Tumgik
#[ ainda não acabou a votação mas tá muito na frente hehe ]
deepsixfanfic · 2 years
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PARTE I - A GAROTA
Miles não conheceu o mundo antes da infecção, mas havia lido livros o suficiente para imaginar como ele era. Era o que podia fazer para manter sua sanidade, depois de quinze anos vivendo com medo e fugindo. Ele sabia se virar o suficiente, havia sobrevivido sozinho por alguns anos depois que seus pais decidiram que cuidar de uma criança era trabalho demais em um mundo decadente. 
Mesmo assim, sabia que sem John Constantine, já teria sido morto há muito tempo. 
— É melhor segurar isso com força, ou vão facilmente tirar de você — o comentário do mais velho o fez apertar a pistola em suas mãos com força. — Não sabemos o que vamos encontrar aqui, então, por favor, fica atento. 
— Eu tô atento! — Miles sussurrou levemente alto. — Por que estamos aqui? Não parece ter comida. 
— Uma pessoa me chamou aqui, alguém que eu não vejo há anos. E se eu deixar ela na mão mais uma vez, ela vai cortar as minhas bolas — ele deu uma risada. 
— Precisa parar de irritar mulheres poderosas — Miles comentou, abrindo um dos armários no estreito corredor para procurar algo interessante. 
Mal teve tempo de piscar antes de ser empurrado para trás quando um chute acertou em cheio seu peito. O desespero do jovem aumentou quando não sentiu mais a arma em sua mão, e a pessoa acima dele a segurava na direção de sua testa. 
Era uma garota, não muito mais velha do que ele, cabelo castanho com mechas azuis espalhadas por ele e olhos azuis furiosos. Olhando para ela, só conseguia pensar que aquela era a melhor pessoa para tê-lo atacado neste momento. 
Até John literalmente acertar um chute tão forte nela, que a garota saiu voando para o fim do corredor. 
— O que estava dizendo? — Constantine o ajudou a se levantar e apontou seu rifle para ela. 
— Seu filho da puta! — a garota berrou, ignorando o fato de ter uma arma apontada para ela e correndo na direção dos dois. 
— Ela é maluca, legal — Miles comentou, fingindo não estar se escondendo atrás do seu mentor. 
John pareceu se divertir com a situação e abaixou sua arma, rapidamente desviando quando ela os alcançou e dando uma rasteira nela. A garota caiu com as costas no chão, fazendo um barulho que provavelmente foi ouvido em outros andares do prédio. 
— Não tenho tempo pra isso, pirralha — ele puxou sua pistola e apontou para ela, que agora estava parada, porém ainda com o mesmo nível de ódio. — Quem é você?
— Constantine? — outra voz ao fim do corredor chamou a atenção dos três. 
Uma mulher de cabelos curtos e cacheados apareceu. 
— Zed, querida, deveria ter me falado que tinha uma surpresa esperando por mim — John abriu espaço para que ela visse a adolescente no chão. 
— Como você saiu? — Zed gritou, parecendo mais do que surpresa em vê-la ali. 
— Pela ventilação, duh — a garota respondeu, e chutou a canela de John em seguida. 
— Sua desgraçada! — ele grunhiu de dor, mas a deixou passar para perto da outra mulher. — Ok, eu cheguei. O que você quer? Onde está a Zee?
Zed pareceu hesitar por um momento, olhando entre ele e a jovem ao seu lado.
— Esta é Zoe… Ela é filha da Zee. 
Um turbilhão de emoções passou pelo rosto de Constantine. Desde confusão até desespero. 
— Ela é…?
— Não! — Zed e Zoe responderam juntas, a mais velha completando. — Ela não é sua. 
— Ah, sim. Ok. Isso é ótimo, na verdade, porque já tenho bagagem o suficiente com aquele ali — ele apontou para Miles, que soltou um som indignado. 
— Zatanna morreu há alguns anos — ela continuou e, pela primeira vez, Miles viu a expressão despreocupada de John sumir. — Eu tenho cuidado da Zoe desde então, mas tenho muitas pessoas que dependem de mim para encontrar um local seguro. Eu conheço alguém no norte que vai poder ficar com ela e…
— Eu não sou seu garoto de entregas, Zed — Constantine virou as costas e simplesmente andou para a saída. 
Ela bufou, não parecendo surpresa com a reação e o seguiu, deixando Miles e Zoe sozinhos no corredor. 
— Hum… Posso ter minha arma de volta? — ele perguntou. 
— Você sabe usar isso? 
— É claro que sei usar! — ele desviou o olhar quando a ouviu dar uma risada. — Fica com ela, tanto faz. 
— Vou guardá-la com muito carinho — ela zombou, prendendo a pistola na cintura. — Vocês são caçadores de infectados?
— Não, somos sobreviventes. Por que você me atacou?
— Achei que eram invasores. Não costumo sair muito, a Zed acha perigoso — Zoe voltou para dentro do armário de onde havia saído, voltando com uma mochila grande nas costas. 
Ela parecia mesmo estar tentando fugir. 
— Pra onde ela quer que a gente te leve? 
— Acha que eu sei? Zed não me conta nada. Ela ficou puta comigo porque fugi há duas semanas — ela inconscientemente tocou em seu antebraço esquerdo, que estava coberto por sua jaqueta de couro. — Deve ser alguma base militar pra crianças desobedientes. 
— Não acho que isso exista. Se existisse, John já teria me deixado lá na primeira oportunidade — ele riu, sabendo não ser verdade, mas querendo deixar o clima leve. — Eu sou o Miles. 
A jovem ofereceu um aceno de cabeça como resposta, antes de se virar para onde Zed e John retornavam. 
— Ele concordou em te levar em segurança para o Norte. 
— Não preciso da droga de um velhote como segurança! — ela retrucou, e John deu uma risada. 
— Ela é uma merdinha, gosto dela — ele comentou. — Escuta, garota, a sua mãe foi alguém especial pra mim e é só por isso que vou te fazer esse favor. Se sair da linha, vou te usar como isca de infectado. 
— Adoraria ver você tentar — a audácia dela estava deixando Miles cada vez mais pasmo. 
— Ou podemos ter uma viagem em grupo agradável e sem agressões — ele sugeriu, recebendo olhares irritados de ambos. — Eu não quero morrer porque vocês são babacas. 
Constantine revirou os olhos e saiu sem se despedir de Zed. Zoe ficou para trás por alguns segundos a mais para falar com ela, e Miles deu o espaço necessário para deixá-las à vontade. Quando viu a jovem voltar, ela parecia menos segura de suas ações do que estava quando quase o matou. 
— Nunca esteve lá fora? Quero dizer, lá fora mesmo — ele perguntou. 
— Não. Você já? — ele assentiu, vendo os olhos dela se enxerem de curiosidade. — Ainda existem carros? 
— Sim. Nós temos um, mas precisamos parar fora da cidade para não atrair atenção. 
— Que maneiro — ela andou mais depressa, o puxando pelo casaco para que a acompanhasse. — Me conta mais sobre esses carros. 
E ele contou o que sabia, o que John havia lhe contado. Não era muito além do básico para controlar o veículo, mas foi o suficiente para mantê-la entretida por alguns minutos. 
Eles esperaram dentro de uma antiga loja de conveniência, onde Miles e Zoe puderam explorar enquanto John vigiava o lado de fora. Não havia nada de interessante lá, mas a antiga caixa registradora foi o suficiente para fazê-los soltar algumas risadas de vez em quando. 
Mesmo quase tendo sido morto mais cedo, Miles estava mais do que feliz em tê-la os acompanhando. Em sua vida, estava sempre cercado por adultos, nunca havia encontrado alguém da sua idade que estivesse vivo. Além disso, sentia que eles tinham muito em comum, que precisavam de momentos como aquele para continuar sobrevivendo. 
— Hora de ir — Constantine os interrompeu quando terminavam de montar uma torre de latas vazias. 
A noite sempre o deixava mais nervoso do que o normal. Era fácil se esconder dos soldados na escuridão, assim como outras coisas também poderiam estar à espreita nela. Ele se movia cautelosamente, Zoe sempre ao seu lado com sua mochila bem presa nas costas. 
Quando cruzaram os muros da cidade, Miles não sabia se sentia alívio ou paranoia, já que ali eram alvos extremamente fáceis para infectados. Pelo menos, não levariam um tiro. 
— Isso é tão legal! — Zoe comemorou e John quase a empurrou para trás para fechar sua boca. 
— Fica caladinha, querida, ou vai levar um tiro — ele alertou, apontando para as torres ao redor dos muros. 
Miles não conseguia emitir som algum durante momentos como este, então apenas os seguiu até que viu uma luz aparecendo em um dos cantos do muro. Antes que pudesse avisar os dois, estava sendo empurrado contra a parede por um soldado. 
— Parados! Quem são vocês? — o soldado apontava sua arma para ele, fazendo com que Zoe e John ficassem impotentes para atacá-lo. 
— Calma, amigo — Constantine abaixou seu rifle e se aproximou do chão. — Só estamos tentando sair, não estamos infectados. 
Como de costume, o soldado puxou o dispositivo para verificar se estavam dizendo a verdade e o pressionou contra o pescoço de Miles. A agulhada era dolorosa, porém ainda era melhor do que um tiro. A tela verde se iluminou e o soldado o deixou ir. Foi até John e também o espetou, recebendo mais uma confimação. 
Quando chegou a Zoe, no entanto, ela estava pálida e seus olhos se moviam freneticamente entre ele e Miles. Assim que teve o pescoço furado, ela devolveu a ação, esfaqueando o soldado em cheio na coxa e o fazendo soltar um grito de dor. 
Constantine rapidamente o jogou no chão e puxou sua arma, empurrando mais a faca de Zoe contra a coxa dele. 
— Por que você fez isso?! — Miles a puxou para longe da briga, que não parecia ir bem para o soldado. 
Foi quando ele viu o dispositivo caído aos pés dela e seus olhos se arregalaram. 
— Merda… — ele pegou o aparelho e começou a se afastar o mais rápido que pôde dela. — Merda, merda merda! 
— Miles, espera! — Zoe tentou ir atrás dele, mas o jovem apontou seu canivete para ela. — Eu posso explicar. 
— John! — ele gritou e o mais velho, que agora estava respirando de forma ofegante depois da briga vencida, olhou em sua direção. 
Miles apenas mostrou o aparelho, a luz vermelha brilhando forte na tela.
E temos o vencedor das votações!! Esse universo alternativo vai ser muito gostosinho de escrever, só espero não chorar no processo lol Devo fazer 3 partesd esse e seguir para o universo alternativo de A Múmia!! Espero que gostem :3
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