Odeio a vista daqui porque ela é linda. O cheiro de café e o quanto o mundo parece imenso enquanto dá a impressão de caber nas mãos se eu fizer um esforço. Eu viveria numa roda-gigante, e se tivesse que escolher uma comida pelo resto da vida, eu morreria de tédio e yakisoba. Odeio ímpares, mas três é o meu número favorito. Continuo gostando de uma data específica a cada mês, ainda que ela me deixe triste. Preguiça e um ego alto são traços meus, e às vezes tenho a impressão de que sou uma pessoa ruim, mas passa tão realizo quanto vem. Raramente desabafo com alguém, no entanto, gosto de falar muito, e provavelmente já fiz piada com todos os meus traumas, ainda que banhados em acidez. Eu amo praias, mas quase nunca vou para entrar no mar. Lugares altos são a minha paixão, quase tanto quanto estar em alta velocidade. Tenho uma trilha sonora pra todos os momentos possíveis, e provavelmente meu filme teria viradas demais, a crítica odiaria. Poucas coisas me trazem um medo real, mas uma delas já aconteceu. Quero me sujar de tinta e deitar por horas, mas cinco minutos depois eu vou querer levantar. Amo morangos e fugas noturnas. Existe um lugar no mundo que eu amo mais que tudo, mas nunca vou visitar outra vez. Estou rodeada por uma espécie não mística de magia, flerto com a essência e energia de um universo, penso que relações de alma surgem com cada momento e encontram seu fim temporário, e vou dizer de brincadeira a frase "é porque sou geminiana" mais vezes do que você suportaria, mas não acredito tanto assim em signos. Sou uma cética com crenças demais, sou um dos ateus cheios de fé que estão em "As Menores História de Amor do Mundo".
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1° de fevereiro, 12:45
quero marcar uma data de despedida dos teus lábios no meu calendário, mas rir com a tua boca encostada na minha é mais gostoso.
meus dedos lembram do teu toque, minha mente dos lugares por onde tua língua passeou em mim e meus lençóis ainda gravam teu perfume que insiste em não sair da minha cabeça e do meu peito.
me perco nas tuas mãos jurando não apostar meu coração nesse nosso jogo que funciona tão bem quando minhas pernas abafam o som da tua voz, mas minhas batidas entram em descompasso toda vez que meus olhos encontram os teus quando te vejo aqui de cima.
[o quanto seria perigoso apostar mais do que meu gemido rouco no teu ouvido?] [o quanto seria perigoso apostar mais do que você se derreter em mim?]
te permito me ter por alguns momentos enquanto eu ainda tenho controle do meu corpo e dos meus sentimentos, porque sei que me permitir assistir lentamente a luz do sol iluminar tua pele depois de nós seria me render e admitir que tu influencia além dos arrepios que provoca no meu corpo, seria admitir que tu toca pra além das minhas curvas que teus dedos encaixam tão bem.
“mas pra você, dormir é algo muito íntimo, né?”
criei regras sobre mim que te vejo quebrar lentamente enquanto brinca com a sensibilidade do meu pescoço, te encontro em mais dias da semana que jurei te ter. que jurei te permitir me ter.
brinco com a falta de certeza porque não quero saber onde termina. brinco e disfarço porque o que importa saber qual a próxima vez que eu vou sentir teu corpo no meu. porque só quero saber onde começa. outra e outra vez.
voarias
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“Não há ninguém que se compare a você.”
— The Beatles, In My Life.
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“O amor não é gaiola, é céu.”
— Capitu em crise
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O carinho pós sexo às vezes diz mais que o sexo.
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Existem pessoas que preferem esconder o que sentem, e tem eu, que adoro dizer coisas como: "gosto tanto de conversar com você", "adoro passar tempo a toa com você", "amo ouvir a sua voz", "você me faz tão bem"... Enfim, distribuir afetos é o que me encanta.
- Érica Nadotti
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