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Eu achei que tinha brigado com ela, nem me lembro mais do porque a gente tinha brigado. Desculpa -ela revirou os olhos- Ah é? Achava que era mais uma daquelas viagens…

Então não teve importância, se já não lembra... Não peça desculpas, sem ressentimentos. Não, não... eu estava na UFRS fazendo uma pesquisa sobre câncer, peguei transferência para lá... you know.

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Sinceramente, eu peço desculpas por ter afastado vocês. Não foi uma decisão minha mas né… Você que acabou brigando com ela. Mas sem ressentimentos entre a gente né? -ela sorriu pegando uma beats na barraquinha perto deles.- Você foi para que estados quando viajou?

Não nos afastou, continuamos como antes. O que? Eu briguei com ela? Não distorça a história. Sophia, não vamos entrar nesse assunto. Já faz muito tempo... muita coisa aconteceu desde aquilo. Rio Grande do Sul, não foi uma viagem, eu estava estudando.

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Nem doeu, rafa! 

Calma deixa eu fazer um desenho.- falou se aproximando mais dele e fazendo tracinhos na sua bochecha- EI! Eu nem bebi direito.

Não doeu porque não foi em você!

Está bem. - murmurou e ficou parado, enquanto sentia o dedo dela tracejar em sua bochecha.- Não bebeu direito, não? Cê tá querendo beber mais? - perguntou rindo e, rapidamente, passou o dedo no chantili do bolo, levando-o em seguida até a ponta do nariz dela.- Cê nem precisa de maquiagem, já disse isso, né? - constatou, depois de olhar mais um tempo para ela.

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“Eu não fiz nada pra esse amor nascer, mas faço tudo pra não se acabar! Você é meu crush, seja meu par na quadrilha.”

Cê sabe que eu não sei dançar não, né?! Mas óh, se tu quiser que eu seja seu par meio desajeitado, eu vou ser seu par.

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Obrigada então… -ela sorriu ajeitando as marias-chuiquinhas distraída- Arrumou alguém para vir contigo. Sabe se a Rafa me perdoou? Faz tempo que a gente não conversa…

Teoricamente, não. Eu não arrumei, eu vim pela companhia da Rafa, mesmo. Eu vou ser sincero contigo... a gente evita conversar sobre... sobre o nosso namoro, sobre você. Foi uma coisa que afetou o nosso relacionamento de irmãos, então... eu não sei te dizer nada sobre isso.

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Eu sei, só que não tem nada haver com festa junina. Eu vim comigo mesma serve? E você? Já arrumou alguém?

Ah, eu acho que ficou legal, sei lá. - esfregou a nunca com as pontas dos dedos. - Como assim “arrumou alguém”? - Rafael deu um sorriso sem graça, arqueando a sobrancelha.- Vim com a Rafa.

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Au!

Cê sai com essa mão pra lá do meu olho, olha aí, falei para tu não beber. 

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[Rafael Marques no Arraiá da USP 23/07]

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Filme medieval? Rafael, estamos numa festa julina! -Ela olhou para roupa decepcionada negando com a cabeça- Isso que da mandar alguém alugar para você. Ah, se ruim que fique assim logo

Sophia! Eu não quis dizer que cê tá feia não! É legal, poxa, filmes medievais não são tão ruins assim não! Pare de besteira. Cê veio com alguém?

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Sei que não parece roupa de arraiá mas foi o que eu achei em cima da hora. To feia?

Não, não. Cê tá feia não. Na verdade, ficou muito legal essa fantasia, cê parece até aquelas moças de filmes medievais. Bem legal.

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Estando dentro do IMC melhor, peso só é um problema maior quando interfere na saúde. E é bom o médico da casa dar exemplo para seus pacientes, hein? -sorriu de lado- Um chocolate quente, provavelmente era a perdição lá.  A é? Em que momentos por exemplo?

Soltou um riso- Não , não, eu só estava brincando.- falou segurando o braço dele e o puxando de volta.- Tenho que valorizar mesmo. Não sei como eu consegui ir para as festas sem você aqui. Obrigada, Rafa- sorriu corando um pouco as bochechas- Mas nesses dias de prova meu corretivo acabou devido a tanta olheira, e eu juro que passei batendo com o dedo e não esfregando.

Isso, eu concordo contigo. É por isso que eu ainda não tenho aqueles músculos gigantes. Brincadeira, é porque eu acho feio e eu sou preguiçoso. Sim, tenho que saber vender meu peixe. Ah, sim, tem de todo o tipo por lá, a galera compra muito! Quando eu assistia alguns filmes, por exemplo. Ou do nada, sem um motivo específico, eu tinha saudades daqui.

Bom mesmo, ainda bem que cê tá de brincadeira. – fingiu estar chateado, mas logo sorriu. Deu mais um passo para perto dela, quando ela o puxou. – Ah, que isso. Cê tem muito amigo aqui, seus amigos são bem bacanas. Viu só? Minhas dicas te ajudaram, e nem sou especialista.

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Eu lembro sim, quantas vezes eu fazia a comida e você não comia ou porque tinha algo de carne ou porque queimava. Desisti de procurar homem para minha vida, vocês são todos problemáticos sabia? Pelo menos to com sorte na vida em geral. Mas como foi a viagem en?

Ahhh, eu comia simbolicamente, isso que valia, não? Droga, mas cê melhorou na cozinha ou prefere pedir comida pelo telefone ainda? Eu sou nada, sou muito simples. A viagem foi ótima, aprendi muitas coisas... e as coisas por aqui? Deve ter acontecido muita coisa com você, já que a USP não para.

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Pelo amor de Deus, se você não parar com esse sotaque que não te pertence eu vou te bater. - Deitou a cabeça no ombro dele, suspirando baixinho - Ok… Só não vou te bater porque não quero perder tempo com isso. Eu escolhi a Magali antes de você ir embora, é assim que funciona, quando eu escolho você vai embora, mas quando eu estou por perto você namora escondido. A mamãe não pode saber mesmo, estamos grandinhos pra ficar de castigo. - Ela deu um beijinho no maxilar dele, sem levantar a cabeça para isso - Não é certo você falar tu. 

Olha a Lei da Maria da Penha! Vamos cultivar o amor, nada de violência. Não entendo porque gente pequena é tão raivosa! – brincou e, assim que ela deitou a cabeça em seu ombro, Rafael levou suas mãos para os cabelos dela. – É, seria muita perda de tempo. A Magali não me queria não, Rafa. Cê tem que escolher alguém que me quer, espertinha. Nossa, cê ainda lembra disso... esquece isso, acabou. Agora eu vou jogar limpo com você. Só não te apresentei a guria que eu estava porque era quase-namorada, eu sabia que não iria dar muito certo. Ah, imagina se ela descobrir que eu já roubei Tic-Tac no mercado? Deus que me livre!  – abriu um sorriso de satisfação ao sentir o beijo dela. – Tu me desculpa por eu usar tu? 

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❝ náo é a mesma coisa, podes star mais cheinho e continuar gostoso. certeza que ainda estás à arrasar corrações das meninas.

Então ser gordinho não me faz continuar gostoso? Espera, continuar? Cê me acha gostoso? Estou surpreso. Ah, nãh, nada disso.

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Argh, cala a boca. – Aproximou-se dele, colocando os braços ao redor de seu corpo e dando-lhe um abraço desajeitado, porém, apertado. – Quero que você comece pelo abandono. Nossa, eu devo estar tão desatualizada da sua vida e você da minha.

Uniu as sobrancelhas e deixou escapar uma risada quando ela mandou ele calar a boca. Ele retribuiu o abraço de modo firme, buscando manter-se controlado e não o desespero de suas emoções.– Cê ainda tem cheiro de sabonete.– murmurou em um tom brincalhão e afastou o abraço com cautela.– Consegui uma bolsa para uma pesquisa na área de câncer lá na federal do sul, e como essas coisas não acontecem sempre, eu aceitei. Não sei me despedir das pessoas, e eu não estava muito no clima para isso. Era importante, já que pretendo me especializar em oncologia, agora.

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Eu sou modelo ta campanha publicitaria do Iguatemi se você quer saber, demorei muito pra fazer as fotos porque não conseguia parar de rir – fechou a porta atrás dos dois e caminhou até um pouco a frente de Rafael, estendendo uma das mãos afim de que se sentisse a vontade – Sério? Nós moramos juntos, o André morava aqui também, mas ele foi embora de novo, mas tudo bem, eu superei ele – balançou a mão no ar em despreocupação – Se são gostosos eu gosto – pegou a caixa e colocou na mesa ao lado dos dois, abrindo um sorriso largo e em surpresa passando seus braços por volta de Rafael em um abraço apertado – Ai, eu senti saudades.

Modelo?! Wow, meus parabéns, não tô acreditando que tô de frente para uma celebridade que eu conheci no Tinder! Olha, cê lembra de mim depois hein, diga que eu fui seu médico particular e fingi ser seu namorado um dia. – brincou, em meio a risadas. – Ah, entendo. Não foi nada demais, é que ele estava saindo com a minha irmã... e cê sabe, eu sou um pouco chato sobre ela, a gente é muito ligado. – deu de ombros e mordeu o canto do lábio inferior. – Ah, são sim. Eu gosto muito. Principalmente o de pêssego, cê vai ter que comer um por um até achá-lo. – disse em um tom divertido e, assim que ela veio abraçá-lo, Rafael estendeu seus braços, para em seguida, passá-los em torno do corpo feminino, devolvendo o abraço na mesma intensidade. – Eu senti também.

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É sim. Se bem que eu não falei que engordou como sendo algo ruim não. Nem se preocupe. Essa minha receita doida é boa frio, quente, todo jeito. Pelo menos se lembrava de mim de algum jeito lá, né?- brincou.

Moralzinha? Só um pouquinho mesmo, assim olha.- falou mostrando uma pequena distância entre os dedos- Tá , vou admitir, tive saudades do meu maquiador profissional. 

Ah, poxa, obrigado então. A gente sempre associa o peso como algo ruim, né? Pelo menos estou dentro do meu IMC, como manda a conduta médica. Ah, sim, isso é verdade.. mas lá no frio a gente só pensa em comer, principalmente coisas doces. Fala assim não que eu pensava sem precisar de Pringles com brigadeiro, ok? 

Cê fala isso não que eu vou ali me jogar na rua para ser atropelado, hein?! Ahhh, só sentiu falta de alguém para te ensinar a maquiar, né? Cê nunca vai ter um parceiro de maquiagem como eu, trate de valorizar mesmo. Mas olha, cê tem um rosto lindo, nem precisa de maquiagem não.