relatos-do-veneno-66
Corre nas minhas veias a perdição das almas
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Relatos de Uma Mulher sem Coração
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relatos-do-veneno-66 · 5 months ago
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Lamento da alma com Caronte
Ultimamente eu tenho pensado muito sobre o futuro, e no presente também, que até alguns segundos atrás, era futuro. Não sei dizer se perco muito tempo no passado ou não. Na verdade, eu não gosto de revisitar memórias, é como brincar de roleta russa com meus traumas. Mas meu futuro me intriga. Me deixa curiosa. Quem eu vou ser? Onde vou estar? Me intriga. Me sinto num barco, com Caronte, me levando pro submundo. Mas não é isso que me dá medo, e sim o fato que eu consigo imaginar o futuro feliz das pessoas à minha volta. Mas eu não consigo me ver nesses cenários imaginários, além de uma pequena espectadora. Quando sua alma é quebrada tantas vezes, o futuro é muito mais abstrato do que se imagina. É como se o sentimento de pertencimento no futuro me escapasse toda vez que penso nisso, Sentimento de não merecimento. E não, esse lamento não é uma mensagem final, ou um cri de coeur. É uma reflexão. Em que ponto da vida a nossa alma de despedaça toda, nosso sufoco se torna tão imenso, que a gente começa a achar que o futuro é dos outros, não nosso. Se eu sou a protagonista da minha história, porque o futuro é como um buraco negro que eu não posso impedir de gravitar para... A história é minha. Mas eu tenho uma carta na manga: fé. Fé que um dia essas lágrimas chovem nos meus olhos todos os dias vão lavar essa inércia mental, e eu vou conseguir ver meu futuro aos poucos. Fé que nessa jornada, Caronte ouça meu lamento e vire seu barco. Um sorriso. Um olhar. Um sonho. O futuro. Meu futuro.
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