senhoreu
Fascículo à Deriva
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“[...] só resta o conhecimento, a vontade desapareceu.” - Arthur Schopenhauer.
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senhoreu · 1 month ago
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A vida social exige-nos determinadas condutas e caminhos a percorrer. A contravenção pode ser vista como um ato revolucionário ou até libertário. No entanto, parece haver poucas escolhas nesta vida possível de remediar, uma vez que suas bases foram fragilizadas ou ressignificadas. Enfim, tentar consertar. Essa aparente condição da vida que é vivida entre passado-presente, coloca-nos dúvidas ansiosas... de maneira que podemos agir sustentado pela ideia: "Se eu não experimentar/escolher isso agora, posso me arrepender." Nesse momento o arrependimento – sentimento perigoso – emerge como uma pulsão social, a qual pode nos forçar silenciosamente a abrir as pernas ou o pensamento sem, portanto, julgarmos a validade das condutas. O presente, pois, nos é apresentado como o último dia a ser vivido; não existe, afinal, o amanhã. E o modo de vida que segue assim, parece, mergulha no arrependimento, não pelo não feito, mas o feito impensado. Essa aparente 'cobrança de viver', que permeia a maior parte de nossa vida social, ignora o fato intrínseco da vida que é vivida em miúdos e que, por mais que o pensamento do "eu deveria ter aproveitado mais" surja amiúde, uma vida consciente para ser, afinal, bem mais vivida.
Fonte: Heronides Câmara, Presentismo. IV.XII.MMXXIV.
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senhoreu · 1 month ago
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Há muitos provérbios mundo afora, cada qual exprimindo um juízo, emoção ou sentimento. Dentre os milhares, existe um que declara: "É dando que se recebe." Sua validade é fácil de enxergar, no entanto, alguns doam-se sobremaneira: sua energia, seu juízo, seu tempo, seu sentimento, sua condescendência, sua expertise; de tal modo que nada mais parece lhes restar. Sujeitos cuja natureza conferiu o exagero como expressão de vida, inevitavelmente, olha para si e percebe um vácuo pessoal que só pode ser preenchido, nessa circunstância, com a negação. Negação do outro.
Fonte: Heronides Câmara, Abnegação. XII.X.MMXXIV.
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senhoreu · 2 months ago
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"Desde então comecei a medir a vida não pelos anos, mas pelas décadas. [...] A dos sessenta foi a mais intensa pela suspeita de que já não me sobrava tempo para me enganar."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Um perdão longo que me prometi continuar repetindo para sempre e foi como começar outra vez do princípio."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"De verdade, terminou ela com a alma: não vá morrer sem experimentar a maravilha de trepar com amor."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Hoje olho para trás, vejo a fila de milhares de homens que passaram pelas minhas camas, e daria a alma para ter ficado com um, mesmo que fosse o pior."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Cada vez que dizem coisas de você no rádio, que elogiam você [...] e chamam você de professor do amor, imagine só, penso que ninguém conheceu suas graças e suas manhas tão bem como eu. De verdade, disse ela, ninguém conseguiria aguentar você melhor que eu."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Você está vendo só? Em mais de meio século é a primeira vez que recebo você de visita sem ser na minha cama."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"[...] me sussurrou no ouvido: "Você ainda trepa?" Era Casilda Armenta, um velho amor de cada três por dois que me havia suportado como cliente assíduo desde que era uma adolescente altiva."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Não tinha um instante de sossego, mal conseguia comer e perdi tanto peso que as calças não paravam na cintura."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"[...] os ciúmes sabem mais que a verdade."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Quando saí de lá, o único sentimento que me restava na vida era a vontade de chorar."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"— Eu sou quem você não procura."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"A verdade é que eu não aguentava minha alma e começava a tomar consciência da velhice pelas minhas fraquezas diante do amor."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Não me reconhecia na minha dor de adolescente."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"[...] o amor me mostrou tarde demais que a gente se arruma para alguém, se veste e se perfuma para alguém, e eu nunca tinha tido para quem."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas.
Editora: Record.
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senhoreu · 2 months ago
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"Seus estados de alma eram notados em seu modo de dormir."
Fonte: Gabriel García Márquez, Memória de minhas putas tristes.
Editora: Record.
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