salvemedusa
literatura de vila
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salvemedusa · 22 days ago
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simplicidade
eu acho que eles não estão prontos
acho que não dá pra ser amada assim
de forma simples sabe
eu acho que me amar é simples
mas eles estão acostumados com o amor pesado, cobrado, incerto
eu quero simplicidade
sabe aqueles clichês de flores, brigas por ciúmes e casamentos lotados ? não servem a mim
eu quero uma florzinha da rua que você pegou num quinta-feira chuvosa voltando pra casa, a certeza de que o ciúmes é pouco perto da gentileza do toque único de nossas mãos juntas, os momentos a sós de completo silencio seguidos de uma música aleatoria de qualquer playlist
quero a frieza do calor dos seus braços depois de dias exaustivos de provocações alheias
quero saber, e sempre saber, o que te machuca pra deixar minhas facas distantes das cicatrizes
quero dizer, e somente dizer a você
que meu amor é simples
e que é simplesmente de você
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salvemedusa · 22 days ago
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didática
você não vale uma poesia
talvez você não vale nem as palavras
e as letras, sempre que podem, mantem distância da sua boca
linguagem é coisa de outro mundo
e literatura, coisa de outras conexões
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salvemedusa · 22 days ago
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sei lá
muita poesia passa em meu coração
pouca palavra é o que sai da boca
tem vezes que guardar o pensamento
é a melhor escolha
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salvemedusa · 2 months ago
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minha mãe
eu te peço que não deixe que a vulnerabilidade tome conta de mim
que a fraqueza não tome conta de quem eu sou
que a culpa não me consuma
me abre caminho
me permite ver o caminho
abra meus olhos, mãe
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salvemedusa · 2 months ago
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aos meus 3 filhos fora do tempo espaço terra
do fundo do meu coração, me desculpem por não mante-los aqui comigo. eu gostaria de ter uma casa bem grande para montar um quarto pra cada, cada quarto teria as cores, os personagens, as coisas que fosse do jeitinho de cada um e eu nunca vou saber qual seria esse jeitinho.
me dói pensar quais nomes vocês teriam, apesar de eu imaginar cada um deles. eu queria saber com qual cor de cabelo vocês nasceriam, eu queria saber qual a cor dos seus olhos, com qual tom de voz vocês me chamariam de mamãe.
mais do que isso, eu queria acordar todos os dias e pedir pra lili ir acordar as irmãs e os irmãos, eu tenho tanta certeza que ela gostaria de me ajudar nisso, ela adora bebês, ela é minha melhor amiga e seria a melhor amiga de vocês. e eu nunca vou saber como é isso.
somente pelo dinheiro, só o dinheiro me impediu de sentir tudo isso, só o dinheiro me fez chegar aos meus 25 anos com uma filha, e não e não mais que isso. mas se não fosse o maldito dinheiro, eu teria vocês aqui comigo.
eu queria tanto, meus filhos, que vocês estivessem aqui comigo. é muito maluco sentir que eu também perdi vocês de alguma forma. é tão maluco sentir que vocês já eram meus filhos. é tão maluco maternar com pessoas que nem nasceram. sentir ser mãe de alguém que eu nunca cruzei os olhares….
mas é sobre ser. ser mãe de quem está e ser mãe de quem não está. e eu peço desculpa por não conseguir fazer com que vocês estivessem aqui. eu queria, eu quis, eu sempre vou pensar nisso. mas eu não poderia condicionar vocês aos meus erros.
de alguma forma, meus filhos, eu amo vocês. eu amo muito, não sei como, mas eu amo.
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salvemedusa · 2 months ago
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maia, minha querida, está tudo tão caótico
que eu nem consigo escrever mais com tanta frequência
parece que os pensamentos estão me perseguindo e eu já disse pra eles irem embora
não me deixam nunca, falam nos meus ouvidos até eu gritar que eu não quero ouví-los
mas eles me perseguem, maia
eles me atentam e, consequentemente, me fazem escrever sem fim. me fazem fotografar, me fazer rimar, me fazem explorar. pois não cabem mais em mim. eu preciso que eles me deixem, mas eles nunca me deixam.
maia, querida, está tudo tão caótico.
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salvemedusa · 2 months ago
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individualidade
o quanto eu já sofri por ter minha individualidade exposta? eu não consigo contar, lembrar ou dizer quantas foram as inúmeras vezes em que precisei me explicar, me justificar, questionar ou lidar com situações que eu não deveria lidar pois são espaços que as outras pessoas me colocaram.
eu cheguei em um momento em que tenho a impressão que não há mais espaço para as minhas confidências, para os meus segredos, para os meus erros. eu já nem sei mais quais direitos eu tenho de errar, de me exautar, de falhar, de não estar, a ideia que tenho é que não posso, não devo, não é do meu direito, não cabe a mim.
sabe qual o resultado disso? que é ainda mais fácil desistir, pois em lugares que não sobram espaços individuais, o espaço coletivo te sufoca. e eu não aguento mais ser exposta.
#'
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salvemedusa · 6 months ago
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incuráveis e eternas
tem tanta coisa que é incurável e eterna que parece que nem depois da morte a gente se livra
não tem nem como saber, quando eu quis ir eu não consegui e agora não vale mais a pena ir embora
esses dias li em uns escritos tristes sobre não se importar mais com quem vai embora da sua vida e você até abrir a porta. é um fato
eu abro a porta, a janela e todas as entradas de quem quiser se retirar, mas não ligo quando voltam. podem voltar, eu já não me importo mais sobre ausência. a falta já faz parte de mim.
eu nunca vou conseguir me curar desse vazio. não é romântico, é existencial. eu nunca mais fui a mesma depois de 2017. o ano do desânimo, de esquecer quem eu era, eu não lembro mais de mim.
tentei por algum tempo ser mais do que eu poderia para todo mundo que entrou pela porta do meu coração. mas sinto que ninguém gosta o suficiente de permanecer na minha casa, sempre tem algo que distancia, então eu já deixo a porta e o portão abertos, pra que eu nem precise levantar pra destrancar.
sintam-se em casa, venham e voltam quando quiserem. pode ser que daqui um tempo ela esteja vazia.
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salvemedusa · 7 months ago
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feliz do trabalhador à todas as mães que ficam em casa, que o trabalho é o cuidado. que não puderam sair, não tiveram alternativas, não colocaram a si como prioridade muitas vezes, que não compram suas próprias coisas para comprar aos seus filhos, que não terminaram os estudos pois esses lugares não são feitos pra nós, que foram negadas trabalhos registrados e que por isso, muitas vezes, são artistas e artesãs, que precisam de renda extra, que precisam triplicar a rotina, o esforço, a vontade e a sagacidade de viver. e que precisam, mesmo que queiram,não desistir.
eu sou dessa classe de trabalhadoras.
um dia nois vence!
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salvemedusa · 7 months ago
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a vingança são muitos pratos que se comem aos poucos
desde antes da gente terminar você começou seu plano mirabólico de vingança, você mesmo disse isso quando eu descobri que você estava me traindo com uma gatinha de botucatu, até hoje penso que eu gostaria muito de ir num show do fbc mas que seria o show que eu mais choraria - não só pelo conteúdo musical - mas pela fatídica lembrança de quando eu achei que seria uma ótima ideia ir pra btu pra ver o show contigo e na real você tava bem lindão ficando com ela - ou terminando com ela - algo do tipo. mas eu merecia, né, segundo sua mente, eu merecia tudo aquilo e eu achei que depois de ter de fato me traído e falado as coisas mais horrível sobre nosso realcionamento pra sua melhor amiga da época você terminaria ali, que já estava bom, achei que depois disso e depois de termos termidado, você tinha se sentido satisfeito sobre sua vingança astuta.
me enganei demais, parece que tudo conseguiu piorar, no começo era tranquilo pra mim, eu definitivamente não queria saber nada seu, você me bloqueou e eu segui fingindo que nada estava ocorrendo, chorei sozinha, reclamei para amigas bem próximas, chorei mais um pouco mas não fiquei de lero lero por aí, até aquele momento. depois de tempos vem aqueles momentos que você adora proporcionar: me segue numa rede e para de seguir, vê meu perfil do tiktok, curte um tweet, curte uma foto foto bem específica de 2020 quando eu pintei a primeira vez meu cabelo de vermelho.....demorei meses para abir seu blog e de fato esse foi o marco temporal do fim do mundo pra mim.
quando fiz isso, ler os textos que tinha escrito tinha meses, durante os primeiros meses do término e depois quando conheceu sua nova namorada, me fez entender todo seu processo de sofrimento-cura e me fez pensar e sentir que eu não passei por esse processo, eu tinha pulado esssa parte, então de forma atradasa eu comecei a sofrer de verdade, chamei minhas amigas pra virem em casa pra virar chorando e fazendo reflexões irreais que naquele momento fazia sentido, li e reli todos os textos repetidas vezes e pensava em responder cada um deles, entrei nas redes sociais pra saber o que estava pensando e começei a te perseguir de uma forma que não gostaria mas que naquele momento fazia total sentido, parecia que eu tinha terminado tinha 2 dias e na real isso já tinha acontecido há meses. mas tudo bem, foi catótico e dolorido, foi quando comecei a fazer músicas, queria te responder a altura (nem lancei), mas de tudo que é ruim consegui sobreviver e pensar que nem fazia tanto sentido assim.
cada música que escutei sua fiquei pensando em cada frase montada, o motivo de você ter colocado aquilo, falado sobre aquilo, citado as pessoas, os homens, a dívida, as fraquezas e o como você diz que se sentia aqui em casa - lugar que abri com todo amor e carinho do mundo, nunca tinha morado com nenhum outro homem após o nascimento da elis, sempre tomei muito cuidado e pensei sobre isso, não queria envolver ela em coisas que eu passei quando criança e, mesmo assim, não vi problema em te oferecer um lar pra você poder dar aula na sua primeira escola, penso que gostaria que fizesse pra mim se fosse o contrário, não me arrependo disso mas quando ouvi o que compos em ''elis'' repensei se fiz certo, se fiz o que queria pra mim e não pensei nela, se fui uma mãe menor, se sou uma mãe ruim...chorei não só pelas coisas ruins que disse sobre mim, mas sim por ter envolvido alguém que não merece e que não deve ser envolvida em relações caóticas, fiquei muito insegura depois disso sobre quem e quando deveria apresentar as pessoas pra ela, mostrar pra ela, falar sobre pra ela. me senti totalmente vulnerável em como maternar, em como elis vivia sobre o meu maternar, duvidei da minha capacidade tudo por isso música que um homem que viver menos de 2 anos dentro de minha casa escreveu. alguém que não estava comigo antes, que não me viu gestar, não me viu parir, não me viu amamentar, não me viu desmamar, não me viu acordada madrugadas agora para manter ela em pé e saudável, pra criar, pra amar, pra me sacrificar e pra me doar à ela. quando essa chave virou na minha mente, que pensei ''por quais razões eu estou sofrendo por uma perspectiva que definitavmente nunca será a minha e que eu não tenho o menor controle de alterar?'' eu passei esse pensamento para todas as outras coisas suas, para todos os textos, músicas, curtidas, falas, gestos....
ressignifiquei tudo, apesar de ainda não compreender o motivo de você ter levado sua namorada pra prainha branca, lugar que falei com grande frequência que queria te levar. o fato de você usar exatamente o mesmo emoji que usávamos e ligado a isso, o mesmo apelido - jóia. o doloroso fato de você ter levado embora o primeiro presente que me deu e que eu amava e ter dado pra ela e, depois de um tempo, ter me falado que ela nunca tinha usado - não entendia também pq mesmo depois de tempos você mentiu pra mim, tinha foto dela usando, nao tinha como ser outro, eu sabia, você sabia e não sei se ela sabe até hoje, mas espero que não (eu me sentiria até triste se você me desse algo da fany pra eu usar visto que definitamente ela não tem o mesmo estilo que eu, amém rs).
então, tudo isso pra nem chegar a nenhuma conclusão pois isto não é posia, é desabafo. sobre alguém que me pinta como vilã, como ruim, como a estraga corações e que finge que nada do que faz pode me afetar, mas afeta sim, magoa sim, me fere sim, pois apesar de tudo e todos, eu sinto muito.
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salvemedusa · 7 months ago
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meia hora de soco
peguem seus dinheiros e enfiem em seus respectivos cus, cubram seus corpos com suas cobertas quentes, comam a podridão de suas comidas, vivam nas mesmices da solidão coletiva. nem todos almejam chegar à linha do nada cruzada com a do esquina da falta de senso em que se encontram. nem todos querem banhar nas águas sujas em seus apartamentos. nenhum deles tem a conta dos carros virados a madrugadas com vidros quebrados pela alta violência humana. onde as jiboias não dão folhas saudáveis, o ar é questionável. de que adianta uma espada de são jorge se ela não protege o lado correto de sua porta ? se as fumaças de seus cigarros são intrinsecamente mescladas com as fumaças industriais, se as linhas desse metrô não são usadas para o consumo da arte, só do álcool. se enquanto cantam no palco, viram as costas, se enquanto cantam, insinuam maldades, se enquanto dançam, desprezam, se enquanto fazem, duvidam e se enquanto acertam, estão errados. pois então há clássicos que resolvem, uma boa tirada de meia hora de soco e meio copo de água depois.
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salvemedusa · 7 months ago
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decidam entre si
quando todos em sua volta podem resolver seus problemas e decidir sobre como agir com eles, a gente perde nosso potencial de acreditar em si mesma. o caminho até aqui me faz pensar até que ponto consigo aguentar tudo sempre ser decidido pelos outros, olhado pelos olhos dos outros, falado pelas bocas dos outros e adaptado para que os outros se sintam confortáveis.
tem ciclos que essa energia acaba. é preciso de muita pra lidar com tudo isso.
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salvemedusa · 8 months ago
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duas paradas
chegaste pela manhã
choraste pelo que sempre vive
sente falta daquilo que não teve e momentaneamente derruba lágrimas
naquela janela entreaberta de frente as árvores quase que únicas, singelas e que balançam aos poucos e absorvem os primeiros raios de sol do dia
choraste, maia, pois não sabemos mais o que é tudo isso
por quais razões suas mãos encontram nas minhas e, em perspectivas negativas, o coração não reconhece a honestidade do toque
todas as vezes que volto, penso nos motivos de ter ido e ficado, são síndromes sociais e psicológicas que não estão mais em meu alcance
de todas as coisas toscas que saem da sua boca, se anulam quando suas mãos acariciam meus cabelos medianamente sujos da cidade urbanizada
lavo quando volto, pra tirar não só a sujeira mas a saudade do que não existe
você é somente agora
eu sou antes e depois
com todas estrofes de freestyle que escrevi, serão todas refutadas pelo desprezo naturalmente encaixado em sua mente
invenções de momentos e abraços
para poder contar por aí
pois somente as invenções são capazes de traduzir essa linguagem
os caminhos são curtos, os tempos são contáveis
poderiam ser infinitos particulares
mas são particulares finitos demais
nada agradável ao meu paladar de vinhos baratos, de danças coladas e toca discos de flora
sempre é simples o que quero, sempre é difícil o que tenho
você agora
eu antes e depois
antes de nada e depois de nada
e agora, de quase nada misturado com absolutamente tudo
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salvemedusa · 8 months ago
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recado recebido
eu recebi seu recado
acho que entendi o que aconteceu
talvez suas poesias sejam mentira ou sejam como as minhas
e se for isso, talvez eu esteja errada ou fora de época
mas se eu estiver correta, não fico triste com uma notícia dessa
sempre estarei por aqui e por ali
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salvemedusa · 8 months ago
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são paulo
a gente precisa ir embora pra ter vontade de voltar pra casa
todas as vivências são necessárias para chegarmos a compreensão daquilo que são nossos limites, nossos sonhos e nossas vontades mundanas.
cada filho da puta na trajetória é um motivo pra você entender onde quer chegar e com quem quer andar. e niguém vai andar com você pra sempre. somente seus outros eus e possivelmente sua fé.
vai, viva e volta. te espero na linha de chegada
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salvemedusa · 8 months ago
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desafio da escrita #01 - corações coloridos
são várias as formas de amar, mas nossos caminhos não encontraram a chave dessa compreensão. quantas coisas que hoje você escreve que são coisas que foram ditas pela minha boca enquanto seus olhos a observava com certo temor o que dela poderia sair.
sempre soube que você entenderia um dia que a posse não faz sentido, que isso é dor e dessassossego aos corações livres. foi em outro coração então que sua aceitação pairou , como se fosse simples, você mudou para outro grupo que jamais imaginava antes, foi sem mim e sem minha boca descadara que você mostrou o amor que eu sempre quis ter.
em vários corações, em infinitas possibilidades, nós nunca mais nos vimos. não me faz falta aquele seu amor, me faz falta aquilo que nunca tivemos - a liberdade, a honestidade, a transparência - muito minha, sua e nossa. me faz falta o que talvez nunca terei. dentre tantos corações, o seu ainda balança o meu.
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salvemedusa · 8 months ago
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maternidade
há quem diga que maternar é cuidar
é cuidar, curar, duvidar e errar
é a certeza que você não sabe de nada e que todos os adultos sempre estiveram improvisando
e que certamente você só sabe resolver as coisas porque precisa que sua cria acredite, assim como você acreditou, que a gente sabe das coisas
ninguém sabe nada mas todo mundo é filho de alguém que não sabia
é que na verdade, a gente sabe que é casulo de alguém e, por muitas vezes, não pode deixar essa lagartinha saber que o mundo é difícil demais
é nosso dever também contar, mas que contemos aos poucos
que possamos aliviar os pesos e as medidas de cada atitude
e que saibamos que, apesar do maternar, somos filhas
pra além de filhas, somos naturalmente inconstantes
e que, apesar de inconstantes, somos mães
maternar é a atitude mais zica que uma mina foda sustenta
sou maezica de uma cria muito daora
e que hoje, escrevo sem tanto sentido sobre mim, pois sei que quando ela fecha um ciclo e inicia outro
se reinicia pra mim também
4 anos de maternidade zica!
te amo filha ♥️
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