star-chxld
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star-chxld · 4 years ago
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160121, goyang academy.
Ficaria feliz em compartilhar que era sua primeira vez passando por aquele tipo de situação. Que não era familiar com a polícia revirando suas propriedades, levando uma dezena de coisas que só eram suspeitas no mundinho deles; lançando aqueles olhares 'simpáticos' a beça por absolutamente qualquer resposta torta, ainda que saísse assim apenas pelo nervosismo; queria dizer que não conhecia nenhuma dessas sensações, mas conhecia, sim. Por isso, as mãos não paravam de tremer no colo enquanto esperava sua vez chegar. Tentou colocar algo em cima, entrelaçar os dedos; nada. Se tentava melhorar o aspecto delas, o corpo inteiro passava a tremer junto. Isso porque tinha conseguido salvar os remédios e estava só uns 20% acordado, hein? O pirulito de uva, que sobrara da noite problemática, continuava parado no canto da boca.
Quando foi chamado pelo nome — Edward e não Louis, exatamente como da outra vez —, engoliu em seco de tal forma que quase leva os dentes todos juntos. Levantou mecanicamente e com praticamente só os olhos de fora por conta da carregação de casacos e cachecóis.
“Bom dia, é Louis”, saiu num fiapinho de voz. Mal entrou, e a atmosfera já fez com que piscasse uma dezena de vezes pra não acumular lágrima. O nariz vermelho o denunciava, mesmo assim, e a tentativa de sorriso resultou num soluço involuntário. O policial, óbvio: já não ficou contente. “Tudo bem se eu continuar com isso?”, apontou pro doce. “É que acabei de abrir.”
Parecendo contrariado, concordou. Não era conveniente alongar o processo por esse tipo de banalidade. 
“Poderia nos relatar os eventos ocorridos durante a quinta-feira no campus da universidade?”
“Os eventos... Todos? De manhã... Não sei, dormi. De tarde teve muita coisa, mas não deu pra participar de tudo. Quase nada, aliás. Teve as flores, né? O pessoal do hipismo, o jogo de debate... E sabre de luz na esgrima. Não foi um negócio assim?”
“Que atividades você participou durante o período do dia e tarde da quinta-feira?”
“Depois que acordei, teve coisa do clube de desenho, e eu fiquei lá até acabar, às quatro...? Vendi um monte de coisa. Também recebi flor lá, tirei foto... Quando acabou...”, se forçou a pensar. A mente em branco, mas com a consciência gritando lá no fundo: não lembra, Louis, ou não quer adicionar no interrogatório as duas horas de choro no telhado? “Tentei passar pelo clube de hipismo na hora da corrida, mas bateu com o coral, então fui assistir o coral. Umas... Seis da noite, acho. A Hana-ssi me viu na plateia. Prometi que ia cantar com ela lá de baixo pra ela não ficar nervosa, então fui.”
“Você estava presente no auditório no momento do leilão?”
“Tava, sim. Acho que a maioria tava, né? Eu fiquei sentadinho, assim, meio longe do pessoal...” Sim, Louis, encolhido o mais distante possível da porta... Embaixo das coisas. “Não gosto de tumulto, meu sensorial fica... Uma bagunça. Tava usando esses fones aqui”, indicou, tirando as pecinhas do bolso do casaco. “Eles bloqueiam uma parte do ruído.”
“Poderia nos relatar sobre seu exato paradeiro entre o horário das nove e meia e dez e quinze da noite de quinta-feira?”
“Não saí do lugar. Troquei mensagem com alguns... Colegas. Pedi pra passarem por mim, porque eu tava com um pacote de pirulitos, mas não consegui encontrar muitos. Logo tudo ficou bagunçado, então eu perdi o contato com eles. Fiquei esperando a correria diminuir porque não queria me machucar.”
“Há alguém que possa confirmar essas informações? Quem?”
“O Dexter! O Dexter me levou pro jantar. Viu onde eu fiquei e depois me buscou no lugar. Também teve... O Tomm-... Thomas. A gente se encontrou no jantar, e depois no auditório também. Ele tava filmando as coisas, acho. Posso ter saído no fundo, falando? Não sei...”, claro. Provavelmente falando sobre como o vestido de uma mãe parecia a roupa de ganso da Bjork, mas numa versão ruim. Tipo... White Chicks. Não tinha tensão que o impedisse de criticar um crime fashion, aparentemente; mas lembrando agora, nem assim conseguia tirar o bico da cara. “E o Junkyu. Na hora que tudo aconteceu ele tava me procurando, até mandou mensagem dizendo que achou, mas não deu pra ver. Foi bem, bem na hora.”
“Descreva sua relação com Bang Yongseok. Você conhecia o estudante?”
“Eu conheço muita gente, mas não falo com a maioria. Não tenho muito tempo livre durante o dia, e um menino que nem ele não deve-... Errr... Devia ficar acordado de madrugada, né? Acho que não tínhamos, sabe... Muito em comum.”
“Descreva sua relação com Kim Beomsu.”
“Não existia e não existe uma relação. Só quando ele me manda recado mandando parar de dormir na grama. Mas se a grama não é pra dormir, pra quê serve, então?”
“Você acredita que alguém teria razões pessoais para motivar este ataque?”
“Foi... Um ataque, então?”, questionou, com os olhões fixos nas próprias mãos. Era bem pior. “Não sei. Podia... Pode ser um acidente...”, é, realmente. A mordida que deu no próprio lábio e arrancou sangue - mas que foi rápido em esconder, achava - não foi a coisa mais discreta que fez, mas não parava de pensar; de reviver momentos que não gostaria.  ”Coincidência. Quem sabe se não foi descuido dele, mesmo? Não conheço, não sei se tem um problema. Pode ter sido, até... Proposital. Não sei, não sei...”
“Você possui algum tipo de informação relacionada ao evento ou que possa contribuir para a investigação?”
“None. Eu vi... O mesmo que todo mundo. Acho que até menos, porque não quis olhar. Só fiquei esperando o Dexter, e saí sem prestar atenção em muita coisa.”
“Para encerrar, poderia nos relatar sobre seu paradeiro após a interrupção do discurso?“
“Eu... Saí. Direto pra casa... Erhm... Dormitório. Foi só isso, só. Nada de especial...”, a não ser que o ciclo de banho-choro-vômito-choro-banho que durou uma década até o remédio fazer efeito fosse do interesse da polícia. Preferia acreditar que não; da última vez, não recebeu as melhores reações ao vomitar no pé do responsável pelas perguntas. “Não saí da cama até ontem. Mandei mensagem porque tenho gatos fora daqui, perdi meu pacote de Shimeji-... Vocês não vão devolver, né? Ok. Ok. Desculpa. Foi isso? Tá bom. Pode ir?”, apontou pra porta atrás de si. Cumprimentou quem pôde com uma pose confiante demais pra quem tinha olheiras chegando na ponta do nariz, mas... Saiu de olhos pesados e com os maiores passos que as perninhas curtas podiam dar em busca de um banheiro. Ora, ora. Quem podia esperar que lá ia ele de novo?
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star-chxld · 4 years ago
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