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Capítulo 14 - Até de chapolin colorado
Alguns dias haviam se passado e eu ainda me recuperava do acontecimento no camarim, depois dos shows eu nunca ficava sozinha no camarim. Estava sozinha no quarto, organizando as coisas para viajar, quando Duda me liga.
– Alice de Deus, você tá bem?
– Que foto foi aquela? O que aconteceu? Tá todo mundo comentando.
– O Vinícius conseguiu me encontrar…
– Ai caramba! Ele fez alguma coisa com você?
– Não��� O Jorge chegou a tempo no camarim.
– Ele é um anjo, cara, me lembra de agradecê-lo por salvar minha amiga. – Eu sorri.
– Pois é… – Ouvi baterem na porta. – Peraí Duda, não desliga, vou abrir a porta. – Joguei o celular na cama e abri a porta. Era o Jorge, que entrou e me deu um beijo rápido.
– Tá melhor, amor? – Eu fiz um sinal de silêncio, e apontei para o celular. Sentei na cama e voltei a falar com ela.
– Lice? Quem era?
– Sou eu Duda, o Jorge! – Ele riu, eu dei um tapa de leve no braço dele.
– Que história é essa de amor? Tá tão íntima assim já?
– Ai cara… Não era pra falar pra ninguém, mas esse idiota aqui já deu pista pra tu né. – Ele riu e me abraçou apertado. – Sai Jorge, deixa eu conversar com a Duda em paz homem!
– Lice? Dá pra você me dizer o que tá acontecendo?
– O negócio é o seguinte: – Jorge começou a falar, gesticulando – A gente tá junto.
– Como assim? Tipo… Junto, junto? Mentira? – Ela falava escandalosa. – Eu sabia que isso ia acontecer! – Riu.
– É, então… É complicado de explicar, mas sim. A gente tá junto, tá… Tentando, digamos. – Eu disse.
– E quando você pretendia me contar isso, dona Alice Brandão Campari? – Ela parecia brava.
– Não briga comigo, Duda! Eu ia te contar… Não sei quando, mas ia!
– Ah claro, ia contar quando tivesse casada e com um time de futebol inteiro de filhos.
– Não, você ficaria sabendo antes pelo instagram de fofocas. – Jorge se intrometeu e riu. Eu o olhei como quem dizia “cala a boca”.
– Ah é assim é? Deixa vocês então.
– Poxa, achei que você ia ficar feliz por mim. – Eu fiz bico e ela desamarrou a cara.
– Claro que eu tô feliz! Mas eu achei que eu seria comunicada, assim, imediatamente!
– Para de drama dona Eduardaaaa. – Eu ri. – Você sabe que eu não consigo esconder nada de ti. Principalmente com alguém que não consegue segurar a língua do meu lado. – Olhei para Jorge.
– Nos dois sentidos, né? – Ele levantou uma sobrancelha e me puxou para mais perto.
– Ei, parem de safadagem, eu ainda estou aqui! – Duda falou e nós rimos. – Qual o próximo show?
– Em São Paulo. – Ele se apressou em dizer. – Amanhã. Vamos viajar de madrugada.
– Não acredito! – Duda fez uma cara espantada. – Você vai tirar um tempo para vir aqui, né? Abby tá morrendo de saudades.
– Claro que vou. Achou mesmo que eu não iria?
– Ok. Vou desligar agora, a bateria tá acabando… Deixar vocês dois em paz um pouquinho. Cuida da minha amiga hein? – Ela riu.
– Já que temos o resto do dia livre, o que quer fazer?
– Não sei … Qualquer coisa que não chame a atenção de possíveis fofocas, talvez. – Eu ri.
– Que tal dar uma volta no shopping?
– Só porque eu disse “algo que não chame atenção”…
– Ah, vamos, vai… Não tem nada melhor pra fazer, e eu não vou ficar no hotel até a hora de ir embora. – Eu o olhei com cara de dúvida.
– Tá bom, só vou vestir algo mais adequado, cinco minutinhos.
– Não precisa, tá linda assim.
– É rápido, seu bobo. – Disse escolhendo uma roupa simples e ajeitando meu cabelo.
Eu estava com uma blusa estampada e um shorts jeans desfiado, calcei uma sapatilha. Jorge vestia uma blusa preta, uma bermuda jeans escura e um boné.
– Tudo isso é discrição? – Eu disse rindo.
– Você disse que quanto menos atenção, melhor…
– Grande disfarce. – Ele me olhou confuso. – As suas fãs te reconhecem até se você estiver vestido de chapolin colorado. – Nós gargalhamos.
– Deixa quieto, vamos logo mulher.
Fomos para o shopping e ficamos rodando. Enquanto eu ficava olhando as vitrines, Joge conversava com o Eduardo – ele fez questão de ir junto – e “olhava o movimento”, que por incrível que pareça, estava pequeno naquele dia.
– Tô com fome. – Eu disse, depois de andarmos por um tempo.
– O que quer comer?
– Não sei…
– McDonalds? – Ele perguntou, eu assenti com a cabeça.
Na mesa, nós dois mais ríamos que comíamos. Quem olhava de longe, pensava que éramos duas crianças que cresceram demais.
– Bom, pelo visto eu não vou caber nas minhas roupas depois de hoje né… – Ele gargalhou. Senti meu celular vibrar. – mensagem, deve ser da Duda.
“Você escapou dessa vez, mas eu irei atrás de você, e te surpreender quando estiver sozinha. Você é minha, Alice. Só minha, e de mais ninguém!” Assim que li a mensagem, senti um arrepio.
– E ai? O que ela queria?
– Não era ela, era… A operadora. – Ele não acreditou muito, mas ignorou. Mudei de assunto.
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Capítulo 13
Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça infernal. Olhei para o lado e ele estava lá, dormindo, com o braço passado em volta da minha cintura. Me senti culpada por ele ter ficado ali a noite inteira.
Levantei devagar para não acordá-lo, e fui em direção ao banheiro para ver o estrago da noite passada e tomar um comprimido. Como sou uma pessoa extremamente delicada, deixei o vidrinho cair na pia, o que fez barulho, e Jorge acordou assustado.
– Merda. – Falei baixo.
– Você acordou… Tá melhor? – Ele disse, esfregando os olhos.
– Estou sim… Só as imagens de ontem me perturbam um pouco. Além disso, obrigada. Nem pude te agradecer.
– Você quer conversar? – Se levantou e veio na minha direção.
– É… Acho que você merece uma explicação. – Abaixei a cabeça.
– Só se você quiser falar sobre isso. Não vou te pressionar a nada.
– Não, tudo bem, não tem problema.
– Vou pedir pra subir teu café daqui 15 minutos e vou lá pro meu quarto tomar um banho.
– Não precisa Jorge…
– Precisa sim.
Tomei uma ducha, coloquei uma blusa preta, calça jeans clara e um casaco. Calcei meu all star, passei uma maquiagem para disfarçar as olheiras e o rosto vermelho. Logo Jorge voltou, e o serviço de quarto trouxe um café da manhã. Sentei na cama e comecei a comer uma melancia devagar, quase sem vontade; ele ficou só me observando.
– Então… – Eu procurei as melhores palavras para explicar.
– Quem era ele?
– O nome dele é Vinícius. Ele foi meu namorado por seis meses.
– E por que ele fez isso com você?
– A história é longa… – Repousei a mão por cima da bandeja.
– Tô aqui pra ouvir. – Pôs a mão por cima da minha.
– Eu o conheci em uma festa de uma amiga em comum nossa. Ele pegou meus contatos, foi se aproximando de mim, me deixando apaixonada por ele, me pediu em namoro. Nos primeiros dois meses, era tudo lindo. Mas depois eu fui descobrindo quem ele era de verdade.
– E quem ele era de verdade?
Flashback on
Era uma noite fria e chuvosa. Meu apartamento estava todo escuro, a sala era iluminada apenas pela imagem da televisão, então acabei pegando no sono enquanto assistia a um filme. Fui acordada por barulhos fortes na porta. Duas horas da manhã, Vinícius estava entrando no apê com a sua cópia da chave, chegando de uma festa.
– Já voltou, amor? – Perguntei, ainda um pouco sonolenta. Ele não respondeu, foi chegando perto de mim. Eu pude sentir de longe seu bafo de álcool misturado com um outro tipo de cheiro que eu não sabia distinguir. – Você andou bebendo, Vinícius?
– Cala a boca! – Ele estava agressivo, alterado. Não o reconhecia daquele jeito. – Você vai fazer o que eu mandar você fazer, vadia. – Me beijou à força e começou a arrancar meu pijama.
– Vinícius, para. – Eu tentava me desvencilhar. – Nós já conversamos sobre isso, você sabe que eu não estou pronta.
– Não quero saber. Eu quero você, e quero hoje, agora.
Flashback off
– No dia seguinte, ele me pediu desculpas, disse que não sabia o que estava fazendo e eu acabei perdoando. Mas toda vez que ele bebia demais, ficava alterado e descontava em mim.
– Que imbecil. – Ele disse com raiva.
– Depois de um tempo, eu cansei de ser tratada daquela maneira, e terminei o namoro. – Uma lágrima teimosa escorreu. As lembranças ainda me machucavam. – Algumas semanas depois, descobri que, além de beber, ele usava drogas pesadas.
O silêncio que seguiu me constrangeu ,então eu peguei o celular para entrar nas minhas redes sociais.
– Não sei se essa é a melhor hora, mas se eu não fizer agora, não vou conseguir fazer depois. Preciso te contar uma coisa…
– Diga.
– Eu tô apaixonado. – Aquilo foi um baque. Foi uma notícia tão inesperada, que eu custava a acreditar.
– Isso… Isso é sério? – Tentei controlar minha fala para não gaguejar.
– Pois é. Acho que ela não gosta de mim. – Ele disse triste e eu respirei fundo.
– Isso você só vai saber se contar pra ela.
– Eu acabei de contar, mas parece que ela ainda não percebeu. – Eu olhei pra ele, confusa.
– Jorge, eu…
– Já sei, você não sente o mesmo por mim. Desde aquele dia na festa… Na hora, eu não percebi que era você, descobri por causa da pulseira.
– É aí que você se engana. Eu sinto, talvez até mais. Mas… Não vai dar certo.
– Por que não? Eu quero, você quer, o que tá impedindo?
– As nossas rotinas não vão bater, as suas turnês… E você tem suas fãs, que são extremamente ciumentas.
– A gente não pode ao menos tentar? – Pôs a mão direita sobre meu rosto, coloquei a minha por cima e entrelacei-as. Suspirei. – Você tá com medo, não é?
– Tô. Tô com medo de que não dê certo Jorge, que eu saia machucada. Você é uma das poucas pessoas que sabe o que eu passei, eu me fechei depois de tudo aquilo.
– Me dá uma chance? Se esse sorriso for pra mim, eu sou o cara que tem mais sorte no mundo. - Ele cantarolou.
– Eu… Eu não sei.
– Deixa eu te provar que eu posso te fazer feliz. – Se aproximou do meu rosto e me beijou calmamente.
– Eu só não quero que ninguém saiba ainda, não quero ser apontada como oportunista pela mídia. – Ele me olhou em silêncio. – É sério, Jorge! Ninguém pode saber que a gente tá junto.
– Tá bom, Lice. Se você quer assim, tudo bem, eu respeito. – Jorge abriu aquele sorriso verdadeiro, que fazia meu coração acelerar. Eu perdia todo meu auto-controle perto dele.
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CAPITULO 12
Jorge narrando:
Eu havia decidido que depois do show, contaria para Alice. Eu tinha um pouco de medo de qual seria sua reação, medo de que se não desse certo, a amizade que a gente tinha construído nunca mais fosse à mesma. Porque eu considerava aquela garota demais, e não podia deixá-la simplesmente ir embora sem fazer nada a respeito. É, eu tinha me apaixonado por ela em muito pouco tempo.
Depois daquele show, fui até o camarim. A porta estava aberta, então eu entrei. A cena que vi foi chocante: Alice estava beijando um cara. Não lembro bem o que pensei na hora, mas não foi uma coisa muito boa.
Eu estava me virando, pronto pra sair, quando escuto soluços e gemidos de dor.
– Não, por favor, para! – Ela pedia em meio a lágrimas.
Foi quando minha ficha caiu. Ela estava sendo agarrada à força. Não pensei duas vezes antes de partir pra cima dele.
– Que você tá fazendo, cara? Tá maluco? – Perguntei nervoso.
– Ei, relaxa aí estrela. Eu e a Alice estávamos só acertando umas contas antigas. – Eu olhei pra ela. Estava encolhida no canto da parede, sentada no chão. Chorava descontroladamente, escondendo o rosto entre os joelhos. Seu cabelo estava bagunçado e pude perceber marcas roxas e até mesmo alguns arranhões sangrando em seus braços e pulsos. Me controlei pra não quebrar a cara daquele idiota alí mesmo.
– Some daqui, antes que eu quebre isso que você chama de dentes.
– Isso não vai ficar assim. – Ele ameaçou. – Eu ainda vou acabar com você.
Fui até ela, que ainda chorava. Ele não havia feito muita coisa, mas suas lágrimas caíam como se algo a mais tivesse acontecido. Algo havia acontecido no passado de Alice, algo que somente ela sabia e guardava para si.
– Ei, tá tudo bem? Ele chegou a fazer alguma coisa com você? – Eu disse abaixando perto dela.
– Não, mas eu preciso sair daqui.
– Vou chamar uma ambulância, precisam cuidar disso aqui. – Apontei para seus braços.
– Só… Me leva pro hotel, Jorge. – Dizia entre soluços. – Por favor.
– Tá bom, fica aí que eu já volto.
Fui até o Eduardo, ele estava falando no celular. Me viu chegando e desligou.
– Vocês tem uma entrevista agora.
– Cancela a entrevista. Depois eu te explico o porquê. Chama o carro pra mim, por favor.
– Não dá Jorge, acabei de falar com o produtor do programa e não tem como cancelar agora. A não ser que alguma coisa séria tenha acontecido.
– Pelo amor de Deus, Edu, dê seu jeitinho, porque é realmente sério. Só chama o carro, por favor.
Ela estranhou, mas concordou. Fui até o camarim e peguei um casaco de moletom com capuz, dei um copo d’água para ela e pude visualizar seu rosto. Estava vermelho e todo molhado por conta das lágrimas, a boca estava um pouco cortada e os olhos inchados. Senti o celular vibrar no meu bolso. O carro havia chegado.
Ela vestiu o moletom, para que ninguém conseguisse ver seu rosto e os machucados nos braços. Saímos para a rua, a pus dentro do carro e fomos para o hotel.
O caminho todo ela ficou com a cabeça encostada no meu ombro. Já não chorava como antes, mas estava igualmente nervosa. Ao chegar no hotel, entramos no elevador.
– Me leva até meu quarto? – Ela pediu, quase sem forças. “Não precisava nem pedir” Pensei.
Peguei a chave com ela, abri a porta e a deixei na cama. Ela jogou o sapato em algum canto e se encolheu no lado direito da cama de casal. Eu sentei na cadeira que havia alí e Alice me olhou.
– Não vai pro quarto não?
– E deixar você aqui, sozinha, nesse estado? Mas nem que me pagassem.
– Não precisa se preocupar comigo.
– Como não? Você foi agarrada à força por um babaca, tá toda machucada e não quer que eu me preocupe? – Ela ficou em silêncio. – Eu vou cuidar disso aí. – Fui ao banheiro para procurar um kit de primeiros-socorros.
Depois de alguns minutos, já tinha feito tudo que dava nos arranhões e roxos. Estava deitado do lado dela.
– Jorge… – Ela falou baixinho e virou pra mim.
– Shh, não precisa falar nada. Descansa, e amanhã a gente conversa.
Trocamos olhares e foi o suficiente; não resisti, precisava fazer aquilo. Me aproximei e começamos um beijo calmo, ela correspondia e o encaixe era perfeito. Logo o beijo foi ganhando intensidade e as coisas começaram a esquentar, nossos corpos estavam pedindo um pelo outro, mas eu parei, segurei seu rosto e olhei no fundo dos seus olhos. Não podia, ela estava fragilizada e seria injusto ela fazer algo naquele estado. Pareceu entender o que se passava na minha cabeça.
– Desculpa. – Sussurrou baixinho e virou para o outro lado. Fiquei fazendo cafuné até ela dormir, e logo em seguida apaguei.
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Capítulo 11
Alice narrando:
Duas semanas depois…
Continuei recebendo convites para os shows... Algumas fotos do dia da festa caíram na internet, mas não dava pra ver quem estava com Jorge. Nessas semanas que passaram, nós nos aproximamos cada vez mais. Às vezes, quando ficávamos sozinhos, rolava um clima, mas eu não deixava acontecer nada. Já não bastava o que aconteceu aquele dia, eu não queria acabar gostando ainda mais dele. Sempre que estava nos shows eu ligava para Duda.
– Como foi o show, amiga?
– Foi bom… Como sempre.
– Não senti firmeza nesse “foi bom”. O que aconteceu, Alice?
– Nada…
– Se não foi nada, por que você tá tão desanimada? Tem alguma coisa a ver com o Jorge?
– Ah, quer saber? Tem sim. O que aconteceu é que, depois daquele beijo, eu tô gostando de verdade dele. – Disse irritada.
– Nossa, por que essa irritação? Isso é uma coisa boa, não é?
– Seria bom, se ele gostasse de mim também.
– Mas você disse que às vezes rola um clima entre vocês dois… – Ela estava confusa.
– O problema é que ele é homem. Já vi ele olhando para outras garotas.
– Já entendi. Você está morrendo de ciúmes. – Eu fiquei em silêncio e engoli seco. – Ai Lice, não fica assim.
– Eu não podia ter me apaixonado por ele. – Suspirei.
No dia seguinte, fui acordada às 16h00 pelo Jorge. Estava mais contente que o normal, pelo visto a noite dele havia sido melhor que a minha.
– Boa tarde. – Ele disse, com um sorriso no rosto.
– Você acordando antes de mim?
– Exatamente por isso eu vim aqui. – Ele foi entrando, e eu não impedi. – Achei estranho.
– Desculpa, não consegui dormir direito. – Fui em direção ao banheiro para lavar o rosto e ver o quanto inchados estavam meus olhos, resultado da noite de choro passada.
– O show de hoje vai ser aqui na cidade mesmo, de novo. Pelo menos não teremos que viajar.
– E você vai poder dormir com aquela loira de novo. – Falei baixo, quase inaudível.
– Disse alguma coisa? – Ele perguntou.
– Não, nada. – Disfarcei.
Ficamos alguns minutos em silêncio, terminei de lavar meu rosto e voltei para o quarto para escolher uma roupa qualquer. Jorge reparou que havia um papel dobrado do lado da minha cama, meio úmido. Eu tirei de sua mão.
– O que é isso?
– Não é nada… – Guardei o papel em algum canto.
– Você tá muito estranha… O que aconteceu?
– Nada, não aconteceu nada.
– O que tinha no papel? – Ele se levantou e deu dois passos na minha direção, eu estava de costas. Bufei, me rendendo.
– Uma música, que eu escrevi ontem. Faço isso quando não me sinto bem.
– Agora você me deixou preocupado. O que aconteceu com a Alice sempre animada e de bem com a vida?
– Eu só não tava bem, tá legal? Acontece nas melhores famílias.
– Não é só isso. – Ele chegou mais perto. – Você pode contar comigo. Eu sou teu amigo, poxa. – “Claro, meu amigo.” Pensei.
– Eu já estou melhor, não precisa se preocupar comigo. – Me virei para olhar pra ele. Péssima idéia, sempre acabava me desconcentrando.
– Você tem certeza? – Seu olhar parecia realmente preocupado.
– Sim, eu estou bem. Eu juro. – Peguei as roupas e fui em direção ao banheiro. – Agora, se me dá licença…
– Tá, eu já vou indo. – Saiu do quarto, e eu entrei no banheiro.
Depois de meia hora, eu desci, e a primeira pessoa que encontrei foi a Vic.
– Vic!
–Liceee.
– Tô precisando fazer umas compras…
– Mas você tem tanta roupa menina, pra quê tu quer mais?
– Preciso achar algo pra me relaxar sem ser escrever músicas… Por favor. – Eu olhei para ela com cara de cachorro abandonado.
– Tá bom, tá bom, desfaz essa cara aí porque eu não aguento. – Ela riu e eu sorri. – Mas você vai comer alguma coisa antes da gente ir.
– Ah qual é, qualquer coisa eu como no shopping mesmo.
– De jeito nenhum, você tem que ter uma alimentação saudável.
– E o que você sugere, Mr. Salada? – Eu ri, enquanto fomos andando para o restaurante.
Depois de me fazer comer uma coisa leve (enquanto eu queria ter ido a um fast-food) fomos para o shopping e ficamos fazendo compras até o horário do show. Já no quarto, ela me ajudava a escolher minha roupa.
– O que houve, Lice?
– Nada, Vic…
– Tô te achando meio chateada…
– Ah, isso… – Eu passei a mão no cabelo.
– Fala, o que é? – Contei o que havia contado para Duda no telefone. Contei também que chorei a noite inteira por causa daquilo. – Meu amor, ele é homem. Já que você saiu correndo depois que vocês se beijaram, deve estar achando que você não gosta dele. E isso é só um jeito de tentar te esquecer.
– Aquilo foi um erro, a gente nunca devia ter se beijado. Agora eu vou tomar banho.
Fiquei lá atrás assistindo o show. Assim que ele acabou, voltei para o camarim. Estava sozinha. Peguei minha garrafa d’água e tomei um pouco. Ouço alguém me chamando na porta do camarim.
– Alice, quem você pensa que é pra ficar agarrada com aquele cara? – Eu conhecia aquela voz, mas não acreditava. Me virei para ver quem era e senti um arrepio na espinha.
– Você?
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CAPÍTULO 10 –
– Lice, você recebeu um convite. – Eduardo veio ao meu encontro assim que cheguei ao hotel.
– Um convite? De quem?
– O Carlos vai fazer hoje à noite uma festa de máscaras pra sobrinha.
– Jura? – Eu disse surpresa e tirei o convite da mão dele para analisá-lo. “Traje Social”.
– Você vai?
– É claro que eu vou!
– Bom, já avisei a Duda que ela vai te acompanhar, já que eu tenho várias coisas para resolver.
– Tudo bem, então.
Duda veio me chamar para irmos ao shopping, já que eu realmente não tinha roupa para a ocasião. Eu estava adiantada, acho que a facilidade que eu tenho de dizer “gostei” ou “não gostei” me fez rapidamente achar algo que me agradasse e que caísse bem.
Pelo horário, a festa já havia começado e eu estava terminando de me arrumar. Além do vestido, eu estava com um meia-pata e uma bolsa de mão preta, e meu cabelo ficou com duas pequenas tranças saindo de cada lateral e se juntando atrás, o resto do cabelo ficou solto ao natural. A máscara preta e vermelha também estava na minha mão. Quando eu finalmente fiquei pronta, pegamos um táxi e nos dirigimos ao salão.
Narrador onisciente:
Alice chegou acompanhada por sua amiga Eduarda ao salão da festa, o local estava repleto de artistas e ela se sentia um pouco deslocada naquele meio. O salão estava perfeitamente decorado, a música com uma batida mais eletrônica animava a festa.
Logo encontrou Thaeme e a parabenizou pela festa, as duas se empolgaram na conversa e se tornaram amigas, mas não puderam continuar a conversa, pois a anfitriã precisava dar atenção a outros convidados também. No momento em que todos colocaram as máscaras, Jorge entra pela porta principal já mascarado. Alice sabia que era ele, reconheceria aquele penteado até no meio de milhões idênticos. Ao vê-lo, o coração da garota acelerou, ele estava realmente deslumbrante, parecia que chegava a apagar o brilho das luzes no salão.
– É, Lice… – Duda disse. – Você realmente gosta dele.
– Claro que não, Duda. – Ela corou. – Eu sempre fui fã.
– Pode até ser, mas isso aí que você está sentindo não é um sentimento de fã. Seus olhos brilharam como dois faróis, e você sorriu levemente. Não importa o que você diga, não tem como negar que você gosta dele.
Elas encerraram o diálogo por aí. Alice pegou uma taça com alguma bebida que ela não conseguiu distinguir quando um garçom passou com uma bandeja. Ficaram se divertindo juntos, ou achando que estavam.
Enquanto isso, Jorge conversava com o Carlos e admirava a beleza da garota dos cabelos ruivos que estava acompanhada de sua amiga. A amiga se distanciou dela, e o cara do cabelo arrepiado ficou inquieto.
– Já volto, Carlão!
– Onde você vai, Jorge?
– Eu prometi, não prometi? Então, vou provar pra você que consigo ficar com qualquer uma e que não tô apaixonado pela Alice. – Carlão direcionou seu olhar para a garota que Jorge estava observando a festa inteira.
– Que fixação, hein cara? – Ele brincou, mas Jorge olhou torto. – Tá, não tá mais aqui quem falou.
Ao se aproximar da garota, começou a tocar uma música lenta, e todos os convidados presentes no salão arranjaram um par.
– Me concede essa dança? – Ele perguntou e Alice se virou. Nenhum dos dois se reconheceram, pois estava muito escuro.
– Claro. – Ela respondeu com um sorriso.
Ele segurou em sua mão e posicionou a outra na cintura dela, que repousou a mão livre no ombro do rapaz. Dançaram no famoso e tradicional “um pra lá, um pra cá”, já que não sabiam dançar e ambos eram muito desastrados para tentar algum passo mais ousado.
Jorge foi se aproximando lentamente dela; se fosse qualquer outro momento, Alice recuaria. Não era esse tipo de garota, afinal ela mal o conhecia. Mas era como se todos os músculos dela desobedecessem a seu cérebro e algo lá no fundo implorasse para que ela deixasse acontecer. E assim ela o fez.
Era pra ser só um beijo, uma simples ficada. Nenhum dos dois lembraria um do outro no dia seguinte mesmo. Mas o envolvimento entre os dois era grande, mesmo sem saber o porquê, os corações dos dois batiam descompassadamente. Assim que seus lábios se separaram, o ambiente já estava um pouco mais claro, o que a fez reconhecê-lo.
Alice se assustou e se separou bruscamente de Jorge para que ele não a reconhecesse. Tentou segurá-la pelo braço, mas falhou em sua tentativa, ficando apenas com a pulseira dourada que escapou do pulso, pegando-a do chão e guardando-a no bolso.
– E aí? Provei? – Ele levantou uma sobrancelha para o Carlos.
– É. Acho que sim.
Alice foi para a parte de trás do salão, onde havia um bonito jardim. Duda, que observou toda a dança dos dois – e sabia todo o tempo que era Jorge alí – seguiu a garota, que ficou pensando alto.
– Isso não podia ter acontecido. Não podia. Argh! – Sua feição era de quem estava irritada. – Que raiva!
– O que foi, Lice? – Perguntou, já sabendo a resposta, mas queria ouvir da boca dela.
– Na hora da dança, se aproximou um cara de mim. Nós dançamos juntos e acabamos nos beijando, mas depois eu percebi que era o Jorge. Eu acho que ele não me reconheceu, eu espero que não tenha reconhecido.
– Ele beija bem? – Duda queria fazê-la perceber o que ela estava sentindo.
– Muito. – Ela corou. – Mas esse beijo nunca poderia ter acontecido! Como que eu vou olhar pra ele agora? – Ela colocou as mãos no rosto.
– Ei, relaxa. Você não disse que ele não te reconheceu, não é? Então. É só fingir que nunca aconteceu.
– Já podemos ir embora?
– Daqui a pouco a festa termina. Espera mais um pouco.
No fim da festa, Alice se despediu de Thaeme e voltou para o hotel junto com Duda e Jorge fez o mesmo, com uma diferença de 10 minutos. No táxi, ele se lembrou da pulseira e pegou do seu bolso, analisando-a. Logo reconheceu o símbolo antigo do seu time do coração no pingente e lembrou que só havia uma pessoa com uma pulseira assim.
– Carlos… Era a Alice.
– Como assim? Quem era a Alice?
– A garota que eu dancei, que eu beijei. Era a Alice!
– Como você sabe?
– Essa pulseira. – Ele mostrou. – Ela deixou cair quando eu tentei segurá-la pelo braço. E ela usava essa mesma pulseira ontem de tarde, no avião.
– Tá explicado por que você a escolheu para “provar” pra mim! – Carlão riu.
– Eu nunca me senti assim por nenhuma mulher, cara. Ela mexeu comigo de um jeito que eu não sei explicar. – Ele foi sincero.
Enquanto isso, no quarto do hotel, Alice estava só de roupão, tirando a maquiagem enquanto lembrava da festa. Logo reparou que estava sem sua pulseira favorita.
– Duda! – Ela gritou. – Você está com a minha pulseira?
– Eu não, Lice… Será que não caiu no corredor?
– Vou lá olhar. – Ela abriu a porta e começou a olhar para o chão, procurando. – Meu Deus, onde será que a minha pulseira caiu?
– Tá procurando por isso? – Jorge apareceu no elevador com a pulseira na mão.
– Estou… – Ela corou de vergonha, tanto pelas suas vestes quanto pelo que aconteceu entre eles. – Obrigada.
– Eu encontrei no chão do salão… Logo percebi que era sua. – A garota ficou com mais vergonha ainda.
– Bom… Obrigada de novo, Jorge. – Sorriu envergonhada.
– De nada. – Abriu aquele sorriso que tirava o ar da garota, e ela entrou de volta no quarto.
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CAPÍTULO 9 –
Jorge narrando:
– Olha só aquela gata, Jorge. – O contratante do show, que é amigo dele falou. Apontou para a Ruiva que estava de costas na mesa. – Vou dar ideia nela, já volto. – E dito isso, foi na direção da garota.
– Isso, vai lá aproveitar e me deixa aqui sofrendo mesmo. – Disse irônico de modo que ele não pudesse ouvir. Fiquei escutando a conversa dos dois de longe.
– Oi linda, precisa de alguma coisa?
– Não, obrigada. – Senti que conhecia aquela voz de algum lugar.
– Tem certeza? – disse com duplo sentido.
Me virei para chamá-lo e para a minha surpresa, ele estava conversando com a Alice. Me levantei e fui em direção aos dois.
– Jorge? Pensei que já tivesse ido para o hotel?
– O Carlos é meu amigo, ele e chamou para tomar uma, sabe como é. – Ela riu e o Carlos me olhou confuso. – Essa é a Alice, Carlos. Mas vejo que vocês já se conheceram, não é?
– Mais ou menos… Carlos falou.
– Eu preciso ir meninos. Foi bom te conhecer, Carlos.
– O prazer é todo meu, linda. – Ela corou e logo se retirou. – Caraca Jorge, ela é a maior gata.
– Menos, Carlos. A Lice não é o tipo de garota que você costuma pegar.
– Do contrário, é exatamente o meu tipo… – Olhou por cima do meu ombro para observá-la.
– O que eu quis dizer, é que ela não é qualquer uma.
– Entendi, já entendi tudo. Você tá na dela.
– Que na dela o quê! Só tô dizendo.
– Tá bom, Jorge. Só não bobeia, não demora, porque senão eu vou entender como um “ela está livre”. – Ah, e antes de você ir, ficou sabendo da festa mascarada da minha sobrinha Thaemme?
– Claro, e não posso deixar de ir né.
– Se eu mandar o convite a Lice vai?
– Não faço idéia. Mas nessa festa, eu vou te provar que eu não sinto nada por ela. Você vai ver.
– Tanto faz… A gente precisa providenciar as máscaras. Mas depois a gente pensa nisso.
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CAPÍTULO 8 –
Fomos para uma área ao lado do palco, faltavam 15 minutos para começar o show.
Quando olhei para trás do palco, ele estava lá, enquanto arrumavam o ponto de retorno na cintura dele. A multidão que o esperava foi à loucura, e eu soltei um sorriso involuntário. Duda estava do meu lado e me provocou.
– Que sorriso foi esse, Lice?
– Nada, apenas um devaneio… – Eu continuava sorrindo como uma boba.
– E por acaso esse devaneio possui nome e sobrenome? – Ela me cutucou com o cotovelo.
– Aiiii, Duda! – Olhei para ela. – Não, eu estava lembrando o quanto eu queria estar aqui. E agora eu estou, no show de um dos maiores artistas do Brasil. Ainda não consigo acreditar nisso. Ontem eu era só mais uma admiradora em meio à multidão.
– As coisas acontecem por uma razão na vida, Lice. Você estar aqui hoje, pertence a um plano maior.
- Acha mesmo que alguém consegue se apaixonar por outra pessoa que vem conversando por cinco dias? Eu não acredito nisso, sinto muito.
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CAPÍTULO 7 –
Já no quarto, fiquei twittando e conversando com a Vic, que estava lá me fazendo companhia e selecionando algumas roupas para usar no show. Escolhi as que eu mais gostei e logo em seguida ouvi três batidas na porta.
– Oi, pode entrar. – Eu disse distraída, olhando para a roupa.
Até que meu celular toca.
– Alô. – Atendi sem vontade nenhuma.
– Alice, aqui é o Eduardo. Tem uma menina aqui em baixo dizendo ser sua melhor amiga, o nome dela é Eduarda.
– Ah, é verdade, eu me esqueci de te avisar.
– Posso deixar ela subir?
– Claro! Agora mesmo! – Desliguei.
– A Duda tá subindo! – Falei empolgada, ele riu. – Que foi? Tem alguma palhaça aqui por acaso?
– O jeito que você falou… Foi engraçado. – Duda bateu na porta, eu abri.
– Lice! – Ela deu um grito fraco e pulou em cima de mim. – Que saudades de você, amiga!
– Oi Duda. Eu também estava com saudades. – Abracei-a forte. Ela reparou que eu não estava sozinha.
– Ah, oi Jorge. – Ela acenou, e depois sussurrou para mim. – Tô interrompendo alguma coisa?
– Claro que não.
– Bom, vou deixar vocês sozinhas. Devem ter muito o que conversar. Te vejo no show. – Saiu.
– Amiga! – Duda falou pausando as sílabas. – Ele é muito mais bonito pessoalmente né! – Nós rimos.
– Não é? Imagine a minha reação quando eu o vi lá, parado, na minha frente?
– Não sei como você não desmaiou lá mesmo. – Riu. – Alice, ainda não acredito que você não ficou com ele. De verdade.
– Mª Eduarda, fala baixo! Alguém pode escutar.
– É sério, Lice. Vai dizer que você não sentiu nada naquela hora?
– Não vou mentir pra você: Eu senti, sim. Não sei exatamente o quê, mas senti. E mesmo que tivesse rolado alguma coisa, eu seria só mais uma. Sabe, o Jorge tem milhões de garotas aos pés dele, muito melhores do que eu. Você acha mesmo que ele se interessaria justamente por mim?
– Por que não? Você é linda! E não é por ser sua amiga não, mas você é a melhor pessoa que eu já conheci.
– Duda, se for para acontecer alguma coisa, vai acontecer, ok? – Olhei para o relógio, faltavam duas horas para os portões se abrirem.
– Ok, vai logo antes que eu tenha que te jogar para dentro daquele banheiro.
– Já fui, já fui. – Ri e entrei no banheiro.
Fiquei uma hora debaixo do chuveiro, refletindo e relaxando.
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CAPÍTULO 6 –
Jorge narrando:
Depois de mais algum tempo a entrevista terminou, fomos para o hangar. Como sempre todo mundo querendo falar mais que o outro, a farra que acontece toda vez. Alice era quem menos falava, ela ainda não conhecia a todos muito bem. Mas logo acostumaria, ainda era tudo muito novo, muito recente para a cabeça dela. O pessoal continuou falando, tentei puxar assunto com ela, que estava quieta do meu lado olhando para o nada.
– É corinthiana? – Disse pegando no pingente da sua pulseira.
– Oi? – Ela disse saindo dos seus pensamentos.
– Sua pulseira. Você é corinthiana?
– Ah, sim. Sempre fui, na verdade, apesar de não entender muita coisa de futebol.
– Agora você me surpreendeu. Vai dizer que você joga videogame também?
– Então… – Ela olhou para o outro lado.
– Mentira? – Eu disse, não acreditando.
– To falando sério! – Ela riu.
– Não acredito…
– Tá dizendo que eu não posso jogar videogame por ser mulher, é isso? – Ela levantou uma sobrancelha.
– Não, claro que não, mas… – Me atrapalhei. – É raro encontrar alguém assim né.
– Assim como?
– Ah… Bonita, inteligente, que não seja fútil, canta bem, corinthiana, gosta de futebol e que jogue videogame… – Contei nos dedos. Ela deu um sorriso tímido, eu mexi no cabelo pra disfarçar. – Esqueci de alguma coisa?
– Você até que me descreveu bem. – Riu. – Mas diminui um pouco disso aí, nem sou tanto assim…
– Se você diz… – Dei de ombros.
Alice narrando:
Eu ficava muito sem graça quando Jorge falava coisas assim, pois eu nunca havia imaginado que meus sonhos podiam se tornar realidade. Era super esquisito estar assim, do lado dele, viajando para curtir um show. Fiquei trocando mensagens com a Duda antes de decolar.
Duda.: Mas como assim você vai curtir um show e eu não vou junto? Vou agora mesmo arrumar minha mala e encontro com vocês lá!
Alice.: Você tá falando sério?
Duda.: Claro que estou!
Alice.: Você fica no hotel comigo
Duda.: Será que eu consigo passagem?
Alice.: Acho que sim. Vê o que você consegue fazer e me avisa.
Duda.: Ok amiga, beijos.
Me virei para o Jorge para perguntar se era possível a Duda ficar no hotel comigo, mas ele estava dormindo.
Depois de mais algum tempo, chegamos no hotel em que ficaríamos até a hora do show, liguei para Duda.
– Ei Duda, já esta a caminho ?
- Já vou embarcar, chego em torno de uma hora e meia.
– Ufa, que bom.
– Então, a gente vai ficar no hotel só até a hora do show e depois vamos seguir viagem.
– Ok amiga, obrigada. Vou desligar porque tenho que pegar o vôo logo.
– Vai lá, beijos.
– Beijos.
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CAPÍTULO 5 –
Jorge narrando:
Depois do passeio, fui direto para o hotel. Fiquei online por uma meia hora, vi algumas postagens e fiquei off-line, pois tinha show amanhã e eu tinha que estar bem disposto. Pensei em ir conversar com a Alice, mas olhei para relógio que marcava 23h45.
– Tá tarde, ela deve estar dormindo. Aquieta Jorge. – Eu conversava sozinho.
Tomei um banho pra relaxar, mas não funcionou. Ela não saía da minha cabeça, não conseguia entender o porquê. Fui pra cama pensando nisso, e depois de um tempo apaguei.
Alice narrando:
Acordei com o meu telefone tocando, era o assessor, olhei pro relógio, era 13h15. Me espantei, eu havia dormido muito, levantei meio mole e atendi o celular.
– Oi.
– Alice, a gente vai cair na estrada hoje, mas antes os meninos tem uma entrevista num programa de TV daqui antes.
– Tá bom. Que horas?
– Você tem que estar pronta às 14h cravado. Estamos te esperando no hotel.
– Ok.
Desliguei o celular e corri para o banheiro. Tomei uma ducha rápida e coloquei um vestido branco floral com um cinto vermelho discreto e uma sapatilha da mesma cor. Completei com o meu colar, a pulseira do Corinthians que eu amava um brinco de laço e meu perfume Quando Chega a Noite que a Duda havia me dado. Peguei minhas malas e a chamei um taxi, chegando no hall do hotel à equipe estava lá, mas eu notei que ele não estava presente. Estranhei, mas me juntei a eles.
– Bom dia gente. – Disse com um sorriso.
– Boa tarde, né? Já passa do meio dia amore. – Edu disse pra me irritar.
– Que seja. – Apoiei meu braço no ombro dele. – Quais são os planos?
– Bom como eu já disse, eles têm uma antes de ir pra Curitiba… – Edu falou e eu o interrompi.
– Peraí… Cadê o Jorge?
– Deve estar dormindo ainda. Tem como você ir chamar ele, Lice? To meio ocupado aqui. – Eduardo disse, apontando para o celular que estava em sua orelha.
– Sem problemas, volto já.
Subi para acordar o Jorge. Bati na porta cinco vezes, e o ouvi falando.
– Tá aberta!
– Tô entrando ein… – Eu disse avisando.
Ele tava com cara de sono, o cabelo bagunçado tava até mais bonito do que aquele penteado. Pelo visto havia acabado de acordar, pois estava só de cueca. Quando ele percebeu que era eu, pegou uma calça que tava jogada num canto e tentou vestir rápido. Eu ri e tapei os olhos com uma mão.
– Me avisa quando eu puder entrar de novo. – E fui saindo do quarto.
– Não, tudo bem, senta aí. – Ele olhou para o relógio. – Não tá cedo demais não?
– O Eduardo que mandou chamar. Disse que vocês tem uma entrevista…
– Nossa, verdade cara, como eu esqueci disso?
– Esperteza tá em falta viu. – Eu ri.
– Nossa, falou a garota mais desastrada do mundo. – Eu taquei o travesseiro nele, que desviou. – E pelo visto é cega também. – Ele soltou uma gargalhada.
– Ei! Vai tirar o dia pra me zoar mesmo? – Fechei a cara.
– Relaxa estressadinha, parei. Joga esse baguio aí. – Ele apontou pra mesa do lado da cama.
– Que bagulho Jorge? Tem centenas de bagulhos aqui. – Eu ri.
– Esse spray aí. – Eu peguei e entreguei.
– Vai logo com esse penteado, senão você vai se atrasar. Bom, recado dado, te espero lá em baixo.
– Fica aí vai. É rapidinho.
– Não, eu vou lá pra baixo avisar.
– Por favor. – Ele fez aquele biquinho. Não dá pra negar nada para aquele bico.
– Tá bom, idiota. – Eu sorri. – Mas apresse esse cabelo, porque eu não quero atrasar.
Ele vestiu uma camisa preta e demorou um tempão no cabelo. Ficava fazendo caretas no espelho e gargalhava, eu ria junto. Até que finalmente ele terminou.
– Vamos logo homem. – Eu disse.
– Impaciente. – Ele disse baixinho e riu.
Descemos, entramos no carro e nos dirigimos para o estúdio do programa. Chegando à emissora, entramos e ficamos no saguão, assistindo o programa por uma televisão pequena, até que chamaram e eles entraram ao vivo. As meninas na plateia gritavam, e eu achava graça, pois há um tempo, eu era somente mais uma fã como elas.
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CAPÍTULO 4 –
Acordei cedo no dia seguinte. Tomei um banho e vesti uma roupa bem simples. Desci para tomar café da manhã. Recebi uma mensagem, no qual dizia: “Que tal viajar comigo neste fim de semana”? Participar dos shows...
– Ah, claro! Estarei realizando um sonho. – Respondi.
– Ok, a produção vai entrar em contato com você. – Ei Lice, o que você pretende fazer hoje? – Ele perguntou.
– Na verdade, nada. Por quê? – Respondi.
– Não quer me levar para conhecer a cidade?
– Ah, pode ser. Eu vou adorar. Que horas?
– Bom, eu tô livre agora…
– Okay então. Sou sua guia por um dia.
Nos encontramos e eu o levei para conhecer a cidade, os lugares que eu achava mais interessantes. Paramos em um pequeno quiosque para comer alguma coisa, pois estávamos andando há um tempo já. Fizemos nossos pedidos e ficamos conversando enquanto esperávamos.
Rimos muito e descobri várias coisas que eu não sabia sobre ele.
– Não olhe agora… – Ele chegou mais perto. – Mas tem uns 3 fotógrafos olhando pra cá. – Ele riu.
– Onde? – Eu procurava.
– Eu disse ‘não olhe agora’. Você não é nada discreta, sabia?
– Bom, a Duda costumava me dizer isso, mas eu nunca acreditei. – Rimos juntos.
– Então comece a acreditar, e ser mais discreta. Amanhã estaremos no ig de fofoca. – Eu fiz uma cara de quem não gostou.
– É esse o preço que se paga pra ser amiga de um famoso? Tá bom então, né.
Ainda não havia acostumado com a ideia de viajar com ele. Sinto o celular vibrar no meu bolso. Era Duda. Olhei pro Jorge, ele fez um gesto de “vá em frente, atenda”.
– Oi Duda!
– Lice! E aí amiga? Pensou no que eu te disse ontem?
– Ah, – eu limpei a garganta pra ela entender o que eu quis dizer – tá aqui na minha frente, quer falar com ele? – Eu ri. Do jeito que a conheço, ela estava com vergonha do outro lado da linha.
– Desculpa, eu não sabia…
– Ai, você não existe. – Eu ri, e não sei por que o Jorge riu junto. Eu tentava contornar a conversa, para ele não perceber nada.
– Vou deixar vocês em paz. Beijos.
– Ok, beijos.
– Mandou um beijo pra você. – Olhei pro Jorge.
Nossos pedidos chegaram, comemos e falávamos alguma coisa de vez em quando. Resolvi entrar no meu instagram, só para ver como estavam as coisas por lá.
– Meus seguidores triplicaram. É possível isso em tão pouco tempo?
– Daqui pra frente só vai aumentar. – Ele sorriu.
– Gente de Deus, elas são ciumentas demais da conta. Se elas me encontram na rua, fazem picadinho de mim. Aí vou virar #LiceCarneMoída. – Ele torceu o nariz.
– Eca. – Nós rimos.
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CAPÍTULO 3 –
O jantar foi legal. Comentei com ele que tinha ideia para uma melodia, mas nada da letra ainda. Fomos embora juntos – óbvio, ele me deixou em casa e seguiu para o hotel – e combinamos de nos encontrar no estúdio no dia seguinte para escrevermos a música.
Saí de casa com um vestido floral e uma rasteirinha, pois o dia estava bem quente, o cabelo preso num meio coque. Cheguei meia hora antes do combinado. Estava com saudades do meu violão então fui pra lá mais cedo para tocar. Cumprimentei algumas pessoas que me reconheceram e finalmente encontrei o violão. Comecei a tocar When I Look at You, acabei me empolgando... Quando a música terminou, escutei um bip atrás de mim e me virei. Jorge estava parado de em pé, com o seu iPhone virado pra mim.
– Você não… – Eu perguntei sem completar a frase.
– Gravei tudo. – Ele sorriu de um jeito malicioso.
– AHH NÃO! Apaga isso aí! – Eu saí correndo atrás dele.
Nós corríamos como duas crianças de 6 anos. Ele fugindo, e eu tentando arrancar o celular da mão dele. Para minha infelicidade, a sala era à prova de sons e havia um carpete cobrindo o chão. Depois de alguns minutos, ele parou cansado, mas ainda escondendo o iPhone.
Aproveitei o descuido e fui tentar pegar o celular, mas acabei tropeçando na minha própria sandália e quase caí, mas ele foi mais rápido e me segurou a tempo.
Jorge narrando:
Ela ficou estressada quando eu disse que tinha gravado ela tocando e tentou apagar. Literalmente, “bancou a louca”. Correu atrás de mim a sala inteira, e quando eu parei pra olhar pra ela, Alice tropeçou e ia cair se eu não tivesse a segurado. Estávamos sozinhos, praticamente colados, respiração ofegante e nossos olhares se cruzaram. Foi questão de segundos, mas parecia que não existia nada mais em volta. Até que ela balança a cabeça, olha pra baixo e se solta dos meus braços, sussurrando baixinho um “valeu” mais para ela mesma do que pra mim.
Alice narrando:
Depois do ocorrido com o tropeço, desisti de tentar pegar o celular do Jorge e falei pra gente escrever a música logo. Passamos a tarde compondo o dueto e tirando as notas no violão.
Depois de jantar no restaurante do hotel, fui pro meu quarto pronta pra cair na cama, mas recebi uma chamada de vídeo da Duda no whatsapp, e contei tudo que havia acontecido ontem e hoje.
– E foi isso. – Disse, terminando de contar.
– Lice… Você é muito burra menina.
– Burra por quê?
– Você teve a oportunidade e não agarrou. – Ela parou pra pensar no sentido duplo da última palavra da frase. – Literalmente!
– Duda, olha bem pra mim e me diz se eu tenho cara de quem sai beijando alguém que conheceu há 3 dias.
– Não importa, você é muito burra. – Disse, rindo.
– Cara, eu não pretendia me envolver com ele. Eu me apego muito rápido às pessoas, você sabe disso, e eu não quero encontrar alguém como o meu ex!
– Mas o Jorge não é como o seu ex, e você sabe muito bem disso.
– Tudo que eu queria era poder não me apegar a ninguém. Porque amar dói. – Fiz uma cara triste.
– Lice, você gosta dele? – Ela perguntou calma.
– Que pergunta, Duda!
– Eu quis dizer, não aquele sentimento de antes, de fã. Uma coisa diferente…
– Ai, não sei.
– Porque só Deus sabe a cara que você fazia ao falar nele. – Eu fiquei sem graça. – Escuta, tenho que desligar. Mas sério, pensa no que eu te falei. Você já chorou muito, sofreu muito. Não acha que tá na hora de ser feliz, não?
Adormeci com todos esses pensamentos.
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CAPÍTULO 2 -
___ Hum. – Consegui responder disfarçando minha animação.
Durante a coletiva conheci a Victoria, que além de estar a trabalho, também é muito fã dos meninos, lógico que nos tornamos amigas de cara. Eu sentava na penúltima carteira, atrás de mim estava a Vic, à direita Duda e na nossa frente o Jorge e Mateus. É, eles estavam ali.
___ Olha só se não é obra do destino. – Duda cochichou no meu ouvido, se levantando um pouco.
Olhei para frente e ele estava olhando pra mim. Acabou a coletiva e ele veio em minha direção, acho que eu deveria falar alguma coisa, me apresentar ou ao menos cumprimentá-lo, sabe... Eu estava perdida nesses pensamentos até ele me dirigir à palavra primeiro.
– Você é a Alice, não é? – Ele perguntou.
– Sou eu sim. – Sorri boba. Ele era muito mais bonito pessoalmente.
Pensei comigo mesma: “Não dê uma de fã louca, Alice, por favor. Aja como uma pessoa normal.”
– Bom, acho que cê já deve me conhecer né… – Nós rimos. – Jorge, prazer. – Ele estendeu a mão.
___ Você está nervosa? É? – Ele ria baixo
___ Muitooooo!
A Duda e a Vic estavam ao meu lado e nos embalamos em uma conversa bastante engraçada, sobre minhas tentativas de conhecê-lo.
Durante toda a conversa, eu olhei disfarçadamente para Jorge. Algumas vezes ele estava olhando pra mim também, e a gente trocava sorrisos. Ele era realmente muito lindo e… Charmoso. Talvez uma mistura de gostoso e sexy. Seu estilo era moderno, seu cabelo estava impecável num topete “atrapalhado”, que com certeza ele teria gasto mais de 15 minutos em frente ao espelho o arrumando.
Eu estava tão nervosa que deixei cair à garrafa de água que estava na minha mão, e adivinhem? Estava entreaberta o suficiente para molhar os sapatos dele.
___ Ai, perdão eu estava distraída… – Falei.
___ Percebi. – Ele falou sorrindo.
___ Ah, desculpa! Eu sou uma tonta mesmo. Procurei algo para enxugar e não achei Meu Deus que vergonha, nunca mais ele vai querer me ver novamente.
___ Não precisa se preocupar. Que tal você ir para gravadora comigo daqui à uma hora? Se considere perdoada se a resposta for sim.
___ É… Claro, por que não? – Falei enquanto via Duda fazendo sinal pra eu aceitar que nem uma retardada atrás dele.
___ Então, vamos? – Ele olhou pra trás vendo Duda.
___ Vamos.
Jorge narrando:
Só de olhar pra Alice, eu já tinha descoberto uma coisa sobre ela: era extremamente tímida e atrapalhada.
A gente foi conversando, até que ela me perguntou:
– Jorge, você sabe o que vai acontecer comigo?
– Como assim?
– Depois que a gente chegar…
– Ahh, tá. A gente vai te sequestrar – ela me olhou estranho – e levar pra Hogwarts. – Eu ri.
– Ué, eles trocaram as corujas por… – Ela parou e refletiu por uns segundos. – Por astros do sertanejo? – Ela riu, e eu ri junto.
– Você é fã de Harry Potter? – Perguntei.
– Na verdade, não. Assisti aos filmes, mas não li os livros. Tenho vontade de ler...
– Pois é… – Outra mania: encerra conversas facilmente.
Chegamos ao estúdio da gravadora, apresentei o pessoal e o local pra ela, que ficou maravilhada com tudo, mas mais ainda quando avistou um violão.
– Ah, você sabe tocar violão né?
– Sei… A maioria das minhas composições eu faço os arranjos no violão primeiro.
– Uau, você canta, toca violão e ainda compõe? Tem alguma coisa que eu ainda não saiba? – Levantei uma sobrancelha.
– Muita coisa. – Ela deu uma gargalhada.
Segundo capítulo na área, espero que estejam gostando! Não consegui esperar até sexta para realizar a postagem kkkk tirando que a “DUDA”, estava me enchendo pelos proximos capitulos hahahaha.
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CAPÍTULO 1 -
17 de fevereiro, as 06h30min, quando meu celular despertou, tocando Thousand Years da Christina Perri, ainda sonolenta consegui colocar no modo soneca.
Eu não estava com a mínima vontade de me levantar da cama, ainda mais, para o primeiro dia de aula na faculdade. As 06h40min o celular tocou novamente, por um momento eu desejei jogá-lo na parede, mais a voz da consciência me impediu, eu tinha que levantar.
Depois de um banho rápido, coloquei um vestido simples de cor preta, calcei meu tênis e coloquei minha jaqueta predileta. Arrumei meus cabelos ruivos e ajeitei o rosto apenas com base e delineador. Nos lábios apenas um brilho, peguei minha mochila e desci. Na cozinha, minha mãe preparava ovos para o café da manhã, nos quais eu dispensei.
Peguei uma maçã na fruteira, e fui ao encontro da Duda. Andando em passos rápidos, pensando estar atrasada, enquanto discava seu número no celular:
___ Amigaaaaa, mil perdões! Eu estou um pouquinho atrasada, mas não demoro mais que 5 minutos… Ta talvez 10, mas eu juro que não vamos nos atrasar! – Ela falou ao atender ao telefone
___ Ok, eu to chegando na sua casa. A porta está aberta? Eu vou entrar. Você tem exatos 10 minutos pra terminar de se arrumar. Não quero chegar atrasada logo no primeiro dia! – Falei.
___ Ta de boa, baby! A porta ta aberta, chega mais. – Ela disse um instante antes de desligar.
Ao entrar na casa de Duda, segui o som do secador e a encontrei em cima de um par de saltos alto, com argolas douradas e enormes nas orelhas, o olho carregado em delineador preto e um batom rosa claro, arrumando os cabelos pretos, sentada em frente ao espelho.
___ Maria Eduarda, não me diga que você vai matar aula logo no primeiro dia? – Falei ironicamente.
___ É… No! – ela respondeu com o mesmo tom de ironia.
___ Precisa mesmo de tudo isso para faculdade, amiga?
___ Aí, Alice… Até parece que não me conhece! A gente ta na Faculdade agora. Eu não posso ao menos tentar ser a mais top? Eu quero arrasar, eu quero uma fila de gatos aos meus pés. Eu quero ganhar daquela nojentinha da Laís! – Ela falou enquanto desligava o secador e usava as mãos pra ajeitar os fios rebeldes.
___ Ok, você venceu. Podemos ir agora?
___ Claro, só um pouquinho de perfume antes… – Ela falou enquanto praticamente derramava o vidro inteiro em seu corpo.
Chegamos à faculdade com um pouco mais de 10 minutos, e andávamos rumo a nossa sala de aula até encontrarmos Laís já com grupinho.
Laís era aquele tipo de garota nojenta, que se acha a melhor em tudo e realmente é a melhor em tudo. Ela era definitivamente perfeita fisicamente, com um cabelo loiro, comprido e com algumas ondas nas pontas. Uma pele completamente branca e uma silhueta completamente definida. Laís nos odiava, e nós a odiávamos no mesmo nível, mas a gente tem motivos pra odiá-la. Porque ela sempre nos odiou primeiro. Ela sempre tirou sarro da gente, sem ao menos um motivo. E durante anos, foi assim, ela nos ofendia e por a gente nunca abaixar a cabeça, acabamos virando as piores inimigas dela. E ah, a Duda e eu somos amigas desde os 7 anos de idade, crescemos juntas e somos melhores amigas desde essa época. MELHORES AMIGAS, nada mais que isso.
___ Laís? Nossa, eu tenho que lhe dizer que eu senti mais saudade das lixeiras daqui do que de você. – Duda falou a encarando friamente.
___ Talvez você tenha sentido saudade das lixeiras por que você deveria morar em uma delas. – Ela respondeu com a mesma frieza.
___ Olha aqui, sua loira oxigenada… Você lave sua boca antes de falar de mim. Olhe pra você, queridinha. Sempre se achando a melhor, você já parou pra pensar que talvez você não seja tudo isso que pensa que é? - Duda respondeu.
___ Amiga, vamos sair daqui. Não caia na provocação dessa idiota, não percebeu que é o que ela quer? – Falei antes que Laís pudesse responder e a discussão continuasse.
Respirando fundo, percebi que Duda estava tentando se controlar pra não voar no pescoço de Laís, e antes que ela não conseguisse, praticamente a arrastei pra longe daquela nojenta.
___ Por que ela é tão insuportável? – Ela falou.
___ Não sei, mas você tem que começar a ignorar ela. Se a gente fosse discutir a cada provocação da famosa Laís, não faríamos outra coisa da vida. – Falei enquanto chegávamos à sala.
___ Você esta certa, mas é que eu não consigo… Ela consegue tirar toda a minha paciência.
___ Eu te entendo, amiga. Ela consegue tirar a paciência de qualquer um…
___ Amiga? – Duda falou me cortando completamente.
___ Oi? – Respondi.
___ Esquece a Laís, esquece tudo. Vai ter uma coletiva de imprensa daquela dupla que você gosta, vai ser aqui perto, será hoje à noite vamos? – Ela falou e seguindo o olhar dela, vi a postagem. Nossa, minha chance de conhecê-los…
Acabando a aula, eu e a Duda fomos correndo para minha casa, precisava encontrar a roupa perfeita.
___ Amiga? Será que vamos conseguir participar da coletiva? – Falei.
___ Oi? Claro que vamos, ou não me chamo Mª Eduarda!
Chegando ao local da coletiva, o segurança era amigo do irmão da Duda e deixou a gente assistir do cantinho sem atrapalhar.
___ Ai amiga, não acredito, que sorte a nossa....
___ Amiga? – Duda falou me cortando novamente...
___ Oi? – Respondi.
___ Para de falar e presta atenção, aquele não é o Jorge? Da uma olhada! – Ela falou em seguida, o vi. Era ele. Com os cabelos escuros, olhar doce… Em suas bochechas rosadas que se destacavam enquanto ele sorria, num sorriso extremamente perfeito. Ele usava tênis, calça jeans e uma blusa de cor preta. Estava sentado na cadeira, enquanto conversava com alguns amigos e pessoal da equipe.
___ Amiga? – Duda me chamou me tirando do novo planeta em que eu me encontrava.
___ É, oi. – Respondi
___ Ele é lindo né? É, ele é lindo mesmo. Eu vou tentar conseguir uma foto com ele pra você. – Ela disse enquanto se levantava.
___ Não precisa, Duda… – E antes que eu pudesse a impedir, ela já estava do lado dele. Eles trocaram algumas palavras e logo depois Duda voltou.
___ O que você falou? – Perguntei
___ Eu cheguei lá e perguntei se depois da coletiva ele poderia tirar uma foto com a gente. Ele respondeu que sim e eu automaticamente me apresentei. – Ela sorriu
___ E…?
___ É hoje amiga, seu sonho vai se realizar.
Fim do capítulo.
Primeiríssimo capítulo postado! Espero que vocês gostem. Os capítulos serão postados todas as Sextas. Sem horário definido.
Usem a aba ask para comentários, dúvidas, críticas ou até mesmo sugestões. O primeiro capítulo foi meio pequeno, eu admito.. Mas só pra acrescentar um pouco mais de curiosidade.
“Sejam bem vindos a esse novo mundo, que quando você deseja algo do fundo do seu coração, o desejo corre mil vezes por todo o céu, como um floco de luz, voando sem parar por um milhão de moléculas mágicas no infinito. E quando ele finalmente toca Deus, o pedido se realiza.”
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PERSONAGENS
Personagens:
Conheça os principais personagens:
Mª Alice (Lice): Personagem principal. Mora em Santa Catarina, estudante de direito com 25 anos. Ruiva. Garota decidida, romântica e amiga. Ela não sabe, mas o destino lhe guarda grandes surpresas.
Mª Eduarda (Duda): Melhor amiga de Lice, estuda na mesma faculdade que ela e tem 24 anos. Morena. Vaidosa e amiga, ela acompanhará a história de Alice lado a lado com ela.
Jorge Barcelos: Vaidoso, humilde, sedutor, romântico e também cantor. Ele também não sabe, mas o destino lhe guarda grandes surpresas.
Vic: Amiga de Alice e Duda. Costuma falar muito e ser dramática. Ama ficar no comando, cabelos escuros. Estuda na mesma faculdade.
Laís: Inimiga de Alice e Duda. Patricinha, nojenta e encrenqueira. Se acha. Loira e rica. Estuda também na mesma faculdade que os personagens já apresentados.
Luanda (Lu): Irmã mais velha de Alice, com 28 anos. Mora com ela e os pais em Santa Catarina, já se formou, é personal stylist e dona de uma loja no centro da cidade.
Vinícius: Ex de Alice ainda apaixonado por ela. 28 anos.
Viviane: Mãe de Alice, chefe de cozinha em um restaurante chique e popular da cidade.
Ricardo: Pai de Alice. Trabalha numa agência de publicidade, raramente se encontra em casa.
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Obrigada por ser o meu anjo. (@jorge ) 🖤 https://www.instagram.com/p/CCL1MInn3M-/?igshid=1q5qammpekhm4
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