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Espaços visitados - Hospital da Criança
O Hospital, a fim de ser menos intimidante para crianças e se tornar um ambiente mais acolhedor as mesmas, foi planejado com ambientes representando os diferentes biomas brasileiros, algo bastante visível inclusive nas decorações e pinturas nas paredes e tetos.
Os estudantes e profissionais do HCB têm acesso a uma biblioteca de estudos muito bem organizada, que apresenta artigos dos mais diversos temas pediátricos sempre atualizados em sua entrada. A biblioteca conta com livros de diferentes areas médicas, além de mesas para estudo.
Um ambiente bastante diferenciado que o hospital apresenta é a sala da familia, para pacientes e acompanhantes que terão que passar o dia no hospital realizando exames e consultas, mas sem serem internados. Esse ambiente fornece um espaço reservado e mais tranquilo para os usuários, com cadeiras reclináveis e um local muito bonito denominado “canto da paz”
Logo ao entrarmos no hospital fomos direcionados ao piso mais inferior do novo prédio, lá está toda a área administrativa do hospital, além de uma área de descanso para os funcionários que precisam, também há um refetório que foi adaptado para caber metade dos funcionários, devido à pandemia de COVID-19, enquanto a outra metade se alimenta em outro refeitório ao ar livre
Um dos espaços visitados foi a ala de de internação, o Hospital da Criança de Brasília apresenta um total de 202 leitos de internação, sendo 30 de UTI pediátrica e 18 de cuidados intermediários. As salas de Internação estão localizadas do bloco 1 ao 9.
Como o HCB não apresenta um pronto socorro, pois os pacientes têm acesso ao hospital pelo encaminhamento de outras unidades, o pronto-atendimento é disponibilizado aos pacientes de Oncohematologia em situações de emergência. As salas de internação também são decoradas e as crianças recebem uma cesta de brinquedos dentro dos quartos a fim de melhorar a experiência da internação.
Durante a visita ao Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) conhecemos duas brinquedotecas com espaço de 50 m2 cada. A equipe responsável pelas Brinquedotecas do HCB é formada por uma psicóloga, uma psicopedagoga, três auxiliares pedagógicos, quatro estagiários de pedagogia e conta com o apoio dos voluntários da Abrace.
Sendo um Hospital Pediátrico, é importante um local para as crianças brincarem. No Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), os pacientes de cinco a 12 anos podem se divertir nas duas brinquedotecas do hospital. Como o hospital recebe crianças com variados tipos de doenças, é importante que os brinquedos sejam diariamente higienizados para que não haja risco de infecção.
Uma área que chamou atenção nossa atenção enquanto visitavamos o hospital foi o Jardim do Sertão, uma área verde no meio do hospital, feito para ser utilizado tanto pelos paciente, e seus acompanhantes, que desejam se afastar um pouco de um ambiente hospitalar, e permanecer mais aliviados com qualquer questão que possa estar preoucupando essas pessoas, além de anguns funcionários utlizarem esse espaço para momentos de descanço, foi instalado telas nas mesas, durante a pandemia, para evitar a contaminação de COVID.
O fato do hospital estar sempre alerta aos riscos da COVID, foi outro fator claro para todos que estavam na presença, como quando foi informado sobre o número de leitos infantis que foram abertos durante 2020 e 2021, além de 10 leitos de adultos, que foram utilizados para ajudar a alivar os outros hospitais do DF.
Outro local importânte para os estudantes e residêntes do hospital é a ala de ensino e pesquisa do hospital, local onde apresenta algumas salas, como a Secretaria Acadêmica, e algumas salas de aula, além disso conseguimos ver alguns residentes passando no hospital, e notamos que cada especialidade dentro do hospital, como enfermeiros, médicos e psicologos possuem uma coloração de roupa específica.
Ainda na ala de ensino e pesquisa vimos algumas salas de simulação realística utilizadas pelos profissionais do hospital, no dia em que fomos, infelizmente não tivemos a oportunidade de entrar nesta sala, visto que estava acontecendo uma reunião nesse local, mas nos foi dito que esse local pode ser utlizado por alunos, residêntes e staffs que precisem ensinar alguma manobra, ou simular alguma emergência, vsto que esse hospital precisa estar em contante alerca com os paciente oncohematológicos.
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Visita Hospital da Criança de Brasília
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar foi inaugurado em 2011, pela Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace), que percebeu a necessidade de maior assistência às famílias de crianças portadoras de câncer.
O site do hospital mantém números atualizados de seus atendimentos, que hoje estão em 47,6 mil, além de ser bastante transparente em seus gastos e metas.
Acerca dos serviços oferecidos, o HCB não apresenta emergência, sendo a criança ou adolescente que necessite dos serviços encaminhada ao hospital por outro médico. Ele apresenta vagas em inúmeras especialidades pediátricas como alergia, anestesiologia, cardiologia, cirurgia pediátrica, dermatologia, endocrinologia, gastroenterologia, genética clínica, ginecologia infanto-puberal, homeopatia, imunologia, infectologia, nefrologia, neurocirurgia, neurologia, onco-hematologia, ortopedia, pneumologia, psiquiatria e reumatologia, além de possuir leitos de internação nessas especialidades e hemodiálise, diálise peritoneal, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, musicoterapia, terapia ocupacional, odontologia, farmácia, nutrição, enfermagem e serviço social, exames laboratoriais e de imagem.
A visita ao hospital permitiu conhecer os diversos espaços e serviços do Hospital da Criança, bem como a maneira com que esse é inserido no Sistema Único de Saúde, tema extremamente importante para a disciplina.
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Lucas Alves
Meu nome é Lucas Ferreira Alves, tenho 20 anos, sou nascido e criado em Brasília, há dois anos fui à Uberlândia, local em que eu comecei a minha trajetória de medicina, cursava medicina na Universidade Federal de Uberlândia. Eu penso em fazer medicina desde quando eu tinha apenas 8 anos de idade, um acontecido é a minha motivação e combustível diário, assim, para que os leitores não fiquem curiosos contarei o que ocorreu.
No ano de 2010, em uma viagem à Caldas Novas-GO, meu irmão mais velho sofreu um acidente de carro, ele tinha 14 anos e estava no carro do meu tio, tal acidente fez com que o meu irmão entrasse em coma e fosse diagnosticado com traumatismo craniano, meu irmão havia sido encaminhado ao hospital HUGO, localizado em Goiânia.
Nesse contexto, tal notícia me deixou extremamente abalado, eu era muito apegado ao meu irmão e queria vê-lo o mais rápido possível, assim, eu saí de Brasília com os meus pais e fui ao hospital, porém, chegando lá, eu recebo a notícia que eu não poderia vê-lo, pois ela estava internado na UTI, a qual não permitia a entrada de uma criança de 8 anos de idade, eu fiquei desesperado, receoso e triste, assim, entrei em uma crise de choro, a médica chefe, responsável pelo atendimento ao meu irmão, viu tal situação e, de maneira empática, abriu uma exceção e permitiu que eu fosse vê-lo por alguns instantes, tal atitude pode parecer pequena e de pouca importância, porém foi o suficiente para, naquele instante, acalmar o meu coração e me deixar esperançoso. Nesse contexto, eu passei a considerar aquela médica como minha heroína e, por isso, eu passei a pensar, quando eu crescer quero ser como ela, uma pessoa que diminui o sofrimento das outras pessoas, uma pessoa que demonstra sentimento e faz o possível para que todos fiquem bem, a atitude daquela médica, hoje eu percebo, foi extremamente empática. Assim, possuo como um ideal o atendimento humanizado e empático e, espero que eu consiga, através de muito estudo e dedicação ser tão bom para os meus pacientes quanto essa médica foi para mim e para o meu irmão, a fim de que todas as dúvidas em relação ao caso sejam solucionadas, é válido dizer que o meu irmão se recuperou em 4 meses e não possui sequelas.
Ademais, eu espero que este semestre eu adquira conhecimentos que me ajudem a tornar-me um cidadão melhor, espero, também, que eu consiga aprender como funciona o SUS, a sua importância na vida dos brasileiros, as dificuldades existentes no Sistema Único de Saúde e, por fim, aprenda os seus princípios e diretrizes.
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Caso Ana - Reflexões Finais
Percebe-se ao longo de todo o trajeto da Ana ao lonog dos casos descritos que ela está em um estado de extrema vulnerabilidade, justamente pela falta de cuidado com o paciente.
Em todo momento é possível identificar um aspecto da biomedicina nas relações entre o médico paciente, no modelo de preservação de custos, em detrimento da saúde, na política do município e da região, no proprio cuidado com o paciente, e as suas necessidades. Essas ações demonstram uma distanciação do intuito original da criação das Redes de Atenção à Saúde(RAS), que, de acordo com o Ministério da Saúde diz "As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado" na portaria nº 4.279 do dia 30/12/2010
O afastamento das propostas da RAS foi o que levou a todo esse problema relaciona com a Ana, no entanto, isso não pode ser considerado um caso atípico, pelo contrário, o desvirtuamento das políticas desse município levou uma situação propícia para complicações como essa possam se repetir de maneira recorrente, como a proibição do médico da família de pedir exames apenas dificulta a identificação precoce de patologias, e consequentemente afeta o cuidado com o paciente, devido a desvinculação entre esse profissional e toda as outras redes que tratam o paciente.
Outro fator importante a ser destacado é que, apesar de ser um caso fictício, é comum ainda hoje o modelo da biomedicina ser exercido por alguns profissionais, ou por municípios, visto que esse modelo gera um menor investimento de tempo, atenção e dinheiro por parte de que quem deveria cuidar dos pacientes, enquanto as pessoas que utilizam esse serviço, que são os mais vulneráveis nessa relação.
Ademais, vale resaltar que para que seja estabelecido uma linha de cuidado efetiva e integral, para evitar mais casos similares ao da Ana nessa região, é necessário muito mais do que apenas melhorar os processos de referrência, como permitir que a medicina da saúde faça o pedido de exames, é necessário que um trabalho feito pelos gestores dessa região facilitem todo o processo para o paciente, como facilitar o contato entre o paciente e os agentes de saúde, garantir o melhor estado do paciente, e a conversa entre todas as pessoas pessoas que estão envolvidas no tratamento, além de haver o acolhimento e vincúlo para tornar o ambiente mais acessível e acolhedor para quem precisar utiliza-lo, e dessa forma irá facilitar a rota do paciente na rede de atenção em todo o processo em diversas áreas desde a prevenção até a reabilitação.
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Caso Ana - Cena 4
O presidente da Associação de Moradores do bairro, Ivan, vizinho de Ana e conselheiro municipal de saúde, toma conhecimento de seu caso. Indignado, resolve levar a discussão para a reunião do Conselho Municipal de Saúde. Iniciada a reunião do Conselho, Ivan solicita a entrada, como ponto de pauta, do caso de dona Ana, denunciando, assim, a qualidade da atenção à saúde no município. Ressaltando que o caso havia se agravado especialmente pela demora no combate à doença. Tendo como fator de piora a falta de equipamentos disponíveis e médicos suficientes para atender à demanda. Evidenciando também como Ana foi afetada emocionalmente pela retirada da mama.
Durante o conselho, foram discutidos a demora relacionada ao problema de Ana não conseguir realizar a mamografia no município porque ela só tinha o pedido do médico da Saúde da Família, sendo sugerido por Ivan modificar esta regra.
Ivan também acrescente que Ana só conseguiu a marcação para a consulta e os exames no município vizinho porque uma conhecida - dona Socorro- agiu como intermediária.
O Secretário de Saúde informou as dificuldades para o manejo da saúde no município. Ele cita o fato do município localizar-se numa região distante e de difícil acesso. Assim como apresenta enorme dificuldade em manter os profissionais de saúde lotados nas unidades e também de estabelecer relações com os municípios vizinhos. Como também a falta de recursos suficientes para garantir um leque mais abrangente de especialidades e a dificuldade em implementar. Assim como foi relatado a falta de sucesso em contatar a Secretaria de Estado de Saúde a fim de obter apoio.
No momento, o secretário afirma estar em negociação com outro município de pequeno porte da região para fazer um consórcio intermunicipal de saúde, na esperança de juntar recursos para resolver alguns desses problemas.
Ivan relembra que há outras dificuldades que podem ser solucionadas pelo Conselho de Saúde, como o fato de que a sra. Ana não teve qualquer ajuda de custo para mantê-la em tratamento fora do município. No entanto, os conselheiros e os secretários se mostram relutantes quanto às ideias de Ivan, afirmando que isso implicaria em problemas financeiros inadministráveis no futuro.
Por fim, todos concordam que eu existem algumas regras que necessitam ser revistas, pois não estão de acordo com aos problemas que a população enfrenta. Foi proposto uma oficina de trabalho para analisar os principais problemas que do município. O tópico de discussão do caso de dona Ana foi encerrado e a oficina proposta não foi marcada. Apesar da comoção gerada pelo caso de Ana, o problema suscitado não foi discutido em reuniões subsequentes.
Ao refletir sobre a situação ocorrida no Conselho de Saúde pode-se perceber que apenas discutir o caso não possibilita uma mudança se os projetos analisados e delineados na discussão não se tornarem concretos, que atuam e fazem mudança na realidade.
Além disso, o Conselho Municipal de Saúde tem acesso ao relatório de despesas em saúde e pode sugerir mudanças estruturais que atendam melhor os usuários de seu município após a homologação pelo poder executivo. Assim, nesse caso, como o município em questão apresenta deficiência de profissionais especializados, o que faz com que os pacientes necessitem ir aos municípios vizinhos a fim de conseguir atendimento, o Conselho Municipal de Saúde poderia sugerir destinar uma parte das despesas a manutenção dos pacientes que necessitarem recorrer ao atendimento em outros municípios.
Assim como, sugerir que, em casos de urgência, como o da Ana que estava com câncer de mama, os exames especializados poderiam ser realizados com a solicitação do médico de saúde, família e comunidade.
Os conselhos municipais são locais de extrema importância para a democratização do acesso à acesso e para que diferentes parcelas da população sejam ouvidas e tenham suas demandas atendidas. No entanto, há algumas dificuldades que podem ser identificadas nesse caso, como o município localizar-se numa região distante e de difícil acesso. Além da enorme dificuldade em manter os profissionais de saúde lotados nas unidades e também de estabelecer relações com os municípios vizinhos. Assim como a dificuldade de contatar a Secretaria de Estado de Saúde a fim de solicitar apoio.
Além do caso de Ana, pode-se identificar algumas dificuldades na realidade brasileira como o tímido conhecimento da população sobre o Sistema Único de Saúde e sobre a saúde como um direito constitucional. As dificuldades apresentadas pelo secretário são de fato empecilhos para que o atendimento de qualidade e na duração correta ocorra. No entanto, observa-se que após a discussão realizada, não houve discussões subsequentes ou ações concretas para que a situação fosse modificada.
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Caso Ana - Cena 3
Ana recorre novamente à Secretaria Municipal de Saúde para agendar a consulta do mastologista. Como no município não há esse especialista, Socorro marca o atendimento no hospital estadual da capital, que é credenciado como Centro de Complexidade em Oncologia (Cacon). A consulta é agendada para um mês.
No mês seguinte, Ana estava no hospital estadual da capital. Ela e outras dezenas de mulheres, vinda de vários cantos do estado. Ana é recebida pelo mastologista que a examina e analisa os laudos de seus exames realizados. o médico fala para Ana que ela tem um nódulo maligno e que precisa ser retirado. o médico complementa dizendo que o nódulo tem aproximadamente 2 cm e não há aparência de comprometimento clínico da cadeia linfática. a senhora poderá às suas atividades normais. o médico informa que Ana vai ter que realizar uma bateria de exames para saber exatamente qual é a situação atual da doença.
O médico pede para Ana se dirigir até o setor de marcação de exames para que possa ser agendado. no entanto, Ana descobre que terá que fazer várias idas à unidade para realizar o exame, pois nem todos poderia ser realizados nó mesmo dia. Ana também descobre que vai ter que aguardar o conserto de um aparelho quebrado para realizar um dos exames. com isso, Ana levou quase 3 meses para concluir todos os exames solicitados para obter os laudos. ela também teria que participar das reuniões com outros pacientes com o mesmo quadro para entender melhor sobre.
As idas e vindas de Ana à capital oneravam seu orçamento. Ana também se questionavam sobre algumas coisas como; por que esses aparelhos estão sempre quebrados? será que alguns exames mais simples não poderiam ser feitos no meu município? ninguém pensa que tudo isso pode prejudicar ainda mais a vida da pessoa? Ana tinha vários questionamentos sobre aquela situação.
Ana volta para o Hospital para o médico mastologista poder avaliar os resultados dos exames. Ana recebe a notícia de que fará uma cirurgia de retirada parcial da mama, mas que durante o procedimento cirúrgico será feita uma avaliação pelo médico patologista. e a depender do resultado, a conduta poderá ser a retirada de toda a mama. Dessa maneira, Ana assim um termo e tem sua cirurgia marcada para dali três semanas.
Ana passou 4 meses fazendo as quimioterapias, foi encaminhada para o setor de radioterapia em que Ana enfrentou o um outro problema conhecido como as filas de indisponibilidade de aparelho. A falta de dinheiro e a ausência de apoio do município dificultavam seu deslocamento. após 1 ano de tratamento, Ana foi enformada que pelos próximos 5 anos deveria tomar medicação, fornecida pelo hospital devido ao seu tumor que tinha receptores positivos. e com isso ela teria que ir para capital pegar esses medicamentos.
Toda essa situação vivida por Ana, leva grandes impactos pessoais. Ana levou um choque após a cirurgia, ao descobrir que estava sem a mama e que teria que fazer as sessões de quimioterapia. Em sua casa, ela não encontrava consolo. sentia-se envergonhada e inútil.
Essas situações vividas por Ana a levaram a se questionar. se eu tivesse conseguido fazer logo os exames teria sido esse o meu destino? se a cirurgia foi um sucesso, dizem os médicos. mas que cirurgia é essa que me retirou a mama? Ana não achava isso justo, conhecia seus direitos. Mas o que Ana queria mesmo era que o sistema público de saúde funcionasse.
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Caso Ana - Cena 2
Ana, abalada, chega em casa no final da manhã de segunda-feira, assim, percebe que esqueceu dos seus afazeres domésticos, como fazer o almoço para os seus filhos os quais tinham que ir ao colégio. Após seus filhos saírem de casa, Ana vai à casa da sua vizinha, tendo em vista que ela precisava desabafar e, também, descobrir onde haveria médico ginecologistas no munícipio, a qual responde que há médicos ginecologistas no hospital do munícipio, assim, Ana se despede de sua vizinha e vai ao hospital em busca de atendimento.
Nesse contexto, Ana chega ao hospital, dirige-se à recepção e pergunta onde ela poderia marcar o atendimento com o médico ginecologista disponível naquela unidade de atendimento, porém a recepcionista lhe fornece uma informação de maneira rude, a qual foi a seguinte – para marcar tal consulta, é necessário vir até 14h da tarde e, além disso, há uma fila gigantesca de dois meses de espera.
Nesse aspecto, Ana implora, suplica ajuda à mulher, alega que está com muita dor, era nítido que ela precisava de um atendimento, o qual tinha que ocorrer o mais rápido possível, além disso, Ana não consegue entender o porquê dos agendamentos serem em um horário tão pequeno e especifico. Entretanto, para a atendente, Ana era apenas mais uma que alegava urgência, a atendente não se sensibilizou pela situação de Ana e, para completar, de maneira irônica responde que se for urgente ela deve ir ao posto-socorro.
Nesse aspecto, é válido ressaltar que Ana havia acabado de ir ao pronto-socorro e, em suas mãos, estava o encaminhamento do médico que tinha lhe atendido, demonstrando assim, que o princípio do SUS de integralidade estava sendo violado no momento em que a recepcionista ignora tal fato.
Ademais, Ana indaga-se o porquê de existir uma fila de dois meses para ser atendido pelo ginecologista, perguntando assim – há muitas mulheres precisando de ginecologista ou há poucos médicos disponíveis para realizar tal atendimento no município? Tal pergunta não possui uma resposta definida, porém tal pergunta não deveria existir, tendo em vista que caso há muitas mulheres procurando ginecologista, o Estado deve intervir contratando mais profissionais capacitados e, caso exista poucos médicos disponíveis, tal atitude deveria ser a mesma.
Após isso, Ana volta a sua casa e decide ir à ESF no dia seguinte, chegando ao médico da Saúde da Família, Ana relata o ocorrido, assim, o médico fica preocupado com a situação de Ana, tendo em vista que o seu estado clínico demonstrava ter piorado de um dia para o outro e, por isso, toma uma atitude, além de prescrever medicações, o médico pede um exame de mamografia, o qual tem como restrição a solicitação por médico especialista, ou seja, um ginecologista, é válido dizer que tal exame não estava disponível no município, assim, é orientada a ir para outro município realizar tal exame.
Nesse contexto, Ana segue para o município vizinho e vai para a unidade de atendimento, ao tentar realizar o exame, Ana descobre que não pode, pois o seu pedido não era proveniente de um ginecologista, médico especialista. Assim, Ana volta para a sua casa devastada, tendo em vista que estava doente e não encontrava ajuda rápida proveniente do SUS, sentia-se desamparada.
Nesse aspecto, em uma atitude desesperada, Ana vai à capital do seu estado, a qual pensava que seria mais fácil obter um atendimento, pois era a capital, recebia mais recursos do governo federal, porém, ao chegar na capital, Ana percebe que na capital existe problemas tão complexos quanto no município, como aparelhos quebrados, falta de profissionais e filas gigantescas para a realização dos exames.
Além disso, seu pedido foi negado pelo mesmo motivo citado anteriormente. Após isso, Ana consegue ajuda de sua amiga, a qual consegue o agendamento do exame para dois meses na capital, assim, passado tal tempo, Ana realiza o exame e espera mais 15 dias para receber o laudo, ficando evidente que a demora para realizar as consultas e exames estavam sendo definidor no tratamento e nas consequências finais da doença que acometia a Ana, tendo em vista que ela estava com suspeita de câncer.
Assim, passado os 15 dias, Ana recebe o laudo e vai ao médico, o qual desconfia de neoplasia e, por isso, pede outro exame, uma biópsia, Ana fica receosa, pois ela já havia percebido a dificuldade que era para realizar exames pelo SUS. Nesse contexto, o médico pede o exame direto a Secretária Municipal de Saúde, a fim de que a resposta seja mais rápida, assim, o agendamento ocorreu, o exame foi marcado para dois meses, é válido dizer que tal agendamento foi o melhor que conseguiram fazer, pois as filas estavam lotadas. Assim, Ana recebe o resultado, o qual diz que Ana está com neoplasia maligna, Ana vai ao médico da Saúde da Família, o qual diz que Ana precisa ir ao especialista, pois tudo que estava ao seu alcance já tinha sido feito, ele ressalta a Ana que o tempo é determinador na cura da doença e, por isso, pede para que Ana vai à secretária que marcou o exame da biópsia, pois ela conseguiria o atendimento o mais rápido possível.
É válido dizer que haviam se passado 6 meses desde a primeira consulta, o qual deixa evidente a demora existe para que o tratamento seja iniciado.
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Elizandra
Me chamo Elizandra Letícia Vieira Terra, tenho 19 anos e sou nascida no Rio de Janeiro, mais especificamente em São Gonçalo, apesar de ter vivido a maior parte da infância no Complexo da Maré. Minha família se mudou para Brasília quando eu tinha 7 anos de idade por conta da intensa violência da região em que eu morava.
Eu não tive o sonho de cursar Medicina desde criança, acredito que tenha sido algo que foi se construindo em mim com o passar do tempo. Quando eu tinha 11 anos passei por um processo de saúde que me deixou bem debilitada e me impediu de frequentar a escola, com isso, o lugar que eu ficava a maior parte do tempo era em casa e no hospital. No hospital, eu passei a conhecer os pacientes, os médicos e a equipe de saúde e desenvolver afeto por muitos deles.
O meu processo de saúde e o dos outros pacientes me deixava curiosa, e eu comecei a pesquisar mais sobre o corpo humano, a sua fisiologia e como as doenças funcionavam, o que me fascinou.
Além da vontade latente de poder cuidar e ajudar de alguma forma aquelas pessoas e amigos que eu sempre encontrava pelos corredores do hospital, nas salas de espera, nos laboratórios de exame. Cada história que eu ouvia nas salas durante a espera pelos atendimentos era como se um mundo se abrisse para mim.
Com isso, no começo do Ensino Médio, comecei a pensar em cursar Medicina, porém para mim, isso era algo impossível. Pois eu venho de uma família muito humilde, estudei a vida inteira em escolas públicas e não me considerava um gênio, como era o senso comum sobre as pessoas que ingressavam no curso. No entanto, apesar das dificuldades, decidi acreditar nesse sonho e me esforçar bastante para conquistá-lo. Assim, o resultado veio por meio do Programa de Avaliação Seriada e eu não poderia estar mais feliz e certa da minha jornada na Medicina quando recebi a notícia da minha aprovação.
Assim, como paciente do Sistema Único de Saúde há muitos anos, considero a disciplina imprescindível no curso de Medicina, bem como, desejo ser uma profissional que atuará nele futuramente, impactando positivamente os espaços que estou inserida.
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Caso Ana - Cena 1
O caso se inicia com Ana acordando em um sábado e percebendo secreção de um mamilo e sensação de incomodo em uma de suas mamas. Ao realizar o autoexame, percebe um volume novo em sua mama e, temerosa por já ter tido um caso de câncer de mama em sua família, sai imediatamente em busca de uma unidade de saúde.
O município de Ana possui 50 mil habitantes e 80% da população está coberta por 10 Equipes de Saúde da Família (ESF), além de possuir um hospital municipal com pronto socorro, ambulatórios e leitos de clínica médica e pediatria.
Apesar da cobertura parecer adequada, ao necessitar do serviço da ESF, Ana não o consegue pois essa apenas funciona durante os dias de semana. Isso traz a tona a reflexão de que grandes partes dos usuários desse serviço trabalham duarante seu horário de funcionamento e se veem impedidos de utilizá-lo.
A legislação prevê que essas unidades devem funcionar com carga horária minima de 40 horas semanais, no mínimo 5 dias da semana, o que e cumprido pela unidade de Ana, porém, em termos práticos, percebe-se que funcionar durante finais de semana permitiria um melhor acesso a população.
Ao procurar seu medico da familia, Ana se vê mais uma vez vítima da burocracia do sistema, uma vez que este não pode solicitar uma mamografia pois não é um especialista.
Ana teme que esteja com câncer como sua avó, porém não consegue sanar suas duvidas de como buscar um ginecologista, pois todos os profissionais da Unidade estão realizando outros atendimentos, mostrando a sobrecarga que profissionais de saúde enfrentam muitas vezes no Sistema Único de Saúde.
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O Caso Ana - Introdução
O caso Ana retrata a vivência de uma usuária do Sistema Único de Saúde, desde sua entrada até seu diagnóstico e tratamento. No relato do caso, dividido em 4 cenas, é possível identificar os desafios enfrentados na utilização desse sistema de saúde e são elucidadas discussões de possíveis mudanças que poderiam mitigar as dificuldades vividas por Ana.
53 anos
Dor e secreção em um mamilo, com ligeiro aumento de volume na mama
Passou 2 anos procurando diferentes serviços de saude, buscando exames e propostas terapêuticas. Ao final desse período, Ana se encontrava sem uma de suas mamas e insegura com sua aparência e estado de saúde
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Banner sobre o SAMU
O que voce sabe sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência? Nosso grupo preparou esse Banner que explica um pouco mais sobre esse serviço tão importante em nossas vidas
Aqui temos também uma pesquisa que fizemos com alguns usuários. E aí, você saberia responder essas perguntas?
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Plabio
Meu nome é Plabio Lucas, tenho 20 anos, sou Baiano nascido e criado na cidade de Santa Maria da Vitória.Sempre foi para meu sonho cursar medicina, mas eu sabia que não seria fácil chegar até esse sonho. Estudei minha vida toda em escola pública e sempre tive um ensino um pouco defasado pela falta de estrutura por parte da escola.
Mas a pergunta é, como Plabio foi cursar medicina na UNB em Brasília? Então, minha caminhada começou no santa mariense, uma escola onde eu estudava no 1 ano do ensino médio. Meus professores sempre almejavam a UNB pela sua estrutura de ensino é pelas oportunidades que uma universidade pública poderia nós dar. Com isso, os professores sempre comentavam para os alunos sobre o PAS e de que era uma prova que nós iria fazer até o 3 ano do ensino médio, e de que seria uma chance de entrar na faculdade federa. Eu vi naquelas palavras uma oportunidade, uma chance, uma esperança de cursar Medicina que era meu sonho.
No entanto, alguns empecilhos começaram a surgir, como por exemplo; onde vou ficar em Brasília para fazer essa prova? Isso me desaminou no começo, mas logo comecei a procurar amigos que tinha parentes em Brasília e que pudesse me receber para fazer o vestibular, não foi fácil, mas eu conseguir mesmo assim. E sim, durante os 3 anos de vestibular eu fiquei na casa de desconhecidos para fazer essa prova, digo, para realizar meu sonho. Estudei junto com colegas as obras do PAS e isso foi muito significativo para mim, ter esse apoio entre nós. Com isso, surgiu a pandemia que foi bem no meu 3 ano do ensino médio. As provas foram adiadas e tudo aquilo começou a me chatear, mas eu não iria desistir fácil assim.
Durante esse percurso, eu pensei em fazer um cursinho preparatório para o Enem, já quê a prova foi adiada e não se tinha data de quando iria ocorrer. Entretanto, na minha cidade não tinha cursinho preparatório naquela época, e o cursinho que tinha era em outra cidade. Só que daí vem outro interrogação na vida do estudante, como eu iria pagar esse cursinho?. Eu sabia que mainha não tinha condições. Mas persistente do jeito que eu era, acabei pegando um ônibus para essa outra cidade para tentar conseguir uma bolsa, e conseguir ! estudei nesse cursinho para o Enem e também acabava estudando para o PAS. Quando a banca examinadora solto a data da prova eu fui fazer. Fiquei na casa de um conhecido. Fiz essa prova na esperança de passar em Medicina. Terminei a prova e voltei para minha cidade. Eu contava os dias ansiosamente para sair o resultado, e quando saiu , meu nome estava lá; PLABIO LUCAS DA SILVA ARAÚJO. Ver meu nome naquela lista de aprovados foi uma sensação inexplicável. Para mim, não foi somente uma aprovação. foi uma forma de protesto, de resistência como também uma maneira que conseguir de prova que o estudante de escola pública, baixa renda e preto. tem sim, capacidade de tá em uma faculdade federal e tá cursando medicina, que curso com alto nível de concorrência e que só os que tinha condições para ter uma ensino de qualidade poderia sonhar.
Tá cursando medicina hoje, é uma forma que eu tenho de poder tá mudando o mundo, mesmo que seja pouco. E a matéria de SUS (sistema único de saúde), me mostrou ainda mais a realidade do nosso país, e de como podemos ser melhores futuramente como médicos em relação ao paciente.
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Lucas Duarte
Me chamo Lucas Duarte, nasci em 2003, e tenho 19 anos nasci em Brasília e vivo aqui desde então, hoje estudo na UnB fazendo medicina, e minha jornada até esse curso não foi como muitos o meu sonho que eu sempre quis fazer desde a minha infância.
A medida que eu fui pensando o que eu iria querer fazer após concluir o meu ensino médio eu sempre me encontrava em uma grande dúvida, havia tantas possibilidades e eu era interessado por tantas áreas diferentes, que era simplesmente impossível para mim decidir apenas um caminho a seguir em meio de diversas oportunidades. Cursos que envolviam a física, ou a matemática sempre vinham a minha cabeça quando pensava nisso, mas ainda assim havia uma curiosidade em entender um pouco do ser humano. Quando entrei no ensino médio, a minha escola sempre incentivou que fossemos para a UnB, principalmente, pelo PAS, e eu pensava que eu já havia decidido que eu iria cursar algum curso que envolvesse física, como engenharia, ou até física mesmo, mas essa última opção logo ficou para trás, pois quando conversei com minha mãe logo ela me desincentivou, pois ela sabia que o futuro que quem irá fazer física é ou ir para a sala de aula, ou se tornar um pesquisador em sua maioria, e ela por ser professora não queria que eu seguisse o mesmo caminho dela, pela extrema desvalorização dessa importante profissão.
Durante a pandemia, acabei decidindo que iria ficar com medicina como minha primeira opção e engenharia como a minha segunda, e com isso eu entrei em um cursinho, que foi um importante marco na minha história, pois foi lá que eu encontrei um professor de física, chamado de Clementino Castelo Branco Neto que me apaixonou pela sala de aula, e por sua didática que conseguia cativar qualquer aluno que estivesse presente, mesmo nos assuntos mais entediantes, mas no mesmo momento eu fui aprovado na UnB, local em que eu fiquei encantado pelas práticas médicas.
Hoje eu penso em continuar, e concluir o curso de medicina, que está me trazendo algumas felicidades, e outras dificuldades, como deve ser, pois tratar um ser humano nunca deve ser algo simples, mas no futuro eu pretendo cursar outros cursos, pois ainda sou muito curioso para entender outros assuntos sobre o nosso mundo e o universo. Além disso eu me imagino no futuro tentando conciliar o uma vida como professor e outra como médico.
Espero que tenham gostado de me conhecer mais um pouco!
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