#é aql cena do ditado
Explore tagged Tumblr posts
thelovelyonewitch · 3 years ago
Text
Sobre sítios de família, falta de luz e fases rebeldes
Tumblr media
✧ Hetalia Estados & Cidades
885 palavras | Família Caipira | livre | DF, SP, MG, MS, MT, GO, PR (mencionado) e capitais | Eu e meus três neurônios cutucando esse fandom morto
"Eu odeio esse lugar." Brasília rosnou em voz baixa, braços cruzados e mal humorado. GO estalou a boca.
"DF, não seja assim, uai! Vai te matar ficar umas horas sem esse celular?"
"Vai!"
"Deixa ele pra lá, quem mandou esquecer o carregador portátil." Goiânia revirou os olhos, se servindo de bolo de milho. "Cê mima demais ele, pai."
"Mimo nada, é ele quem tá na fase, já já passa."
"Que fase?"
"Fase rebelde." Campo Grande murmurou em entendimento. São Paulo bufou, voltando da cozinha com um prato de pães na chapa.
"Cuidado hein, tem uns que entram nela e nunca mais saem." 
"A capital de alguns que o diga." MG cutucou, colocando as garrafas térmicas com café recém feito na mesa. "Alguém mais vai querer leite?"
"Todos nós já tivemos nossa fase rebelde." MT se espreguiçou e deu um tapa nas costas de Cuiabá, fazendo o mais novo pular de susto da posição em que quase dormia. Belo Horizonte quase se engasgou com uma risada, cabelos ainda meio desarrumados pelo sono.
"Mas que diacho, homem! Tu tá doido, é?"
"Pra aprender a ficar esperto!"
"Ara, sô…"
"Hm." São Paulo capital murmurou seu bom dia, tomando o antigo lugar de MG ao lado de SP na mesa inconscientemente. 
"Pensei que não ia acordar." O Estado colocou os pães que fez para a cidade, servindo café também. "Pingado?"
"Uhum."
"Como vocês podem ficar tão tranquilos com a possibilidade de passar o fim de semana inteiro sem luz?" Brasília tinha o cenho franzido, cortando seu bolo de milho com uma faca como se estivesse cometendo um crime. "Bando de selvagens."
"Pelo mesmo motivo que a gente não te amarra num burro e te manda de volta pro Brasil: paciência!" SP fez uma careta pior que a da capital brasileira.
"A gente realmente não pode fazer isso?" Goiânia suspirou, balançando a cabeça com falsa tristeza.
"Tadinho do DF, ele num sabe o que é viver no interior sem regalias." BH deu um tapinha consolador no ombro do mais novo. Cuiabá saía da mesa arrastando os chinelos, uma xícara de leite na mão.
"Vou deit-AH… No sofá um pouquinho." Bocejou no meio da frase, se jogando com os olhos fechados em cima de um dos móveis. 
Alguns momentos de silêncio se fizeram na mesa, entre bocejos, sons de garfos e xícaras e conversas de olhares silenciosos. 
"Nós realmente estamos sem previsão de energia?" Após a terceira xícara de café, São Paulo capital finalmente pareceu acordar. 
"Para nossa desgraça!"
"O gerador da vila danificou, estão enviando um técnico da cidade pra consertar. Mas até eles chegarem…" MG, sentado agora na ponta da mesa, respondeu, encarando um pedaço meio de queijo minas com goiabada na mão. 
"Você também não sabe o que é viver sem tecnologia, não é?" Campo Grande piscou inocentemente para o primo, interessado de repente. 
"Vocês acham que em 1600 eu andava pelo sertão de moto, né." A capital paulista revirou os olhos. 
"A resposta é sim."
"Pai, 'meo!"
"O que, 'meo?"
"Gente velha…" Goiânia se levantou também, prendendo seus cabelos compridos com uma piranha.
"Essas tecnologias de hoje em dia tanto ajudam quanto estragam os outros." MT refletiu, focado em cortar as migalhas de pão em pedaços menores com a ponta da faca. 
"Que que nois vai fazer de almoço hoje?" MS começou a recolher os pratos sujos, empilhando as canecas. Campo Grande se apressou para ajudá-lo também. 
"O que tiver na geladeira, uai." MG coçou a barba, olhando inquisidor para o paulista. "O que tem na geladeira?"
"Se for carne, tem que comprar mais." O sul matogrossense levantou a voz para ser ouvido do outro cômodo. 
"Como cê chama esse tanto de gente pra vir e não faz compras antes, homem?" 
"Minhas cidades passaram aqui essa semana e não estocaram de volta, uai, que que eu posso fazer."
"Vamos morrer no meio do mato, no calor infernal dessa terra, sem comida, sem tecnologia, sem esperança…" Brasília deitou sua testa na mesa. "Eu odeio esse lugar."
"Falando em falta de esperança." BH contou algo nos dedos. "Paraná não deveria ter chegado também?" Silêncio. 
"Será que…"
"Ele com certeza está perdido." Um sorriso divertido nasceu no rosto de MT, olhando para os outros. "Apostam quanto que ele já deve ter ido parar no Paraguai?"
"Naná deve estar atrasado, só isso. Estamos em 2021, é impossível ele ter se perdido com um GPS." Nem mesmo SP parecia tão convencido do que dizia, já massageando a ponte do nariz com uma dor de cabeça emergindo. "Ele está com Curitiba também."
"Hm. Como se fosse adiantar muita coisa." SP capital ironizou, recebendo um olhar cortante do mais velho.
"Acho melhor alguém ligar pra ele."
"Dez conto que ele confundiu o estado e tá no Mato Grosso."
"Fechado!"
"Ei! Eu aposto dez que ele nem saiu de casa e furou com nois." 
"Parem de fazer apostas com isso!"
"Vou lá dar comida pras galinhas!"
"Pera que eu vou junto!"
"Cê num quer ir também não, Brasília?"
"Eu quero um carregador portátil…"
"Eu tenho um." 
"O que? Sério?"
"Vinte reais."
"Fechado."
"Paulo Júnior?!"
"O que? Como você acha que funciona o empreendedorismo?"
"No meu país chamam isso de capitalismo."
"Onde vocês estão? O que? Minas? Mas nós estamos no Mato Grosso do Sul!"
"-Ta que pariu, Paraná."
"Pelo menos a aposta deu em empate."
6 notes · View notes