desde antes de vir para cá, mas você já deve ter percebido que eu não sou a melhor em falar ou demostrar o que eu sinto.

[ambitchiiious-archive]

bigbadwclff​:

       O sossego de Wolfgang durou apenas dois dias. Tinha até gostado das artimanhas do anônimo e do fuzuê que causou na escola porque isso tirou o foco das pessoas de Eloise e dele. Gostava de Cédric de certa forma e lamentou um pouco da atenção e represália cair em cima dele, porém não conseguia deixar de se sentir aliviado enquanto isso não lhe dizia respeito. Infelizmente, quando o dia 23 chegou, a coisa foi diferente. O escândalo da fraude da eleição parecia ser tudo o que as pessoas comentavam e dessa vez aquilo afetava diretamente as pessoas que amava. Precisou se conter o dia todo para não ir atrás de Valentin e lhe dar o que merecia; precisou de toda a sua força interior e exterior para não criar uma confusão.

       Depois de sair do seu armário quando o sino tocou, Wolf deparou-se com Chloé, aparentemente engajada em uma conversa com algum estudante mais novo. Aproximou-se e pegou pelo menos a metade da conversa, entendendo que as pessoas estavam lhe pressionando para informações. Sentiu um calor subir pelo rosto e fechou as mãos em punho. Assim que ela terminou de falar, o Mateschitz adicionou: ❝ — Que tal você ir cuidar da sua vida em outro lugar? Eu não tenho medo de brigar com gente que tem metade do meu tamanho.❞ — falou da forma mais ameaçadora que conseguiu. Fazia tempo que não usava aquilo como escudo. Era possível dizer que Wolfgang lutador e encrenqueiros ficou adormecido por muito tempo; mas quando precisou dele, resgata-lo foi como andar de bicicleta. Também pareceu ser efetivo porque os alunos próximos se retiraram, deixando apenas ele e a amiga. ❝ — Pessoalzinho inconveniente. Tá tudo bem, Chlo? Tem muita gente te enchendo? Você sabe que não tenho problema em bancar seu segurança se quiser.❞ — comentou, enquanto se encostava nos armários ao lado do seu para olhá-la melhor, um sorriso dominava o seu rosto.

a presença de wolfgang fora notada por beauchamp apenas quando ele se pronunciou, chloé agradeceu ao universo pelo garoto estar ali. esperava apenas que o menino do segundo ano não fosse estúpido o suficiente para irritar mateschitz, a loira não estava minimamente disposta para intervir em uma briga possivelmente física. para sua sorte, o outro pareceu conhecer a fama de wolf e se retirou quase que imediatamente, chloé deu uma risada baixa vendo-o ir. ❝ ━━  ele vai contar para todos os amigos dele que o wolfgang mateschitz deu uma dura nele.❞ comentou, logo deu um suspirou pesado sentindo-se contente com sua maquiagem - e o fim daquela inconveniente interação. colocou a caneta delineadora de volta a sua nécessaire que ficava em seu armario antes de fechar a porta do mesmo. ❝ ━━  não precisa se preocupar comigo, não é a primeira vez que estou no meio de uma polêmica. já tive momentos bem piores.❞ respondeu sorrindo dedicadamente para o amigo, passou as mãos por seus cabelos perfeitamente ondulados que havia arrumado mais cedo naquele mesmo dia. ❝ ━━  além disso, faheera é a donzela do grupo e você precisa cuidar mais de si.❞ tocou o ombro do amigo e acariciou o local, era como sua mãe tendia a fazer quando chloé era criança. ❝ ━━  eu sei que as coisas não estão fáceis para você desde que eloise voltou. você precisa ser egoísta e individualista neste momento, é questão de sobrevivência.❞ tocou a ponta do outro brevemente e ajeitou sua própria postura. ❝ ━━  serão necessários mais que alguns olhares tortos para me deixar desestabilizada. olhe para nós dois, somos nitidamente os mais bonitos desse lugar! essas pessoas não são nada comparados a gente.❞ soltou uma risada baixa que sinalizava que parte de sua fala era jocosa.

[ambitchiiious-archive]

ficou contente com a resposta positiva de penélope, sabia que a morena tinha experiência no teatro e também era com quem chloé dividiria cenas importantes. ajeitava os fios loiros, o laço amarelo e o gloss incolor em seus lábios, tudo parecia perfeito. uma foto rápida fora tirada e operada nos stories de seu instagram enquanto a loira aguardava por pendragon. estava buscando formas de distrair-se e demostrar o menos possível a ansiedade que estava a tomando. quando escutou passos aproximarem-se, guardou o telefone no bolso da saia amarela que trajava e colocou seu melhor sorriso no rosto. ❝ ━━  obrigada por vir, de verdade. agora com o figurino completamente pronto e semanas para a estreia, estou uma pilha de ansiedade.❞ fora franca, embora sua expressão facial, corporal e seu tom de voz estivessem contidos. ❝ ━━  o figurino da veronica está na terceira arara, me contive para não dar uma espiada.❞ disse apontando na direção do que citava, ela voltou a fitar-se no espelho. ❝ ━━  faltam poucas semanas e eu juro que vou engasgar em “lifeboat”.❞

                            𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐇𝐎𝐖 𝐌𝐔𝐒𝐓 𝐆𝐎 𝐎𝐍 featuring @not-inthebox​

onde:aift ━━ sala do clube de teatro

quando:30 de novembro.

quem: penélope && chloé

chloé vinha fazendo o possível para manter-se compromissada com o clube de teatro e a peça de inverno, heathers. havia faltado alguns ensaios por motivações diferentes - todas as vezes entregue um atestado médico falso, mas quem se importa? agora, sozinha na sala do clube de teatro, chloé buscava espantar aquele sentimento de insegurança que a assombrava. mirava sua figura no espelho, trajava o figurino de heather mcnamara e se sentia dentro do personagem. entretanto, ainda não estava satisfeita. uma voz baixa dizia em sua cabeça que ela não era boa o suficiente para estar naquela posição, para ter seu próprio solo naquela produção. ela não era uma boa atriz, não era uma boa cantora, ela era uma farsa. era o que afirmava aquela voz. you’re patethic because you whine!, pensou consigo mesmo. ela bufou, caminhou até sua bolsa e retirou de lá seu celular.

( 📲  ━━ penny p. 30.11.20 14:20 ) hey, penélope, tudo bem?

( 📲  ━━ penny p. 30.11.20 14:20 ) os figurinos da peça estão prontos e eu estou aqui na sala do clube, queria saber se você tem interesse em repassar cenas, as músicas ou danças. sei lá, qualquer coisa 

( 📲  ━━ penny p. 30.11.20 14:20 ) o nervosismo de estréia me bateu e eu queria repassar tudo, só pra ter certeza

[ambitchiiious-archive]

chloé imaginava o quão estressada faheera deveria estar. ela não era a maior das mentirosas, era discreta e reservada; agora havia tido sua vida exposta sem seu consentimento. ❝ ━━ você mesma acabou de dizer que ele aceitou, portanto ninguém está usando ninguém. seria baixo, porém compreensível em uma visão de defesa, se você tivesse envolvido ele nisso às cegas, se ele acreditasse nesse namoro. ele sabe que tudo não se passa de um plano, está sendo um bom amigo.❞ dizia não apenas para acalmar faheera, mas também por ser algo que acreditava. ❝ ━━ eu imagino o quão desapontada você esteja, até por já ter tido em um local semelhante.❞ lembrou-se de toda a decepção que sentiu com a revelação de julien, eram situações, mas acreditava que a sensação de traição era a mesma. ❝ ━━ ás vezes o erro é justamente esse, sempre agir como eles acreditam ser correto. nunca pensar que aquelas pessoas que te criaram também estão suscetíveis a errar.❞ suspirou, buscava em sua mente alternativas de saída para sua amiga. ❝ ━━ se você já tivesse um plano em mente, eu te diria para dar o primeiro passo. é se colocar no controle da situação, mas essa opção está descartada por ora.❞ cruzou os braços, odiava a naturalidade que tudo aquilo tinha para si. havia prometido a si mesma que não se envolveria mais em investigações ou qualquer espécie de esquema, porém sentia-se animar com aquela conversa. ❝ ━━ ew?! você não irá ficar pobre ou casar, por deus! por alá, não sei!❞ franziu o nariz ao imaginar faheera pobre, sabia que a amiga sofreria muito se tivesse que ter um estilo de vida comum. segurou-se para não dizer que ela não duraria um dia no “mundo normal”. escutou atentamente a morena falar sobre o bendito pendrive, algumas teorias de faheera parecia tolas e outras bastante possíveis. ❝ ━━ documentos da adoção seriam algo do seu interesse, mas será que colocariam tanta segurança assim? a não ser que você seja filha biológica de alguém muito importante, não faz muito sentido.❞ não descartava completamente a possibilidade, mas já havia escutado seu pai comentarem sobre sheiks árabes e negócios escusos. não queria ter de ser quem despertaria aquela dúvida em faheera, mas era o que parecia mais plausível. ❝ ━━ acredito sim ser dados sobre a empresa, só não faço ideia de como afife pode ter chego até essas informações. pelo o que você falou está tudo criptografado, certeza que é algo muito bizarro...❞ sentia um misto de curiosidade e medo em relação ao conteúdo do dispositivo, seu autocuidado a dizia para se manter longe de qualquer informação do que poderia haver no pendrive. ❝ ━━ a chantagem é uma possibilidade que pode comprar sua liberdade. ela pode não ser divertida, mas pode ser sua única sa��da.❞ se havia algo que chloé entendia, isto era chantagens. os beauchamp sabiam utilizar informações a seu favor, e por mais que tivessem “prática”, sabiam que a tarefa nunca era fácil. estava prestes a seguir seu discurso quando seu celular apitou com uma nova notificação, chloé rapidamente o pegou e botou que havia recebido um novo e-mail da coordenação de truffaut. a loira abriu a mensagem rapidamente e seus olhos arregalaram ao fazer uma leitura rápida do conteúdo. “senhorita chloé beauchamp, a coordenadoria a designou para apresentar o colégio para o aluno ludovic dupont, representando o comitê de boas-vindas estudantil. segue em anexo maiores informações sobre o aluno.”, dizia o curto e-mail. sequer abriu o anexo, não poderia se tratar de outro ludovic. só podia ser ele, ludovic dupont, o filho de baptiste. ❝ ━━ putain!❞ foi tudo que disse antes de virar a tela de seu celular na direção de sua amiga. ❝ ━━ eu realmente não sei como... putain, putain, putain!❞

ambitchiiious​:

a loira assentiu concordando com a linha de pensamento de faheera, era uma boa estrutura para a mentira. ❝ ━━ relaxa, tenho certeza que ninguém irá desconfiar das intenções de dois adolescentes perdidamente apaixonados.❞ disse com a voz preenchida pela dramacidade e um leve deboche, sabia que aquilo afetava faheera demasiadamente. ao contrário de chloé, a iraniana não era acostumada em envolver-se em esquemas e mentiras. ❝ ━━ acho que faz certo sentido ele ter aceitado. ele sempre foi afim de você, e não venha me dizer que eram apenas brincadeiras. sabe o que dizem: “toda brincadeira tem um fundo de verdade”. é clichê, mas é verdade.❞ disse com um sorriso nos lábios, como quem havia comprovado algo de extrema importância. ❝ ━━ ainda há tempo de repensar. não conheço muito ele, mas se você acha que vale a pena investir, saiba que tem meu apoio.❞ sentia muito por nikólaos, afinal era amiga do mesmo a mais tempo, mas sempre havia tido uma irmandade silenciosa com faheera que a fazia ser a favor daquilo. ❝ ━━ deve ficar feliz, modéstia parte sou muito observadora e não achei que você fizesse esquemas. não será seu fim porque ninguém irá descobrir, agora você tem uma das melhores ao seu lado. escondi que tinha um lance com o ben por mais de um ano, você vai conseguir esconder isso por uns meses.❞ passou a olhar aos redores e viu que estavam próximas a uma sala vazia, um local apropriado para conversarem aquilo. sinalizou a sala com a cabeça e adentrou na mesma esperando que a amiga estivesse em seu encalço. ❝ ━━ primeiro passo: não se discute esse tipo de coisa no corredor. essa escola está rodeada de cobras, você tem que ser discreta e fora do meio.❞ respirou profundamente antes de continuar, faheera não fazia ideia da profundidade do conhecimento que chloé possuía quando o assunto eram armações. ❝ ━━ no momento, acredito que nada. você está em cannes, longe das garrinhas machistas e patriarcais dele. em cannes você tem liberdade e tempo para pensar no que fazer.❞ buscava ser sincera, porém da forma mais construtiva possível para não desesperar faheera. ❝ ━━ você precisa encontrar aquele pendrive, esse namoro é apenas algo para atrasar as ações do seu pai. se você tiver sorte, a família do seu noivo vai ficar tão ofendida que irá romper o acordo. mas, você sempre tem que contar com o pior cenário que seria: eles perdoando sua “indiscrição” e acelerando o casamento.❞ sua tonalidade vocal era calma, pois sabia que estava despejando informações pesadas para a outra. ❝ ━━ você pode se casar com alguém, mas isso teria de ser o último caso. você é herdeira, sempre teve de tudo e nunca foi pobre na vida. acredite em mim, faheera, não é fácil. por isso, você não deve ser arrepender ou voltar atrás. a resolução disso se resume em uma palavra: chantagem.❞

Deixou-se ser guiada por Chloé para a sala vazia e ouviu com atenção o que a amiga tinha a dizer, ficando surpresa por como ela parecia entender tão bem de situações do tipo. A própria Faheera estava lutando contra um grande sentimento de culpa e um tremor constante pelo corpo, motivado por sua grande mentira e o temor de seus pais. Nunca havia ido tanto contra o desejo deles, jamais estivera tão distante dos ideais de Umar e Zairah. A cabeça doía só de pensar nas consequências, mesmo sabendo que mais cedo ou mais tarde teria que enfrentá-las. “Chloé, eu… Me sinto horrível por estar usando o Romain, mesmo que ele tenha aceitado. Eu estou tão frustrada por toda a situação. Como puderam fazer isso sem meu consentimento? Soltar uma informação importante assim!” Faheera agitava as mãos, nervosa. “Sempre fiz tudo o que eles queriam porque era tudo o que eu queria fazer também, mas agora as coisas são diferentes. Estou tão cansada de tudo.” A garota fechou os olhos rapidamente, tentando visualizar um futuro no qual não estivesse tão estressada com todos os problemas que ocorriam ao seu redor. No entanto tudo o que conseguia pensar era que precisava lidar de maneira urgente com tudo aquilo. “Não sei se espero que me liguem ou ligo para eles. Espero que você esteja errada, Chloé e que não haja nenhum adiantamento deste casamento.” O estômago revirava ao pensar na possibilidade de terminar a escola casada. Ou de sequer terminar. Não. Era verdade que estava exausta de Cannes, no entanto pretendia sair dali como sua própria pessoa, não como a esposa de alguém contra a vontade. “Eu não quero me casar. Prefiro ficar pobre do que me casar obrigada!” Declaro como uma criança impaciente, mas a expressão de irritação não durou muito, porque a menção ao pen drive faz com que Faheera quisesse chorar. “Ainda não acredito que perdi isso. Afife me entregou falando sobre informações importantes, tentei olhar as pastas, mas tinham nomes estranhos e senha de acesso. Nunca tentei olhar de novo e depois disso… Desapareceu. Eu já procurei em todo lugar, Chloé.” As mãos pequenas atravessaram os cabelos enquanto a garota andava pela sala de forma angustiada. O laço deveria estar um tanto torto, mas tudo com o que Faheera conseguia se importar naquele instante era o paradeiro do estúpido pen drive. “O que você acha que tem lá? Documentos da minha adoção? Rascunhos de livros do meu pai? Dados das empresas? Mesmo que eu o encontre, não sei se serei capaz de fazer chantagem.”

[ambitchiiious-archive]

durante meses após a “morte” de eloise, chloé havia acreditado que o karma era algo real. tudo de ruim que vinha acontecendo tinha de ser de proficiência divina, uma resposta a todos seus erros - que não eram poucos. entretanto, agora, ao mirar profundamente as irises castanhas de benjamin, a loira duvidava daquilo. ele a amava da forma simples e descomplicada, não haviam desafios. ele não exigia mais do que ela podia dar ou utilizava os sentimentos que a jovem sentia para manipula-la. aquele era o amor de forma pura, algo que chloé não estava tão familiarizada. ❝ ━━ eu também não consigo imaginar algum motivo para nós terminarmos um dia. as minhas surpresas estão acabando e se você não correu até agora...❞ comentou em tom levemente jocoso, havia um pequeno sorriso em seus lábios. era sobre aquilo que chloé havia se referido ao falar sobre o namorado com sua terapeuta, sobre o fato de bem conhecer a versão mais verdadeira de si e não correr para longe. ele conhecia a verdadeira chloé e aquilo não o assustava.

a loira ainda estava arrependida por não ter escrito ao menos um esboço de texto reserva, era difícil falar quando seu coração batia tão aceleradamente. ao escutar as palavras de benjamin se sentiu apaixonar-se ainda mais pelo poeta, se é que aquilo fosse possível. “por um longo, longo tempo...”, neste momento chloé se permitiu sonhar um pouco. conseguia vislumbrar, sem desafios, um futuro ao lado de benjamin. poderiam se casar depois da faculdade em uma festa grande, porque duvidava que o namorado fosse aceitar algo pequeno e discreto - ela também não se oporia a uma boa festa. depois do casamento poderiam passar algum par de anos sozinhos, apenas conhecendo um ao outro ainda mais. então o primeiro filho poderia chegar, afinal teriam de ter mais de um para todos terem uma relação saudável. eles seriam bons pais, facilmente melhores dos que os pais de chloé um dia sonhariam em ser. o fato de abella tê-la ignorado após ser informada sobre o namorado de ambos já não a magoava tanto, ben fazia tudo valer a pena. retornou de seu devaneio e sentiu suas maçãs do rosto esquentarem, não falaria ao rapaz sobre o que havia sonhado acordada. escutou a promessa alheia, e por mais que fosse desconfiada por natureza, acreditou em cada palavra proferida pelo outro. ❝ ━━ eu não sei se você se lembra, mas alguns meses atrás eu te disse que confiava em você. eu não menti, confio em você, benjamin.❞ assegurou, não se importava de estar expondo a fragilidade que escondia diariamente. ❝ ━━ adora, é? o meu namorado adora me escutar chamar ele de meu namorado. eu posso repetir o quanto você quiser, porque é a verdade. o meu namorado que eu amo e me ama.❞ uma risada baixa fora dada pela loira, toda a tensão que sentia horas atrás parecia uma lembrança tão distante. o silêncio seguinte não fora incômodo, chloé apenas sorria buscando ignorar as borboletas em seu estômago e o esquentar de suas bochechas. não estava acostumada a ser mirada por um olhar tão devoto quanto o de ben. o senti-lo se aproximar, chloé desentrelaçou sua mão da dele e levou os dígitos a face do moreno. na ponta dos pés, a loira junto aos lábios o do namorando iniciando um beijo lento. a beauchamp já sabia que sentira de benjamin, mas naquele momento fora atingindo por toda saudade despertada na incerteza daqueles quatro dias. teve de se segurar para não aumentar a intensidade do beijo imediatamente, levou as mãos a parte de trás da nuca alheia e puxou o cabelo do rapaz sem muita força. a garota sorriu entre o beijo, quase como se risse de si mesma pela avidez que sentiu. aproximou seu corpo o máximo possível do de seu namorado, precisava senti-lo perto de si.

ambitchiiious​:

                          𝐏𝐎𝐑𝐐𝐔𝐄 𝐄𝐔 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐎 featuring @benjaminfrdrc

onde: apartamento de ben 

quando: 25 de janeiro de 2021, noite.

quem: benjamin && chloé

a resposta negativa do rapaz fez chloé arregalar os olhos e aspirar profundamente, a proximidade do rapaz também possuía sua participação naquela reação da garota. não havia se planejado para uma resposta como aquela e por este motivo permaneceu em silêncio, buscava o que dizer. assim que sentiu a interferência de benjamin, levou seu olhar para baixo e assistiu o moreno retirar o papel de suas mãos. ela mirava o beauffort com às irises reluzentes devido às lágrimas ali paradas e os sentimentos profundos que sentia por ele. ele não desejava terminar com ela. chloé mal podia acreditar no que havia escutado sair da boca do namorado, uma corrente de alívio passou pelo seu pequeno corpo e a loira piscou algumas vezes fazendo com que lágrimas finas escorressem por sua face. ❝ ━━ você tem certeza?❞ a pergunta da garota vinha carregada por uma voz suave em tom desacreditado, um pequeno sorriso parecia querer brotar em seus lábios. queria negar que a culpa de ben, afinal ele não havia feito nada que a fizesse acreditar aquilo, suas inseguranças haviam tomado toda a parte daquela decisão. sentiu culpa ao notar que havia ferido benjamin de alguma forma, aquela nunca havia sido sua intenção. queria externalizar tudo aquilo, mas a proximidade que agora dividiam a deixava desconcertada; o cheiro do namorado a inebriava após dias se vê-lo. “amo você”, após essas palavras escaparem os lábios alheios, chloé já não tinha tanta certeza que acompanhava aquela conversa. benjamin a amava. naquele momento entendeu todos os artistas que diziam que não havia beleza maior que amar e ser amado, porque jamais em sua vida havia se sentido tão plena. levou uma das mãos a face de benjamin e acariciou o local levemente, como se tivesse medo de tocá-lo e perceber que tudo não se passava de um sonho.

chloé sempre havia pensado que seu erro crucial no passado era amar demais, agora discordava. nunca havia amado alguém como amava benjamin e tinha sido ingênua de depositar sentimentos bons em pessoas ruins. amar demais nunca poderia ser um erro. ❝ ━━ eu deveria ter feito um texto para essa ocasião, mas, eu não esperava isso. será que você me deixaria reescrever rapidinho? eu realmente não esperava, talvez nos meus sonhos…❞ fitava o rosto de benjamin como quem procurava provas de que aquilo não era a realidade. ela havia sido uma pessoa má tempo demais, não sabia se merecia aquilo. ❝ ━━ eu… eu também amo você, muito. passei quatro dias pensando em quanto eu te amo, me odiando por não ter demonstrado isso antes e imaginando o quão devastador seria perder você. porque eu sei que nós só temos dezoito anos de idade, não sabemos nada da vida, uma parte de mim sempre vai esperar por algo ruim que pode acorrentar e ainda existe uma vida toda para vivermos, mas eu não quero ninguém além de você. todos os tropeços, erros e acertos, não parecem nada perto do que eu sinto por você.❞ a naturalidade pela qual as palavras escapavam pelos lábios rosados de chloé já não assustava, apenas estava colocando em palavras o que tinha em seu coração. abriu um sorriso largo e teve que controlar-se para não abraçá-lo ou colar os lábios aos dele. ❝ ━━ eu sempre pensei que ser cínica e fria iria me impedir de me apaixonar e ter meu coração partido, isso é tão estúpido e só hoje entendo o porquê. você poderia partir meu coração mil vezes se desejasse, ele sempre foi seu para fazer o que quiser. ❞ chloé riu baixo do quão brega havia soado, mas não se importava. os apaixonados eram bregas e ela não se importava de ser intitulada de tal coisa, não quando amava ben. ❝ ━━ eu ouvi. eu não preciso que você me defenda, benjamin, apenas preciso que você esteja do meu lado me amando e segurando forte a minha mão.❞ desceu a mão que tocava a face do rapaz e entrelaçou com a dele. ❝ ━━ eu só preciso de você, foda-se o que todo mundo pode pensar sobre mim. nada disso importa, porque veja bem, o meu namorado lindo, cheiroso e gostoso, me ama.❞ não sabia ao certo de onde vinha toda aquela leveza e coragem repentina, mas não era como se importasse de fato. tinha ben ao seu lado e tudo terminaria bem no final das contas.

embora a timidez fosse um traço a acompanhá-lo por boa parte da vida, qualquer um que visse o seu lado mais honesto e cru saberia o quão inquieto o rapaz costumava ser; apesar disso, era fácil para o beauffort permanecer em silêncio enquanto observava a reação da namorada, assim como sempre tinha sido incrivelmente fácil fazer qualquer coisa com a loira, mesmo quando não se tratava de algo dentro da sua zona de conforto. o atleta riu baixo ao vê-la questioná-la sobre a sua certeza, balançando a cabeça em um sinal de descrença antes de tomar o rosto delicado com ambas as mãos, o polegar limpando a lágrima que escorria pela bochecha alheia. ❛ eu não costumo ter certeza sobre muitas coisas na minha vida, chloé ❜ proferiu, suaa voz num tom de sussurro, como se desejasse fazer do momento algo ainda mais íntimo, ainda que não fosse ninguém além dos dois em sua sala. ❛ mas eu tenho certeza de que não quero terminar com você, acho que não consigo imaginar que vá existir algum motivo que me faça querer um dia terminar com você ❜ o rapaz não hesitou em confessar seus pensamentos. talvez soasse a maior cafonice do universo, mas era fato que os últimos quatro dias sem notícias o haviam feito pensar sobre o quão acostumado e confortável estava com a ideia de tê-la por perto, de tê-la ali como um ponto seguro, e o quão perdido se sentiria caso perdesse a pessoa com quem estava compartilhando os pedaços mais íntimos dele nos mais de treze meses de envolvimento. se era para se tratar de um relacionamento casual e efêmero em princípio, ambos haviam quebrado as regras primordiais para que permanecesse daquela maneira; de forma tão imperceptível que os perceber como um casal era surpreendente, mas completamente natural.

uma risada contente e brutalmente sincera lhe escapou ao vê-la querer pensar em escrever um outro texto de última hora, inclinando-se para poder beijá-la no topo da cabeça por instante, e só então voltar a prestar atenção no que ela dizia. ❛ eu deixaria, mas prefiro escutar da sua boca o que tem para dizer, que tal? acho que é mais gostoso assim ❜ brincou com a namorada, já sabendo que a loira não era a melhor pessoa escrevendo e, deus o perdoasse, não queria ver o quanto de tempo ela havia levado para concluir o que quer que tivesse naquele papel.  ❛ você é a melhor pessoa por quem eu poderia me apaixonar, sabia disso? eu vou adorar te ouvir dizer que me ama todos os dias, mas não preciso que diga, porque sei que ama. sei pelo jeito como você me olha quando nos vemos, sei pela forma como me defende mesmo se o errado da história for eu, soube quando você agiu com a maior simpatia e nervosismo com a minha mãe, porque sabe que ela é importante para mim… não preciso de mais uns anos para saber que é amor o que sinto por você ou para saber que quero levar isso que temos por um longo, longo tempo… ❜ as palavras eram ditas com uma facilidade inesperada até para o rapaz. obviamente, estava acostumado a escrever coisas muito mais elaboradas que todas as coisas que dizia ali, mas não imaginava encontrar em si tanta eloquência para proferir tão demoradamente sobre o quanto a amava. se a reação da mãe um dia o assustara, com seu namoro público até perante sua família, o rapaz sentia-se, enfim, livre para dizer qualquer coisa a loira; não contava nenhuma mentira, afinal. casaria-se com ela no dia seguinte, se pudesse, e duvidava que fosse se arrepender. ❛ não pretendo partir o seu coração, ❜ o tom era firme, mas os lábios curvaram-se em um sorriso amoroso ao dizê-lo. ❛ não pretendo deixar que aconteça, mas eu partiria o meu muito antes de ousa magoar o seu ❜ era sincero. não apenas por uma pontada de romantismo, embora tivesse sua parcela de influência, mas por saber que odiaria-se por causar mal a quem amava; tomaria as dores de qualquer um, se pudesse poupá-los. ❛ eu já falei que adoro te ouvir dizer que sou seu namorado? o seu namorado que você ama, que acha lindo, cheiroso, gostoso, e que também ama você? ❜ o tom beirava a brincadeira ao se pronunciar outra vez, apertando a mão alheia suavemente para garantir que estaria ao lado dela independente do que falassem; não hesitava em sua decisão. o rapaz umedeceu os lábios num gesto insconciente em seguida, olhando-a com um sorriso abobalhado, contente em tê-la perto outra vez; deuses, como sentia falta da beauchamp. a sua mão esquerda desceu na direção da cintura alheia, firmando-a ali, então inclinou-se em direção à mais baixa, buscando os lábios de que tanto sentira falta nos últimos dias.

[ambitchiiious-archive]

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:04 ) estou gostando demais, nunca imaginei que eu fosse gostar tanto

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:04 ) calma, não é nada demais

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:05 ) ou é, depende da forma que você vai ver, porém me sinto confiante e sou madura o suficiente para lidar com qualquer resposta

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:06 ) eu queria te dizer que gosto muito de você

( 📲  ━━ ben ���� 28.12.20 13:06 ) é isso, eu gosto de você e eu sei que esse não foi o combinado, que você não é meu namorado, não estou te pedindo ou contando nada. só quero que você fique ciente que eu gosto muito de você, mesmo que você não sinta o mesmo por mim.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:06 ) dependendo da sua resposta, vamos ter que nos afastar. juro que sem ressentimentos, só não vai rolar mais pra mim.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:00 ) hey, tá aí?  

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:00 ) consegui pegar o celular por uma hora, mas por incrível que pareça não estava sentindo tanta falta.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:00 ) eu preciso ser rápida e breve, tenho terapia em grupo assim que o tempo acabar. nós temos terapia todos os dias depois do almoço, nunca falei tanto de mim mesma. tipo, falar de verdade, das coisas que importam.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:01 ) ontem falamos sobre sinceridade e eu fiquei com isso na cabeça, não consegui dormir direito porque eu percebi que não estou sendo sincera com você.

( 📲  ━━ ben 🥺 28.12.20 13:01 ) na real já estava com isso em mente desde antes de vir para cá, mas você já deve ter percebido que eu não sou a melhor em falar ou demostrar o que eu sinto.