setequadras

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essa foi uma brisa muito foda que eu tive, então aí vai:

Quando estávamos no início da evolução éramos 100% sozinhos, já que não nos comunicávamos pois nem tínhamos, sequer, inventado a fala ou o alfabeto e números. Estávamos em um lugar onde estavamos, única e exclusivamente, apenas conosco. Com o passar do tempo o ser humano vem inventando formas de comunicação que sempre estarão fadadas ao fracasso. Mesmo a ligação telefônica, por internet ou por satélite sendo algo tecnológico, ela falha! Mesmo a mensagem sendo rápida, ela não carrega consigo toda a verdade. Até mesmo a carta mais bem escrita não esprime tudo o que sinto. Então, desde que estejamos sozinhos e entendemos que estar com o outro é algo a parte teremos uma vida melhor.

Sempre estaremos fadados a nós mesmos. Sempre presos em nosso sentir, nosso viver, nosso tocar, nosso ouvir, etc. O que eu sinto apenas eu sinto, o que eu vejo apenas eu vejo, o que eu como apenas eu como!

Tem um bagulho que eu observei de uns tempos pra cá é que a sociedade não tá funcionando, ela simplesmente tá dando errado e ela vai mudar! PODE ANOTAR, eu vou prever essa revolução.

Ainda existe um grande paradigma para ser inventado mas, retomando um pouco sobre o estar com o outro, pode-se citar a revolução feminista sendo uma grande revolução, talvez uma das poucas bem sucedidas.

Hoje em dia a gente vê outra revolução que é a possibilidade de você estar só, onde você não precisa conviver em grupo ou em dupla. O conceito de família nada mais é do que um casal, de preferência héteros cis, que vai replicar a vida e a espécie. Percebe-se uma idelogia dominante onde você vai viver em micro células de dois e vai formar a família tradicional perfeita. SÓ QUE NÃO TA FUNCIONANDO! A gente vê que essa célula é lugar de conflito, de inveja, de rivalidade, de briga, de assassinato, traição, etc. É só você observar algumas famílias dos tempos atuais e perceberá que alí é um lugar de muitos conflitos, tristezas, mágoas e frustrações. A gente tá cada vez mais assumindo uma vontade, meio que um desejo íntimo, de poder estar sozinho. Não preciso estar no shopping, no cinema, em algum lugar top sempre com alguém do meu lado. Mas posso estar com um, dois, três ou eu posso estar comigo, posso ir ao shopping com um amigo com dois, com três, eu posso namorar um, dois, três...

A necessidade de alguém é algo implantado que sumirá. Então essa é a próxima revolução: a gente vai derrubar o número 2 e nós, enquanto sociedade, vamos derrubar a necessidade do outro. Analisado bem, nós vamos fazer todos os números, a gente vai fazer tudo que der com quantas pessoas derem e vai poder inclusive estar sozinho onde, quando e com quem nós quisermos, salvo exceções. Então esse sentimento de solidão, em quase todos os aspectos, é de não fazer o uso da solitude. A solitude é muito foda porque ela permite que você esteja só e que você possa pensar pela sua própria cabeça.

Uma coisa fundamental que a gente descobriu é que o real pensamento é profundamente solitário. Sabe quando você tem aquele pensamento igual o do outro e rola aquele "puts, eu tbm faço/penso isso" ou o famoso efeito manada. Esse efeito tira a sua identidade! Porque você não precisa pensar, é só copiar. Não é um desenvolvimento real, de uma ideia que se contrapõe a outra, que você vai testando e argumentando consigo mesmo para a criação da ideia nova. É uma repetição, meio que um jogo neurótico de espelho onde um copiou o outro, que copiou o outro e assim vai. Essa lógica é uma defesa profunda dessa angústia que tanto lamentamos porque, em último caso, você não sustenta essa posição que é da condição humana de estar só, ter a sua vida e não recusar a presença do outro e MUITO MENOS ficar copiando os outros. Nada nos impede de poder trocar as nossas experiências, cada um no seu lugar, sozinho, solitário e talvez inexistente.

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O silêncio mais guardado tem sido minha única resposta por esses tempos.

Minto que sou feliz e me faço crer que sou feliz. A mercê dos dias. Espancado, amordaçado e feito de gato e sapato pela vida. Corpo: calmo. Alma: socorro.

Quem ouvir: o fato nítido ou a enganação persuasiva? Meu eu grita para morrer que outrora gritava amar a vida.

Quem ouvir: o mundo real ou meu refúgio acalentador? Ai como é bom viver.

Eu não suporto mais.

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ressaca

Fui engolido por uma ressaca de um mar escuro, raivoso e impremeditável, onde qualquer coisa que alí entrasse não sairia nem com reza à todos os deuses. Esse mar é você e eu honestamente não sei onde estou ou, sequer, quem sou. Aliás, me ajuda a sair de você?

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o amor é uma mentira coletiva.

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???

Com o passar da vida, dia pós dia, após reflexões, percebi que estou inexoravelmente desesperado em todos os aspectos. Este desespero, calado dentro de mim, ficou ali. Apouco ele vem sussurrando em meu ouvido, transformando, então, seus sussurros em crises.

Me enganei por meses, eu nunca deixei de ter depressão, como pensava. Sempre estive na sala e estou nela até hoje. Apenas achei uma lanterna que, atualmente, a bateria está acabando e estou, desesperadamente, procurando uma bateria ao invés do interruptor. Percebendo isso, qualquer coisa que possa manter a lanterna acesa eu estou usando. Enganando, assim, a mim mesmo.

Eu "me apaixono" na esperança de ser recíproco, mesmo sabendo que não será e, que de fato, nunca foi. São tantas as mentiras que, de mim para mim, hão de, apenas, foder comigo. Eu não sei quem sou, quem amo, quem odeio, quem me ama, quem me odeia. Não sei onde estou ou onde deveria estar, não sei se devo tentar ou desistir, não sei se me calo ou grito socorro, ou se vivo ou morro.

Viver é uma virtude apenas, e especialmente, à quem sabe viver.

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VIDA?

Estou em uma sala escura, fria e ouço uns sussurros estranhos. Cara... só quero achar o interruptor e acender a luz para que eu possa voltar a viver.

A depressão é isso. Ela me priva de viver como eu deveria, ou queria, viver. Gozar dos prazeres que o simples nos fornece. Mas o simples, no escuro, se torna complexo. A depressão pausou minha vida e me deixou em um limbo sem sentido NENHUM.

A sala sou eu e o interruptor idem. Fico me perguntando: Por que me prendi em mim mesmo? De vez em quando ouço, de dentro da sala, pessoas dizerem "quando eu for médico", "quando eu tiver minha casa", quando isso, quando aquilo e eu, em pânico, olho para todos os lados e não vejo nada. Sequer um encalço de luz. Por que nada do que eu ouço que um dia fez sentido hoje não faz mais? Por que o morrer me parece ser a única coisa que tem sentido nisso tudo?

Minha psicóloga costumava dizer que a morte é a forma mais preguiçosa de resolver um problema, e de fato é.

Eu estou no escuro, sozinho, desesperado e muito cansado.

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INTERRUPTOR

Eu conheço muito bem a sala. O foda é que o escuro me deixa em pânico, saca?! Tipo uma criancinha que quer beber água a noite e precisa da mãe mas, nesse caso, estou sozinho. Minha única missão é desviar dos obstáculos, achar o interruptor e acender a luz para que, assim, possa voltar a viver.

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Líquido

Hoje eu acordei disposto a ir a pé, se preciso for, ver quem bem me faz. O dia passou tão rápido que as risadas, cigarros apagados, água roubada, mãos dadas e lágrimas de desabafos não são suficientes para descrever o quão líquido e puro foi este dia.

Ao fim da noite, deitado em seu lado ao som das gotas batendo no telhado e seu leve respirar, o que me sobra é a solidão que mais parece um fogo de tal ardor que errou o endereço. As memórias que ficaram de hoje jamais serão esquecidas. As memórias que ficaram de hoje aquecem esse fogo que queima-me por dentro. Estou errado, no lugar errado, na hora errada e com a pessoa errada. Ele não me pertence e nem eu a ele.

Nosso encontro mais me parece um erro que serviu para me mostrar o quão sozinho eu sou a ponto de, desesperadamente , buscar em distâncias tão exorbitantes um ponto seguro onde eu possa sorrir, quiçá chorar, sem ser julgado. Não o culpo, pois o erro foi meu de ter vindo onde eu não era bem-vindo.

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dói

descrever isso é complicado, saca? eu te amava tanto que se me pedisse uma estrela eu não te daria, mas faria questão de comprar uma miniatura, só pra ver seu sorriso que, para mim, seria gratificante. lembro quando te contava dos sonhos que tinha contigo, onde você era a minha heroína e sempre me salvava de apuros. lembro que você ria como se não fosse mais parar. tinhamos tudo para dar certo, poderíamos ser um casal incrível, e não foi por falta de oportunidades. eu estava alí, disposto a arriscar tudo por você, mas você fudeu com tudo. hoje não recebo mais mensagens suas, as ligações, que antes eram frequentes, hoje não passam de histórico. acabaram-se minhas forças e não vou correr atrás. porque quanto mais eu corro, mais você se afasta. tentei o máximo que pude, mas pelo visto já era.