Photo
0 notes
Text
turno 29 helena - wanda
Westview é como uma cidade do interior: pequena e calma. Todos os seres vivos se conhecem em Westview e mudar para um lugar como esse, é se acostumar com pessoas desconhecidas cochichando sobre você e sua família em lugares inusitados, como o mercado e a farmácia. Para alguém que possuía uma vida agitada e complicada, a calmaria pode ser estranha no começo e até mesmo entediante, porém, Helena Zola não se lembra de absolutamente nada. Ela não se lembra de como sua vida é lado de fora da barreira e sua mente possui alguns fragmentos sem respostas e suas noites são atormentadas por pesadelos sem sentido. Há quanto tempo ela está em Westview? Helena não se recorda. Ela nasceu no local ou se mudou para lá, após o seu casamento com James Barnes? Acreditava ser a segunda opção, pois nunca encontrou nenhum familiar seu. O casal não se recorda exatamente como se conheceram e como o relacionamento começou. Algo lhe dizia que a Segunda Guerra Mundial os aproximou e devido sua experiência, imaginava que havia sido uma enfermeira e cuidou dos ferimentos do sargento por algumas semanas. Uma aproximação que não deveria acontecer, mas que acendeu algo inusitado dentro do coração de ambos. Os pesadelos ainda os atormentavam com barulhos de bombas estourando, balas perdidas e crianças chorando em busca de seus pais soterrados. Mas se existe algo que não faz sentido para Zola é uma porta trancada no final do corredor do segundo andar. Uma porta que nenhum dos dois consegue abrir e decifrar motivo para tal. E ao olhar para ela, o seu coração bate depressa como se o seu peito fosse explodir e uma súbita vontade de chorar percorre o seu corpo. Helena murmura para si mesma que é o estresse pós traumático e uma parte sua lá no fundo, não acredita nessa bobagem. Como uma moradora desconfiada por natureza do ser humano, Helena não conhece os seus vizinhos muito bem, apenas Wanda Maximoff. Wanda é a sua única amiga e assim como ela, se casou recentemente com um homem chamado Visão. Como os casais se conhecem? Um mistério. ─── Querida? Está na hora. ─── James apareceu na porta do dormitório, admirando sua esposa que olhava para o espelho da penteadeira, ajeitando os seus cabelos castanhos em um coque simples. ─── Está linda. ─── Você também. ─── agradecendo o elogio com um sorriso tímido, Helena levantou do banco e passou as mãos por seu vestido azul claro com uma saia rodada. O relógio do ponteiro indicava meia dia em ponto. Ao passar por seu marido e encarar o final do corredor rapidamente, uma lágrima silenciosa escapou. Limpando o seu rosto antes que Barnes percebesse o emocional abalado, os dois desceram a escada e ela se apressou para pegar um bolo de laranja que havia feito ao acordar. ─── Será que eles vão gostar? Eu espero que sim... ─── É claro que eles vão gostar, meu amor. Quem não iria gostar de uma comida feita por você? ─── os elogios do marido aqueciam o seu coração. ─── Como é o nosso primeiro churrasco, estou um pouco apreensiva. ─── admitiu, andando até o lado de fora da residência e observando o belíssimo céu azul. Tempo perfeito para aproveitar um Sábado com os seus amigos. ─── E agradeço o elogio, meu bem. Em Westview nunca chove... Algumas pessoas passeavam com os seus cachorros na calçada ou cuidavam dos seus jardins. Helena estava se aperfeiçoando na técnica de cuidar de flores, então sempre observava as suas vizinhas e seu trabalho. ─── Nós os conhecemos, não há necessidade de apreensão por um simples ato como um churrasco com os seus amigos. ─── Bucky sussurrou e apertou a campainha, mas o que ele escondeu de sua esposa é que está tão nervoso quanto ela. Interações sociais não é uma de suas qualidades. ─── Tudo dará certo. Confie em mim. Os acontecimentos a seguir confundiram a mente a mente da mulher. Wanda abriu a porta com um sorriso no rosto e no outro... Nada. A porta de madeira continuava fechada e Bucky precisou apertar a campainha mais uma vez. Maximoff apareceu alegre e pronta para cumprimentar o casal... Novamente. Novamente? ─── Wanda! ─── usando o braço livre para abraçar a amiga, ela logo em seguida apontou para a assadeira com um pano de prato por cima. ─── Eu trouxe um bolo de laranja e espero que vocês gostem. Vá com o Visão, querido... ─── Está bem, está bem, não precisa me expulsar. ─── o homem brincou e seguiu o seu caminho até o jardim. Uma mulher desconhecida se aproximou e se apresentou como Lucille. Nova na cidade, seria necessário ajuda para se adaptar. ─── Seja bem-vinda, Lucille! Tenho certeza que irá gostar da cidade. O meu nome é Helena. ─── oferecendo a mão para a mulher, ela apertou brevemente e sorriu. ─── Faz alguns dias, para falar a verdade. Conheci uma parte dos vizinhos no dia da mudança, mas nenhum deles tão gentis quantos vocês duas. ─── murmurou e acompanhou as duas mulheres até a sala de estar. ─── Eu não morava muito longe daqui. Resposta vaga. ─── Bem, Westview não é nenhum bicho de sete cabeças e logo você estará bem enturmada. O centro é perto, existe uma praça e um parquinho, onde você pode levar os seus filhos, caso você tenha. ─── colocando a assadeira na mesinha de centro, se sentou no sofá ao lado da lareira. ─── Iremos te ajudar, não se preocupe. ─── Oh, eu agradeço! ─── Lucille soltou um suspirou de alívio. ─── É a primeira vez que estou fazendo uma mudança e se posso dizer, algumas mulheres me assustaram com os seus gramados perfeitos e roupas feitas sob medida. ─── O subúrbio pode ser assustador no começo, não irei mentir... Assustador é uma palavra simples e todos sabem como donas de casa podem ser rígidas quando uma nova mulher aparece no bairro. ─── E vocês por acaso tem filhos? A pergunta inesperada deixou Helena sem ar por alguns segundos. ─── Não, eu não tenho. ─── negou com a cabeça. Eu não tenho?
0 notes
Text
turno 28 wanda - helena
i just feel you❜ ── 2018.
── Acho que se for exposta a uma fonte de energia poderosa o bastante, algo semelhante a ela, talvez a integridade molecular possa se romper.
── É... e você junto. Isso está fora de cogitação.
── Eliminar a joia é o único jeito de garantir que Thanos não a pegará.
── É um preço alto demais.
── Um preço que só você pode pagar.
2023, reversão do estalo e o recomeço.
Eu estava segura finalmente. Aquele era um lugar de paz, onde ninguém poderia nos encontrar - ao menos era o que Helena havia me garantido. Refletindo sobre os últimos acontecimentos da minha vida e, sendo bem sincera, melhor definindo os desastres causados ao longo deles, eu percebi que não deveria mais lutar. Fora o fato de que havia perdido tudo o que tinha, não havia mais motivos e nem fazia sentido que eu fizesse algo. Thanos havia sido destruído, todos haviam sido vingados e por mais que as coisas não tenha terminado como o esperado nós tínhamos terminado o nosso trabalho.
Todos os dias as pessoas me perguntavam como eu me sentia. Como se falar sobre isso fosse me trazer... conforto. Conforto. Foi esse o sentimento que fez com que algo de bom voltasse a crescer em mim quando essa mesma conversa me aproximou aos poucos de Visão. "Eu estou tão cansada. É como se fosse uma onda passando por mim, sem parar. Ela me derruba e quando tento me levantar, ela passa por mim de novo. E ela vai me afogar.", essa foi a definição do que eu sentia. E agora? Era como se aquela onda tivesse me alcançado e eu, por fim, me afoguei.
Sentada sobre uma das pedras eu encarei o horizonte, tentando ressignificar mais uma vez toda a minha dor. Fechei os olhos e me lembrei da sensação que eu tinha toda vez que eu tocava o Visão, era algo que eu não podia explicar em palavras.
── Bem, porque nem tudo pode ser tristeza... não é? Eu sempre estive sozinho, então não sinto a falta. Foi tudo o que eu conheci. Eu nunca vivenciei a perda, porque nunca tive uma pessoa amada para perder. Mas o que é o luto, se não o amor que perdura? ── Essas foram as palavras de Vis quando lhe contei o que sentia.
O que é o luto, se não o amor que perdura? Esse era um questionamento que eu não conseguia abandonar nunca. Ele não estava mais lá para me buscar das trevas e eu nem ao menos pude me despedir, enterrá-lo como qualquer pessoa poderia fazer com alguém que amava. Eu o queria de volta, queria tocá-lo, me despedir. Eu o queria, queria com todas as minhas forças e precisava encontrá-lo.
Quando Helena adormeceu eu não pensei duas vezes antes de apanhar o Quinjet e sobrevoar de volta até a cidade em que o corpo de Visão provavelmente estaria escondido, eu sabia que estava. E quando cheguei lá, por mais que tentassem negar, eu sabia que estavam mentindo e eu precisava vê-lo, ele merecia um funeral... eu merecia aquilo. Eu lutei para poder vê-lo e quando finalmente consegui, o que vi foi pior do que qualquer coisa que jamais poderia ter visto.
Eles estavam tratando-o como um simples pedaço de ferro, uma arma que eles poderiam desfazer e refazer como quisessem. Um objeto. Ao invés de encontrar Visão, ainda que desfalecido, me deparei mais uma vez com aquela dor agoniante que fazia com que as palavras entalassem em minha garganta e minha mandíbula travasse tal como todos os meus pensamentos. Eu queria gritar, fazer alguma coisas para protegê-lo como não pude fazer cinco anos atrás... mas as palavras custavam a sair.
── Parem... p... parem... Parem com isso! ── Eu dizia com um tom de voz rouco, baixo o suficiente para que ninguém lá embaixo pudesse me ouvir, ainda mais através daquele vidro onde minhas mãos repousavam em desespero e por onde eu os observava. Meus lábios tremiam em meio a um choro silencioso, tamanha era a dor que eu sentia naquele momento e as palavras já não se faziam suficientes. ── O que estão fazendo com ele?
Eles o haviam reduzido a uma arma e eu só queria levá-lo, protegê-lo daquilo que faziam com o que havia sobrado dele e ter um funeral - ao menos era isso que eu queria acreditar. Tentei conversar, negociar, mas era tudo em vão.
── O máximo que posso fazer é deixar você se despedir dele aqui.
── Ele é tudo o que eu tenho.
── Esse é o problema, Wanda. Ele não é seu.
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e eu não percebi quando aconteceu, mas a energia fez-se presente ao redor de minhas mãos manifestando-se num tom avermelhado no momento em que eu estourei o vidro. Utilizei de meus poderes para poder direcionar-me ao andar inferior do laboratório, tendo em resposta diversas armas apontadas para mim as quais eu ignorei porque eu nunca tive medo algum daquele tipo de perigo - ainda mais depois de ter ficado por horas esperando ser explodida na minha casa onde meus pais haviam sido atingidos -, mas a ordem para que recuassem foi dada.
Me aproximar de Visão, ou melhor... do que havia restado dele, trouxe em mim uma das piores sensações que já imaginei sentir. Memórias felizes imediatamente surgiam em minha mente, momentos simples em que ele tentava cozinhar para mim sem sucesso algum, os dias e noites daquele hotel afastado longe de toda a agitação da vida de heróis e heroínas antes de tudo acontecer. Colocar a mão sobre a sua testa, movimentando os dedos e podendo senti-lo: tão quente, tão presente, trazendo tanta paz, tanto conforto.
Cada parte do seu corpo estava dividido em uma espécie de mesa, não havia cor, não havia vida, ele estava destruído e fazia com que tudo em mim se destruísse também. Meu galgar foi vagaroso até a mesa onde encontrava-se a sua cabeça, meus saltos tiquetaqueavam em meio à sala silenciosa, salvo pelo som das máquinas ali presentes que apitavam como um alarme.
Meu rosto contorceu-se em dor ao vê-lo daquele jeito, diferente de tudo o que eu lembrava e principalmente daquilo que eu queria ver. No lugar da joia havia um buraco, que foi coberto pela minha canhota, expondo a energia que eu sempre utilizava para poder senti-lo... mas eu não senti nada. No lugar dele havia um vazio, revelando tudo o que havia sobrado dele por fim. As trevas novamente e ele não podia mais me salvar, ele não estava mais ali.
── Não consigo sentir você. ── Eu disse novamente, engasgando com o choro preso à garganta. ── Eu não consigo sentir você. ── Eu repeti, acariciando o seu rosto em forma de despedida. Aquilo, de fato, significava o fim... o adeus.
2023, atualmente.
Os meus dias eram muito comuns em Westville, como qualquer outra mulher casada. Eu e Visão estávamos casados há... bom, sim, nós estávamos casados. Vis trabalhava numa empresa de serviços computacionais e eu cuidava da casa, óbvio que eu contava com ajuda dos meus poderes nos afazeres domésticos mas não era como se isso fosse algo que todos precisassem saber. Na última sexta feira eu havia pedido para que ele providenciasse os ingredientes necessários para o churrasco que aconteceria no dia seguinte, pois receberíamos James e helena para um almoço.
Acordei cedo como de costume e não precisei de muito esforço para que todas as coisas estivessem no lugar, o jardim estava perfeitamente aparado e a churrasqueira previamente acesa, aos poucos o cheiro da carne assada começava a exalar por todo o lado externo da casa e eu adentrei para preparar um suco e mais algumas bebidas. A campainha tocou e eu ajeitei meu vestido, a energia que saía de minhas mãos cuidava de esconder alguns detalhes que não poderiam ser vistos por ninguém.
── Helena! James! ── Proferi, recebendo-os de maneira calorosa assim que abri a porta. Do lado de fora, por trás dos dois, era possível enxergar um objeto voador que para a época em que vivíamos era difícil de ser identificado. Tal como a presença de uma mulher nunca vista antes na região, com um penteado muito diferente do habitual e roupas estranhas. ── NÃO! ── Eu gritei, incomodada com o objeto, e era como se tudo tivesse voltado e a campainha tocou mais uma vez. ── Helena! James! ── Eu disse novamente, abraçando-os e desferindo um beijo no rosto de cada um.
Uma figura feminina se aproximou, eu jamais a havia visto por ali. Ela possuía um olhar cativante, uma energia positiva que rapidamente fez com que eu tivesse curiosidade por conhecê-la. Ela parou a uns cinquenta metros da entrada da casa, acenando de maneira tímida e ao mesmo tempo calorosa.
── Oi, Wanda... ne? Eu sou nova na região, meu nome é Lucille. Se precisar de alguma coisa me avise. Vocês também moram por aqui? ── Ela dirigia-se ao casal, ensaiando mais alguns passos até que ficasse ainda mais próxima. ── Eu precisava de alguns limões para temperar meu almoço, você poderia me ajudar?
── Claro, você quer entrar com a gente? ── A convidei, enquanto eu e Helena adentrávamos na residência e James seguia para o jardim para encontrar com Visão. ── Você chegou faz tempo por aqui? De onde você veio?
0 notes
Text
turno 27 helena - wanda
I loved and I loved and I lost you I loved and I loved and I lost you I loved and I loved and I lost you And it hurts like hell. Antes Poeira. Os olhos castanhos de Helena observavam o túmulo vazio na sua frente, com as mãos cobertas por duas luvas de couro e segurando uma única rosa preta. Ela não estava sozinha, era acompanhada por Rogers, mas nada seria capaz de tirar a sua necessidade de vê-lo novamente e dizer a verdade. Contar tudo aquilo preso em sua garganta durante décadas. A presença do soldado ao seu lado a incomodava e sabia que aquela seria a última vez que ele estaria presente em sua vida. Steve e Helena não possuem absolutamente nada em comum, a única pessoa que os colocava na mesma sala de boca fechada era Bucky Barnes... E ele virou poeira. O amor de sua vida desapareceu. ─── Eu sinto muito. ─── Eu sei. Eu também... ─── Ele te amava, Helena. ─── É, ele te amava também, Steve. ... O céu azul no meio da cidade lhe assustava. Carros não passavam na rua há meses e era possível ouvir o barulho de pássaros todas as manhãs. O subúrbio de Nova York é o lugar perfeito para quem está procurando fugir da vida agitada e criar os seus filhos em uma casa de grama verde e perfeitamente aparada. Os seus vizinhos não saiam de casa com frequência, a maioria passava os seus dias com seus familiares. Thanos instalou um medo na humanidade ao realizar o estalo e desde então, Helena Zola vivia em uma casa de um andar, o mais afastada possível da civilização e heróis. No começo, as coisas não foram fáceis. Lojas sendo saqueadas, países sem governantes e pessoas sofrendo. Ninguém sabia o que fazer e Helena não os culpava. Cada pessoa no universo perdeu alguém importante em sua vida, seja um familiar ou um companheiro. Metade do planeta Terra sucumbiu ao receio. O receio de não saber se iria acordar no próximo dia ou virar pó. Após cinco anos, Helena pensou que havia se acostumado com a falta de ação em sua vida insana, mas cada vez que abria o seu guarda-roupa e encarava uma antiga caixa de sapato, o seu coração acelerava. Uma arma e um uniforme preto ultrapassado. Nada mais fazia parte de sua rotina. Uma criança de olhos azuis e cabelos escuros. Um título de mãe e uma ideia de uma possível bala alojada em seu cérebro foi rapidamente esquecida. Nove meses em um esconderijo e ligações sendo evitadas. Ninguém poderia ajudá-la em uma situação como aquela. Steve iria reconhecer os olhos azuis em qualquer lugar e tentaria se responsabilizar e a visitaria frequentemente, se culpando imensamente por não salvar a humanidade. ... ─── Ele se parece com você. ─── Steve observava o bebê de aproximadamente um mês, após uma hora de uma conversa longa e tensa. Ele segurava Santiago no colo, também após uma longa insistência. ─── Mas os olhos... ─── Os olhos dele. ─── Ele iria adorá-lo, Helena. ... ─── Helena? ─── a voz de um louro conhecido lhe chamou, abrindo a porta e segurando uma sacola com alguns mantimentos. Steve guardou a chave no bolso de sua calça e caminhou até o quarto da mulher, parando no batente da porta e observando-a ─── Imaginei que precisasse de ajuda com algumas compras. ─── Obrigada. Nós já conversamos sobre a campainha... Não é necessário tocá-la cada vez que for entrar. ─── andando até a janela, Helena fechou as cortinas e olhou para o berço ao lado de sua cama. Santiago dormia pacificamente com a sua coberta e ursinho de pelúcia preferido. ─── Vamos para a sala, não quero acordá-lo. ─── Na verdade... Você tem uma visita. ─── admitiu, coçando a cabeça e dando espaço para a mulher passar. ─── Natasha veio conversar com você. Ao acordar naquele dia, Zola não imaginava que Natasha Romanoff iria sentar no sofá de sua casa e muito menos que a ruiva iria procurá-la para conversar. Às duas não mantinham contato, não era sua obrigação ter uma boa relação com os Vingadores e isso certamente envolvia uma antiga agente da KGB. Assuntos não resolvidos de um passado sombrio que ambas gostariam de esquecer. ─── Você não muda nunca. ─── a ruiva murmurou, olhando para a morena desconfiada de braços cruzados. ─── Não se preocupe, não irei demorar. Steve pensou que seria uma boa ideia. ─── Você também continua igual, Romanoff. ─── deu os ombros e foi até o tapete, recolhendo os milhares de brinquedos no chão da sala, apenas para não encarar a mulher que fez parte do seu passado por um instante. Ela não queria desabar e ter pesadelos ao fechar os seus olhos. ─── O que vocês querem? ─── Nós vamos salvá-los, Helena. Temos um plano. O silêncio reinou por alguns segundos e apesar de saber que não era apropriado, Helena soltou uma risada nervosa. Balançando a cabeça em negação, encarou os dois Vingadores, incrédula que Steve Rogers apareceu para perturbar sua paz para falar sobre um plano. ─── Isso é sério? Depois de cinco anos, vocês simplesmente decidem que tem um plano para salvá-los? Por favor... ─── retrucou. ─── Vamos voltar no tempo e pegar as joias do infinito, fazer um novo estalo. ─── Natasha explicou. ─── Uma máquina do tempo foi construída. ─── Uma máquina do tempo?! Qual é o problema de vocês? Faz cinco anos! Está na hora de vocês seguirem com as suas vidas! Eles não vão voltar, ninguém vai voltar e não há nada que podemos fazer. ─── a voz alterada denunciava o seu nervosismo. ─── Eu estou vivendo a minha vida. Sugiro que façam o mesmo. ... ─── Pense em Santiago. ─── Eu estou pensando nele, Rogers! Você realmente pensa que vou abandonar o meu filho? Eu sou sua mãe e a única pessoa que ele tem. Não vou deixá-lo para trás e seguir um plano que pode não dar certo. ─── E se der? E se Bucky voltar a vida? ─── Irei agradecê-los. ... Agora Helena sentou na cama com os seus olhos marejados e respiração ofegante. Passando as mãos por seus cabelos desajeitados, ela sentiu uma mão acariciando suas costas e olhou para o lado esquerdo, vendo o colchão ocupado por James. O alívio percorreu seu corpo e sua mente perturbada por um sonho estranho. Barnes a encarava de modo receoso com a pergunta na ponta de sua língua. ─── Pesadelo? ─── ele sentou ao seu lado, esperando que ela contasse exatamente o que viu. ─── É o segundo essa semana. ─── Eu sei, eu sei. É como se minha mente não fosse capaz de evitá-los. ─── Helena jogou o cobertor para o lado e levantou, esticando suas pernas e indo em direção a janela fechada e abrindo-a. ─── Você estava morto. ─── É o mesmo de semana passada? ─── Sim. ─── a brisa da madrugada eriçou os pelos de seus braços e ela virou. ─── Eu só estou feliz de ter você de volta. Só isso. ─── E eu estou feliz por voltar. ─── James sorriu, abrindo os braços para a esposa. ─── Venha cá. Amanhã teremos o churrasco na casa de Wanda e Visão e precisamos descansar.
0 notes
Text
turno 26 wanda - helena
Wanda estava completamente fora de si, mas era de se entender... havia passado por muitos traumas durante toda a vida e os últimos tempos não vinham sendo tão bons assim. Não sabia mais em quem confiar e, querendo ou não, tinha medo de confiar em Zola, se apegar e acabar por vê-la morta de uma hora para outra. Era como se tudo o que tocasse desse errado e as pessoas que a rodeavam acabavam mortas. Mas quando viu a outra tão orgulhosa, de uma forma genuína, e preocupada em mover-se com cautela para não ocasionar um ataque vindo dela... ela respirou fundo e organizou os pensamentos, ela estava dizendo a verdade. Sorriu, quase não conseguindo se lembrar do que era ter uma família. Ele era pequenininho e lembrava muito Zola, eles pareciam muito felizes juntos. ㅤㅤㅤ─── Me desculpe... não queria assutá-la! ─── Disse com vergonha, apanhando a foto para poder analisá-la um pouco melhor. Suspirou pesadamente, porque era triste pensar na realidade daquela criança, tendo que viver escondida pelos riscos do mundo atual. ─── Ele se parece muito com você! Acha que eles podem aparecer por aqui...? Eu não quero que seu filho corra risco algum. ─── Mordeu a parede das bochechas enquanto terminava de falar. ㅤㅤㅤPensar naquela criança, no mundo, nos riscos que todos corriam fez com que ela pensasse a respeito de sua existência e de tudo o que conseguia fazer. Seria egoísmo não lutar nunca mais? Ou seria prudente? Se ela tinha o poder de defendê-los, por que não o fazia? Mas ela tinha que se lembrar de todas as outras mortes, de quando explodiu um prédio matando muitas pessoas, ou de como todos ao seu redor pareciam partir. Mas ainda assim, quantas vidas não foram salvas porque ela lutou? Sua mente estava confusa. ㅤㅤㅤ─── E agora... o que faremos? ─── Dava alguns passos para frente, virando em seu próprio eixo e dando outros passos na outra direção. Repetia o movimento enquanto o a destra pairava no queixo, alisando-o enquanto ela pensava. Parou em frente a Zola, recostando o corpo na bancada e a encarou um pouco receosa em tocar no assunto... mas sabia que nela podia confiar. ─── Acha que... um dia eu conseguirei ter controle dos poderes sem machucar as pessoas que eu deveria defender? ─── Engoliu em seco.
0 notes
Text
turno 25 helena - wanda
Em todos os seus anos de vida, Helena jamais imaginou que seria mãe, não pelo fato de não gostar de crianças, ela os adorava, mas pelo fato de ter uma vida conturbada. Precisava se esconder, evitar os seus inimigos e derrubá-los quando necessário, não tinha tempo para cuidar de outra pessoa, quem dirá um bebê! Além disso, imaginava que seria uma péssima influência para alguém tão pequeno. ─── Por favor, eu não estou mentindo. ─── defendeu-se, apoiando suas coisas na bancada e revirando sua carteira, em busca de uma foto para provar o que estava falando. Era uma foto com os cantos amassados, porém recente o suficiente para qualquer um reconhecê-la. Helena estava sentada no chão, com um garotinho em seu colo, e ambos sorrindo para a câmera. ─── O nome dele é Santiago, ele tem cinco anos e com certeza não está com os Vingadores. ─── negou, sentindo seu coração encher de alegria ao falar sobre o mesmo. Santiago nasceu em um momento delicado, meses após o estalo e definitivamente num mundo completamente diferente de agora. Zola não sabia como lidar com a situação, não imaginava que seria tão difícil e muito menos que ia necessitar de ajuda. O criou sozinho, sem o conhecimento de ninguém, mas ela não poderia escondê-lo para sempre, não com Steve a sua espreita, tentando estabelecer uma amizade, aquilo que seu melhor amigo sempre esperou de ambos. No momento que viu Santiago em seus braços, Rogers entendeu, entendeu que ele e o resto dos Vingadores não eram os únicos que perderam e sofriam constantemente. ─── Não tenho motivos para te enganar Wanda, pode invadir os meus pensamentos se não confia nas minhas palavras. ─── Passou a foto pela bancada, temendo que qualquer movimento seu deixasse Maximoff em alerta. ─── Santiago está com o pai dele no momento. Algumas vezes vem para cá, tenho medo que algum estranho descubra sua existência e tente lhe fazer algo. ─── admitiu, completamente envergonhada por ser uma mãe tão desleixada. ─── Steve e Sam são as poucas pessoas que sabem sobre. Além de T'Challa, é claro. ───
0 notes
Text
turno 24 wanda - helena
─── Não precisa ser necessariamente seguro... contato que ninguém nos descubra aqui... ─── Reforçou que sua maior preocupação era não serem pegas, mas imediatamente lembrou-se de que não gostaria de oferecer riscos a Zola. ─── Quando você diz segura... acredita que esse local garante segurança a você... quanto a mim? ─── Engoliu em seco, lembrando-se por diversas vezes todos os riscos que ofereceu nos últimos tempos aos outros. Foi seguindo-a pelo trajeto adentrando naquele local... diferente. Realmente parecia seguro e discreto, bem escondido. Mas se questionou o que aconteceria caso ela acidentalmente machucasse a outra, era um risco enorme. ㅤㅤㅤAnalisou as paredes, as câmeras, todo o ambiente. E era interessante analisar tudo o que as rondava através daquelas imagens, tinham como controlar o que acontecia e se preparar caso fossem encontradas. Continuou caminhando, fazendo o reconhecimento do local, passando pelos quartos, banheiros, até que... epa... havia algo de errado! Por que um local supostamente isolado e abandonado parecia recentemente utilizado e trazia aquelas louças? Certamente ela estava mentindo. Ela estava mentindo! Seria um plano de Sam para que ela fosse treinada? Manipulada? Uma clínica de reabilitação dos Vingadores? Era um ótimo plano, ela tinha que admitir. Sentia a raiva, o medo, a decepção, a confiança quebrada, tudo passando por seu corpo em questão de segundos e sabia que poderia explodir a qualquer momento. ㅤㅤㅤ─── Sai de perto de mim! ─── Alertou, porque apesar de tudo não queria machucá-la. Mas rapidamente a outra a surpreendeu com uma notícia bombástica, que era muito melhor do que tudo o que ela estava pensando, mas ainda assim preocupante. ─── Um filho...? E onde ele está agora? Qual seu nome? Idade? O que estava fazendo aqui? Ele é aliado aos vingadores? Você... não está me enganando, está? ─── Estava desconfiada, mas a olhava nos olhos e por algum motivo via verdade através deles.
0 notes
Text
turno 23 helena - wanda
Os esconderijos de Helena constavam em praticamente todos os países do planeta, devido sua desconfiança quase sempre presente. Algumas pessoas ao seu redor a achavam paranoica, como Sam e Steve, já para ela, remediar é muito melhor do que sofrer qualquer tipo de ameaça. ─── Não se preocupe, é um lugar seguro. ─── prometeu a mais nova, se aproximando do velho portão de metal e pegando uma chave de sua bolsa. Ao abrir o mesmo, fez um sinal com a mão para que Wanda a seguisse, assim ela poderia trancar o prédio. Para manter as aparências de um local abandonado, preferiu não colocar nenhuma segurança que pudesse chamar atenção do lado de fora, mas ao prestar atenção numa parede ao lado do portão, dava para ver uma pequena tela azul num formato de uma palma da mão. Também havia um scanner de retina para poupá-la de alguns truques idiotas da SHIELD. Feito todos os protocolos de segurança, o chão abria e dele surgia um elevador antigo, com uma barra ao seu redor para evitar acidentes. Não se lembrava da última vez que o usará, porém, teve certeza que tudo continuava em seus conformes, apenas alguma poeira aqui ou ali. Ao adentrarem no elevador, segurou-se firmemente em uma das barras, já que altura continua sendo um dos seus pontos fracos, mesmo que não demonstre. Helena não conseguia imaginar o que se passava na mente de Wanda, mas sabia que provavelmente não estava sendo fácil para ela se tornar uma foragida novamente. Sam não era bobo, com certeza percebeu que as duas sumiram e já devia estar a procura da vingadora. Essa palavra ainda lhe dava calafrios, Zola nunca se interessou pelo projeto, e com certeza não seria a mais qualificada para tal. O subsolo se encontrava ocupado por uma parede com várias telas, cada uma mostrando imagens de câmeras do lado de fora e duas reservadas para notícias em tempo real. Do outro lado, era possível ver uma cozinha pequena, porém completa e com um cômodo pequeno para guardar suprimentos. Os quartos ficavam no final do corredor, divididos por um banheiro. Ao perceber uma pequena bagunça na pia, suspirou, imaginando motivo para tal. ─── Não tem ninguém aqui no momento, só é alguém que poucas pessoas sabem da existência. ─── Para todos os efeitos, Helena era sozinha no mundo, além de Bucky, é claro. Viveu tempo o suficiente para saber que fraquezas não são bem vindas, e seus inimigos nunca iriam descansar se soubessem da verdade. Um assunto complicado, mas que necessitava ser esclarecido para não abalar a confiança de Maximoff. Limpou a garganta, imaginando que não havia uma boa maneira de contar uma notícia como aquela, ainda mais para alguém que acabou de conhecer. ─── Hm... é, eu tenho um filho... ───
0 notes
Text
turno 22 wanda - helena
Pela primeira vez em tempos ela se sentiu conectada a alguém, o que em partes era bom porque ela conseguir se abrir e confiar em alguém novamente. Era como ver uma luz no fim do túnel. Mas de contrapartida, o lado ruim era ver-se vulnerável, aberta a novas perdas e sofrimentos. Em meio à essa confusão entre alegria por ter alguém e o medo de perder ela via-se frequentemente em picos de altos e baixos, surtando as vezes de forma incontrolável. Mas era sincera todas as vezes que dizia algo bom em relação a ela, ou em cada sorriso. Por isso emocionou-se ao ver a reação da outra frente ao que lhe fora dito. Ela sorriu assentindo, realmente a admirava a cada segundo mais. ── Estranho nunca terem te dito isso, você é alguém que se deve admirar. ── Sorriu com sinceridade, respirando fundo enquanto a ouvia falar de vingança. Só conseguia lembrar-se de como esteve perto de matar Thanos e talvez assim pudesse poupar a vida de Stark, não deixaria de se culpar nunca. Retorceu os lábios e seu semblante mudou enquanto ela engolia em seco. ── Eu deveria ter me vingado de Thanos, quem sabe assim fizesse ele pagar por tudo e ainda pouparia a vida de Stark. Ele merecia presenciar essa vitória. ── Lembrava-se com carinho da forma como o odiava mas aprendeu a amá-lo e admirá-lo exatamente por aquele motivo: ele faria de tudo para ganharem, inclusive dar a sua própria vida. E eles tinham conseguido, venceram aquela batalha que parecia nunca terminar. E ela gostaria que ele pudesse estar ali, mesmo que tivesse certeza de que ele sabia que haviam conseguido e estaria orgulhoso onde quer que ele estivesse. Assim como Natasha, de quem havia roubado a jaqueta que ainda usava com carinho. ── Romanoff piraria se me visse usando essa jaqueta. ── Ela riu antes de finalmente adormecer. [...] Despertou ao ouvir a voz de Helena chamando-a, abrindo os olhos aos poucos e sentindo o sol incomodá-los. Fazia muito calor ali, o que a obrigou a tirar a jaqueta de imediato. Apanhou suas coisas e saiu ao lado da outra, observando o Quinjet desaparecer bem à sua frente. Ela riu com a brincadeira sobre a capa da invisibilidade. ── Viva à teconologia! ── Ela completou, afastando também alguns mosquitos com as mãos. O que afinal elas fariam ali? ── Uhn... ── Pôs-se a pensar com o questionamento dela, tentando se lembrar de algum momento feliz em que viajasse com sua família como todos faziam. Mas eles eram muito pequenos quando seus pais foram mortos e desde então eles dedicavam suas vidas aos protestos e logo depois vieram os experimentos. ── Acho que não. Ou eu não me lembro. ── Ergueu uma de suas sobrancelhas e suspirou. ── É estranho como quando passamos por tantas coisas ruins a gente acabe até se esquecendo das boas... Continuavam a caminhar e adentraram na floresta, parecia um daqueles filmes em que acabariam sequestradas ou atacadas por animais. Mas até que era interessante imaginar-se numa situação daquelas, onde agiam como se fossem pessoas normais, sem obrigações, sem nenhuma pressão. Mas havia uma coisa que aquela floresta a lembrava mais do que qualquer coisa: a morte de Vis. Reviveu aquela cena, parando enquanto as imagens rondavam sua mente e ela quase não sentia mais o ar adentrarem em seus pulmões. Quando pararam em frente à construção ela continuava em silêncio, tentando concentrar-se em não pensar em nada daquilo. Sentiu a cabeça explodir novamente, queria gritar. Mas se conteve, forçando-se a mudar o foco de seus pensamentos. ── É aqui que vamos... ficar? ── Questionou.
0 notes
Text
turno 21 helena - wanda
ㅤPor um momento se sentiu orgulhosa de si mesma ao ouvir Wanda falar que a admirava. É claro que isso jamais foi a sua intenção, mas não costumava ouvir algo do tipo com frequência. Geralmente Helena era tachada como a má influência instável que só estava ali por causa de Bucky, que também só estava ali por causa de Steve. Uma conexão forte e cheia de problemas que nenhum dos três se atrevia a falar. - Eu nem sei como falar sobre isso, acho que é a primeira vez que alguém fala que me admira. - Admitiu envergonhada, limpando algumas lágrimas que insistiam em cair devido suas lembranças. - Sim, eu consegui me vingar de todos. - Apesar de repudiar tortura, foi obrigada a torturar os envolvidos em um dos seus maiores traumas, pois só assim se sentiria bem consigo mesma e poderia seguir em frente um pouco menos danificada. - Inclusive do meu pai, mas essa vingança demorou um pouco mais do que eu planejei. - A única coisa que importava para Arnim era a HYDRA. Imaginou que foi ali na organização que realmente se sentiu vivo pela primeira vez em sua vida pacta de cientista rico. Gostaria que ainda estivesse vivo para ver tudo aquilo que ele construiu as custas dos outros desmoronar, mas pelo menos Alexander Pierce se livrou dele de vez com um simples míssil. Ela riu com o comentário de Maximoff. - O velho é contagiante! - Com certeza depois disso iria passar um bom tempo longe dele para não falar mais nada parecido. Isso se ainda estivesse vivo. - Tudo bem, eu prometo. - Prometeu sabendo que talvez não fosse bem assim. De uma forma ou outra iria se culpar, só não iria deixar que ela descobrisse. Levantou, deixando que ela descansasse mais uma vez e esperava que mais nenhum sonho a incomodasse. Guardou seu telefone e voltou para o controle, pensando nos últimos acontecimentos antes de descansar de vez desde que chegou na base dos Vingadores. {...} Acordou com o sol batendo em seu rosto, vendo que as coordenadas deram certo e finalmente haviam chegado ao Peru. Esticou os braços, prendendo o cinto em seu devido lugar para que pousasse o Quinjet com calma no meio do mato. Ao fazê-lo, abriu a rampa para observar a área e ver se não tinha nada esquisito. Não sabia que horas eram, mas já começou a ficar incomodada com o calor que fazia no lugar. Amarrou seus cabelos e se livrou da jaqueta de couro que costuma usar, colocando-a dentro de sua mochila. Ser criada em meio ao frio não tinha lá suas vantagens. Tudo parecia normal. O enorme meio de transporte espantou alguns pássaros, porém atraiu a atenção de outros animais um pouco maiores, mas nenhum que pudesse machucá-las. - É... eu realmente não sou uma pessoa que serviu para morar no meio do mato. - Murmurou para si mesma, voltando para dentro e pegando o resto de suas coisas. - Wanda, acorde. Nós chegamos. - Sussurrou, esperando que ela despertasse de vez e pegasse também suas coisas. Então saíram e Helena ativou a opção de invisibilidade do Quinjet. - Quem precisa de uma capa de invisibilidade se algum gênio pode criar algo como isso, huh? Toma essa, J.K Rowling. - Brincou, espantando com as mãos alguns mosquitos que a rodeavam. - Você j�� esteve em algum lugar antes que não fosse para alguma missão ou se esconder? - Perguntou, guiando-a adentro a floresta. - Apenas para explorar ou ser algum turista idiota que carrega uma câmera para cima e para baixo? Iria demorar mais alguns minutos até chegar no esconderijo, por isso puxava papo na esperança de distrair ambas, mas principalmente a jovem. - Eu adoro a América Latina. Tem alguns lugares bonitos por aqui, porém o calor me incomoda um pouco. - Até achava isso um pouco irônico, pois aqui era o lugar que mais passava tempo devido a calmaria do lado de fora. Acontece que por dentro era totalmente diferente. Avistou de longe um velho prédio que costumava funcionar nos anos 60 contrabandeando animais. Não era um lugar muito grande, mas também não necessitava disso. O grande truque estaria quando entrassem no lugar.
0 notes
Text
turno 20 wanda - helena
Aos poucos ela ia se acalmando e sentia os músculos de seu corpo relaxando, era muito bom conversar com a mulher sobre aquilo e se sentia cada vez um pouco mais confortável com aquilo e tinha um pouco menos de medo de atrapalhá-la ou fazer algum mal a ela. Não parecia muito justo ela ter que exercer o papel de um Nick Fury, ainda mais porque ela parecia novinha e com muitas coisas para viver e era uma responsabilidade muito grande lidar com aquilo. Mas adorava a forma com a qual ela lidava com aquilo, cheia de maturidade. Wanda sorriu e provavelmente não precisou dizer mais nada, porque seu olhar entregava a confiança que Helena conquistava cada vez mais a cada segundo. Em seguida ouviu sua história em silêncio, impressionando-se com tudo o que ela já havia passado e o fato do seu sonho/visão se parecer muito com o que ela já havia passado. E a considerar que ela já havia sido muito torturada e já tinha sofrido muito na sua transformação ela faria de tudo para que jamais passasse por aquilo novamente. Sentiu o coração apertar ao vê-la chorar, porque imaginava o quão dolorosas eram aquelas lembranças. ── Obrigada por compartilhar isso comigo, eu imagino o quanto deve ser difícil pra você se lembrar dessas coisas. ── Estendeu a destra para segurar na sua mão, apertando-a com firmeza para mostrar que a entendia também e que ela nunca mais passaria por aquilo novamente. ── Eu fiquei muito impressionada com isso tudo, mas só me faz admirar você ainda mais por ter sido tão forte! ── Sorriu, suspirando e tentando encarar alguma coisa com a qual pudesse se distrair... o clima havia ficado extremamente pesado ali dentro. ── Você conseguiu se vingar? ── Seus olhos foram cobertos pelo ódio, porque ainda tinha sede de vingança, embora tivesse quase conseguido derrotar Thanos naquela batalha. E Thanos nem estava mais vivo, mas ela desejava se vingar. Ficou refletindo sobre o que ela dizia e, realmente, era impossível qualquer um voltar a ser o que era antes de Thanos. Não conseguia imaginar, por exemplo, como havia sido a vida de Barton passando cinco anos de sua vida sem a esposa e filhos. Daí quando finalmente os recuperou, perdeu a irmã e melhor amiga. Morgan era pequenina e perdeu o pai. Todos tinham perdido tanto! Ela respirou fundo e assentiu. ── Mesmo que tenham revertido o estalo os efeitos, consequências foram devastadores. Até vencendo saímos perdendo... ── Mas ela lembrava-se com carinho daqueles que deram a vida para que aquilo acontecesse, porque sabia que eles não seriam eles se não fizessem de tudo para salvar a humanidade e, principalmente, aqueles que haviam partido com o estalo. Ela riu ao ouvir o papo motivacional, porque aquilo era a cara de Steve Rogers. Ele havia dado um discurso parecido quando ela destruiu um prédio e matou diversas pessoas. ── Isso soou tão Steve Rogers! ── Aliviou-se ao ouvi-la falar sobre Bucky não entregá-las, porque realmente não queria ser presa e muito menos levar Zola junto. ── Está bem... vamos ficar juntas e tentar fazer isso acontecer. Mas preciso que me prometa uma coisa. ── A encarou séria. ── Se algo me acontecer eu não quero que se culpe. ── Descansou o corpo na poltrona e fechou os olhos, tentando pensar apenas em coisas boas. E finalmente adormeceu e, pela primeira vez desde a batalha, teve um sono tranquilo que durou o resto da viagem.
0 notes
Text
turno 19 helena - wanda
Ouviu atentamente o que Wanda tinha a dizer sobre sua visão. Algumas coisas eram confusas e outras se pareciam demais com o que passaram por causa de Thanos. Talvez estivesse tão submersa em sua dor, que não sabia mais o que era real ou não. Preferiu não insistir no assunto, pois era o certo a se fazer e também precisava pensar sobre isso com calma. Será que ela iria desenvolver alguma habilidade que causasse o fim de vez dos Vingadores e todas as pessoas ao seu redor? Preferia pensar que não, ainda mais agora com a sua instabilidade. - É complicado para algumas pessoas entenderem certas coisas, Wanda. Ainda mais se nunca passaram por ela, Sam me chamou para te ajudar por esse motivo. - Deu os ombros. - Ele não me explicou sua situação por completo, mas quando você me contou sobre o que sentia na ala hospitalar, eu sabia que precisava te ajudar do mesmo jeito que Fury fez comigo. É, eu sentia pena assim dele, havia acabado de descobrir a Carol Danvers e perder um olho, não seria justo. Do mesmo jeito que você não acha justo eu te ajudar. - Suspirou, pensando que teria um logo caminho pela frente até com que fizesse Maximoff pensar o contrário. - Quando sofri a experiência, demorou para que eu acordasse. Durante esse tempo fiquei isolada durante dois meses e meio, ligada por aparelhos. Naquela época a tecnologia na HYDRA ainda avançava e ninguém sabia exatamente se iria acordar ou não. Meu pai era pressionado por outros líderes, pois todos achavam que eu tinha morrido e mais uma vez o Doutor Arnim Zola havia falhado. - Se lembrava de pouquíssimas coisas desse tempo, apenas de algumas vozes e sombras. - Quando eu finalmente acordei, nenhuma mudança aconteceu. Eu continuava a mesma, sem poderes, sem nada que pudesse agregar. Então eles me torturam por mais dois meses e eu morria todos os dias. Não me pergunte como, eu só sei que morria e acordava no outro dia sendo torturada outra vez. Foi assim que a Shield conseguiu a tecnologia para reviver Phil Coulson, por minha causa. - Seus olhos encheram de lágrimas, lembrando-se dos choques, da água gelada em que era afogada, dos ossos quebrados... - Achavam que se eu passasse por algum trauma muito grande, meus poderes iriam desenvolver. E não é que os filhos da puta estavam certos? Um dia eu acordei e explodi as coisas ao meu redor e só assim a tortura parou. Talvez alguma parte minha inconsciente sentiu que precisava sobreviver para um dia me vingar. - E ela se vingou individualmente de cada um que participou das torturas. - Por isso eu não tenho as contas de quantas vezes morri. Aquele assunto havia tornado o Quinjet um lugar pesado demais para se continuar ali. Não se lembrava da última vez que pensou sobre o assunto e muito menos de quando falou dele. Suas torturas não deixaram apenas cicatrizes físicas, mas também mentalmente e se recusava a cometer o ato. Se fosse preciso matar alguém, então que fosse rápido e preciso, assim nada disso a faria sofrer. - Não precisa voltar a ser o que era antes, depois de Thanos, duvido que qualquer um seja o mesmo de antes. Eu sei que não sou. - Cinco anos era tempo demais para continuar sendo a mesma pessoa. - Você ainda pode ser feliz e pode se reerguer, mas isso pode demorar para acontecer e precisa acreditar nisso. Eu sei, é uma merda usar esse papo motivacional. - Riu secamente, pensando em todas as vezes que Rogers fazia seu discurso motivacional para que ela mudasse. - Não, Bucky jamais iria me delatar. Sam vai pedir ajuda dele, isso com certeza, mas prendê-lo faria com que um velho de 100 anos se tornasse seu pior inimigo. - Percebeu depois que o que falou foi em tom de brincadeira, revirando os olhos com sua própria piada. - Eu também não quero que vá embora. Quero te ver bem, porém não posso forçá-la.
0 notes
Text
turno 18 wanda - helena
Sentiu o rosto queimar e as mãos tremerem com a pergunta da mulher. Como havia sido descoberta? Seria possível que estivesse sendo tão óbvia assim? Ela mordeu o lábio inferior e suspirou, desviando o olhar não querendo encará-la. Estava extremamente envergonhada por ela ter consciência de que ela pretendia fugir, o que era péssimo visto que ela fazia de tudo para ajudá-la... até mesmo coisas que a prejudicariam visto que naquele momento eram fugitivas. Wanda assentiu, admitindo por fim que pretendia sim fugir. Sentia-se tão bem com a forma que aquela mulher a compreendia, porque ela sabia exatamente o que dizer, sabia exatamente o que ela sentia e estava passando. E sempre mostrava-se tão compreensiva com todas as coisas. ── Eu quero que me deixe em qualquer lugar que não possam me encontrar. ── Essa havia sido sua primeira decisão, antes de ouvir tudo o que Zola tinha a dizer. ── Não me falaram nada sobre você. Na verdade eles nunca me falavam nada. Sempre decidiam por mim! Eu só soube de você pelo que ouvia falarem por aí... ninguém me disse nada. Pelo menos você é diferente deles e me entende! ── Não conseguiu conter o sorrisinho que se formou em seus lábios, porque realmente sentia que ela não a forçava a nada e sempre ficava a vontade quando conversavam. Retorceu os lábios ao puxar da memória tudo o que havia visto para poder contar a ela. ── Um portal puxava a todos... o exército de Wakanda, os guardiões da galáxia, os vingadores. Eu senti o Vis... senti tudo o que ele me fazia sentir quanto estava comigo... e ele explodiu na minha mão. Depois veio uma voz... uma voz grossa e rouca dizendo "Eu sou inevitável"... Minha cabeça começou a latejar, como se fosse explodir. Doía muito, assim como todas as vezes que sinto e grito. É torturante! E então... ── Precisou pausar, encarando o teto do Quinjet para não se descontrolar e não conseguir dizer mais nada. Umedeceu os lábios e puxou o ar, continuando a falar: E daí você apareceu na minha frente, como se quisesse me ajudar como você faz sempre. ── Uma lágrima escorreu por seu rosto e ela limpou com a mão. ── Um exército se aproximou de você e começou a te torturar, com muito ódio e você sofria. Você sofria tanto... seu olhar implorava por ajuda e eu não conseguia te ajudar. Eu fui incapaz de sair do lugar, por mais que eu tentasse eu não conseguia me mexer e vi você sendo destruída aos poucos na minha frente. Foi lento, você sofreu cada segundo enquanto era despedaçada ali... até que eu a vi se desfazer em pedacinhos e você ser sugada pelo portal também. ── Era visível a dor que sentia por lembrar-se do sofrimento da outra. Novamente respirou fundo e a encarou. ── Helena eu não quero que você passe por isso que eu vi! ── Disse com sinceridade. Mas seu olhar tornou-se confuso ao ouvi-la falar sobre perder a conta de quantas vezes já tinha morrido. ── Como assim quantas vezes já morreu? ── Uma de suas sobrancelhas se ergueu, curiosa. Ficou refletindo sobre o que ouvia. Bucky? Aquele do braço de ferro que causou toda aquela confusão? O soldado invernal? Jamais imaginaria os dois juntos, mas se pensasse bem... formavam um belo casal. Com tudo o que ela contava se via exatamente daquele jeito no momento em que viu o corpo desfalecido de Vis. Queria morrer e até mesmo agradeceu quando virou pó, porque não precisaria mais passar por aquilo. Mas passou. E desejava ter podido acabar com a sua vida, mas obviamente tinha um Sam preocupado no seu pé a cada segundo para evitar que ela fizesse algo contra si mesma. Mas tinha que concordar com uma coisa: Ter alguém, sendo esse alguém uma pessoa tão compreensiva como Helena, era bom. Gostaria que a mulher tivesse tido alguém como ela a tinha para que não passasse sozinha por aquelas coisas. Mas por outro lado, tudo tornava-se mais difícil. Porque quando ela explodia, quando vinham as lembranças com todas as forças, o medo, a culpa, todo o peso do que havia acontecido... ela perdia totalmente o controle de si e temia ter que fazê-la passar por tudo aquilo com ela. ── Eu queria que você tivesse tido alguém pra te ajudar. ── Lamentou. ── E... ainda bem que Bucky está bem. Ele é uma ótima pessoa... fiquei feliz que ele tenha sido liberto de todo aquele controle maluco pelo qual ele sofria. ── Encolheu as pernas no banco e abraçou a própria perna. ── Eu gosto da sua companhia e você me faz sentir compreendida, é diferente de tudo o que passei desde a morte de Stark. Você me faz muito bem... eu não quero que você vá embora! ── Suas palavras pareciam confusas, mas ela não sabia como expressar em palavras tudo o que sentia. ── Mas eu não quero que você passe comigo o que Fury passou com você. Como você disse... você sentia até pena de tudo o que ele passou com você. Você acha que eu gostaria que você passasse por isso? ── Mordeu o inferior da bochecha, pensando em como podia se expressar melhor. ── Eu sou uma bomba, Helena. Todos sabem disso, Sam mesmo disse. Quando perco o controle eu não sei o que estou fazendo... posso atingir você, essa nave... posso me matar bem na sua frente. ── Travou os lábios por um instante prendendo o ar. ── E posso nunca mais voltar a ser a Wanda que todos conheceram lá atrás e tudo isso ser em vão. ── Ao ouvir o destino, sabia que ainda demorariam a chegar. ── Você acha que Bucky vai nos encontrar? E se Sam pedir ajuda e ele? Ele não pode... ser preso?
0 notes
Text
turno 17 helena - wanda
Ela corou violentamente ao descobrir o que Wanda ouviu alguns minutos atrás e se sentiu como uma adolescente boba, ainda mais naquele momento. Gostaria de fazer milhares de perguntas, mas não seria justo e isso poderia confundir mais ainda a cabeça da jovem. Será que ela estava acostumada a ter esses tipos de sonho? Será que os já tinha antes mesmo do primeiro estalo? - Você está pensando em fugir, não é? - Suspirou, nem precisando de uma confirmação para que entendesse seu plano. - Wanda, a razão de querer te ajudar tanto é porque me vejo em você. - Admitiu, pois teria que fazer isso uma hora ou outra. Teria que admitir que desenterrar seu passado era doloroso demais para seu coração aguentar, mas se fosse preciso para ajudar alguém, faria sem pensar duas vezes. - E eu sei que é difícil, que você quer ficar sozinha ou fazer algo que não a deixe acordar no dia seguinte. - Helena já havia pensado em suicídio tantas vezes no decorrer das décadas que perdeu a conta há muito tempo atrás. - Eu não tive ninguém do meu lado para me apoiar e muito menos para me salvar, e eu gostaria de ter, pois isso provavelmente teria evitado muita coisa. - Zola era tão impulsiva quando se tratava de seus sentimentos que sempre se deixava levar por qualquer coisa. - Se for de sua decisão ficar sozinha, tudo bem, eu te deixo sozinha em qualquer lugar que queira, não irei forçar minha companhia. Helena sentou na cadeira ao lado, deixando que seu corpo escorrega-se por ela e suspirou. - Você nunca vai precisar me retribuir nada, não sei o que ouviu por aí sobre mim, mas eu não quero nada seu em troca. - Nem ao menos sabia se Sam havia falado alguma coisa sobre seu passado ou sua personalidade no tempo que passaram juntos antes dos Vingadores discutirem entre si. - Nessa visão que você teve, você me matava ou era outra coisa, outro alguém? - Já tinha visto habilidades suficientes para que acreditasse que algumas coisas eram reais, agora ou num futuro distante. - Se você quer saber, eu já perdi as contas de quantas vezes morri. - Encolheu os ombros. - E também já perdi as contas de quantas vezes vi alguém que amava ou gostava, morrer. E mesmo que a gente não se conheça há tanto tempo assim, eu realmente gostaria que você vivesse. - Ultimamente se surpreendia com o tanto de coisa que saia de sua boca ser verdade. - A única pessoa que conhece meus esconderijos é o Bucky. Ele foi o único que me encontrou neles em todos esses anos. Eu nunca soube como, provavelmente nunca vou saber. Algumas vezes como ele mesmo, outras vezes como Soldado Invernal. Eu nunca cheguei ao ponto de matá-lo, tentava evitar essas situações, porém teve uma única vez que eu pensei tê-lo perdido de vez. Enlouqueci e me escondi, temendo que o pior tivesse acontecido, então me joguei de um penhasco... - Acordei dias depois no hospital. Os médicos disseram que foi um milagre ter sobrevivido, e eu sabia bem que aquilo não era milagre algum. Fury me achou assim e se dispôs a me ajudar, o único. Ele lidou por tanto tempo com uma Helena suicida que eu sentia pena dele. - Teve que se afundar em seu trabalho para que pudesse esquecer o que tinha cometido. Perseguia qualquer um da Hydra em busca de respostas. - Talvez não seja o que você quer ouvir agora, mas eu quero que saiba que não está, de maneira alguma, sozinha. - Passou um dos seus braços em volta dos ombros de Maximoff para confortá-la. - E respondendo a sua pergunta, se ainda quiser, nós vamos ao Peru. - Ainda tinham algumas horas até chegar no destino, ainda poderia convencê-la a ficar do seu lado e ser ajudada por Zola. E esperava que sua persuasão continuasse sendo uma de suas melhores qualidades.
0 notes
Text
turno 16 wanda - helena
── Você tem certeza que ninguém conhece? ── Suas mão tremiam enquanto ela perguntava. Não que ela não acreditasse nas palavras da mulher, mas temia que ela pudesse estar enganada. A grande vantagem era que a pessoa que mais entendia de tecnologia e poderia encontrá-las não estava mais ali, embora fizesse muita falta. ── O local é de difícil acesso? Sem atalhos secretos que não conheça? Onde estamos indo? ── Tentava obter o máximo de informações possíveis para conseguir pensar no que faria quando chegassem lá. Sua mente estava uma bagunça, mais do que nunca ela precisava agir. Ficou refletindo sobre a pergunta de Zola e era incrível como o SIM já ecoava em sua mente no momento em que a pergunta fora feita. Talvez o que faltava ali fosse uma figura feminina, que pudesse entendê-la e não apenas pressioná-la. E a mulher fazia aquele papel muito bem. Wanda sorriu, de maneira sincera e tinha certeza de que ela sabia o que falava. ── Eu confio sim! No momento em que ela abriu os olhos ouviu as palavras de Helena e percebeu que ela falava ao telefone, dizia que amava alguém. E então ela percebeu que a mulher tinha muito mais a perder do que imaginava com aquela coisa toda de ajudá-la e fugir. Precisava urgentemente libertá-la, permitir que ela fosse viver sua vida porque não era justo colocá-la em risco e de quebra tirá-la de quem a amava. Ela sentiu o estômago embrulhar e a cabeça latejar mais uma vez. Toda vez que pensava demais e sua cabeça ia a mil ela parecia que beirava uma explosão. Fechou os olhos e gritou mais uma vez, dessa vez um grito agudo e precisou se esforçar para que as faíscas vermelhas não saíssem de suas mãos. Ela respirava ofegante, estava em pânico! As imagens passavam em looping em sua mente. Sentiu algo segurar suas mãos com força e agarrou-se a aquilo. Segurou com tanta força que parecia poder esmagar o que percebeu depois de alguns instantes serem duas mãos. Era Helena. O que fez com que ela se lembrasse mais uma vez do seu olhar de dor, do seu desespero e de como ela fora destruída em questão de segundos à sua frente. Lembrou-se de seu sofrimento, quando tentou encará-la viu o olhar de dor, a súplica por socorro e ela não podia fazer nada. Lembrou-se de como tentara lutar mas não conseguiu ajudá-la. Diversas perguntas foram disparadas e ela sentia o nó na garganta que a impedia de responder, como diria a ela que estava colocando sua vida em risco... que ela poderia morrer? ── Você não pode me ajudar. Você precisa me deixar em algum lugar e ir embora, pelo menos até que meus poderes se estabilizem sozinhos. Você está correndo risco. ── Sentia a dor das palavras que eram ditas socando-lhe o estômago, porque realmente temia por ela. ── Não foi só um sonho Helena, não foi um sonho. Eu vi! ── As lágrimas escorriam descontroladamente e as mãos tremiam enquanto seguravam as dela. ── Me escuta. Olha aqui.. por favor! ── Parou por alguns segundos tentando retomar o ar. Soltou as mãos e segurou o rosto dela com força, as mãos gélidas e trêmulas tentavam fazer com que ela a olhasse nos olhos e pudesse enxergar em seu olhar a seriedade do que ela dizia, porque ali ela demonstrava tudo o que havia visto. Seu olhar dizia sobre o medo que sentia, mostrava o quão séria a situação, ele representava a destruição que poderia estar por vir. Ou estaria ela apenas imaginando? Teria enlouquecido por conta do medo? Ela não sabia. Seu olhar era distante, cheio de pavor. E era tomado pelas lágrimas de desespero daquele sonho - ou visão - terrível. ── Eu vi você morrendo. Você morreu por minha causa. Você sofreu muito e eu não posso permitir que isso aconteça com você. Você foi destruída na minha frente e eu não pude fazer nada. Eu não posso permitir que você faça isso por mim porque eu sei que não seria capaz de retribuir caso você precisasse. ── Desabafou, soltando-a e permitindo-se recostar no banco, exausta. ── Eu ouvi o fim da sua conversa e sei que tem muito o que perder. Não é justo, não vale a pena. ── Suspirou mais uma vez. ── Por favor? Não faz isso consigo mesma. Você. Vai. Morrer.
0 notes
Text
turno 15 helena - wanda
Helena entendia a preocupação da jovem, então fez questão de explicar cada detalhe do seu plano de fuga. Também não queria vê-la numa cela novamente, muito menos sendo controlada por pessoas que não compreendiam seu atual estado. - Tenho certeza que dará certo, estamos indo para um esconderijo meu que ninguém conhece. - garantiu. - Você não será presa. Tudo que planejei até agora é para evitar isso. - Iria aproveitar aquelas horas também para descansar e pensar como seria daqui para frente. Apesar de ter conquistado a confiança de Wanda dando lhe a liberdade que tanto queria, sentia medo de algo ruim acontecer ou ela tentar fugir. A segunda opção era a mais rondava seus pensamentos inquietos sobre o assunto. Não é que desconfiava dela, mas em sua situação, também iria pensar nisso. Escolheu o Peru justamente por isso, seria mais fácil de encontrá-la no meio daquela mata tão conhecida por Zola. Além do mais, melhor que ela a achasse do que os Vingadores. - Você confia em mim sobre isso? Confia que não será achada até que essa seja sua vontade? Esperou um tempo até pegar o seu comunicador, pois não queria acordar Maximoff, então a deixou entrar em um sono profundo. Conectando o aparelho, digitou o número que havia decorado tempos atrás. - Helena? - uma voz rouca atendeu e isso foi o suficiente para os batimentos cardíacos da mulher acelerar. - Agora todo número desconhecido é meu? - brincou, esticando suas pernas em cima da parte lisa do controle. - Você está sempre mudando, então a resposta é sim. - concordou com a cabeça, mesmo sabendo que ele não poderia ver. - Aconteceu alguma coisa? Nunca liga essa hora. - Como poderia explicar para a única pessoa no mundo ainda viva que amava mais do que sua própria existência que iria sumir novamente? Que iria deixá-lo para trás mais uma vez... - Eu... não aconteceu nada comigo, não se preocupe. - O tranquilizou. - Eu só não irei voltar para Wakanda tão cedo. - Ouviu o suspiro do outro lado da linha. - Isso é sobre a Wanda Maximoff? - virou a cabeça, observando-a dormir calmamente. - Sim, é sobre ela. - Eles não iriam discutir, nunca discutiam, porém se tornava cada vez mais difícil manter algo se passavam mais tempo afastados do que juntos. - Eu vou sumir do mapa por uns tempos. Sam irá atrás de você, tenha certeza disso. Talvez Steve te pergunte algo e eu sei como você é péssimo mentindo para ele. - O homem riu, bufando com a afirmação de Zola. - Isso é o que você pensa, Lena. Mas devo lhe perguntar, por qual motivo Wilson vai me procurar? - Ela mordeu o lábio inferior. - Estamos fugindo... A ligação ficou muda por alguns segundos e achou que alguém a tinha interceptado, mas logo Barnes voltou a falar. - Helena, você é louca. - Os dois riram. - Achei que tivesse sido designada para treiná-la e não fugir com ela. - É, mas as coisas sempre mudam quando Zola está envolvida. - Ela me lembra alguém. Na verdade ela me lembra um pouco. - Admitiu, imaginando que essa era a única razão para se sentir tão envolvida e emocionalmente abalada. - Eu não quero que ela sofra, pelo menos não do mesmo jeito que eu sofri. - deu os ombros, ouvindo um barulho atrás dela e em seguida um grito. - Eu preciso desligar! Se em dois meses eu não aparecer, me procure naquele lugar que me achou em 1995. Você sabe qual é. Eu... eu amo você, Bucky. - Não esperou que ele respondesse, apenas desligou a ligação, tocando-se segundos depois do que havia falado por último pela primeira vez. Que diabos?! Levantou da cadeira rapidamente, indo até uma Wanda em estado caótico e desesperado. - O que aconteceu?! Você está aqui, eu estou aqui. - Segurou suas mãos, esperando uma explicação. - Calma. Você está bem? Teve algum sonho ruim? - Cuspia milhares de perguntas sem parar, realmente preocupada. - Foi só um sonho, okay? Só um sonho.
1 note
·
View note
Text
turno 14 wanda - helena
m turbilhão de pensamentos passaram por sua mente naquele momento. Aquela mulher que mal a conhecia, que havia sido enviada para cuidar dela e treiná-la, a estava ajudando a sair dali e fugir de todos os seus problemas. Ela a ajudava sem pedir nada em troca, era realmente um anjo da guarda que lhe havia sido enviado. Pensou mais ainda em como tudo aquilo era injusto, porque estava prestes a prejudicar e talvez a estragar a vida de alguém que estava disposta a tudo só para ajudá-la e para que ela tivesse uma qualidade de vida um pouco melhor. Wanda suspirou, caminhando pelos corredores do complexo ao lado de Zola enquanto seguiam até o Quinjet, que não demorou a abrir caminho para que elas adentrassem. Wanda sentou-se no banco ao lado da outra e manteve-se em silêncio enquanto ela explicava todo o plano. Parecia um ótimo plano! ── Você acha que isso vai dar certo? Não há chance alguma deles nos pegarem antes de saírmos? Porque assim... já fui presa uma vez... ── Não conseguiu deixar de rir, porque para todas as coisas que Zola praticava ela tinha uma história que não acabara nada bem. Quando o tratado fora imposto e os Vingadores dividiram-se entre aqueles que queriam e não queriam assinar, Wanda precisou atacar Vis apenas para conseguir sair de casa junto de Barton para poder lutar. Lutaram contra metade dos Vingadores e no fim das contas deu tudo errado porque ela acabou presa junto aos seus aliados numa prisão de segurança máxima e ela foi a que mais sofreu, visto que a viam como uma grande ameaça. Fora colocada numa camisa de força dentro de uma cela e mais uma vez ela beirou a loucura. ── Não quero ver uma cela e muito menos uma camisa de força tão cedo... se é que você me entende. ── Retorceu os lábios e então lembrou-se com carinho como a sua história com Vis se desenvolveu depois que ela saiu daquele lugar. Naquele momento ela ouviu o alarme ecoar e foi aí que partiram. Não fazia ideia do que seria delas, nem ao menos para onde iriam... mas sabia que as coisas ficariam muito melhores do que estavam sendo por ali. Faziam dias que ela mal conseguia dormir por conta da pressão de treinamento, de se posicionar, de se esforçar para melhorar. Mas ali estava em paz, sentia que poderia descansar. Ela então sorriu e assentiu, prendendo o cinto de segurança e encolhendo-se no banco até que, em poucos segundos, adormeceu. Todos os Vingadores enfileiravam-se num local deserto, escuro e tomado pelo fogo. Tudo que havia ao redor deles queimava e um grande estrondo quebrou o silêncio, abrindo um portal que rapidamente começou a sugar um por um. Primeiro todo o exército de Wakanda, depois os Guardiões da Galáxia. Vis segurava sua mão quando sentiu mais uma vez a jóia em sua testa, a dor parecia ser agoniante. Wanda segurou sua mão e o sentiu. Sentiu a sua essência e todo o amor que havia dentro de si. Sem mais nem menos ele explodiu na sua mão e os estilhaços foram sugados pelo portal. Em seguida Tony, Pietro, Barton, todos aqueles que conheciam eram levados. "EU SOU INEVITÁVEL!" Uma voz grossa e rouca ecoou, fazendo com que sua cabeça praticamente explodisse. À sua frente apareceu Helena, estendendo a mão para ajudá-la e quanto mais ela tentava andar mais distante a garota ficava. Ela tentava gritar, mas era incapaz. E viu um exército se aproximando de Zola, torturando-a enquanto a garota Maximoff tentava se aproximar para salvá-la mas não conseguia. Ela sofria à sua frente, apenas por tentar ajudá-la. Estava prestes a morrer e ela não podia fazer nada. A viu ser destruída, ser cortada em pedaços à sua frente e então ser sugada. Wanda gritou com todas as suas forças. O sono manteve-se tranquilo pelas primeiras horas, assim que adormecei ela permaneceu imóvel por um bom tempo. Respirava de maneira calma e finalmente descansava como precisava. Mas de uma hora para outra ela começou a se remexer, encolhendo o pequeno corpo conforme expressava gemidos incompreensíveis. Em seguida começou a suar frio e as lágrimas começavam a escorrer pelo rosto ainda adormecido. Gritou de dor. E então ficou imóvel por alguns segundos até começar a se debater, como quem lutava contra algo e tentava alcançar alguma coisa também. E então ela gritou. ── HELENA NÃO! ── As palavras foram cuspidas no momento em que ela acordou, ofegante, tentando absorver tudo o que havia visto ali. Seria um sonho? Um aviso? Uma visão.
0 notes