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raposarafael · 3 years ago
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Os Sertões, de Euclides da Cunha (1902) e a anexação da Ucrânia pela Rússia (2022)
Os Sertões e a atual situação na Europa, embora a primeira tenha a sensação de ficção literária, não é. Há peculiares comparações. Em Os Sertões, o autor pôde considerar em nossa história pré-moderna da literatura brasileira uma visão crítica de analise dos fatos ocorridos em Canudos. No qual revelou “a situação miserável do sertanejo nordestino, abandonado pelo governo, que, em vez de compreender e resolver o problema das desigualdades sociais, só sabe [soube] agir com violência e crueldade.”. pp. 191. Causado pela ação do Exército Brasileiro que em 1889 assumiu o governo e proclamou a República.
OS SERTÕES
Para o autor, os sertanejos que se refugiaram na vila de Canudos, onde criaram um estilo comunitário de vida, não poderiam ser considerados culpados mas produtos de uma série de fatos econômicos, geográficos, raciais e históricos. Abandonados pelo governo, a população miserável do sertão – formada pela mistura do branco com o negro e o índio – que foi se isolando cada vez mais, organizando-se em comunidades fechadas e muito atrasadas culturalmente, facilitando o surgimento do misticismo e fanatismo religiosos. Com isso, criava-se uma situação propícia à atuação de líderes capazes de eletrizar multidões com suas promessas de paraíso e redenção.
A figura carismática e impressionante de Antônio Maciel, o Conselheiro, cumpriu esse papel de líder, aglutinando em torno de si uma multidão de sertanejos miseráveis, sedentos de esperança e de melhores condições de vida. A presença incômoda daquele povoado, cuja população aumentava bastante, acabou provocando a interferência de tropas policiais. A resistência obstinada dos sertanejos, para quem a luta se revestia de caráter religioso, foi tornando o combate cada vez mais violento, apesar da diferença de recursos, até o envolvimento de tropas federais, que, depois de muito tempo, arrasaram o arraial de Canudos, numa carnificina impressionante.
Argumento que caberia à “civilização do litoral” compreender o problema e não simplesmente exterminar os rebeldes pelo massacre, o autor fez uma severa crítica às ações do Exército, culpando-o pelo que chamou “crime de Canudos”: “Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo”. O livro divide-se em três partes: “A terra” – em que o autor estuda cientificamente a região; “ O homem” – em que procura mostrar as características peculiares do sertanejo; “A luta” – em que narra os combates ocorridos entre as tropas do governo e os sertanejos.
RESUMO
Em analise desse texto, – que divide-se em três aspectos; a terra, o homem e a luta. Abre-se espaço para a crítica, ainda da sociedade brasileira, iniciada em meados do século XX acerca da desigualdade social existente em nosso país, entre homens do litoral e os do sertão. Servindo de comparação essa analise, ainda critica, da situação posta que se encontra a população ucraniana.
CONCLUSÃO
Percebe-se na figura carismática do presidente ucraniano, assim como de o Conselheiro, tamanha obstinação em liderar uma nação ainda que fragilizada e despreparada frente a algo maior e mais forte que suas forças, militares e civis poderão suportar; sozinhos e isolados. Sendo que, as diferenças internas de identidade nacional e a falta de estrutura da sociedade causaram o abismo político e sociocultural dos cidadãos em um mesmo país. No qual é ambicionado por forças externas com interesses expansionistas, ancorados por desejos econômicos e/ou militares. Em que a terra, o território esta em disputa por ser fonte de recursos naturais e humanos. Portanto os homens são motivados e, obrigados a lutarem, com o provimento de armas que justificam "a luta" armada pela sobrevivência. Estando estes em meio a duas potências antagônicas e, protagonistas, no cenário internacional na luta pela hegemonia mundial. Rússia e Estados Unidos.
REFERENCIAL
TUFANO, Douglas. Estudos da Literatura Brasileira. 4° edição. Editora Moderna.
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