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chegando a hora de acordar

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íris rachada de sol

sonhei que acordava alucinada. no sonho, no entanto, era capaz de raciocinar. de discernir entre o certo e errado, não prendendo os culpados tanto na cruz. pela janela do sol, transparente, vidro esquenta com os raios do que parece ser eu, do outro lado de mim. sou eu chamando por mim. meus olhos tentam me olhar, através da janela, mas quando atinjo o ponto quase cego. é a íris rachada de sol. ando presa nas minhas próprias trapaças, minha maior inimiga sou eu mesma. afundada no rio que corre em mim, no qual criei uma correnteza. por tantas vezes me afoguei, pareço gostar de me afogar. mas eu tenho mesmo que me afogar? me bato, debato, rebato, te chuto, me chuto, perco o fôlego, e não sei porquê não me pergunto sobre eu poder simplesmente poder respirar, na margem. deixar os que me afogam se afogarem sozinhos. não pular na correnteza, pois meu rio mesmo, ele é calmo. eu já sei nadar, não sei? e sei aguentar os raios de sol na cara, sou da terra em que ele é mais forte. não adianta gritar pros demais que não se aguenta sol na cara porque se tem escolha, mas porque já ficou tão quente que não houve escolha senão se adaptar. os demais não ouvem, porque assim eles escolheram. mas eu sei que posso chegar à margem, como sempre voltei, recuperando meu fôlego, dispersando minha ansiedade, aceitando minha capacidade só de mim, deixando de lado o meu orgulho de querer salvar quem prefere se afogar. eu ignoro o que não é meu, porque simplesmente não me pertence. o que é de cada um a cada um pertence. as construções, e a demolição. me ergo de pé, à margem de mim, procurando meu rio que se confundiu com outra água, dessa vez densa, e não límpida. minha íris rachada de sol, ainda tonta, quer voltar pra dentro do que quase me matou, mas eu não preciso me sacrificar para transcender. não preciso mergulhar em outro rio para saber a temperatura da água e aprender a nadar. agradeço, agradeço, agradeço. observo, observo, observo. meu destino já começou bem antes, porque há muito procuro por mim, mas desisti não me aceitar. e agora meu rio se forma quando eu deságuo de mim o quanto eu não me amei em todos esses 26 anos, e o quanto eu não posso mais perder tempo. e como eu perdi tanto tempo amando qualquer coisa ou pessoa a mais que eu mesma? é preciso aprender uma espécie de egoísmo com o qual não estou acostumada, mas preciso desenvolver. entender que embora haja uma coletividade, há o outro, há os outros, mas primeiro vem a mim mesma. não atropelar o meu próprio curso, e também não desistir da minha água. é lindo falar sobre o rio, mas bonito mesmo é honrá-lo. preciso honrar meu próprio rio. e se notar qualquer tempestade adentrando meu rio, o que faz parte de mim, vai ofuscar os olhos do caos e de um rompante, me jogar para outra realidade. “vou me encontrar, vou desaparecer, pois sou feliz e saudável”. 

amor meu grande amor está chegando a hora de dormir

amor meu grande amor está chegando a hora de partir

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Não há mistérios em descobrir: O que você TEM e o que GOSTA(…) O que você É e o que você FAZ.

Chico Science  (via chicoscience)

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Brazil-Olinda.

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Olinda, Brazil

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Olinda - Pernambuco (via Embratur)

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Carrego nos pés o frevo que de vez em quando samba. Na minha terra tem carnaval que quase sempre é prévia. Sou das ladeiras que musicaliza beleza. Aqui é festa até domingueira.

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Cortejo Rio Maracatu pelas ruas da Lapa.

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Brazilian people

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Maracatu Rural (ou Baque-solto)

foto: Marcos André

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