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Ler frases motivacionais não te faz mais forte se você não acredita no que está lendo.
Escrever frases motivacionais e não praticá-las para a própria vida também não.
Se a sua empatia acaba quando você desliga o computador ela é apenas comercial.
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as coisas não vão melhorar
e eu morro todos os dias.
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Entre a loucura e a tristeza
Prefiro ser uma louca que acha graça do que mais ninguém vê do que deixar a tristeza levar tudo de mim.
Ela continua aqui, sombreando toda a minha vida, sabotando todas as minhas chances, matando minhas capacidades e drenando minha vida, mas estou exausta de tanto pesar, tão exausta que chega a dar raiva de ter que carregar tanta tristeza sem poder me livrar, por vezes tenho que me render a ela tamanho é seu peso, mas me viro pro outro lado de mim e tem uma louca que rir enquanto chora e se nega a se entregar a algo tão vazio e sem propósito digno, pois que propósito há em morrer de tristeza?
Porque sinto que se me demorar nela cederei e morrerei como uma tentativa de salvar a mim mesma, de arrancar tamanha tristeza de mim, porque sinto que sou mais que isso, mas por causa disso não consigo ser toda eu, ainda assim recuso-me a morrer por mãos tão frias, é por muito pouco, mas ainda resisto, rezando para que essa louca tome conta de mim e corte com risadas a sombra que me cega, ainda sinto uma vontade imensa de ser inocente de novo, aquela inocência que faz uma criança ser feliz sem nenhum motivo aparente, no fundo eu só quero ser forte o suficiente pra não me render ao que me mata e corajosa o suficiente para ser a louca adorável que mora em mim e insiste para eu não desistir, nem dela, nem de mim.
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A minha despedida começa hoje, do mais íntimo ao mais distante, adeus
Quem sabe no pós vida
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Eu sou a sombra dos meus abusadores, mesmo que eles estejam mortos agora.
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Que bom que ainda podemos sorrir apesar de tudo. Através de tudo. Desses muros cheios de lanças e dos olhares que penetram com uma moral suja e distorcida sobre mim. Que bom que ainda posso atravessar esses dias doentes e febris e ainda admirar alguma tentativa de fé que surge, coitada, no fim da noite. Eu vandalizei meu corpo e dei aos porcos meu coração virgem de amor. Comeram minha carne de promessas e só me sobrou o cheiro azedo do fim. Cegaram meus olhos de fantasias e me jogaram venenos com sêmen e verdades puras. Eu era tão pura dos noticiários e pecados carnais, eu era tão pura de contusões e atrofias e bebedeiras e calafrios e visões de morte. Eu era pura de inferno e só queria saber do céu. Mas aquela mão entrou tão fundo que tocou a artéria e os vasos e mediu o comprimento da minha alegria. Que bom que eu ainda posso examinar as pulsações.
Os caminhoneiros me ofenderam na esquina da mercearia, na padaria o de bigode lambeu os beiços com o vão dos meus seios pequenos, e a senhora falou baixinho que eu era uma ‘mulher da vida’. Sem pudor, me elogiaram com as presas de um animal enfurecido e pronto para dar o bote. Até que enfim, senhor, seis anos tentando agradar aos futuros maridos e vizinhas da igreja, e família de respeito, e bíblia embaixo do braço, até que enfim sou mulher da vida e tenho função nessa terra. Amém.
Eu tenho uma vida dentro de outra vida, estou grávida do meu destino vulgar, dois seios a mostra e o peito do pé aparecendo, e o sutiã vermelho, e o arfar de um homem perto do ouvido molha todas as extremidades desatentas. Suor, aperto, distância, lento, solidão: vida. Admira a minha impureza se corroendo no gemido de dor. Quando saio de casa ninguém percebe os buracos e ecos. Que bom que ainda podemos sorrir apesar de tudo.
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Todo dia o barulho da cartela do remédio para gastrite dá bom dia aos meus tímpanos, parece música aos meus ouvidos. Eu convocaria um coral de minúsculas cartelas se pudesse. Depois disso a capsula dissolve no copo de água. Efervescente. Parecem pequenos fogos de artifício explodindo naquele espaço tão pequeno e logo entrando no portal riscoso que é o meu estômago. Meu médico disse que a minha garganta parece um vulcão: corroído e esburacado. Isso é por todo estresse. Isso é pelas horas de sono perdidas por alguma paranoia difícil. Isso é pelas neuroses costuradas de madrugada. E dos problemas que carreguei embaixo do braço sem nenhuma necessidade. Isso é pelo perdão que por tanto tempo eu me forcei a dar. E por aquele que eu tanto esperei receber. É por ter endeusado demais o outro a ponto de não enxergar qualquer traço meu. Isso é por ter insistido em amizades tóxicas e relacionamentos fadados ao fracasso absoluto. É por não ter reconhecido o abuso só pelo simples fato dele existir em um ambiente familiar. Isso é por todos os sapos engolidos no trabalho - e aqueles que ainda levei pra casa e servi no jantar. Quando o assunto vira pauta da sua vida. E a sua vida vira o próprio assunto. Isso é por todas as vezes que me encolhi em mim mesma por medo da vida ser muito grande. Por ter faltado nas aulas em que nos ensinam a brigar. E, principalmente, por pedir desculpas excessivamente pelo simples fato de ser quem sou. Não foi nada disso o que ele disse. Na verdade acho que ele só me explicou o caminho que o alimento faz no meu organismo até virar essa bola de meteoro que arde meu estômago e me provoca azia, e depois me prescreveu qualquer coisa que perderia o efeito três meses depois. Mas foi isso que eu ouvi. Então eu volto pra casa com mais esse gosto amargo indo e voltando do meu próprio vulcão interno. Alimentando um demônio de cada vez.
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escrever às vezes é como lavar a alma. construir pontes. costurar remendos.
sou grata por ainda ter as palavras.
não é você que escolhe como vou usá-las.
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Há também um esconderijo do corpo com as minhas densas camadas de tinta no rosto e as roupas que façam eu parecer outra coisa que não essa não a de hoje.
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Tenho medo da dor involuntária e não assistida. Daquilo que não é escrito e por isso ferve. Tenho medo que a ação de me ouvir falar provoque um movimento brusco e eu nunca mais volte para o plano anterior. Mas há quanto tempo tenho vivido longe de mim?
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Entramos em setembro. Daqui a pouco o sol estará em libra e eu farei 25 anos. Se preparem para textos neuróticos com crises existenciais alarmantes, afinal, cada vez mais próxima dos 30. Ou se preparem para uma ausência de textos porque a crise é tanta que atingiu a escrita.
muito
animada.
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Nesses tempos de ódio extremo, penso nas cartas que caio trocava com hilda. Ele, muito desapontado, revelava que mais um livro dele foi proibido pela ditadura. E de tantos outros amigos, inclusive, a própria hilda.
Em um conto dele, “Garopaba mon amour”, caio escreve:
“Mar, ainda não te falei de ontem. Talvez não haja mais tempo. Não sei se sairei vivo. Ontem lavamos na fonte os cabelos um do outro. Depositamos a vela acesa sobre o muro. Pedir o que agora, Mar? Se para sempre teremos medo. Da dor física, tapa na cara, fio no nervo exposto do dente. Meu corpo vai ficar marcado pelo roxo das pancadas, não pelo roxo dos teus dentes em minha carne.”
Isso te lembra algo?
Eu lembro do medo. Esse mesmo medo que estou sentindo pós domingo. Esse medo que vai continuar mesmo que, por um lado, consigamos nos reerguer. Porque descobrimos, mais uma vez, que casa nem sempre é sinônimo de proteção. E que nem toda família é lar.
E se você nesse exato momento se percebe sem medo saiba que você é alguém privilegiado. Em todos os sentidos: não ter medo é um privilégio.
“(…) sabemos que o mundo não vale a nossa lucidez.”
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lembrarei desses dias com uma dor apertada no peito. arrastarei meu corpo pela casa. móveis. cômodos vazios. sairei tentando cobrir a parte estranha que você descobriu em mim. e são como essas coisas que não podemos fingir a inexistência: não há volta do que já foi visto. então eu abraçarei outros corpos. e outras bocas vão sentir o mesmo gosto que você sentiu. eu não. e vou fingir como nunca fingi antes que estou tão dentro e tão fundo que posso contar as camadas de pele. pulsações em lugares estranhos. aberturas em 180 graus. e todo o resto reduzido ao pó.
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No alto do seu pedestal você não me enxerga. Você me estende a mão com cuidado para não cair de tão alto, mas eu não te alcanço daqui. No alto das suas cem mil curtidas amorosas e das trinta e cinco que já dormiram contigo, eu não consigo enxergar quem é você. No meio das suas fotos esplendorosas, que belas fotos, você diria, e os comentários reafirmando o que você já tem em mente, eu não te encontro de jeito nenhum. Do alto do pedestal, onde os passarinhos competem por espaço com o seu ninho de prioridades, a academia, o chopp na quinta, e o filme com a galera, a ligação que você não fez para o seu avô, ninguém consegue te encontrar. No alto do seu pedestal o seu ego inflama e ameaça cair, mas você é forte e resiste passivamente. Logo postará algum vídeo motivacional no seu perfil, ou recorrerá para alguma legenda com desabafos reais. No alto do seu pedestal você acena para mim. Você é inalcançável, eu gritei, e pela primeira vez sorri ao dizer isso.
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