saraxhan

[saraxhan]

chwonsix‌

Balançou a cabeça em negação, ainda com a testa enrugada e um misto de vergonha e desespero. Quando Sara apareceu então, parecia que estava prestes a desmaiar. Mas tentou manter a pose, tanto que não moveu um dedo sequer e ao menos disse uma palavra. Inclusive até evitou contato visual. Por mais que a simpatia da mulher fora indispensável, ainda sentia vergonha da situação e que tipo de julgamento aquilo poderia gerar. Concordou com Sun, ainda baqueada. As palavras do amigo e a forma como ele estava lidando com a situação fez seu coração aquecer daquela névoa criada na sua cabeça, ainda se recuperando. Fez o que pedira, apanhando com muito cuidado os cacos de vidro maiores, e em seguida, os pequenos com a ponta do indicador. Balançou a cabeça e soltou um pequeno ar pela boca, se sentindo um pouco aliviada por não ter sido um prato novo. Queria dizer algo, mas não sabia o quê, exatamente. “Obrigada e desculpa, Sunwoo. Não devia ter me oferecido pra pegar uma tarefa com essa responsabilidade… Você é um amigo incrível.” Ainda meio perdida, um sorriso tímido surgiu em seus lábios, talvez aquela seria uma forma de mostrar o quanto gostava dele.

"Não precisa agradecer. É o mínimo que eu posso fazer pela minha melhor amiga." Levantou os olhos daqueles cacos por um instante para lançar a Jungah o sorriso mais sincero que conseguia. "Além do mais, eu sei que você morre de medo da minha mãe." Riu baixo, embrulhando bem o jornal e colocando dentro do saco de lixo. "Mas fica tranquila, é o nosso segredo." Piscou para a mais baixa e levantou-se, estendendo a mão para ajuda-la a fazer o mesmo. "Saiba que ela tem só a cara fechada, mas é muito legal. Agora meu pai... Enfim, se ajuda, ela gosta muito do você." Assentiu e ligou a torneira, mas assim que a água alcançou a pele de suas mãos, sentiu um dor aguda na palma, próxima ao dedão. Chacoalhou enquanto seu rosto de contorcia pela sensação ruim, vendo sangue começando a escorrer. "Droga. Acho que hoje não é nosso dia de sorte."

[saraxhan]

chwonsix‌

Ainda meio impactada com aquela ideia, Jungah tentou esboçar um sorriso com os olhos esbugalhados. Ficou observando os passos de Sunwoo e pôde sentir o friozinho na barriga só de se imaginar acompanhando aquela conversa entre mãe e filho. Para sua sorte, o garoto voltara antes que ficasse sem saber o que fazer como uma completa estátua. “Fechado.”  Olhou em volta e deu alguns passos à procura do pano de prato, e logo virou-se em direção aos dois com a maior naturalidade possível, ou pelos, para transparecer que estava. Deu uma risadinha ao concordar com o amigo, aquela seria uma baita aventura. “Se trabalharmos em dupla, conseguiremos! E além do mais, o que de pior pode acontecer?” E em uma fração de segundo foi exatamente o que aconteceu. O prato enroscou no pano e as mãos de Jun perderam o controle da peça, que caiu no chão como uma bomba que além de fazer o maior barulhão, quase explodiu a cabeça da garota de tanto nervosismo. “Omo! Me desculpe. Eu… ahhhhhhhhhh!!!” Soltou um grunhido estranho no final, encontrando uma maneira de expressar a pequena parcela daquele vexame.

Os ombros se retraíram e Sunwoo deu um passo pra trás, fechando os olhos num piscar forte assim que ouviu o barulho dos estilhaços se espalhando pelo chão. Estava mais abalado pelo susto do que pela peça perdida, o tipo de pensamento que certamente não encontrou em Jungah. "Você está bem? Se machucou?" Suas mãos avançaram em direção a ela, se certificando de que não havia ferimentos. Logo a mãe apareceu na porta, perguntando o que tinha acontecido. "Eu deixei o prato cair. Foi mal, mãe." Coçar a nuca enquanto fazia uma cara sem graça certamente era uma de suas artimanhas mais eficientes, portanto, não foi surpresa nenhuma quando Sara apenas balançou a cabeça e pediu para que limpassem tudo antes que alguém se machucasse. "Não se preocupe, é só um prato. Respira fundo e começa a juntar os cacos enquanto eu vou atrás de algo pra colocar isso, pode ser?" Lançou um sorriso afável na esperança de acalmá-la do aparente medo que sentia, emanando uma aura amigável. Saiu da cozinha e pouco depois Sunwoo estava de volta, entregando um jornal à Jungah. "Estende no chão e coloca os pedaços em cima pra ninguém se machucar quando for recolher. Ainda bem que é um prato meio antigo, se fosse um novo, ficaríamos procurando cacos até amanhã." Soltou uma risada melodiosa, tentando afirmar para Jungah que estava tudo bem e quem sabe, distraí-la com qualquer assunto, mesmo que fosse a diferença de fabricação de peças novas e antigas.

[saraxhan]

chwonsix‌

As mãos entrelaçadas uma na outra e o braço retraído para o próprio corpo demonstravam toda cautela de Jungah ao tocar em qualquer coisa naquele espaço. Podiam cortar sua língua, mas jamais contaria para alguém que possuía medo de Sara. Era seu segredo! “Ah… você tem certeza que não está em outro lugar? Vai dar muito trabalho se formos mexer em tudo…” Disfarçou, virando-se para Sunwoo com o olhar acanhado. “Você!!!” Com o tom mais alto do que normal, apontar para o garoto foi a única reação que teve ao levar um susto. “Quero dizer, você pode lavar e eu fico encarregada de enxugar. Ou só de levar.” Recolheu o braço rapidamente, tentando fingir que aqueles segundos de surto nunca existiram, só que as bochechas rosadas a entregaria, de qualquer forma. “Pode começar.”

Concordou mentalmente com ela. Quando terminassem de abrir todas aquelas portas, já seria ano novo. Começava a pensar em outra solução, mas os braços repentinamente aproximados do corpo e os músculos retraídos demonstravam que também se assustara com o súbito gesto da mais baixa. “Tá bom...” Disse com os olhos esbugalhados, imóvel. Pensou um pouco, voltou à posição anterior e começou a rir, balançando a cabeça. "Você quase me matou do coração agora!” A risada alongou-se, saindo completamente do choque anterior. “Melhor deixar isso pra lá mesmo, peço pra minha mãe pegar e levar pra gente.” Fez um biquinho que logo desapareceu e começou a caminhar para a cozinha, trocando algumas palavras com Sara sobre o que tinha acontecido e fazendo seu pedido. “Eu lavo e você enxuga, fechado?” Voltou-se para Jungah e pegou uma bucha enquanto a mãe deixava uma caixa ao lado da pia. “É, a gente tá frito.”

[saraxhan]

Estreitou os olhos, fitando o armário gigante da sala com os braços cruzados. Onde estavam os copos especiais de sua mãe mesmo? “Eu não lembro em que parte estão todas aquelas coisas que dona Sara pediu, então vamos ter que desbravar isso aqui pra descobrir.” Disse em um tom bem humorado, esboçando um sorriso a Jungah. “E pensar que ainda vamos ter que “passar uma água” antes de começarmos a organizar a mesa…”

[saraxhan]

M!A: sons & daughters {AU!}

Han Sara & Yu Chulsoo.

Yu Sunwoo, 17.

[saraxhan]

As mãos firmemente agarradas à alça de sua bolsa explicitavam o quanto estava nervosa com aquilo tudo. Sara mordia os lábios com insistência enquanto entrava no local marcado, os tênis emitindo um ruído muito baixo graças à insegurança que transparecia até no modo como andava. Ele podia ser qualquer um, literalmente. Podia ser uma menina, um menino, uma criança, um velho, um serial killer e muitas outras coisas. Por mais estranho que possa parecer, não era disso que ela tinha medo. E se, de fato, ele fosse o cara bacana com quem conversara durante todo esse tempo? O que faria? Como agiria diante dele? Sua experiência com encontros beirava a inexistência e isso a deixava louca por dentro. Sempre sabia o que fazer no trabalho e na vida acadêmica: era só ler um livro, estudar alguma teoria e pronto, estava preparada para resolver qualquer problema. Mas quando se tratava de sua vida amorosa, o desastre era iminente. Estava lidando com pessoas e nessa área, ler alguns parágrafos de algum artigo não era o suficiente. Por isso ela entrou com cautela, olhando para todas as mesas, rosto por rosto, para tentar adivinhar quem seria seu Sirius Black favorito. Entretanto, só havia duas mesas ocupadas: uma por um casal e outra por duas garotinhas. Não, com certeza aqueles não eram quem procurava. Respirou fundo, escolheu em uma mesa um pouco mais escondida e sentou-se. Pegou o celular e percebeu que suas mãos tremiam de nervosismo. Nunca tinha passado por nada semelhante antes. Encheu os pulmões de ar novamente e por via das dúvidas, resolveu avisá-lo de que já estava à espera. Se ele estivesse tão incerto quanto ela, era capaz de ele nem aparecer. E Han não o julgaria por isso.

[saraxhan]

24Padfoot 👓: Se depender de mim, essa realidade vai mudar :)

24Padfoot 👓: Claro, sem problemas. Só não vai esquecer 🙈

24Padfoot 👓: Não duvido kekeke

24Padfoot 👓: Mas eu estava brincando. Escolha um horário que fique melhor pra você, qualquer um. Afinal, eu vou estar lá seja a hora que for.

Gates65 🦉: E eu espero que mude de fato!

Gates65 🦉: Eu não esqueceria isso nem se quisesse kekekekke

Gates65 🦉: Nãaaaaaao, à tarde está ótimo pra mim! Sério, não se preocupe

Gates65 🦉: Às 15h está ok pra você?

Gates65 🦉: Já já te mando a localização

[saraxhan]

24Padfoot 👓: Sorte a minha que irei presenciar essa cena amanhã pessoalmente kekeke

24Padfoot 👓: Nem eu, temos muita coisa pra conversar.

24Padfoot 👓: Se você diz que o lugar é bom, é porque é mesmo. E bom, é pra lá que vamos!

24Padfoot 👓: Você pode me mandar a localização? Só pra garantir que não errarei o lugar keke

24Padfoot 👓: Qual horário você prefere?

24Padfoot 👓: Eu preferia que fosse antes do pôr do sol, porque bem...

Gates65 🦉: Infelizmente, eu não sorrio muito na vida real, mas amanhã com certeza será uma exceção!

Gates65 🦉: Claro, claro! Vou pegar o endereço e depois te mando, pode ser?

Gates65 🦉: kekekekekekekekeekek você e suas referências

Gates65 🦉: Mas... Durante a tarde? Eu acho que consigo pedir um dia de folga, já que sou uma trabalhadora exemplar kekekeke

[saraxhan]

24Padfoot 👓: Só queria ter certeza que você estava tranquila com tudo isso. Fico feliz que está decidida...

24Padfoot 👓: Porque eu também estou.

24Padfoot 👓: Woah, amanhã fica ótimo.

24Padfoot 👓: Diga-me onde estás que eu irei!!!

24Padfoot 👓: Brincadeira kekeç´çf

24Padfoot 👓: Tem algum local de preferência?

Gates65 🦉: Só de ler essas mensagens eu já estou sorrindo feito boba, aish!

Gates65 🦉: Não acredito que depois de dois anos nós finalmente vamos nos encontrar 😍😍😍

Gates65 🦉: PABO! HADHDHDHADHAH

Gates65 🦉: Sinceramente, qualquer lugar pra mim está ótimo

Gates65 🦉: Mas tem uma cafeteria no centro que é pequena, mas muito aconchegante! E eles tem bastante doces lá também kekekeke

[saraxhan]

24Padfoot 👓: Está falando sério?

24Padfoot 👓: Você não sabe o quanto eu esperei para te ouvir dizendo isso.

24Padfoot 👓: Ouvir não, ler.

24Padfoot 👓: Você tem certeza? Digo, eu quero muito! Mas também não quero que você sinta desconfortável por ir além do que você já tinha decido antes.

24Padfoot 👓: E você não precisa me perguntar de novo porque a resposta é sim.

Gates65 🦉: Sei que isso foi do nada e entendo sua preocupação comigo, inclusive, muito obrigada

[saraxhan]

24Padfoot 👓: Deixo você ganhar uma partida de LOL se você adivinhar a façanha que cometi no trabalho hoje 🤦🏻‍♂️

24Padfoot 👓: Melhor, converse comigo. Só assim eu consigo esquecer as mancadas e me concentrar em coisas boas 😌

Gates65 🦉: Eu não acredito que até nisso somos parecidos, meu Deus!

Gates65 🦉: Também passei por uma boa no trabalho hoje e sinceramente? Preciso ficar perto de alguém que me entenda e me apoie

Gates65 🦉: Sei que fizemos uma promessa, mas eu não aguento mais!

Gates65 🦉: Por favor, nós podemos nos conhecer pessoalmente?

[saraxhan]

nerdchulxo

“Hm?” Após oferecer, fitou-a com uma expressão serena de quem havia perdido uma parte da conversa e aguardava Sara finalizar o que tinha para dizer. Por um instante ficou na dúvida se havia ouvido certo ou se aquilo era um tipo de situação que só acontecera na sua cabeça, mas logo deu de ombros. Preferiu acreditar que seu ato pra lá de generoso jamais seria desvalorizado por alguém que conseguia facilmente fazer isso e ainda passar despercebida. Entregou-lhe a xícara e acenou com a cabeça, meio incerto sobre o que dizer em meio aos dez segundos de silêncio mais constrangedores de todos os tempos. E aparentemente ele não era o único a constatar o mesmo tipo de sensação. Fez uns movimentos bruscos e rapidamente sentou-se a cadeira, observando o material enquanto bebia um pouco do chá e esquematizava por onde iria começar. “Contanto que você não fique na frente da luz, supo…” A xícara indo em direção a boca deixou as palavras praticamente inaudíveis, mas foram interrompidas por uma boa golada de chá quente que assassinou sua língua antes mesmo que finalizasse. Era o destino dando uma segunda chance a Chulsoo antes de soltar uma pérola ou o famoso carma lhe castigando? Provavelmente as duas opções. “Não, de maneira alguma.” Reforçou, a cara vermelho esbanjava desespero em evitar de jogar tudo pra fora, mas fora bastante conciso nas palavras. “Bom, vamos ver.” Pegou a chave de fenda e deixou o recipiente de lado, onde passou a estudar melhor. “Preciso que você segure essa parte da luva.” Apontava para a peça minúscula que cobria a parte a ser reparada e esticou o braço para buscar outra ferramenta. Mas o que deveria ser uma simples ação, transformou-se em uma situação embaraçosa ao ficar apenas centímetros de distância do rosto de Sara.

Por um segundo, achou que ele fosse morrer, mas não fez muito além de ficar observando com uma cara que dizia: você deveria tomar mais cuidado. Até porque nem tinha exatamente como ajudá-lo naquele caso. Sara resolveu ignorar aquela situação e prestar atenção ao pedido dele, mas não se tocou de que a luva tinha ido parar do outro lado. Graças àquele erro de cálculo, a morena aproximou-se naturalmente do balcão e ao procurar pelo objeto, acabou achando outra coisa. Os olhos de Han mal piscavam e sua respiração tinha ficado entalada em sua garganta. Se estivesse com o pescoço um tiquinho mais esticado, aquela cena teria ficado bem pior do que já estava. Logo sentiu as grandes bochechas queimando de vergonha e foi esse o sinal que precisava para descongelar. A jovem afastou-se rapidamente de Chulsoo e ainda sem saber o que fazer, disse quase como um robô cujo sistema acabara de falhar. “Eu acabei de lembrar que tenha umas coisas pra fazer. Depois você leva a luva pra mim, pode ser?” Com a cabeça trabalhando num ritmo acelerado, Sara não soube como achou a porta em meio a tanto nervosismo. Quando caiu em si, estava praticamente correndo para sua sala a fim de ficar sozinha. Aquele episódio não a deixaria em paz durante muito tempo. Seu primeiro beijo depois de tanto tempo ser logo com Chulsoo? Qual é, universo!

[saraxhan]

nerdchulxo:

Como se não bastasse as palavras de Sara, virou-se para checá-la mais uma vez e permaneceu por segundos. Algo estava estranho, as peças pareciam não se encaixar. E não, Chulsoo não se referia a luva à frente. “Então ‘tá certo.” Levantou-se rapidamente e foi em direção ao computador na mesa oposta e os dedos dispararam contra o teclado. “Você está muito atarefada? Porque acho que consigo começar agora e bom, acho que não vai levar tanto tempo.” Colocou as mãos no bolso da calça, intercalando o olhar entre a garota e a máquina. Já havia catalogado a luva antes mesmo da resposta, ou seja, daria prioridade ao serviço antes de seguir com o que tinha que fazer. “Mas antes…” Saiu depressa da sala e logo em seguida voltou trazendo com um caneca de chá numa mão e café na outra. “Vamos precisar de combustível. Chá ou café?” Deixou à mostra, já vasculhando os suportes pelo local. Poderia estar arriscando ao dar uma bebida a Sara dentro do seu escritório, mas se fossem trabalhar juntos, precisavam estar na mesma sintonia. Mesmo que isso significasse dar uma segurada na sua língua e ser agradável de vez em quando. 

Pensou em ir embora: ele se viraria muito bem e por mais que sua vontade fosse de socá-lo, ainda precisava dos talentos de Chulsoo. E não arriscaria ficar em sua companhia, não nessas circunstâncias. Porém, seus pensamentos foram cortados no momento em que ele abriu a boca. “Não, essa é justamente minha missão do dia.” Encolheu os ombros e apoiou os cotovelos na própria coxa, se perguntando o que ele estava prestes a fazer. Quando o viu com as canecas, Han franziu o cenho e voltou a encostar na cadeira, deixando claro que fora pega de surpresa. Ficou alguns segundos olhando para ele, desconfiada. “Não tem vene... Esquece.” Repreendeu-se mentalmente e olhou para os próprios pés, sem graça. Mas sejamos honestos, como nunca recebeu gentilezas por parte de Chulsoo, o ato era mais do que um bom motivo para desacreditar que ali só havia uma boa ação. “Vou ficar com o café. Obrigada.” Pegou o recipiente e tomou um gole, ainda sem jeito pelo quase comentário maldoso. Para evitar contato visual, resolveu levantar-se e dar uma curta volta pelo escritório, olhando as coisas com calma e tomando um bebericando o líquido de vez em quando. “Não vou te atrapalhar ficando aqui?” Perguntou por via das dúvidas, olhando-o de soslaio. “E tem algo que possa fazer para ajudar?”

[saraxhan]

nerdchulxo:

Desviou a atenção do objeto em um olhar desconfiado enquanto Sara falava, em seguida voltando ao seu estado de concentração acompanhado da testa levemente enrugada. Ao que tudo indicava, o problema da luva ia além de qualquer chave de acesso ou algo relacionado ao próprio sistema. Era algo muito mais mecânico do que o próprio programa que o compusera. Sentou-se na cadeira do centro, onde havia um espaço destinado à análise de pequenas peças. “Tanto faz.” Deu de ombros, mantendo a cabeça abaixada e os ombros rígidos. “Caso você decida sair da porta e entrar na sala, venha aqui. Preciso te mostrar algo.” Com uma mão, puxou a cadeira de rodinhas e colocou ao lado da sua sem se dar o trabalho de checar Sara. “Está vendo essa peça minúscula? O próximo sistema autorizou ela a travar por completo.” Fez uma pausa, acompanhado Sara pelo canto dos olhos. “Mas a questão é que pra destravar vou precisar desmontar a luva inteira e quem sabe não restará nada pra aproveitar.”

Soltou um suspiro longo, perdendo totalmente o interesse em manter qualquer tipo de comunicação. Voltaria a se comportar da maneira que sempre se comportava: calada, falando somente o necessário ao invés de tentar ser ao menos educada com aquele babaca. Entrou na sala e sentou-se, incomodada com a menor das coisas que podem irritar um ser humano - como a respiração alheia. Apoiou o cotovelo no braço da cadeira enquanto inclinava-se para ver o que ele apontava. A concentração fez seu cenho se franzir em um estímulo involuntário ao mesmo tempo que tamborilava os dedos no ar. “Sem problemas. Eu não preciso da luva, só do cartão de memória." Encostou-se no assento, olhando para o artefato e pensando nas consequências que um erro em potencial poderia causar.

[saraxhan]

nerdchulxo:

A codificação na tela do computador gerava uma espécie de planilha da qual gastarias horas apenas para desmembrá-la, onde só logo em seguida, conseguiria montar o panejamento de reparos. Uma atividade um tanto exótica, porém, nenhum bicho de sete cabeças na rotina de quem amava o que fazia e contava com a ajuda de outras máquinas e claro, a principal ferramenta: o silêncio. O barulho quase imperceptível da porta indicava a entrada de alguém que só fora identificada a partir da fala. Esperou que belo discurso chegasse ao fim para dar uma meia volta com a cadeira de rodinhas e finalmente ficar frente a frente com Sara. “E antes de mais nada, um ‘bom dia’ seria a primeira coisa que você deveria dizer quando está prestes a pedir um favor.’’ Revirou os olhos rapidamente, depois de alguns meses nada daquilo o surpreendia. “Já checou todas as chaves de acesso? Até as universais?” Arqueou as sobrancelhas, tinha certeza de que ela já havia tentado, mas não custava confirmar. “Não sei, vou pensar. Mas deixa eu dar uma olhada.” Gesticulou para Sara lhe apresentar o objeto já que a primeira vez foi em vão. 

Respirou fundo e mordeu a língua para não responder cada desaforo que ouvia em plena manhã de terça. Mas o maior motivo pra se segurar é que, apesar dele ser um ser humano horrível, era um ótimo profissional. E ela não tinha tempo a perder. “Sim, todas. Criei um banco de dados só pra isso...” A derrota era evidente na voz que desaparecia conforme falava. Estava frustrada e o ato de entregar a luva para Chulsoo sem dar mais nenhum piu, era justamente para que aquilo não se transformasse na oportunidade perfeita para transformar tudo aquilo em raiva. Não entrou na sala, não recebera um convite para tal. Mas da porta foi possível ouvir um suspiro e sua voz, hesitante, que dizia: “Um por favor compensa o bom dia?”

[saraxhan]

Respirou fundo, deu dois toques na porta de vidro e a mão apertou-se em volta das luvas de ferro que segurava. “Antes de qualquer tipo de grosseria, eu vim porque é o último caso. A Boss enviou isso pra eu checar porque foi recolhido como prova em uma missão e eu preciso extrair o máximo de dados que puder daqui. Mas...” Abriu um compartimento da luva em que era possível ver uma espécie de mini-cofre. “O cartão de memória está aqui dentro e eu não consigo encontrar a maldita chave de acesso, então só pode ser aberto de uma maneira mais física do que tecnológica. Pode me ajudar com isso?”

[saraxhan]

24Padfoot 👓: É uma pergunta meio idiota, mas o que você quer dizer com isso? Preciso de mais dicas u.u

24Padfoot 👓: É por isso e outros mil motivos que você vai carregar meu sobrenome futuramente 😜

24Padfoot 👓: Eu já até me questionei se tudo isso não passava de uma programação avançada, mas lembrei que máquina nenhuma é capaz de criar algo tão perfeito 🙊

24Padfoot 👓: Será que sou? Fica a dúvida...

24Padfoot 👓: Mas quem disse que assistíramos? Eu mesmo ficaria observando uma outra obra-prima, de outro nível 😌

Gates65 🦉: Talvez eu tenha uma relação mais estreita com corujas... E talvez, quem sabe, eu não posso mesmo me transformar em uma...

Gates65 🦉: YA! Não fique dizendo essas coisas 🙈🙈🙈🙈🙈

Gates65 🦉: Ei, preciso sair urgente agora, me desculpe

Gates65 🦉: Mas aceito seu sobrenome, nenhuma máquina seria capaz de criar alguém como você e se você não quiser, não precisamos assistir filme nenhum 👀👀👀

Gates65 🦉: Se cuide

Gates65 🦉: ...

Gates65 🦉: 💙