Tumgik
#[ trinity e tony vão passar a se dar bem depois desse caso ]
deepsixfanfic · 2 years
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Aviso: Violência e sangue!
Tony era conhecido por ficar calmo em situações que deixariam a maioria em pânico, sabia que sua discussão com Trinity não foi um dos seus melhores momentos. Ele não era o Questão perfeito, mas sabia como um deveria se comportar, havia aprendido com o melhor. Por isso, não podia deixar alguém qualquer tomar o lugar de quem realmente fazia alguma diferença só pra manchar o nome do seu mentor. A verdade era que ele queria que ela fosse melhor do que ele estava sendo. 
Ainda ficou parado no carro por alguns minutos depois de estacioná-lo na frente da casa de Trinity, onde haviam montado uma “base” pela semana que ficaram em Bludhaven. Foi tirado de seus pensamentos quando seu celular vibrou e o nome de Trinity apareceu na tela. 
— O que foi? — ele atendeu na segunda vez que ela ligou, quando já estava abrindo a porta de entrada com a chave reserva. 
— Saia da casa! — ela disse e ele imediatamente a cortou. 
— Não se preocupa, vou pegar as minhas coisas do caso e vou sumir da sua vista. 
— Não é sobre isso! Achamos que o assassino vai tentar ir atrás de mim! 
O detetive parou para pensar por alguns segundos, já estando de pé no hall de entrada da casa. Não era incomum serial killers irem atrás de pessoas que os investigavam, era bom para mandar uma mensagem e afugentar aqueles que pensassem em fazer o mesmo no futuro. Fora a adrenalina de matar alguém que teria mais chances de incapacitá-lo do que uma de suas vítimas. 
Isso seria uma reviravolta interessante, mesmo que ele fosse a vítima mais próxima no momento. Algo pesado acertando sua cabeça com força interrompeu seus pensamentos, e a última coisa que sentiu foram suas pernas cedendo. Tony não tinha certeza de quanto tempo se passou depois disso, pois para ele pareceu apenas uma piscada mais longa, porém agora estava no chão com as mãos amarradas na grade da lareira acima de sua cabeça. 
Sua cabeça latejava com tanta intensidade que, por um segundo, pensou que havia levado um tiro ali. Havia sangue escorrendo por seu pescoço e sua visão ainda estava levemente turva, mas podia ver o suficiente para enxergar o homem alto com roupas pretas mexendo em uma maleta ao seu lado. 
Ele era forte o suficiente para carregar o vigilante sem problema, pele branca, uma máscara preta cobrindo a parte inferior do rosto, uma touca cobrindo seu cabelo curto. Ainda podia ver os olhos verdes e isso era o suficiente. 
— Não que eu não goste desse tipo de coisa, mas eu nem te conheço direito — o detetive disse, olhando na direção das mãos. 
O homem pareceu ignorá-lo enquanto pegava algumas ferramentas médicas da bolsa, as colocando metódicamente em uma toalha branca ao lado. Perto de Tony, ele também viu um pé de cabra com sinais de sangue, o que o havia acertado mais cedo. 
— Você quer? — ele virou a cabeça quando o homem falou pela primeira vez. 
— Meus pensamentos não estão muito lineáres agora, vai ter que ser mais específico — já podia sentir um leve enjoo e tinha certeza que era por causa da concussão. Seria terrível vomitar com a máscara presa ao seu rosto. 
— Quer me conhecer? Achei que era um detetive. Questão, pelo que percebo. 
— Ah, sim, acertou. E não preciso da sua permissão pra te conhecer — Tony virou seu corpo para encará-lo melhor. — Você tem entre vinte e seis e trinta anos, possui físico de atleta e é um médico…
— Isso é bem óbvio — o homem riu, não parando o que estava fazendo. 
— …Mas, não é um médico qualquer. Essa maleta foi dada para todos que estudaram na Universidade de Gotham nos anos 70, o que não é o seu caso. Então, presumo que seja de um dos seus pais, o que indicaria certa expectativa sobre o filho para fazer medicina como eles — isso pareceu capturar a atenção do outro, que se virou na direção dele com interesse. — O papai deveria ter dinheiro pra bancar seus estudos. 
Algo quase imperceptível passou pelos olhos do assassino, que Tony pegou com facilidade. 
— Problemas com o papai? — ele disse, sem esconder o sorriso em seu tom. — Considerando sua aparência, seu status social e histórico com cirurgias, eu assumo que seja filho de Charles Hayes. 
O silêncio que seguiu foi tenso, Tony podia sentir a raiva do outro emanando dele. 
— Hayes foi um dos médicos mais famosos no mercado de transplante de órgãos, algo que você faz com suas vítimas, possivelmente com a desculpa de “estar ajudando outras famílias”, mas, na verdade, só está descontando seu ódio e psicopatia em pessoas inocentes — falar tanto estava piorando a dor na sua cabeça, porém estava se divertindo demais para parar. — Você não precisa do dinheiro, só gosta de matar e mutilar seres humanos. No fim, é só um riquinho mimado querendo a atenção do papai. 
O assassino segurou o cabelo do detetive com força, trazendo sua cabeça com violência para mais perto. A dor que Tony sentiu quase o fez desmaiar de novo, porém conseguiu apenas soltar um grunhido de dor. 
— Você não sabe porra nenhuma do que eu faço! — ele vociferou, soltando a cabeça sem delicadeza no chão, e Bertinelli quase viu estrelas.
— Se serve de algo, — ele tossiu, tentando focar sua visão novamente. — O nome Hayes gravado no canto inferior da maleta ajudou um pouco. Mesmo riscado, ainda consigo ler. Você mesmo se entregou, idiota. 
— Sabe, Questão, você não era o meu alvo, mas acho que posso matar o tempo até a detetive resolver aparecer — ele pegou um bisturi afiado e se moveu para mais perto do vigilante. 
— Não sei, acho que consigo enrolar você por mais tempo — Tony virou a cabeça na direção da porta. — Mas acho que não preciso. 
— Deve ser muito burro para invadir a casa de uma detetive — a voz de Trinity fez o assassino olhar por cima do ombro. 
Ela tinha sua pistola apontada para ele e estava a alguns passos dos dois. Yuki não estava ali, provavelmente dando a volta na casa para garantir que não havia algum cúmplice. 
— Finalmente concordamos em algo. Como esse cara conseguiu ficar tanto tempo sem ser pego é o verdadeiro mistério — Tony se virou novamente para olhar para o teto, tentando focar em algo que não fosse a dor agonizante em sua cabeça. 
— Estou aqui simplesmente para provar um ponto — o homem ergueu as mãos para o algo, se virando lentamente na direção da policial. — Você não vai me parar, detetive. 
— Vamos ver — ela andou cautelosamente na direção dele, dando uma olhada na direção de Tony para garantir que ele estava bem. 
Ele ergueu uma das mãos o máximo que pôde para fazer um “ok” com ela. Por um segundo pensou que aquilo era um jeito bem decepcionante de encerrar o caso. Não eram todos que acabavam com uma luta, mas ele ainda esperava que algo interessante pudesse acontecer. 
Foi então que a informação alcançou sua mente segundos depois do que deveria.
— Ele tem um… — antes que ele começasse a frase, Trinity já havia tomado a facada no ombro e estava brigando com o assassino pelo controle da arma. 
Por isso ele odiava ferimentos na cabeça. 
O som do tiro que atingiu o chão o desnorteou mais do que outra pancada faria, fazendo-o rolar para o lado novamente para ver melhor o que acontecia. Trinity estava no chão, o homem acima dela com as mãos em seu pescoço, o bisturi ainda fincado em seu ombro com sangue escorrendo. 
Tony moveu seu corpo o máximo que conseguiu e chutou o pé de cabra na direção dela. Felizmente, a detetive estava mais ciente dos seus arredores do que ele e pegou a ferramenta com seu braço bom. A usou para desferir um golpe na lateral da cabeça dele, depois outro em sua garganta e outro em sua nuca. 
Yuki apareceu do nada na visão de Tony, acertando um chute de cima para baixo nas costas do criminoso, que caiu no chão com um grito de dor. 
— Tudo bem? — ela perguntou para Trinity, que assentiu, segurando seu ombro sangrando. — Eu cuido dele, vai até o Questão. 
Em seu lugar, ainda ao lado da lareira, Tony respirou aliviado sabendo que sua parceria acabaria com aquele cara se ele fizesse um movimento errado. 
— Você tá sangrando — Trinity disse, desamarrando as mãos dele e o ajudando a se sentar com cuidado. 
— Como você sabia que ele estaria na casa? — ele perguntou, ignorando o comentário dela. 
— Acho que estou começando a adiquirir um pouco da sua paranóia — ela deu um leve sorriso, o encostando na parede e ficando ao seu lado. 
— Bom, bom — ele fechou os olhos, não conseguindo formular alguma frase com a sensação de nausea e dor. 
Viu que o serial killer pareceu se recuperar dos golpes e tentou derrubar Yuki, tirando vantagem do seu tamanho e força. Trinity fez menção de se levantar, até ver a jovem dar um golpe de judô tão preciso e rápido nele, que o homem caiu no chão atônito. Ela o manteve em uma imobilização sufocante, até ele apagar em seus braços. 
— Ela é incrível — ele se ouviu dizer.
— É mesmo — Trinity deu uma risada, olhando para Kodachi enquanto ela arrastava o corpo na direção da porta.
— É irônico... Na primeira vez em que nos vimos, você atirou no meu ombro. E, agora, você tá com o ombro ferrado — ele comentou, não sabendo de onde o pensamento havia vindo.
— Carma, eu acho — ela pareceu pensar por alguns segundos antes de continuar. — Olha, sobre o que eu disse antes… 
— Pode tirar minha máscara? — ele a interrompeu, quase rindo da expressão de surpresa no rosto dela. — Não estou afim de me afogar no meu próprio vômito, então apreciaria a ajuda. 
Tony puxou a pequena lata de spray do bolso e entregou na mão dela. Trinity pareceu entender e espirrou o líquido na máscara, a removendo com cuidado logo em seguida. 
— Uau, você não é tão feio quanto eu imaginava — ela disse, fazendo-o dar um sorriso dolorido. — Ainda precisamos conversar. 
— Depois, quando eu não estiver morrendo. 
— Tão dramático — ela guardou a máscara no bolso do sobretudo dele, e o detetive sabia que ela estava tentando não encarar as cicatrizes na latera de seu rosto. 
— Como estão? — Yuki apareceu alguns minutos depois, se ajoelhando na frente do parceiro e tocando levemente em seu rosto. 
— Não é a primeira facada que recebo, mas o mestre detetive aqui tem uma concussão. Leva ele para o hospital e eu cuido do assassino — ele abriu os olhos quando ouviu Trinity dizer isso. 
— Não quero hospital. 
— Que pena pra você — Trinity ajudou Yuki a levantá-lo com cuidado e os guiu até a porta da frente, onde pegariam o carro. 
Ele não se lembrava de mais nada depois de ter entrado no carro, só de sentir certo alívio por terem finalmente encerrado aquele caso.
<- PARTE 2
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